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Emergências Clínicas - Acidentes Ofídicos

Sistema de Protocolos

Emergências Clínicas - Acidentes Ofídicos


Área: Unidade de Emergência / Subárea: Clínica Médica

Objetivos:
Manejar adequadamente os pacientes vítimas de acidentes ofídicos na sala de
emergência.

Data da última alteração: quarta, 04 de novembro de 2020

Data de validade da versão: sexta, 04 de novembro de 2022

Autores e Afiliação:
Prof. Dra. Palmira Cupo. Docente do Departamento de Puericultura e Pediatria (FMRP-USP).
Coordenadora do Centro de Informação Toxicológico de Ribeirão Preto (HC-FMRP-USP)
Viviane Imaculada do Carmo Custodio. Médica assistente do Centro de Informação
Toxicológico de Ribeirão Preto (HC-FMRP-USP)

Definição / Quadro Clínico:


No Brasil, os acidentes ofídicos são causados por cobras peçonhentas dos gêneros
Bothrops 80 – 90%, Crotalus: 10-15%, Lachesis: 3% (presente somente na região
amazônica) e Micrurus <0,5%, além de serpentes não peçonhentas.

Diagnóstico:
As serpentes da família Viperidae (Bothrops e Crotalus) costumam deixar as marcas de
suas duas presas no local da mordida.

Como pode ser verificado na tabela 1, o diagnóstico e a necessidade de soroterapia do


acidente ofídico é baseado nas manifestações clínicas e laboratoriais decorrentes da ação
do veneno de cada serpente. Alterações de coagulograma, particularmente de
fibrinogênio, são importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos casos de
acidentes botrópicos e crotálicos e não são considerados critérios de gravidade.

O diagnóstico e a necessidade de soroterapia do acidente ofídico é baseado nas


manifestações clínicas e laboratoriais decorrentes da ação do veneno de cada serpente.
Vide tabela 1

Exames Complementares:
Vide tabela 1
OBS: Alterações de coagulograma, particularmente de fibrinogênio, são importantes
marcadores de inoculação de veneno, sendo essenciais para o diagnóstico e
acompanhamento dos casos de acidentes botrópicos e crotálicos e não são considerados
critérios de gravidade.

Tratamento:
Medidas Gerais: Nunca garrotear, não fazer cortes, não sugar o local picado, não romper
bolhas, realizar a higiene do local picado, hidratação, analgésicos. Verificar imunização
contra tétano. Não está indicada antibioticoterapia profilática. Quando indicada
antibioticoterapia, tem-se utilizado cloranfenicol ou amoxicilina associada ao ácido
clavulânico.

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Específico: Vide tabela 2.

Observações:
1- O diagnóstico e a consequente necessidade de soroterapia do acidente ofídico é
baseado na ocorrência de manifestações clínicas e alterações laboratoriais.
1.1- Alterações de coagulograma, particularmente de fibrinogênio, são importantes para o
diagnóstico e acompanhamento dos casos de acidentes botrópicos e crotálicos mas não
são considerados critérios de gravidade (tabela *)
2- Nos acidentes botrópicos é mandatória a drenagem postural do segmento acometido,
mantendo-o elevado e estendido (sem angulação).
3- Situações onde não está indicada soroterapia anti-ofídica:
3.1- Manifestações isoladas, discretas e transitórias: taquicardia, hipertensão, náuseas,
xerostomia, cefaleia, turvação visual, epigastralgia (comuns a acidentes por cobras
peçonhentas e não peçonhentas).
3.2- Caso ocorra um acidentes por cobras peçonhentas e o paciente não apresentar
alterações clínico-laboratoriais em 12 a 24 horas, está caracterizada a “dry bite”.

Referências Bibliográficas Externas:


1.Ministério da Saúde (Fundação Nacional de Saúde). Manual de Diagnóstico e Tratamento
de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília. 1998.
2. SANTOS. J.S. et al. Protocolos Clínicos e de Regulação: acesso à rede de saúde. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2012.
3. Azevedo-Marques, M.M.; Cupo, P.; Hering, S.E. Acidentes por animais peçonhentos:
serpentes peçonhentas. Medicina. Ribeirão Preto, v.36, p. 480-489, abr./dez.2003.

Considerações Administrativas: A UE é o único prestador no DRS XIII que dispõe de


soro anti-ofídico. Este soro não é liofilizável (é líquido que deve ser mantido refrigerado), o
que requer condições especiais de armazenamento.
Por causa disto, apenas alguns locais possuem estoque estratégico e não é possível negar
vagas para a Regulação Médica, pois o paciente não poderá ser tratado adequadamente
em outro lugar.
Outro ponto importante é a notificação compulsória do uso do soro, pois isso é utilizado
para monitorar o número de ampolas disponíveis no Estado de São Paulo. No caso de falta
de soro em uma região, podemos recrutar soro de outros centros para diminuir o
desabastecimento.

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Anexos:
Tabela 1: Quadro 1- Acidentes ofídicos: ação do veneno, manifestações clínicas e
laboratoriais

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Tabela 2: Quadro 2: Acidentes Botrópico, crotálico e elapídico: soroterapia recomendada


quanto a gravidade.

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