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EDWARD W. SAID CULTURA E IMPERIALISMO ‘Traducio: DENISE BOTTMAN UNIDAMP Biblictece - IFCH lonizasao. gem para dentro e o surgimento da oposicio joraedo, independéncia ¢ liberta¢ao.... IVRE DA DOMINAGAO NO FUTURO Ascendéncia 0 espaco Pi Desafiando a ortodoxia e a autoridade Movimentos e migragSes Notas. Indice re INTRODUCAO Cerea de cinco anos apés a publicacdo de Orientalism [Oris 1978, comecei a r mas idéias sobre a relagio geral entre cultura e império, as quais haviam ficado claras para mim quan do escrevia aquele livro, O primeiro resultado foi uma série de confe- ‘que ministrei em univers 1985 e 1986, Essas conferéncias 1¢20 na presente obra, com 0 a tos estudos de Areas especificas t8m elaborado pertencem & drea do Oriente Médio? So textos europeus sobre a Afi ia, partes do Extremo Ori lia e Caribe; considero cesses discursos africanistas e indianistas, como foram chamado: tegrante da tentativa européia geral de dor tantes, e portanto relacionados com as descrigde: do islamico, bem como com as maneiras especi smarcante nesses discursos sio as f tantemente em suas descrigdes do “ pos sobre “o espirito africano” (ou jorte ou um longo castigo quando se rebelavam, porque em geral 0 que « u cra a forga ou a violencia; “eles” no eram como “nds", e por isso ddeviam ser domifiados. Porém, em quase todos os lugares do mundo nao europeu a che- gada do homem branco gerou algum tipo de resi de fora em Orientalism foi a reagio ao dominio ocidental que culmi nou no grande movimento de descolonizagdo em todo o Terceiro Mun- do. Além da resisténcia armada em locais t@o diversos quanto ro século XIX, houve também um empenho fem quase todas as partes, com @ ativa e, na maioria esmagadora dos casos, essa ou preponderando. Esses dois fatores — um modelo geral de cultura imperial em m- 0 planetario e uma experi — fazem com que est le Orientalism, mas uma te dou énfase ao que cham: crigdo, comunicacdo e representacdo, que tém relativa autonomia pe- rante 0s campos econdmico, sociale politico, ¢ que amitide existem sob formas estéticas, sendo o prazer um de seus principais objetivos. In- cluem-se af, naturalmente, tanto 0 saber popular sobre partes di do mundo quanto o conhecimento especializado de di a etnografia, ahi as 0 romance tenha sido importante, mas 0 considero co- ‘mo 0 objeto estético cujas ligagdes com as sociedades em expansdo da Inglaterra e da Franca sdo particularmente interessantes como tema de estudo. O pro} ;pério, Os leitares deste livro logo perceberdio que a narra para minha argumentacdo, sendo minha tese basica a de ias esto no cerne daquilo que dizem os exploradores e os romancistas acerca das regides estranhas do mundo; elas também se tor: ‘nam o método usado pelos povos colonizados para afirmar sua iden dade ¢ a existéncia de uma histéria prépria deles. O principal objeto de disputa no imp i ‘mas quando se tratava de quem possuia a terra, quem tinha 0 direito de nela se estabe- lecer trabalhar, quem a explorava, quem a reconquistou e quem ago- sa seu futuro — essas qui importante para a ie, as erandiosas.narrativas de emancipagdo-e ram povos da mundo colonial para que se.er- guessem e acabassem com a sujeicdo im ‘europeus ¢ americanos também foram instigados por essas hist seus respectivos protagonistas, e também eles lutaram por novas narra- tivas de igualdade ¢ solidariedade humana. Em segundo lugar, e quase imperceptivelmente, a cultura ¢um con- ceito que inclui um elemento de elevacdo e refinamento, 0 reservat6rio do melhor de cada sociedade, no saber e no pensamento, comé Matthew Arnold na década de 1860. Arnold achava que a cul se & que no ne a devastacdo de ur urbana moderna, agressiva, mercantil, embrutecedora. A pessoa lé Dan- te ou Shakespeare para acompanhar o melhor do pensamento e do sa- ber, e também para ver a si mesma, a seu povo, sua sociedade, suas ‘radigdes sob as melhores luzes. Com 0 tempo, a cultura vem a ser as: adicdo. nduta intelee- losofias re- idismo, No. * geraram varios fundamentalism religiosos ¢ ni 2B Neste segundo sentido, a cultura & uma expéce de teatro em que ras causaspoltcas eideologicas se empenbam mutuamente. Longe de ser um placido reno de refinamento apoineo, a cultura pode até serum campo de bath onde as causas se expSem luz do diaelutam catte si, deixando caro, por exemplo, qu, dos extudantes americans, franceses ou indianosensinados a ler seus clésscosnacionais antes de lerem os outros, espera-se que am e perengam de mancita lea, ¢ sits vezesacriica, As suas nagbese tadigdes,enquanto denigrem ¢ combatem as demas [Ora o problema com essa iia dec A pessoa nao 5 venere sua cultura, ma torcads, ps tos humanistas de profissdo s¥0, em virtude dio, incapazes de etabelecer a conexao ene, de um lad, a longa esérdidacrueldade de préticas como aes- dominio imperial e, de ou- tura é que ela faz com que is Verdades que descobritrabalhando neste livro é que ouguissimos, dentre os artistas ingleses ou franceses que admiro, ques ‘0 dominante entre funcionérios que colocavam essas iis em prtica, como coi evident, a0 governarem a fndia ov a Arai Eram nogées amplamente audaram a propelira aquisi imperial de teritrios na Ai ux, Pensando em C Ruskin, ou ‘mesmo em Dickens Thackeray, a meu ver os criticas com freq tm relegado as idéias desses escritores sobre a expansdo “negros'" a um de protecdo: deixe a politica na porta antes de entrar. Como alguém que ppassou toda a sua vida profissional ensinando literatura, mas que tam- bém se criou no mundo colonial anterior & Segunda Guerra Mundial, pareceu-me um desafio ndo ver a cultura desta maneira — ou seja, anti- septicamente isolada de suas filiagdes mundanas —, e sim como um cam- po de realizado extraordinariamente dliversificado, Tomo os roman- 26 ¢ outros livros aqui considerados ¢omo objetos de analise porque, \iond-los ndo s6 com esse prazer e esse proveito, mas também com 4 ‘0 processo imperial de que fazem parte de maneira explici ‘voca; mais do que condenar ou ignorar Sua participacio no que era realidade inconteste em suas sociedades, sugiro que 0 que aprendemos sobre esse aspecto, até agora ignorado, na verdade aprofunda nossa lei- tura e nossa compreensio dessas obras. ‘Vou expor brevemente 0 que penso, recorrendo a dois grandes ro- ‘conhecidos. Great expectations {Grandes esperancas] de basicamente um romance sobre a auto-ilusdo, sobre Dickens as vas er da necessérios para tal papel. Logo cedo condenado, Abel Magwitch, que, apds ser de- .Fetribui seu jovem benfeitor com grandes so- como 0 advogado envolvido no caso nao diz nada a0 entregar 0 dinheiro, Pip acha que foi obra de uma velha dama, miss Havisham. Magwitch depois volta clandestinamente a Londres, sendo mal recebido por Pip, pois tudo nele rescende a delingiiéncia e aborre- cimento. No final, porém, Pip se reconcilia com Magwitch e sua re ‘dade; acaba reconhecendo Magwitch — perseguido, preso e mortalmente doente — como uma espécie de pai, sem o negar nem 0 rejeitar, embo- ra Magwitch seja de fato inaceitavel, vindo da Austrdlia, colOnia penal destinada & reabilitacZ0, mas nfo ao repatriamento de criminosos in- aleses degredadbos. ‘A maioria di totalmente dentro da ‘meu ver, ela faz parte de ca do que a oferecida por ta fs do que o de Dickens — 0 mag shore [A praia Hughes, © The road to Botany Bay [A Botany Bay], obra de s, se ndo todas, dessa obra admirével colénia **branca’’ como a Irlanda, onde podemos ver Magwitch e Dic- ens niio como meras referéncias coincidentes nessa historia e sim como participantes dela, por intermédio do romance e de uma experiéncia nasse como col6nia substituindo aquelas que haviam sido perdidas na Is ‘América. A busca de Iuero, a construcdo do império ¢ aquilo que Hughes chama de apartheid social geraram a A\ ‘moderna, a qual, nna época em que despertou pela primeira vez o interesse de Dickens, nna década de 1840 (em David Copperfield, Wilkins Micawler migra f [permanccessem na At A exploragdo feita por Carter daquilo que chamou de histéria es- pacial da Austria oferece-nos out ‘Aqui exploradores, degredadi Iuero, soldados mapeiam o vasto cont qual num discurso que afasta, desloca o1 luminista de viagem ¢ descoberta, © depois um conjunto de sive Cook), cujas palavras, mapas e intengdes inhos ¢ 08 convertem gradualmente num journe) € a aparente desordem da mata formagdo otimista do espaco social, que gerou um Paraiso para os cavalheiros, um Eden para os trabalhadores ‘n, equivale grosso modo ao que a benevo- Iencia inglesa concebia para a A\ uum espago social autorizando outro. Mas Great expectations foi escrito sem qualquer preocupaco pe- ‘que, como atesta toda a ‘meticulosamente mapea- do, representado, habitado por uma hierarquia de personagens metropo- 16 litanas. Assim, por um lado, intérpretes como Hughes ¢ Carter se esten- {dem sobre a presenga relat jana que se tornou independente da ‘mas, por outro, uma leitura acurada de Great de notar que, depois de expiada a delingiléncia de Mag- ue Pip reconhece red , amargamente r ea BiRtaeinas paz entra em colapso ¢ revive de duas iamente positi- vas. Aparece um novo Pip, menos oprimido do que o velho Pip pelo fardo do pasado — surge de relance sob a forma de um menino, tam- bém chamado Pip; e 0 velho Pip inicia uma nova carreira com seu ami- 20 de infancia Herbert Pocket, desta vez no como cavalheiro ocioso, mas como um ativo negociante no Oriente, onde as 0 ‘esas oferecem uma espécie de normalidade que a Austrdlia nunca po- deria oferecer. Assim, mesmo quando para sugerir ra por meio do comércio e das via- como homem de negdcios nas visto que qua- fs atemori- ‘© império, Mas apenas em anos recentes tais conexdes ass portincia interpretativa. Uma nova geracao de filhos da descolonizarao em alguns casos, segundo exemplo—, é situado numa repiiblica da América dependente (ao contrério dos cendrios coloniais africanos e orientais de suas obras anter ,, a0 mesmo tempo, dominada por interesses cexternos, devido & sua imensa jazida de prata. Para um americano con- tempordneo, o aspecto mais atraente da obra &a presciéncia de Conrad: 7 cle antevé a incontroldvel insatisfagdo e os ““desmandos”” das tepiibli cas latino-americanas (governd-las, diz ele citando Bolivar, é como arar 10), € assinala a maneira prépria da América do Norte de in- jas de forma decisiva, ainda que quase impercep J, Holroyd, o financista de San Francisco que d respaldo a Charles Gould, proprietirio inglés da mina de S4o Tomé, alerta seu protegido: “Nilo seremos arrastados para nenhum grande problem: tidores. Mesmo assim: Podemos sentar e olhar. Claro, algum dia interviremos, Estamos fads asso, Mas nio ha pressa, O proprio tempo maior pais de todo 0 universo de Deus. E zndo as repras para tudo — in distri, omércio, les, 0, do cabo Horn : a pena Boa parte da retérica da “Nova Ordem Mundial ‘governo americano desde o final da Guerra Fria — com seus auto-elogios desbragados, seu franco triunfalismo, suas solenes dectaracoes de res- ponsabilidade — podia ter sido rascunhada pelo Holroyd de Conrad: somos os melhores, est berdade e a ordem, e assim por diante. Nenhum entos, e no entanto raramente se reflete nas de Holroyd visto que a retrica do poder gera com muita facilidade, quando io imperial, uma iluséo de benevoléncia. Todavia, uma retorica cuja caracteristica mais danosa consiste em ter sido usa- dda antes, ndo apenas antigamente (pela Espanha e Portugal), mas, com uma frequéncia ensurdecedoramente repetitiva no perioclo moderno, por ingleses, franceses, belgas, japoneses, russos ¢, agora, americanos. No entanto, seria incompleto ler a grande obra de Conrad simples. mente como uma previsto bem antecipada do que vemos ocorrer na América Latina do Século xx, com sua série de United Fruit Compa- nies, coronéis, Forgas de libertagdo e mercendrios financiados pelos Es tados Unidos. Conrad é o precursor das concepedes ocidentais do Ter- ceiro Mundo que encontramos na obra de romancistas tdo diferentes quanto Graham Greene, V. S. Naipaul e Robert Stone, de te6ricos do smo como Hannah Arendt e de autores de relatos de viagem, idade consiste em apresentar 0 mundo 8 ilo europeu aos pil se ¢ julgamento, seja para satisfazer s 6 verdade que Conrad enxerga ironicamente o imperialismo dos pro prietdrios ingleses e americanos da mina de prata de Sao Tomé, con: denado por suas ambigdes pretensiosas e impossiveis, também € ver- dade que ele escreve como homem cuja visto ocidental do mundo nao ‘ocidental esté tao arraigada a ponto de cegé-lo para outras hi tras aspiragSes. Tudo © que Conrad consegue ver ido pelo Ocidente at oposigio a0 Ocidente apenas confirma o poder iniquo do (© que Conrad nao consegue ver é uma alternativa a essa cruel logia. Ele nao podia entender que a india, Africa e América do Sul também possutam vidas e culturas com identidades ndo totalmente con- troladas pelos reformadores e imperialistas gringos deste mundo, nem se permitir acreditar que nem todos os movimentos antiimperialistas de independéncia eram corruptos ¢ marionetes a soldo dos senhores de Londres ou Washington. ssas cruciais limitagdes de visto sfo parte integrante de Nostro- ‘mo, tanto quanto seus personagens ¢ enredo. O romance de Conrad ‘encarna a mesma arrogancia paternalista do imperialismo que é objeto ‘em personagens como Gould ¢ Holroyd. Conrad pare- is, ocidentais, decidiremos quem é um bom ou um mau nativa, porque todos os nativos possuem existéncia suficiente em v {de nosso reconhecimento, Nés 0s criamos, nés os ensinamos a falar € 4 pensar, e quando se revoltam eles simplesmente confirmam nossas jéias a respeito deles, como criangas tolas, enganadas por alguns de geus senhores ocidentais™. E isso, com efeito, o que os americanos sen- fem em relagao a seus vizinhos do sul: que a independéncia é desejavel para eles, desde que seja o tipo de independéncia que nds aprovamos. Qualquer outra coisa ¢ inaceitavel e, pior, impensével Portanto, néo ¢ paradoxal que Conrad fosse imperialistae a perialista: progressista quando se tratava de apresentar com destemor €epessimismo a corrupedo autoconfirmadora e auto-enganosa do domi nio ultramarino; profundamente reacionério quando se tratava de con ceder que @ Africa ou a América do Sul pudesse algum dia ter uma histéria ou uma cultura independentes, que 0s i tas abalaram ‘mas pela qual foram, afinal, derrotados. Mas para que nao pensemos em Conrad de forma condescendente, como criatura de seu préprio tempo, seria melhor observar que atitudes reventes em Wash- ron ¢ entre muitos politicos e intelectuais ocidentais nfo demonstram icos europeu e norte-americano, seja para 19 agrande avango em relagdo as idéias conradianas. O que Conrad vi ‘mo futilidade latente na filantropia imperialista — cujas intengdes i cluiam idéias como “tornar 0 mundo seguro para a democracia’” — co governo americano ainda ¢ incapaz de perceber, quando tenta imple- ‘mentar seus desejos em todo 0 planeta, sobretudo no Oriente Médio. Conrad pelo menos teve a coragem de ver que nenhum pi jamais deu certo — porque envolvem os planejadores em de onipoténcia e enganosa io consigo pro nam), porque, devido a sua prépria natureza, fal Vale a pena ter tudo isso em met com alguma atenedo a seus grandes pontos for “insecas. O novo Estado independente de Sulaco, que surge do romance, € apenas uma verso mais reduzida, mai trolada e intolerante do Estado maior do qual ele se separou, € que agora veio a desbancar em riqueza e importancia. Conrad permite que o I tor veja que o imperialismo é um sistema. A vida num campo subor nado da experiencia é marcada pelas loucuras e ficedes do campo do- minante, Mas 0 também é verdadeiro, quando a experiéneia na sociedade dominante vem a depender acriticamente dos nativos ¢ seus idos como elementos neces Como quer que se profundamente implacé ocidentais em The quiet Amer de Graham Greene, ou A bend in the romances de linhas mui ipinas, Argélia, Cuba, iam que é justamente a ino- , @ personagem de Greene, ou do padre para os quais os nativos podem ser educados criar a matanga, a subvers4o Uma firia 20 ‘do mundo néo possuem vida, histéria ou cultura dignas de men nnhuma independéncia ou identidade dignas de representacdo sem 0 dente. E quando ha algo para ser descrito, é, seguindo Conrad, indizi- Yelmente corrupto, degenerado, irremediavel. Mas enquanto Conrad ‘esereveu Nasiromo durante um perfodo de entusiasmo imperi ropeu largamente incontestado, os roman: rrneos que aprenderam tao bem suas ironi da descolonizagio, depois da revisio e da desconstrugao da represe clo ocidental do mundo nao ocidental, depois da obra de Frantz Salman Rushdie, Gabri Assim, Conrad embora seus herdeiras luma questo de ocidentais que ndo mostram simpat suficiente de culturas estrangeiras — visto que, afinal ‘que a obra extraordindria de Conrad con- tuais suspeitas ocidentais em relagdo a América Latina, ler se Vejam em romances como Nostromo e Great ex- ppectations os contornos gerais de uma visio de mundo imperial assom- Drosamente duradoura, capaz de deformar as perspectivas tanto do autor do leitor: essas das maneiras de ler as alternativas reais pare- em ultrapassadas. O mundo, hoje, nao existe como espetdculo sobre ‘© qual possamos alimentar pessimismo ismo, sobre o qual nos- xtos"” possam ser imteressantes ou magantes. Todas essas atitu- des supdem o exercicio de poder e de interesses. Na medida em que ve- mos Conrad criticando ¢ ao mesmo tempo reproduzindo a ideologia. Jmperial de sua época, nessa mesma medida poderemos caracterizar nos- tudes presentes: a projegZo, ou a recusa, da vontade de dominar, com outras sociedades, tradigdes ¢ hi ‘O mundo mudou desde Conrad e Dickens, e de uma maneira que urpreendeu, e muitas vezs alarmou, americanos europeus metro sgrantes no brancos em seu préprio meio, e se defrontam com um a impressionante de vozes recém-assumidas pedindo ouvidos para suas rativas. A tese de meu livro & que essas populagdes e vozes jé esto um tempo, gragas ao processo globalizado desencadeado smo moderno} ignorar ou minimizar a experiencia sobre- ‘onde colonizador e colonizado coexistiram ¢ combateram um ao outro por meio de projegdes, assim como de geografias, narrativas ¢ hist6- tas rivais, € perder de vista o que ha de essencial no mundo dos tlti- ‘mos cem anos. Pela primeira vez, a histéria e a cultura do imperialismo podem agora ser estudadas de maneira ndo monolitica, descompartiment zada, sem separaedes ou distincOes reducionistas. F verdade que tem vido uma irrupedo desconcertante de discursos separatistas e chauvi- nistas, seja na India, no Libano ou na Tugoslévia, em praclamagaes afz0- cas ou curocéntricas; longe de inval ertacdo contra 0 império, essas reduces do discurso ct dade comprovam a validade de uma energi tal que anima o desejo de ser independent © peso da dominacdo injusta. A Bia, porém, é por vias historicas: daja grande amplitude historica e geo- srafica buscada neste livro. Em nosso desejo de ser ouvidos, muitas ve- es tendemos a esquecer que © mundo é um lugar apinhado de gente, ce que se todo mundo fosse insistir na pureza ou prioridade radical de sua prépria voz, tudo o que teriamos seria um alarido medonho de uma disputa intermindvel e uma confusdo politica sangrenta, cujos hor res esto comeyando a aparecer aqui e ali, no ressurgimento de po ‘cas racistas na Europa, na cacofonia de discusses sobre a politica de identidade ¢ 0 politicamente correto nos Estados Unidos, e — para fa- Jar de minha parte do mundo — a intolerfincia do preconceito religioso « promessasilusorias de despotismo bismarckiano, a la Saddam Hus- sein e seus varios parcsiros e epigonos arabes Por isso, € extremamente revigorante e inspirador nao s6 ler 0 pr6- prio lado, por assim dizer, mas também entender de que modo um gran- 4e artista como Kipling (poucos foram mais imperialistas e reacioné- trios do que ele) apresentou a india com tamanha habilidade, e como, ‘ao fazer isso, seu romance Kim néo sé derivava de uma longa historia dda perspectiva anglo‘indiana, mas também, a sua revelia, anunciava que 4que insistia na crenca {de que a realidade indiana demandava, e até suplicava, uma tutela bri- {nica por tempo mais ou menos indeterminado. O grande arquivo cul- 2 tural, a meu ver, encontra-se ali onde estdo os tuais e estéticos no dominio ultramarino. Se fOssemos ingleses ou fran- ceses na década de 1860, veriamos ¢ sentiriamos a india e 0 norte da Africa com uma mescla de familiaridade e distanci ‘a com f@ nocdo da soberania propria deles. Em nossas narrativas, telatos de viagem ¢ exploragbes, nossa consciéncia se apresentaria co- ‘moa principal autoridade, um ponto ativo de energia capaz de dar sen- fido nao s6 as atividades colonizadoras, mas também aos povos e as beografias excticas. Acima de tudo, nossa sensapao de poder mal ima- ginaria que aqueles “‘nativos”, que pareciam subservientes ou tacitur- namente refratarios, algum dia fossem capazes de nos fazer desistir da {india ou da Argélia. Ou de dizer qualquer coisa que pudesse talvez con: ‘rariar, questionar ou perturbar o discurso vigente. Accaltura do imperialismo nao era nem ocultava seus culos ¢ interesses mundanos. Hi uma thas culturais para que enxerguemos as notasdes amitide escrupulosas feitas, e também para que vejamos que nao Ihes foi concedida mui- ta atenglo, © fato de agora serem de tal interesse, a ponto de levar & elaboragiio, por exemplo, deste e de outros livros, & consequencia me- nos de uma espécie de espirito vingativo retrospe necessidade de elos e conexdes. Uma das realizagdes do imperialismo foi aproximar o mundo, e embora nesse processo a separagiio entre eu- ropeus e nativos tenha sido insidiosa e fundamentalmente injusta, a ‘maioria de nés deveria agora considerar a experiéncia histérica do im- pério como algo partithado em comum. A tarefa, portanto, € descrevé- Ja enquanto relacionada com 0s indianos ¢ os c s 0s franceses, os ocidentais os africanos, asi ino-americanos € australianos, apesar dos horrores, do derramamento de sangue, da amargura vingativa, ‘Meu método ¢ enfocar ao méximo possivel algumas obras indi ‘randes frutos da imaginagdo criat nostré-las como parte da relaca inados pela ideologia, pela classe ou pela histéria econdmica, mas acho a indamente ligados a historia de suas sociedades, mol {dando e moldados por essa histéria e suas experigncias sociais em di Fentes graus, A cultura e suas formas estéticas derivam da experiéncia historica, 0 que é, de fato, um dos temas principais deste livro. Con- forme descobri ao escrever Orientalism, niio € possivel apreender a ex- perineia hist6rica por listas ou eatalogos, ¢ por mais que a gente se es- 23 force, sempre ficardo de fora alguns livros, ‘Tentei abordar 0 que considero import que a selegio e a esc iz. Minha esperanca € que os para aprofundar as riéncia hist6rica do imperialismo aqui esbocadas. Ao di - sar 0 que de fato constitui um processo global, por vezes tive de ser ‘genético e sucinto; mas tenho certeza de que ninguém ia querer que es- se livro fosse ainda maior! disso, existem varios impéri que ndo discuti: 0 austro- inglesa, francesa e americana é que itural especial. A Inglaterra, evidentemen- indiosa, mais impo- séculos, a Franca esteve em rivalidade direta com ela. Como as narrativas desempenham um pa- pel notavel na atividade imperial, ndo surpreende que a Franca e (so- bretudo) a Inglaterra tenham uma tradicdo ininterrupta de romances, sem paralelo no mundo, Os Estados Unidos comegaram como império no século XIX, mas foi na segunda metade do século xx, apds a desco Tonizagdo dos impérios britdnico e francés, que eles seguiram direta- mente seus dois grandes predecessores. ras razbes para enfocar esses cla adquire por meio da expansio, da administragao, dos investimentos ¢ dos compromissos efetivos. Portanto, existe algo de smatico na cultura imperial que nfo é evidente em nenhum outro Império além do britfnjco, do francés e, de maneira diferente, do ame- ricano. Quando utlizo dexpress4o “uma estrutura de atitudes e referén- é nisso que estou pensando. A segunda razo é que foi nesses tr@s paises em cujas drbitas nasci, cresci e agora vivo. Embora me sinta ‘em casa neles, continuo, como oriundo do mundo arabe e muculmano, 24 ‘ser alguém que pertence também ao outro lado. Isso me poss fem certo sentido, viver nos dois lados e tentar interme Em suma, este um livro sobre o passado e 0 presente, sobre “nds! © como todas essas coisas sto vistas pelos varios partidos, em geral opostos e separados. Seu momento, por assim dizer, 60 do perio- do apés a Guerra Fria, quando os Estados Unidos emergiram como a tados Unidos durante essa época im- itou, ino que aspirou ao dominio mundial disse, e infeliz- ‘mente fez, muitas dessas mesmas coisas. Ha sempre 0 apelo ao poder a0 interesse nacional quando se conduzem os assuntos de povos ini riores; hé o mesmo zelo destrutivo quando as coisas ficam meio das, ou quando os nativos se revoltam ¢ repudiam um dirigente subser- viente e impopular, que fora introduzido e mantido no poder pela ppoténcia imperial; hd a declaracdo horrivelmente previsivel de que “nds” ai femos 0 erro das la repetigao do mesmo erro, como provam as guerras do Vietnam e do Golfo. Pior ain- ta do que € feito no estrangeiro em nome Minha esperanga (talvez ilu que uma historia da aventura apresentada em termos culturais, possa servi a alguma nalidade ilustrativa e até dissuas6ria. No entanto, se 0 imperialismo avancou implacavelmente nos séculos XIX e XX, 0 mesmo se deu com a resisténcia a ele. Assim, metodologicamente forcas em conjunto. Isso de forma alguma colonizados: 25 nem deterministas. Ademais, a cultura tampouco é monolitica, e nfo constitui monopélio exclusivo seja do Oriente ou do Ocidente, de pe- quenos grupos de homens ou mulheres. Contudo, a histéria é sombria ¢ amitide desalentadora, O que a ua hoje em dia, aqui eali, €o surgimento de uma nova consciéneia lectual e politica. Essa é a segunda preocupacao presente na elabo- ragdo deste livro. Por mais que se lamente que o velho curso de estudos lhumanisticos tenha sido objeto de pressdes politizadas, sob a mira da chamada cultura da reclamagao, de todos os tipos de reivindicagdes egre- siamente retumbantes a favor dos valores “‘ocidentais”, “feministas””, “afrocéntricos” ou “islamocéntricos", as coisas hoje ndo se reduzem ‘apenas a isso. Tome-se como exemplo a extraordinér 10s estudos do Oriente Médio, os quais, quando escrevi ainda eram dominados por um espirito agressivamente masculino e con- descendente. Para citar apenas obras publicadas nos iltimos trés ou qua- ‘tro anos — Veiled sentiments [Sentimentos velados], de Lila Abu- Lughod; Women and gender in Islam [Mulheres sexo no islamismo] de Leila Ahmed; Woman's body, woman’s world (Corpo de mulher, mundo de mulher), de Fedwa Malti-Douglas‘ —, idéias muito diferen- tes sobre o islamismo, os érabes e 0 Oriente Médio vém questionando, ce solapando em um grau consideravel, 0 velho despotismo. Tais obras sfo feministas, mas ndo exclusivistas; mostram a diversidade ¢ com- plexidade da experincia que opera sob os discursos totalizantes do orien- politicos, afinados com o melhor rigor teGrico e histérico, comprome- tidos mas no demagégicos, sensiveis mas ndo piegas em relagdo & experiéncia feminina; por fim, embora escritos por estudiosas com di ferentes formagdes, s20 textos que dialogam e contribuem para a situa 40 politica das mulheres no Oriente Médio. Ao lado de The rhetoric of English India [A retsrica da India in- lesa), de Sara Suleri, Critical terrains [Terrenos criticos), de Lisa Lo- ‘We,! esse tipo de estudo revisionista tem modificado, se & que ndo rom- peu por completo, a geografia do Oriente Médio e da India como dominios homogéneos, entendidos de maneira reducionista, Acabaram- se as oposigdes bindrias caras as atividades nacionalistas e imperialis- tas. Em vez disso, com ser simplesmente substituida por uma nova autoridade, mas que esto surgindo novos alinhamentos independentemente de fronteiras, tipos, nagGes e esséncias, e que so esses novos alinhamentos que agora pro- 26 vocam e contestam a nog&o fundamentalmente estitica de identidade que constituiu o nilcleo do pensamento cultural na e mo. Durante todo 0 contato entre os europeus e seus do sistematicamente quinhentos anos atrds, a Unica idéia que quase nao variou foi a de que existe um “nds” e um “eles", cada qual muito bem detinido, claro, intocavelmente auto-evidente. Como discuto em Orien- falism, a divisio remonta a concepeao grega sobre os bérbaros, mas, independentemente de quem tena criado esse tipo de pensamento “den titdrio’, no século xix ele havia se tornado a marca registrada das cul turas imperialistas, e também daquelas que tentavam resistir & penetra- fo européia, Somos ainda os herdeiras desse estilo segundo o qual o individuo € definido pela nacdo, a qual, por sua vez, extrai sua autoridade de uma {radicdo supostamente continua. Nos Estados Unidos, essa preocupa- 640 com a identidade cultural res na disputa sobre ros e autoridades que consti tradigdo, De modo tar dizer que este ou aquele livro ¢ (ou ndo 6) parte de “‘nos- ” tradigdo constitui um dos exercicios mais debilitantes que se pos- menor paciéncia com a posi¢do de que fapenas ou principalmente com o que & “nosso”, da mesma forma co- ‘mo no posso compactuar com posigdes que exigem que os drabes leiam livros arabes, usem métodos arabes, ¢ coisas do género. Como costu- mava dizer C, L. R. James, Beethoven pertence tanto aos caribenhos ‘quanto aos alemaes, na medida em que sua miisica agora faz parte da hheranca humana. No entanto, a preacupacdo ideoldgica com a identidade estd com- preensivelmente entrelagada com os interesses e programas de virios _2rupos — nem todos de minorias oprimidas — que desejam estabelecer prioridades que reflitam taisinteresses. Como boa parte deste livro Ia do que ¢ como ler a historia recente, aqui resumirei muito rapida- ‘mente minhas idéias, Antes que possamos concordar quanto aos ele- ‘mentos que compdem a identidade americana, temos de admitir que, ‘enquanto sociedade de colonos imigrantes que se impOs sobre as ruinas de uma consideraivel presenca aut6ctone, a identidade americana € va- riada demais para chegar a constituir algo unitario e homogeneo; na vverdade, a luta que se trava em seu interior envolve defensores de uma Identidade unitéria e os que véem 0 conjunto como uma to plexa, mas nio redutoramente unificada. Essa oposigio sup 27 pectivas difer jografias diversas, uma linear e domi- ira contrapontual e muitas vezes ndmade, Minha tese & que apenas a segunda perspectiva tem plena sens le & realidade da experiéncia historica. Em parte devido ao impe- smo, todas as culturas esto mutuamente imbricadas; pura e tinica, todas sao hibridas, heterogéneas, extremamente ciadas, sem qualquer monolitismo. Isso, a meu ver, vale tanto para os Estados Unidos contempordneos quanto para o mundo drabe moderno, ‘onde se apregoam respectivamente tanto os perigos do ‘‘nfio-america- laga com grande freqién- ‘que criancas e adolescentes aaprendem a venerar e celebrar a exclusividade de suas tradigdes (em ge- ‘al invejosamente, em detrimento das demai it ‘case irracionais de educagio e reflexio que se. um corretor, uma alternativa paciente, uma pos explorat , eu me vali do espaco utdpico ainda pro- porcionado pela universidade, que, a meu ver, deve permanecer como ‘um local em que se investigam, se discutem e se refletem essas ques iis. Tornar-se um local para a imposigdo ou iar a funcao da univ 1um_anexo de qualquer partido politico que esteja no pod: Nao gostaria que me entendessem mal. Apesar de sua ext nia diversidade cultural, os Estados Unidos sio, e certamente conti aro a ser, uma nagdo coesa. O mesmo vale para outros paises de lingua inglesa (Inglaterra, Nova Zelndia, Austrdlia, Canadé) e mes- ‘moa Franea, que agora possui um grande niimero de imigrantes. Grande parte do divisionismo polémico e do debate polarizado, que para Ar- thur Schlesinger, em The disuniting of America [A desunio dos Esta- ingem danosamente 0 estudo da histéria, realmente exis De modo geral, ‘o fato de que u uma sociedade ¢ uma historiogréfico). Em outras pala- sobre o mt ete uma “libanizacdo”, e se esses debates apontam ‘um caminho para transformagdes politicas e mudangas na forma como 28 agora estavam lutando por ais do grupo principal nao idade ou generosidade suficiente para admitir novos grupos, entao elas precisavam mudar, © que é muito melhor do que repudiar os novos grupos. ido a assinalar é que esta obra é 0 do. Por razées objetivas sobre as quais nao tive cont rabe com educagiio ocidental. Desde minhas mais remotas lembran- ‘5, sentia que pertencia aos dois mundos, sem ser ou de o drabea que eu est devido a guerra (e que os entendamos com mais fa , Nova York, onde escrevi inteiramente este livro, € sob m 1 cidade do exilio por exceléncia; ela também encerra dentro ia cidade colonial descrita por Fanon. Ta ‘ver tudo isso tenha estimulado os interesses ¢ interpretagdes aqui pro- ppostos, mas essas circunsténcias certamente me permitiram sentir co- mo se pertencesse a mais de uma histéria ea mais de um grupo. Agora, ‘condigdo como uma ea 2 uma nica ivro foi apresentada primeiramente em varias seri sidades do Reino Unido, Estados Uni ‘oportunidades aos docentes ¢ alunos das universidades de Kent, Cor nell, Western Ontario, Toront Chicago. Também apresentei ve deste livro, como palestras na Escol 2» rersidade Oxford (como George Antonius Lecture em St. Antony's College), na Universidade de Minnesota, no King’s College da Univer- sidade Cambridge, no Davis Center da Universidade Princeton, no Birk- beck College da Universidade de Londres, e na Universidade de Porto Rico. Meus calorosos e sinceros agradecimentos a Declan Kiberd, Sea- ‘mus Deane, Derek Hopwood, Peter Nesselroth, Tony Tanner, Natalie Davies e Gayan Prakas, A. Walton Litz, Peter Hulme, Deirdre David, Ken Bates, Tessa Blackstone, Bernard Sharrett, Lyn Innis, Peter Mul ford, Gervasio Luis Garcia e Maria de los Angeles Castro, pelo convite © a hospedagem, Em 1989, senti-me honrado com o convite para inau- sa ocasid, falei sobre Camus, e gracas a Joy Williams, foi uma experiéncia memordvel. Nem preciso dizer que imuitas partes deste livro esto embebidas das idéias e do exemplo hu: mano e moral de Raymond Williams, bom amigo e grande critic. 5 associagdes intelectuais, po- jease culturais durante a elaboracdo deste livro. Entre elas esto ami- ‘80S pessoais intimos, que também so editores de revistas onde algt ‘mas destas pginas foram publicadas anteriormente: Tom Mitchell (de Critical Inquiry), Richard Poirier (de Raritan Review), Ben Sonnenberg (de Grand Street), A. Sivanandan (de Race and Class), Joanne Wype- jewski (de The Nation) e Karl Miller (de The London Review of Books). ‘Agradeso também aos editores do The Guardian (Londres) ¢ a Pai Keegan, da Penguin, sob cujos auspicios exprimi pela primeira vez al sgumas das idéias do livro. Contei também com a indulgéncia, a hospita lidade e as crticas de outros amigos: Donald Mitchell, Ibrahim Abu- Lughod, Masao Miyoshi, Jean Franco, Marianne McDonald, Anwar Abdel-Malek, Eqbal Ahmad, Jonathan Culler, Gayatri Spivak, Homi Bhabha, Benita Parry ¢ Barbara Harlow. Agrada-me espe conhecer o brilho e a perspicacia de varios alunos meus na Universida- de Columbia, aos quais qualquer professor se sentiria agradecido, Es- ses jovens estudiosos crticos me concederam o beneficio pleno de seus interessantes trabalhos, agora publicados e bastante conhecidos: Anne McClintock, Rob Nixon, Suvendi Perera, Gauri Viswanathan e Tim Brennan, ‘Ao preparar o manuscrito, contei com o auxflio muito competen- te, sob varias formas, de Yumna Siddiqi, Aamir Mufti, Susan Lhota, David Beams, Paola di Robilant, Deborah Poole, Ana Dopi paciéncia admirdveis. Em diferentes fases de prepa- |, Frances Coady e Carmen Callil foram boas amigas itoras do que eu tentava apresentar. Devo também regis- neus profundos agradecimentos ¢ minha admiracdo quase estupe- fata por Elisabeth Sifton: amiga de muitos anos, magnifica editora, tica severa e sempre simpatica. George Andreou foi de ajuda infalive resolvendo os problemas durante o processo de publicago. A Mariam, ‘Wadie e Najla Said, que compartilharam com o autor deste livro cir- cias muitas vezes dific agratiddo sincera pelo amor € apoio constante. Nova York de 1992

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