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Plasticidade Cerebral
Plasticidade Cerebral
PLASTICIDADE CEREBRAL
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NOSSA HISTÓRIA
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade,
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de pu-
blicações e/ou outras normas de comunicação.
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
1. PLASTICIDADE CEREBRAL.......................................................... 4
1.1 Neurogênese................................................................................. 9
4. REFERÊNCIAS ............................................................................ 30
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1. PLASTICIDADE CEREBRAL
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intensa nos primeiros anos de vida e persiste por toda a vida, diminuindo ao
longo do tempo.
Para além das lesões, o cérebro é capaz de se reorganizar também como
resultado da experiência. Um cérebro saudável se transforma de acordo com o
tipo de experiência a que é exposto e com o uso. As interações com o ambiente
fazem com que sinapses se estabeleçam e se mantenham ou, então, que
enfraqueçam ou sejam bloqueadas.
Como em um círculo vicioso, um organismo sedentário,que não pratica
atividades físicas regulares, tem dificuldades em começar e manter exercícios
físicos e afastar-se gradualmente de uma condição saudável. Um cérebro pode
ser sedentário também. Uma mente que não é desafiada e não tem novas
aprendizagens tende apenas a repetir os circulos de sinapses que já existem –
e mesmo estes, se não forem utilizados, tendem a perder força. Alguém que
costuma conhecer novos lugares e pessoas, assistir a filmes, séries e programas
novos e mais complexos e ler livros que vão além do usual está seguramente
exercitando seu cérebro. Por outro lado, quem não lê, não estuda, não viaja e se
limita a assistir sempre a mesma coisa na televisão está sendo cognitivamente
sedentário e deixando de aproveitar o potencial cerebral da plasticidade.
Porém, o aumento do conhecimento sobre o cérebro mostrou que este é
muito mais maleável do que até então se imaginava, modificando-se sob o efeito
da experiência, das percepções, das ações e dos comportamentos.
Deste modo, podemos referir que a relação que o ser humano estabelece
com o meio produz grandes modificações no seu cérebro, permitindo uma
constante adaptação e aprendizagem ao longo de toda a vida. Assim, o processo
da plasticidade cerebral torna o ser humano mais eficaz.
A plasticidade cerebral explica o fato de certas regiões do cérebro
poderem substituir as funções afetadas por lesões cerebrais. Como tal, uma
função perdida devido a uma lesão cerebral pode ser recuperada por uma área
vizinha da zona lesionada. Contudo, a recuperação de certas funções depende
de alguns fatores, como a idade do indivíduo, a área da lesão, o tempo de
exposição aos danos, a natureza da lesão, a quantidade de tecidos afetados, os
mecanismos de reorganização cerebral envolvidos, assim como, outros fatores
ambientais e psicossociais.
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Porém, a plasticidade cerebral não é apenas relevante em caso de lesões
cerebrais, uma vez que ela está continuamente ativa, modificando o cérebro a
cada momento. Os mecanismos através dos quais ocorrem os fenômenos de
plasticidade cerebral podem incluir modificações neuroquímicas, sinápticas, do
receptor neuronal, da membrana e ainda modificações de outras estruturas
neuronais.
A plasticidade cerebral indica o fato de certas regiões do cérebro
substituírem as funções afetadas por lesões cerebrais.
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Nesse viés, essa “Plasticidade” geral, enquanto capacidade adaptativa
que contempla contingências filogenéticas e ontogenéticas, pode estar atrelada
especificamente ao cérebro, ao sistema nervoso, aos neurônios ou às sinapses,
o que nos permite a interpretação/ sistematização descrita a seguir:
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▶Plasticidade neuronal: referente aos neurônios. Como os neurônios não
se dividem, sua destruição representa uma perda permanente, contudo, seus
prolongamentos “dentro de certos limites podem se regenerar” (ODA;
SANT’ANA; CARVALHO, 2002, p. 172; com base em GARTNER; HIATT, 1999;
e JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999). A plasticidade neuronal é máxima durante o
desenvolvimento, mas está retida em parte no SNC adulto, manifestando-se
como uma resposta a alterações de níveis hormonais, aprendizado de novas
habilidades, resposta a alterações do meio e lesões (ROSENZWEIG, 1996).
Entre os tipos e modificações que caracterizam a plasticidade neuronal
distinguem-se:
►modificações que permitem manter as características dos
elementos funcionais do sistema nervoso perante agressões, sejam físicas,
químicas ou metabólicas;
▶variações observadas no curso da diferenciação e
amadurecimento do sistema nervoso; e
►mudanças no curso do processamento de informações e
conduta adaptativa, que incluem distintos tipos de aprendizagem e
armazenamento de informações.
▶Plasticidade sináptica: referente às sinapses (entre os
neurotransmissores).
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Por outro lado, as delimitações mais específicas do conceito apontam para
divergências do objeto em questão: a “plasticidade cerebral” refere-se ao SNC,
a “plasticidade neural” refere-se ao SN, a “plasticidade neuronal” refere-se aos
neurônios e a “plasticidade sináptica” refere-se às sinapses, com base na
literatura da área (ODA, SANT’ANA; CARVALHO, 2002).
1.1 Neurogênese
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1.2 Sinaptogênese
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1.3 Reorganização cerebral
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Neurônios são formados e formam novas sinapses entre si, o que garante
a aprendizagem, mas ela não necessariamente se mantém a mesma. Redes
sinapticas são formadas e consolidadas, mas também podem se enfraquecer e
se reestruturar, permitindo que uma nova aprendizagem ocorra. Essa
reorganização cerebral é facilmente observada nas situações que envolvem o
mapeamento cortical dos sentidos.
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apresenta o transtorno precisa lidar com um volume de processamento de
informações maior do que alguém com desenvolvimento neurotipico.
2. BASES DA NEUROPLASTICIDADE
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Entre os tipos e modificações que caracterizam a plasticidade neuronal
distinguem-se: (1) modificações que permitem manter as características
dos elementos funcionais do sistema nervoso perante agressões, sejam
físicas, químicas ou metabólicas; (2) variações observadas no curso da
diferenciação e amadurecimento do sistema nervoso; e (3) mudanças
no curso do processamento de informações e conduta adaptativa, que
incluem distintos tipos de aprendizagem e armazenamento de
informações. E morfologicamente evidencia-se: (1) crescimento de
novas terminações; (2) crescimento de botões sinápticos; (3)
crescimento de espinhas dendri ticas; (4) crescimento de áreas
sinápticas funcionais, e (5) estreitamento da fenda sináptica, (Oda, Sant
‘Ana; Carvalho, 2002, p. 173).
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O cérebro é sui generis, pois suas características não são idênticas entre
os seres, além de não parar de trabalhar e criar. Essa característica
individualizadora é possível em virtude e fatores ambientais, neurobiológicos e
hereditários.
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Há maior capacidade de plasticidade no cérebro nos primeiros anos de
vida e na adolescência. Após essas fases, há uma diminuição gradativa da
plasticidade, mas existem maneiras para manter o órgão otimizado. Quando as
potencialidades cerebrais são desenvolvidas e motivadas, cria-se a reserva
cognitiva. Ou seja nas idades mais avançadas, o cérebro possui maior limitação
de recuperar e processar informações.
A área educacional tem grande importância no desenvolvimento das
potencialidades cerebrais. O educador, com suas atividades de ensino, estimula
o desenvolvimento de habilidades como pensar, compor, reforçar, criar e
debater. Embora existam educandos que apresentam dificuldades, mediante
estímulos apropriados, é possível ao cérebro reestruturar suas funções
cerebrais.
O cérebro necessita de atividade para se desenvolver e não perder ou
esquecer o que já foi construído. A cada aprendizagem, novos ciclos neurais são
ativados, novas sinapses são construídas. Aumentam-se as funções do
neurônio, que não correrá mais o risco de desaparecer por causa da apoptose.
As etapas da apoptose são:
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dos mecanismos de obtenção dos ajustes necessários para responder às
exigências funcionais” (Aguiar-Rebolledo, 1998, p.465).
Mesmo diante da diminuição da plasticidade com o avançar da idade, é
possível revigorar o cérebro aplicando-se os dez fundamentos da
neuroplasticidade. Logo, é impossível que o cérebro não aprenda. Podem
ocorrer bloqueios em certo momento, mas se adotados os direcionamentos cor
retos, desenvolvem-se as potencialidades outrora engessadas.
Os dez fundamentos da neuroplasticidade foram estabelecidos por
Michael Merzenich no livro Soft-Wired: How the New Science of Brain Plasticity
can Change Your Life, no qual são abordados os princípios para a remodelação
do cérebro:
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7- A memória orienta e controla boa parte do processo de aprendizado. À
medida que aprende uma habilidade, o cérebro registra e lembra das boas
tentativas, esquecendo-se das ruins.
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aprendizagem e necessitam de uma educação especial, voltada para atender
suas necessidades.
As emoções e as experiências educacionais também são fatores que
interferem no neurodesenvolvimento das crianças, principalmente daquelas que
vivem em contextos emocionais tensos e inseguros. Por exemplo, crianças
expostas à violência doméstica tendem a ter dificuldades de aprendizagem e são
fortes candidatas a abandonar a escola.
Síntese
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● O hemisfério direito se encarrega das percepções sensoriais e das
funções motoras do lado esquerdo do corpo, inclusive a imaginação e a
criatividade.
● O hemisfério esquerdo trabalha nas percepções sensoriais e nas
funções motoras do lado direito do corpo.
● O córtex cerebral desempenha importante função em relação à área
neurocognitiva quando especifficamente trabalha a linguagem, a atenção ou a
memória.
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e cérebro. O aperfeiçoamento do cérebro permitiu que o ouvido esquerdo e o
hemisfério esquerdo proferissem a expressão abstrata do pensamento de forma
continuada.
Movimentos básicos como amassar, partir, cortar, separar e ligar,
efetuados em sequência, levaram à produção de instrumentos e à pronúncia de
sons. Consequentemente, o exercício de movimentos direcionados à construção
de algo cognitivamente localiza-se nas áreas frontais, sendo colocado em prática
pelos sistemas motores descendentes. A combinação perfeita entre os
processos psíquicos e motores evidencia a superioridade neurológica do
homem.
O que é?
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Na construção do saber, ou cognição, o cérebro, como órgão cognitivo,
adquire e acumula informações, podendo trabalhá-las automaticamente nos
tempos passado, presente e futuro. Afinal, "reflete a descontinuidade e a
articulação de sistemas estruturados distintos: um sistema complexo baseado
na modularidade, e não um sistema de resolucão de problemas baseados na
globalidade. A cognição é certamente uma construção arquitetônica uniforme”
(Fonseca, 2015,p.35).
Para Alexander Romanovitch Luria (1902-1977), considerado o
idealizador da neuropsicologia moderna, desenvolvedor da teoria do sistema
funcional, cada compartimento do cérebro é especializado; no entanto, esses
compartimentos trabalham de modo complexo, dinâmico e integrado, abarcando
todo o sistema nervoso.
A funcionalidade cerebral é um conjunto e não uma área particular; ela é
completa e não causa prejuízos para se limitar à atuação complexa cerebral.
Luria entende que a localização das áreas cerebrais informa se essas áreas
estão em atividade conjunta na estruturação mental complexa.
Luria pressupõe que o cérebro apresenta pluripotencialidade, pois todas
as partes do órgão podem participar de inúmeros sistemas funcionais ao mesmo
tempo. Assim, o autor propõe a existência de sistemas funcionais alternativos;
em acréscimo, qualquer funcionalidade, como aprender, pode ser elaborada por
vários desses sistemas, caracterizando o órgão de ilimitada plasticidade. "O
cérebro debaixo de condições envolvimentais normais é um orgão plástico, e é
nessas condições que o processo de aprendizagem decorre" (Fonseca, 2015, p.
41).
O cérebro desenvolve suas funções quer sejam nas praxias, quer sejam
na linguagem. Essas são competências de aprendizagem que trabalham em
cooperação com as zonas corticais e subcorticais. Se huver disfunção ou
destruição dessas zonas, haverá perda das subfunções, mesmo que as funções
não tenham danos totais na funcionalidade.
Segundo Luria, o cérebro é subdividido em três unidades básicas.
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2.1.1 Primeira unidade funcional
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As funções dessa unidade são a visão, a percepção tátil-cinestésica, a
audição, a orientação espacial e a linguagem receptiva. Nessa unidade, ocorre
a sensação e a percepção proporcionada pelos sentidos, e é de sua incumbência
a recepção e a análise de informações encaminhadas aos órgãos sensoriais,
nos quais são interpretados e os quais recebem significados. É nessa unidade
funcional que se desenvolvem as aprendizagens precoces, da pré-escola e da
fase escolar, pois a memória faz parte dessa unidade.
As lesões nessa unidade provocam disfunções no processo sequencial
da análise, ocasionando desordens no reconhecimento de informações. “ O
termo codificação refere-se à análise, ao armazenamento e à recuperação da
informação envolvendo a significação e a relação com base de dados já
integrada no cérebro. A informação é codificada de duas formas: simultânea e
sucessiva (sequencial)” (Fonseca, 2015, p.52).
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sinaptogênese, estabelecimento de circuitos interneurais e eventos bioquimicos.
Levando em consideração o desenvolvimento neuropsicológico, identificamos
cinco etapas:
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A inter-relação do conhecimento com a cultura torna possível, por meio
das informações agregadas na memória da pessoa e dos pocesos executados,
verificar as competências cognitivas utilizadas em culturas diferentes.
Síntese
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● O cérebro tem a possibilidade de modificar suas características
anatômicas e funcionais em consequência das influências do meio sobre o
sistema nervoso. Tudo se dá pela cognição, que é influenciada pelas
experiências culturais e o meio; por isso, é importante analisar os fatores
emocionais, a motivação, a atenção e a plasticidade para superar as dificuldades
de aprendizagem.
● As principais dificuldades de aprendizagem dos alunos estão
relacionadas a : dislexia, disgrafia, displasia, disglosia, dificuldades em
matemática e comportamento (hiperatividade, impulsividade,desatenção etc).
● A plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro de se adaptar. O
cérebro muda sua organização estrutural e funcional de acordo com as
experiêncis promovidas no ambiente, criando novas coexões entre os neurônios.
3. NEUROPLASTICIDADE E CIRCUITO
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cérebro. O BDNF, em particular, parece ser necessário para o melhoramento na
aprendizagem e na neurogênese produzida no hipocampo destes animais.
Todos estes efeitos correlacionam-se com uma melhoria no desempenho dos
animais envelhecidos em diferentes tarefas de aprendizagem.
Assim, a ideia de que o cérebro envelhecido é altamente receptivo a
desafios é altamente pertinente. Torna-se, portanto, evidente que o sucesso de
um cérebro envelhecido é possível se as pessoas mantiverem certos hábitos
saudáveis ao longo da vida.
Estes hábitos incluem: o número de calorias ingeridas, composição e
qualidade da dieta, exercício físico e mental, não fumar, ter uma vida social ativa,
usar efetivamente inovações tecnológicas para a comunicação social, manter
uma vida emocional ativa, e controlar o stress ao longo da vida.
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4. REFERÊNCIAS
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