Você está na página 1de 11
alab Associa de Linguitin Apc do ral - Proceso ltvo ‘Bénin 2011-2013 ‘Manor da Dison Beta Presidente (Cricine Squeie Nias Vice Presidente ber Agri don Secreta ls dort Rocha Tawi Regia Caria ‘rence Caton Pb (IF jo Rc re cage elena de pies 2 oso egos de ene igo SUMARIO Preficio. oo Vion j Lea Apresentaio Politica lingustica: do que € qu se ata, aia? Kenai Rajagopalan [Newigatng anguage polis: a story of exial pax Suresh Canagnajah Caminbos pata a LA: pole ingots, polite lobalizgio Roxane Rojo ‘Observatisio de politica inguistens ao Bras: metas par Linguistics Aplicada nn Pedro M. Garces ‘Bases part uma pote inguistica ds ings anion no Busi (leo ¥.Alteaoen eos deesstnci: poles Engine Hoge minorstcinsn0 Bra “Tereriha Machado Malet Desconeaiones enue retircay pica en a eduaciin incerculral binge indigen eh ltinoameria Use nue Lape FEnrino do espanol no Bas: na complesa) queso de poe linguist, Nolin Carlos Lagares A auséaca de poten par ensino da lings ingles aos 0s incis de eseoarzagi no Bras “Tein Gimenes 7” 199 IE, Ago D, Un hie sare afd ps em ee Ani tw Ana SBF Race 950,08. SCIIMEIDER rane comp ingroup com os ules de peers oma ns amore ‘io roe a Tee (ara Exe Gu ngage) ete fe teeta Fea Rio Gade SoS are ti 3008 Sect de Edengs Fundamental Paris Contes Rio ‘ai MECSEE 19% Dupes = Nepean cos Peypioncom concatenated eprom ae ‘eum lone Doha Aueaemsetenes Siena ‘Araoenssu0an2 EAFERT ian Liar reat diigo So Bon do ‘(0 eam porereanta emai occ, Distros tnd Linge). Ca be Comes ae Uns eel Sr Cao Feo SKUTNABB-KANGAS Tove Malaga ail ty ecaon of moc se SUMMA ANAS ae CU ae ay ‘thon om shane toot Cee oe Meine ae ee 9-44 (Multilingual Matters; 40) i. reealitePRLUPSON tet. Lasagne GONE, scl (cs) Conant rant nak once reach lnbeoks of ings communion cee Bee Wine, une Soe ara ESCO Adtle Esper Gap oo Endangered Languages, Langue Wali ond nkagermen. Pais Daca sate the tol Eat Meee, UNESCO Irene Sagan of Endings Langues, 3008 Dope ‘nce ames docaeOT ION pa 6 ECOS DE RESISTENCIA: POLITICAS LINGUISTICAS E LINGUAS MINORITARIAS NO BRASIL “Teernha Mocado Maer ‘ican INTRODUCAO: (© BRASIL QUE © BRASIL DESCONHECE Alen do poreugus, st fads, hoje, em noso pais mise 222 linguas. Eu no estou aqui me refer nga fads por estan seis — estou me reerindo & existéncia de pelo menos 222 kllomas falados, como linguas matetnas, por eidadios brasieizosratos! Dessas Hnguas, elo menos 180 so linguasndigenas, cerca de 4090 lingua dle migragdo, e dunes lingua de ini: LIBRA ~ a Lingua Brsiera de Singis~ ea Lingua de Sins Kaapo Brasileira Ha que se considera além dso, as lingusaficanas presenes ainda que no como lings plenas, em comunidades qulombelas e em nichasreigesoshrasie- 08. © Brasil 6, portato, una pas maliingue (CAVALCANTI, 1999, OLIVEIRA, 2003; MAHER, 2006, dentre outs) Noentant, no imaginsto da imenss maiora de brasileirs, soma ‘um pas monolingue Rr que esse desconhecimnento? Repeie baine, ‘resposta aes pergunta dada por livia (2009, p20): Ni por cand qua combos sige cs t= dacinkesm cts coabecnenioedecohcae tosio pd vant, prt de cc U7 9 determina, {2n0, prt 0 "eenhecinent” de gue no Bel se fala 'o patugués,e o Mesonfecmentc” de que mutts ‘utes gus frum eso igualente falads © fro de spe sep chon emis ose is ‘ature 0 poragu agus do Bl ft € finda mental pra ober ensenso das mara par as ples repre ds outs liu, hoje minnie Minka intengo, neste texto, rent, por um ldo, contribu para ‘que ese “desconiecimento” acerca das linguas minortiias raileirss, asi como fez Cavalcanti em 1999, posa ser minimisado,Ineress ime, além diso, também aqui me ocupar com a descrigio de algunas iniciativas que vém tetando revert, nos dios tempos, o quad se invisillidadee subaltemidace em que se encentram ess guns? DE BABEL A REVOLLICAO FRANCESA: A CONSTRUCAO DO MITO DO MONOUNGUISMO ‘Quando se analisaopefisocolinguistcn mundial, nos deparams ‘om ofato de que sempre exitiram muico mats Kings do que estados constituides: A ONU declara possuis, hoe, 193 Passes Miembros segundo, a UNESCO, mais de 6.000 linguas so falndas no planta, Quando comparamos essa cits, a conclusioevidente€: o multi guismo mundial ¢ um estado de normalidade, enqoatito que 0 mono linguismo € um absolut estado de excegho no mundo, O Bras eomo ime, aq est para confimara era ‘Mes, por que fara de que um pais seja, no monolinge, mas Pluriingue€ geralmente visto com surprest ox extranheza? Por que 0 monolinguismo € conskerado o “normal, 0 “esperada? — O Bras ¢ ahengoal porque os xp fer regs odo, de nee us ee ‘end. enquanto que o multiingyismo & com frjuénca,tomado ‘como uma das "eausas" do subdesenvolvimento? ‘Ormco de que © monolinguismo correspond a algo desejavel, a ‘uma Denese, tem, histricamente, suas orjgens em fats que antece- 18 deramm ao "lescobrimento” do nosso pas. No Antigo Testamento (GE- [NESIS, 11, ao narra constugida Torre de Babel ~o nos geale «catigo hitdrico — j&€ possvel encontrar indcosde que aexstecia de ‘mits nguas implicaria cas, confus. Insaurada acrenga deque o pluilinguismo é contraproducente, na Revolugio Fraicesa, cla vaiser reasseverada com nemergénciado conceit de Extala-Nago. Prat esse concelto pudese ganar legitimiade, era preciso asegurt ise cada estado nacional se configurasse como uma "unidede" discret 0 (que 9 seria possivel eles apresencasse com "uniforme”. Ea preciso, Portanto,recoreer cago, 2 vendo de stmboles que reafmassen ‘esa unidadeunformidade: bandeta,hino, lngua nacional a pat da constiigso dos Escalon Nacional ie se toma necesiea a unfcagso Rogues plancjad © ‘com en a posite de una lingua ofl ou vat Gade de lingua ~ proceso que desi ab cuts ngs ‘ox varidades ea tora inlets ou ing is marginals (BEREMLUM, 2003, . 22) (@nse inh). Antes de descrever algumas das polticas que visaram apagan cobra plualiade lngustica em nosso pais, fo, agi, unm into de mado que o leitot se tnteire do que entendo por "Politica Linguistica esse percurso ego algunas consideragdes sob a propria defini Ado coacetoe dscoro sabre sua relacio com questées de identi, them como sobre su nio neutalidade, isto é, sobre sua inequivoca conexto com relages de poder: POLITICAS LINGUISTICAS, POLITICAS DE IDENTIDADE "Politica Linguistics” se referem a cbjetivoseingervenges ie visa feat de uma manera oat de cnt, oF mses oon ngs se constituem — no ue di respeito.a sas gratis, ss craig ft. it oF modes como elas io tilzadas on, ainda, tans 1a literatura especaizada, hi os que fazem distingio ene, por umn lindo, *Poiticas Lingustias” (Language Policies), ententa como um eonjunto de metas, de objetivos (governamentais ou loa) referentes ‘Pema eae dgeane e ‘Satin aes on ota tang A lingua) existente(6) em um dado context especficne porte, “Planejamento Lingustico” (Language Planning), que dria respeito aos smodos de operacionalizag, de implementacio de um dada politica, linguistic. Eimporant exclaecer que, do meu pont de visa, essdis- ‘inglo no procede, Ni procede porque, como é afirme’anteriormente (MAHER, 2008 e 20103), a determinagéo de anos pata molficar «struturase/o uss linguiticas no pode se constr apenas em mrss arts de ntenso, mas tem que, necessariamente, também contempt, ino seuboj modas facrivescepromover as mudangas desejadas. Ar _gumentar dfeentemence éabie portas para dicursoedemagdgicos, nos ‘ua metas (s6ioingusticas ideallzadas podem ser propagadas, sem _que qualquer compromisso com a sua efetivacio se frmado, * Assim ‘como McCarty (2011, p. 7-8), entendo que poltiase planejmentos Tngaiscos no davem sor vsts como procestosinsepanives,iuesio processs socioculrurais mutuamente constitutive, interdependentes que co-ocorrem”, Logo, neste texto, o terme "Palica Linguistics? serutlizdo para refer tntoao estabelecimentode abjetves (Scio) linguisticos, quanto 0s mevios de cancretingio dos mesos. {Esabido que iris mitos rondam o campo das pitas linguistics, Um equivoeo frequente &o entendimento de que ens seria sempre cexpliciaseengendadas pelo Estado, Politics linuistcas poem tam bem ser aguitetadasecolocadas em agio laeslmente:> um escola ot uma familia, por exemple, pexlem estabelecer~e colocar em pritiea = planos para alterar uma certa situagio (xéicingustica, mesmo que {sso nem sempre sea expliitado: mutas yee, 6 & posivel depreet- er poltcas lingusticas em andamento das ages eds dzcursos dos agentes nelas envolies (Ourra crengaequivacada é que oalvoprimeir dos que elaboram | ‘ecolocam em pritia poitcas nguiscasé sempre apresentarslugdes pata “poblemaslinguisticos. Led engin Plea ingustcas ito Tarsmente rm conto objetivo principal a manipulagao, pure simples, ste umadadasituago(sieialingustica: 0 que se ale, use sempre, «6a manipulagio das identdads dos flantes de una dada lingua, seja no sentido deenaltecé-as ou de denegt-ls. Hi, portant, wna relagio profunda, esreita, visceral ence polos Ung eplticas de ident J Riecorngucenbic kame egmmote pani peti ee Sirsa aren ndlaieenegeaoanenancnacaqa tas «Boe sa nn nti ii de ni ok 120 dade. Decor da que o estabelecimento de politicaslinguistcas nfo so nunea processosneutros,apoltices ow sents de confit: hi que se considerar sempre as elagbes de tensio gue se eaucem nodiletn entre, por uma lado, 2 necessidade de promover lium de falantes dle maior prestiio de forma a sseguraro ditto ts vantages clase cecondmicas que so poe acarretare, por outro asseguraraalteridale os flantes de linus desprestigiaas. Como insite Hael (2003), a4 \ecises sobre plticaslinguistcas se inserem em relagtes de pac ¢ cde frgassimbelicas e 6 através delas podem ser interprets! POLITICAS LINGUISTICAS, POLITICAS DE SILENCLAMENTO No que segue, descreverl, reverence, algutnas das politcas voltadas para promagio de uma suposta unficagto lingulstica do Bras, discomendosobee a efeito que esas politica vera nas inguas ‘existentes em teriéro naciondl, hoje conideradae miners (© CERCO AS LINGUAS DA COLONIA A épocado descobrimento do Bras, estima-se que eistiam cerea de 1.200 linguasindigenas em terttsrio nacional (BEREMBLUM, 2003, p. 62). © nimero de linguas afrcanas, no petfodo, & mais dite de estimar, i que, segundo Petters (2006, p- 121), Postel ‘estabeleceu como poltica, antes mesmo do emu dos excravos ros navies nepreitose, dees, por acasio do estabelecintento dese contingente populacional nas diferentes capitan, “promover a mistura das diferentes etnias afrcanas para impedir a eoncentragio de aficanos de mesma oxigen’, Ess autora, no entanto, aiema ser provavel que, quando se considera orgem dos eserves negtos para tries, cerca de 200 300 erent aguas aficanasestvessem tenvolvidas no tticoescravagista” 7 Gris ra Se te iO Stn ea : ‘ie an an ae Evidentemente imensadiversdade linguistic da Colina buliaawao proetojesutico do uso do latim como lingua de catequese das populagies leas. E € por iso que surge a lingua gen, também ‘hamada de nheengot," lingua impostapelas misses catlicas como lingua franca, que passa, ent, a ser uiliada, em diferentes regices «lop no apenas por fos e negros, mas tam por misionsrios « famfas portuguesas que haviam aqui se estabeleido, Mas, se a propagago do nbeengatu interessava ao projeto de cevangelizagzo dos jesus, ela no intetessiva a0 projet liana de instauragio da lingua porayguesa como lingua nacional do Bras. E «ese € 0 motivo pelo qual, em 1758, apés a expulsio dos esutas do pals pela Coroa Portuguese, 0 Marquis de Pombaltorna ptblico 0 Dinero dos india, documento no qual se protiao ensine de lings indigemas,particularmente do nheengat, ese estaelecn o portugues oma lingua oficial do pais. Enborasejaconsenso que a politica lingufstica cle Pomel tenha «ido um pape imporantisimo no proceso de “unica lingusiea nacional, € importante deixar claro, em primeio lugar, que os seus efeitos io ecorreram de imediaca 0 proceso de heemonin da lingua portuguesa eslarece ohistoriador Bessa Fete (1983), deu-se,eetva- mente, partir de 1850, que, até encio, embrafsse o portuguesa lingua ofc do sistema colonial ess lingua se encontrava, na pti, subordinads ao nheengaru~e, em segundo, que ele no fo aceita sera resistencia, Ese mesmo autor escaree, por exemplo, cue entre 1834 € 41, durante que veioa serconbecid como a Calmagen, cerca de 40.000 falantes de nheengaty nose negro, focam asassinados, pot tarem se evoleado conten a deminagio dos colonizadotes portugucses (BESSA FREIRE, 1983, . 65), Ainda que o cerco 3s Inguns brasleias exstentes no period colonial no tenka sido em nada psefio, 0 fata € que, finale 20 cabo, ee fol bastanteeficente pens cerca de (5% do total de inguss indigenas bali, por exemplo, comscguiu sbreviver 3s contra clas, endo que ua parte sigificativa dessins hoje bastante enfraquecida, pois sho "lads por populagbeedimi tase com poucas chances de resis 20 avango da Hngu dominant (OLIVEIRA, 2008, p 20) FE é importante enfatiar que os efeitos das Sea es oct eperanosm conse m coergesideokigcas, quanlo nfo sicas, ara o abarxono das linguas indigenas brasileias podem ser sentido, st hoje, em inden relatos semelhantes a0 que segue: (Os velhos toes conta que ce ances piano tnt ovo Xacih de alarm 0 Km, Els no ucts ‘qe os indice false a sus Fnigenal porge ees ‘no entensm, Tin medo ques io anes lguma cosa conta els este coanay fal ra lingua Po iso eles Fxgaram tno ae © portuts. Se falsenr na ling ~ price religo™ apanhavam oa mein!" © CERCO AS LINGUAS DE IMIGRANTES Ans aboligo da ecravatura, em 1988, o Bras depara-se cont um problema: como assegura a exsténea da maa de obra necesstia Para alavancar a posigao preciria ocupada no mercado internacional, poca, pela prxlugioagrtcola brasileira, patcularmente no que ange | Tovoura cafeia? A solugto encontmada flo estabeecimento, pelo pat de uma politica imigratra bastante ares. E asim ques am paras por sratadosexabelecios com ses pases de rier, grandes levas de imigranes, para escapar da sitaagdo de peniia eeonmica e social emt que se encontrsvam em sus tert pnts, aenteam « Brasil em husca de Elen, din Terra Prometida.® Claro gue esses in sates para cf vieramtranendo na bagagem, suas lings mater. O plusilingust em nosso pats 6, entdo, eavivad Mas, 6 revive sOaté Geno Vargas assinar, nas déeadas de 30 ¢ 4, um conjunto de decretos-lt que probia migrants e seus descendents, ati lots de fazerem uso de suas knguas maternase manifestgies cultura, A politica linguistica de Vargas ia a0 encanto ce um Projet de Naci- ralzago, que, de forma 7 énlse bundle nacional «com hase em un governo central forte e no ws excasiv a Tnga portuguesa” (CAMPOS, 2006, p. 13). Os efeitos dessa politica foram, perverss, pos, durante o Estado Novo, {.-) ogovemo ocupouns excl omnia dea. Droprin,fecho gies de Joma etn alemio etal fo, pers, prerdese tominay pessoa snplemente po ulaem sua gues water em pico ox mes Drvadamente, densa de suas cass nena na those de error evergna que nviabizow em wane fate repro des Unga (~) Fans Hse per ‘dram sua forma esr eeu gar as exes, pasando Seu flantes 9 ucla apenas orlmente e eda ver tals ‘ha zona rua, em ambos comimetionals cada 9 ‘is resios (OLIVEIRA, 2009, p22). A descrigfo pungente de um testemunho dado por uma campo- ‘esa ca regio de Guabitube, Sanea Cataiana, encontrada cm Campoe (2006. 107) exprime bem qo violena faa vergothosa politica de ‘terdigo linguistico-culeral de Vang ne de nt ios (= cian de ad ca Como sia me Ber, ain cena em que deacon tla penetra em sua cas fra i predes e ‘quadnbes panos bora con plas de extn mal en alemdo,e que fia comport oengedo de tex sta vida Dust mela vit nos ul doe Sens snepseto, otent aga ds pes ees "ue enallecia sis Was na yg a cla ge Inplantaray nari Seo Estado brasleito po, justificadamente, ser aca pelos aos de represio explicit as liguas dos imigrantes que aq porta no final do séeulo XTX e inieio do século XX, impor fre que ele agora sdenunclado peas omissio com rela 38 Krys de ses migrants mais reentes (VIEIRA, 2010 AMADO, 201) aque me orga ahammar _Latencio para o fica de que a auséneia de wma politica inguistica de Extado consi em mesa, ua polite lngulstcn de Estado! Segundo Amado (2011), 0 neo pais assy, nn ultima década do século XX, a uma rotomada do movimento imigratio:Ievas ‘7S os inet, Ste 124 -sjgriicatvas de imigrantes su-coreans,ltino-omericano (bolivia, ppraguaiose peruanes) € afficanos (angolanos ¢ nigerianas) wenn se instalando, desde enti, em nosso pals, paticarmente na cidade de ‘io Palo. Frequentemente em sitio legal, explica a pesinra, sande parte desse contingente de tabalhadoves transplanta vive atualmente em condigées muito peecirts: of latino american, pot ‘exemplo,tém que garantir sun sobrevivéncia submetend-se a ees se semiescravidio em traballhos na intra text da capital pulses enquanto os aficanos tencam sobreviver com o patcos tutes de suas atividedes no comércio ambulante. Mais imporeante pata efeito da argumentagio que venhotentando construirnest texto, no entanto,< ‘Ama ter cuamado tengo para ofato de que esses migrates ren heyaios tm suas necesaes lingusticas totalmente negligeciadas pelo governo brasleito, 0 que os oiga a depender de algunas pours inicativas da sociedade civil para a obtengéo de algun acolhimento linguistieo, principalmene no que diz respeito& educagto linguistics de seus hos ‘© CERCO A LINGUA DE SINAIS Com Silva e Favrito (2009, p,10-L1) aprendemos que da Ant sulla essen (.) a6 fis do aio XV, ss ram, de med ‘acorn icapataoe ps eye wan ipeddor de exter seus ss ge Ta 0 erutnnto da pc, que oo be esol ‘hacemos en ston prota) vega de que tendo esto for a ong ana pel fess cd la (-) sence Slo cada pent nce di A politica lingustica que deriva do pensament acinan descrto crientou—cjem muitos esos aindacrenta -acscaadzagia deans surdos no Beal durante sfculos: es adeptos des poltca vera uso dling de sins no ambiente escola anuaenttlo ess sien Impdiia a aqui da habildade de falar a liga maces 9 pie das hipdteses, de, pelo menos, ela escrever (CAVALCANTI: bs SILVA, 2007). 86 a partir da aquisgio dessa(s) competéncias), of sutdos podetiam slcangat a condigo de alunos “normals. Claro est fue essa € mais uma politics Tinguistica que visa reforgar status da portugues como lingua da nagéo brat [Na mis dessa postura est a percepeso, equvocada, de que uma lingua de sna no seria uma ling leptin, po ela seria (.) como "uma ‘nave de waco’, ina, com algo Injen is demas ngs crn) A linge di dhs comunidades ures ern vst como a mists de pvr © gestculags conereta, near de expres once absats SILVA; FAVORITO, 209, p37). Muito emboraaliteraura esecialzada vena, bi tempos tazendo evidencias de queaLIBRAS - Lingua Beasleta de Sinai —€ uma lingua lena, to complexa quanto qualquer autre perfetamente aequada para suprit as necesdades comunictivas das pestoassurdas, 6 muito recentemente o governo rasleiro reconhece, comm n promulgago da Let 10.436/2002,oestatuto de LIBRAS como lingua das comunidades «de surdos no Brasil Muito bem winds, esse, no entanto, nia encan: {ta resonvincia no que yem sendo feito na grande mainda des esealas ‘nclusivas: nels, algun de siais aparece ocupand, se muito um lugar petifrco: aquisigio do portugues na sua modalidadeescrita ‘continua a sero objetivo primeit, © que, segundo V. Sila (2007, p. 158) conubul para eforgr a politica de exclusto dos stdos no meio sealémica| ‘A representagio do sun como sujeto sem lingua de dita no aparece apetas no apareto escolar; ess representagao esté também na base de muita polticas inguistiasfailiaes, que quase sempre leva, segundo Silva (2005), um deamtico isolantento do membro sutdo da faa, como pode ser visto no depmento que Leticia, uta jovem sua, dle a ess pesgulsadoa Ex nig ougo nad, ada. Ei io ented as conversas cls peson.-pora responder que la € reso sunt Drofral (2) Apender a fae € wt des es la GE seacemopninga bn een 126 | | | pid das pestooscuvines eu no entendo na. ‘muita dill, undo consigo ecarder net oq ami ‘ha feria conver em cas, Eu Bio lun ura es Aquerendo entender [sia de boca se mexendol se que ‘tio flaca, mas nfo entend nada (mover eo {i pe ie leur abil dts] (.), Nises ccs om me a ele 0 sabe LIBRAS. Meu pa nose aay ee 6 fila, a, fala. Minka mae tae no ‘abe LIBRAS ee preciso de muita paieniscom ea Minha me fia brava cemigo, ela goer que et ener ‘orl eeu no entero mada da el fea avs con. Ela nao mista [de BRAS], 56 gosta def LS etn ase 6 minha ind me expen algumas cous la sabe tas LIBRAS, eu ersine. Mev ino no sabe, ele 25 conversa simpes comigo. Eu gsto da LIBRAS pore feu oso conversar com meus ais ‘Un dos desafos para aimplementagio de progranasde educagio ilingue para surdos” que tem por meta defender a lingua de snals ‘como um dtet lingufstco desa parcels da popalagéo, ¢ justsmente ‘ter que lidar com o to de que grande parte dos alunos suds, porque ‘oriundos de farias de euvinces adepras coolio, chegan escola om pouco, ou nenhum conhecimento de LIBRAS (SILVA, FAVORI- TO, 2008) Mas, ainda que ess sea una difculdade a ser enfrentaa, preciso, como insite Loureiro (2007), (6) taser pro debate sina noses de vs ries nguiten qe, 9 asi a eecag Binge Prssunhrcreo met, eps comune snd ce "nino gue ecleel, recesses sito utc e combat a peice oust a plas Fegeevcas que naa print na educagio de sie ‘equ parece queer clear erent de me ‘upst as pla pada (LOUREIRO) 2007, p16), Como wimos neste item, vias foram a8 pias Kn Ihistricamente, ver, de uma forma ou de outa, te crmadicarlinguas existentes em teriécio hesleiro. Mas, come es" 18 Mrs camanan ne cg exw te ami va. St a locsmentos linguistic, isto é 0 process de subsitigio dessa linguas pela poreugus,ndo 6 um fendmeno inevtive ou ineversvel—flantes podem, ainds que esa mio seja em nada uma trea banal, ofrecer resiscéncia aimposigiessocolingusticas-,apresentorsseguig algunas cevidéncias ness sentido, POLITICA LINGUISTICAS, POLITICAS DE RESISTENCIA: AS NOVAS PAISAGENS MUILTILINGUES BRASILEIRAS 0 extudo de Pasagens Linguistiens (Linguistic Landscapes), um ‘campo de pesquisa que vem se desenvolvenda na dltima década, busca compreener de que forma linguas so, por motives funcionals ‘ou simbsliccs, disponiilzadas e representadas em lugares e espagos pablios, ja por meio da presenga de palaven isoladas com sentidos muito mareatos, de textos completo (impressos—em placa, grafites ‘oureloors,porexzimpo ~ ox dapomiveisvireualmente), de imagens (ia ‘outem movimento), de sons ete. (SHOHAMY, 2013, p. 538), Um cpio olhar no modo come a paisagem linguistic brasileira se conilgura, hoje, revelaalgumas das maneitas camo falantes ~ ou, simpatizanes ~ das linguas tonadas minovctis no ps vet se tho bilizando para torné-los visi, ajudando a mudafmoldar a ecologia lingustica em no5s0 pats. Vejamos nlgumas evidéncas dessos formas de rsisténcin.” De manelrainédita alguns municipios brasileiros conseyuitam cooficializar as suas de comunidades de imigrantes que veles fi Fhabitam” implantando, em vitis ca805, ensino obrigatio deses dona nas pritniras bs série do ensino fundamental por meio de leis municipeis. Um desses ‘munieipio foi Santa Maria de eub no Exprzo Santo, que hoje disp na placa que das boas vind cidade, or dizeres "Koomt Gaud At ‘em pomeran* Moiea Lopes (2010) explica que os novos letramentos digtais tna Web 2.0 vém se consttuindo com espagos de debate e avin politicos, nos quis as minorias basis, colocands em cheque slen- "idades negativas a ela atibuidas,constroem novasnatativas sobre ‘mesma na fnsia de se lbertarem de eerceamentos a els impostas no passado. Enotavel coma aInteret tem sco utizada pra que eas polities das povosindigenas do Brasil sjam seconhecias,ivulyadas «, fato que interess a este texto mais de pert, sas inguis seam Vi sibilzadas. Na imagem a esquerda porexempio, vos uma mensagen ta lingua aw (°NGs existimos"), ‘que, segundo informa Elia Capa, dlo Greenpeace, fo toda durante rnanifestagio do powo Awé- Ch contra a invasio de madeitetes 2 sas tetas no Maranio.® Os do ccumentétes prods pelo onze onto governamental *Viceo nas Aldea, sob responsabilidad de Vincent Carel, tem, em seu acervo, uma colegio de mais de 70 filmes, wrios dees presides por jovers cincastasindigenas ormades ess ONG, nos uals n questo indigena écolocada em evidenci «le uma nova sta. Bm 2009, i: Carell drigiu uma conjunto de videos ppara.o MEC, intitulada "Indies do Basil". Faz pace desse comjunto, hoe se dominio paleo, o video "Nossas Linguas’,Adireia, paso unapnie }] semen dese documento, que cana ‘com legendas em portuguese inglés, rho qual representantes ds povos Pancorar, Kangang, Bani, Bare « HuniKii (Kaxinawé) denuneiam a repressto istrca ~ pr parte se 9 Juncionéeios do governo, de misses religisase da populagio do en- torno ~ 8s suas inguas epi, slém de descreverer sus iniciavas ‘elcaclonas para reverteros efeitos desarepressio:! [No 6 incomum,além dso, encantratmos, hoje, programas na tclevisio, nos qui aparecem, em um canto da eel, sntéeprenes de LIBRAS ezendo tradugio simultanca do seu contenido. Também é digo de nota o mode como defensoreseflantes de LIBRAS tomaram de assalko o ciberespago. No YorTube, por exemplo, o leitor encon- trad um sem nximero de videos nos quais carapanhas so feta para defender esa lingua ow para que interautas possi nea se expressat ‘Seo leitor for até ste do Instituto Nacional de Educagio de Suedos (INES), poerd cesar videos que contam a histtia politica e cultural lo Brasil através da Mesica Popular Brasileira em lingua de sinais* «quando digitarnos“LIBRAS" no Google Image, nos deparames com uma centenas de imagens, como, por exemplo, as que reproduroabaixo:” Eoque dizer sobre as lingua afficanas em nossa paisagem Lingus tic aul? Sem sombre divi, ests fora slings mais viinea- as plas polticas de uniformizagolnguistia em boss pas. Mesto asin, vamos eneone-hs na forma de logs especas, curprinds Fangio vual em cutosreigoses como fea de expresso de cnticos, sulagGes © nomes dos inicindor, demarcaséo socal sto 6, “como lingua secret tzada em comunidades negras rua consid ‘inten ee rs ae were 130 ci. por descendentes de antigos escravos, como Cafind © Tabatings’ (PETTER, 2006, p. 117). No belisimo dacumentiio diriido por Lilian Santiago ~ set bem que adjtivages como ess 0 so prdprias so discursoacadémicos, mas encomtro outa texto para quai Jo adequadamente ~ era 2010, encontratnos evidencne de que, ainda hoje, ess linguasteimam emt no sucumby por intro. Nesse do ‘cumentétio, denominado "Es tenho & palava", Dora Fits, flancee profesora sia “Lingua do Negro da Casta" na co- ‘munidade quilombola de Tabatinga, emt Bom Despacho, Minne Gerais, dscorre sobre o seu idioma e sobre seus esorgos para continar eransmitindo-o ts novs seragbes de sua comunidade.” PProcurt trazeragui alguns pouces exemplos do modo como as linguas minoctias braileitas vém ocupando espagos na paisagem linguistiea do pats, forgando-nos a reconhecer sv existénci, Mas, & claro que a disponibalzagopblia deamestras de Kinguas on ciscus0s sole Inguas, nada nos di sobre o uso eftiva dels feito localmente (SHOHAMY, 2012, p. 239). Para que subamos como esas lnguas ‘irculam nas dfeentes comunidades, ue page elas acupam nas eeo- logis de difeences ambiente lingustcos (MUHLHAUSLER, 2009, HORNBERGER, 2002), como seusfalantes se sentem ee comportant ‘om relago a elas de que forma elas vem, ow ni, send t ‘asin ¢ preciso investirem pesquissde base etnies, un campo se invesisagio no qual linguists aplieades tem muito conte!” ALGLIMAS CONSIDERAGOES FINAIS “Teal cexto se encerr, creo bine para outs. Roque nc sera que vou saistazer mink vontade de disconet sobre aguas Jnicintvas governamentaiselow da sociedade civil que recolocam as Fnguns minortrias brasleras em um aur patama,abrindo espagos Jmportance para a sua sobrevida efortaleciment (a cragio do INDL_ = Inventirio Nacional da Divesidade Linguistica, do Projeto Obser- ‘atério da Educago na Frontera do IPOL ~ Instituto de Investiagso, f Desenvolvimento em Politica Linguistica, do FORLIBI ~ Férum. Permanente das Linguas Brasileira de Imigragio, do curso de pis sraduagio lato sensu do Instituto Nacional de Edueagio de Suds, td campus blingue do Instituto Federal de Educagio de Palhog, por ‘exemplo). Nem campoucoseré neste cexto,espetfcamente, que Vout pret me derer sobre fato de que as lingas minoricrias brasileies, om feguéncia, insistem em dizer *Presentel” também no interior da propria lingua nacional, apesay come dria Fernandes (a) da order dle despej contra eas CO diversiicado Atlas Linguistico Brasielro, que seria ainda mais Acts a 12002013, IDERENBEUN, A. Toone a Pala ft! emt, Unga nol & ‘eal topo de pla Delo Maran Auta, 203 DWESSATREIRE Daas a0 Ppt Arnie Aen “penned sng tmrindone Pts MEA. 68,198 InLOMMAERT Language Ply tt Naa Ken RICENTO. (Org) “nbd to Langage Pts thos nd med OxTo see Fishing 238-284 2005, Tui Misti da Eda. Seer de Educa; Fundamental. yer ‘Cuvier gn Exon igo Brin MECIEF, 198, ‘CAMPOS, HO Pale do ing no ra Vang: prec dlr aloe "esc no Su do Hrs Cains SP: Era da UNICAMP, 206, ‘CASTRO, YP Dos Linge Aicanas a Ports Bras, ena trina "i PAN tats Parenti e Atti Vaional 6S! ‘ev Do 2007, Dapoaivelen tape jects banca. 12 Aha Asoo am 008001. CAVALCANTE Mx soe Ecsto Bigue Eula sm Contos Mtr nei eal ELE aS Saale ae ona poe wn ee ‘eben lind ston nts eee inn Ams CAVALGANTY MC (Ons) Engi tps “ans Fates feaeyp 200300 EHNNDESS esto om Lig Pte pa Alia Sid gs Conia. Dipl em Svein po Seow gs rn S00 i pir eronioce pati ma somes In SIA fo ets Poro Ale ei 95 ttt TCE Deceit Pec ane dns pepo th ln MDs cr ier Cee Ns ewparem tr ings Crayne 8 Met aw a statins Si MGER.N Maing Lnguge Plies an he Cots of ‘Biker on bch pe ons yl 388 ‘anes nian Py i Paa COTO, 7 iGea) en ron ene ole tee ae Se Oo snc ating p30 6 LESSER, 4 Neg cd vs Nao nas, mor eat ‘elcid no Ses So UMES Set obtain inde Sas yr Srs Atos ea inne Sha iro NES nao Ceo as Erschn sarattnoRuontd Euan Sah MeCARTY kyo Comes: anne enograya uae ri ht A yg al ae Mo Remo p ton mae 1H SFr Sof a: ees de ne aa Tsetdnnem npg efor apaen, Urner sa Cong 5 Un ecm Crone Ets etn odio das gas acs sca OTA, Ke SCHEV Ey. nes ne fetes: Saat FOUN, 95159105 ov hac de Cota gi ¢ Hei me nie. Toker ini ona EY se ldeny 6 rete ice ek aac & pote nies shins Ocal nC Fomana rid pas on be {tn dete dain Pete fins inns en nH FEL Em's Caen als ‘Stns sn ane. 1 3100 MOMIALORES Bo tun igo Ls Ci {Aion Flo se Sein np sins exer mbes Aaliddo dh esp ig Sb cr Tete tigen pits, Canpinan 3.2.29 3987 ler, 2010 [MOHLIAUSLERP Langage Paoningandtnginge Ey Corse are Pl va EN 3,390. 3 COLIVEIRA,G. M.A tia raisins eo Dito Lingstins In: OLVERA, TM. (Oia) Derloraplo Universol dor Diretos Lingitcos Novas Pgpectves om Police Lingus Campin, 8 Pe Mercado de Lets, ‘ALB Mestad: POC, p. 1,203. Phang pe Bis reresso resistin inguin. Smeser Tel 4,20, p 19.26, Dagon en.“ tresnarse an te Eger ign p> Acesn em 27100000 PETTER. Me MLT Linas Aca no Bs In Caos, SA, ML, MOTA, TAS SILVA, TCV.M. (Ons). Quiet aos Ge singe do Bra ‘Sao Sectrin Ge Cite Tso do Esta de abs Coles Apo, 11a, 206, SIU LR de Represented Suedo ma Eno ¢ wa Fm: ee i) bisgdo da jens ed detec Tese (Daas ex Lingusien Alia) ~ stale de Estudos ds Lageage, Univeride Estadual de Compas, 208 SILVA, V.0 Easino Superior Bilingue. dats do Congreso INBS: 150 dae no Convio da tags Braver. Rin Sane, Walt Nasional ovengide Sone pS 161,207 SILVA.T R:FAVORITO,W. Simona Biola leramewociinguome. Cas, ‘SP: MECICEFIELIELIUNICAME, 209 'SHOHAMY, E, Linguistic Laneseape od Moliingualsm In; MARTINJONES, 'M. BLACKLEDGE, A; CREESE, A. (O13) The Rouedge Handbook af Mitigation, LonresNova Voce Route 2012, 58-51, ‘TOLLEESON IW, Coal Taryn Langogs Poy. ne RICENTO, (Ore) ‘fron vo Langue Poley~ hry a md. Ort ace bsg 258, 20, SICHIRA, IL ald del gncchan lengua socked on den province de ‘Coca, La Pe: PROF Andeie Ets, 20. “VIEIRA, MLE, Figo © Apendizazem de Potts Lng Esty: os omic blvamr So Powo xe Datonog Ungugem eke 0) tulad Edun, USP, Sto Pal, 2010 14 DESCONEXIONES ENTRE RETORICA Y PRACTICA EN LA EDUCACION INTERCULTURAL BILINGUE INDIGENA EN LATINOAMERICA: Ls Paigu Lger rivers Mayor de Sa Singin CCONSIDERACIONES SOCIOLINGUISTICAS ‘Con enue 30 50 millones de hahtante indigenas, as de 650 pcblos amerindios,y cerca de 350 idiomas diferentes hablados en 21 prfes, Latinoamérica es una delay eas irgulccayculturalmente mas diversas cel mundo, Cas una quinta parte dees idiomas atnetixiosson ‘eansnacionaleso transffonteizes. En fa mayor parte de las eas que

Você também pode gostar