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Tema 1 Gestão de Carreira No Setor Público
Tema 1 Gestão de Carreira No Setor Público
PROPÓSITO
Compreender a carreira pública e as formas de desenvolvimento na área para o domínio dos
processos e a ampliação das oportunidades de crescimento no setor.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Muito se debate sobre a gestão pública em um país com tantos desafios como o Brasil. Ao
longo dos anos, foram propostos diversos modelos de gestão na área; entre elas, a forma de
gestão de carreira no serviço público.
Dessa forma, o principal foto deste trabalho é entender a definição de carreira pública, os tipos
de vínculos públicos e a forma de desenvolvimento profissional na área. Por fim, também será
debatida a gestão de carreira em cargos de livre provimento.
Conhecer como é gerida a carreira pública pode contribuir para uma reflexão sobre o papel do
Estado na sociedade, já que uma importante parte da estrutura pública será identificada neste
conteúdo, principalmente aquela relativa à área de recursos humanos.
MÓDULO 1
DEFINIÇÃO DE CARREIRA E
ENCARREIRAMENTO
De acordo com Lucena (2013), existe uma importante diferença entre o conceito de “plano de
carreira” e o encarreiramento (plano de sucessão).
PLANO DE CARREIRA COMPREENDE O
PLANEJAMENTO DA CARREIRA DO INDIVÍDUO A
PARTIR DE UMA FORMAÇÃO PROFISSIONAL BÁSICA,
GERALMENTE IDENTIFICADA COMO “VOCAÇÃO
PROFISSIONAL”. DEFINIDO ESSE PLANO, O
PROFISSIONAL PROCURA REALIZÁ-LO POR MEIO DE
SEU TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO. [...]
PLANO DE SUCESSÃO COMPREENDE A
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE PESSOAS PARA
OCUPAREM POSIÇÕES DE MAIOR CONTEÚDO E
MAIORES RESPONSABILIDADES, DE ACORDO COM
AS LINHAS DE SUCESSÃO ESTABELECIDAS E EM
PRAZOS ESTIMADOS. AS INDICAÇÕES SÃO
FUNDAMENTADAS NO DESEMPENHO, NA
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E NO POTENCIAL
CONFRONTADOS COM AS EXIGÊNCIAS (NATUREZA
DO NEGÓCIO, OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS
EMPRESARIAIS, CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO E
AMBIENTE EXTERNO).
EXEMPLO
Formação de líderes de uma empresa na qual são identificados talentos que, em longo prazo,
podem substituir seus atuais líderes.
Foto: Shutterstock.com
ANÁLISE DE CURRÍCULO
Foto: Shutterstock.com
ENTREVISTA
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DINÂMICA
SAIBA MAIS
Alguns profissionais se dedicam a encontrar talentos e recrutá-los para sua empresa. Trata-se
dos headhunters (caça-talentos).
HEADHUNTERS
Outra forma de ser ter uma carreira privada é trabalhar como empreendedor. Nesse tipo de
carreira, você é seu patrão. Cada vez mais essa trajetória profissional vem sendo adotada, pois
o empreendedorismo é uma nova forma de se rever as relações de trabalho. Devemos reforçar
que, nesse caso, você é o responsável por definir a própria carreira.
Foto: Shutterstock
FORMAS DE INGRESSO
Ele foi definido pela Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, pela Emenda
Constitucional nº 19 da seguinte maneira:
[...] A INVESTIDURA EM CARGO OU EMPREGO
PÚBLICO DEPENDE DE APROVAÇÃO PRÉVIA EM
CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE PROVAS E
TÍTULOS, DE ACORDO COM A NATUREZA E A
COMPLEXIDADE DO CARGO OU EMPREGO, NA
FORMA PREVISTA EM LEI, RESSALVADAS AS
NOMEAÇÕES PARA CARGO EM COMISSÃO
DECLARADO EM LEI DE LIVRE NOMEAÇÃO E
EXONERAÇÃO.
BRASIL, 1998
Ou seja, o ingresso em cargo ou emprego público, via de regra, deve ocorrer mediante
concurso público – salvo no caso dos cargos em comissão.
ATENÇÃO
O concurso público tem prazo de validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual
período.
Já o artigo 5° da Lei nº 8.112, de 1990, dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos
civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
São descritos nessa lei os requisitos básicos para a investidura no cargo público:
SER BRASILEIRO.
Dessa forma, percebemos que a maioria desses requisitos é objetiva, não lhes cabendo
atributos mais subjetivos, estando eles, assim, além da dimensão teórica. Essa é uma
tendência dos últimos anos nos concursos, os quais, aliás, procuraram considerar tal aspecto.
Isso vem sendo um desafio para os responsáveis pela elaboração de processos seletivos no
serviço público.
Antes dessa mudança, percebia-se que, em diversos concursos, o processo seletivo era
composto somente por uma prova objetiva. Atualmente, vêm sendo adotadas outras etapas de
avaliação de títulos, considerando-se, com isso, alguns aspectos relacionados à vida
acadêmica e profissional do candidato.
Cabe destacar que a etapa de provas, no atual ordenamento jurídico, é obrigatória, pois ela
garante a isonomia no processo.
Carvalho Filho (2014) reforça que não é mais juridicamente possível o concurso apenas de
títulos. Ele deve estar associado à etapa de provas, pois essa forma de seleção possibilita uma
disputa em igualdade de condições.
Em contrapartida, uma prova só tem capacidade de mensurar aspectos teóricos, não sendo
possível medir outras competências importantes ao exercício do cargo público.
EXEMPLO
Conseguir criar meios para mensurar essas características mais subjetivas é um grande
desafio para a área de gestão de pessoas dos órgãos públicos.
EXEMPLO
Pedro tem 23 anos, nunca trabalhou e não tem experiência como gestor. No entanto, ele
conhece toda a matéria da prova, pois vem, há anos, estudando muitas horas por dia e sabe
todas as teorias a serem abordadas nela. Com 32 anos, Alan tem 10 anos de experiência como
administrador, sendo 5 como gestor de recursos humanos. Ele vem, há alguns meses,
estudando poucas horas por dia, já que não tem tanto tempo para se dedicar à prova.
Provavelmente, Pedro terá um melhor desempenho na prova; entretanto, Alan seria o melhor
profissional para a vaga, porque já possui experiência na área.
Obviamente, o exemplo acima é muito superficial, já que não foram consideradas nele diversas
camadas. Ainda assim, ele serve para refletirmos sobre o desafio das instituições públicas em
contratar bons profissionais.
CATEGORIAS E FUNÇÕES DO AGENTE
PÚBLICO
De acordo com a Lei nº 8.429/1992, o agente público pode ser definido como “todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
Percebe-se, com isso, que qualquer pessoa, mesmo que não seja ocupante de cargo
público, pode exercer uma função estatal.
ATENÇÃO
Ao falarmos de carreira pública, nos referimos especificamente aos servidores públicos, pois
eles ocupam um cargo público com vínculo empregatício entre eles e o Estado. Logo, podemos
concluir que só existe carreira no serviço público quando um profissional ocupa um cargo
público.
Meireles (2008) o define como “lugar instituído na organização do serviço público com
denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas”.
CONCURSO PÚBLICO
NOMEAÇÃO
DICA
Além dessas duas modalidades, ainda existe o ocupante de cargo temporário.
Cargo efetivo é aquele que pode ser exercido exclusivamente por meio de aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos. Após o ingresso no serviço público, por meio
da posse, esse profissional estará submetido a um estatuto de acordo com a esfera para a qual
presta serviço (federal, estadual ou municipal).
EXEMPLO
Vinculado a uma carreira, ele pode evoluir no seu cargo por meio de promoções e progressões.
Após três anos de exercício, esse tipo de servidor adquire a estabilidade.
Também existe o empregado público, que ocupa um emprego público provido da mesma
forma: por concurso público. Contudo, sua relação de trabalho com a Administração Pública é
regulamentada pela CLT.
EXEMPLO
Por conta disso, ele não possui estabilidade. Sua relação do trabalho, portanto, é
regulamentada da mesma forma que a da iniciativa privada.
Os servidores que ocupam um cargo comissionado não precisam de concurso público para
ingressar na Administração Pública. Seus cargos são de livre nomeação e exoneração, ou
seja, a autoridade que os nomeia pode, a qualquer momento, desligar esses servidores.
EXEMPLO
Direção;
Chefia;
Assessoramento.
ATENÇÃO
Eles não se enquadram na perspectiva de carreira, ou seja, não existe uma “escada” para
evoluir profissionalmente, o que ocorre com o servidor efetivo.
DICA
SERVIDOR TEMPORÁRIO
Esses servidores são regidos por uma legislação específica. Sua contratação deve ser
feita por meio de um processo seletivo.
EXEMPLO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Entrevista
B) Análise de currículo
C) Dinâmica de grupo
D) Concurso público
E) Sorteio
2. AGENTE PÚBLICO É TODO AQUELE QUE EXERCE ALGUMA FUNÇÃO
PÚBLICA. ESSES AGENTES PODEM TER DIVERSOS TIPOS DE
VÍNCULOS COM O SERVIÇO PÚBLICO, CADA UM DELES DANDO SUA
CONTRIBUIÇÃO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. UM BOM EXEMPLO
DISSO SÃO OS MESÁRIOS ELEITORAIS, QUE, A CADA DOIS ANOS, DE
FORMA VOLUNTÁRIA, AUXILIAM NAS ELEIÇÕES.
COM BASE NAS INFORMAÇÕES ANTERIORES, INDIQUE O TIPO DE
VÍNCULO QUE DEFINE ESSA RELAÇÃO:
A) Servidor público
B) Agente honorífico
C) Agente público
D) Agente credenciado
E) Particular
GABARITO
1. Dos tipos de processo seletivo a seguir, qual deles deve ser obrigatoriamente utilizado
na seleção de profissionais para a ocupação de cargos efetivos (também chamados de
servidores de carreira) no serviço público?
A única forma de ingresso no serviço público como servidor ocupante de cargo efetivo é por
concurso público. Essa determinação consta na Constituição Federal de 1988.
2. Agente público é todo aquele que exerce alguma função pública. Esses agentes
podem ter diversos tipos de vínculos com o serviço público, cada um deles dando sua
contribuição para a Administração Pública. Um bom exemplo disso são os mesários
eleitorais, que, a cada dois anos, de forma voluntária, auxiliam nas eleições.
Com base nas informações anteriores, indique o tipo de vínculo que define essa relação:
MÓDULO 2
No serviço público há uma garantia maior de estabilidade, uma vez que a Administração
Pública é menos suscetível a influências externas. Além disso, a “empresa” Brasil tem um
orçamento trilionário, podendo resistir por mais tempo a eventuais crises – e de forma mais
estável – que as empresas menores.
Nesse caso, como já apontamos, eles só podem ser demitidos por três hipóteses:
PAD;
ATENÇÃO
A iniciativa privada, por outro lado, está mais suscetível à influência do mercado e às eventuais
crises. Desse modo, tal dinamismo e a necessidade de se adaptar às exigências do mercado
demandam reestruturações que podem gerar desligamentos.
Por isso, muitas vezes, os processos da gestão pública tornam-se mais lentos que os da
iniciativa privada, já que prestações de contas e justificativas demandam bastante tempo do
gestor.
De acordo com Meirelles (2008), na Administração Pública, só é permitido fazer o que a lei
autoriza. Já na privada, existe o oposto: existe a possiblidade de fazer o que ela não proíbe.
Dessa forma, na pública, só é permitido fazer o que está expressamente autorizado em lei.
Assim, do ponto de vista administrativo, torna-se mais custoso inovar, pois toda decisão no
serviço público deve ter respaldo legal.
A iniciativa privada possui mais liberdade para inovar que o serviço público, pois, como
frisamos, a iniciativa privada pode fazer o que desejar – salvo nos casos em que a lei o proibir.
EXEMPLO
Analisemos o caso dos aplicativos de transporte. Até recentemente, não existia nenhuma lei
que proibia a utilização de carros particulares para transportar pessoas.
A iniciativa privada resolve criar um aplicativo para facilitar essa relação exemplificada acima.
Podemos concluir que, diante desse cenário, a rotina no ambiente privado é mais dinâmica que
a do público.
Para Motta (1985), a burocracia pode ser refletida por meio de três aspectos:
FORMALISMO
IMPESSOALIDADE
PROFISSIONALISMO
SERVIÇO PÚBLICO
Segundo Max Weber (1971), a burocracia é implementada por meio de leis e normas
administrativas que organizam os deveres e definem as hierarquias dos cargos, assim como o
grau de qualificação necessária para exercê-lo.
MAX WEBER
O que acaba acontecendo em muitas organizações, sejam elas públicas ou privadas, são as
chamadas disfunções da burocracia.
Essas disfunções constituem os excessos dos padrões e das rotinas que tornam um
processo mais complexo e extenso que o necessário.
Veremos agora alguns exemplos de disfunções da burocracia reunidos por Merton (1970):
INTERNALIZAÇÃO DAS REGRAS E APEGO AOS
REGULAMENTOS: OS NORMATIVOS SE
TRANSFORMAM EM OBJETIVOS, E NÃO EM MEIOS
PARA SE ALCANÇAR UM RESULTADO;
RESISTÊNCIA À MUDANÇAS: COMO TUDO NA
BUROCRACIA DEVE SEGUIR UMA ROTINA, ALTERAR
QUALQUER PROCEDIMENTO SE TORNA UM
TRABALHO MAIS DIFÍCIL.
INICIATIVA PRIVADA
PROGRESSÕES, PROMOÇÕES E
DESLOCAMENTOS
Agora que falamos das principais diferenças entre a esfera pública e a privada, nos
concentraremos no desenvolvimento de uma carreira no setor público.
Um servidor efetivo que prestou concurso público está no início de sua vida pública. Ao longo
do tempo, de acordo com os critérios estabelecidos pela lei que rege sua carreira, ele pode se
desenvolver profissionalmente, de forma geral, de duas formas:
Progressão
Exemplo
Exemplo
ATENÇÃO
Essas duas modalidades são definidas em lei. O servidor deve permanecer por determinado
período em cada classe/padrão a fim de estar apto para progredir para a outra.
O servidor obedecerá a uma trilha de desenvolvimento na carreira já definida por força legal, ou
seja, mesmo se apresentar uma performance superior a seus colegas de trabalho, sua
evolução na carreira terá a mesma velocidade.
Em relação a esse ponto, devemos realizar um paralelo com a iniciativa privada, na qual um
trabalhador que se destaque pode “pular” níveis e atingir rapidamente o topo da carreira.
Você presta concurso para assistente administrativo, cargo que só exige o ensino médio
completo. Se, ao longo de sua vida profissional, você se formar em Administração, não será
possível fazer a alteração de seu cargo para o de analista administrativo.
DICA
DESLOCAMENTOS
REMOÇÃO
Trata-se do deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro com
ou sem mudança de sede.
REDISTRIBUIÇÃO
É o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral
de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder (Executivo, Legislativo ou
Judiciário) após uma prévia apreciação do órgão central do Sipec.
A redistribuição é uma forma de movimentação mais rara. Nesse tipo de deslocamento, o cargo
ocupado do servidor, em tese, que é movimentado; consequentemente, o ocupante do cargo
se move ao mesmo tempo.
Interesse da Administração;
Equivalência de vencimentos;
PORTARIA DE MOVIMENTAÇÃO DE
PESSOAL
A partir de 2019, o governo federal publicou uma série de legislações para facilitar a
movimentação de empregados públicos entre os órgãos federais.
Essa portaria teve como eixo central a possibilidade de adequação dos perfis e das
necessidades dos órgãos públicos. Com isso, ela permitiu que:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Profissionalismo
B) Organização
D) Impessoalidade no atendimento
A) Progressão
B) Ascenção
C) Transferência
D) Promoção
E) Reaproveitamento
GABARITO
MÓDULO 3
Em regra, como já vimos, o ingresso no serviço público se dá por concurso. Entretanto, existe a
possibilidade de o gestor público nomear determinado profissional para ocupar um cargo
público de livre provimento.
A Constituição Federal define que os cargos em comissão são de livre ingresso e exoneração
no serviço público:
II - A INVESTIDURA EM CARGO OU EMPREGO
PÚBLICO DEPENDE DE APROVAÇÃO PRÉVIA EM
CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE PROVAS E
TÍTULOS, RESSALVADAS AS NOMEAÇÕES PARA
CARGO EM COMISSÃO DECLARADO EM LEI DE LIVRE
NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO [...]
V - AS FUNÇÕES DE CONFIANÇA, EXERCIDAS
EXCLUSIVAMENTE POR SERVIDORES OCUPANTES
DE CARGO EFETIVO, E OS CARGOS EM COMISSÃO, A
SEREM PREENCHIDOS POR SERVIDORES DE
CARREIRA NOS CASOS, CONDIÇÕES E PERCENTUAIS
MÍNIMOS PREVISTOS EM LEI, DESTINAM-SE APENAS
ÀS ATRIBUIÇÕES DE DIREÇÃO, CHEFIA E
ASSESSORAMENTO
Cargos de comissão: Os cargos em comissão, por sua vez, podem ser ocupados por
qualquer pessoa, servidor público ou não.
ATENÇÃO
Versaremos agora sobre as atividades que os servidores podem exercer na máquina pública.
Um cargo em comissão, por exemplo, é de livre nomeação e exoneração, ou seja, a
Administração Pública é livre para nomear e exonerar qualquer pessoa para ocupá-lo, seja ela
um servidor efetivo ou não.
Nos últimos anos, guiado pelo princípio da eficiência, diversas legislações se preocuparam em
criar requisitos mínimos para o ingresso em cargos em comissão. Seu objetivo era tornar as
nomeações mais profissionais e menos políticas, inclusive criando processos seletivos para
elas.
DAS OU FCPE
O FCPE é uma função gratificada exclusiva para os servidores ocupantes de cargos efetivos
que têm equivalência a um cargo comissionado.
Essa legislação teve como objetivo estimular fatores técnicos em detrimento dos políticos, ou
seja, devem ser consideradas questões profissionais na escolha de alguém para ocupar um
cargo em comissão na Administração Pública Federal. Podemos observar que, quanto maior o
nível do DAS, mais exigências existem para se ocupar o cargo.
A direção trata-se da função administrativa responsável por lidar com pessoas. A principal
função dela é colocar em prática o que foi planejado e organizado.
Depois que o planejamento for concluído, é na direção que serão geridos os recursos e as
pessoas. Ao dirigir, é necessário saber influenciar corretamente sua equipe, já que o foco é
atingir os objetivos propostos.
Uma pessoa na função de direção, portanto, deve saber liderar. Um servidor que ocupe um
cargo de direção precisa se concentrar em motivar, liderar e saber se comunicar com as
pessoas para alcançar as metas propostas no planejamento. No serviço público, a função de
direção é relacionada à alta cúpula dos órgãos.
EXEMPLO
Presidência e diretorias.
EXEMPLO
Seções e divisões.
[...] UMA ATIVIDADE-MEIO QUE VEM SENDO CADA VEZ
MAIS DIFUNDIDA NO MUNDO DO TRABALHO. ESSE
SERVIÇO É PRESTADO POR EMPRESA
ESPECIALIZADA EM ASSESSORIA, COM UMA EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL, OU POR UM ASSESSOR
INDEPENDENTE. EM AMBOS OS CASOS, É
NECESSÁRIO QUE O ASSESSOR POSSUA GRANDE
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E EXPRESSIVA
EXPERIÊNCIA NOS ASSUNTOS ENVOLVIDOS,
CONHECIMENTO TÉCNICO E HABILIDADE PARA
ORIENTAR E ESTIMULAR AS AÇÕES A SEREM
DESENVOLVIDAS.
SOUZA, 2011, p. 4
Um assessor tem, portanto, a função de staff. Isso significa que ele opera como uma
“consultoria” ao tomador de decisão, devendo aconselhar e fundamentar as possibilidades e as
justificativas para uma correta decisão administrativa.
JURÍDICA
Presta suporte no âmbito jurídico acompanhando processos relacionados à área.
IMPRENSA
É responsável pelas estratégias de comunicação adotadas ao se comunicar com a impressa,
as empresas e os cidadãos.
ADMINISTRATIVO
Auxilia no fluxo administrativo da área, monitorando e organizando os processos pertinentes a
ela.
TÉCNICA
Pode explicar determinado processo para o tomador de decisão com objetivo de auxiliar na
tomada de decisão.
EXEMPLO
Esse processo é mais rápido e flexível que o de um concurso público. Entretanto, o ocupante
de cargo em comissão não tem um plano de carreira. Dessa forma, muitas vezes, ocorre uma
rotatividade, pois não existe um desenvolvimento profissional como o de um servidor efetivo.
Veja um exemplo:
Essa equipe é formada por engenheiros que, trabalhando há muito tempo na Secretaria de
Obras municipal, estão desmotivados em seus postos de trabalho.
Se o prefeito optar por fazer um concurso, além de ter de cumprir uma série de exigências (o
que demanda tempo), poderá contratar um profissional com pouca experiência em trabalhar no
serviço público, necessitando de um período maior para se adaptar à cultura organizacional da
prefeitura.
Contudo, se resolver contratar alguém para um cargo comissionado, ele poderá entrevistar
candidatos e analisar de forma criteriosa as características necessárias (que não se restringem
aos conhecimentos técnicos e acadêmicos) para a função. Nesse sentido, tal processo é rápido
e menos burocrático.
Imagem: Shutterstock.com
Ponte em construção.
Podemos observar, assim, que a contratação de profissionais para ocupar cargos de liderança
é importante no contexto público. Afinal, o gestor deve alocar pessoas em quem confia e que
possuam uma forma de trabalhar alinhada com as suas diretrizes, pois seu objetivo é conseguir
cumprir as metas estabelecidas, fazendo a instituição atingir sua função na sociedade.
ATENÇÃO
Em geral, a Administração Pública tem de ser composta, em sua maioria, por servidores
efetivos. No entanto, o cargo comissionado tem extrema relevância nela.
EXEMPLO
Como esse cargo é de livre nomeação e exoneração, alguns gestores públicos se voltam
apenas para questões políticas e particulares, escolhendo profissionais com formação e
experiência incompatíveis com o cargo que ocupa. Tal medida é uma disfunção da
finalidade da política de cargos comissionados.
GESTÃO DE CARREIRA DE CARGOS DE
LIVRE PROVIMENTO
O doutor em Administração Leonardo Bezerra fala sobre como descrever a gestão de carreira
de cargos de livre provimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) O prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez por igual
período a critério da autoridade que preside a banca do concurso.
E) Os cargos em comissão são exercidos exclusivamente por servidores não concursados,
pois seu provimento ocorre por livre nomeação e exoneração, destinando-se às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.
E) Pode ser nomeado para ocupar um cargo em comissão ou exercer uma função de
confiança.
GABARITO
1. (TJ/GO – 2019) Ao tratar dos temas concurso público e acesso a cargos públicos, a
Constituição da República de 1988 dispõe que:
Funções de confiança devem ser exercidas apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo,
ou seja, os estatutários, conforme aponta o inciso V do artigo 37 da Constituição Federal.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos neste texto que o desenvolvimento na carreira pública tem diversas
singularidades provenientes da obrigação de seguir dispositivos específicos na nossa
legislação. As organizações públicas têm procurado melhorar cada vez mais seu desempenho
frente às demandas da sociedade.
Por conta disso, os profissionais que desejam se tornar servidores precisam compreender que
as características da função podem ser desafiadoras. Além disso, para ingressar no serviço
público com o intuito de “fazer carreira”, é necessário ser aprovado em um concurso público.
Pontuamos que também é possível haver um ingresso mediante a nomeação para ocupar um
cargo em comissão a fim de exercer atividades relacionadas à direção, à chefia e ao
assessoramento. Demonstramos que, nesse caso, não é necessário o concurso, embora o
servidor não tenha condições de desenvolver uma carreira na área.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 4.567, de 1º janeiro de 2003. Dispõe sobre o quantitativo de cargos em
comissão e funções de confiança da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional, estabelece metas e diretrizes relativas à revisão de estruturas dos ministérios,
autarquias e fundações federais, fixa os parâmetros a serem observados para a criação, por
transformação, ou transferência de cargos em comissão ou funções gratificadas, e dá outras
providências. Consultado na internet em: mar. 2021. Brasília, 2021.
BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego
ou função na Administração Pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
Consultado na internet em: mar. 2021. Brasília, 2021.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
FILHO, J. dos S. C. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. p. 20.
GOERCK, C.; VICCAR, E. M. Assessoria: processo de trabalho do serviço social. In: Revista
virtual textos & contextos. n. 3. dez. 2004. Consultado na internet em: mar. 2021. Porto Alegre,
2021.
LUCENA, M. D. da S. Planejamento de recursos humanos. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
OLIVEIRA, M. Nas miras dos headhunters: como se tornar um profissional cobiçado. São
Paulo: Campus, 2001.
EXPLORE+
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Leonardo Ferreira Bezerra
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