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PSICOLOGIA
São Paulo
2023
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
TÍTULO: A ROTINA DE UMA PROFESSORA DO ENSINO REGULAR E A
INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNO COM TEA
São Paulo
2023
RESUMO
Este trabalho acadêmico tem como foco explorar a rotina de uma professora
do ensino regular ao lidar com os desafios e a inclusão de alunos com TEA.
Inicialmente, iremos discutir as principais características e necessidades
educacionais desses alunos, tais como a habilidade sensorial, interação social, sua
comunicação, e dinâmicas do dia a dia. Para a compreensão do tema, foram
entrevistadas duas professoras do ensino regular para analisar de forma clara e
sucinta os desafios cotidianos e as possíveis formas de inclusão, além disso, foi
possível identificar falhas na educação do ensino regular frente aos alunos com TEA
e definir propostas e estratégias que abram um caminho para a inclusão dos
mesmos. Para a entrevista, foi apresentado um questionário para as professoras
que puderam falar abertamente sobre os desafios cotidianos e como as mesmas
lidam com a inclusão.
Por fim, conclui-se que diante das profundas reflexões sobre os duros
desafios enfrentados no ambiente escolar, e a importância das conquistas
alcançadas, existe ainda a necessidade de desenvolver políticas educacionais com
o objetivo de promover a inclusão e a igualdade de oportunidades de educação e
desenvolvimento para todos os alunos, independentemente de suas necessidades.
Dentre os resultados mais relevantes, nota-se o déficit precário de inclusão nas
escolas e a gritante necessidade de crianças com TEA de receberem apoio e serem
vistas em suas necessidades básicas de aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………....……..6
2 MÉTODO…………………………………………………………………….….......9
3 ANÁLISE DE DADOS……….........................................................................11
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS….......................................................................12
6 ANEXO A………………………………………………………..………………...15
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1. INTRODUÇÃO
No Brasil, grande parte das crianças com este transtorno são matriculadas
em escolas não especiais, que dispõem apenas de professores com formação em
pedagogia, que são de certa forma “forçados” a lidar com situações desafiadoras no
seu dia a dia, sendo vistos como principais fontes de saber daquelas crianças,
tomando assim uma responsabilidade muito maior do que estão preparados para ter.
Sem contar em toda inclusão que é proposta e muitas vezes exigida, sem
considerar as condições que os profissionais possuem no momento, seja de tempo e
atenção, seja de materiais. Dentro deste cenário alarmante, poderemos discorrer
sobre os grandes desafios e dificuldades que ambos enfrentam num ambiente
escolar, e sobre toda a expectativa que é depositada sobre eles, dificultando muitas
vezes o aprendizado da criança que poderia desenvolver muito mais se
acompanhada de profissionais preparados para tal desafio.
2. MÉTODO
Neste estudo, adotamos uma abordagem qualitativa de pesquisa de campo
para investigar o acompanhamento da rotina de duas professoras que trabalham
com crianças de 0 a 4 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa
de campo envolveu a realização de duas entrevistas semiestruturadas, com o
objetivo de compreender como elas lidam com essas crianças e como isso se ajusta
na rotina dentro da sala de aula, explicitando suas dificuldades e aprendizados
durante esse processo.
2.1SUJEITOS
Nossa escolha foram duas professoras da rede pública de ensino que
trabalham diariamente com crianças TEA dos mais variados graus com idades entre
0 a 4 anos, ambas voluntariamente concordaram em participar das entrevistas. A
escolha delas como tema central do trabalho baseou-se em sua disponibilidade e
disposição para contribuir com informações relevantes, levando em consideração a
sua experiência e proximidade com o tema escolhido.
Roteiro da entrevista:
6 - Houve alguma criança que marcou sua vida profissional? qual? houve alguma
situação específica?
8 - Trabalhar com essas crianças afetou sua vida pessoal de alguma maneira?
(enxergar as coisas com outros olhos, etc.)
3. ANÁLISE DE DADOS
As escolas públicas não contém qualquer tipo de suporte, apoio aos
professores, onde devem aprender a lidar com crises, ofensas, agressões sem as
vezes nem entender que a criança é atípica e precisa de um cuidado diferenciado,
uma atenção maior, aparentando ser mais trabalho porém é totalmente ao contrário,
assim que é descoberto o diagnóstico, é possível ir atrás de informações, aprender
formas de intervenções, apesar de parecer pouco, auxilia muito na profissão. Há
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
3. Parceria Escola-Família
que pesquisas futuras explorem essas questões em uma amostra mais ampla e
diversificada para obter uma compreensão mais abrangente do tópico.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Farias IM, Maranhão RVA, Cunha ACB. Interação professor-aluno com autismo no
contexto da educação inclusiva: análise do padrão de mediação do professor com
base na teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada. Rev Bras Educ Espec.
2008. Acesso em 31 out 2023
6. ANEXOS
1. TCLE assinado,
2. Transcrição da(s) entrevista(s) ou o(s) questionário(s) respondido(s).
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ENTREVISTA 1
R: Atuo na área tem um pouco mais de 10 anos, eu gosto de ensinar, gostava muito
de criança, para ser professor tem que gostar muito viu? Não é fácil, nada é fácil pra
gente.
3 - Você fez algum tipo de especialização? qual? Quanto tempo durou? (se não tiver
feito: pensa em se especializar academicamente?)
R: Não, eu falo referente a minha graduação que não teve preparo nenhum, a
faculdade não trouxe é, esse quesito, não trabalhamos isso na faculdade, não
trabalhei isso na minha pós graduação, foi algo bem sucinto, foi uma pincelada, algo
bem sucinto, mas que a unidade não trouxe isso para a nossa rotina.
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R: Sabia que não era fácil, o mais difícil de lidar, o desafio que nós mas enfrentamos
é não ter preparo né, a gente não tem preparo, nós não temos assistência, essas
crianças elas necessitam de pessoas para ficar com elas durante todo o dia, mas na
rotina do CEI nós não encontramos isso, a DREI não disponibiliza esse mediador
pra estar com essa criança, então isso é um grande desafio pra gente por que nós
temos que acoplar essa criança a nossa rotina, e muitas vezes é muito difícil. É, hoje
eu me encontro numa turma de 14 a 25 crianças, então assim, é a rotina totalmente
diferenciada para essa criança com autismo, por que ela necessita de uma atenção
maior, às especificidades dela são maiores, e por conta da gente não ter preparo
para isso, ela acaba ficando sem norte né? Fica meio sem direção e a gente
também, sem saber o que fazer.
6 - Houve alguma criança que marcou sua vida profissional? qual? houve alguma
situação específica?
R: Sim, essa é a primeira criança que eu tenho acesso assim, continuo, né? Em
outras vezes eu tive acesso, mas era de ver em outras salas. A minha criança é uma
criança que ela já trazia sinais há muito tempo, só que a mãe nunca aceitou, vamos
se dizer assim né? É uma criança que é notório que ela tem o espectro, é uma
criança que de fevereiro pra cá ela mudou muito, no começo do ano ela ainda comia
arroz, né, ela comia, ela come com as mãos, ela não utiliza nenhum tipo de talher,
ela rodopia, anda pela sala, e canta o dia todo. E de fevereiro do meio do ano pra
cá, o comportamento mudou, a doença foi se agravando, hoje ele já não consegue
ficar em ambientes com muitas pessoas, o jeito dele se comunicar é mordendo, ele
morde professoras, ele morde crianças, o campo visual dele não aguenta mais ficar
com muitas coisas no mesmo local, por exemplo na sala eu retirei tudo, todos os
painéis, a nossa sala é lisa não tem mais nada, por que ele arranca tudo. Eu consigo
conhecer ele pelo olhar, eu sei olhando para ele o que ele vai fazer naquele
momento, se ele vai morder, se ele vai bater, é, ele não utiliza o banheiro, ele faz xixi
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em qualquer lugar menos no sanitário. Então todos os dias assim, tudo que ele faz é
uma experiência marcante, sabe? Por que eu aprendo muito com ele, eu acredito
que hoje eu tenho um olhar diferenciado para esse lado da educação, né? Quando a
gente tá no ato, vivenciando todo dia na nossa rotina, a gente consegue ter um olhar
diferenciado diferente de quando a gente não está. Ele é uma criança que eu
conheço, então hoje eu consigo conhecer o que ele precisa naquele momento, o que
ele tá pedindo, é, pelos sinais eu consigo diagnosticar algumas coisas que ele está
necessitando no momento, por exemplo as falas dele não são normais, vamos se
dizer normais para uma criança de 4 anos, ele fala inglês o dia todo, é, algumas
coisas eu nem sei traduzir por que eu nem tenho preparo para isso, algumas coisas
em português ele ta falando, é, ele faz muitas repetições assim de coisas que eu
converso com ele, por exemplo, água, eu falo água ele repete água, eu falo dormir,
hora de dormir, ele repete, hora de dormir. Mas eu digo de marcar assim, eu falo que
todos os dias algo me marca, algo diferente né? Hoje por exemplo ele entrou na
sala, e viu uma jarra de água lá, que fica uma jarra de água lá na sala, para as
crianças se servirem né nas garrafinhas, e ele simplesmente pegou a jarra e tacou
no chão na sala, saiu correndo, e eu falei assim não pode né? Não faz isso, e ele
simplesmente ignorou e saiu andando. Teve um dia que ele teve um surto muito
grande, ele chorava muito e a porta da sala toda decorada, ele rasgou toda a porta
da sala, ele rasgou toda a decoração da sala, então acredito que todo dia é uma
experiência nova, não tem um dia que eu falo que me marcou mais, não, todo dia é
uma experiência nova, todos os dias eu aprendo e todos os dias é um desafio pra
gente que não tem preparo na educação infantil.
R: Nós montamos as vivências né, as atividades, e, penso num todo, penso nas
minhas 25 crianças e penso na minha criança com TEA, é, pensamos se aquela
vivência vai conseguir abranger todos, nem sempre a gente consegue por que,
como eu disse a unidade ela não tem preparo pra lidar com a criança, com o
espectro, então nós tentamos acoplar na nossa rotina, é o que nós tentamos fazer.
Como eu tenho uma criança na minha sala, ele sempre se interessa por atividades
com pintura, rodas de musicalização, leitura, então em algum momento do dia, eu
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trago uma vivência que acople aquilo que ele consiga participar. Os momentos que
ele participa são poucos tem durabilidade de 5 a 10 minutos ou até menos, então o
que nós conseguimos fazer é isso.
8 - Trabalhar com essas crianças afetou sua vida pessoal de alguma maneira?
(enxergar as coisas com outros olhos, etc.)
R: Si, tem criança na minha sala com o espectro autista, laudada no mês de
setembro, mas na vivência na unidade temos crianças sim com esse espectro, e
trabalhamos todos os dias com a inclusão dentro da unidade escolar, faz a gente
pensar mais nos próximos, nas necessidades e que deve ser cansativo pra eles
também lidar com as nossas manias.
R: Eu falei né da música, do brincar, deixamos eles mais livres, são crianças muito
pequenas ainda, tem que estimular no brincar, a gente não tem muito uma grade
com matérias, com as crianças a gente treina responsabilidade, disciplina e sempre
autonomia no que eles conseguem, os bebês é só colo e soneca, os maiores dá pra
fazer mais por eles.
R: O método que nós utilizamos é com base nas pesquisas e nos estudos que nós
mesmas vamos atrás e fazemos né? Temos as formações na unidade escolar, no
qual são 4 horas por dia que a nossa coordenadora pedagógica ela nos traz uma
formação dada pela DREI o tema que a DREI passa, e ela traz pra gente, e nessas
formações a gente bate muito sobre o assunto, conseguimos aprender um pouco,
mas eu, aprendo mais com base nas pesquisas e nos meus estudos.
R: Conheço o ABA e o TEACCH, mas não aplico no dia a dia com a criança por ser
algo que eu conheço por cima, não é algo que eu estudei e tive preparo para aplicar.
ENTREVISTA 2
R: Me formei em Educação Física em 1996, fiz licenciatura, mas antes disso já era
formada em Administração, só que descobri que minha paixão era estar em sala de
aula.
Eu escolhi seguir por esse caminho para poder fazer mais pelas crianças, sempre
gostei de trabalhar nas zonas mais carentes, atualmente trabalho numa EMEI em
Guaianazes, é incrível ver a evolução dos alunos, crescendo, evoluindo, tenho
alguns alunos que acabaram na federação de vôlei, acho isso muito lindo, é o que
me motiva.
3 - você fez algum tipo de especialização? qual? Quanto tempo durou? (pensa em
se especializar academicamente?)
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R: Faz quatro anos que mudei minha vida no sentido de carreira, eu sempre preferi
EMEFs pelos alunos serem um pouco mais velhos, tinha até medo da EMEI, porque
são problemas diferentes, você lida mais com os pais do que com a criança, elas
mesmo não me dão nem dor de cabeça (risos), tenho pós graduação em gestão de
pessoas e educação física inclusiva, foco em deficiências visíveis, tenho estudado
mais a questão da especialização nas deficiências invisíveis, mas depois de tantos
anos de experiência você acaba pegando alguns truques. O número de crianças
com TEA quase duplicou desde que assumi essa escola, isso gera uma dúvida né?
Uma curiosidade do que exatamente está acontecendo com as crianças, é um
assunto importante mesmo.
R: Não, aqui na escola a gente vê cada coisa, a especialização não te prepara para
os pais negligentes, para as crianças passando fome, pra aquelas que são
abusadas, pra fazer com que as outras crianças entendam a condição diferente de
uma, não são coisas que somente a especialização vai tratar, porque tem muita
criança aqui grau 1 que acaba tendo crises fortíssimas por problemas que passam
em casa, por essas coisas.
Temos todo um plano de suporte pros TEA, tem que ser assim, eles precisam de um
olhar mais minucioso, a gente tem que entender que eles tem o mundinho deles,
mas ao mesmo tempo fazer com que eles entendam o nosso.
R: Tinha uma noção muito leve, tento ficar por dentro da pedagogia acadêmica, vejo
as notícias, os livros, sigo até alguns no Instagram que acabam estando mais
inseridos nisso. Muitas vezes quando a criança precisa de espaço, silêncio para se
acalmar elas ficam comigo na minha sala, eu deixo alguns brinquedos, boto um
desenho pra elas verem no Youtube e depois conversamos, são todos uns fofos,
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eles gostam de ficar lá pelo ambiente acolhedor, como eu disse, em escolas mais
marginalizadas e periféricas assim, as crianças têm uma carga muito grande
[emocional], existe muito mais que só o TEA, elas sentem o mundo diferente já, e
esse mundo, pra acabar com tudo, é cruel.
6 - houve alguma criança que marcou sua vida profissional? qual? houve alguma
situação específica?
R: Sim, tive o Miguel, ele tinha 4 anos e era suporte grau 2, então quase sempre
estava na minha sala, sempre tinha muitas crises, a mãe dele tinha outros 6 filhos e
o pai tá preso até hoje, olha que isso foi assim, uns meses depois que eu assumi a
direção, então faz tempo. Me apeguei muito ao Miguel, ele apanhava muito da mãe
dele, eu acionava o conselho tutelar quase toda semana, e esse menino não comia
direito, não por ter seletividade alimentar, ele não tinha nem direito a isso, é que
quase não tinha comida em casa, então ele tomava café da manhã, almoçava e
tomava lanche na escola, isso era tudo que ele tinha, não dava pra ter seletividade
alimentar né, a realidade não deixava.
Pensei muito em adotar o Miguel, nos 2 anos dele comigo ele acabou em uns dois
lares temporários, acabava voltando pra mãe, no fim mãe é mãe, mas foi muito forte
pra mim, ele era um menino muito inteligente, não teve chance de se desenvolver
direito.
R: Todas as salas têm a mesma rotina, mantemos pela disciplina, os alunos chegam
e são recepcionados pela minha vice, depois vão todos pras suas salas, alguns
entram sozinhos, outros acompanhados pelas mães, as professoras já estão dentro
das salas esperando por eles, o ideal é que eles cheguem e sentem, mas isso é
quase um mito (risos), eles colocam as coisas nas carteiras, fazemos etiquetas com
o nome deles, os que trazem lancheira tem que pendurar no cabideiro, é tudo
baixinho para que eles tenham autonomia de fazer sozinhos, eu passo em todas as
salas todos os dias.
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Os alunos com grau mais alto de suporte têm ATs com eles, elas sentam nas mesas
junto deles, ficam de prontidão em caso de crise ou defasagem da criança, eles
dançam, cantam, fazem desenhos, claro que tem matéria, estão passando pela
alfabetização, mas tentamos ensinar brincando, coisas mais lúdicas para ajudar
nessa fase tão importante, Tem todo um plano de aula para eles, fazendo no ritmo
deles, estamos de prontidão para tirar ele do ambiente se for necessário, aquela
questão do acolhimento que eu tinha dito antes.
Cada sala tem um horário para fazer as refeições e usar o brinquedão da área
externa, somos nós da direção que determinamos isso de acordo com o plano de
aula das profs, e elas que ficam responsáveis, todos eles sabem que devem fazer
fila, descem a escada cantando, e lavam as mãos um de cada vez, depois entram
na fila de pegar o lanche, a partir daí é um corre-corre, um puxa-puxa, não tem
nenhum tipo de segregação, todo mundo come junto, a gente só interfere se a crise
ficar ruim, se não eles mesmos se resolvem, não podemos tocar, só se a criança
ameaçar a integridade física dela ou do coleguinha.
Pra tudo é necessária a autorização dos pais, então quando algum dos alunos tem
uma crise, nós conversamos, ficamos perto, pedimos para as crianças darem um
pouco de espaço, o resto delas não sabe direito o que fazer nesses momentos,
então é normal que elas se assustem, mas os que são amigos mais próximos
querem ajudar, mas ele [aluno em crise] precisa de espaço. Quando acontece nós
chamamos os pais e conversamos sobre o que podemos fazer para ajudar melhor
esse aluno, seguimos as orientações que eles passam, a gente tenta sempre fazer
com que a criança se desenvolva de maneira confortável.
8 - Trabalhar com essas crianças afetou sua vida pessoal de alguma maneira?
(enxergar as coisas com outros olhos, etc.)
R: Sim, as crianças mudam tudo por si só, a gente aprende mais com elas do que
com os adultos, a inocência, a pureza, o carinho deles, é uma coisa muito gostosa
de se viver. Com meus alunos TEA especificamente eu acredito que tenha
aprendido a ouvir mais, a buscar outro sentido, essa questão de ver o mundo pelos
olhos dos outros, eles me mostram muito disso.
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R: Eles estão numa fase bem importante de alfabetização, temos que estimular pra
isso, mas também existem várias atividades sensoriais na escola, temos um espaço
com areia, uma parede para pintura com as mãos, um brinquedão mesmo, igual de
shopping, um espaço com casinha, com todos os brinquedos que imitam mesmo
uma cozinha, sala... Tem também as atividades de leitura e aquelas auditivas, com o
radinho na sala, são várias atividades, várias propostas.
R: Não tem um método, nenhum dos professores tem formação pra isso, em alguns
casos a DRE (Diretorias Regionais de Educação) sugerem o ABBA.