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Ano 4 - Nº 14
Mar/Abr 2007
ENTREVISTA
Eduardo Cavalcanti,
do INT, comenta sobre
os biocombustíveis
ESPECIAL
INIBIDORES DE CORROSÃO
Atotech 8/1/06 3:38 PM Page 1
02-C&P_14_Sumário/Expediente 4/11/07 1:34 PM Page 1
Sumário
fotos da capa
e montagem:
Intacta Design
6
Entrevista Artigos Técnicos
O Desafio dos Biocombustíveis
Eduardo Cavalcanti 22
Fosfatização de Metais Ferrosos –
8 Parte 6 - Mecanismos de Fosfatização
Matéria de Capa por Zehbour Panossian e
Inibidores de Corrosão: confiabilidade
Célia A. L. dos Santos
e redução de custos
14 28
ABRACO Informa Conceitos sobre Pintura
17 por Eletrodeposição
Notícias do Mercado por Nilo Martire Neto
18 30
Artigo Instituição Ensaios Acelerados de Corrosão
26 Atmosférica – Parte 2
Atualização Transportes por Carlos Alberto Maciel
33
Meio Ambiente
34
Opinião
É preciso parar de ensinar para voltar a aprender
Orlando Pavani Júnior
Redação e Publicidade
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estudo da corrosão e seus métodos de proteção e Dra. Denise Souza de Freitas - INT
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Jeferson da Silva - AKZO NOBEL Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ da editora responsável.
Carta ao leitor
Na mira do desenvolvimentismo
ecológico
M CULTIVO QUE CONHECEMOS HÁ MAIS DE QUATRO SÉCULOS – E QUE JÁ FOI O ALICERCE
único da economia nacional – pode ser decisivo para que o Brasil, finalmente, possa
pleitear com alguma consistência um assento entre os países desenvolvidos. A cana-
de-açúcar, mola-propulsora de toda uma indústria de biocombustíveis, está em alta. E não
apenas como commodity internacional. Ela é o evidente ponto de partida para a implanta-
ção, em escala global, do tão sonhado mercado de combustível renovável.
Não à toa o presidente da maior potência do planeta – e de longe o maior consumi-
dor de petróleo – reuniu-se duas vezes em menos de um mês com o presidente do Brasil. A
união de Brasil e Estados Unidos, que respondem por mais de 70% da produção mundial
de etanol, é uma indicação clara de que o tempo de dependência total dessa fonte energéti-
ca fóssil está se revertendo.
Na esteira dessa expectativa positiva surgem informa-
As oportunidades com ções de novos investimentos aos montes. Estima-se a cons-
trução de centenas de usinas, pesquisas para o uso e distri-
esse novo mercado são buição de biocombustíveis feitos a partir de outros grãos
enormes, mas os desafios oleosos e gorduras, intensificação da pesquisa para o apro-
veitamento total da cana, etc. Mas, não devemos nos enga-
também são grandiosos nar, temos um longo caminho pela frente tanto do ponto
de vista da produção, quanto do ponto de vista social.
Focando exclusivamente na produção, o setor de cor-
rosão e proteção encontra o desafio (e a oportunidade) de investir para atender essa nova
demanda que será cada vez maior. O álcool combustível e o biodiesel vão requerer trabalhos
específicos para ampliar a segurança e a economia de toda a cadeia produtiva, desde a pri-
meira moagem da cana até o uso efetivo do biocombustível no automóvel, ou em outra apli-
cação. Nesse caso, os novos mercados vão merecer atenção especial, pois esse biocombustí-
vel terá que ser transportado e armazenado. De qualquer modo, é de se prever um bom
momento para o setor no Brasil.
Entrevista
Eduardo Cavalcanti
NGENHEIRO METALÚRGI- põem para toda a sociedade bra- quando o INT liderou um pro-
co e de Materiais, formado sileira”, observa Cavalcanti, que grama de pesquisas para mini-
pela PUC-RIO, mestre e atendeu a reportagem da Revista mizar perdas pela corrosão nos
doutor em corrosão pela Univer- Corrosão & Proteção para deta- setores de produção e usuários
sidade de Manchester (Inglater- lhar alguns pontos desse novo do álcool combustível?
ra) e pesquisador do Instituto ciclo econômico que vai impac- Avalio com muito otimismo. O de-
Nacional de Tecnologia (INT) tar em todas as áreas do país. senvolvimento alcançado no campo
desde 1984, Eduardo Cavalcanti do álcool combustível a partir da
é um dos pioneiros na pesquisa Como será sua atuação no ins- fermentação da cana nos dá a lide-
sobre biocombustíveis, tendo in- tituto nesse retorno às pesqui- rança em termos de produtividade.
clusive ocupado o cargo de subse- sas no INT? Temos muito que avançar no cam-
cretário de Estado de Ciência, Minha atuação estará centrada na po dos biocombustíveis de segunda
Tecnologia e Inovação do Gover- retomada das atividades direciona- geração, envolvendo processos de hi-
no do Rio de Janeiro, entre 2003 das para o nicho dos biocombustí- drólise enzimática e de utilização
e 2006, onde gerenciou o Progra- veis. Trata-se de área temática em de biomassa celulósica. O Brasil
ma Estadual de Biodiesel. que o INT foi pioneiro na década também domina o campo da com-
De volta ao INT tem como de oitenta, com as pesquisas para patibilidade de materiais e compo-
principal desafio estruturar e co- álcool combustível. O recrudesci- nentes, sejam revestidos ou não, e
ordenar a Rede de Estudos e Pes- mento do setor alcooleiro e a im- do controle dos processos corrosivos
quisas sobre Armazenamento de plantação do Programa Nacional tanto na fase de produção quanto
Biodiesel do MCT, no âmbito do de Produção e Uso do Biodiesel tra- na de utilização do álcool combus-
Programa Nacional de Biodiesel, zem consigo uma enorme deman- tível. Já no biodiesel é diferente.
que envolve além do INT mais da por estudos, projetos e consulto- Trata-se de produto biodegradável,
doze instituições de pesquisa no rias sobre estabilidade (térmica, higroscópico, com grande afinidade
país. Passam também por suas oxidativa e hidrolítica), corrosão, pelo oxigênio, que dependendo da
novas atividades gerenciar o Co- degradação, compatibilidade e rea- matéria prima, pode apresentar
mitê Brasileiro de Normalização tividade de biodiesel e misturas elevada tendência à oxidação. Nes-
em Corrosão – ABNT/CB 43, com materiais e componentes, bem se caso, a curva de aprendizado na-
coordenar as atividades da Rede como o efeito de contaminantes cional ainda se encontra nos seus
de Laboratórios de Ensaios e de abióticos e microbianos no estabe- primeiros estágios, mas há um
Calibração do Estado do Rio de lecimento de processos de corrosão e grande esforço de avançar nesse
Janeiro (Rede Rio Metrologia), degradação. No tocante a projetos campo. Não podemos, entretanto,
além de trabalhar para a amplia- estarei conduzindo projetos com colocar sob ameaça a credibilidade
ção das atividades da Diretoria de recursos MCT, FINEP e FAPERJ do produto. Recordo-me quando do
Normalização da ABRACO e recentemente liberados. início do programa de biodiesel ale-
implantação do Setor de Biocom- mão o produto começou a ser dis-
bustíveis na Divisão de Corrosão Como o senhor avalia o cená- tribuído e não houve muita preo-
do INT. “São desafios instigantes, rio atual para os biocombustí- cupação com a questão da qualida-
e não são só meus. Afinal, a ques- veis, levando em conta sua ex- de, o que implicou em uma série de
tão dos biocombustíveis se im- periência nos anos de 1980, problemas de corrosão, degradação
”
uma grande oportunidade para novas pesquisas
meio corrosivo diz respeito ao con-
trole de qualidade envolvendo to-
das as etapas da cadeia, da produ- à biocorrosão do biodiesel de soja do ao diesel. Quanto ao controle da
ção à distribuição do álcool com- foram apresentados no I Congresso corrosão nas usinas de produção
bustível, notadamente em novos da Rede Brasileira de Tecnologia de este assunto é inteiramente domi-
mercados. Novas incidências de pro- Biodiesel de 2006. O paper com- nado nas dez usinas de biodiesel
cessos corrosivos têm sido reportadas pleto encontra-se disponível no site hoje em operação no país eu não
nos EUA e Japão, como a corrosão do Programa Nacional de Biodiesel: vejo maiores problemas, ao contrá-
sob tensão em tanques e componen- www.mct.gov.br rio do que aconteceu nos primór-
tes de aço inox e ataques às ligas de dios do Programa Nacional do Ál-
alumínio. O caso do biodiesel dife- O Brasil tem tecnologia segura cool, em que perdas considerá-
rencia-se por ser um produto novo, e de alta eficiência para armaze- veis foram observadas.
que pode ser fabricado por diferen- nar e transportar álcool e bio-
tes rotas e a partir de diferentes ma- diesel? Como devem ficar os mercados
térias-primas. Por exemplo: o bio- Com relação ao álcool, sim. Já no de energia e de alimentos com
diesel tende a perder as suas carac- tocante ao biodiesel temos que a evolução contínua do uso de
terísticas essenciais em função do atentar para a importância da ma- biocombustíveis?
tempo de estocagem – alterações por nutenção da qualidade do produto Quanto ao mercado da energia ve-
oxidação que resultam, entre outras, do Oiapoque ao Chuí. No momen- jo como um impacto positivo uma
na elevação da sua acidez. Nesse con- to cerca de 15 técnicos estão ini- vez que eleva a nossa cota de uti-
texto três grandes campos de P&D ciando os seus trabalhos sob a lide- lização de recursos renováveis na
se descortinam: correlação entre a rança da ABNT e da ANP em um matriz energética brasileira, o que
decomposição do biodiesel e a inci- projeto de norma sobre Armazena- é bom para todos. Sobre o de ali-
dência de processos corrosivos; fenô- mento e Distribuição de Biodiesel, mentos, considero a tão propalada
menos de interface metal/biocom- o que demonstra a importância que competição entre a produção de ca-
bustíveis e, finalmente, pesquisas so- o tema está merecendo. A predomi- na e de grãos para a geração de ener-
bre a compatibilidade de materiais nância dos biodieseis hoje produzi- gia e o seu destino para alimen-
metálicos ou não com os biocom- dos advém da soja, que contém adi- tação, como um pseudo-conflito.
bustíveis (veja mais na página 12) tivo antioxidante, e do dendê, que Apenas cerca de 4% das nossas ter-
por ter em sua composição antioxi- ras agriculturáveis são utilizadas
Quais os principais aspectos re- dantes naturais não sofrem de gran- para o cultivo de biomassa ener-
lacionados à corrosão e degra- des problemas. À medida que am- gética. Ainda temos muito que ex-
dação dos biocombustíveis no pliamos a base de matérias-primas, pandir a nossa frente agrícola. É
projeto RioBiodiesel? utilizando-se novos óleos e gorduras, óbvio que este processo tem que se
O Programa Estadual de Biodiesel serão necessários novos estudos para dar de forma equilibrada e sob o
constitui-se de cinco módulos de a- a preservação da qualidade que estreito acompanhamento e a fisca-
tividades, com destaque para os de também é muito susceptível à con- lização governamental sem excessos
políticas públicas e de ciência e tec- taminação por água e microrganis- em termos de monocultura que traz
nologia. Conseguimos alavancar mos, notadamente quando mistura- graves implicações ambientais. •
cta
fotos: Inta
Matéria de Capa
Inibidores de Corrosão:
confiabilidade e redução de custos
Os inibidores podem reduzir em até 95% a velocidade das reações de corrosão,
sendo fundamental para a maior vida útil dos dutos
de Pesquisas Tecno- zem em cerca de 95% a velocidade das reações de corrosão. Em uma
lógicas do Estado de condição de agressividade corrosiva podemos perder equipamentos de
São Paulo - IPT, Zeh- produção de petróleo com nove milímetros de espessura em até três
Zehbour Panossian
bour Panossian, hou- meses. Com a utilização adequada dos inibidores, a vida útil desses
ve uma evolução equipamentos aumenta em até 10 anos”, explica João Archanjo, ven-
quanto aos resultados observa- cedor do prêmio Inventor PETROBRAS em 2005 e 2006.
dos pelos inibidores. “Durante a A fim de incrementar ainda mais a eficácia dos inibidores de cor-
passagem do fluido, os inibido- rosão, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas em todo o país,
res – que são adicionados ao pro- com destaque para as substâncias de baixo impacto ambiental.
duto a ser transportado na ori- “Atualmente, os chamados inibidores verdes, à base de enzimas biode-
gem – se adsorvem nas paredes gradáveis, estão sendo apresentados, com cada vez mais freqüência,
internas do duto, constituindo nos diversos seminários técnicos do setor, visto que a preocupação
em uma barreira que dificulta a com o meio ambiente é constante e crescente”, afirma Carlos
ocorrência da corrosão”, observa Alexandre Martins, que há quatro anos atua no controle de integrida-
Zehbour. “O ganho maior é de de dutos da TRANSPETRO.
mesmo a maior confiabilidade
do sistema e maior vida útil dos Fornecedores
dutos”, completa. A Revista Corrosão & Proteção contatou empresas que atuam na
As vantagens citadas por produção e prestação de serviços de inibidores de corrosão, para que
Zehbour levam a uma latente elas possam apresentar ao mercado nacional o que existe disponível e
redução dos custos por parte das quais as inovações. A Kurita, em parceria com a empresa norte-ame-
empresas. Uma aplicação bem ricana Baker Petrolite, por exemplo, disponibiliza vários produtos ini-
gerenciada é capaz de aumentar a bidores de corrosão para dutos de transporte de derivados de petróleo,
vida útil de um duto de trans- e agora também disponibiliza inibidores de corrosão específicos para
porte, por exemplo, em até cinco álcool (etanol). “A corrosão interna em sistemas de distribuição de
vezes. “Essas substâncias redu- derivados de petróleo é um problema reconhecido mundialmente há
PROTEÇÃO CATÓDICA
SERVIÇOS DE LEVANTAMENTO DE CAMPO, PROJETO, FORNECIMENTO DE
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS, MONTAGEM, PRÉ-OPERAÇÃO, INSPEÇÃO,
OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA PARA:
■ Adutoras
■ Fundações de Torres de Transmissão Elétrica
■ Gasodutos
■ Mineradoras
■ Navios e Embarcações
■ Oleodutos
■ Piers de Atracação
■ Plantas Industriais
■ Plataformas de Petróleo
■ Tanques de Armazenamneto
■ Terminais de Petróleo e Gás
■ Usinas Nucleares
Aporte
■ Usinas Termoelétricas
■ Outras Estruturas Metálicas Enterradas
ou Submersas
Banho de caracterização
de ferrugem (Nace) Tecnologia
mais de 50 anos”, lembra o Avançada no
responsável da área de tec-
nologia e qualidade da em- Tratamento de
presa, Antonio R. P. Car-
valho. Superfície
Para ele, além de pro-
blemas relacionados com a
do Alumínio e
integridade dos dutos (ne-
cessidade de paradas, altos
de suas Ligas
custos de manutenção, en-
tre outros), a contamina- Tradição em excelência
ção dos derivados transpor-
tados com produtos de corrosão pode alterar as características de espe- de produtos e serviços,
cificação destes derivados, com prejuízos evidentes. “Um dos métodos sintonizados em tempo real
mais efetivos de controlar a corrosão interna em dutos de derivados de
petróleo é pelo uso de inibidores de corrosão”, comenta o responsável com os principais avanços
da área de tecnologia e qualidade da empresa. tecnológicos da Europa.
Carvalho informa que a Kurita/Baker possui vários tipos de inibi-
dores de corrosão, incluindo produtos aprovados para adição em com-
bustíveis de uso militar (normas MIL-I-25017, que especifica os adi-
tivos aprovados pelas forças armadas norte-americanas, e DEFENCE
Standard 91-91, que lista os produtos qualificados de acordo com os
requerimentos da NATO).
A GE - Water & Process Technologies, uma unidade da General
Electric Company, é uma empresa global no fornecimento de soluções
para sistemas de água, efluentes e processos. “Solucionamos alguns
dos desafios mais críticos de água, fornecendo água industrial e potá-
vel, enquanto diminui a dependência de fontes de água fresca”, conta
a coordenadora de marketing da empresa, Vera Di Tommaso. Para
conseguir isso, as tecnologias incluem dessalinização, membranas
avançadas, soluções para separação e reuso da água e gerenciamento de
efluentes e tecnologias para processos.
A GE Water & Process Technologies apresenta no Brasil sua nova
plataforma global de produtos e serviços, que incorpora as capacida-
des herdadas de BetzDearborn, Osmonics, Glegg, Ionics, Ecolochem
e agora Zenon, em uma única fonte para oferecer soluções globais
relacionadas com sistemas de água pura e processos, além de serviços
de tratamento de água para qualquer setor da indústria.
A Nalco Brasil é outro exemplo de empresa que fornece produtos,
serviços e equipamentos para tratamento de água industrial, processos
e efluentes. São mais de 150 tipos diferentes de produtos para diversas
aplicações, objetivando sempre melhorar a performance dos processos
produtivos onde são aplicados, segundo informa Gerente de Desen-
volvimento Industrial, Paulo Santiago. “Desde a captação de água, pas-
Equipamento
Aporte
foto: GE
de osmose
reversa da
GE
Associe-se ABRACO
BIBLIOTECA
Para auxiliar a comunidade técnico-empresarial,
servindo como fonte de pesquisa, recuperação e
disseminação da informação, a ABRACO possui
uma Biblioteca especializada em corrosão,
proteção anticorrosiva e assuntos afins. Seu acervo
é composto por livros, periódicos, normas técnicas,
trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias.
Os serviços prestados pela Biblioteca incluem
pesquisa bibliográfica, consulta local, repasse de
trabalhos técnicos e publicações (livros técnicos e
anais da ABRACO).
PRÓXIMO EVENTO
√ 9º COTEQ - Conferência Internacional
sobre Tecnologia de Equipamentos
de 12 a 15 de junho de 2007 - Salvador - BA
Informações adicionais: www.abende.org.br/coteq.html
ABRACO Informa
Fábrica da
Henkel,
localizada em
Itapevi,
região da Grande
São Paulo
06_C&P_14_ABRACO Informa 4/11/07 11:30 AM Page 3
ABRACO Informa
International Paint
Notícias do Mercado
Revestimento líquido
A Brascon anuncia o Eneseal, um sistema
de revestimento líquido elastomérico para
aplicações sobre superfícies de metal, madeira,
concreto ou galvanizadas.
A empresa informa que o uso reduz os
gastos com manutenção, pois após a aplicação
o líquido forma uma película protetora alta-
mente durável, com enorme resistência à cor-
rosão e aos raios UV.
• Mais informações:
comercial@brasconamericas.com
Artigo Instituição
Divisão de Corrosão e
Degradação - DCOR
Dotada de três laboratórios altamente especializados, LACOR, LAH2S e LABIO, a DCOR do INT
contribui para o desenvolvimento dos setores de Petróleo e Gás e Biocombustíveis
Por Olga DIVISÃO DE CORROSÃO E de pesquisas relacionadas aos fenômenos de corrosão então observados
Baptista Ferraz Degradação do Instituto nos setores de produção, transporte e de utilização do álcool combus-
Nacional de Tecnologia tível. Avaliar a compatibilidade de materiais, caracterizar a corrosivida-
INT - DCOR conta com três la- de do álcool etílico hidratado combustível (AEHC), estabelecer as for-
boratórios para execução de pro- mas de controle da corrosão pelo álcool, e definir para o Departamen-
jetos de desenvolvimento tecno- to Nacional de Combustíveis os termos da especificação do AEHC
lógico e serviços especializados: hoje vigente foram as principais realizações da DCOR neste período.
• LABORATÓRIO DE CORROSÃO A partir de 1988, expandiu gradualmente as suas linhas de atuação
E PROTEÇÃO – LACOR procurando também atender às necessidades de pesquisa e de serviços
• LABORATÓRIO DE ENSAIOS dos demais segmentos do setor produtivo. Atualmente o LACOR dis-
DE H2S, CO2 E CORROSIVI- põe de uma equipe extremamente capacitada de especialistas com
DADE – LAH2S doutorado e mestrado. Tendo em vista a crescente demanda desenvol-
• Laboratório de Biocorrosão e ve projetos de pesquisa e de aperfeiçoamento tecnológico em corrosão
Biodegradação – LABIO e proteção, além de ensaios normalizados, testes comparativos, avalia-
O LAH2S e o LABIO foram ção de produtos e estudos de falhas por corrosão.
criados a partir da necessidade de Cabe salientar que o LACOR é o primeiro e único laboratório de
expansão por demanda induzida corrosão do país credenciado pelo INMETRO. Integra desde 1996 a
do setor de Óleo & Gás, em Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio (RBLE) coordenada pelo
1995 e 2002, respectivamente. INMETRO, o que o credencia para executar um conjunto de ensaios
de corrosão com materiais, produtos e revestimentos, em consonância
LACOR com os requisitos estabelecidos pela Norma NBR/ISO/IEC 17025,
Criado no ano de 1980 para adotada em vários países para o reconhecimento da capacitação de
apoiar as ações da Secretaria de laboratórios junto aos organismos internacionais de credenciamento.
Tecnologia Industrial do Mi- Com o recrudescimento das atividades em biocombustíveis no
nistério da Indústria e Comércio país, encontra-se nucleando um grupo de competência em estudos de
no âmbito do Programa Nacio- corrosão e degradação de materiais em contato com biodiesel e mistu-
nal do Álcool. Até o início dos ras de biocombustíveis de nova geração. Projetos de desenvolvimento
anos 90, teve sua atuação dire- tecnológico vêm sendo conduzidos sob a coordenação do Dr. Eduardo
cionada para o desenvolvimento Cavalcanti.
1 2
Fig. 2 - LACOR:
Fig.1 - LACOR: Microscopia ótica de alta Avaliação do descolamento
definição para avaliação da morfologia da catódico de revestimentos para
corrosão e ataque localizado dutos enterrados
LAH2S 4 5
Trata-se do único laboratório independente
no país para a realização de estudos e homologa-
ção de produtos para uso em exploração e trans-
porte de Óleo & Gás, na presença de H2S e CO2.
Implantado em 1995, estimulado pela
PETROBRAS/CENPES/TMEC, realizou seus
primeiros trabalhos sob a supervisão da FBTS no
biênio 95-96 e, a seguir, passou a ofertar ensaios
de forma independente. Assim, foi desenvolvida
no período 96-2001 competência técnica em
ensaios de hidrogenação e em testes de suscepti-
bilidade à corrosão sob tensão pelo H2S, envol-
vendo um projeto e ensaios especializados. Os
primeiros estudos foram voltados para a avalia-
ção de aços expostos em ambientes contendo
H2S e CO2, atendendo não só à PETROBRAS,
como também empresas e fornecedores da área Fig. 4 - LAH2S/LAMEC: Ensaios Fig. 5 - LAH2S: Ensaios de
de petróleo no Brasil. de corrosão sob fadiga. Determinação determinação da tenacidade
No período de 2001-2002, em função da da Taxa de Propagação de Trinca à fratura de aços especiais
crescente demanda de ensaios de corrosão asso-
ciados, a solicitação mecânica investiu no equi- 6
pamento de Baixa Taxa de Deformação (BTD).
A partir de demandas da PETROBRAS/ Fig. 6 - LAH2S:
CENPES/TMEC, em 2003, enfocando ensaios Ensaios de corrosão
de corrosão associados à solicitação mecânica sob tensão induzida
investiu no desenvolvimento de testes de corro- por sulfetos
são-fadiga, visando obter taxas de propagação de
trincas de aços empregados na área de exploração
e produção de petróleo submetidos a H2S e CO2.
Estes vêm sendo efetuados no Laboratório de
Ensaios Mecânicos da Divisão de Ensaios Mecânicos, Metalografia e LABIO
Dureza do INT – LAMEC/DEMP, sob coordenação do LAH2S/ Em outubro de 2002, foram
DCOR. Assim, o LAH2S vem atuando em projetos de avaliação da iniciadas atividades de biocorro-
integridade de equipamentos em serviço com H2S e CO2 e realizando são e biodegradação na DCOR,
ensaios que simulam as condições encontradas em fundos de poços de tendo em vista a crescente de-
petróleo. manda do setor de Óleo e Gás
pelo estudo da corrosão associada
3 a microrganismos. Os primeiros
trabalhos desenvolvidos foram a
partir de uma linha de pesquisa
já em estudo na Divisão envol-
vendo a caracterização do pó pre-
to – resíduo de corrosão em gaso-
dutos. Complementarmente, fo-
ram efetuadas análises microbio-
lógicas relacionadas com micror-
ganismos causadores de biocor-
rosão nestes resíduos.
A partir de 2004, com a reali-
zação de concurso público e
investimentos do INT na área de
Fig. 3 - LACOR: biocorrosão, houve a possibilida-
Estudo da substituição de revestimentos de de criação do LABIO. Desde
à base do cromo hexavalente através da então, através de prestação de ser-
técnica de impedância eletroquímica viços e projetos de pesquisa, o
Infra-Estrutura
No último biênio, a DCOR/
INT tem direcionado investi-
mentos para microscopia ótica de
alta definição informatizada, tais
como microscopia eletrônica
(MEV) e de força atômica (AFM)
ingressando na era nanométrica,
aumentando a capacidade de
análise dos processos de corrosão
em escala sub-micro. Financia-
mentos do MCT, FINEP e PE-
TROBRAS viabilizarão nossa
Fig. 7 - LABIO: Análises atuação em novos campos como, por ex., nanotecnologia.
microbiológicas para detecção A DCOR conta com um conjunto de equipamentos específicos
e quantificação de bactérias para estudos de processos de corrosão e proteção anticorrosiva, com
redutoras de sulfato (BRS) destaque para:
• Câmaras de exposição à névoa salina, à umidade saturada, ao dió-
laboratório já expandiu de sua xido de enxofre e a raios ultra-violeta (UV), as quais simulam
área física inicial para atender às atmosferas naturais marinhas, rurais e industriais;
demandas existentes e a outras • “Loop” de testes para avaliação de peças do sistema de GNV para
em negociação. veículos nas etapas de baixa, média e alta pressões;
O LABIO conta hoje com • Balanças analíticas de alta precisão para ensaios de perda de massa;
uma equipe de cinco técnicos. • Potenciostatos para execução de ensaios potenciostáticos, poten-
Foi montado respeitando as re- ciodinâmicos e galvanostáticos de estudo de processos de corrosão;
gras exigidas para o trabalho de • Analisadores de freqüência para execução de ensaios de impedân-
pesquisa em laboratórios de cia eletroquímica;
microbiologia não esquecendo • Microscópios e estereomicroscópios para determinação do tipo de
também os aspectos de seguran- corrosão, da densidade e profundidade de ataque localizado;
ça. Hoje em dia dispõe de infra- • Microscópio ótico para estudos de processos de biocorrosão.
estrutura de pessoal, equipamen- • Espectrômetro de fluorescência de Raios-X para determinação de
tos e material de consumo, tor- produtos de corrosão, revestimentos metálicos, etc.;
nando possível a realização de • Equipamentos para caracterização de revestimentos metálicos e
trabalhos de biocorrosão em tintas anticorrosivas;
águas industriais e nos setores de • Espectrômetro para Análise de Íons para identificação de íons cau-
Óleo & Gás e de minérios. sadores da corrosão;
Em parceria com a PETRO- • Autoclaves para ensaios a altas temperaturas e altas pressões;
BRAS, está sendo implementada • Equipamentos para ensaios de corrosão associada a esforços mecâ-
dentro do LABIO uma área de nicos lineares e cíclicos;
biologia molecular, que através • Anéis de teste “Proof Rings” para ensaios de corrosão sob tensão
de técnicas elaboradas e moder- em presença de H2S e CO2;
nos equipamentos apoiará os tra- • Capela de Fluxo Laminar;
balhos em biocorrosão. • Contador Eletrônico de Colônias;
• Estufa de Cultura Bacteriológica;
Equipe • Estufa para Esterilização e Secagem;
A DCOR é constituída de 8 • PCR Real Time Applied BIO System.
tecnologistas e 17 bolsistas, lide-
rados pela Dra. Olga Baptista Fer- Produção Técnica e Colaboradores
raz. Dentre estes, 7 são doutores A divisão possui expressiva produção técnica e científica, com tra-
e 3 são mestres. Os laboratórios balhos publicados em revistas indexadas e em anais de congressos
Pré-Tratamento
Desengraxante químicos, eletrolíticos à aspersão por ultrasom,
sais ácidos para decapagem e inibidores
Linha Protetiva
Zinco alcalino isento de cianetos, zinco-ácido e cianídricos,
Aporte
Artigo Técnico
→
2+
Fe ➠ Fe + 2e pela precipitação do fosfato como [(Fe(PO4)2]3- e [Fe(PO4)3]6-
neutro seria: (LORIN, 1974, P.15). Isto ocorre
2+
Neste estágio, denominado devido à oxidação do Fe para
3+
Primeiro Estágio, conforme po- 3Zn(H2PO4)2 ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 Fe , pela ação do oxigênio dis-
de ser observado pelas reações, o solvido na solução fosfatizante
ácido fosfórico comporta-se co- • uma outra teoria afirma que ou pela ação de algum oxidante
mo o ácido clorídrico ou sulfúri- a nucleação ocorre nas regi- propositadamente adicionado.
co, ou seja, tem ação puramente ões anódicas, devido ao enri- De uma maneira simplifica-
corrosiva. A reação de corrosão quecimento desta região com da, pode-se dizer que a formação
do metal ocorre nas regiões anó- íons ferrosos, o que determi- da camada fosfatizada ocorre da
dicas, o que determina o enrique- na a precipitação do fosfato seguinte maneira:
cimento desta região com íons de de ferro neutro. Segundo es- • formação do fosfato de zinco
Fe2+. A reação de redução do íon ta teoria, sobre o fosfato de fer- neutro devido ao aumento do
hidrogênio, e, portanto, a de for- ro começa a se formar a ca- pH, de acordo com a reação:
mação do gás hidrogênio, ocorre mada do fosfato de zinco. Es-
2
nas regiões catódicas, o que deter- ta teoria é corroborada pelo fa- 3Zn(H2PO4) ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4
mina o aumento do pH da solu- to de se encontrar sempre com-
ção nestas regiões. Este conceito é postos de ferro na interface • formação do fosfato duplo de
amplamente aceito pela maioria camada fosfatizada/substrato zinco e de ferro devido ao
dos pesquisadores que estuda os quando estas são analisadas; aumento de íons ferrosos, de
mecanismos de fosfatização. • outros autores acreditam ain- acordo com a seguinte reação:
da que há formação de fosfa-
2+ +
Já para o Segundo Estágio to duplo de ferro e de zinco Fe + 2ZnHPO4 ➠ FeZn2 (PO4)2 + 2H
do processo de fosfatização, que é amorfo nos microanodos (de-
o início da formação da camada vido ao enriquecimento desta Convém citar que o equilí-
fosfatizada, existem vários meca- região com os íons ferrosos) e brio estabelecido no seio do ba-
nismos propostos, a saber (LORIN, a formação de fosfato de zin- nho, que mantém os fosfatos
1974, P.42-49): co neutro cristalino nos mi- primários solúveis, praticamen-
• nas regiões catódicas, devido crocatodos (devido à elevação te não é influenciado pelas rea-
à elevação local do pH, ocor- do pH desta região). As rea- ções acima citadas, visto que tais
re a formação dos primeiros ções responsáveis seriam: reações ocorrem na interface
núcleos da camada fosfatiza- metal/banho.
da, com precipitação do fos- Microcatodos
fato de zinco neutro. Alguns 3Zn(H2PO4)2 ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 A seguir, será visto como as
Cristalino
estudos mostraram que é ne- constantes de equilíbrio das rea-
cessário elevar o pH até valo- Microanodos ções envolvidas influenciam na
Fe2+ + 2ZnHPO4 ➠ FeZn2 (PO4)2 + 2H+
res compreendidos entre 4 e Amorfo velocidade das reações do pro-
5 para o início da precipita- cesso de fosfatização.
ção do fosfato insolúvel, ou- • a outra teoria afirma que há
tros indicam valores entre 5 e primeiro a formação de uma Constantes de equilíbrio e
6. Alguns autores contestam fina camada de compostos fatores que influenciam na
este mecanismo, alegando (óxidos e fosfatos) de ferro II velocidade das reações de
que nas condições operacio- e de ferro III e sobre esta fina fosfatização
nais dos banhos de fosfatiza- camada ocorre a nucleação e Durante a fosfatização ocor-
ção, principalmente os apli- crescimento da camada fosfa- rem vários tipos de reações, de
cados por aspersão, dificil- tizada. Esta teoria também é acordo com o item anterior. Para
mente chegar-se-ia a valores corroborada pelo fato ante- falar a respeito das constantes de
de pH tão elevados. Já outros riormente citado, que entre a equilíbrio, considere-se nova-
autores afirmam que os ba- camada fosfatizada e o subs- mente um banho de fosfatização
nhos de fosfatização são for- trato são detectados, por aná- contendo ácido fosfórico diluído
mulados de tal maneira que lise, compostos de ferro. e fosfato diácido de zinco. Quan-
uma pequena elevação de pH Alguns autores acreditam, do se mergulha uma peça de aço
já seria suficiente para a pre- ainda, que além dos fosfatos du- neste banho, as seguintes reações
cipitação do fosfato neutro plos e neutros, a camada fosfati- podem ocorrer na interface
(BIESTEK & WEBER, 1976, P. zada pode conter íons complexos metal/banho:
+
• num banho contendo fosfato
→
2H + 2e H2 [ Zn(H2PO4)2 ] = acidez total – acidez livre
Fe Fe
2+
+ 2e
de zinco, a quantidade de
2+ + ácido fosfórico livre é maior
Zn(H2PO4)2 + Fe FeHPO4 + ZnHPO4 + 2H
2+ +
do que a de um banho de Posto isto, a relação anterior-
Zn(H2PO4)2 + Fe FeZn(HPO4)2 + 2H fosfato de manganês ou fos- mente citada pode ser escrita da
Zn(H2PO4)2 ZnHPO4 + H3PO4 fato de ferro, e portanto, o seguinte maneira:
3ZnHPO4 Zn3(PO4)2 + H3PO4 pH dos banhos de fosfato de
3Zn(H2PO4)2 Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 zinco é menor do que o pH [ Zn3(PO4)2 ] = K
acidez total – acidez livre
de banhos de fosfato de man- acidez livre
ganês ou de ferro;
Para efeito de simplificação, • quando se tem um fosfato Nos banhos de fosfatização, a
considere a última reação. Para diácido férrico num banho acidez total é sempre muito
esta, a constante de equilíbrio é de fosfatização, este transfor- maior do que a acidez livre. De
dada por: ma-se rapidamente em fosfa- modo que a equação apresentada
4
to férrico neutro, pois o valor pode ser escrita com aproxima-
K=
[ Zn3(PO4)2 ] . [ H3PO4 ] de K é muito elevado (290). ção da seguinte maneira:
[ Zn (H2PO4)2 ]
3
De fato, nos banhos de fosfa-
tização, adicionam-se subs- [ Zn3(PO4)2 ] ≅ K
acidez total
A constante K varia com a na- tâncias para oxidar os íons fer- acidez livre
2+ 3
tureza do íon metálico do fosfato rosos (Fe ) em férricos (Fe ).
diácido e neutro, da temperatura Com isto forma-se o fosfato A relação apresentada indica,
e do pH do banho. Quanto maior férrico que, sendo insolúvel, de maneira simplificada, a quan-
é o valor de K, maior será a velo- precipita-se e forma a lama. tidade de fosfato formada como
cidade de formação dos fosfatos sendo função da acidez total, aci-
insolúveis constituintes da cama- Os valores de K aumentam dez livre e da constante de equilí-
da fosfatizada. com a temperatura. No caso do brio da reação de formação de
Os valores de K a uma tem- fosfato de zinco, tem-se os se- fosfato de zinco terciário. Por esta
peratura de 98ºC, para diferentes guintes valores: relação, pode-se concluir:
íons metálicos, são os seguintes • quanto maior a relação entre a
(LORIN, 1974 P.34): K = 0,013 para T = 25ºC acidez total e a acidez livre,
K = 0,029 para T = 37ºC maior é a velocidade de for-
3+
íon férrico (Fe ) ➠ K = 290 K = 0,71 para T = 98ºC mação da camada fosfatizada;
2+
íon de zinco (Zn ) ➠ K = 0,71 • a quantidade de fosfato depo-
2+
íon de manganês (Mn ) ➠ K = 0,040 Estes valores ilustram bem o sitada aumenta com o au-
2+
íon ferroso (Fe ) ➠ K = 0,0013 fato de que a velocidade de for- mento da acidez total e dimi-
mação das camadas fosfatizadas nui com o aumento da acidez
aumentam com o aumento da livre. Para o caso da acidez
Pelos valores de K pode-se temperatura. livre, este fato está ilustrado
concluir que: Como o objetivo é a forma- na Figura 1.
• para a mesma concentração e ção da camada fosfatizada, é
temperatura, o fosfato do íon conveniente representar a equa-
metálico com maior valor de ção da constante de equilíbrio Fosfato
insolúvel
K formar-se-á primeiro. As- em termos da concentração de
sim, dentre os quatro íons me- fosfato de zinco neutro, a saber:
tálicos, o fosfato férrico for-
mar-se-á primeiro, seguido, 3
K [ Zn(H2PO4) 2 ]
[ Zn3(PO4)2 ] =
nesta ordem, pelo fosfato de [ H3PO4 ]
4
Evento ABRACO
Atualização Transportes
Artigo Técnico
PINTURA INDUSTRIAL POR ponentes do motor, entre ou- Esta tecnologia tem uma in-
eletrodeposição teve um tras, estão sendo protegidos por comparável capacidade de pin-
grande incremento de este fantástico filme de tinta tar grande número de peças em
utilização na década de 80, quan- epóxi-uretânica de baixíssima processos contínuos, cujo tem-
do as indútrias automobilísticas espessura, ao redor de 20 micra, po de eletrodeposição fica abai-
Por Nilo reuniram todos os esforços para a qual resiste a todos os testes xo dos três minutos, mesmo em
Martire Neto reduzir os níveis de corrosão de todas as normas automotivas se tratando de peças de geome-
dos seus veículos, associando editadas pelo mundo relaciona- tria complexa, sendo invencível
também a necessidade do au- do a um fundo anticorrosivo. na comparação da relação de
mento de produtividade nos Não foi fácil para os pesqui- custo - benefício.
sistemas de pintura de então. sadores desta tecnologia desen- O filme de tinta apresenta
Com base nestas duas princi- volver produtos funcionais, pois alta qualidade e uniformidade,
pais diretrizes, acabou-se por o estudo envolveu áreas da ci- performance em processo cons-
eleger o processo denominado ência, como a Química de Polí- tante, onde os banhos têm cer-
Eletroforese Catódica como meros, Físico-Química, Mecâ- ca de 80% de água e menos de
aquele que teria as maiores nica, Hidráulica e Eletricidade. 2% de solventes orgânicos, isen-
chances de atender a estes re- Fornecedores de insumos, fa- tos de pigmentos tóxicos como
quisitos no que dizia respeito a bricantes de tintas, de equipa- o Cromo e o Chumbo e fáceis
um fundo anticorrosivo. mentos e clientes, alocaram de serem controlados em linha.
O sistema em si caracteriza- enormes recursos para chegar, As peças podem variar desde
se por uma aplicação por imer- nos dias atuais, à unanimidade um pequeno veículo popular ou
são elétrica, de uma tinta diluí- quanto à eficiência deste siste- um cortador de gramas, até um
da em água, pouco poluente, ma fantástico de pintura indus- gigante como uma máquina
capaz de cobrir objetos comple- trial. Eu entendo que esta foi a agrícola, por exemplo, obten-
xos como as carrocerias mono- maior conquista obtida em pro- do-se igualmente filmes, extre-
bloco, que, na época, já ganha- teção anticorrosiva para bens de mamente homogêneos e isentos
vam as preferências dos “desig- consumo, como é o caso dos de defeitos como escorridos,
ners”. Recobriam-se todas as autoveículos. Embalados pelo micro furos, acúmulos, etc.
áreas internas e externas, cavi- sucesso alcançado pela indústria Basta, para isto, que o subs-
dades, caixas ocas, colunas, etc., automobilística, inúmeros ou- trato seja condutivo e que per-
de uma forma uniforme através tros segmentos beneficiaram-se mita submeter à cura em estufa
de um filme delgado de tinta desta tecnologia, no qual hou- ao redor dos 175ºC. Há banhos
anticorrosiva com boas proprie- vesse condições para o uso de de pintura espalhados pelo Bra-
dades de aparência e isenta de uma tinta a estufa de alta resis- sil desde poucas centenas de
defeitos. tência à corrosão, com baixo litros até alguns automotivos,
O processo foi de tal forma custo, com a vantagem adicio- gigantescos, com cerca de 250
aceito que passados mais de 20 nal de uma cobertura uniforme mil litros cada, sendo eles capa-
anos, acrescido de várias me- em todo o objeto. zes de pintar mais de 1.000 car-
lhorias na tecnologia, pratica- Como negócio de tintas, a ros por dia.
mente os 63 milhões de veícu- Eletroforese é considerada pelos O processo exige, no entan-
los produzidos hoje pelo mun- fabricantes de tintas como uma to, que o substrato metálico es-
do estão sendo pintados com especialidade com produção teja limpo, isento de oleosida-
esta tinta. Somados a este “radi- próxima as 400 mil toneladas/ des e poeira, além de ter um
cal drive” em pintura de carro- ano, considerada pequena se tratamento de conversão do ti-
cerias, hoje praticamente todas comparada com o total de tin- po fosfatizado. Em alguns veícu-
as autopeças em aço, tais como tas comercializadas em todo o los ou peças automotivas, as par-
rodas, longarinas, acentos, com- mundo. tes são compostas por uma jun-
ção de diversos metais, como o submetido a uma diferença de cipalmente nas arestas, e melho-
aço carbono laminado a frio, gal- potencial, haverá a dissociação ria de alastramento e enchimen-
vanizado ou mesmo o alumínio, iônica onde a miscela poliméri- to do filme de tinta, proporcio-
exigindo que o filme eletroforé- ca migra para um dos pólos, nando uma melhor aparência da
tico, além de apresentar boa uni- trocando carga e coagulando-se peça tratada.
formidade em espessura e apa- sobre a peça, expulsando poste- Os sistemas de retificação são
rência entre estes diferentes riormente, por osmose, a água construídos para gerar energia
substratos, tenha também óti- contida no filme ainda não contínua de até 400 volts, for-
mas propriedades em proteção curado. Na etapa final de poli- necendo 1,058 ampéres/m2/ mi-
contra a corrosão bimetálica. merização térmica, os compo- nuto/micra de filme seco, na
Neste sistema de pintura a nentes da película irão propor- relação catodo: anodo de 4:1.
perda de tinta é mínima, devi- cionar um filme liso de excelen- Abaixo, seguem algumas ca-
do ao uso de equipamentos de tes propriedades estéticas e pro- racterísticas de um Fundo Epóxi:
ultrafiltração os quais separam tetivas.
uma parte da água e compo- Abaixo segue um diagrama
nentes abaixo de 20 Angstrons representativo desta pintura: Cores: Preto ou Cinza ou coloridos
contidos no exceto branco.
banho de tin- Dados do Banho:
ta, sendo que Sólidos: 17,0 ± 2,0 %
esta solução é pH (25°C): 6,0 ± 0,4
depois utiliza- Condições de deposição:
da nas lavagens Temperatura do banho (ºC): 30 ± 3
subseqüentes à Tempo de deposição (s): 180
eletrodeposi- Tensão (Volts): 200 - 380
ção e antes da Camada (um): 15 - 35
cura, retornan- Condições de Cura:
do posterior- 15 min. 175 ± 5 ºC.
mente à cuba Pré - Tratamento do Substrato:
principal. For- Fosfatização com zinco tricatiônico.
ma-se, assim,
um sistema fechado onde todo Reações no Anodo:
+
o excesso de tinta aderida meca- 2 H2O ———> 4 H + O2 + 4 e- Nosso objetivo principal foi
nicamente sobre a peça e não rever alguns conceitos desta tec-
eletrocoagulada, retorne ao ba- Reações no Catodo: -
nologia que apresenta ainda um
nho, sem prejuízos de perfor- 2 H2O + 2 e- ———> H2 + 2 OH grande espaço para futuros de-
mance. Esta é uma das etapas senvolvimentos, os quais eu te-
que faz o custo por metro ser Além dos polímeros epo- nho a convicção de que serão
um dos menores, em se tratan- xies, existem os acrílicos, am- alcançados nos próximos anos,
do de uma pintura industrial de bos reticulados com poliisocia- ampliando ainda mais a utiliza-
alta performance. O processo natos bloqueados que reagem a ção deste processo em outras
permite também grande auto- temperaturas entre 140 a 180ºC áreas da Pintura Industrial. •
mação, reduzindo custos com pelo tempo de 30 minutos
energia e mão-de-obra. Quanto através de estufas aquecidas a
à instalação de pintura, hoje em óleo, gás ou eletricidade, com
dia o investimento está ao mes- circulação de ar quente por
mo nível das demais utilizadas convecção direta ou indireta.
para tintas líquidas convencio- Enquanto o sistema Epóxi é
nais, ou à imersão, ou mesmo a mais utilizado como fundo an-
pó. ticorrosivo, o Acrílico, que per- Nilo Martire Neto
Quanto às características de neste quesito, tem maior uso Engenheiro Químico com extensão em
químicas do polímeros catódi- como acabamento, pela boa Administração de Negócios - MBA pela
cos, estes possuem radicais po- retenção de cor e resistência aos USP. Gerente Técnico da BASF S.A.
sitivos neutralizados por ácidos raios solares. As mais recentes
fracos do tipo acético ou lácti- pesquisas nesta tecnologia con- Contato com o autor:
co, transformando-o em um duzem para produtos de melhor e-mail: nilo.martire@uol.com.br
material emulsionável. Ao ser performance anticorrosiva, prin- fax: (11) 4347-1258
Artigo Técnico
Ensaios Acelerados de
Corrosão Atmosférica - Parte 2
Um breve resumo histórico do início até as últimas tendências mundias
Meio Ambiente
O Dízimo da Vida ou
“A Urgência de Viver”
Não temos um estoque inesgotável de tempo. É necessário fazer.
E fazê-lo agora, sem protelação
Opinião
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