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Ano 4 - Nº 14
Mar/Abr 2007

ENTREVISTA
Eduardo Cavalcanti,
do INT, comenta sobre
os biocombustíveis

ESPECIAL

INIBIDORES DE CORROSÃO
Atotech 8/1/06 3:38 PM Page 1
02-C&P_14_Sumário/Expediente 4/11/07 1:34 PM Page 1

Sumário

fotos da capa
e montagem:
Intacta Design

6
Entrevista Artigos Técnicos
O Desafio dos Biocombustíveis
Eduardo Cavalcanti 22
Fosfatização de Metais Ferrosos –
8 Parte 6 - Mecanismos de Fosfatização
Matéria de Capa por Zehbour Panossian e
Inibidores de Corrosão: confiabilidade
Célia A. L. dos Santos
e redução de custos

14 28
ABRACO Informa Conceitos sobre Pintura

17 por Eletrodeposição
Notícias do Mercado por Nilo Martire Neto

18 30
Artigo Instituição Ensaios Acelerados de Corrosão
26 Atmosférica – Parte 2
Atualização Transportes por Carlos Alberto Maciel

33
Meio Ambiente
34
Opinião
É preciso parar de ensinar para voltar a aprender
Orlando Pavani Júnior

Redação e Publicidade
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Dra. Zehbour Panossian - IPT Rua Emboaçava, 93
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Carta ao leitor

Na mira do desenvolvimentismo
ecológico
M CULTIVO QUE CONHECEMOS HÁ MAIS DE QUATRO SÉCULOS – E QUE JÁ FOI O ALICERCE
único da economia nacional – pode ser decisivo para que o Brasil, finalmente, possa
pleitear com alguma consistência um assento entre os países desenvolvidos. A cana-
de-açúcar, mola-propulsora de toda uma indústria de biocombustíveis, está em alta. E não
apenas como commodity internacional. Ela é o evidente ponto de partida para a implanta-
ção, em escala global, do tão sonhado mercado de combustível renovável.
Não à toa o presidente da maior potência do planeta – e de longe o maior consumi-
dor de petróleo – reuniu-se duas vezes em menos de um mês com o presidente do Brasil. A
união de Brasil e Estados Unidos, que respondem por mais de 70% da produção mundial
de etanol, é uma indicação clara de que o tempo de dependência total dessa fonte energéti-
ca fóssil está se revertendo.
Na esteira dessa expectativa positiva surgem informa-
As oportunidades com ções de novos investimentos aos montes. Estima-se a cons-
trução de centenas de usinas, pesquisas para o uso e distri-
esse novo mercado são buição de biocombustíveis feitos a partir de outros grãos
enormes, mas os desafios oleosos e gorduras, intensificação da pesquisa para o apro-
veitamento total da cana, etc. Mas, não devemos nos enga-
também são grandiosos nar, temos um longo caminho pela frente tanto do ponto
de vista da produção, quanto do ponto de vista social.
Focando exclusivamente na produção, o setor de cor-
rosão e proteção encontra o desafio (e a oportunidade) de investir para atender essa nova
demanda que será cada vez maior. O álcool combustível e o biodiesel vão requerer trabalhos
específicos para ampliar a segurança e a economia de toda a cadeia produtiva, desde a pri-
meira moagem da cana até o uso efetivo do biocombustível no automóvel, ou em outra apli-
cação. Nesse caso, os novos mercados vão merecer atenção especial, pois esse biocombustí-
vel terá que ser transportado e armazenado. De qualquer modo, é de se prever um bom
momento para o setor no Brasil.

Parceria – A Aporte Editorial e a ABRACO comemoram um ano de efetiva e estrei-


ta parceria, que possibilita a edição da Revista Corrosão & Proteção. Foi um período bas-
tante produtivo e que consolidou a feliz iniciativa de retomada da revista de caráter técni-
co-informativo. Os desafios foram – e são – grandes, porém a determinação de superá-los
não tem limites.
O apoio que temos recebido por parte dos anunciantes tem nos proporcionado con-
dições de apresentar ao mercado um veículo com conteúdo editorial consistente e apresen-
tação gráfica atraente. São estes elementos básicos que, em contrapartida, permitem retri-
buir ao anunciante altos índices de leitura por parte da comunidade técnico-empresarial do
setor.
Felizmente, contamos com a competência dos nossos colaboradores que a cada edição
aprimoram os seus trabalhos e desdobram-se em apresentar aos leitores seus estudos, expe-
riências e principais avanços tecnológicos. Afinal, compartilhar conhecimento é aprimorar
sabedoria.
Os Editores

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Entrevista

Eduardo Cavalcanti

O Desafio dos Biocombustíveis


O irreversível interesse comercial na produção de biocombustíveis vai ter um impacto
importante no setor de corrosão e proteção. O pesquisador do INT Eduardo Cavalcanti
avalia os desafios e oportunidades dessa nova ordem energética mundial

Por Alberto Sarmento Paz

NGENHEIRO METALÚRGI- põem para toda a sociedade bra- quando o INT liderou um pro-
co e de Materiais, formado sileira”, observa Cavalcanti, que grama de pesquisas para mini-
pela PUC-RIO, mestre e atendeu a reportagem da Revista mizar perdas pela corrosão nos
doutor em corrosão pela Univer- Corrosão & Proteção para deta- setores de produção e usuários
sidade de Manchester (Inglater- lhar alguns pontos desse novo do álcool combustível?
ra) e pesquisador do Instituto ciclo econômico que vai impac- Avalio com muito otimismo. O de-
Nacional de Tecnologia (INT) tar em todas as áreas do país. senvolvimento alcançado no campo
desde 1984, Eduardo Cavalcanti do álcool combustível a partir da
é um dos pioneiros na pesquisa Como será sua atuação no ins- fermentação da cana nos dá a lide-
sobre biocombustíveis, tendo in- tituto nesse retorno às pesqui- rança em termos de produtividade.
clusive ocupado o cargo de subse- sas no INT? Temos muito que avançar no cam-
cretário de Estado de Ciência, Minha atuação estará centrada na po dos biocombustíveis de segunda
Tecnologia e Inovação do Gover- retomada das atividades direciona- geração, envolvendo processos de hi-
no do Rio de Janeiro, entre 2003 das para o nicho dos biocombustí- drólise enzimática e de utilização
e 2006, onde gerenciou o Progra- veis. Trata-se de área temática em de biomassa celulósica. O Brasil
ma Estadual de Biodiesel. que o INT foi pioneiro na década também domina o campo da com-
De volta ao INT tem como de oitenta, com as pesquisas para patibilidade de materiais e compo-
principal desafio estruturar e co- álcool combustível. O recrudesci- nentes, sejam revestidos ou não, e
ordenar a Rede de Estudos e Pes- mento do setor alcooleiro e a im- do controle dos processos corrosivos
quisas sobre Armazenamento de plantação do Programa Nacional tanto na fase de produção quanto
Biodiesel do MCT, no âmbito do de Produção e Uso do Biodiesel tra- na de utilização do álcool combus-
Programa Nacional de Biodiesel, zem consigo uma enorme deman- tível. Já no biodiesel é diferente.
que envolve além do INT mais da por estudos, projetos e consulto- Trata-se de produto biodegradável,
doze instituições de pesquisa no rias sobre estabilidade (térmica, higroscópico, com grande afinidade
país. Passam também por suas oxidativa e hidrolítica), corrosão, pelo oxigênio, que dependendo da
novas atividades gerenciar o Co- degradação, compatibilidade e rea- matéria prima, pode apresentar
mitê Brasileiro de Normalização tividade de biodiesel e misturas elevada tendência à oxidação. Nes-
em Corrosão – ABNT/CB 43, com materiais e componentes, bem se caso, a curva de aprendizado na-
coordenar as atividades da Rede como o efeito de contaminantes cional ainda se encontra nos seus
de Laboratórios de Ensaios e de abióticos e microbianos no estabe- primeiros estágios, mas há um
Calibração do Estado do Rio de lecimento de processos de corrosão e grande esforço de avançar nesse
Janeiro (Rede Rio Metrologia), degradação. No tocante a projetos campo. Não podemos, entretanto,
além de trabalhar para a amplia- estarei conduzindo projetos com colocar sob ameaça a credibilidade
ção das atividades da Diretoria de recursos MCT, FINEP e FAPERJ do produto. Recordo-me quando do
Normalização da ABRACO e recentemente liberados. início do programa de biodiesel ale-
implantação do Setor de Biocom- mão o produto começou a ser dis-
bustíveis na Divisão de Corrosão Como o senhor avalia o cená- tribuído e não houve muita preo-
do INT. “São desafios instigantes, rio atual para os biocombustí- cupação com a questão da qualida-
e não são só meus. Afinal, a ques- veis, levando em conta sua ex- de, o que implicou em uma série de
tão dos biocombustíveis se im- periência nos anos de 1980, problemas de corrosão, degradação

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e entupimentos, notadamente nos com recursos da FINEP e da FA-


sistemas de injeção eletrônica. As PERJ dezesseis projetos para doze
soluções vieram com a criação de grupos de pesquisa do Estado do
uma organização de controle da Rio de Janeiro. No tocante à corro-
qualidade, a AGQM. No caso bra- são e degradação estamos avaliando
sileiro, a ANP faz parte do proces- no LACOR/INT a estabilidade à
so desde a primeira hora e tem sido oxidação, a tendência à biocorrosão
incansável na luta pela garantia e a corrosividade do biodiesel. Os
da qualidade do biodiesel. primeiros resultados relativos à esta-
bilidade, à oxidação e a tendência
Quais serão as novas oportuni-
dades de P&D no campo da
corrosão com o aumento do in-
teresse pelos biocombustíveis?
Existem várias vertentes, mas acre-
dito que a primeira relativa ao
“ O controle de qualidade na produção,
armazenamento e distribuição de biocombustíveis será


uma grande oportunidade para novas pesquisas
meio corrosivo diz respeito ao con-
trole de qualidade envolvendo to-
das as etapas da cadeia, da produ- à biocorrosão do biodiesel de soja do ao diesel. Quanto ao controle da
ção à distribuição do álcool com- foram apresentados no I Congresso corrosão nas usinas de produção
bustível, notadamente em novos da Rede Brasileira de Tecnologia de este assunto é inteiramente domi-
mercados. Novas incidências de pro- Biodiesel de 2006. O paper com- nado nas dez usinas de biodiesel
cessos corrosivos têm sido reportadas pleto encontra-se disponível no site hoje em operação no país eu não
nos EUA e Japão, como a corrosão do Programa Nacional de Biodiesel: vejo maiores problemas, ao contrá-
sob tensão em tanques e componen- www.mct.gov.br rio do que aconteceu nos primór-
tes de aço inox e ataques às ligas de dios do Programa Nacional do Ál-
alumínio. O caso do biodiesel dife- O Brasil tem tecnologia segura cool, em que perdas considerá-
rencia-se por ser um produto novo, e de alta eficiência para armaze- veis foram observadas.
que pode ser fabricado por diferen- nar e transportar álcool e bio-
tes rotas e a partir de diferentes ma- diesel? Como devem ficar os mercados
térias-primas. Por exemplo: o bio- Com relação ao álcool, sim. Já no de energia e de alimentos com
diesel tende a perder as suas carac- tocante ao biodiesel temos que a evolução contínua do uso de
terísticas essenciais em função do atentar para a importância da ma- biocombustíveis?
tempo de estocagem – alterações por nutenção da qualidade do produto Quanto ao mercado da energia ve-
oxidação que resultam, entre outras, do Oiapoque ao Chuí. No momen- jo como um impacto positivo uma
na elevação da sua acidez. Nesse con- to cerca de 15 técnicos estão ini- vez que eleva a nossa cota de uti-
texto três grandes campos de P&D ciando os seus trabalhos sob a lide- lização de recursos renováveis na
se descortinam: correlação entre a rança da ABNT e da ANP em um matriz energética brasileira, o que
decomposição do biodiesel e a inci- projeto de norma sobre Armazena- é bom para todos. Sobre o de ali-
dência de processos corrosivos; fenô- mento e Distribuição de Biodiesel, mentos, considero a tão propalada
menos de interface metal/biocom- o que demonstra a importância que competição entre a produção de ca-
bustíveis e, finalmente, pesquisas so- o tema está merecendo. A predomi- na e de grãos para a geração de ener-
bre a compatibilidade de materiais nância dos biodieseis hoje produzi- gia e o seu destino para alimen-
metálicos ou não com os biocom- dos advém da soja, que contém adi- tação, como um pseudo-conflito.
bustíveis (veja mais na página 12) tivo antioxidante, e do dendê, que Apenas cerca de 4% das nossas ter-
por ter em sua composição antioxi- ras agriculturáveis são utilizadas
Quais os principais aspectos re- dantes naturais não sofrem de gran- para o cultivo de biomassa ener-
lacionados à corrosão e degra- des problemas. À medida que am- gética. Ainda temos muito que ex-
dação dos biocombustíveis no pliamos a base de matérias-primas, pandir a nossa frente agrícola. É
projeto RioBiodiesel? utilizando-se novos óleos e gorduras, óbvio que este processo tem que se
O Programa Estadual de Biodiesel serão necessários novos estudos para dar de forma equilibrada e sob o
constitui-se de cinco módulos de a- a preservação da qualidade que estreito acompanhamento e a fisca-
tividades, com destaque para os de também é muito susceptível à con- lização governamental sem excessos
políticas públicas e de ciência e tec- taminação por água e microrganis- em termos de monocultura que traz
nologia. Conseguimos alavancar mos, notadamente quando mistura- graves implicações ambientais. •

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cta
fotos: Inta

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Matéria de Capa

Inibidores de Corrosão:
confiabilidade e redução de custos
Os inibidores podem reduzir em até 95% a velocidade das reações de corrosão,
sendo fundamental para a maior vida útil dos dutos

S INIBIDORES DE polarizam as secções das superfícies metálicas em desequilíbrio elétri-


corrosão são subs- co (zonas anódicas) e neutralizam o caráter ácido/corrosivo do fluido”,
tâncias ou mistu- explica o engenheiro químico sênior e consultor técnico da Unidade
ras de substâncias que de Negócios da Bahia da PETROBRAS, João Archanjo de Oliveira Fi-
em condições adequa- lho. No que diz respeito à prevenção da corrosão em caldeiras e água
das, no meio corrosi- de refrigeração, o mais apropriado é o uso de inibidores inorgânicos e
vo, reduzem ou eli- seqüestradores de oxigênio (compostos que reagem com o oxigênio
minam os processos promovendo a desoxigenação do meio). “A presença de
de corrosão. Podem ser classica- oxigênio cria áreas anódicas nos substratos, o que leva ao
mente tipificados quanto à sua aumento dos processos corrosivos localizados, por isso é
composição (orgânicos ou inor- importante a utilização dos seqüestradores de oxigênio”,
gânicos) e quanto ao seu complementa Archanjo.
comportamento (oxi- Quanto ao álcool, atualmente, no Brasil, não são utili-
dantes, não-oxidantes, zados inibidores de corrosão para o seu escoamento. “Pes-
anódicos, catódicos ou de quisas estão em andamento em face à crescente demanda João Archanjo de
adsorção/fílmicos). O tipo projetada para os próximos anos. Já estão sendo viabiliza- Oliveira Filho
do inibidor a ser utilizado dos corredores exclusivos para o escoamento de álcool, com
num processo industrial vai o objetivo de atender principalmente o mercado externo”, afirma o
depender dos resultados espe- engenheiro da TRANSPETRO Carlos Alexandre Martins, um dos
rados: inibir, retardar ou elimi- responsáveis pela implementação do sistema de gerenciamento da cor-
nar o agente corrosivo do meio; rosão interna da malha dutoviária da empresa.
sendo que o seu principal objeti- Os inibidores de corrosão são fundamentais em vários segmentos
vo é criar uma barreira de prote- industriais, dos quais podemos destacar: o setor de autopeças (garan-
ção entre o substrato metálico tindo a preservação das partes externas de seus componentes), a avia-
e o eletrólito. Os materiais ção (na proteção das aeronaves), a construção civil (prevenindo o ata-
básicos usados como princí- que de cloretos nas estruturas de aço), os minerodutos (no transporte
pios ativos na formulação de minério e carvão) e, sobretudo, a indústria de petróleo
desses inibidores são: áci- e gás. “Em função do escoamento de produtos corrosivos
dos graxos, ácidos naftê- por dutos, faz-se necessária a aplicação dos inibidores para
nicos, aminas orgânicas, que sejam utilizados materiais metálicos de custo mais
cromatos, polifosfatos, baixo na construção de equipamentos”, salienta Martins.
nitritos, sulfitos, sais Para que o uso dessas substâncias seja favorecido, é im-
de zinco e de esta- portante manter as taxas de corrosão abaixo do limite dese-
nho. jado, evitando assim o vazamento de produtos para o meio Carlos Alexandre
Para as aplica- ambiente e a perda de produção. Além disso, o ambiente Martins
ções em petróleo e seus de- deve estar limpo e isento de impurezas ou incrustações que
rivados os inibidores de adsorção possam interferir no contato entre o inibidor e a parte a ser protegida.
(orgânicos) são os mais comu- “Também devem ser levados em conta, para o bom desempenho dos
mente empregados, embora inibidores, fatores como: pH, peso molecular, temperatura, pressão,
existam também alguns inibi- velocidade do fluido, entre outros. A seleção da dosagem necessária
dores que atuem modificando para inibir o processo corrosivo e as condições de armazenamento do
a rede cristalina do produto de produto devem ter uma atenção especial por parte das empresas”,
corrosão. “Essas substâncias enfatiza o consultor do segmento de petróleo e professor de Química
Industrial Robson Lewis, que atuou durante 30 anos no Sistema
Preparação dos corpos de prova PETROBRAS.
para o banho de caracterização Segundo a responsável pelo Laboratório de Corrosão de Proteção
de ferrugem (Nace) no IPT do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos do Instituto

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de Pesquisas Tecno- zem em cerca de 95% a velocidade das reações de corrosão. Em uma
lógicas do Estado de condição de agressividade corrosiva podemos perder equipamentos de
São Paulo - IPT, Zeh- produção de petróleo com nove milímetros de espessura em até três
Zehbour Panossian
bour Panossian, hou- meses. Com a utilização adequada dos inibidores, a vida útil desses
ve uma evolução equipamentos aumenta em até 10 anos”, explica João Archanjo, ven-
quanto aos resultados observa- cedor do prêmio Inventor PETROBRAS em 2005 e 2006.
dos pelos inibidores. “Durante a A fim de incrementar ainda mais a eficácia dos inibidores de cor-
passagem do fluido, os inibido- rosão, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas em todo o país,
res – que são adicionados ao pro- com destaque para as substâncias de baixo impacto ambiental.
duto a ser transportado na ori- “Atualmente, os chamados inibidores verdes, à base de enzimas biode-
gem – se adsorvem nas paredes gradáveis, estão sendo apresentados, com cada vez mais freqüência,
internas do duto, constituindo nos diversos seminários técnicos do setor, visto que a preocupação
em uma barreira que dificulta a com o meio ambiente é constante e crescente”, afirma Carlos
ocorrência da corrosão”, observa Alexandre Martins, que há quatro anos atua no controle de integrida-
Zehbour. “O ganho maior é de de dutos da TRANSPETRO.
mesmo a maior confiabilidade
do sistema e maior vida útil dos Fornecedores
dutos”, completa. A Revista Corrosão & Proteção contatou empresas que atuam na
As vantagens citadas por produção e prestação de serviços de inibidores de corrosão, para que
Zehbour levam a uma latente elas possam apresentar ao mercado nacional o que existe disponível e
redução dos custos por parte das quais as inovações. A Kurita, em parceria com a empresa norte-ame-
empresas. Uma aplicação bem ricana Baker Petrolite, por exemplo, disponibiliza vários produtos ini-
gerenciada é capaz de aumentar a bidores de corrosão para dutos de transporte de derivados de petróleo,
vida útil de um duto de trans- e agora também disponibiliza inibidores de corrosão específicos para
porte, por exemplo, em até cinco álcool (etanol). “A corrosão interna em sistemas de distribuição de
vezes. “Essas substâncias redu- derivados de petróleo é um problema reconhecido mundialmente há

PROTEÇÃO CATÓDICA
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Banho de caracterização
de ferrugem (Nace) Tecnologia
mais de 50 anos”, lembra o Avançada no
responsável da área de tec-
nologia e qualidade da em- Tratamento de
presa, Antonio R. P. Car-
valho. Superfície
Para ele, além de pro-
blemas relacionados com a
do Alumínio e
integridade dos dutos (ne-
cessidade de paradas, altos
de suas Ligas
custos de manutenção, en-
tre outros), a contamina- Tradição em excelência
ção dos derivados transpor-
tados com produtos de corrosão pode alterar as características de espe- de produtos e serviços,
cificação destes derivados, com prejuízos evidentes. “Um dos métodos sintonizados em tempo real
mais efetivos de controlar a corrosão interna em dutos de derivados de
petróleo é pelo uso de inibidores de corrosão”, comenta o responsável com os principais avanços
da área de tecnologia e qualidade da empresa. tecnológicos da Europa.
Carvalho informa que a Kurita/Baker possui vários tipos de inibi-
dores de corrosão, incluindo produtos aprovados para adição em com-
bustíveis de uso militar (normas MIL-I-25017, que especifica os adi-
tivos aprovados pelas forças armadas norte-americanas, e DEFENCE
Standard 91-91, que lista os produtos qualificados de acordo com os
requerimentos da NATO).
A GE - Water & Process Technologies, uma unidade da General
Electric Company, é uma empresa global no fornecimento de soluções
para sistemas de água, efluentes e processos. “Solucionamos alguns
dos desafios mais críticos de água, fornecendo água industrial e potá-
vel, enquanto diminui a dependência de fontes de água fresca”, conta
a coordenadora de marketing da empresa, Vera Di Tommaso. Para
conseguir isso, as tecnologias incluem dessalinização, membranas
avançadas, soluções para separação e reuso da água e gerenciamento de
efluentes e tecnologias para processos.
A GE Water & Process Technologies apresenta no Brasil sua nova
plataforma global de produtos e serviços, que incorpora as capacida-
des herdadas de BetzDearborn, Osmonics, Glegg, Ionics, Ecolochem
e agora Zenon, em uma única fonte para oferecer soluções globais
relacionadas com sistemas de água pura e processos, além de serviços
de tratamento de água para qualquer setor da indústria.
A Nalco Brasil é outro exemplo de empresa que fornece produtos,
serviços e equipamentos para tratamento de água industrial, processos
e efluentes. São mais de 150 tipos diferentes de produtos para diversas
aplicações, objetivando sempre melhorar a performance dos processos
produtivos onde são aplicados, segundo informa Gerente de Desen-
volvimento Industrial, Paulo Santiago. “Desde a captação de água, pas-

Equipamento
Aporte
foto: GE

de osmose
reversa da
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05_C&P_14_MatériaCapa 4/11/07 1:22 PM Page 5

de resfriamento temos uma imensa gama de ativos: fosfato, zinco, moli-


bidato, nitrito, fosfonato PBTC, silicatos, azóis”, revela Paulo Santiago.
“Os investimentos anuais de mais de 70 milhões de dólares da Nalco
nos permitiram trazer para o mercado uma nova formulação em 2004,
o chamado PSO (oligômero do ácido fosfino succínico) que desempe-
foto: Nalco

nha ao mesmo tempo a função de inibidor catódico e dispersante para


carbonato de cálcio”.
Paulo Santiago informa também que o uso destes inibidores acom-
Instalações sando por todas as etapas de pré- panhados da tecnologia TRASAR permite um monitoramento contí-
do laboratório tratamento (clarificação, filtração, nuo, on-line, em tempo real, assegurando a dosagem correta de forma
de teste abrandamento, osmose reserva, a inibir processos corrosivos e incrustantes, ao mesmo tempo que evita
da Nalco desmineralização), pelos princi- o seu desperdício. “Na linha de equipamentos temos medidores de cor-
pais usuários (torres de resfria- rosão on-line tanto para água de resfriamento como para condensados
mento, sistemas de resfriamento permitindo a detecção mais imediata de ocorrência de problemas e a
fechado, caldeiras de baixa, mé- observação de tendências que nos permite a adoção de ações pró-ativas
dia e alta pressão) até chegar no na proteção dos equipamentos envolvidos”, comenta o gerente de
tratamento de efluente, seja físi- desenvolvimento industrial da Nalco.
co-químico ou biológico”, expli- Paulo Santiago esclarece que este equipamento faz parte da nossa
ca. Segundo Paulo Santiago, a tecnologia mais recente, o 3D Trasar, lançado também em 2004 nos
Nalco também possui tecnologia EUA e na América Latina, que almeja o monitoramento e gerencia-
para beneficiar processos quími- mento on-line dos três principais itens de controle em um sistema de
cos e petroquímicos, de produção resfriamento: corrosão, incrustação e microbiologia. “Trata-se de tec-
de papel e celulose, siderúrgicos. nologia inovadora e que, com apenas dois anos do lançamento, já
“Especificamente na linha de ini- conta com mais de 3000 implementações em unidades industriais no
bidores de corrosão para sistemas mundo”, revela. •

NOVAS FRENTES DE P&D NA ÁREA DE BIOCOMBUSTÍVEIS

Segundo Eduardo Cavalcanti, pesquisador do Instituto


PINTURA TÉCNICA INDUSTRIAL Nacional de Tecnologia – INT, existem três principais ver-
TRATAMENTO ANTICORROSIVO COM GRANALHA DE AÇO, tentes em P&D com o aumento do mercado de biocombus-
ÓXIDO DE ALUMÍNIO E MICROESFERAS DE VIDRO tível. A primeira recai sobre novos estudos envolvendo corre-
lações entre a cinética de decomposição do biodiesel e mistu-
• Aeronáutica ras e a incidência de processos corrosivos abióticos, formação
• Álcool e Açúcar de gomas e depósitos e de processos de biocorrosão e biodegra-
• Alimentícia dação. “Isso porque vai impactar a questão da necessidade
• Caldeiraria de desenvolvimento de aditivos e inibidores multifuncinais
• Construção Civil e geração de conhecimento de novas tecnologias de preven-
• Fertilizante ção e controle ao longo das etapas de armazenamento e dis-
tribuição, num país de dimensões continentais e clima dife-
• Hidroelétrica
renciado”, observa Cavalcanti.
• Mecânica Pesada
A segunda vertente diz respeito à interface metal/bio-
• Mineração combutíveis, envolvendo novos revestimentos sejam orgâni-
• Papel e Celulose co ou inorgânicos. E, finalmente, o especialista destaca o
• Petrolífera conjunto de pesquisas com foco em materiais metálicos ou
• Química não-metálicos, como, os elastômeros, envolvendo estudos de
• Saneamento Básico compatibilidade de materiais e produtos com o biodiesel e
• Siderúrgica misturas, inclusive de novas misturas ternárias com álcool
• Têxtil anidro. “Procurando preencher esta lacuna, o INT está ini-
• Transporte (aéreo/náutico/ferroviário/terrestre) ciando a criação de rede de estudos e pesquisas, com recursos
da FINEP, intitulada: REDEARMAZBIODI. Até o mo-
Revestimento com resinas epoxídicas, poliuretânicas, mento treze instituições de pesquisa integram este projeto”,
betuminosas, alquídicas e outras conta Cavalcante.
Empresas interessadas em participar da REDEARMAZ-
PROMAR TRATAMENTO ANTICORROSIVO LTDA. BIODI poderão entrar em contato enviando mensagem pa-
Rua Manoel Faria Fernandes, 622 Av. Dr. Assis Ribeiro, 5861 ra o endereço eletrônico: eduardoh@int.gov.br.
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BIBLIOTECA
Para auxiliar a comunidade técnico-empresarial,
servindo como fonte de pesquisa, recuperação e
disseminação da informação, a ABRACO possui
uma Biblioteca especializada em corrosão,
proteção anticorrosiva e assuntos afins. Seu acervo
é composto por livros, periódicos, normas técnicas,
trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias.
Os serviços prestados pela Biblioteca incluem
pesquisa bibliográfica, consulta local, repasse de
trabalhos técnicos e publicações (livros técnicos e
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sobre Tecnologia de Equipamentos
de 12 a 15 de junho de 2007 - Salvador - BA
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pelo tel.: (21) 2516-1962
06_C&P_14_ABRACO Informa 4/11/07 11:30 AM Page 1

ABRACO Informa

Seminário reúne especialistas de todos os segmentos


da pintura de manutenção industrial
fotos: Gilberto Rios

ABRACO atender um número cada vez maior de profis-


sionais que buscam ampliar seus conhecimentos”, conclui
Pedro Paulo Barbosa Leite.
O engenheiro e gerente de treinamento técnico da
Sherwin-Williams do Brasil, Celso Gnecco, que participou
do seminário, avalia que a ABRACO e o IPT conseguiram
reunir as maiores autoridades do setor de pintura de manu-
tenção industrial. “Eu posso dizer que os trabalhos apre-
sentados durante os dois dias de seminário foram de altís-
simo nível”, comenta Gnecco.
Outro participante do evento que compartilha da mes-
ma opinião de Celso Gnecco, é o engenheiro químico e
pesquisador do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica, Fernando de Loureiro Fragata. “Também achei
que o seminário reuniu especialistas do mais alto escalão do
A ABRACO - Associação Brasileira de segmento de pintura de manutenção industrial, sem con-
Corrosão e o IPT – Instituto de Pesquisas tar a qualidade dos assuntos que foram abordados durante
Tecnológicas do Estado de São Paulo orga- o evento”, relata Fragata.
nizaram, em 28 e 29 de março, o seminá- A doutora Olga Baptista Ferraz, do INT – Instituto
rio de Pintura de Manutenção Industrial. Nacional de Tecnologia, marcou presença no seminário e
Foram dois dias em que especialistas do elogiou muito a qualificação dos palestrantes assim como
segmento de pintura de manutenção in- dos assuntos que foram discutidos durante os dois dias do
dustrial tiveram a oportunidade de discutir seminário. “Eu gosto muito desse tipo de seminário. Acho
Pedro Paulo as tendências atuais do mercado, as novas que os profissionais participantes e os palestrantes foram
Barbosa Leite tecnologias de produtos, de aplicação para do mais alto nível”, conclui Olga.
prevenção da corrosão em estruturas, equi- O seminário aconteceu nas dependências do IPT e reu-
pamentos e plantas de processo. niu cerca de 100 profissionais de empresas ligadas às ativi-
“O evento serviu para mostrar que esse dades de prevenção, fabricação, aplicação e pesquisa, cen-
segmento está realmente interessado na tros e institutos de pesquisa, gerentes, supervisores e pes-
certificação profissional das pessoas que soas ligadas ao segmento. A coordenadora de eventos da
atuam na área de pintura de manutenção, ABRACO, Simone Maciel, finaliza com um agradecimen-
fundamental para a melhor qualificação da to especial aos patrocinadores do evento. “São parceiros
prestação desse serviço industrial. Esse é que têm contribuído com o desenvolvimento do setor”. O
um mercado que deve ter normas técnicas e evento teve como patrocinadores as empresas: Blasting, IEC,
Olga Baptista a ABRACO quer propiciar essa certificação Tintas Jumbo, International Paint, Lemasa e Renner.
Ferraz aos profissionais do setor”, comenta o pre-
sidente da entidade, Pedro Paulo Barbosa
Leite.
Segundo o presidente da ABRACO, ca-
pacitar profissionais que possuam experi-
ência como pintor industrial e encarregado
de pintura industrial nos conhecimentos
teóricos necessários à sua qualificação pro-
fissional, é uma das tarefas primordias de
sua gestão à frente da entidade. “Esse é um
Simone Maciel desafio da ABRACO e estou concentrado
em conquistá-lo”, explica Leite.
O presidente da ABRACO disse ainda, durante a reali-
zação do evento, que pretende criar escritórios regionais da
entidade. “Já estamos em processo avançado de negocia- Da esq. para à dir.: Fernando L. Fragata, Celso Gnecco,
ções e esperamos com a criação dos escritórios regionais da Joaquim P. Quintela, Pedro Paulo Barbosa Leite

14 C & P • Março/Abril • 2007


06_C&P_14_ABRACO Informa 4/11/07 11:30 AM Page 2

Henkel visita ABRACO


A ABRACO teve a satisfação de receber frutos desse mais novo apoio sejam refletidos
representantes do Grupo Henkel, o mais novo diretamente na comunidade técnica.
associado da entidade, para uma visita às insta- O Grupo Henkel opera em três áreas estra-
lações da Associação, apresentação da divisão tégicas de negócios: Higiene Doméstica, Cui-
atuante na área anticorrosiva e seus interesses dados Pessoais e Adesivos, Selantes e Trata-
na área. mento de Superfícies. Presente em cerca de
A Associação Brasileira de Corrosão dá as 125 países, a Henkel fechou 2006 com um
boas-vindas ao Grupo Henkel e deseja que os faturamento de 12 bilhões de euros.

Fábrica da
Henkel,
localizada em
Itapevi,
região da Grande
São Paulo
06_C&P_14_ABRACO Informa 4/11/07 11:30 AM Page 3

ABRACO Informa

Convênio de Cooperação Tecnológica


ABRACO - IPT
Dando continuidade aos objetivos firmados no Convênio de Cooperação
Tecnológica, a ABRACO e o IPT trazem para São Paulo o curso para
Qualificação de Inspetor de Pintura Industrial NI, a ser realizado de 16 a 21
de abril, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo –
IPT. Mais uma oportunidade para os profissionais que desejam atuar na área
e se qualificarem junto ao SEQUI/ PETROBRAS, além de ser mais um
auxílio para o mercado
que precisa de profissio-
nais capacitados. A procu-
ra superou as expectativas
e as vagas foram preenchi-
das já no final de março.
• Mais informações sobre
cursos e eventos para 2007
em www.abraco.org.br
Entrada do IPT,
na Cidade Universitária,
em São Paulo

International Paint

No dia 14 de fevereiro a diretoria da ABRACO visi-


tou a associada International Paint, empresa do grupo
Akzo Nobel. Funcionários e diretores da Associação
puderam conhecer os profissionais que atuam na divi-
são de proteção anticorrosiva e as modernas instalações
da empresa, com destaque para o centro de treinamen-
to, laboratório e a unidade industrial, que abastece todo
o Mercosul.
A ABRACO parabeniza a Internacional Paint por
toda qualidade apresentada e agradece a oportunidade
de extrema importância no relacionamento Associação-
Associado.
06_C&P_14_ABRACO Informa 4/11/07 11:30 AM Page 4

Notícias do Mercado

Centralsuper. Na vanguarda do associativismo


Criada em março de 1993,
por mais de 50 empresas do
ramo de tratamento de superfí-
cies, a Centralsuper foi consti-
tuída inicialmente para desen-
volver um trabalho de recupe-
ração e preservação ambiental.
A partir de uma política am-
biental comum e da união de
esforços logísticos, foi implan-
Armazenamento de resíduos sólidos gerados tado um centro de atendimen-
pelas empresas de galvanoplastia to direcionado às empresas de
tratamento de superfícies vi-
sando atender a todas as necessidades do setor, mantendo ainda, parceiros
de comprovada eficiência, que desenvolvem serviços em áreas especializadas.
Hoje, quase 14 anos após sua fundação, o projeto encontra-se alicerçado
em bases sólidas, e a Centralsuper oferece ao mercado de tratamento de
superfícies serviços nas áreas de análises químicas (como caracterização de
efluentes industriais e de resíduos sólidos), de potabilidade de água, de
banhos galvânicos, entre outros. Na área de resíduos sólidos, sua política de
gestão ambiental propiciou a implantação de uma unidade de destinação de
resíduos galvânicos, atendendo empresas de todos os portes, onde os resí-
duos são processados e transformados em matérias primas, não gerando
nenhum subproduto agressivo ao meio ambiente.
Desenvolve também seu papel social junto às empresas, com a implan-
tação e gerenciamento do PCMSO – Programa de Controle de Medicina e
Saúde Ocupacional e PPRAG – Programa de Preservação de Riscos
Ambientais Galvânicos, ambos com caráter de prevenção, rastreamento e
diagnóstico precoce dos agravos à saúde do trabalhador, além de prevenir e
avaliar a ocorrência de riscos ambientais. Ainda, a Centralsuper dispõe de
um departamento de serviço de despachante para obtenção e renovação de
licenças de produtos controlados pelo Ministério do Exército, Polícia
Federal, Polícia Científica e IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Am-
biente e dos Recursos Naturais Renováveis.
Enfim, é um exemplo acabado da máxima: “que a soma do todo é maior
que as partes que o compõe”. • Mais informações: central@centralsuper.com

Revestimento líquido
A Brascon anuncia o Eneseal, um sistema
de revestimento líquido elastomérico para
aplicações sobre superfícies de metal, madeira,
concreto ou galvanizadas.
A empresa informa que o uso reduz os
gastos com manutenção, pois após a aplicação
o líquido forma uma película protetora alta-
mente durável, com enorme resistência à cor-
rosão e aos raios UV.
• Mais informações:
comercial@brasconamericas.com

C & P • Fevereiro/Março • 2006 5


07_C&P_14_Instituição 4/11/07 11:33 AM Page 1

Artigo Instituição

Divisão de Corrosão e
Degradação - DCOR
Dotada de três laboratórios altamente especializados, LACOR, LAH2S e LABIO, a DCOR do INT
contribui para o desenvolvimento dos setores de Petróleo e Gás e Biocombustíveis
Por Olga DIVISÃO DE CORROSÃO E de pesquisas relacionadas aos fenômenos de corrosão então observados
Baptista Ferraz Degradação do Instituto nos setores de produção, transporte e de utilização do álcool combus-
Nacional de Tecnologia tível. Avaliar a compatibilidade de materiais, caracterizar a corrosivida-
INT - DCOR conta com três la- de do álcool etílico hidratado combustível (AEHC), estabelecer as for-
boratórios para execução de pro- mas de controle da corrosão pelo álcool, e definir para o Departamen-
jetos de desenvolvimento tecno- to Nacional de Combustíveis os termos da especificação do AEHC
lógico e serviços especializados: hoje vigente foram as principais realizações da DCOR neste período.
• LABORATÓRIO DE CORROSÃO A partir de 1988, expandiu gradualmente as suas linhas de atuação
E PROTEÇÃO – LACOR procurando também atender às necessidades de pesquisa e de serviços
• LABORATÓRIO DE ENSAIOS dos demais segmentos do setor produtivo. Atualmente o LACOR dis-
DE H2S, CO2 E CORROSIVI- põe de uma equipe extremamente capacitada de especialistas com
DADE – LAH2S doutorado e mestrado. Tendo em vista a crescente demanda desenvol-
• Laboratório de Biocorrosão e ve projetos de pesquisa e de aperfeiçoamento tecnológico em corrosão
Biodegradação – LABIO e proteção, além de ensaios normalizados, testes comparativos, avalia-
O LAH2S e o LABIO foram ção de produtos e estudos de falhas por corrosão.
criados a partir da necessidade de Cabe salientar que o LACOR é o primeiro e único laboratório de
expansão por demanda induzida corrosão do país credenciado pelo INMETRO. Integra desde 1996 a
do setor de Óleo & Gás, em Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaio (RBLE) coordenada pelo
1995 e 2002, respectivamente. INMETRO, o que o credencia para executar um conjunto de ensaios
de corrosão com materiais, produtos e revestimentos, em consonância
LACOR com os requisitos estabelecidos pela Norma NBR/ISO/IEC 17025,
Criado no ano de 1980 para adotada em vários países para o reconhecimento da capacitação de
apoiar as ações da Secretaria de laboratórios junto aos organismos internacionais de credenciamento.
Tecnologia Industrial do Mi- Com o recrudescimento das atividades em biocombustíveis no
nistério da Indústria e Comércio país, encontra-se nucleando um grupo de competência em estudos de
no âmbito do Programa Nacio- corrosão e degradação de materiais em contato com biodiesel e mistu-
nal do Álcool. Até o início dos ras de biocombustíveis de nova geração. Projetos de desenvolvimento
anos 90, teve sua atuação dire- tecnológico vêm sendo conduzidos sob a coordenação do Dr. Eduardo
cionada para o desenvolvimento Cavalcanti.

1 2

Fig. 2 - LACOR:
Fig.1 - LACOR: Microscopia ótica de alta Avaliação do descolamento
definição para avaliação da morfologia da catódico de revestimentos para
corrosão e ataque localizado dutos enterrados

18 C & P • Março/Abril • 2007


07_C&P_14_Instituição 4/11/07 11:33 AM Page 2

LAH2S 4 5
Trata-se do único laboratório independente
no país para a realização de estudos e homologa-
ção de produtos para uso em exploração e trans-
porte de Óleo & Gás, na presença de H2S e CO2.
Implantado em 1995, estimulado pela
PETROBRAS/CENPES/TMEC, realizou seus
primeiros trabalhos sob a supervisão da FBTS no
biênio 95-96 e, a seguir, passou a ofertar ensaios
de forma independente. Assim, foi desenvolvida
no período 96-2001 competência técnica em
ensaios de hidrogenação e em testes de suscepti-
bilidade à corrosão sob tensão pelo H2S, envol-
vendo um projeto e ensaios especializados. Os
primeiros estudos foram voltados para a avalia-
ção de aços expostos em ambientes contendo
H2S e CO2, atendendo não só à PETROBRAS,
como também empresas e fornecedores da área Fig. 4 - LAH2S/LAMEC: Ensaios Fig. 5 - LAH2S: Ensaios de
de petróleo no Brasil. de corrosão sob fadiga. Determinação determinação da tenacidade
No período de 2001-2002, em função da da Taxa de Propagação de Trinca à fratura de aços especiais
crescente demanda de ensaios de corrosão asso-
ciados, a solicitação mecânica investiu no equi- 6
pamento de Baixa Taxa de Deformação (BTD).
A partir de demandas da PETROBRAS/ Fig. 6 - LAH2S:
CENPES/TMEC, em 2003, enfocando ensaios Ensaios de corrosão
de corrosão associados à solicitação mecânica sob tensão induzida
investiu no desenvolvimento de testes de corro- por sulfetos
são-fadiga, visando obter taxas de propagação de
trincas de aços empregados na área de exploração
e produção de petróleo submetidos a H2S e CO2.
Estes vêm sendo efetuados no Laboratório de
Ensaios Mecânicos da Divisão de Ensaios Mecânicos, Metalografia e LABIO
Dureza do INT – LAMEC/DEMP, sob coordenação do LAH2S/ Em outubro de 2002, foram
DCOR. Assim, o LAH2S vem atuando em projetos de avaliação da iniciadas atividades de biocorro-
integridade de equipamentos em serviço com H2S e CO2 e realizando são e biodegradação na DCOR,
ensaios que simulam as condições encontradas em fundos de poços de tendo em vista a crescente de-
petróleo. manda do setor de Óleo e Gás
pelo estudo da corrosão associada
3 a microrganismos. Os primeiros
trabalhos desenvolvidos foram a
partir de uma linha de pesquisa
já em estudo na Divisão envol-
vendo a caracterização do pó pre-
to – resíduo de corrosão em gaso-
dutos. Complementarmente, fo-
ram efetuadas análises microbio-
lógicas relacionadas com micror-
ganismos causadores de biocor-
rosão nestes resíduos.
A partir de 2004, com a reali-
zação de concurso público e
investimentos do INT na área de
Fig. 3 - LACOR: biocorrosão, houve a possibilida-
Estudo da substituição de revestimentos de de criação do LABIO. Desde
à base do cromo hexavalente através da então, através de prestação de ser-
técnica de impedância eletroquímica viços e projetos de pesquisa, o

C & P • Março/Abril • 2007 19


07_C&P_14_Instituição 4/11/07 11:33 AM Page 3

7 da divisão são chefiados por Dra.


Denise Souza de Freitas – LA-
COR, Engª Sonia Maria Coelho
de Souza – LAH2S e Dra. Márcia
Teresa S. Lutterbach – LABIO.

Infra-Estrutura
No último biênio, a DCOR/
INT tem direcionado investi-
mentos para microscopia ótica de
alta definição informatizada, tais
como microscopia eletrônica
(MEV) e de força atômica (AFM)
ingressando na era nanométrica,
aumentando a capacidade de
análise dos processos de corrosão
em escala sub-micro. Financia-
mentos do MCT, FINEP e PE-
TROBRAS viabilizarão nossa
Fig. 7 - LABIO: Análises atuação em novos campos como, por ex., nanotecnologia.
microbiológicas para detecção A DCOR conta com um conjunto de equipamentos específicos
e quantificação de bactérias para estudos de processos de corrosão e proteção anticorrosiva, com
redutoras de sulfato (BRS) destaque para:
• Câmaras de exposição à névoa salina, à umidade saturada, ao dió-
laboratório já expandiu de sua xido de enxofre e a raios ultra-violeta (UV), as quais simulam
área física inicial para atender às atmosferas naturais marinhas, rurais e industriais;
demandas existentes e a outras • “Loop” de testes para avaliação de peças do sistema de GNV para
em negociação. veículos nas etapas de baixa, média e alta pressões;
O LABIO conta hoje com • Balanças analíticas de alta precisão para ensaios de perda de massa;
uma equipe de cinco técnicos. • Potenciostatos para execução de ensaios potenciostáticos, poten-
Foi montado respeitando as re- ciodinâmicos e galvanostáticos de estudo de processos de corrosão;
gras exigidas para o trabalho de • Analisadores de freqüência para execução de ensaios de impedân-
pesquisa em laboratórios de cia eletroquímica;
microbiologia não esquecendo • Microscópios e estereomicroscópios para determinação do tipo de
também os aspectos de seguran- corrosão, da densidade e profundidade de ataque localizado;
ça. Hoje em dia dispõe de infra- • Microscópio ótico para estudos de processos de biocorrosão.
estrutura de pessoal, equipamen- • Espectrômetro de fluorescência de Raios-X para determinação de
tos e material de consumo, tor- produtos de corrosão, revestimentos metálicos, etc.;
nando possível a realização de • Equipamentos para caracterização de revestimentos metálicos e
trabalhos de biocorrosão em tintas anticorrosivas;
águas industriais e nos setores de • Espectrômetro para Análise de Íons para identificação de íons cau-
Óleo & Gás e de minérios. sadores da corrosão;
Em parceria com a PETRO- • Autoclaves para ensaios a altas temperaturas e altas pressões;
BRAS, está sendo implementada • Equipamentos para ensaios de corrosão associada a esforços mecâ-
dentro do LABIO uma área de nicos lineares e cíclicos;
biologia molecular, que através • Anéis de teste “Proof Rings” para ensaios de corrosão sob tensão
de técnicas elaboradas e moder- em presença de H2S e CO2;
nos equipamentos apoiará os tra- • Capela de Fluxo Laminar;
balhos em biocorrosão. • Contador Eletrônico de Colônias;
• Estufa de Cultura Bacteriológica;
Equipe • Estufa para Esterilização e Secagem;
A DCOR é constituída de 8 • PCR Real Time Applied BIO System.
tecnologistas e 17 bolsistas, lide-
rados pela Dra. Olga Baptista Fer- Produção Técnica e Colaboradores
raz. Dentre estes, 7 são doutores A divisão possui expressiva produção técnica e científica, com tra-
e 3 são mestres. Os laboratórios balhos publicados em revistas indexadas e em anais de congressos

20 C & P • Março/Abril • 2007


07_C&P_14_Instituição 4/11/07 11:34 AM Page 4

nacionais e internacionais. Desenvolve projetos de pesquisa, serviços Principais parceiros, clientes


tecnológicos de alta especialização e executa ensaios credenciados para e financiadores
avaliação de produtos. Além disso, sua liderança técnica ministra cur- Entre seus principais parcei-
sos e palestras. ros e clientes, podemos citar:
PETROBRAS (Unidades de
Áreas de atuação Produção e CENPES); Transpe-
• Corrosão pelo H2S e CO2 em poços de petróleo, plataformas, “risers”, tro, Samarco; CTDUT, Vallou-
dutos, etc.; rec & Mannesmann do Brasil,
• Inibidores de corrosão para operações de acidificação e fluidos de UFRJ, PUC.
completação; A infraestrutura para o de-
• Inibidores de corrosão para exploração e produção de gás natural; senvolvimento de projetos é fi-
• Revestimentos metálicos e tintas anticorrosivas; nanciada pelo MCT, FINEP,
• Estudos de alternativas ao cromo hexavalente; PETROBRAS, FAPERJ e
• Resíduos de dutos de gás natural; CNPq. •
• Biocombustíveis: corrosividade, compatibilidade, biodepósitos e
estabilidade;
• Biocorrosão em águas industriais e nos setores de Óleo & Gás e de
minérios;
• Técnicas eletroquímicas modernas para estudos de processos de Olga Baptista Ferraz
permeação e de interface; PHd. - Chefe da Divisão de Corrosão
• Estudo da formação de enxofre elementar no transporte do gás e Degradação - DCOR
natural; Instituto Nacional de Tecnologia
• Desenvolvimento de sensores para a detecção da corrosão em dutos; Contato com a autora:
• Avaliação de sistemas alternativos de tratamento de água de refri- olgaferr@int.gov.br
geração.

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08_C&P_14_ZehbourCelia 4/11/07 11:36 AM Page 1

Artigo Técnico

Fosfatização de Metais Ferrosos


Parte 6 - Mecanismos de Fosfatização
Características dos revestimentos de pseudo-conversão

ecanismos de fato diácido de zinco e/ou man- co bivalente, por exemplo,


Fosfatização ganês e/ou cálcio. Neste caso, Fe2+, Zn2+, Mn2+, Ca2+ ou Ni2+,
formam-se fosfatos duplos de sendo o mais largamente uti-
Revestimentos de pseudo- zinco e ferro ou de manganês e lizado o fosfato diácido de
conversão ferro ou fosfato de zinco neutro e zinco, (lembrar que estes fos-
Por Zehbour fosfato de manganês neutro, fatos são solúveis). A sua fun-
Panossian Composição básica dos sendo todos eles resistentes à oxi- ção é a redução do tempo de
banhos de fosfatização dação pelo ar. Com a adição dos formação da camada fosfati-
Conforme visto anterior- fosfatos diácidos de metais biva- zada;
mente, o tempo para formação lentes, os revestimentos passam a • aceleradores ou oxidantes
de camadas fosfatizadas a partir ser classificados como revesti- (por exemplo: nitratos, clora-
de uma solução de ácido fosfóri- mentos de pseudo-conversão. Os tos, nitritos, peróxido, ou,
co diluído é muito elevado, ra- banhos de fosfatização ditos de um oxidante orgânico), cuja
Por Célia A. L. zão pela qual esta prática não é pseudo-conversão são soluções função é acelerar as reações
dos Santos adotada comercialmente. Uma ácidas diluídas, sendo os seus responsáveis pela formação
diminuição sensível do tempo componentes presentes nas con- da camada fosfatizada e oxi-
necessário para a formação de ca- centrações da ordem de algumas dar os íons ferrosos prove-
madas fosfatizadas é conseguida dezenas de gramas por litro nientes do ataque do aço (no
quando se adiciona à solução de (LORIN, 1974, P.4). O uso de caso de se fosfatizar um metal
ácido fosfórico um fosfato de soluções diluídas não é funda- ferroso). Com a oxidação, for-
ferro primário, o fosfato diácido mentado por questões econômi- mam-se íons férricos que dão
ferroso (que é solúvel). Com esta cas, mas sim, para facilitar a dis- origem ao fosfato férrico neu-
adição, decorrido um tempo sociação das substâncias presen- tro que, sendo este insolúvel,
relativamente curto, já se nota tes na solução. Os principais decanta constituindo a gran-
sobre a peça de aço a formação componentes de um banho de de parte da lama gerada pelo
de uma camada fosfatizada. fosfatização são: processo de fosfatização.
Apesar de ser visível, a camada • ácido fosfórico livre cuja fun-
fosfatizada assim obtida apresen- ção é manter os fosfatos No próximo item, a função
ta baixo desempenho quando metálicos na forma de diáci- de cada um destes componentes
comparada ao desempenho das dos, que são os fosfatos solú- será discutida detalhadamente,
camadas fosfatizadas produzidas veis. Na ausência do ácido li- sendo abordado o mecanismo de
atualmente. Isto é atribuído ao vre, o fosfato diácido presen- formação das camadas fosfatiza-
fato da camada de fosfato ferro- te na solução transforma-se das. Para tanto, será considerado
so, em contato com o ar, trans- em fosfato monoácido e/ou o sistema de fosfatização mais
formar-se em fosfato férrico, o neutro somente pela ação da utilizado que é uma solução
que é acompanhado com modi- temperatura (em banhos de diluída de ácido fosfórico e fosfa-
ficações do parâmetro reticular, fosfatização adotam-se tem- to diácido de zinco.
fato que determina a diminuição peraturas elevadas para acele-
do poder de ancoramento e por- rar o processo de formação da Mecanismo de fosfatização
tanto do poder protetivo de camada fosfatizada). Além em solução diluída de ácido
camadas fosfatizadas oleadas ou disso, o ácido fosfórico livre fosfórico contendo fosfato
engraxadas. Mesmo assim, as tem a função de determinar o diácido de zinco
camadas de fosfato ferroso olea- ataque inicial do metal sobre Quando se mergulha uma
das apresentam melhor desem- o qual será formada a camada peça de aço em uma solução de
penho do que o aço oleado (sem de fosfatização; ácido fosfórico contendo fosfato
fosfatização). Melhores resulta- • fosfato diácido solúvel de fór- diácido de zinco, ocorre um ata-
dos são obtidos quando se adi- mula molecular geral Me (H2PO4)2 que do ferro pela ação do ácido
ciona ao ácido fosfórico um fos- onde Me é um cátion metáli- fosfórico, a saber:

22 C & P • Março/Abril • 2007


08_C&P_14_ZehbourCelia 4/11/07 11:36 AM Page 2

2H+ + 2e ➠ H2 128). A reação responsável principalmente de ferro III, tais


2+
Fe ➠ Fe + 2e pela precipitação do fosfato como [(Fe(PO4)2]3- e [Fe(PO4)3]6-
neutro seria: (LORIN, 1974, P.15). Isto ocorre
2+
Neste estágio, denominado devido à oxidação do Fe para
3+
Primeiro Estágio, conforme po- 3Zn(H2PO4)2 ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 Fe , pela ação do oxigênio dis-
de ser observado pelas reações, o solvido na solução fosfatizante
ácido fosfórico comporta-se co- • uma outra teoria afirma que ou pela ação de algum oxidante
mo o ácido clorídrico ou sulfúri- a nucleação ocorre nas regi- propositadamente adicionado.
co, ou seja, tem ação puramente ões anódicas, devido ao enri- De uma maneira simplifica-
corrosiva. A reação de corrosão quecimento desta região com da, pode-se dizer que a formação
do metal ocorre nas regiões anó- íons ferrosos, o que determi- da camada fosfatizada ocorre da
dicas, o que determina o enrique- na a precipitação do fosfato seguinte maneira:
cimento desta região com íons de de ferro neutro. Segundo es- • formação do fosfato de zinco
Fe2+. A reação de redução do íon ta teoria, sobre o fosfato de fer- neutro devido ao aumento do
hidrogênio, e, portanto, a de for- ro começa a se formar a ca- pH, de acordo com a reação:
mação do gás hidrogênio, ocorre mada do fosfato de zinco. Es-
2
nas regiões catódicas, o que deter- ta teoria é corroborada pelo fa- 3Zn(H2PO4) ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4
mina o aumento do pH da solu- to de se encontrar sempre com-
ção nestas regiões. Este conceito é postos de ferro na interface • formação do fosfato duplo de
amplamente aceito pela maioria camada fosfatizada/substrato zinco e de ferro devido ao
dos pesquisadores que estuda os quando estas são analisadas; aumento de íons ferrosos, de
mecanismos de fosfatização. • outros autores acreditam ain- acordo com a seguinte reação:
da que há formação de fosfa-
2+ +
Já para o Segundo Estágio to duplo de ferro e de zinco Fe + 2ZnHPO4 ➠ FeZn2 (PO4)2 + 2H
do processo de fosfatização, que é amorfo nos microanodos (de-
o início da formação da camada vido ao enriquecimento desta Convém citar que o equilí-
fosfatizada, existem vários meca- região com os íons ferrosos) e brio estabelecido no seio do ba-
nismos propostos, a saber (LORIN, a formação de fosfato de zin- nho, que mantém os fosfatos
1974, P.42-49): co neutro cristalino nos mi- primários solúveis, praticamen-
• nas regiões catódicas, devido crocatodos (devido à elevação te não é influenciado pelas rea-
à elevação local do pH, ocor- do pH desta região). As rea- ções acima citadas, visto que tais
re a formação dos primeiros ções responsáveis seriam: reações ocorrem na interface
núcleos da camada fosfatiza- metal/banho.
da, com precipitação do fos- Microcatodos
fato de zinco neutro. Alguns 3Zn(H2PO4)2 ➠ Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 A seguir, será visto como as
Cristalino
estudos mostraram que é ne- constantes de equilíbrio das rea-
cessário elevar o pH até valo- Microanodos ções envolvidas influenciam na
Fe2+ + 2ZnHPO4 ➠ FeZn2 (PO4)2 + 2H+
res compreendidos entre 4 e Amorfo velocidade das reações do pro-
5 para o início da precipita- cesso de fosfatização.
ção do fosfato insolúvel, ou- • a outra teoria afirma que há
tros indicam valores entre 5 e primeiro a formação de uma Constantes de equilíbrio e
6. Alguns autores contestam fina camada de compostos fatores que influenciam na
este mecanismo, alegando (óxidos e fosfatos) de ferro II velocidade das reações de
que nas condições operacio- e de ferro III e sobre esta fina fosfatização
nais dos banhos de fosfatiza- camada ocorre a nucleação e Durante a fosfatização ocor-
ção, principalmente os apli- crescimento da camada fosfa- rem vários tipos de reações, de
cados por aspersão, dificil- tizada. Esta teoria também é acordo com o item anterior. Para
mente chegar-se-ia a valores corroborada pelo fato ante- falar a respeito das constantes de
de pH tão elevados. Já outros riormente citado, que entre a equilíbrio, considere-se nova-
autores afirmam que os ba- camada fosfatizada e o subs- mente um banho de fosfatização
nhos de fosfatização são for- trato são detectados, por aná- contendo ácido fosfórico diluído
mulados de tal maneira que lise, compostos de ferro. e fosfato diácido de zinco. Quan-
uma pequena elevação de pH Alguns autores acreditam, do se mergulha uma peça de aço
já seria suficiente para a pre- ainda, que além dos fosfatos du- neste banho, as seguintes reações
cipitação do fosfato neutro plos e neutros, a camada fosfati- podem ocorrer na interface
(BIESTEK & WEBER, 1976, P. zada pode conter íons complexos metal/banho:

C & P • Março/Abril • 2007 23


08_C&P_14_ZehbourCelia 4/11/07 11:36 AM Page 3

+
• num banho contendo fosfato


2H + 2e H2 [ Zn(H2PO4)2 ] = acidez total – acidez livre
Fe Fe
2+
+ 2e
de zinco, a quantidade de
2+ + ácido fosfórico livre é maior
Zn(H2PO4)2 + Fe FeHPO4 + ZnHPO4 + 2H
2+ +
do que a de um banho de Posto isto, a relação anterior-
Zn(H2PO4)2 + Fe FeZn(HPO4)2 + 2H fosfato de manganês ou fos- mente citada pode ser escrita da
Zn(H2PO4)2 ZnHPO4 + H3PO4 fato de ferro, e portanto, o seguinte maneira:
3ZnHPO4 Zn3(PO4)2 + H3PO4 pH dos banhos de fosfato de
3Zn(H2PO4)2 Zn3(PO4)2 + 4H3PO4 zinco é menor do que o pH [ Zn3(PO4)2 ] = K
acidez total – acidez livre
de banhos de fosfato de man- acidez livre
ganês ou de ferro;
Para efeito de simplificação, • quando se tem um fosfato Nos banhos de fosfatização, a
considere a última reação. Para diácido férrico num banho acidez total é sempre muito
esta, a constante de equilíbrio é de fosfatização, este transfor- maior do que a acidez livre. De
dada por: ma-se rapidamente em fosfa- modo que a equação apresentada
4
to férrico neutro, pois o valor pode ser escrita com aproxima-
K=
[ Zn3(PO4)2 ] . [ H3PO4 ] de K é muito elevado (290). ção da seguinte maneira:
[ Zn (H2PO4)2 ]
3
De fato, nos banhos de fosfa-
tização, adicionam-se subs- [ Zn3(PO4)2 ] ≅ K
acidez total
A constante K varia com a na- tâncias para oxidar os íons fer- acidez livre
2+ 3
tureza do íon metálico do fosfato rosos (Fe ) em férricos (Fe ).
diácido e neutro, da temperatura Com isto forma-se o fosfato A relação apresentada indica,
e do pH do banho. Quanto maior férrico que, sendo insolúvel, de maneira simplificada, a quan-
é o valor de K, maior será a velo- precipita-se e forma a lama. tidade de fosfato formada como
cidade de formação dos fosfatos sendo função da acidez total, aci-
insolúveis constituintes da cama- Os valores de K aumentam dez livre e da constante de equilí-
da fosfatizada. com a temperatura. No caso do brio da reação de formação de
Os valores de K a uma tem- fosfato de zinco, tem-se os se- fosfato de zinco terciário. Por esta
peratura de 98ºC, para diferentes guintes valores: relação, pode-se concluir:
íons metálicos, são os seguintes • quanto maior a relação entre a
(LORIN, 1974 P.34): K = 0,013 para T = 25ºC acidez total e a acidez livre,
K = 0,029 para T = 37ºC maior é a velocidade de for-
3+
íon férrico (Fe ) ➠ K = 290 K = 0,71 para T = 98ºC mação da camada fosfatizada;
2+
íon de zinco (Zn ) ➠ K = 0,71 • a quantidade de fosfato depo-
2+
íon de manganês (Mn ) ➠ K = 0,040 Estes valores ilustram bem o sitada aumenta com o au-
2+
íon ferroso (Fe ) ➠ K = 0,0013 fato de que a velocidade de for- mento da acidez total e dimi-
mação das camadas fosfatizadas nui com o aumento da acidez
aumentam com o aumento da livre. Para o caso da acidez
Pelos valores de K pode-se temperatura. livre, este fato está ilustrado
concluir que: Como o objetivo é a forma- na Figura 1.
• para a mesma concentração e ção da camada fosfatizada, é
temperatura, o fosfato do íon conveniente representar a equa-
metálico com maior valor de ção da constante de equilíbrio Fosfato
insolúvel
K formar-se-á primeiro. As- em termos da concentração de
sim, dentre os quatro íons me- fosfato de zinco neutro, a saber:
tálicos, o fosfato férrico for-
mar-se-á primeiro, seguido, 3
K [ Zn(H2PO4) 2 ]
[ Zn3(PO4)2 ] =
nesta ordem, pelo fosfato de [ H3PO4 ]
4

zinco, fosfato de manganês e


finalmente pelo fosfato de Acidez livre
ferroso; O denominador do segundo
• a velocidade de formação de termo desta equação nada mais é Fig 1 - Massa de camada fosfatizada
uma camada à base de fosfato do que a acidez livre1 de um ba- e massa de ferro dissolvido em função
de zinco é muitas vezes maior nho de fosfatização. Já o nume- da acidez livre durante a fosfatização
de que a de uma camada à rador pode ser escrito em termos de um aço em banho de fosfato de
base de fosfato de manganês da acidez total2 da seguinte zinco acelerado com nitrito, a 60ºC
ou a de fosfato ferroso; maneira: (RAUSCH, 1971)

24 C & P • Março/Abril • 2007


08_C&P_14_ZehbourCelia 4/11/07 11:36 AM Page 4

Além disso, a expressão apre- Na próxima edição, serão 1


Acidez livre refere-se a quantidade
sentada mostra claramente que, abordados, mais profundamente, +
de íons H dissociados presentes no
num processo de fosfatização, a os efeitos provocados pela acidez banho fosfatizante.
relação entre a acidez total e a total, acidez livre e pela relação 2
Acidez total refere-se a quantidade
acidez livre é um parâmetro que acidez total/acidez livre, na for- +
íons H dissociados e combinados
pode ser utilizado para o con- mação das camadas de fosfato. - 2-
[H2(PO4 ) e H(PO4 ) ] presentes
trole do banho, o que de fato é no banho fosfatizante.
feito na prática.
Convém lembrar que as REFERÊNCIAS
considerações apresentadas fo- BIBLIOGRÁFICAS
ram formuladas tendo como BIESTEK, T.; WEBER, J. 1976. Zehbour Panossian
base um banho simples conten- Electrolytic and chemical conversion Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
do ácido fosfórico e um fosfato coatings. 1st ed. – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção –
diácido de zinco. Os acelerado- Wydawnictwa: Porteceilles. 432p. LCP. Doutora em Ciências (Fisico-Química)
res adicionados aos banhos de LORIN, G. 1974. Phosphating of pela USP. Responsável pelo LCP.
fosfatização modificam esta metals. Great-Britain: Finishing Célia A. L. dos Santos
situação (BIESTEK & WEBER, Publications. 222p. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
1976, P.137). A velocidade de RAUSCH, Werner, 1990. The – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção –
formação da camada fosfatizada phosphating of metals. 1st. ed. Great LCP. Doutora em Química (Fisico-Química)
não pode ser analisada, apenas, Britain: Redwood Press, 416p. pela USP. Pesquisadora do LCP.
pela relação apresentada, sendo
fortemente influenciada pelo Contato com as autoras:
tipo e concentração do acelera- zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
dor utilizado. • fax: (11) 3767-4036

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09_C&P_14_Atualização 4/11/07 1:30 PM Page 1

Atualização Transportes

Embalagem Homologada Amplia


a Segurança das Operações
Autora revê portarias do INMETRO e resoluções da ANTT que regem os controles
necessários para as embalagens utilizadas no transporte de produtos perigosos

ECENTEMENTE O INMETRO cará legitimado o período de vigência dos seus certificados ou o


publicou Portaria nº 326 prazo máximo de validade até 29 de fevereiro de 2008, consideran-
de 11/12/2006 (revoga a do-se sempre o prazo que for menor. As prescrições deste artigo são
Portaria nº 10 de 24/01/2006) válidas apenas para os certificados emitidos até 01 de março de
aprovando o RAC - Regulamento 2006. Para os certificados emitidos após essa data, aplicar-se-á o
Por Glória de Avaliação da Conformidade, disposto no artigo 3º desta Portaria.
Santiago Marques para embalagens de até 400 Kg/
Benazzi 450 L, estabelecendo que: Este RAC não é aplicável para produtos radioativos, gases (exceto
• As embalagens utilizadas no aerossóis) e embalagens com massa líquida total superior a 400 Kg e/ou
transporte terrestre de produ- cujo volume exceda a 450 L e as embalagens refabricadas. Logo, este
tos perigosos deverão ser certi- RAC se aplica às embalagens recondicionadas e reutilizadas
ficadas por Organismos de Foi publicado, na Resolução 1644/06 da Agência Nacional de
Certificação de Produtos Transporte Terrestre - ANTT (re-publicada em 29/12/06), que qual-
(OCP) acreditados pelo Ins- quer embalagem que, em função do material que a constitui, for capaz
tituto Nacional de Metrolo- de ser reutilizada (ex: tambores metálicos, bombonas de plástico rígi-
gia, Normalização e Quali- do), deve ser ensaiada e avaliada quanto à sua conformidade, pela auto-
dade Industrial – Inmetro, no ridade competente, somente quando nova. O expedidor é responsável
prazo máximo de 12 (doze) pela reutilização da embalagem e deve examinar se a mesma está livre
meses, contados a partir de 25 de defeitos que possam comprometer sua capacidade de suportar os
de janeiro de 2006 (Art 3º). ensaios de desempenho antes de cada reutilização. Este tipo de emba-
• A comercialização do estoque lagem só deve ser recarregada com conteúdo idêntico ou com produ-
remanescente de embalagens tos similares compatíveis ao utilizado inicialmente.
não certificadas, utilizadas no
transporte terrestre de produ- Foi publicada também a Portaria nº 250 de 16/10/2006, que apro-
tos perigosos, deverá ser feita va o RAC para embalagens de 450 L até 3.000 L - Contentores Inter-
em um prazo máximo de 06 mediários para Granéis – IBC’s com os seguintes prazos para entrar em
(seis) meses, contados a partir vigor:
de 26 de janeiro de 2007. Os • 01 (um) ano para que as embalagens fabricadas a partir da data de
produtos perigosos envasados publicação da Portaria sejam homologadas segundo a Resolução -
até 25 de julho de 2007, em ANTT 420/2004.
embalagens não certificadas, • 02 (dois) anos ou o prazo de validade do certificado de aprovação,
terão, como prazo máximo aquele que for menor, para os modelos aprovados em outros
para transporte, a data de sua modais de transporte. Para se enquadrar nesta condição, os mode-
validade. los tem que possuir certificado emitido até 30/11/2006.
• Os envasadores de produtos • Os usuários de contentores intermediários para granéis (IBC), uti-
perigosos deverão, a partir de lizados no transporte terrestre de produtos perigosos, deverão, a
25 de janeiro de 2007, dar cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, realizar inspeção periódica junto
início à identificação das em- a um Organismo de Inspeção Acreditado pelo Inmetro
balagens, utilizadas no trans- • Todos os fabricantes e importadores de contentores intermediários
porte terrestre, com a data do para granéis (IBC), utilizados no transporte terrestre de produtos
envasamento e a validade do perigosos, deverão obter a autorização para uso do Selo de Iden-
produto perigoso envasado. tificação da Conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro da
• As embalagens aprovadas em Avaliação da Conformidade - SBAC.
processos de avaliação da con-
formidade, realizados por au- Todas as embalagens para transporte de produtos perigosos deverão
toridades competentes nos atender a ensaios de desempenho descritos na Resolução ANTT
modais marítimo e aéreo, fi- 420/04.

26 C & P • Março/Abril • 2007


09_C&P_14_Atualização 4/11/07 1:30 PM Page 2

• Os ensaios deverão ser executados em um Laboratório acreditado e • No transporte de produtos


acompanhados por um Organismo de Certificação de Produto - perigosos fabricados no país
OCP que emitirá o Certificado de homologação com reconheci- cuja distribuição envolva mais
mento pelo Inmetro. de uma modalidade de trans-
porte, além da terrestre, será
As embalagens devem ser construídas de maneira a se evitar qual- aceito, no transporte terrestre,
quer perda de conteúdo quando preparadas para transporte, perda essa o uso de embalagens certifica-
que pode ser causada nas condições normais de transportes, por vibra- das pelo modal mais restritivo
ção ou por mudança de temperatura, umidade ou pressão (resultante (Inclusão 1.1.1.2.2)
da altitude).
Os produtos perigosos deverão ser acondicionados em embalagens Está sendo reanalisado pela
de boa qualidade, que sejam resistentes o suficiente para suportar os ANTT o item 1.1.1.2.2 de modo
choques e carregamentos normalmente encontrados durante o trans- a não deixar dúvidas quanto ao
porte, incluindo o transbordo entre unidades de transportes e/ou entre transporte terrestre de produtos
os armazéns, bem como qualquer remoção de um palett ou sobreem- homologados em outro modal
balagem para um subseqüente manuseio manual ou mecânico. sem destino direto a um porto ou
As Embalagens Simples e Compostas somente poderão ter sua cer- a um aeroporto
tificação requerida pelo fabricante da embalagem, e as Embalagens Com a publicação da nova
Combinadas poderão ter sua certificação requerida ou pelo fabricante Resolução 1644/06 da ANTT,
da embalagem ou pelo fabricante do produto a ser transportado (soli- foram alterados alguns itens da
citante), que ficará com a responsabilidade pelo conjunto. Resolução 420/04, principal-
Após concluído todo o processo de Certificação das embalagens, mente no Capítulo 3. Disposi-
além da aposição da marca da Organização das Nações Unidas - ções aplicáveis ao transporte de
ONU, as embalagens deverão ter a Marca da Conformidade, confor- produtos perigosos fracionados
me Portaria nº 73/06 do Inmetro. em quantidades limitadas por:
a) embalagem interna
(Seção 3.4.2);
Caixa de Papelão Ondulado b) unidade de transporte
Aprovado para grupos I, II e III (Seção 3.4.3).
Peso bruto (Kg) c) comércio varejista (3.4.4.2)
Presença de conteúdo sólido
ou embalagem interna Nessas condições, é possível
dispensar expedições com quan-
u 4G/X 30/S/06 Dezena do ano de fabricação tidades limitadas de produtos pe-
n BR/RD-30S/1003-06 rigosos do cumprimento de algu-
Código do fabricante/solicitante mas exigências deste Regula-
Modelo aprovado
mento.
Lembramos, ainda, que os re-
Código do país que concedeu a autorização síduos classificados como perigo-
sos pela Resolução 420/04, pela
NBR 10004 ou pela Convenção
Exemplo de Codificação das Embalagens Homologadas da Basiléia deverão ser transpor-
tados em embalagens homologa-
das, atendendo às exigências esta-
A Resolução 420/04 da ANTT cita que as expedições com origem belecidas nas Portarias citadas
ou destino aos portos ou aeroportos, que atendam às exigências esta- anteriormente. •
belecidas pela Organização Marítima Internacional - OMI ou pela
Organização Internacional de Aviação Civil - OACI serão aceitas para
transporte terrestre. Com a publicação da Resolução 1644/06 da
ANTT, foram incluídos dois itens, de modo facilitar o transporte de Gloria Santiago Marques Benazzi
produtos embalados em outros países e homologados em outros Engenheira Química pela UFRJ, atuou no INMETRO, sendo
modais, são eles: responsável pela fiscalização de veículos que transportam produtos
• Produtos perigosos importados já embalados no exterior, cujas perigosos entre 1991 e 1996, período em que foi responsável pela
embalagens atendam às exigências estabelecidas pelo modal aéreo, elaboração de regulamentos técnicos para o setor. É coordenadora da
marítimo ou terrestre, serão aceitos para o transporte terrestre no CE da ABNT/CB-16 de Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
país (Inclusão1.1.1.2.1). Contato com a autora: abnt.cb16@uol.com.br

C & P • Março/Abril • 2007 27


10_C&P_ArtigoTecnico_Nilo 4/11/07 1:29 PM Page 1

Artigo Técnico

Conceitos sobre Pintura


por Eletrodeposição
Eletroforese catódica: um pouco de história e as conseqüências positivas
de sua aplicação na indústria automobilística

PINTURA INDUSTRIAL POR ponentes do motor, entre ou- Esta tecnologia tem uma in-
eletrodeposição teve um tras, estão sendo protegidos por comparável capacidade de pin-
grande incremento de este fantástico filme de tinta tar grande número de peças em
utilização na década de 80, quan- epóxi-uretânica de baixíssima processos contínuos, cujo tem-
do as indútrias automobilísticas espessura, ao redor de 20 micra, po de eletrodeposição fica abai-
Por Nilo reuniram todos os esforços para a qual resiste a todos os testes xo dos três minutos, mesmo em
Martire Neto reduzir os níveis de corrosão de todas as normas automotivas se tratando de peças de geome-
dos seus veículos, associando editadas pelo mundo relaciona- tria complexa, sendo invencível
também a necessidade do au- do a um fundo anticorrosivo. na comparação da relação de
mento de produtividade nos Não foi fácil para os pesqui- custo - benefício.
sistemas de pintura de então. sadores desta tecnologia desen- O filme de tinta apresenta
Com base nestas duas princi- volver produtos funcionais, pois alta qualidade e uniformidade,
pais diretrizes, acabou-se por o estudo envolveu áreas da ci- performance em processo cons-
eleger o processo denominado ência, como a Química de Polí- tante, onde os banhos têm cer-
Eletroforese Catódica como meros, Físico-Química, Mecâ- ca de 80% de água e menos de
aquele que teria as maiores nica, Hidráulica e Eletricidade. 2% de solventes orgânicos, isen-
chances de atender a estes re- Fornecedores de insumos, fa- tos de pigmentos tóxicos como
quisitos no que dizia respeito a bricantes de tintas, de equipa- o Cromo e o Chumbo e fáceis
um fundo anticorrosivo. mentos e clientes, alocaram de serem controlados em linha.
O sistema em si caracteriza- enormes recursos para chegar, As peças podem variar desde
se por uma aplicação por imer- nos dias atuais, à unanimidade um pequeno veículo popular ou
são elétrica, de uma tinta diluí- quanto à eficiência deste siste- um cortador de gramas, até um
da em água, pouco poluente, ma fantástico de pintura indus- gigante como uma máquina
capaz de cobrir objetos comple- trial. Eu entendo que esta foi a agrícola, por exemplo, obten-
xos como as carrocerias mono- maior conquista obtida em pro- do-se igualmente filmes, extre-
bloco, que, na época, já ganha- teção anticorrosiva para bens de mamente homogêneos e isentos
vam as preferências dos “desig- consumo, como é o caso dos de defeitos como escorridos,
ners”. Recobriam-se todas as autoveículos. Embalados pelo micro furos, acúmulos, etc.
áreas internas e externas, cavi- sucesso alcançado pela indústria Basta, para isto, que o subs-
dades, caixas ocas, colunas, etc., automobilística, inúmeros ou- trato seja condutivo e que per-
de uma forma uniforme através tros segmentos beneficiaram-se mita submeter à cura em estufa
de um filme delgado de tinta desta tecnologia, no qual hou- ao redor dos 175ºC. Há banhos
anticorrosiva com boas proprie- vesse condições para o uso de de pintura espalhados pelo Bra-
dades de aparência e isenta de uma tinta a estufa de alta resis- sil desde poucas centenas de
defeitos. tência à corrosão, com baixo litros até alguns automotivos,
O processo foi de tal forma custo, com a vantagem adicio- gigantescos, com cerca de 250
aceito que passados mais de 20 nal de uma cobertura uniforme mil litros cada, sendo eles capa-
anos, acrescido de várias me- em todo o objeto. zes de pintar mais de 1.000 car-
lhorias na tecnologia, pratica- Como negócio de tintas, a ros por dia.
mente os 63 milhões de veícu- Eletroforese é considerada pelos O processo exige, no entan-
los produzidos hoje pelo mun- fabricantes de tintas como uma to, que o substrato metálico es-
do estão sendo pintados com especialidade com produção teja limpo, isento de oleosida-
esta tinta. Somados a este “radi- próxima as 400 mil toneladas/ des e poeira, além de ter um
cal drive” em pintura de carro- ano, considerada pequena se tratamento de conversão do ti-
cerias, hoje praticamente todas comparada com o total de tin- po fosfatizado. Em alguns veícu-
as autopeças em aço, tais como tas comercializadas em todo o los ou peças automotivas, as par-
rodas, longarinas, acentos, com- mundo. tes são compostas por uma jun-

28 C & P • Março/Abril • 2007


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ção de diversos metais, como o submetido a uma diferença de cipalmente nas arestas, e melho-
aço carbono laminado a frio, gal- potencial, haverá a dissociação ria de alastramento e enchimen-
vanizado ou mesmo o alumínio, iônica onde a miscela poliméri- to do filme de tinta, proporcio-
exigindo que o filme eletroforé- ca migra para um dos pólos, nando uma melhor aparência da
tico, além de apresentar boa uni- trocando carga e coagulando-se peça tratada.
formidade em espessura e apa- sobre a peça, expulsando poste- Os sistemas de retificação são
rência entre estes diferentes riormente, por osmose, a água construídos para gerar energia
substratos, tenha também óti- contida no filme ainda não contínua de até 400 volts, for-
mas propriedades em proteção curado. Na etapa final de poli- necendo 1,058 ampéres/m2/ mi-
contra a corrosão bimetálica. merização térmica, os compo- nuto/micra de filme seco, na
Neste sistema de pintura a nentes da película irão propor- relação catodo: anodo de 4:1.
perda de tinta é mínima, devi- cionar um filme liso de excelen- Abaixo, seguem algumas ca-
do ao uso de equipamentos de tes propriedades estéticas e pro- racterísticas de um Fundo Epóxi:
ultrafiltração os quais separam tetivas.
uma parte da água e compo- Abaixo segue um diagrama
nentes abaixo de 20 Angstrons representativo desta pintura: Cores: Preto ou Cinza ou coloridos
contidos no exceto branco.
banho de tin- Dados do Banho:
ta, sendo que Sólidos: 17,0 ± 2,0 %
esta solução é pH (25°C): 6,0 ± 0,4
depois utiliza- Condições de deposição:
da nas lavagens Temperatura do banho (ºC): 30 ± 3
subseqüentes à Tempo de deposição (s): 180
eletrodeposi- Tensão (Volts): 200 - 380
ção e antes da Camada (um): 15 - 35
cura, retornan- Condições de Cura:
do posterior- 15 min. 175 ± 5 ºC.
mente à cuba Pré - Tratamento do Substrato:
principal. For- Fosfatização com zinco tricatiônico.
ma-se, assim,
um sistema fechado onde todo Reações no Anodo:
+
o excesso de tinta aderida meca- 2 H2O ———> 4 H + O2 + 4 e- Nosso objetivo principal foi
nicamente sobre a peça e não rever alguns conceitos desta tec-
eletrocoagulada, retorne ao ba- Reações no Catodo: -
nologia que apresenta ainda um
nho, sem prejuízos de perfor- 2 H2O + 2 e- ———> H2 + 2 OH grande espaço para futuros de-
mance. Esta é uma das etapas senvolvimentos, os quais eu te-
que faz o custo por metro ser Além dos polímeros epo- nho a convicção de que serão
um dos menores, em se tratan- xies, existem os acrílicos, am- alcançados nos próximos anos,
do de uma pintura industrial de bos reticulados com poliisocia- ampliando ainda mais a utiliza-
alta performance. O processo natos bloqueados que reagem a ção deste processo em outras
permite também grande auto- temperaturas entre 140 a 180ºC áreas da Pintura Industrial. •
mação, reduzindo custos com pelo tempo de 30 minutos
energia e mão-de-obra. Quanto através de estufas aquecidas a
à instalação de pintura, hoje em óleo, gás ou eletricidade, com
dia o investimento está ao mes- circulação de ar quente por
mo nível das demais utilizadas convecção direta ou indireta.
para tintas líquidas convencio- Enquanto o sistema Epóxi é
nais, ou à imersão, ou mesmo a mais utilizado como fundo an-
pó. ticorrosivo, o Acrílico, que per- Nilo Martire Neto
Quanto às características de neste quesito, tem maior uso Engenheiro Químico com extensão em
químicas do polímeros catódi- como acabamento, pela boa Administração de Negócios - MBA pela
cos, estes possuem radicais po- retenção de cor e resistência aos USP. Gerente Técnico da BASF S.A.
sitivos neutralizados por ácidos raios solares. As mais recentes
fracos do tipo acético ou lácti- pesquisas nesta tecnologia con- Contato com o autor:
co, transformando-o em um duzem para produtos de melhor e-mail: nilo.martire@uol.com.br
material emulsionável. Ao ser performance anticorrosiva, prin- fax: (11) 4347-1258

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11_C&P_14_Ensaios parte2 4/11/07 11:43 AM Page 1

Artigo Técnico

Ensaios Acelerados de
Corrosão Atmosférica - Parte 2
Um breve resumo histórico do início até as últimas tendências mundias

UTROS EXEMPLOS A ação de radiações UV tem um papel importante em tintas, devi-


TRADICIONAIS DE do a estas provocarem modificações químicas que levam a propagar a
ENSAIOS CÍCLICOS: corrosão com facilidade.
O ensaio consiste em ciclos com fases de uma semana conforme
PROHESION ASTM G 85, com outra semana conforme ASTM G 154 (Light and
Por Carlos (ASTMG 85 - Standard Prac- water exposure apparatus). O número de ciclos varia de 6 a 12, depen-
Alberto Maciel tice for Modified Salt Spray dendo da resistência do material.
(Fog) Testing/Anexo 5).
Conhecido como PROHE- CORROSÃO FILIFORME
SION, este ensaio foi desenvolvi- D 2803 - Standard Practice for Testing Filiform Corrosion
do por Harrisons and Timmons Resistance.
entre 1960 e 1970, e tem sido Possui três tipos de ciclos. No procedimento “A” os corpos de pro-
bem sucedido para correlação de va são submetidos a névoa salina conforme ASTM B 117 de 4 a 24
intemperismo de tintas de manu- horas. Após limpeza, são colocados em câmara de umidade não satu-
tenção industrial. rada 85% UR a 25ºC. No procedimento “B” (baseado na ISO 4623)
Consiste em ciclos de 1 hora não há limpeza dos corpos de prova. O procedimento “C” é idêntico
de Névoa Salina a 24ºC com 1 ao “A”, porém a câmara úmida é operada a 40ºC.
hora de secagem (dry off) a 35ºC.
A solução do eletrólito utilizada G 60 - Standard Test Method for conducting Cyclic Humidity
é mais diluída (0,05% NaCl), Tests.
porém inclui outros eletrólitos Consiste em submeter os corpos de prova a ciclos de umidade
(0,35% sulfato amônio). variável de 8 horas com imersão em solução a base de NaCl, CaCl2 e
À medida que se repetem os H2SO4.
ciclos, a concentração dos eletró- A variação cíclica de umidade é obtida por duas torres; uma delas
litos nos corpos de prova aumen- de umidificação e a outra de secagem. Na torre de umidificação, o ar
ta, sujeitando a uma ação em di- borbulha numa coluna de água cuja temperatura é controlada termos-
versas concentrações, e as peças taticamente. A torre de secagem contém sulfato de cálcio anidro para
ensaiadas alternam condições de retirada da umidade.
Fig. 1 – umidade saturada e não saturada. A maior desvantagem deste ensaio está nos casos em que é testado
Exemplo um componente composto de mais de um tipo de metal.
de câmara INTEMPERISMO Após diversos ciclos, existe a contaminação da solução, provocan-
intemperismo ACELERADO do a corrosão galvânica que a peça não é submetida durante o ensaio.
(envelhecimento) (D 5894 - Cyclic Salt Fog/UV).
por ciclos de Esta norma vem ao encontro SAE J 1563 - Guidelines for Laboratory Cyclic Test.
ultra violeta/ de necessidades da indústria de Apresenta definições gerais de como programar e realizar testes cí-
condensação tintas. clicos, bem como diversas relações bibliográficas. Dos testes estudados,
inclui aqueles que conduziram a melhores resultados até o momento.
1
PARTICULARES
Muitas empresas desenvolveram, a partir de pesquisas internas,
ensaios próprios para atender suas necessidades específicas. Devido à
importância destas empresas e a representatividade, muitos destes
ensaios têm se propagado na indústria de sub-fornecedores.
Tabela de alguns exemplos de Ensaios Cíclicos particulares:
• GM 9540 P/GM 4465 P • Volkswagen PV 1210
• Renault D 17 2020/—B • Peugeot D 23 1461
(ECC1) e D 17 1686/—D • Volvo STD 1027
• Nissan M 007 CCT 1/CCT 4 • BMW CCT

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11_C&P_14_Ensaios parte2 4/11/07 11:43 AM Page 2

Volkswagen PV 1210. Outro ítem que causa confu-


Combina Ciclos de Névoa Salina, Repouso e umidade saturada. são de interpretação é o da umi-
dade relativa. Água em forma de
TABELA - CICLO ENSAIO CONFORME PV 1210 névoa ou gotas (líquida) num
ambiente, não é uma certeza de
Ciclo VW PV 1210 ambiente saturado (98% - 100%
UR). Umidade relativa é uma
Período Evento Descrição conforme medida da porcentagem da quan-
4 horas Névoa Salina DIN 50021-SS tidade de vapor da água com rela-
4 horas Repouso ( 23 +/- % C ) DIN 50014 ção ao máximo da saturação para
16 horas Umidade Saturada DIN 50017-KK aquela temperatura. O mais cor-
reto seria utilizar medidas de umi-
Os tempos de transição são considerados dentro do próprio perío- dade absoluta.
do de cada evento.
Tempos de Transição
7. Execução dos Ensaios O tempo de transição entre os
Procedimentos de ensaio podem ser manuais, nos quais o operador ambientes indicados pelo ensaio,
utiliza diversos aparelhos e realiza em tempos determinados a tranfe- tanto para procedimentos ma-
rência dos corpos de prova entre as diferentes condições; ou automáti- nuais ou automáticos, pode ser
co, em que um mesmo equipamento é programado para automatica- um fator que cause divergência
mente variar as condições internas. nos resultados.
A vantagem de automatizar o processo, está em reduzir o trabalho Um sistema automático pos-
do operador (e os custos) e em evitar diferenças no resultado do ensaio sui a vantagem de padronizar com
devido ao modo de efetuar as transferências entre os aparelhos. exatidão os tempos de transição.
Conforme verificação das principais normas de ensaios, os ambien- Muitas normas não especifi-
tes mais comuns de serem utilizados em testes cíclicos são névoa sali- cam este tempo de transição sen-
na, umidade saturada, secagem e condição ambiente (23 ± 5ºC). Os do que, o que pode ser aceitável
tempos de cada fase variam de algumas horas a dias. para ensaios cíclicos com longos
A fim de permitir abranger a possibilidade de um maior número períodos (de dias), pode não ser
de tipos de testes num mesmo equipamento, um modelo de equipa- aceitável em casos em que os pe-
mento cíclico automático, que seja programável pelo próprio opera- ríodos são curtos (horas).
dor, é mais útil.
3
8. Principais Cuidados em Testes Cíclicos

Correta interpretação dos ambientes solicitados.


Como os testes cíclicos envolvem diferentes condições variáveis, é
preciso verificar com segurança que o equipamento utilizado consiga
reproduzir todas as condições solicitadas.
Por exemplo, muitos ensaios cíclicos solicitam um período em con-
dições de repouso (laboratório). Estas condições são geralmente en-
contradas em países de clima temperado. No caso do Brasil, para aten-
der este requisito, o equipamento deve possuir climatizador ou os cor-
pos em teste devem permanecer em laboratório com temperatura e
umidade controladas. 9. Conclusão Fig. 3 –
Deve-se salientar que os en- Exemplo
2 saios acelerados de corrosão e res- de carta
pectivos equipamentos utilizados psicométrica
não são “máquinas do tempo”, e
que sempre é possível observar as
condições de uso do produto
para introduzir alterações no
ensaio, a fim de reproduzir a per-
formace do produto durante a
vida útil (porém perde-se na nor-
Fig. 2 – Exemplos de câmaras de corrosão contínuas e cíclicas malização do ensaio).

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11_C&P_14_Ensaios parte2 4/11/07 11:43 AM Page 3

São inegáveis a importância e Bibliografia:


as vantagens conseguidas pela “ASTM Standardization News”.
complementação dos ensaios tra- ROBERT BABOIAN, “Corrosion Test and Standards- Application and
dicionais, entre eles o de névoa Interpretation”, ASTM book, June 1995.
salina com os cíclicos. GARDNER S. HAYNES , “ Cyclic Cabinet Corrosion Testing”, ASTM STP
Cada vez mais, através de no- 1238, November 1995.
vos ensaios de campo e desen- KETOLA, GROSSMAN, “Accelerated and Outdoor Durability Testing of Organic
volvimentos em laboratórios, Materials”, ASTM STP 1202, June 1994.
será possível publicar métodos “P 228 Automotive Corrosion and Prevention Conference Proceedings”, Dearborn,
de ensaios muito mais represen- MI, December 1989.
tativos que o de névoa salina neu- “P 250 - 5 th Automotive Corrosion and Prevention Conference Proceedings”,
tra. Sua normalização será ampla- October 1991. •
mente utilizada para comparar
qualidade de componentes ou
acabamentos com relação a cor-
rosão atmosférica.
Também é conveniente ob-
servar que o ambiente terrestre
está sujeito a alterações climato-
lógicas, o que pode levar a futu-
ramente ser necessário modificar Carlos Alberto Maciel
alguns parâmetros do ensaio Engenheiro Químico – Escola Politécncia da Universidade São Paulo, Diretor - BASS
(entre eles podemos citar a chuva Equipamentos Ltda – Brasil / Thermotron Ind, Inc. - U.S.A. Vice-Presidente da Câmara
ácida, cuja potencialidade tem Setorial de Controle de Qualidade do CB 04 da ABNT.
aumentado nos últimos anos). Carlos@bass.com.br Fax: 11 4161 2176
12_C&P_14_José Adolfo 4/11/07 11:45 AM Page 1

Meio Ambiente

O Dízimo da Vida ou
“A Urgência de Viver”
Não temos um estoque inesgotável de tempo. É necessário fazer.
E fazê-lo agora, sem protelação

GRADA-ME A DEFINIÇÃO Longe de arrogar-me o direi- à nossa disposição, um estoque


de Ética dada por um to de julgar – afinal os questiona- inesgotável de tempo”.
amigo. Diz ele: “ser ético mentos também valem para Considerando, então, a desa-
ou fazer com ética, é fazer o que mim, pergunto se, de fato, esta- gradável sensação de que não há
deve ser feito, da maneira como mos agindo com ética em todas muito mais tempo, é que os con-
Por José Adolfo deve ser feito, mesmo quando as questões de nossas vidas? Uma vido para, definitivamente, assu-
Gazabin Simões não há ninguém olhando”. Da justa medida seria contabilizar o mirmos o papel que nos cabe e a
simples definição, salta-me aos quanto deixamos de fazer (ou responsabilidade por fazer algo,
olhos o verbo fazer. deixamos para depois), daquilo por mais simples que seja. Por
Nestes dias em que a mídia, que poderíamos fazer já. exemplo, poderíamos nos com-
principalmente a televisiva, resol- Um texto que circula pela In- prometer em contribuir com
veu divulgar os apelos da comu- ternet, atribuído ao Rabino Hen- 10%. Claro que não em dinhei-
nidade científica quanto aos re- ry Sobel, fala justamente sobre ro; digo em esforço e compro-
sultados de pesquisas pertinentes fazer: “...nesta hora de oração, tal- metimento, ou seja, em atitude.
às questões de meio ambiente, vez mais do que em qualquer Algo como o “pagamento” de
somos todos impelidos a pensar outra, sentimos a urgência de vi- um dízimo ao planeta (ou seja, a
sobre o nosso particular “fazer”. ver. Tedy Kollek, o dinâmico pre- nós mesmos): Nos empenhemos
Ainda que tenha dúvidas quanto feito de Jerusalém, propõe em sua em consumir 10% menos; em
aos motivos da mídia, afinal o te- autobiografia um 11º Manda- economizar, no mínimo, 10%
ma tem a dose requerida de alar- de água; 10% de energia elétrica;
mismo e sensacionalismo, não po- procuremos produzir 10% me-
demos deixar de nos questionar “10% em atitute. nos de lixo; reciclar 10% mais do
sobre o quanto estamos, de fato, Este seria um que vimos fazendo; em andar de
empenhados em minimizar o carro 10% menos ou andar à pé
impacto de nossa existência sobre bom começo 10% mais; em imprimir 10%
o tão combalido planeta Terra. para todo nós” menos folhas em nossas impres-
Se não com obras ou suges- soras. Enfim, nos empenhos em
tões grandiosas e impactantes, fazer um pouquinho mais por
mesmo sem a “gloriosa” divulga- mento: ‘Não serás paciente’. A nossas vidas, pensando não indi-
ção da mídia, o que realmente primeira vista, tal mandamento vidualmente, mas coletivamente.
fazemos – ou podemos fazer – parece ir contra uma das virtudes Afinal, por mais catastróficas,
em contribuição com o planeta? mais valorizadas da humanida- alarmistas e sensacionalistas que
Em nossas casas ou em nossos de, pois a paciência é uma virtu- sejam as previsões, não podemos
ambientes de trabalho, fazemos a de. No entanto, ao refletirmos so- nos esquecer que, sempre, a so-
“nossa parte”, mesmo quando bre as palavras de Kollek, perce- ma das partes é maior que o todo
não há ninguém olhando? Aque- bemos que elas contém uma e, juntos, nossa capacidade de
la embalagem de plástico, que grande sabedoria. A impaciência realização é infinita; ou, como
poderia ser reciclada, a separa- é necessária para remediar nossa diz outro amigo: “aquilo que fa-
mos? Ou, por estarmos com tendência tão humana de prote- zemos juntos, fortalece a muscu-
pressa, acabamos por jogá-la no lar. Pois a verdade é que, em latura que nos mantém unidos”.
lixo comum – afinal, “as crian- muitas áreas vitais de nossa exis- Então, permaneçamos unidos e
ças” não estavam por perto... O tência, somos pacientes demais. vivos, fazendo juntos. •
óleo da fritura é reservado para Esperamos demais para fazer o
descarte apropriado, ou simples- que precisa ser feito, num mundo José Adolfo Gazabin Simões
mente é jogado na pia, contri- que nos dá um dia de cada vez, Diretor do SINDISUPER e Centralsuper,
buindo, sem saber, com um pou- sem garantias do amanhã. En- Diretor da Galrei Galvanoplastia Industrial
quinho a mais de dificuldade no quanto lamentamos que a vida é zegazaba@uol.com.br
posterior tratamento da água? curta, agimos como se tivéssemos fax: (11) 4075-1888

C & P • Março/Abril • 2007 33


13_C&P_14_Opinião 4/11/07 1:35 PM Page 1

Opinião

Orlando Pavani Júnior

É preciso parar de ensinar


para voltar a aprender
Um livre pensar sobre a atuação dos professores
UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIFÍCIL DE SE PERPETUAR PROFISSIO- Talvez a causa fundamental do problema resida
nalmente, principalmente sem dispor do uso contínuo da inte- mesmo nos professores, quando insistem por culpar
lectualidade mais formal, ainda assistimos tantos brasileiros sem os alunos pelo seu mau desempenho sem observar
a formação acadêmica básica a serviço da competitividade organizacio- um pouco mais seus próprios espelhos para consta-
nal mais elementar! tar o péssimo desempenho como professores que,
Quantos brasileiros, ainda cedo, priorizam o trabalho ao brincar, “acham”, representam!
quanto mais ao estudar, motivados pela regra da vida, imposta pela Será que as aulas deles seriam assistidas, com
natureza, da batalha de nos mantermos vivo. Tal conjuntura configura prazer, por eles mesmos?!
uma realidade irrefutável, no entanto, este artigo não quer privilegiar Será que eles mesmos não seriam reprovados
essa penumbra social, mas sim levantar uma outra questão que tenho quando submetidos ao método de ensino atual? Se-
vivido em minha atividade profissional: a dos cidadãos que freqüentaram rá que eles, os professores, também não teriam nota
a escola, mas ainda continuam na marginalidade profissional! “D” no ENEM
Seria uma questão de mediocridade pessoal?! Um desses maus alu- Será que seria legítimo que os professores defi-
nos que não deram o máximo de si durante o período das aulas?! Um nissem o conteúdo programático de suas discipli-
exemplo de falta de base acadêmica durante o ensino fundamental que nas? Será que eles seriam capazes de incluir naquele
o limitou ao aprendizado posterior nos cursos de nível médio e supe- conteúdo programático algo que não conhecessem,
rior?! Seria aquele aluno “problema” que não gostava de estudar?! Um mas que, sabidamente, o mercado necessitasse?!
daqueles alunos que veio daquela “péssima” escola?! Será que o orgulho deles permitiria levá-los no-
Não! Estou absolutamente convencido de que não! Esses argumen- vamente aos bancos das escolas para reciclagem total
tos não são, de longe, a melhor justificativa para esses casos! de seus meios de ensino? Será que saber o conteúdo
Tenho vivido e experenciado os três papéis do ambiente educacio- de sua disciplina é suficiente ou teriam também que
nal, portanto, sou (e serei eterno) aluno, atuo também como professor saber ENSINAR o mesmo conteúdo?!
universitário em cursos de graduação e pós-graduação, e ainda estou Será que a classe toda seria realmente “burra”
CEO de uma empresa de consultoria em gestão integrada especializa- quando, depois daquela aula de física clássica e cha-
da em gestão da transformação organizacional. Esta empresa tem atua- ta, o professor aplica suas avaliações capciosas e ma-
do, dentre outras atividades, no segmento de treinamentos técnicos e nifesta que a maioria (cerca de 70%) de seus alunos
motivacionais e, com freqüência, nossos conteúdos programáticos po- sempre fica de exame?! Não caberia aqui uma refle-
dem ser configurados como corretivos ao conteúdo programático da es- xão do professor que privilegiasse o ato de gerar
cola tradicional. O que ensinamos deveria ter sido ensinado nos bancos aprendizado ao aluno e não o mero ato de “arrotar”
de escola, mas infelizmente não o foram! conhecimentos aos mesmos?!
Nossa atividade tem procurado conscientizar as entidades de ensi- Será que eles realmente fazem de tudo para con-
no brasileiras na aplicabilidade das práticas de excelência em gestão, tribuir com a vitória profissional daquele aluno?!
adotadas pelas empresas públicas e privadas, como por exemplo, a Será que este aluno é realmente o único culpado?!
Certificação ISO 9000 para Escolas, a norma ISO 9001:2000 especial- Com certeza não! O professor e toda a mesmice
mente adaptada pela ABNT com aplicabilidade específica para entida- universitária são os protagonistas da atual realidade.
des de ensino. Poucas são as escolas que já se certificaram, ou até se inte- O aluno pode até ter sua culpa, mas é coadjuvante,
ressaram pelo assunto, por puro desconhecimento ou ignorância sobre e não protagonista da endemia! •
essa possibilidade.
Essa experiência nos autoriza a interferir, razoavelmente, sobre a ne- Adm. M.Sc. Prof. Orlando Pavani Júnior
cessidade de outras alternativas para a problemática do profissional for- Consultor Titulado CMC pelo IBCO/ICMCI - CRA 57.398
mado academicamente, mas ainda muito mal colocado no ambiente Diretor Executivo da Gauss Consultores Associados Ltda.
corporativo organizacional. Embora formado, estes profissionais não www.gaussconsulting.com.br – www.olhodetigre.com.br
servem para muita coisa! fone: (11) 4220-4950

34 C & P • Março/Abril • 2007


C&P_14_Associados 4/10/07 9:23 AM Page 1

Associados ABRACO

Empresas associadas à ABRACO


A ABRACO agradece às empresas associadas pelo apoio e colaboração às diversas iniciativas da entidade, que possibilitam o
desenvolvimento de atividades culturais e de fomento comercial. A ABRACO espera estreitar ainda mais as parcerias com as empresas,
para que os avanços tecnológicos e o estudo da corrosão sejam compartilhados com a comunidade técnico-empresarial do setor.

ACQUABLAST TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES LTDA. ENGEDUTO ENG. E REPRESENTAÇÕES LTDA. PETROBRAS S/A - CENPES
www.acquablast.com.br www.engedutoengenharia.com.br www.petrobras.com.br
ADVANCE TINTAS E VERNIZES LTDA. EQUILAM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. PETROBRAS TRANSPORTES S/A - TRANSPETRO
www.advancetintas.com.br www.equilam.com.br www.transpetro.com.br
AKZO NOBEL LTDA - DIVISÃO COATINGS FCCATÓDICA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA LTDA. PETROQUIMICA UNIÃO S/A
www.international-pc.com/pc/ fccatodica@veloxmail.com.br www.pqu.com.br
ALCLARE REVEST. E PINTURAS LTDA. FIRST FISCHER CONSTRUÇÕES QUALITY WELDING CONS., CQ, SERV. E TREINAM.
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www.cepel.br www.henkel.com.br www.rust.com.br
CIA. METROPOLITANO S. PAULO - METRÔ IEC INSTALAÇÕES E ENGª DE CORROSÃO LTDA. SACOR SIDEROTÉCNICA S/A
www.metro.sp.gov.br www.iecengenharia.com.br www.sacor.com.br
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