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Aula 07

Regimento Interno p/ Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Com videoaulas

Professor: Victor Dalton


Regimento Interno da Câmara dos Deputados 2014/2015
Técnico Legislativo Assistente Administrativo
Prof. Victor Dalton Aula 07
AULA 07 – Redação do Vencido, Redação Final,
Autógrafos. Matérias sujeitas a tramitação especial
APRESENTAÇÃO DO TEMA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO TEMA ........................................................................ 1
1. Redação Final, Redação do Vencido e Autógrafos..................................... 2
DIAGRAMA DE APOIO .............................................................................. 7
2. Matérias sujeitas a disposições especiais ................................................ 8
2.1 Proposta de Emenda à Constituição ..................................................... 8
2.2 Projetos de Iniciativa do PR com solicitação de Urgência ........................11
2.3 Projetos de Código ............................................................................13
2.4 Projetos de Consolidação ...................................................................19
2.5 Matérias de natureza periódica ...........................................................21
2.6 Regimento Interno ............................................................................24
2.7 Autorização para instauração de processo crimial contra o PR, VPR e
Ministros de Estado ................................................................................25
2.8 Processo nos crimes de responsabilidade do PR, VPR e Ministros de Estado
...........................................................................................................26
2.9 Comparecimento de Ministro de Estado ...............................................29
2.10 Comissão Representativa do Congresso Nacional e Conselho da República
...........................................................................................................32
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ......................................37
GABARITO.............................................................................................39

Podemos entrar em ritmo de reta final (ou redação final, rs)?

Observação importante: este curso é


protegido por direitos autorais (copyright),
nos termos da Lei 9.610/98, que altera,
atualiza e consolida a legislação sobre
direitos autorais e dá outras providências.

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1. REDAÇÃO FINAL, REDAÇÃO DO VENCIDO E AUTÓGRAFOS

A elaboração da redação final é etapa importante no processo legislativo. Nela,


os textos recebem ajustes estilísticos e “estéticos”, adquirindo sua forma
definitiva. Graças a esta etapa é que nossas leis são simples e fáceis de serem
compreendidas, sem margens a múltiplas interpretações. 

Art. 194. Terminada a votação em primeiro turno, os projetos irão à Comissão


de Constituição e Justiça e de Cidadania para redigir o vencido.
Parágrafo único. A redação será dispensada, salvo se houver vício de
linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir, nos projetos aprovados em
primeiro turno, sem emendas.

Art. 195. Ultimada a fase da votação, em turno único ou em segundo turno,


conforme o caso, será a proposta de emenda à Constituição ou o projeto, com
as respectivas emendas, se houver, enviado à Comissão competente para a
redação final, na conformidade do vencido, com a apresentação, se necessário,
de emendas de redação.
§ 1º A redação final é parte integrante do turno em que se concluir a
apreciação da matéria.
§ 2º A redação final será dispensada, salvo se houver vício de linguagem,
defeito ou erro manifesto a corrigir:
I – nas propostas de emenda à Constituição e nos projetos em segundo
turno, se aprovados sem modificações, já tendo sido feita redação do vencido
em primeiro turno;
II – nos substitutivos aprovados em segundo turno, sem emendas;
III – nos projetos do Senado aprovados sem emendas.
§ 3º A Comissão poderá, em seu parecer, propor seja considerada como final a
redação do texto de proposta de emenda à Constituição, projeto ou
substitutivo aprovado sem alterações, desde que em condições de ser adotado
como definitivo.
§ 4º Nas propostas de emenda à Constituição e nos projetos do Senado
emendados pela Câmara, a redação final limitar-se-á às emendas,
destacadamente, não as incorporando ao texto da proposição, salvo quando
apenas corrijam defeitos evidentes de forma, sem atingir de qualquer maneira
a substância do projeto.

Art. 197. É privativo da Comissão específica para estudar a matéria redigir o


vencido e elaborar a redação final, nos casos de proposta de emenda à
Constituição, de projeto de código ou sua reforma e, na hipótese do § 6º do
art. 216, de projeto de Regimento Interno.

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Pela leitura dos artigos acima, percebe-se que a redação final é elaborada ao
final de turno único ou segundo turno de votação. Quando ao final do primeiro
turno, é chamada de redação do vencido, ou seja, redação daquilo que já foi
decidido.

Tal nomenclatura é uma contradição por definição, uma vez que a matéria
apreciada em primeiro turno, na existência de dois, não é matéria vencida.
Afinal, ela ainda será discutida em outro turno. Enfim, nossa filosofia não
ajudará muito, bastando sua compreensão que redação final é aquela “final
mesmo”, enquanto a redação do vencido ainda será submetida a mais um
turno de votação.

A redação do vencido será dispensada na ausência de erros em


projetos aprovados no 1º turno sem emendas.

A redação final será dispensada quando:

 PECs e projetos em segundo turno aprovados sem modificações,


já tendo sido feita redação do vencido em primeiro turno;
 substitutivos aprovados em segundo turno sem emendas;
 projetos do Senado aprovados sem emendas.

Destaque para o fato de a redação do vencido ficar a cargo exclusivo da CCJC,


exceto nos casos de CESPs montadas para apreciar PECs, projetos de
código e de reforma do Regimento Interno. Observando o artigo 148 do
Regimento, por sua vez, veremos que apenas PECs, PLPs e projetos de
Reforma de Código são submetidos a dois turnos de apreciação. Aplicando um
pouco de lógica, veremos que a CCJC apenas redigirá o vencido para os
Projetos de Lei Complementar (PLPs).

Já á redação final fica a cargo das Comissões competentes, podendo estas


apresentarem emendas de redação (de natureza modificativa, que visa sanar
que visa a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso
manifesto – art. 118, §8º).

O artigo 196 trata dos prazos para a elaboração destas redações. Destaque
para a prorrogação apenas em regime de urgência.

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Art. 196. A redação do vencido ou a redação final será elaborada dentro de
dez sessões para os projetos em tramitação ordinária, cinco sessões para os
em regime de prioridade, e uma sessão, prorrogável por outra,
excepcionalmente, por deliberação do Plenário, para os em regime de
urgência, entre eles incluídas as propostas de emenda à Constituição.

Art. 198. A redação final será votada depois de publicada no Diário da Câmara
dos Deputados ou distribuída em avulsos, observado o interstício regimental.
§ 1º O Plenário poderá, quando a redação chegar à Mesa, dispensar-lhe a
impressão, para o fim de proceder-se à imediata votação, salvo se a
proposição houver sido emendada na sua discussão final ou única.
§ 2º A redação final emendada será sujeita a discussão depois de
publicadas as emendas, com o parecer da Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania ou da Comissão referida no art. 197.
§ 3º Somente poderão tomar parte do debate, uma vez e por cinco
minutos cada um, o Autor de emenda, um Deputado contra e o Relator.
§ 4º A votação da redação final terá início pelas emendas.
§ 5º Figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for
encerrada sem emendas ou retificações, será considerada
definitivamente aprovada, sem votação.

O artigo 198 é importantíssimo, à medida que ele nos traz informações sobre
como proceder com a redação final, quando apresentadas emendas de
redação, aos moldes do art. 120, inciso III e §2º. Faço questão de repeti-
los aqui:

“Art. 120. As emendas de Plenário serão apresentadas:


I – durante a discussão em apreciação preliminar, turno único ou primeiro
turno, por qualquer Deputado ou Comissão;
II – durante a discussão em segundo turno:
a) por Comissão, se aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) desde que subscritas por um décimo dos membros da Casa, ou
Líderes que representem esse número;
III – à redação final, até o início da sua votação, observado o quórum
previsto nas alíneas a e b do inciso anterior.

§ 2º Somente será admitida emenda à redação final para evitar lapso formal,
incorreção de linguagem ou defeito de técnica legislativa, sujeita às mesmas
formalidades regimentais da emenda de mérito. ”

Embora a redação final seja integrante do turno no qual se encontra a


matéria (art. 195, §1º), quando apresentadas emendas, ocorre uma mini-
discussão e mini-votação: as emendas, com o parecer da Comissão
competente, são discutidas e votadas.
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Entretanto, na ausência de emendas, a redação final é automaticamente


aprovada, sem votação, consonante o art. 149, III.

O artigo 199 ainda nos traz mais uma oportunidade de corrigir o texto! Agora
sim as leis ficarão excelentes!

Art. 199. Quando, após a aprovação de redação final, se verificar inexatidão


do texto, a Mesa procederá à respectiva correção, da qual dará conhecimento
ao Plenário e fará a devida comunicação ao Senado, se já lhe houver enviado o
autógrafo, ou ao Presidente da República, se o projeto já tiver subido à
sanção. Não havendo impugnação, considerar-se-á aceita a correção; em caso
contrário, caberá a decisão ao Plenário.
Parágrafo único. Quando a inexatidão, lapso ou erro manifesto do texto se
verificar em autógrafo recebido do Senado, a Mesa o devolverá a este, para
correção, do que dará conhecimento ao Plenário.

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Art. 200. A proposição aprovada em definitivo pela Câmara, ou por suas
Comissões, será encaminhada em autógrafos à sanção, à promulgação ou ao
Senado, conforme o caso, até a segunda sessão seguinte.
§ 1º Os autógrafos reproduzirão a redação final aprovada pelo Plenário, ou
pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, se conclusiva, ou o
texto do Senado, não emendado.
§ 2º As resoluções da Câmara serão promulgadas pelo Presidente no prazo de
duas sessões após o recebimento dos autógrafos; não o fazendo, caberá aos
Vice-Presidentes, segundo a sua numeração ordinal, exercer essa atribuição.

Os autógrafos são as proposições, em suas versões finais, assinadas pelo


Presidente da Câmara. Eles serão:

 enviados à sanção, quando o processo legislativo se encerrar nesta


Casa, devendo ser remetidos à Presidência da República;

 enviados ao Senado, quando a Câmara iniciar projetos ou revisar, com


modificações, leis de iniciativa daquela Casa; ou

 promulgados, nos casos de PEC (pelas Mesas de ambas as Casas),


projeto de decreto legislativo (presidente do Congresso Nacional) ou
projeto de resolução (presidente da Câmara).

1) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)


Impõe-se a redação do vencido, conforme a linguagem regimental,
para o registro do texto da proposição que tenha sido derrotada em
dada comissão.

Errado! A redação do vencido, de acordo com o art. 194 do RICD, trata do


texto que será redigido em primeiro turno, pela CCJC, após a sua aprovação
pelo Plenário. A expressão “vencido”, de maneira geral, ao longo do RICD,
refere-se a matéria que já passou, tal como a citada anteriormente, ou mesmo
matéria prejudicada. Mas não cabe tratar como redação do vencido texto de
proposição que tenha sido derrotada em Comissão.

2) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – Todos os


Cargos – 2002 - adaptada) Os autógrafos de projeto de lei iniciado e

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aprovado na Câmara dos Deputados devem ser encaminhados ao
Senado Federal em até 72 horas, após a aprovação final da matéria.

Cuidado! O envio é até a segunda sessão seguinte. Art. 200.


A maldade por trás dessa questão reside no fato de o art. 58, §5º, prever o
envio de projeto de lei com poder conclusivo, remetido pela Mesa ao SF ou PR
no prazo de setenta e suas horas. Associação mental maldosa!
Resposta: Errada.

DIAGRAMA DE APOIO

Segue diagrama de apoio que ilustra a votação em segundo turno ou em turno


único. Se desejar, para consolidar o seu conhecimento, faça o diagrama da
votação em primeiro turno, que é bem mais simples.

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2. MATÉRIAS SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Vamos agora falar de matérias que tramitam sob condições especiais. É como
se você tivesse que esquecer “quase tudo que aprendeu” sobre Comissões e
discussão e votação. Afinal de contas, são proposições com vida própria dentro
da Casa.

2.1 PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Art. 201. A Câmara apreciará proposta de emenda à Constituição:


I – apresentada pela terça parte, no mínimo, dos Deputados; pelo Senado
Federal; pelo Presidente da República; ou por mais da metade das Assembleias
Legislativas, manifestando-se cada uma pela maioria dos seus membros;
II – desde que não se esteja na vigência de estado de defesa ou de estado de
sítio e que não proponha a abolição da Federação, do voto direto, secreto,
universal e periódico, da separação dos Poderes e dos direitos e garantias
individuais.

O quórum de apoiamento para a apreciação de PECs não chega a ser nenhuma


novidade, uma vez que está prevista na Carta Magna, em seu artigo 60.

“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do


Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.

§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção


federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;


II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.”

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Iniciativa de PECs

É interessante, neste ponto, fazer um estudo combinado do RICD com a


Constituição Federal e com o Regimento Interno do Senado Federal. O Artigo
212 deste último afirma:

“Poderão ter tramitação iniciada no Senado propostas de emenda à


Constituição de iniciativa:

I – de um terço, no mínimo, de seus membros (Const., art. 60, I);

II – de mais da metade das Assembleias Legislativas das Unidades da


Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros (Const., art. 60, III).”

Acrescentando ao nosso estudo o caput do art. 64 da CF:

“Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente


da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão
início na Câmara dos Deputados.”

Podemos concluir que:

a) PEC de iniciativa de Senadores apenas entra na Câmara após


deliberação do Senado (e vice-versa);

b) O Presidente da República apenas apresenta PEC na Câmara dos


Deputados;

c) mais da metade das Assembleias legislativas podem apresentar


PECs nas duas Casas Legislativas.

Art. 202. A proposta de emenda à Constituição será despachada pelo


Presidente da Câmara à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania,
que se pronunciará sobre sua admissibilidade, no prazo de cinco sessões,
devolvendo-a à Mesa com o respectivo parecer.
§ 1º Se inadmitida a proposta, poderá o Autor, com o apoiamento de Líderes
que representem, no mínimo, um terço dos Deputados, requerer a apreciação
preliminar em Plenário.

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§ 2º Admitida a proposta, o Presidente designará Comissão Especial para o
exame do mérito da proposição, a qual terá o prazo de quarenta sessões a
partir de sua constituição para proferir parecer.
§ 3º Somente perante a Comissão Especial poderão ser apresentadas
emendas, com o mesmo quórum mínimo de assinaturas de Deputados e nas
condições referidas no inciso II do artigo anterior, nas primeiras dez sessões
do prazo que lhe está destinado para emitir parecer.
§ 4º O Relator ou a Comissão, em seu parecer, só poderá oferecer emenda ou
substitutivo à proposta nas mesmas condições estabelecidas no inciso II do
artigo precedente.
§ 5º Após a publicação do parecer e interstício de duas sessões, a proposta
será incluída na Ordem do Dia.
§ 6º A proposta será submetida a dois turnos de discussão e votação, com
interstício de cinco sessões.
§ 7º Será aprovada a proposta que obtiver, em ambos os turnos, três quintos
dos votos dos membros da Câmara dos Deputados, em votação nominal.
§ 8º Aplicam-se à proposta de emenda à Constituição, no que não colidir com
o estatuído neste artigo, as disposições regimentais relativas ao trâmite e
apreciação dos projetos de lei.

O art. 202, pra quem andou lendo partes bem mais cabeludas do RICD, é bem
fácil de compreender. Na verdade, desse ponto em diante do Regimento, as
coisas ficam mais tranquilas. Em havia prometido isso a você. 

Apenas vou pedir para que você preste atenção em algumas peculiaridades.

Primeiro, perceba que, apesar de ser constituída CESP para a PEC, quem emite
parecer quanto admissibilidade é a CCJC. E, caso o parecer seja terminativo
(inadmissibilidade da PEC), é necessário um terço dos membros para requerer
a apreciação preliminar (diferentemente do 1/10 para as demais proposições –
art. 144). A CESP apenas é constituída após a admissibilidade.

O parecer da CESP leva 40 sessões, como se tramitação ordinária fosse.


Perceba que não há previsão de regime de urgência, nem de
prioridade.

Emendas à PEC precisam que quórum de 1/3 dos Deputados, nas primeiras
10 sessões do prazo.

O interstício entre o primeiro e o segundo turno da deliberação da PEC é


excepcional, de cinco sessões, não seguindo o previsto no art. 150, II.

Seu quórum é qualificado (exigência constitucional), de 3/5 dos votos dos


membros.

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E, o §8º, na prática, nos diz que a discussão e a votação ocorrerão aos
mesmos moldes de deliberação de um projeto de lei, no que couber.

O Art. 203 traz mais algumas formalidades.

Art. 203. A proposta de emenda à Constituição recebida do Senado Federal,


bem como as emendas do Senado à proposta de emenda à Constituição
oriunda da Câmara, terá a mesma tramitação estabelecida no artigo
precedente.
Parágrafo único. Quando ultimada na Câmara a aprovação da proposta, será o
fato comunicado ao Presidente do Senado e convocada sessão para
promulgação da emenda.

Por último, não custa destacar: não há previsão de solicitação de regime


de urgência para PEC.

3) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – Todos os


Cargos – 2002) O presidente da Câmara dos Deputados também tem
competência para designar Comissão Especial para examinar o mérito
de proposta de emenda à Constituição da República.

Perfeitamente. Art. 202, §2º.


Resposta: Certa.

2.2 PROJETOS DE INICIATIVA DO PR COM SOLICITAÇÃO DE URGÊNCIA

O art. 64, §§1º e 2º da Constituição Federal concede um privilégio muito


especial ao Presidente da República: o poder de trancar a pauta das Casas
Legislativas, caso projeto de sua iniciativa não seja apreciado em tempo hábil:

“§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de


projetos de sua iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se


manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta
e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da

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respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado(entenda por Medidas Provisórias), até que se ultime a votação.”

Art. 204. A apreciação do projeto de lei de iniciativa do Presidente da


República para o qual tenha solicitado urgência, consoante os §§ 1º, 2º e 3º
do art. 64 da Constituição Federal, obedecerá ao seguinte:
I – findo o prazo de quarenta e cinco dias de seu recebimento pela Câmara,
sem a manifestação definitiva do Plenário, o projeto será incluído na Ordem do
Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se
ultime sua votação;
II – a apreciação das emendas do Senado pela Câmara, em função revisora,
far-se-á no prazo de dez dias, ao término do qual se procederá na forma do
inciso anterior.
§ 1º A solicitação do regime de urgência poderá ser feita pelo Presidente da
República depois da remessa do projeto e em qualquer fase de seu
andamento, aplicando-se a partir daí o disposto neste artigo.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo não correm nos períodos de recesso do
Congresso Nacional nem se aplicam aos projetos de código.

No final das contas, o art. 204 apenas reflete o art. 64 da Carta Magna.

Apenas vale a pena você prestar atenção, que, diferentemente da Medida


Provisória, cada Casa tem 45 dias para apreciar um projeto de lei de
iniciativa do PR. Quando apreciando de emendas do Senado, a Câmara
poderá ter mais 10 dias para revisar a matéria, perfazendo um total de 100
dias para apreciação da matéria por ambas as Casas, a contar da data de
solicitação de urgência, independentemente em qual estágio esteja o projeto
de lei. Naturalmente, se já estiver no Senado, desprezam-se os 45 dias iniciais
da Câmara, assim como desprezam-se os 90 dias se a matéria já retornou à
Câmara para análise de emendas do Senado.

Não custa lembrar, uma vez requerida a urgência, as Comissões possuirão


cinco sessões para apreciar a proposição (art. 52). Além disso, embora não
explícita no art. 104, a urgência pode ser retirada pelo Presidente a qualquer
momento.

Por fim, se o PR iniciou projeto de código, não lhe cabe solicitar urgência. Os
projetos de código serão estudados logo a seguir. E os prazos da urgência não
são contados durante os recessos do Congresso Nacional.

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2.3 PROJETOS DE CÓDIGO

Códigos são legislações muito especiais. Afinal, são leis muito extensas e que
disciplinam todo um “ramo” de normas do ordenamento jurídico.

Nesta qualidade, tramitam de forma especial na Câmara dos Deputados.

Art. 205. Recebido o projeto de código ou apresentado à Mesa, o Presidente


comunicará o fato ao Plenário e determinará a sua inclusão na Ordem do Dia
da sessão seguinte, sendo publicado e distribuído em avulsos.
§ 1º No decurso da mesma sessão, ou logo após, o Presidente nomeará
Comissão Especial para emitir parecer sobre o projeto e as emendas.
§ 2º A Comissão se reunirá no prazo de duas sessões a partir de sua
constituição para eleger seu Presidente e três Vice-Presidentes.
§ 3º O Presidente da Comissão designará em seguida o Relator-Geral e tantos
Relatores-Parciais quantos forem necessários para as diversas partes do
código.
§ 4º As emendas serão apresentadas diretamente na Comissão Especial,
durante o prazo de vinte sessões consecutivas contado da instalação desta, e
encaminhadas, à proporção que forem oferecidas, aos Relatores das partes a
que se referirem.
§ 5º Após encerrado o período de apresentação de emendas, os Relatores-
Parciais terão o prazo de dez sessões para entregar seus pareceres sobre as
respectivas partes e as emendas que a eles tiverem sido distribuídas.
§ 6º Os pareceres serão imediatamente encaminhados ao Relator-Geral, que
emitirá o seu parecer no prazo de quinze sessões contado daquele em que se
encerrar o dos Relatores-Parciais.
§ 7º Não se fará a tramitação simultânea de mais de dois projetos de
código.
§ 8º A Mesa só receberá projeto de lei para tramitação na forma deste
capítulo, quando a matéria, por sua complexidade ou abrangência, deva ser
apreciada como código.

Art. 206. A Comissão terá o prazo de dez sessões para discutir e votar o
projeto e as emendas com os pareceres.
Parágrafo único. A Comissão, na discussão e votação da matéria, obedecerá às
seguintes normas:
I – as emendas com parecer contrário serão votadas em globo, salvo os
destaques requeridos por um décimo dos Deputados, ou Líderes que
representem este número;
II – as emendas com parecer favorável serão votadas em grupo para cada
Relator-Parcial que as tiver relatado, salvo destaque requerido por membro da
Comissão ou Líder;
III – sobre cada emenda destacada, poderá falar o Autor, o Relator-Geral e o
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Relator-Parcial, bem como os demais membros da Comissão, por cinco
minutos cada um, improrrogáveis;
IV – o Relator-Geral e os Relatores-Parciais poderão oferecer, juntamente com
seus pareceres, emendas que serão tidas como tais, para efeitos posteriores,
somente se aprovadas pela Comissão;
V – concluída a votação do projeto e das emendas, o Relator-Geral terá cinco
sessões para apresentar o relatório do vencido na Comissão.

Projeto de código, desde já, deve ser entendido como a matéria, que, por sua
complexidade e abrangência, será tratada como tal (art. 205, §8º).

É importante esta interpretação, desde já, para que você não confunda, por
exemplo, uma proposição que pretenda realizar algumas modificações em um
Código como um projeto de código. No fundo no fundo, projetos de código
são leis, ordinárias ou complementares, que acabam recebendo este
tratamento especial, por definirem um conjunto de regras de parte do nosso
ordenamento jurídico, (como um Código Civil, Código Penal, Código de
Processo Penal, etc.).

Da mesma forma que os artigos referentes à PEC, a tramitação do projeto de


código é razoavelmente “tranquila” de ser compreendida em sua leitura “seca”.
Alguns pontos merecem destaque.

O Presidente da Comissão Especial que aprecia projeto de código designa


Relator-Geral e tantos Relatores-Parciais quanto necessários para
apreciar as diversas partes do código, o que é bem razoável diante da
envergadura desse tipo de projeto.

Vamos fazer uma pequena contagem dos prazos máximos de trâmite?

20 sessões para a apresentação de emendas (a partir da data de instalação);


10 sessões para os pareceres dos Relatores-Parciais;
15 sessões para o parecer do Relator-Geral;
10 sessões para discutir e votar o projeto e emendas em Comissão.
05 sessões para apresentar o relatório do vencido na Comissão (texto final da
Comissão).

Art. 207. Publicados e distribuídos em avulsos, dentro de duas sessões, o


projeto, as emendas e os pareceres, proceder-se-á à sua apreciação no
Plenário, em turno único, obedecido o interstício regimental.
§ 1º Na discussão do projeto, que será uma só para toda a matéria, poderão
falar os oradores inscritos pelo prazo improrrogável de quinze minutos,
salvo o Relator-Geral e os Relatores-Parciais, que disporão de trinta
minutos.
§ 2º Poder-se-á encerrar a discussão mediante requerimento de Líder,

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depois de debatida a matéria em cinco sessões, se antes não for
encerrada por falta de oradores.
§ 3º A Mesa destinará sessões exclusivas para a discussão e votação dos
projetos de código.

Enquanto o §8º do art. 202 resolveu aplicar ao tramite das PECs o mesmo
tratamento conferido às demais proposições, no que coubesse, o legislador
preferiu ser mais profundo na regulação do trâmite dos projetos de código,
destinando o art. 207 e os seguintes para definir atribuições e
responsabilidades durante discussão, votação e outras etapas e prerrogativas.

O §1º define prazos distintos para os oradores. Os inscritos disporão de 15


minutos improrrogáveis, enquanto os relatores dispõem de 30 minutos.

Não há prazo para o fim de discussão de projeto de código. A partir da


5º sessão, Líder poderá requerer o seu encerramento, mas ela pode acabar a
qualquer momento, por falta de oradores. Porém, não há previsão
regimental para a apresentação de emendas em Plenário. Além disso,
perceba que a discussão e votação ocorrem em turno único.

O parágrafo §3º nos afirma que a Mesa destina sessões exclusivas para a
discussão de votação dos projetos de código. Não raro a Câmara dos
Deputados destina períodos de sessões extraordinárias (art. 66, §4º) para a
apreciação de projetos de código.

Curiosidade: No final de 2013 e início do ano de 2014, com a pauta trancada,


a Câmara dos Deputados se aproveitou desse recurso para prosseguir com a
deliberação do novo Código de Processo Civil (CPC).

Curiosidade 2: Alguns projetos de lei, em função do seu conteúdo, recebem


“apelidos” de Código. Um bom exemplo, ocorrido no ano de 2013, foi o PL
5.807/2013, chamado de Código de Mineração, que inclusive chegou a receber
requerimento de urgência da Presidência da República, por ser projeto de sua
iniciativa. Tal matéria jamais recebeu o tratamento destinado a projetos de
código, dentro do Congresso Nacional.

Art. 208. Aprovados o projeto e as emendas, a matéria voltará à Comissão


Especial, que terá cinco sessões para elaborar a redação final.
§ 1º Publicada e distribuída em avulsos, a redação final será votada
independentemente de discussão, obedecido o interstício regimental.
§ 2º As emendas à redação final serão apresentadas na própria sessão e
votadas imediatamente, após parecer oral do Relator-Geral ou Relator-Parcial.

Art. 209. O projeto de código aprovado será enviado ao Senado Federal no


prazo de até cinco sessões, acompanhado da publicação de todos os pareceres

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que o instruíram na tramitação.

Art. 210. As emendas do Senado Federal ao projeto de código irão à Comissão


Especial, que terá dez sessões para oferecer parecer sobre as modificações
propostas.
§ 1º Publicadas as emendas e o parecer, dentro de duas sessões o projeto será
incluído em Ordem do Dia.
§ 2º Na discussão, serão debatidas somente as emendas do Senado Federal.
§ 3º É lícito cindir a emenda do Senado Federal para votar separadamente
cada artigo, parágrafo, inciso e alínea dela constante.
§ 4º O projeto aprovado definitivamente será enviado à sanção no prazo
improrrogável de três sessões.
§ 5º O projeto de código recebido do Senado Federal para revisão obedecerá
às normas previstas neste capítulo.

Art. 211. A requerimento da Comissão Especial, sujeito à deliberação do


Plenário, os prazos previstos neste capítulo poderão ser:
I – prorrogados até o dobro e, em casos excepcionais, até o quádruplo;
II – suspensos, conjunta ou separadamente, até cento e vinte sessões, sem
prejuízo dos trabalhos da Comissão, prosseguindo-se a contagem dos prazos
regimentais de tramitação findo o período da suspensão.

Destaco o art. 211. Nele, perceba que todos os prazos citados a respeito de
projeto de código podem ser prorrogados até o dobro e, excepcionalmente
(não de define o que é excepcional), até o quádruplo.

Ainda, podem ser suspensos por um total de 120 sessões, sem impedir que a
CESP continue a apreciar o projeto. É feito pra demorar, não é mesmo? 

Existe um silêncio ensurdecedor no RICD quanto à iniciativa


de projetos de código. Não existem pré-requisitos,
apoiamento ou qualquer outra ressalva. Portanto,
vigora em sua plenitude o Art. 109, §1º, incisos I a VIII.
Iniciativa de
Além disso, analogamente à tramitação das PECs, não
projeto de código e
existe regime de tramitação de urgência para código.
regime de urgência Afinal, é regime de tramitação especial.
para código

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Considerado que foi apresentado à Mesa da Câmara um projeto de um


novo código de processo penal, julgue os dois itens a seguir.

4) (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnico em


Comunicação Social – 2003) O projeto somente deverá ser aceito pela
Mesa se for subscrito por ao menos trinta por cento dos deputados, ou
por líderes que representem ao menos trinta por cento dos membros
da Casa.

Não existem pré-requisitos, apoiamento ou qualquer ressalva para a


apresentação de projetos de código.
Resposta: Errada.

5) (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnico em


Comunicação Social – 2003) Se, na data da apresentação do referido
projeto à Mesa da Câmara, já estivesse em tramitação na Casa um
projeto de código de processo civil, o referido projeto de código de
processo penal deveria ser recebido, mas teria sua tramitação
suspensa, pois é regimentalmente proibida a tramitação simultânea de
projetos de código.

É proibida a tramitação de mais de dois projetos de código. Art. 205, §7º.


Resposta: Errada.

6) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o projeto de código enviado pelo Presidente da
República com solicitação de urgência, consoantes os §§ 1º, 2º e 3º do
art. 64 da Constituição Federal de 1988, obedecerá ao prazo de
quarenta e cinco dias de seu recebimento para manifestação definitiva
do Plenário, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos
se, findo esse prazo, a Câmara dos Deputados não tiver deliberado
sobre a matéria.

Não existe solicitação de urgência para projeto de código.


Resposta: Errada.

7) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o prazo para apresentação de emendas ao projeto,
diretamente na Comissão Especial, é de vinte sessões consecutivas, a
partir da instalação da referida Comissão.

Art. 205, §4º.


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Resposta: Certa.

8) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) somente podem tramitar simultaneamente dois
projetos de código.

Art. 205, §7º.


Resposta: Certa.

9) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) os Relatores-Parciais e o Relator-Geral terão,
respectiva e consecutivamente, os prazos de dez e quinze sessões para
emitir parecer, após encerrado o período de apresentação de emendas
ao projeto,

Art. 205, §§5º e 6º.


Resposta: Certa.

10) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) havendo oradores inscritos, a discussão de projeto
de código não poderá ser encerrada antes de transcorridas cinco
sessões.

Art. 207, §2º. Perceba que a banca se esforça em deixar a alternativa


confusa.
Resposta: Certa.

Votação de matérias mesmo com a pauta trancada

Há entendimento, na Câmara dos Deputados, que, em sessões


extraordinárias, é possível apreciar matérias mesmo com a pauta trancada.
São elas: projetos de código, PECs, matérias administrativas da Casa, e
toda matéria que não pode ser disciplinada por medida provisória,
previstas no §1º do art. 62 da CF:

“I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;

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b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais
e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República.”

Lembro que esse não é posicionamento oficial para você levar para a prova,
pois extrapola o seu edital, mas pode ajudar você a entender o funcionamento
da Casa, que muito é divulgado pela grande mídia.

2.4 PROJETOS DE CONSOLIDAÇÃO

Antes de falarmos dos projetos de consolidação, precisamos conversar sobre


alguns dispositivos. Primeiro, vejamos o art. 59, parágrafo único:

“Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e


consolidação das leis.”

A Lei à qual se refere a Carta Magna é a lei complementar nº 95, de 1998,


atualizada pela lei complementar nº 107, de 2001. Eu até recomendo que você
dê uma lida nele, disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp95.htm. Pode ser uma leitura
“em passant”, apenas para que você compreenda o processo, mas gostaria
que você desse atenção à Seção I do Capítulo III, que trata da consolidação
das leis.

Feito isso, você irá compreender que o objetivo da consolidação das leis é o de
manter o ordenamento jurídico atualizado, eliminando ambiguidades de textos
legais, revogando dispositivos que eventualmente não sejam mais
recepcionados pela Constituição Federal, dentre outros.

Contudo, faço questão de destacar alguns dispositivos desta lei:

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“Art. 14. (...)

I – O Poder Executivo ou o Poder Legislativo (atualmente está a cargo do


Poder Executivo, mas o art. 212 do RICD enumera quem do Poder
Legislativo também pode fazê-lo) procederá ao levantamento da legislação
federal em vigor e formulará projeto de lei de consolidação de normas que
tratem da mesma matéria ou de assuntos a ela vinculados, com a indicação
precisa dos diplomas legais expressa ou implicitamente revogados;

II – a apreciação dos projetos de lei de consolidação pelo Poder Legislativo


será feita na forma do Regimento Interno de cada uma de suas Casas, em
procedimento simplificado, visando a dar celeridade aos trabalhos;

(...)

Art. 15. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Mesa do


Congresso Nacional promoverá a atualização da Consolidação das Leis Federais
Brasileiras, incorporando às coletâneas que a integram as emendas
constitucionais, leis, decretos legislativos e resoluções promulgadas durante a
legislatura imediatamente anterior, ordenados e indexados sistematicamente.”

Entendido o contexto da consolidação das leis, os artigos a seguir são


extremamente simples, não havendo muito o que discutir, sob pena de soar
repetitivo. Me limitarei a alguns grifos e a algumas observações finais.

Art. 212. A Mesa Diretora, qualquer membro ou Comissão da Câmara


dos Deputados poderá formular projeto de consolidação, visando à
sistematização, à correção, ao aditamento, à supressão e à conjugação de
textos legais, cuja elaboração cingir-se-á aos aspectos formais, resguardada a
matéria de mérito.
§ 1º A Mesa Diretora remeterá o projeto de consolidação ao Grupo de
Trabalho de Consolidação das Leis e à Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania, que o examinarão, vedadas as alterações de mérito.
§ 2º O Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis, recebido o projeto de
consolidação, fá-lo-á publicar no Diário Oficial e no Diário da Câmara dos
Deputados, a fim de que, no prazo de trinta dias, a ele sejam oferecidas
sugestões(não são emendas), as quais, se for o caso, serão incorporadas ao
texto inicial, a ser encaminhado, em seguida, ao exame da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.

Art. 213. O projeto de consolidação, após a apreciação do Grupo de Trabalho


de Consolidação das Leis e da Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, será submetido ao Plenário da Casa.
§ 1º Verificada a existência de dispositivos visando à alteração ou supressão
de matéria de mérito, deverão ser formuladas emendas, visando à

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manutenção do texto da consolidação.
§ 2º As emendas apresentadas em Plenário consoante o disposto no parágrafo
anterior deverão ser encaminhadas à Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania, que sobre elas emitirá parecer, sendo-lhe facultada, para
tanto e se for o caso, a requisição de informações junto ao Grupo de Trabalho
de Consolidação das Leis.
§ 3º As emendas aditivas apresentadas ao texto do projeto visam à
adoção de normas excluídas, e as emendas supressivas, à retirada de
dispositivos conflitantes com as regras legais em vigor.
§ 4º O Relator proporá, em seu voto, que as emendas consideradas de mérito,
isolada ou conjuntamente, sejam destacadas para fins de constituírem projeto
autônomo, o qual deverá ser apreciado pela Casa, dentro das normas
regimentais aplicáveis à tramitação dos demais projetos de lei.
§ 5º As alterações propostas ao texto, formuladas com fulcro nos dispositivos
anteriores, deverão ser fundamentadas com a indicação do dispositivo legal
pertinente.
§ 6º Após o pronunciamento definitivo da Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania, o projeto de consolidação será encaminhado ao Plenário, tendo
preferência para inclusão em Ordem do Dia.

A grande novidade apresentada é o Grupo de Trabalho de Consolidação


das Leis.

Embora não listado no rol de órgãos previstos no RICD, o Grupo de Trabalho


de Consolidação das Leis ganhou o status de órgão permanente da Câmara dos
Deputados, no mesmo patamar das Comissões Permanentes. A criação do
primeiro GTCL ocorreu por ato da Presidência em 25/03/1997, juntamente com
a criação de uma estrutura, à época temporária, pelo ato da Mesa nº 68, de
10/07/1997.

Atualmente, os GTCL são criados na primeira sessão legislativa da legislatura,


por ato da Presidência, com número de membros titulares e suplentes
definidos pelo mesmo.

2.5 MATÉRIAS DE NATUREZA PERIÓDICA

Observação: esta parte da matéria não possui videoaulas.

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Projetos de fixação dos parlamentares, do Presidente e Vice-


Presidente e dos Ministros de Estado

Art. 214. À Comissão de Finanças e Tributação incumbe elaborar, no


último ano de cada legislatura, o projeto de decreto legislativo
destinado a fixar a remuneração e a ajuda de custo dos membros do
Congresso Nacional, a vigorar na legislatura subsequente, bem assim a
remuneração do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros
de Estado para cada exercício financeiro, observado o que dispõem os arts.
150, II, e 153, III e § 2º, I, da Constituição Federal.
§ 1º Se a Comissão não apresentar, durante o primeiro semestre da última
sessão legislativa da legislatura, o projeto de que trata este artigo, ou não o
fizer nesse interregno qualquer Deputado, a Mesa incluirá na Ordem do Dia, na
primeira sessão ordinária do segundo período semestral, em forma de
proposição, as disposições respectivas em vigor.
§ 2º O projeto mencionado neste artigo figurará na Ordem do Dia durante
cinco sessões para recebimento de emendas, sobre as quais a Comissão
de Finanças e Tributação emitirá parecer no prazo improrrogável de
cinco sessões.

O art. 49, incisos VII e VIII, prevê que cabe ao Congresso Nacional fixar os
subsídios dos parlamentares, Presidente, Vice-Presidente e dos Ministros de
Estado. Naturalmente, por ser atribuição exclusiva do CN, tal fixação será por
decreto legislativo, sem a sanção do Presidente da República.

A figura central nesse processo é a CFT (art. 32, X, i)). Ela apresenta o Projeto
de Decreto Legislativo, e, quando apresentadas emendas, ela emite o parecer.

Tomada de Contas do Presidente da República

A prestação de contas do presidente da República ao Congresso Nacional é


prevista em diversos dispositivos constitucionais. Podemos destacar:

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(...)


XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao
exercício anterior;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:(...)

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IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta
dias a contar de seu recebimento;”

Portanto, dentro da sua função fiscalizadora, cabe ao Congresso Nacional


realizar o controle externo, apreciando as contas do Presidente da República,
anualmente.

Contudo, quando o Presidente da República não apresenta suas contas, no


prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, ocorre a
chamada tomada de contas, iniciada na Câmara dos Deputados. Voltando à
CF:

“Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:(...)


II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando
não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após
a abertura da sessão legislativa;”

Já que estamos, contextualizados, o art. 215 explica o trâmite dessa tomada


de contas, novamente com a CFT no núcleo do processo, já que é sua
atribuição(art. 32, XI).

Art. 215. À Comissão de Finanças e Tributação incumbe proceder à


tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa.
§ 1º A Comissão aguardará, para pronunciamento definitivo, a organização das
contas do exercício, que deverá ser feita por uma Subcomissão Especial, com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, dentro de sessenta sessões.
§ 2º A Subcomissão Especial compor-se-á, pelo menos, de tantos membros
quantos forem os órgãos que figuraram no Orçamento da União
referente ao exercício anterior, observado o princípio da
proporcionalidade partidária.
§ 3º Cada membro da Subcomissão Especial será designado Relator-Parcial da
tomada de contas relativas a um órgão orçamentário.
§ 4º A Subcomissão Especial terá amplos poderes, mormente os referidos
nos §§ 1º a 4º do art. 61, cabendo-lhe convocar os responsáveis pelo
sistema de controle interno e todos os ordenadores de despesa da
administração pública direta, indireta e fundacional dos três Poderes,
para comprovar, no prazo que estabelecer, as contas do exercício

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findo, na conformidade da respectiva lei orçamentária e das alterações
havidas na sua execução.
§ 5º O parecer da Comissão de Finanças e Tributação será encaminhado,
através da Mesa da Câmara, ao Congresso Nacional, com a proposta de
medidas legais e outras providências cabíveis.
§ 6º A prestação de contas, após iniciada a tomada de contas, não será óbice à
adoção e continuidade das providências relativas ao processo por crime de
responsabilidade nos termos da legislação especial.

2.6 REGIMENTO INTERNO

A modificação do Regimento Interno da Câmara dos Deputados se submete a


regime de tramitação “especialíssimo”, devido a uma série de particularidades.
Leia o artigo 216, várias vezes citado em outras partes do regimento, que eu
volto a seguir.

Art. 216. O Regimento Interno poderá ser modificado ou reformado


por meio de projeto de resolução de iniciativa de Deputado, da Mesa,
de Comissão Permanente ou de Comissão Especial para esse fim
criada, em virtude de deliberação da Câmara, da qual deverá fazer
parte um membro da Mesa.
§ 1º O projeto, após publicado e distribuído em avulsos, permanecerá na
Ordem do Dia durante o prazo de cinco sessões para o recebimento de
emendas.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior, o projeto será enviado:
I – à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, em qualquer caso;
II – à Comissão Especial que o houver elaborado, para exame das emendas
recebidas;
III – à Mesa, para apreciar as emendas e o projeto.
§ 3º Os pareceres das Comissões serão emitidos no prazo de cinco sessões,
quando o projeto for de simples modificação, e de vinte sessões, quando se
tratar de reforma.
§ 4º Depois de publicados os pareceres e distribuídos em avulsos, o projeto
será incluído na Ordem do Dia, em primeiro turno, que não poderá ser
encerrado, mesmo por falta de oradores, antes de transcorridas duas sessões.
§ 5º O segundo turno não poderá ser também encerrado antes de
transcorridas duas sessões.
§ 6º A redação do vencido e a redação final do projeto competem à Comissão
Especial que o houver elaborado, ou à Mesa, quando de iniciativa desta, de
Deputados ou Comissão Permanente.
§ 7º A apreciação do projeto de alteração ou reforma do Regimento obedecerá
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às normas vigentes para os demais projetos de resolução.
§ 8º A Mesa fará a consolidação e publicação de todas as alterações
introduzidas no Regimento antes de findo cada biênio.

Pois bem, o processo em si é de razoável compreensão. Mas, vejamos o


porquê deste trâmite ser tão peculiar:

1º) pode-se primeiro criar a Comissão Especial para que depois ela
apresente o projeto de Resolução;

2º) exige-se a presença de um Membro da Mesa nessa CESP, contrariando


o art. 14, §5º do RICD, caso ela seja criada;

3º) para a apreciação do projeto de Resolução e suas emendas, participam a


CCJC, a CESP (caso tenha ela elaborado o PRC) e a Mesa. Veja que
excepcional é a Mesa apreciando emendas e emitindo parecer sobre as
mesmas!

4º) exige-se dois turnos para apreciação;

5º) mesmo na ausência de oradores, não se pode encerrar os turnos antes


de duas sessões;

6º) quando o PRC não é de iniciativa da CESP criada para esse fim, a redação
do vencido e a redação final ficam a cargo da Mesa;

Portanto, observe que esse processo de modificação ou reforma do RICD pode


ocorrer COM ou SEM a criação dessa Comissão. De qualquer forma, é
obrigação da Mesa fazer ajustes no RICD antes do fim de cada biênio, ou seja,
antes de encerrar o mandato dos seus membros. A CESP será criada ou não
para esse fim dependendo do quão impactante serão as mudanças propostas.
Ainda bem que isso sempre foi muito bem feito, e o RICD não possui nem
duplicidades nem dificuldades de interpretação...

2.7 AUTORIZAÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CRIMIAL


CONTRA O PR, VPR E MINISTROS DE ESTADO

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A autorização para instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da república, bem como os Ministros de Estado, tem previsão
constitucional:

“Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;”

O artigo 217 do RICD trata apenas dos casos de crimes comuns. Nesses
casos, quem processa é o STF, consonante o art. 102, I, b) e c), da CF.

Art. 217. A solicitação do Presidente do Supremo Tribunal Federal para


instauração de processo, nas infrações penais comuns, contra o
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado será
recebida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, que notificará o acusado e
despachará o expediente à Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, observadas as seguintes normas:
I – perante a Comissão, o acusado ou seu advogado terá o prazo de dez
sessões para, querendo, manifestar-se;
II – a Comissão proferirá parecer dentro de cinco sessões contadas do
oferecimento da manifestação do acusado ou do término do prazo previsto no
inciso anterior, concluindo pelo deferimento ou indeferimento do pedido de
autorização;
III – o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania será lido
no expediente, publicado no Diário da Câmara dos Deputados, distribuído em
avulsos e incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte à de seu recebimento
pela Mesa;
IV – encerrada a discussão, será o parecer submetido a votação nominal,
pelo processo da chamada dos Deputados.
§ 1º Se, da aprovação do parecer por dois terços dos membros da Casa,
resultar admitida a acusação, considerar-se-á autorizada a instauração do
processo.
§ 2º A decisão será comunicada pelo Presidente ao Supremo Tribunal Federal
dentro do prazo de duas sessões.

2.8 PROCESSO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO PR, VPR E


MINISTROS DE ESTADO

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O artigo 218 do RICD, por sua vez, trata apenas dos casos de crimes de
responsabilidade. Além do amparo do art. 51, I, CF, aqui temos uma
divergência: quem processará o Presidente ou o Vice-Presidente será o Senado
Federal, ao passo que os Ministros de Estado permanecem sendo processados
pelo STF, a não ser que seus crimes de responsabilidade sejam conexos aos do
Presidente ou Vice. Veja os amparos:

“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes
de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles;

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente: (...)
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros
de Estado (...);”

Art. 218. É permitido a qualquer cidadão denunciar à Câmara dos


Deputados o Presidente da República, o Vice-Presidente da República ou
Ministro de Estado por crime de responsabilidade.
§ 1º A denúncia, assinada pelo denunciante e com firma reconhecida, deverá
ser acompanhada de documentos que a comprovem ou da declaração de
impossibilidade de apresentá-los, com indicação do local onde possam ser
encontrados, bem como, se for o caso, do rol das testemunhas, em número de
cinco, no mínimo.
§ 2º Recebida a denúncia pelo Presidente, verificada a existência dos
requisitos de que trata o parágrafo anterior, será lida no expediente da
sessão seguinte e despachada à Comissão Especial eleita, da qual
participem, observada a respectiva proporção, representantes de
todos os Partidos.
§ 3º Do despacho do Presidente que indeferir o recebimento da denúncia,
caberá recurso ao Plenário.
§ 4º Do recebimento da denúncia será notificado o denunciado para
manifestar-se, querendo, no prazo de dez sessões.
§ 5º A Comissão Especial se reunirá dentro de quarenta e oito horas e,
depois de eleger seu Presidente e Relator, emitirá parecer em cinco sessões
contadas do oferecimento da manifestação do acusado ou do término do prazo
previsto no parágrafo anterior, concluindo pelo deferimento ou indeferimento
do pedido de autorização.
§ 6º O parecer da Comissão Especial será lido no expediente da Câmara dos
Deputados e publicado na íntegra, juntamente com a denúncia, no Diário da
Câmara dos Deputados e avulsos.
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§ 7º Decorridas quarenta e oito horas da publicação do parecer da Comissão
Especial, será o mesmo incluído na Ordem do Dia da sessão seguinte.
§ 8º Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo submetido a votação
nominal, pelo processo de chamada dos Deputados.
§ 9º Será admitida a instauração do processo contra o denunciado se obtidos
dois terços dos votos dos membros da Casa, comunicada a decisão ao
Presidente do Senado Federal dentro de duas sessões.

A diferença mais interessante entre a autorização para processos por crimes


comuns e por crimes de responsabilidade é que, no primeiro caso, a Comissão
que aprecia o processo é a CCJC; nos crimes de responsabilidade,
excepcionalmente, temos uma Comissão Especial eleita (caso único), na qual
deverão integrar representantes de todos os partidos, respeitada a
proporcionalidade partidária.

Qualquer cidadão pode oferecer denúncia à Câmara dos Deputados


contra o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado, por crime de responsabilidade. A esse respeito

11) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o parecer da Comissão Especial, concluindo pelo
deferimento ou indeferimento do pedido de autorização, será
submetido à deliberação do Plenário, em votação secreta, sendo
admitida a instauração do processo contra o denunciado, se nesse
sentido forem obtidos os votos da maioria absoluta dos membros da
Casa.

Ô loco! Basta assistir ao vídeo da autorização de processo contra o Collor, de


1992. Chamada nominal, e são necessários dois terços dos votos. Art. 218,
§§8º e 9º.
Resposta: Errada.

12) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) tendo recebido a denúncia, verificado a existência
de todos os requisitos e feito a leitura na sessão seguinte, o Presidente
da Câmara dos Deputados despachá-la-á à Comissão Especial eleita, da
qual deverão participar, observada a respectiva proporção,
representantes de todos os Partidos.

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Art. 218, §2º.
Resposta: Certa.

13) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) se o Presidente da Câmara dos Deputados indeferir
o recebimento, caberá recurso ao Plenário.

Art. 218, §3º.


Resposta: Certa.

14) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o denunciado terá o prazo de dez sessões,
contadas do recebimento da denúncia, para, caso queira, manifestar-
se; e a Comissão, o de cinco sessões para emitir parecer, contadas da
manifestação do acusado ou do término do prazo para esse fim
previsto.

Art. 218, §§4º e 5º.


Resposta: Certa.

15) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o não-encaminhamento de documentos que
comprovem a denúncia não impede que a mesma seja recebida, desde
que, diante da impossibilidade de apresentá-los, o denunciante
reconheça isto em declaração escrita, com a indicação do local onde os
mesmos possam ser encontrados, bem como, se for o caso, do rol das
testemunhas, em número de cinco, no mínimo.

Art. 218, §1º.


Resposta: Certa.

2.9 COMPARECIMENTO DE MINISTRO DE ESTADO

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Art. 219. O Ministro de Estado comparecerá perante a Câmara ou suas
Comissões:
I – quando convocado para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado;
II – por sua iniciativa, mediante entendimentos com a Mesa ou a Presidência
da Comissão, respectivamente, para expor assunto de relevância de seu
Ministério.
§ 1º A convocação do Ministro de Estado será resolvida pela Câmara ou
Comissão, por deliberação da maioria da respectiva composição plenária, a
requerimento de qualquer Deputado ou membro da Comissão, conforme
o caso.
§ 2º A convocação do Ministro de Estado ser-lhe-á comunicada mediante ofício
do Primeiro-Secretário ou do Presidente da Comissão, que definirá o local, dia
e hora da sessão ou reunião a que deva comparecer, com a indicação das
informações pretendidas, importando crime de responsabilidade a ausência
sem justificação adequada, aceita pela Casa ou pelo colegiado.

O comparecimento de Ministro de estado, já aludido em outros dispositivos


regimentais (art. 24, IV e V; art. 91, III), possui previsão constitucional:

“Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas


Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de
órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada.

§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à


Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto
de relevância de seu Ministério.”

Do exposto pela Carta Magna, percebe-se que existe a visita amistosa, aos
moldes do inciso II do art. 219, e a convocação hostil (brincadeira minha),
de acordo com o art. I.

A seguir, você lerá quatro artigos. O 220 cita a Comissão Geral, que é o
comparecimento de Ministro no Plenário da Câmara, aos moldes do art. 91,
III; os arts. 221 e 223 citam as peculiaridades da visita de Ministro de Estado
quando convocado; por fim, o art. 222 tratará do comparecimento espontâneo.

Art. 220. A Câmara reunir-se-á em Comissão Geral, sob a direção de seu


Presidente, toda vez que perante o Plenário comparecer Ministro de Estado.
§ 1º O Ministro de Estado terá assento na primeira bancada, até o momento
de ocupar a tribuna, ficando subordinado às normas estabelecidas para o uso
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da palavra pelos Deputados; perante Comissão, ocupará o lugar à direita do
Presidente.
§ 2º Não poderá ser marcado o mesmo horário para o comparecimento
de mais de um Ministro de Estado à Casa, salvo em caráter
excepcional, quando a matéria lhes disser respeito conjuntamente,
nem se admitirá sua convocação simultânea por mais de uma
Comissão.
§ 3º O Ministro de Estado somente poderá ser aparteado ou interpelado sobre
assunto objeto de sua exposição ou matéria pertinente à convocação.
§ 4º Em qualquer hipótese, a presença de Ministro de Estado no
Plenário não poderá ultrapassar o horário normal da sessão ordinária
da Câmara.

Neste ponto eu já trago mais uma contradição do RICD. O art. 72 preconiza


que “O prazo da duração da sessão poderá ser prorrogado (...) por tempo
nunca superior a uma hora, para continuar a discussão e votação da matéria
da Ordem do Dia, audiência de Ministro de Estado...”, ao passo que o §4º
informa que a presença de Ministro de Estado não poderá ultrapassar o horário
normal da sessão ordinária da Câmara.

Eu entendo que a prorrogação de sessão ultrapassa o horário normal da


mesma. Mas, fazer o quê? Somente questões de ordem resolvem esses
problemas... Você precisa guardar esses dois entendimentos consigo e saber
em que partes do regimento eles se encontram. Só assim para acertar
questões de prova...

Art. 221. Na hipótese de convocação, o Ministro encaminhará ao Presidente


da Câmara ou da Comissão, até a sessão da véspera da sua presença na Casa,
sumário da matéria de que virá tratar, para distribuição aos Deputados.
§ 1º O Ministro, ao início do Grande Expediente, ou da Ordem do Dia, poderá
falar até trinta minutos, prorrogáveis por mais quinze, pelo Plenário da Casa
ou da Comissão, só podendo ser aparteado durante a prorrogação.
§ 2º Encerrada a exposição do Ministro, poderão ser formuladas interpelações
pelos Deputados que se inscreveram previamente, não podendo cada um fazê-
lo por mais de cinco minutos, exceto o Autor do requerimento, que terá o
prazo de dez minutos.
§ 3º Para responder a cada interpelação, o Ministro terá o mesmo tempo que o
Deputado para formulá-la.
§ 4º Serão permitidas a réplica e a tréplica, pelo prazo de três minutos,
improrrogáveis.
§ 5º É lícito aos Líderes, após o término dos debates, usar da palavra por cinco
minutos, sem apartes.

Art. 223. Na eventualidade de não ser atendida convocação feita de acordo

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com o art. 50, caput, da Constituição Federal, o Presidente da Câmara
promoverá a instauração do procedimento legal cabível.

Art. 222. No caso do comparecimento espontâneo ao Plenário, o Ministro


de Estado usará da palavra ao início do Grande Expediente, se para expor
assuntos da sua Pasta, de interesse da Casa e do País, ou da Ordem do Dia, se
para falar de proposição legislativa em trâmite, relacionada com o Ministério
sob sua direção.
§ 1º Ser-lhe-á concedida a palavra durante quarenta minutos, podendo o
prazo ser prorrogado por mais vinte minutos, por deliberação do Plenário, só
sendo permitidos apartes durante a prorrogação.
§ 2º Findo o discurso, o Presidente concederá a palavra aos Deputados, ou aos
membros da Comissão, respeitada a ordem de inscrição, para, no prazo de
três minutos, cada um, formular suas considerações ou pedidos de
esclarecimentos, dispondo o Ministro do mesmo tempo para a resposta.
§ 3º Serão permitidas a réplica e tréplica, pelo prazo de três minutos,
improrrogáveis.

Conseguiu captar o espírito da diferença entre a convocação e o


comparecimento espontâneo?

Quando espontâneo, o Ministro fala mais (40 + 20), e os Deputados menos


(3).

Quando convocado, o Ministro fala menos (30 + 15), e os Deputados mais


(5).

Fica a dica!

2.10 COMISSÃO REPRESENTATIVA DO CONGRESSO NACIONAL E


CONSELHO DA REPÚBLICA

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Art. 224. A Mesa conduzirá o processo eleitoral para a escolha, na última
sessão ordinária do período legislativo anual, dos membros da Câmara
dos Deputados que irão compor, durante o recesso, a Comissão
Representativa do Congresso Nacional, de que trata o art. 58, § 4º, da
Constituição Federal.
Parágrafo único. A Mesa expedirá as instruções necessárias, com observância
das exigências e formalidades previstas nos arts. 7º e 8º, no que couber,
atendendo que, na composição da Comissão Representativa, deverá
reproduzir-se, quando possível, a proporcionalidade da representação
dos Partidos e dos Blocos Parlamentares na Casa.

Na última sessão ordinária da SLO, rola uma “surpresinha” desagradável: são


eleitos os membros da Comissão representativa do Congresso Nacional, ou
seja, aqueles que deverão permanecer no Congresso conduzindo os trabalhos
do mesmo durante o recesso.

A Constituição prevê a existência dessa representação, no art. 58, §4º:

“Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso


Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição
reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.”

Comissão Representativa do Congresso Nacional

O funcionamento da Comissão Representativa do Congresso Nacional é


regulamentado pela Resolução nº 3, de 1990, do Congresso Nacional.

Quanto ao número de membros, observa-se, em seu artigo segundo:

“A Comissão Representativa do Congresso Nacional será integrada por sete


senadores e dezesseis deputados, e igual número de suplentes, eleitos pelas
respectivas Casas na última sessão ordinária de cada período legislativo, e cujo
mandato coincidirá com o período de recesso do Congresso Nacional, que se
seguir à sua constituição, excluindo-se os dias destinados às sessões
preparatórias para a posse dos parlamentares eleitos e a eleição das Mesas.”

Porém, ainda precisamos observar a Resolução nº 2, de 2000, também do


Congresso, que inclui, nas comissões mistas (inclusa aí a Comissão
Representativa), um membro a mais de cada Casa, a ser preenchida em
rodízio, exclusivamente, pelas bancadas minoritárias que não alcancem, no
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cálculo da proporcionalidade partidária, número suficiente para participar das
referidas comissões.

Enfim, a CRCN possui oito senadores e dezessete deputados.

Art. 225. A eleição dos dois cidadãos que devam integrar o Conselho da
República, a que se refere o art. 89, VII, da Constituição Federal, será feita na
forma prevista no art. 7º, dentre candidatos escolhidos nos termos dos incisos
I a IV do art. 8º, abstraído o princípio da proporcionalidade partidária.

Por fim, cabe à Câmara, além de integrar o Conselho da República, com seu
Presidente e líderes da maioria e minoria, eleger dois cidadãos, brasileiros
natos, aos mesmos moldes da eleição dos Membros da Mesa, abstraído o
princípio da proporcionalidade partidária.

Segue abaixo o amparo constitucional:

“Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente


da República, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a recondução.”

E mais uma aula foi superada!

Você deve ter percebido que o Regimento, de repente, ficou mais legível. Cada
vez menos eu preciso explicar o conteúdo dos artigos, afinal de contas, você já

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sabe o que é parecer, já compreende o trâmite de uma proposição quando vai
e volta de uma Comissão, dentre outros.

Por outro lado, minha responsabilidade maior é trazer o que não está no
Regimento, contextualizando você e facilitando o seu entendimento. Mas,
lembre-se, será o Regimento que será cobrado em sua prova! Portanto, não
descuide da “lei seca’.

Na próxima aula falaremos dos Deputados e da participação da sociedade


civil.

Estamos em ritmo de reta final. Força!

Victor Dalton

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Complemento do aluno

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – 2014)


Impõe-se a redação do vencido, conforme a linguagem regimental,
para o registro do texto da proposição que tenha sido derrotada em
dada comissão.

2) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – Todos os


Cargos – 2002 - adaptada) Os autógrafos de projeto de lei iniciado e
aprovado na Câmara dos Deputados devem ser encaminhados ao
Senado Federal em até 72 horas, após a aprovação final da matéria.

3) (CESPE – Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo – Todos os


Cargos – 2002) O presidente da Câmara dos Deputados também tem
competência para designar Comissão Especial para examinar o mérito
de proposta de emenda à Constituição da República.

Considerado que foi apresentado à Mesa da Câmara um projeto de um


novo código de processo penal, julgue os dois itens a seguir.

4) (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnico em


Comunicação Social – 2003) O projeto somente deverá ser aceito pela
Mesa se for subscrito por ao menos trinta por cento dos deputados, ou
por líderes que representem ao menos trinta por cento dos membros
da Casa.

5) (CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnico em


Comunicação Social – 2003) Se, na data da apresentação do referido
projeto à Mesa da Câmara, já estivesse em tramitação na Casa um
projeto de código de processo civil, o referido projeto de código de
processo penal deveria ser recebido, mas teria sua tramitação
suspensa, pois é regimentalmente proibida a tramitação simultânea de
projetos de código.

6) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o projeto de código enviado pelo Presidente da
República com solicitação de urgência, consoantes os §§ 1º, 2º e 3º do
art. 64 da Constituição Federal de 1988, obedecerá ao prazo de
quarenta e cinco dias de seu recebimento para manifestação definitiva
do Plenário, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos
se, findo esse prazo, a Câmara dos Deputados não tiver deliberado
sobre a matéria.

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7) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o prazo para apresentação de emendas ao projeto,
diretamente na Comissão Especial, é de vinte sessões consecutivas, a
partir da instalação da referida Comissão.

8) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) somente podem tramitar simultaneamente dois
projetos de código.

9) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) os Relatores-Parciais e o Relator-Geral terão,
respectiva e consecutivamente, os prazos de dez e quinze sessões para
emitir parecer, após encerrado o período de apresentação de emendas
ao projeto,

10) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) havendo oradores inscritos, a discussão de projeto
de código não poderá ser encerrada antes de transcorridas cinco
sessões.

Qualquer cidadão pode oferecer denúncia à Câmara dos Deputados


contra o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado, por crime de responsabilidade. A esse respeito

11) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o parecer da Comissão Especial, concluindo pelo
deferimento ou indeferimento do pedido de autorização, será
submetido à deliberação do Plenário, em votação secreta, sendo
admitida a instauração do processo contra o denunciado, se nesse
sentido forem obtidos os votos da maioria absoluta dos membros da
Casa.

12) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) tendo recebido a denúncia, verificado a existência
de todos os requisitos e feito a leitura na sessão seguinte, o Presidente
da Câmara dos Deputados despachá-la-á à Comissão Especial eleita, da
qual deverão participar, observada a respectiva proporção,
representantes de todos os Partidos.

13) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) se o Presidente da Câmara dos Deputados indeferir
o recebimento, caberá recurso ao Plenário.

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14) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o denunciado terá o prazo de dez sessões,
contadas do recebimento da denúncia, para, caso queira, manifestar-
se; e a Comissão, o de cinco sessões para emitir parecer, contadas da
manifestação do acusado ou do término do prazo para esse fim
previsto.

15) (CEFOR – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Técnica


Legislativa – 2000) o não-encaminhamento de documentos que
comprovem a denúncia não impede que a mesma seja recebida, desde
que, diante da impossibilidade de apresentá-los, o denunciante
reconheça isto em declaração escrita, com a indicação do local onde os
mesmos possam ser encontrados, bem como, se for o caso, do rol das
testemunhas, em número de cinco, no mínimo.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E E C E E E C C C C
11 12 13 14 15
E C C C C

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