Você está na página 1de 3

ATRIBUIÇÕES DO GESTOR DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

MUNICIPAL

Por indicação e fundamentado nas propostas aprovadas na I Conferência


Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica realizada em 2003, o
Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou em 2004, através da Resolução n.
338, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), que a define
como: Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da
saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo
essencial e visando o acesso e seu uso racional.

Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de


medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição,
distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de
resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população.
(BRASIL, 2004c).

De acordo com a PNAF, a Assistência Farmacêutica deve ser entendida como


política pública norteadora para a formulação de políticas setoriais, tendo como
alguns dos seus eixos estratégicos, a manutenção, a qualificação dos serviços
de assistência farmacêutica na rede pública de saúde e a qualificação de
recursos humanos, bem como a descentralização das ações (BRASIL, 2004c).

A Assistência Farmacêutica representa hoje um dos setores de maior impacto


financeiro no âmbito das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e a tendência
de demanda por medicamentos é crescente. A ausência de um gerenciamento
efetivo pode acarretar grandes desperdícios, sendo considerado recurso crucial
(MSH, 1997).

Gerenciar é alcançar resultados através de pessoas, utilizando eficientemente


os recursos limitados. Um bom gerenciamento é fruto de conhecimento,
habilidades e atitudes. Abrange ações de planejamento e execução, de
acompanhamento e de avaliação dos resultados. Esta é permanente, pois a
avaliação dos resultados incorrerá em novo planejamento, nova execução,
novo acompanhamento e nova avaliação (MARIN et al, 2003).

A qualificação do gerenciamento da Assistência Farmacêutica é possível


através do planejamento, da organização e da estruturação do conjunto das
atividades desenvolvidas, visando aperfeiçoar os serviços ofertados à
população. As ações de Assistência Farmacêutica devem estar fundamentadas
nos princípios previstos no Artigo 198 da Constituição Federal e no Artigo 7 da
Lei Orgânica da Saúde, bem como em preceitos inerentes à Assistência
Farmacêutica, sendo destacados (BRASIL, 1988; BRASIL, 1990; MARIN et al.,
2003):

Para Entender a Gestão do SUS

•Universalidade e eqüidade.

• Integralidade.

• Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.

• Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

• Multidisciplinaridade e intersetorialidade.

• Garantia da qualidade.

• Estruturação e organização dos serviços farmacêuticos, com capacidade de


resolução.

• Normalização dos serviços farmacêuticos.

• Enfoque sistêmico, isto é, ações articuladas e sincronizadas.

Sendo uma das diretrizes prioritárias da Política Nacional de Medicamentos, o


desenvolvimento da Assistência Farmacêutica agrega valor às ações e
serviços de saúde. Planejar, organizar, coordenar, acompanhar e avaliar as
ações são atividades inerentes a um bom gerenciamento. Nesse sentido, a
seguir são descritas várias estratégias possíveis para a organização da
Assistência Farmacêutica, que devem ser avaliadas e adequadas a cada
realidade.
Para a adequada organização e obtenção de melhores resultados, a Política
Nacional de Medicamentos (Portaria GM/MS nº 3.916/1998) estabelece como
competência da gestão municipal:

· Coordenar e executar a Assistência Farmacêutica no seu município;

· Implementar as ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade;

· Assegurar a dispensação adequada dos medicamentos;

· Assegurar o suprimento dos medicamentos destinados à atenção básica à


saúde de sua população, integrando sua programação à do estado, visando
garantir o abastecimento de forma permanente e oportuna;

· Associar-se a outros municípios, por intermédio da organização de


consórcios, tendo em vista a execução da AF.

Cabe destacar que a garantia ao acesso aos medicamentos e sua adequada


utilização pelos usuários do SUS está diretamente relacionada ao suprimento
dos medicamentos, bem como a sua dispensação . Para o bom
desenvolvimento dessas atribuições é essencial, tanto do ponto de vista legal,
quanto técnico, que sejam desempenhadas por farmacêutico.

REFERÊNCIAS

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: cartilha para


gestores municipais Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná
Curitiba, 2013

SITE: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/colec_progestores_livro7.pdf

Você também pode gostar