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PROJETO MULTIDISCIPLINAR

PROJETO MULTIDISCIPLINAR
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

Autor – Dfferson Capelli


Curso do Centro Universitário ETEP
em Convênio Interinstitucional com a Faculdade UniBF
Curso: Geografia
Data de início no curso: 05/07/23
Data de envio do trabalho: 26/09/2023

RESUMO

Este trabalho tratou de três situações apontadas como desafios da Educação atual:
financiamento da educação, a tecnologia na Educação e a Educação Inclusiva e a
Diversidade, com maior destaque no financiamento nos resultados apresentados. Foi
utilizado o método da pesquisa bibliográfica, sem estudo de caso. Concluiu-se que entre
os vários desafios da Educação brasileira hoje contempla os aspectos abordados nesta
pesquisa, considerando-os de importância e urgência relevantes para suas soluções.

Palavras-chave: Diversidade; Educação Inclusiva; Financiamento;

1 INTRODUÇÃO

Em todas as nações, sobretudo no Brasil, os desafios da Educação são imensos e


atemporais. A cada década, pelo menos, esses desafios surgem porque o mundo evolui
tanto em nível populacional quanto nas questões sociais, políticas e tecnológicas. Sendo
assim, desafios são vencidos, outros recriados, outros, ainda, alimentados pelo
surpreendimento que o futuro traz em vários setores das sociedades em geral. No Brasil
não é diferente e os envolvidos na Educação devem estar em constante estado de alerta.
Nesse contexto, o fato de a Educação ser uma área multidisciplinar tudo o que acontece
a afeta diretamente, e mudanças de rumos para benefício dos povos devem ser previstas
e rapidamente articuladas com antecedência, o que quase sempre não ocorre devido à
burocracia estatal que é lenta, e tais mudanças são rápidas.
Desta forma, este projeto elegeu alguns aspectos considerados primazes para uma
discussão emergente na terceira década do século XXI no Brasil. A saber: financiamento,
tecnologia, diversidade e educação inclusiva, sem esgotar desafios não menos
importantes.
Dentro desses aspectos apresentados, a problematização trazida neste projeto
inclui esses temas para que seja compreendido o que ocorre na Educação brasileira
quando abordados. Sabe-se que solução fácil não há, mas o debruçamento sobre essas
questões devem urgentes e constantes de forma responsável.
Para tanto, a metodologia utilizada aqui trata de uma pesquisa exploratório-
descritiva baseada em uma revisão bibliográfica dos últimos vinte anos sobre o tema,
constantes de base de dados da Internet em publicações acadêmicas na língua portuguesa.
Espera-se, contudo, que, como resultado da pesquisa, este projeto possa contribuir
minimamente para a continuação de um debate que favoreça a mitigação dos desafios já
estabelecidos e ajude ainda para a prevenção de novos desafios que certamente virão.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Financiamento da Educação

Não há que se discutir sobre o financiamento da Educação brasileira, uma vez que
é determinado pela Constituição Federal (1988) onde a União, obrigatoriamente, deve
repassar 18% de sua receita líquida para esse setor; estados, os municípios e o Distrito
Federal devem repassar, da mesma forma, 25% de suas mesmas receitas, sob pena de
qualquer ente da Federação, haja vista que vivemos numa República Federativa, terem
seus repasses constitucionais bloqueados enquanto persistir a inadimplência. Tais
bloqueios afetam o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ou o Fundo de
Participação dos Estados, a quem o governo federal tem a obrigação de fazer essa
transferência. No caso da União, e dos demais entes também, suas Diretrizes
Orçamentárias também ficam congeladas, por determinação dos Tribunais de Contas da
União (TCU), dos estados (TCE) e de municípios que ainda são mantidos (TCM), no caso
de capitais brasileiras, se ainda estiverem em atividade.
Dito isso de uma forma bem simplificada, para a Educação não falta verbas que
são mal distribuídas ou não são bem aproveitadas para seus propósitos. Por exemplo:
desses valores obrigatórios, 60% de cada um devem ser aplicados em salários de
profissionais da educação e seu aprimoramento técnico, além de prêmios, etc. No entanto,
o número da clientela escolar, desde a educação infantil até o ensino fundamental
completo, cresce muito mais do que as estatísticas fundamentais para a redistribuição de
investimentos na área.
Neste ano, com a aprovação do novo arcabouço fiscal que limita os gastos do
Governo Federal, ficaram de fora as despesas com o Fundo de Educação Básica
(FUNDEB) na expectativa de que haja mais recursos para a Educação no país todo. Ou
seja, mais recursos, mais desperdícios, é o Brasil hoje. Ninguém ganha com isso, ainda
menos os educandos que, depois da pandemia, muitos perderam o estímulo de voltar à
escola, o que os obriga por dois motivos fundamentais: as refeições servidas no ambiente
escolar, e os benefícios sociais que o governo oferece à suas famílias que os mantenham
matriculados. Há alguns anos, era o aprender por prazer; hoje, é o aprender por obrigação
de estudantes e seus responsáveis.

2.2 Tecnologia

É certo que, no mundo de hoje, a comunicação se dá cada vez mais no meio digital.
As redes sociais e os diversos aplicativos de mensagens instantâneas são um retrato do
avanço da tecnologia, mas também representam um desafio enorme para a democracia e
para a comunicação em sociedade, tais como lixo eletrônico, fake-news, etc. Separar
informações verdadeiras de mentiras, entender o passado do país e sua relação com o
mundo e saber quais são nossos direitos e como eles foram construídos são tarefas cada
vez mais difíceis. Fácil imaginar como isso prejudica a Educação em larga escala, e que
só pode ser triado através de uma formação criteriosa dos profissionais da Educação,
onde, em muitas localidades do país não têm, em outras, não compreendem a pressa
tecnológica que não regredirá.
A sociedade atual, não em sua totalidade, já convive com lousas eletrônicas,
tablets estudantis, kits-robótica e outros instrumentos servíveis para a educação formal,
mas inservíveis para a compreensão dos alunos sobre um novo paradigma mundial
quando se relaciona à globalização selvagem, futuro dos empregos e possibilidades de
empregabilidade, medicina ou cuidados à saúde de forma virtual, aprendizagem real para
o além-lousa. Enfim, parafernálias tecnológicas são úteis, desde que o aprendente se
localize no espaço e no tempo em que está vivendo. Nenhuma tecnologia resolve isso do
dia para noite.
Nesse contexto, um grande desafio já é presente e está relacionado à ansiedade, à
depressão, o burnout, e outras fobias que complicam mais ainda o ensino-aprendizagem,
tanto por parte de alunos, quanto de educadores. Esses eventos comprometem a prevenção
da saúde mental de crianças e adolescentes que já acumulam, do seio familiar, situações
constrangedoras quanto as ser-no-mundo de cada um deles.

2.3 Educação inclusiva e diversidade

Inclusão na Educação nos remete à diversidade e diferentes aspectos que a cerca,


tornando-a uma palavra pouco conhecida, de fato, em suas causas e consequências pelo
senso-comum.
Devido ao avanço tecnológico acentuado desde o século XX, sabemos que o
futuro chegou como um tsunami para todos os habitantes do planeta, para usar uma
expressão moderna conhecida por todos, claro, sem o sentido de tragédia que a palavra
expressa.
Pode-se dizer, até, que essa onda sem freios até o momento teve duas
consequências consideráveis para a área da educação no Brasil. Pois bem, o Brasil sempre
caminhou em passos lentos no seu desenvolvimento de um modo geral, mas foi na
educação que pudemos sentir o descompasso em relação a países considerados de
primeiro-mundo.
Quando tratamos de Educação em pleno século XXI, muitas escolas ainda
convivem com a dicotomias do ensino antigo versus o ensino atual: ainda há escolas no
país com déficit no uso de tecnologias importantes para a aprendizagem hoje.
Não vamos considerar, neste momento, as questões políticas nesse setor. Apenas
o uso que a tecnologia tem trazido de bom, tanto para o ensino-aprendizagem, quanto a
necessária formação inicial dos professores.
O professor que temos hoje, tem uma função importante de criar condições de
produzir atividades de análise e operações mentais de seus alunos em sala de aula, mas
para isso deve estar preparado, por óbvio. Sem isso, não poderá ocorrer uma ação
interativa entre educadores x educandos. Como um interventor no processo de
aprendizagem, cabe ao professor encorajar seus alunos para que eles próprios construam
suas próprias aprendizagens, simultaneamente, com essa intervenção educativa. Pode não
ser fácil, mas longe de ser impossível. (BITTENCOURT et al, 2010)
Existem alguns atributos do professor que podem promover o fracasso do aluno,
como a incompetência na sua função; a má preparação pedagógica e sua
irresponsabilidade inata. Por outro lado, o que mais importa, são atributos benéficos a
responsabilidade, o preparo científico e o gosto pelo ensino. Destacando aqui a o fator
“preparação”, o século XXI dispõe de tecnologias fabulosas para a preparação do
professor, desde que ele queira participar do futuro dito anteriormente, com
responsabilidade e competência, desde que ele se dedique ao seu propósito profissional.
Dentre essas possibilidades, o a Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDICs) não são restritas à elite dominante como na antesala da história.
Estão disponíveis para todos, com a função de promover uma interação mais substanciosa
em sala de aula, entre escolas, famílias, sociedade e governos. Tão importante que
promovem definitivamente a educação inclusiva na agenda escolar, no país inteiro.
(SANCHO; HERNANDEZ, 2006)
E não há dúvida, por fim, que a educação inclusiva adotou o desempenho escolar
considerando a pluralidade, uma escola para todos, independe das necessidades especiais
que o aluno – ou o professor – possam ter. Além disso, o sistema educacional favorece a
formação e a capacitação dos professores, e a Escola, para que obtenham condições
necessárias para incluir o aluno com necessidades especiais.
Para Amorim (2006, p. 68) “[...] incluir é o mesmo que compreender, que por sua
vez, quer dizer entender, alcançar com a inteligência.” Talvez os que escamoteiam o
direito ‘a inclusão, compreensão aos deficientes, não estejam alcançando com a
inteligência a real importância da inclusão, não só para os deficientes, mas também para
os ditos “normais”. (grifos do autor)
Já para Mantoan (2005, p. 96):

Inclusão é a nossa capacidade de entender e receber o outro e, assim, ter o


privilégio de conviver e compartilhar com pessoas deferentes de nós. A educação
inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com
deficiência, física, para os que têm comportamento mental, para os superdotados,
e para toda criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer
que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com
pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com outro.
Entre muitos autores especializados, há uma unicidade nesse conceito que foca na
necessária interação entre as pessoas, sobretudo entre crianças e adolescentes no caso em
estudo. Existe fielmente a necessidade de a escola intermediar o processo de absorção do
conhecimento na clientela escolar, tarefa difícil para muitas famílias limitadas nessa
função, mas que não podem estar à parte desse processo.
Entretanto, é importante ressaltar que somada à dificuldade da educação inclusiva,
as questões referentes à diversidade da população atual, encontram-se outras ações
perniciosas ao desenvolvimento da educação, como o preconceito em suas mais variadas
formas, incluindo o bullying. (LIMA, 2006)
Essas dificuldades compõem hoje, também, uns dos maiores desafios da Educação
no Brasil. Todavia, para todos esses desafios, a preparação adequada do educador para
lidar com isso de maneira satisfatória para todos os autores envolvidos é “fundamental”.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da revisão bibliográfica para esta pesquisa que foi limitada a alguns
aspectos dos desafios para a Educação, encontrou-se alguns resultados que merecem
destaques nesta discussão, e o principal deles refere-se ao financiamento público da
Educação.
Quanto ao tema, é bom ressaltar, para além da forma constitucional e
complementar em algumas leis específicas sobre o tema, como por exemplo, o Fundeb,
todos os governos calculam esse financiamento em relação ao Produto Interno Bruto
(PIB) de cada país.
Nesse contexto, o Brasil investiu menos do que a média da OCDE na última
década, como demostra o Quadro 3.1:
Quadro 3.1 – Valor médio de investimento em estudantes de escolas públicas. Fonte:
Education a Glance 2020 apud Observatório de Educação do Instituto Unibanco (2022)

Numa mesma leitura sobre o mesmo período verificado, o valor desses


investimentos em relação ao PIB são proporcionais à população em idade escolar, como
apresenta o Quadro 3.2:

Quadro 3.2 – Investimento em Educação em relação ao PIB brasileiro.


Fonte: Education a Glance (2020) apud Observatório de Educação do Instituto Unibanco (2022)

Isto posto, compreende-se que o financiamento feito nas condições legais podem
ser mais comprometidos pela má gestão pública de esferas diversas de governo, e de
tentativas de reformar a Educação decenalmente sem considerar a qualidade do ensino
como primaz em reformas, no tempo.
Já quanto aos demais desafios relatados nesta pesquisa a saber, a Tecnologia, a
Educação Inclusiva e a Diversidade, depreendeu-se que há sim mobilizações importantes
em favor de todas essas questões, mas, tão dispersas, muitas vezes, conflitantes entre a
educação pública e a educação privada, que merece uma atenção acadêmica mais
cuidadosa em relação ao que pode ser feito para a unicidade de programas que possam
beneficiar a todos os cidadãos em idade escolar.
Sem nenhum engano previsível, todos esses desafios passam pelo financiamento
público da Educação que não favorece um diálogo consensual entre a organização do
conhecimento e as famílias brasileiras, substancialmente por razões políticas, ao se
considerar o percurso teórico pesquisado para este projeto multidisciplinar.

4. CONCLUSÃO

Concluiu-se deste trabalho que os desafios da Educação hoje são diversos por ser
uma área multidisciplinar afeta a questões de cunhos maiores a serem resolvidos,
enquanto a própria Educação não pode parar de um futuro célere e implacável.
Da mesma forma, como previamente selecionados alguns aspectos importantes no
que tange à Educação, o financiamento público que é feito regulamente de acordo com
Constituição Federal do Brasil, não consegue suprir as necessidades maiores da clientela
escolar por má-gestão dos entes federativos.
Também pode-se concluir que a tecnologia não abrange na totalidade as escolas e
estudantes brasileiros em todos os níveis de ensino com a qualidade esperada.
Já, em relação à educação inclusiva, voltada a estudantes com algum tipo de
deficiência física ou mental, não pode se dissociar de outros preconceitos de ordem moral
aos quais a escola hoje convive dentro do seu convívio social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM (Org.). Inclusão escolar. 5. ed. São Paulo: Summus, 2006.

BITTENCOURT, I.M.; BITTENCOURT, I. G. S. Como professores concebem o uso


das TIC em suas práticas pedagógicas. In: V Encontro de Pesquisa em Educação em
Alagoas - EPEAL, 2010, Maceió. Pesquisa em Educação: Desenvolvimento, Ética e
Responsabilidade Social. Maceió: EDUFAL, 2010.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_201
6.pdf. Acesso em 30 ago. 2023.

LIMA, Priscila Augusta, 1957. Educação inclusiva e igualdade social. São Paulo:
Avercampo, 2006.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. Rosangela


Gavioli Prieto: Valeria Amorim Arantes (Org.). 5. Ed. São Paulo: Summus, 2006.

SANCHO, J. M. De tecnologias da informação e comunicação a recursos educativos.


In: SANCHO, J. M.; HERNÁNDEZ, F. (Org.). Tecnologias para transformar a
educação. Trad. Valéria Campos. Porto Alegre: Artmed, 2006.

UNIBANCO, Instituto (2022). Observatório de Educação. In: Education a Glance 2020.


Disponível em: observatoriodeeducacao@institutounibanco.org.br. Acesso em 18 set.
2023.

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