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2 Visita A Coleção Livro de Artista UFMG
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I prelibri (Pré-livros), de Munari foi a primeira obra que me propus a consultar. Talvez por
ser a maior de todas, dentre os 5 livros disposto e pela afinidade com o autor, já conhecido
em alguns estudos da área do design.
Ao tirar a proteção fiquei surpreendida com a obra. Parecia uma espécie de livro infantil,
que despertava a curiosidade de uma criança devido as cores. Não é um livro pensado para
ser observado e sim para a interação lúdica e imaginativa. Logo percebi que também eram
vários livretos em um livro só. Tal fato me deixou surpresa no primeiro instante, pois
esperava um livro que parecesse mais com o livro que é utilizado como suporte para
escrita, um livro ordinario. Vale lembrar que Cadôr (2016, p.322) apud Carrión (2008, p.165)
ressalta que “os primeiros livros de artista “intencionalmente se pareciam com livros
ordinários, para enfatizar o fato de que apesar de sua intenção artística, eles eram,
basicamente, livros”. Há uma comunicação plurisensorial, “Así nacieron los ‘libros ilegibles’,
llamados así porque en ellos no hay nada que leer, pero hay mucho que conocer a través
de los sentidos”. Comunica através de cores, materiais e forma.
“Conservar el espíritu de la infancia dentro de uno durante toda la vida quiere decir
conservar la curiosidad por conocer, el placer de comprender, el deseo de comunicar.” B. M.
[1]
Fonte: colecaolivrodeartista.wordpress.com
2016
Pesquisando sobre a obra em questão no blog colecaolivrodeartista.wordpress.com,
encontrei a seguinte descrição
Os Prelibri, um volume cultuado hoje, foram publicados pela primeira vez pela editora
Danese em 1980. Eles formam uma série de 12 pequenos livros (10 x 10 cm) para as
crianças que ainda não aprenderam a ler e escrever, projetados para caber em suas
mãos e montados usando diferentes tipos de materiais, cores e encadernações. Eles
oferecem uma variedade de estímulos, sensações e emoções que surgem a partir da
combinação de percepções e imagens: “devem dar a sensação de que os livros são
realmente feitos desta maneira, e contêm surpresas. A cultura decorre das surpresas de
verdade, das coisas até então desconhecidas” (Bruno Munari).
Libro 2
- Flip-Book (?)
- Encadernado com grampo
Libro 3
- Flip-Book?
- Encadernado com grampo
- “brinca” com a forma; remeteu-me muito ao livro “Principios de Forma e Desenho” de Wong, que estudamos
para a disciplina PPF II nos critérios de organização no espaço pictórico.
Livro 4
- Semelhante a um bloco de notas, com páginas em cores diferentes (sempre branca e uma outra cor), “sem
ter nada escrito”. Tal observação me lembro uma indagação de Ulisses Carrión “(...) o livro mais bonito e
perfeito do mundo/é um livro com as páginas em branco.”
- Encadernação com espiral
Livro 5
Libro 6
Libro 7
- Folha tipo velcro
- Encadernação em espiral
Libro 8
Libro 9
- A madeira é a folha
- encadernação manual
- conteúdo: “jogo” com linhas
Libro 10
- Encadernação manual
- “brincadeira” da transparência da página/gato-rato. Jogo de sobreposição e transparência.
Libro 11
- Sensação olfativa bem marcante. Pude perceber a real importância de estar em contato direto com a obra.
- Encadernação lombada quadrada (?)
- Jogo de sobreposição. Transparência que cria uma impressão cinética.
Libro 12
- Livro tátil
- Páginas em tecido morim
- Novamente me lembrou o livro “Princípios de Forma e Desenho” de Wong, que estudamos para a disciplina
PPF II nos critérios de organização no espaço pictórico.
“Munari concebía las herramientas propias del diseño gráfico —color, forma, tensión
espacial, ritmo visual— como los elementos de una forma de comunicación sensorial que
creía objetiva y universal, comprensible por cualquier persona independientemente de su
edad o su cultura de procedencia.”
“No es de extrañar que todo lo anterior le llevara a centrar su atención en el marco
visual y material que ha envuelto tradicionalmente a las formas de narración escrita: el
objeto libro. Munari desarrolló durante toda su vida una larga exploración del potencial
comunicativo de los elementos materiales formales y paratextuales de los libros. Una
línea de investigación que no entendía como alternativa a la comunicación escrita, sino
como algo íntimamente vinculado a esta, una forma de ampliar su alcance.”
MUNARI, Bruno. Libro illeggibile MN 1. 7. ed. Mantova: Maurizio Corraini, [2009]. [26] p.
Libro illeggibile. Disponível em:
<https://colecaolivrodeartista.wordpress.com/2012/04/30/bruno-munari-libro-
illegibile/>. Acesso em: 20 jun. 2018
O livro é feito com encadernação manual. Não há textos ou imagens, novamente Munari dialoga com as
possibilidades da forma. Os papéis coloridos que compõem o livro são cortados de várias maneiras, formando
diferentes composições.
Fonte: colecaolivrodeartista.wordpress.com
2012
MUNARI, Bruno. Mit anderen Augen schauen. Heidelberg: Wunderhorn, c2006. 25 f. soltas
Fonte: colecaolivrodeartista.wordpress.com
2015
SÁ, Álvaro de. 12 x 9 : Álvaro de Sá ; arte-final: R. Sorribas. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1967. [12] p.
ANDRADE, Jonathas de; PARENTE, Yana; KAHN, Fritz. Amor e felicidade no casamento. [Recife: Ed. dos
autores, 2008]. 1 luva com 5 cartazes
- livro com vários cartazes (fascículos) enumerados e dobrados guardados em uma luva
- espécie de fotolivro
- publicado em vários fascículos e depois agrupados em caixa-luva
Cadôr (2016, p. 322) apud Chartier (1994, p.35) “A escolha do formato pode ser determinante para um artista
do livro, que não pode ignorar “a maneira pela qual as formas físicas - por meio das quais os textos são
transmitidos aos seus leitores (ou ouvintes) - afetam o processo de construção do sentido”.