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AUTOR: Ramon Tessmann – Ministério Vidanova Music-

www.vidanovamusic.com

Introdução

A afirmação de que o Senhor Jesus foi o maior dos adoradores


é inquestionável. Numa das ocasiões mais célebres das
Escrituras Sagradas ele deixou claro que Deus anseia ser
adorado por seus filhos. E isso não foi apenas uma revelação
para a mulher samaritana. Por toda Bíblia observamos que os
cristãos são chamados para render verdadeira adoração Aquele
que é o único digno de recebê-la: o Deus de toda a glória!

Infelizmente, o vocábulo adoração ainda permanece como um


conceito fortemente relacionado à música. Alguns até defendem
que a verdadeira adoração depende do período musical que
temos em nossos cultos comunitários. Em qualquer livraria ou
distribuidora evangélica podemos encontrar uma seção com Cds
no estilo "louvor e adoração", como se a adoração fosse um
ritmo qualquer. Para a maioria dos cristãos, seria um absurdo
falar sobre adoração num contexto onde a música estivesse
ausente. Mas felizmente o cenário tem mudado...

Com alegria observo que a cada dia mais e mais crentes estão
aprendendo a trilhar o caminho da verdadeira adoração. Nos
parece que aos poucos a música está sendo colocada no seu
devido lugar. Também observo que as pessoas estão se
tornando mais e mais famintas e sedentas por um
relacionamento genuíno com o Pai. Estes estão começando a
compreender que adorar é muito mais que cantar, tocar, orar,
louvar ou ofertar. Glórias a Deus por isso!

Por onde quer que ando percebo sem dificuldades que alguns
questionamentos relacionados à verdadeira adoração são
unânimes:

”O que é adorar a Deus em espírito e em verdade?


Como prestar uma adoração que agrada a Deus?
Como será que Deus está vendo a minha adoração?
Ele está aceitando a minha música, a minha oração?
Minha vida como adorador está progredindo ou regredindo? ”

Em “A Busca” o amado leitor encontrará respostas para esses e


outros questionamentos que costumamos fazer. Sem ter a
pretensão de dar a palavra final e definitiva sobre o assunto,
desejo ardentemente que o texto de João 4.23,24 seja mais
bem compreendido pelos filhos de Deus. Tenho plena certeza
que este trabalho será um grande auxílio para os adoradores.

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Se você estiver sedento e faminto por saber mais sobre a


verdadeira adoração, convido-o a ler este livro e captar alguns
dos ensinamentos bíblicos que mudaram a minha maneira de
adorar e louvar ao Deus de toda glória. Tentarei difundir
algumas lições que foram preciosas na minha caminhada cristã
e que têm mudado o meu entendimento sobre a temível
presença de Deus!

Ele está a procura de verdadeiros adoradores! Você já foi


encontrado? Que ao final desse livro você possa estar com o
coração incendiado e mais faminto por Deus...

”Adorar é...
avivar a consciência através da santidade de Deus,
alimentar a mente com a verdade de Deus,
purificar a imaginação com a beleza de Deus,
abrir o coração ao amor de Deus,
render a vontade aos propósitos de Deus”.
(Conforme citado em SEGLER, Franklin M. Christian Worship:
Its Theology and Practice. Nashville: Broadman, 1967, p. 4)).

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Capítulo 01 - Hipocrisia - A Máscara


da Adoração

”Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém,


está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando
doutrinas que são preceitos de homem. (Mateus 15.8,9)”

Os fariseus de hoje

Os fariseus não são uma lenda da Antigüidade ou personagens


fictícios da cultura hebréia. Atualmente, nossas igrejas, templos
e círculos cristãos estão cheios “deles”. São homens e mulheres
com um profundo conhecimento sobre as Escrituras Sagradas,
são pessoas cheias de explanações teológicas, teorias, possuem
um belíssimo e formal linguajar, no entanto, não conhecem o
glorioso Deus intimamente e não conseguem prestar a ele uma
adoração verdadeira.

No tempo de Jesus, os fariseus exerciam enorme e espantosa


influência sobre o povo judeu. Eles insistiam no cumprimento
rigoroso da lei e das tradições hebréias. Também costumavam
executar práticas minuciosas e cheias de detalhes, mas não
compreendiam a essência da lei. Uma certa feita, João Batista
os chamou de raça de víboras (vide Mateus 3.7). Também
foram denunciados abertamente por Cristo (Mateus 5.20). Foi
aos fariseus a quem Jesus se dirigiu no versículo citado no
início deste capítulo. Não obstante seus lábios estarem cheios
de louvor e honras, seus corações estavam distantes de Deus.

O amado leitor deve estar se questionando porque eu iniciei


este estudo falando a respeito dos fariseus, ou deve estar
querendo entender a relação existente entre os fariseus e a
verdadeira adoração, o tema central deste livro. A resposta
para tais dúvidas é evidente: se anelamos realmente trilhar o
árduo caminho da verdadeira adoração, devemos deixar de ser
os “fariseus” de nossos dias! Se ansiamos alçar a Deus um
louvor que o agrada, devemos deixar de cometer as mesmas
falhas que a classe farisaica cometia, e dar maior valor às
exortações e condenações de Jesus, expostas nos livros de
Mateus, Marcos e Lucas.

A respeito da expressão “... em vão me adoram”, proferida pelo


Senhor Jesus em Mt 15.8,9, o estudioso R.N. Champlin tece
interessantes comentários:

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”Essas palavras têm recebido diversas interpretações: 1. Não


tinha fruto a adoração daqueles homens, isto é, não havia
resultado nem fundamento legítimo. 2. Sua adoração era vazia,
pois, embora fosse aprovada pelos homens, não gozava da
aprovação de Deus. Por isso é que jamais produziu fruto
verdadeiro”.

Nos tempos de Cristo, os fariseus apresentavam uma adoração


que não agradava a Deus simplesmente porque era falsa, cínica
e hipócrita. Ao invés de oferecer sinceramente um coração
contrito, humilde e sincero a Deus, eles conseguiam se
esconder perfeitamente sob a máscara da adoração. Através
dos relatos bíblicos podemos perceber facilmente que os
fariseus estavam muito distantes dos ensinamentos de Jesus a
respeito da adoração verdadeira. Os escritores dos livros de
Mateus, Marcos e Lucas tornam esta verdade bastante
evidente.

Caro leitor, antes de continuarmos em nossos estudos anseio


saber algo: Você deseja realmente ser um verdadeiro adorador?
Você está realmente em busca do louvor que agrada a Deus?
Creio que você respondeu positivamente! Então te digo que o
caminho já começou, não é hora do olhar para trás. É
necessário pagar um preço e sei que você estará disposto a
pagar. Tenho certeza que você sofrerá um pouco ao ler algumas
partes desse livro, mas continue firme e atente para cada
verdade ensinada! Deus busca verdadeiros adoradores, lute
arduamente para se tornar um deles!

A máscara da adoração

Por longo tempo fui um “fariseu” dentro da minha igreja. Usei e


abusei da máscara da verdadeira adoração. A princípio esta
máscara trouxe-me alguns “benefícios”. Nunca me faltavam
elogios, reconhecimento, respeito, admiração, veneração etc.
Muitas das pessoas que me viram sobre uma plataforma
cantando, tocando algum instrumento ou dirigindo o louvor
congregacional, pensaram estar frente a frente com um
verdadeiro adorador. E eu realmente aparentava ser um
verdadeiro adorador. Contudo, eu nunca havia sido aquela
pessoa íntima de Deus, como eu declarava ser e como todos
imaginavam que eu fosse. Por longo tempo, cantei muito bem
sobre o Senhor, sem sequer conhece-lo.

Para mim sempre foi fácil sustentar aquela linda imagem de


adoração, afinal de contas, ninguém conhecia o meu verdadeiro
estilo de vida e o meu interior, exceto Deus. Apenas o meu
“lado adorador” era conhecido e exposto ao público. Creio que

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ninguém tinha profundo conhecimento sobre o meu


relacionamento com Deus, o que, a propósito, eu sabia ocultar
com extraordinário sucesso. Mas como prega o envelhecido,
mas não ultrapassado, ditado, “as aparências enganam!” É
óbvio, ludibriam o homem, nunca a Deus! O Novo Testamento
deixa claro que os fariseus nunca conseguiram enganar a Jesus,
por mais que tivessem a aparência de santos e sábios. Deus
sonda e conhece os corações, não há como engana-lo! Foi esta
verdade a que o salmista se referiu reconhecendo:

”Senhor, tu me sondas, e me conheces. (Salmo 139.1)”

O poeta escritor do salmo 139 tinha plena certeza que sua vida
era um “livro aberto” diante de Deus. Para ele era óbvia a
onisciência de Deus. O Senhor sabe todas as coisas, tudo Ele
conhece. Não há como prestar uma adoração falsa, sem que
Deus saiba. Não é possível esconder-nos debaixo de uma
aparência de adoração piedosa, sem que Deus fique sabendo
(Salmo 139.2). Um dos seus atributos mais conhecidos é a
onisciência!

Graças ao amor e misericórdia do Pai aos poucos fui me


libertando desta terrível máscara, e ainda estou batalhando
para prosseguir trilhando o caminho da verdadeira adoração.
Este é o objetivo que todos os filhos de Deus deveriam almejar!
Os verdadeiros adoradores não vivem de aparência, mas de
convivência com o glorioso Deus!

Infelizmente, a máscara de adoração está sendo muito utilizada


em nossas igrejas, templos e círculos cristãos. Hoje percebo
que centenas de pessoas ao meu redor estão exatamente na
triste situação em que eu me encontrava há alguns anos atrás:
debaixo do jugo da hipocrisia. É lamentável constatar que
numerosos filhos de Deus não estão dispostos a pôr em prática
aquilo que cantam, pregam, oram e declaram. Cantam
esplendorosamente sobre a presença de Deus sem conhecê-la,
pregam inteligentemente sobre o amor sem praticá-lo, falam
habilmente sobre o Senhor, mas ainda não tiveram um contato
com Ele. Caro leitor, sejamos francos, nós, cristãos, falamos
muito e agimos pouco! Ás vezes chegamos ao cúmulo de falar
mais do que podemos fazer! Aos cristãos que costumam pregar
uma coisa, e viver outra totalmente diferente, falo com sincero
amor: esta situação precisa mudar urgentemente. É tempo de
atentarmos para os preciosos ensinamentos do Mestre Jesus.

Sem dúvida alguma, a hipocrisia entristece profundamente a


Deus, pois faz parte do pecado da falsidade. Então, lutemos
veementemente contra o farisaísmo em nossas vidas. Lembre-
se que os fariseus costumavam praticar boas obras e eram

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extremamente obedientes à lei. Apesar de oferecer uma falsa


adoração, eram pessoas exemplares e aparentemente íntimas
de Deus. Mas não sejamos assim! Nos despojemos de toda e
qualquer aparência falsa que sustentamos em nossa vida, para
que possamos render a Deus um culto verdadeiro e sincero.

A adoração do fariseu e a adoração do publicano

Se há uma terrível transgressão que fazia parte da vida de um


fariseu esta era o orgulho. A vida de um fariseu normal era
caracterizada pela altivez e soberba, principalmente no que
tangia à religião. Estudiosos acreditam que os rabinos se
instruíam a agradecer a Deus por não terem sido criados como
um gentio, um plebeu ou uma mulher. Eles eram gratos a Deus
por pertencerem à uma classe “superior” de pessoas. Uma das
parábolas do livro de Lucas torna esta idéia mais evidente:

”O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças


te dou que não sou como os demais homens, roubadores,
injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. (Lucas
18.11)”

Indubitavelmente, a falta de modéstia ou insuficiência de


coragem dos fariseus para assumir seus pecados publicamente,
fazia deles falsos adoradores. No texto acima vimos que o
fariseu simulou qualidades de personalidade, julgando a si
mesmo alguém de elevado nível espiritual. É muito provável
que os fariseus se autodenominavam seres quase perfeitos,
intocáveis e superiores aos demais.

Os cristãos de hoje devem cuidar para não perpetrar tal


transgressão. Confesso que em muitas ocasiões já senti orgulho
e vergonha de declarar diante das pessoas que sou pecador e
de reconhecer que também erro. Ser dirigente de louvor e
servir em cima de uma plataforma por alguns anos me fez
esquecer que sou imperfeito, cheio de falhas. Em quase todas
as igrejas, existem pastores e líderes que têm caído com
freqüência nesta armadilha. Eles não querem ferir sua
reputação e passam a imagem de homens perfeitos aos seus
discípulos, com o medo de que suas fachadas espirituais sejam
desgastadas. Chegam ao cúmulo de não reconhecer perante o
povo que são totalmente dependentes de Deus, devido ao seu
horrendo orgulho e soberba.

Segundo os nossos dicionários bíblicos, a hipocrisia consiste em


fingir alguém ser aquilo que não é como se estivesse
representando ser melhor do que, na realidade, o é. Essa é a
base do falso orgulho. Alguém gostaria de ser algo significativo.

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Não sendo isso, o indivíduo apresenta ao público uma fachada


de bondade que é falsa ou exagerada. Os sinônimos são a
dissimulação, o farisaísmo, o fingimento e a falsa pretensão. O
ludíbrio sempre faz parte da vida ou dos atos hipócritas.

Como vimos acima, o orgulho está sutilmente ligado à


hipocrisia. Os “fariseus” de hoje se acham superiores aos outros
e não querem ser humilhados, devido a sua altivez. A
propósito, o vocábulo fariseus significa separados. Na época de
Cristo, eles não somente se separavam dos outros povos, como
também dos outros israelitas, afinal de contas, eles tinham uma
imagem a zelar. Mas mesmo sustentando aquela imagem de
santos e sábios não conseguiram enganar a Jesus. Como já
esclareci anteriormente, não há possibilidade alguma de
conseguirmos enganar a Deus. Ele sonda os nossos corações e
conhece o nosso íntimo. Não há como se esquivar de Deus.
Nenhum tipo de orgulho, hipocrisia e engano, prevalecerão em
sua presença.

O publicano é um personagem que precisa ser lembrado


quando se discute a questão da verdadeira adoração. Na
parábola de Lucas 18.9-14 percebemos com certa facilidade um
intenso contraste entre a adoração do fariseu e a adoração do
publicano. Enquanto o fariseu gabava-se por não ser um
“pecador” como os demais, o publicano dizia com tristeza:

”Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! (Lucas 18.13)”

A diferença de espiritualidade é bastante visível neste texto.


Numa mesma parábola encontram-se face a face a falsa e a
verdadeira adoração. O fariseu se considerava justo e santo aos
seus próprios olhos. Por causa dos destacados atos de
compaixão e da sua bondade exterior, ele achava que não
necessitava da graça de Deus, e agradecia por não ser
“pecador” como os demais. O publicano, por outro lado, estava
consciente do seu pecado, e com sincero arrependimento,
voltou-se para Deus e pediu misericórdia. Nesta parábola a
atitude do publicano simboliza a verdadeira adoração, e nos
mostra como devemos nos portar diante da santidade de Deus.

Músicas belas, corações hipócritas!

”E ele (Jesus), respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías


acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-
me com lábios, mas o seu coração está longe de mim (Marcos
7.6).”

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No texto de Marcos 7.6, constatamos que os fariseus cometiam


o pecado do legalismo. Isto quer dizer que eles substituíam
com palavras e práticas externas as atitudes internas
requeridas por Deus oriundas do “novo nascimento”. Eles
falavam palavras sábias e agiam como pessoas justas, mas sua
motivação não partia do desejo sincero de obedecer e agradar a
Deus. Neste episódio, os fariseus foram chamados hipócritas,
isto é, atores, fingidos religiosos, dissimulados. Era assim que
Jesus freqüentemente os considerava.

Ainda nos falta sensibilidade e discernimento para detectarmos


o terrível erro do legalismo dentro de nossas igrejas. Se
olharmos atentamente para os nossos atos de adoração,
constataremos sem empecilhos a presença de exageros,
mentiras, declarações inconseqüentes etc. Um bom começo é
olhar as músicas que estão sendo cantadas. Já foi dito que as
canções que entoamos nos cultos são por demais fantasiosas.
Muitas falam de coisas que dificilmente serão postas em
prática. São promessas que não serão cumpridas, declarações
que não são verdadeiras, pedidos que não representam a
vontade de Deus etc. Vamos citar um clássico exemplo.
Responda-me com sinceridade: Você poderia viver
perfeitamente o que a música abaixo o força a prometer?:

”Eu nunca desanimarei,


Eu nunca deixarei de confiar em Ti,
Sempre estarei em oração Senhor,
Minha fé nunca será abalada...”

Será que quando um cristão canta esta música, ele está ciente
das lutas, tribulações e dúvidas que enfrentará? Será que o
cristão continuará firme em oração até o final de seus dias?
Será que manterá a promessa de persistir em oração por toda a
sua vida? Outro exemplo:

”Vivemos em total comunhão,


Aqui não existe mágoa, rancor, tristeza,
Porque somos totalmente unidos,
No amor de Cristo...”

Será que estamos preparados para entoar canções como estas


em nossas igrejas, sem que um ou outro irmão cante de forma
enganosa? Será que realmente não existe mágoa ou tristeza no
Corpo de Cristo? Vivemos realmente em total comunhão?

Caro leitor, vale dizer que o problema maior não é as músicas


que cantamos, mas a vida que levamos. Isto porque em muitas
ocasiões nossa vida não sustenta as palavras que cantamos, ou

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o sermão que pregamos. É aí que mora o perigo; é aí que está


o real problema.

Evidentemente creio que fazemos isto não porque desejamos


conscientemente enganar a Deus. Contudo, às vezes falamos a
Deus aquilo que achamos que ele quer ouvir, e não o que
realmente está em nosso coração. Sem dúvida alguma isso é
um tipo de engano. Por isso estes questionamentos acima são
extremamente sérios e devem ser tratados com atenção e
reflexão. Não estou dizendo que devemos parar de cantar tais
tipos de músicas, mas digo que devemos ensinar e ajudar
nossos irmãos a viverem os ensinamentos cristãos que estamos
cantando.

Às vezes, quando cantamos, oramos ou pregamos, estamos


fazendo promessas a Deus sem perceber. Contudo, muitas
dessas promessas nunca serão cumpridas. Quantas delas já
foram esquecidas? Neste ponto devemos tomar cuidado!
Quando lemos o livro de Deuteronômio, vemos que Deus não
se agrada deste tipo de atitude:

”Quando fizeres algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás


em cumpri-lo; porque o Senhor teu Deus certamente o
requererá de ti, e em ti haverá pecado. (Deuteronômio 23.21)”

O capítulo 30 de Números deixa claro que Deus requeria do seu


povo o cumprimento das promessas feitas a Ele. Deus fez os
israelitas verem a seriedade de um voto ou promessa, e
mostrou que a falsidade, a mentira e a hipocrisia não têm lugar
entre o Seu povo. Que esta lição possa valer para nós
atualmente!

O seu coração arde por Cristo,


ou você está apenas fingindo?

”Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.


(Lucas 12.1)”

O diretor musical e escritor Rory Noland comentou com


sabedoria à respeito da hipocrisia do cristão. Ele diz que é
muito ruim sermos acusados de não praticar o que pregamos.
Isso é hipocrisia – quando aparentamos estar bem por fora em
nome de uma boa imagem, quando não é, na verdade, como
estamos por dentro. Sabemos as palavras certas para soarmos
“cristãos”, mas estamos encobrindo a verdade sobre nós
mesmos. É meramente uma “forma de piedade” (2Tm 3.5),
mas não é que realmente somos. Parece espiritual, mas não há
profundidade ou poder. Isso acontece quando cantamos o hino

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“Tudo entregarei”, mas nossas vidas sequer estão perto disto.


Deus não aprova a hipocrisia. Em Amós 5.23, o Senhor está
farto da hipocrisia de Seu povo, e especialmente de sua
música:

”Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não


ouvirei as melodias das tuas liras”.

Em Amós 5 podemos observar que os israelitas da época do


profeta Amós eram hipócritas e cínicos. Eles celebravam muito
bem as festas religiosas e ofereciam sacrifícios regularmente,
mas o seu amor pelo Senhor havia se esfriado há muito tempo.
Freqüentavam os cultos para mostrar que eram pessoas
decentes e santas, mas seus corações estavam vazios e longe
de Deus. Sua religião era enganosa e não possuía substância.
Evidentemente, não havia nada de espiritual e verdadeiro na
adoração deles. No versículo 23 Deus revela que as músicas
dos israelitas haviam se tornado para Ele apenas mero ruído. O
vocábulo estrépito significa barulho forte, agitação, tumulto,
ostentação. Era exatamente isso que a adoração dos israelitas
havia se tornado para Deus: apenas barulho, ostentação e
hipocrisia. É por isso que Ele diz que não ouviria as melodias
executadas pelos seus músicos.

O que podemos aprender com os relatos do profeta Amós?


Deus não irá ouvir canções de louvor e adoração vazias, não
importa o quão criativas ou formosas sejam, se nossos
corações não estiverem sinceros e retos diante Dele. A Bíblia
descreve o rei Amazias como um homem que “fez o que era
reto perante o Senhor, não porém com inteireza de coração”
(2Cr 25.2). Em outras palavras, suas ações eram boas, mas sua
atitude era má. Ele aparentava ser bom por fora, mas seu
coração estava longe de Deus. A verdadeira adoração requer
um novo nascimento, requer uma mudança interior. É por esta
razão que aqueles que não são filhos de Deus, não podem ser
considerados adoradores. Somente aqueles que receberam a
Cristo e crêem em seu nome estão aptos para prestar uma
adoração em espírito e em verdade (João 1.12).

Quando os cristãos não vivem aquilo que declaram, pregam ou


cantam, estão utilizando a máscara da adoração, vivendo na
hipocrisia, como os fariseus e os israelitas da época de Amós.
Aparentemente são pessoas profundamente espirituais, no
entanto os seus corações não estão ligados com Deus.
Devemos estar constantemente nos vigiando para não cair
nesta armadilha.

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É realmente muito triste observarmos alguns irmãos falando


sobre Jesus como se fossem amicíssimos dele, contudo não o
conhecem e não põem em prática os seus ensinamentos.
Alguns chegam até a envergonha-lo quando escolhem viver
uma vida pecaminosa, apesar de declararem que são filhos de
Deus e de sustentarem uma bela aparência de santos. Estes
não podem ser considerados discípulos verdadeiros de Cristo!
Vivem totalmente independentes de Deus e suas vidas
espirituais são completamente vazias.

Aqueles que usufruem da máscara de adoração têm um vazio


no coração que só Deus pode preencher. São bons crentes e
ótimos estudiosos da Bíblia, praticam boas obras, mas ainda
não nasceram de novo e não entendem das coisas espirituais (1
Co 2.14-16). Se não mudarem de vida, nunca chegarão à
verdadeira adoração. Se não aceitarem estar no processo da
santificação, não poderão alçar um louvor que agrada a Deus.

Por falar em “nascer de novo”, você se lembra da história de


Nicodemos? Ele era fariseu e principal entre os judeus (membro
do sinédrio), e provavelmente um homem zeloso.
Evidentemente tinha um ótimo conhecimento das Escrituras,
mas era incapaz de entender as palavras de Jesus! Você sabe
porque? Ele ainda não havia nascido de novo! Nicodemos era
um ótimo crente, um ótimo religioso, no entanto ainda não
podia ser um verdadeiro adorador! Ele ainda não entendia as
coisas espirituais (vide João 3.1-21). A verdadeira adoração
requer novo nascimento! No versículo 10 Jesus fala com
Nicodemos em tom de repreensão:

”Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas?”

Querido irmão, as máscaras de adoração precisam ser


exterminadas de nosso meio urgentemente. Aqueles que,
dentre nós, ainda não nasceram de novo, busquem arrepender-
se sinceramente diante de Deus, e voltem seus corações para
ele. Quanto a nós, filhos de Deus, precisamos nos arrepender
de toda deslealdade, mentira e transgressão que cometemos
contra o nosso Amado Pai. Todo tipo de falsidade e simulação
deve ser confessado diante Dele com sinceridade e contrição.

É nosso dever como cristãos cultivar uma vida com Deus dentro
e fora do templo, mantendo comunhão com Ele em todos os
momentos de nossa vida. Com esse capítulo desejo que o leitor
entenda algo: antes de se preocupar com a sua imagem e
reputação perante os homens, olhe para o seu coração e veja
se ele está agradando a Deus. Pare por um segundo e faça a
Ele os seguintes questionamentos:

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”Pai... o que o Senhor está achando da minha adoração? Você


está se agradando da minha vida cristã? Onde tenho falhado?
Tenho sido hipócrita em alguma área de minha vida?”

Chega de falsidade e hipocrisia dentro de nossas igrejas, não


sejamos os “fariseus” de nossos dias! Busquemos a Deus
incessante e sinceramente, não importando o número de
pessoas que se encontram ao nosso redor. Lembre-se que Deus
está constantemente procurando por corações sinceros e
contritos que realmente O buscam em humildade!

Conclusão

”Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois


semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente
parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de
toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis
justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e
de iniquidade. (Mateus 23.27,28)”

Caro irmão, se as palavras deste capítulo falaram diretamente


ao seu coração, não perca mais tempo! Se você acha que,
apesar do seu conhecimento teológico, ainda não conhece a
Deus e não tem intimidade e comunhão profunda com Ele,
deixe o orgulho de lado e se humilhe na presença do Altíssimo!
A partir de hoje, se coloque diariamente na presença do Pai
com franqueza e peça uma vida que O agrade, uma vida
despojada de qualquer tipo de hipocrisia. Peça um coração
disposto a trilhar o caminho da verdadeira adoração, não
importando o preço a pagar. Viva de convivência com Deus,
nunca de aparência... só desta forma, Ele poderá encontrar
você!

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[Capítulo 02]
Adoração vs. Religiosidade

”Todas as vezes que damos mais importância ao método da


adoração do que à Pessoa que adoramos, já deturpamos nossa
adoração. Existem igrejas que adoram louvar e valorizam a
adoração, mas infelizmente ainda não aprenderam a louvar e
adorar a Deus na pessoa de Jesus Cristo. Entendem que os
cânticos, os brados de louvor, as danças e os gestos é que
constituem a adoração, quando na verdade são apenas meios
de se expressar adoração (Judson Cornwall).”

Observo ao longo da história da Igreja que a adoração tem sido


mal compreendida e mal definida por muitos cristãos. A
experiência humana tem nos exposto com abundância e
claridade que várias considerações e idéias errôneas sobre o
ato da adoração têm sido alimentadas dentro de nossas igrejas
e círculos cristãos. Em alguns lugares, explanações e
ensinamentos sérios sobre o assunto são urgentemente
necessários.

No presente capítulo iremos abordar este importantíssimo tema


à luz da Palavra de Deus e desvendar algumas mentiras sutis
que têm dificultado muitos cristãos sinceros de adorar a Deus
verdadeiramente. Da mesma forma, comentaremos com
alguma profundidade a dissimulada adoração dos fariseus e
trazer algumas lições preciosas ...

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