2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA ‘G f888l09In om abritcombr com 9 Google x Para cara conta, 0 Google compartharé sou ‘pp abl com. alr Aciéncia do estilo: como e por que escrever bem Farto dos velhos manuais, o psiedlogo Steven Pinker reuniu achados da linguistica, neurociéneiae psicologia e propés um guia de estilo "para o séeulo XI", Em entrevista ao site de VEIA, ele explica por que eserever é dificil, quais as armadilhas mais comuns € como a ciéneia pode ajudar a super4-las < Vantagens do cartao empresarial que vocé nunca imaginou. vel de se exprimir. Mas “estilo” rimorada”, conforme os 6 desses mistérios aue mal se podem sondar. Mas a ciéncia id sabe dizer o aue nitpsfveja.aori.com br/euturala-ciencia-do-estil-como-e-por-que-escrever-bem un2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA & @ sssne Q Cliché, jargao, palavra zumbi... 10 armadilhas da escrita que a ciéncia ajuda a evitar psie6logo canadense Steven Pinker, da Universidade Harvard, acaba de langar nos Estados Unidos um saboroso guia de estilo “para o século XXI”, chamado The Sense of Style (“O sentido do estilo”, em tradugao livre), que a ‘Companhia das Letras estuda publicar no Brasil. Pinker é um dos cientistas mais famosos e citados da atualidade. Passeia com desenvoltura por diversos campos da ciéncia e ainda tem a reputagdo de ser um excelente escritor. Seu manual demonstra bem ambos os dotes. Farto dos velhos manuais de redagdo, Pinker investigou os prinefpios que regem o bom uso do idioma & luz dos achados da linguistica, neurociéneia e psicologia. “Sabemos mais sobre a linguagem no século XXI do que 50 anos atrés. Temos melhores teorias da gramética. Temos os resultados de experimentos sobre o que torna uma sentenga facil ou dificil de entender’, diz, em entrevista ao site de VEJA. “Isso tudo pode se traduzir em conselhos mais titeis do que impressbes pessoais compartilhadas por um escritor.” Embora proveitoso a escritores de qualquer “estilo”, o guia de Pinker é dirigido especialmente a quem deseja cultivar certo género particular de “prosa classica”. Moldado na Franga do século XVII, por autores como Descartes, Pascal e La Rochefoucauld, o estilo eléssico se funda em dois pressupostos: um leitor intelectualmente capaz.e um escritor disposto a conquisté-lo para contar algo importante e verdadeiro. “A metéfora que guia o estilo léssico é a de ver 0 ‘mundo, O escritor pode ver algo que oleitor ainda nao viu e orientar o seu olhar para que veja por si mesmo”, escreve Pinker. £ o estilo que premia a clareza, marcas dos bons ensaios, resenhas, biografias, artigos até cartas, posts, e= mails ete. Descartes é uma espécie de patrono do estilo clissico. Seu Discurso Sobre o Método é umas das obras mais concisas acessiveis da filosofia — com cerea de 50 paginas, foi publicado em francés , no em latim, como mandava o costume — promete logo em seu subtitulo “bem conduzir a razao e procurar a verdade”, profissao de fé dos autores classicos, Seus ideais de clareza, coeréncia e racionalidade podem, no entanto, ser identificados também em listas de best- sellers: Thomas Piketty (O Capital no Século XXD, Lira Neto (Getilio), Laurentino Gomes (1808) e Walter Isaacson (Os Inovadores), entre outros. ‘Aescrita é e sempre foi dificil” hips:iivea.abr.com brleutturaa-ciencia-do-estlo-como-e-por-que-escraver-bem ae2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA — @ assne Q ao trabalho de expliear os termos técnicos, expor a logica do argumento ou fornecer os detalhes coneretos. O que hé de tao especial sobre o ato de escrever no século 21? Duas coisas. Em primeiro lugar, as linguas mudam, Significados também mudam. Um manual de eserita tem de refletir o idioma da forma como ele é utilizado atualmente, e ndo a lingua falada por nossos bisavés. Em segundo lugar, sabemos mais sobre a linguagem no século XXI do que 50 anos atrés. Temos melhores teorias da gramética, Temos os resultados de experimentos sobre o que torna uma sentenga fécil ou dificil de entender. ‘Temos estudos sobre a historia do uso da lingua e suas controvérsias. Isso tudo pode se traduzir em conselhos mais fiteis do que impressdes pessoais compartilhadas por um escritor. BLACK FRIDAY ASSINE a partir 1 por sana tradicionais perderam o sentido, Eles fornecem pseudorregras que violam a logica da linguagem e que nunea foram. observadas por bons escritores. A tinica razdo para um manual incluir essas regras é que os manuais anteriores também 0 fizeram, Além disso, mesmo as orientagdes sensatas — como evitar a voz passiva e omitir palavras desnecessérias — nio so tao boas se escritores seguirem-nas roboticamente, sem entender como e por que elas podem ‘melhorar a prosa (ou pioré-la, se aplicadas indiseriminadamente). Que outras questdes de estilo a ciéncia ainda pode iluminar? Eu gostaria de ver mais pesquisas sobre como as reas do cérebro nao ligadas & linguagem esto envolvidas na boa escrita, Eu suspeito que reas visuais ¢ motoras, do cérebro sao ativadas quando as pessoas leem textos bons, vividos, ao contrério do “profissionalés”. Bu também gostaria de ver mais pesquisas sobre o que torna a escrita esteticamente agradével ¢ intelectualmente estimulante, em vver de apenas facil de ler. O que o senhor acha do estilo das novas geragSes? As pessoas mais velhas sempre acham que os jovens esto corrompendo a linguagem e pondo abaixo a civilizagéo, Hoje € a internet. Nao muito tempo atrés, era a televisio, ¢ a publicidade impressa e a imprensa. No entanto, c4 estamos no século 21, e no estamos grunhindo Jo jovens, Mas muitos jovens escrevem lindamente ‘como chimpanzés. Muitas pessoas escrevem mal hoje, e alguns (na internet ou nio) ~ e muitas pessoas velhas escrevem mal. A escrita é e sempre foi dificil hips:iivea.abr.com brleutturaa-ciencia-do-estlo-como-e-por-que-escraver-bem ant2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA ee @ assne Q Orwell combatia a desvalorizacao da linguagem, “no que se refere” & opedo por eufemismos, clichés, argumentos circulares e imprecisdes varias. Pinker mira alguns desses mesmos vicios de linguagem, mas langa um olhar benevolente sobre o autor — ¢ também sobre o leitor. Seu mau escritor ndo é vulgar ou esnobe, mas uma vitima da “maldigéo do conhecimento”’ é simplesmente incapaz de se colocar no lugar do coitado do leitor. Diversos estudos conclufram que o ser humano tem uma forte tendéncia a esquecer o esforgo que Ihe custou adquirir certo conhecimento, passando a traté-lo como mero exercicio do bom senso. Como superar a maldicio? Para comecar: evite o jargio, cuidado com abreviagdes, procure expli exemplos. Um eseritor atencioso deve saber que hé um limite para o conjunto de dados que o leitor pode processar a0 mesmo tempo ~ ¢ limite € estreito, algo como trés a quatro conceitos de cada vez, segundo os neurocientistas. f possivel agrupar as informagées em blocos, e assim abrir espaco para mais informagGes, mas isso exige familiaridade ‘com o tema. O ainda ministro da Fazenda Guido Mantega pode tratar confortavelmente “politica monetéria” como um 6 conceito, assim como “centro da meta de inflagao” ¢ “ajuste fiscal contracionista”, entre outras expresses palavrosas do economés. Jé para o brasileiro comum, cada abstrago dessas exige um tremendo esforgo cognitivo. 0s termos técnicos e seja generoso com comparagies € Graga — Estilo importa, argumenta Pinker, por trés razdes. Em primeiro lugar: faz a mensagem chegar ao leitor com eficiéneia, poupando-o de perder tempo decifrando frases obscuras. Segundo: estilo ganha confianga, Se o autor se preocupa com a qualidade do texto, pode-se supor que seja igualmente rigoroso com tudo o mais. Terceiro e nfo ‘menos importante: “estilo acrescenta beleza ao mundo”, esereve o canadense. Para acrescentar beleza ao mundo, ndo basta corrego gramatical. Os bons autores “eserevem como se tivessem algo importante para mostrar’, afirma Pinker. Essa motivacao ajudara o escritor a equilibrar objetividade e graca. £ certo que textos muito empetecados sio intoleraveis — “é bom que nao se note muito o oficio”, recomendava o argentino Jorge Luis Borges ssica nao pode se confundir com um parecer técnico. Ela costuma recompensar a obsessio pela “palavra justa”, a frase exata, o ritmo adequado, a surpresa planejada, a metafora precisa ,, Mas a prosa cl ‘Norma — Nessa cruzada para capturar a atengao do leitor, o autor eventualmente pode trombar com a norma culta. ‘Como muitos linguistas, Pinker 6 um liberal da gramética e um écido erftico da patrutha do idioma. Gosta de lembrar ‘que a lingua esta sempre mudando, a revelia do gosto pessoal de cada um, “Muitas palavras que foram rejeitadas pelos puristas como abominagdes, como os verbos “to contact” “to finalize”, tornaram-se perfeitamente accitaveis. Significados também mudam. Um manual de escrita tem de refletir o idioma da forma como ele é utilizado atualmente, e nao a lingua falada por nossos bisavos.” hips:iivea.abr.com brleutturaa-ciencia-do-estlo-como-e-por-que-escraver-bem ann2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA Le @ assne Q ‘Mas Pinker também tem seus caprichos. Por exemplo: no inglés, a terceira pessoa do plural tem género neutro (“they” vale para “eles” ¢ elas”), mas a do singular néo (“he” para ele, “she”, para cla). Citando estudos sobre a simbologia do “he”, o psicélogo defende que se use o “they” também no singular, para tratar de generalizagGes que incluam homens € mulheres, Miudezas desse tipo aparecem no capitulo final do livro. £ a parte do livro que mais se assemelha aos velhos ‘manuais. Ali, Pinker desce as questdes coneretas da gramética inglesa: “which” ou “that”, “who” ou “whom”, “less” ou “fewer” ete. A discussao pode entediar o leitor brasileiro, mas causou barulho nos efrculos de lingua inglesa, Pinker invoca as luzes da ciéneia e da boa literatura para rever casos complexos de concordancia, regéncia, pontuagao ete. A New Yorker, a ‘mais estilosa revista americana, nao gostou. Para Nathan Heller, as escolhas de Pinker sio frequentemente feitas com base em razdes estéticas, e suas regras podem levar a ambiguidades e complexidade: “Ele combate pedantismo com ‘mais pedantismo.” Para quem se bate pela clareza e alega falar em nome da ciéncia, é uma critica e tanto. ‘Treino — Em favor de Pinker, no entanto, deve-se lembrar que ele tem seu leitor em altfssima conta, tal como reza 0 ressuposto do estilo classico. O psiedlogo argumenta que seguir regras irrefletidamente torna a escrita pior, nao ‘melhor. “Mesmo as orientagGes sensatas — como evitar a vor, passiva e omitir palavras desnecessérias ~ nio sio tio boas se forem cumpridas roboticamente”, diz. & uma observactio que s6 faz. sentido para quem jé adquiriu o domini da norma ~ talvez.por isso Pinker sublinhe que seu manual é enderecado a “pessoas pensantes”. Nao se pretende, portanto, encorajar quem nao tem nog&o dos fundamentos da lingua a ignorar a norma em nome do estilo. “Escrever 6 e sempre foi dificil”, diz Pinker. Ao contrario da fala, argumenta, a palavra escrita 6 uma invengao recente {que nao deixou marca em nosso DNA. Nao é um instinto, mas uma técnica, que s6 se aprende com muito treino eo teste de um vastissimo repertorio de regras, convengGes ¢ conselhos, como os de Pinker. Repetidamente, alguém diré ‘que essa técnica esti se perdendo. O psicélogo discorda. Gosta de lembrar que os antigos sumérios jé reclamavam da decadéncia da escrita. “As pessoas mais velhas sempre acham que os jovens esto corrompendo a linguagem e pondo abaixo a civilizagao. Hoje é a internet. Nao muito tempo atrés, era a televisao, e antes o rédio, a publicidade impressa e ‘aimprensa, No entanto, e4 estamos no séeulo XI, e no estamos grunhindo como chimpanzés.’ MAIS UDAS 1. | Manoel Scares reage a assalto« bandido 6 internado om estado grave Bancos denunciam mina de ouro das méquinas de cartées: 2 Foities Braskem pagou mais de 4 milhées de reais em indenizago a Renan Filho © consetho e a pulga atrés da oratha de paistas em relagio a Flavio Dino CONTEUDO PROMOVIDO mgid hips:iivea.abr.com brleutturaa-ciencia-do-estlo-como-e-por-que-escraver-bem set2011212028, 13:50 ‘Aciénia do estilo: como e por que escrever bom | VEJA & @ ssone Q Médico diz: Descoberto maior inimigo da GLICAMINA liabetes! 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