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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE ENGENHARIA

FÍSICA III

Indução Eletromagnética

NOME RGA

ELIMAR DE ABREU DOS SANTOS 201511901022

Prof. Dr. Thiago Miranda Tunes

Cuiabá, setembro de 2017.


Física III

Física III
Código: 90000016
Turma: VT1 - Período: 2017/1

Trabalho desenvolvido na disciplina de Física III


para obtenção da 3ª avaliação parcial na disciplina
no semestre letivo de 2017/1.

Indução Eletromagnética

NOME RGA

ELIMAR DE ABREU DOS SANTOS 201511901022

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Física III

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - FLUXO DE UM CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME..................................................................................3


FIGURA 2 – SENTIDO DA FEM INDUZIDA..........................................................................................................4
FIGURA 3 – EXEMPLO 1...............................................................................................................................4
FIGURA 4 – SENTIDO DAS CORRENTES INDUZIDAS QUANDO O ÍMÃ SE DESLOCA AO LONGO DE UMA ESPIRA CONDUTORA.
.......................................................................................................................................................5
FIGURA 5 – CORRENTE INDUZIDA..................................................................................................................5
FIGURA 6 – HASTE ISOLANTE EM MOVIMENTO.................................................................................................6
FIGURA 7 - HASTE CONECTADA A UM CONDUTOR ESTACIONÁRIO........................................................................7
FIGURA 8 – SOLENOIDE...............................................................................................................................7
FIGURA 9 – CAPACITOR DE PLACAS PARALELAS EM CARGA..................................................................................8

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CONTEÚDO

1 Introdução.........................................................................................................................................1
2 Experimento de Indução...................................................................................................................2
2.1 Lei de Faraday..........................................................................................................................3
2.2 Lei de Lenz...............................................................................................................................5
2.3 Força eletromotriz produzida pelo movimento........................................................................6
2.4 Campos elétricos induzidos......................................................................................................7
2.5 Correntes de deslocamento e equações de Maxwell................................................................8
2.6 Supercondutividade..................................................................................................................9
3 Bibliografia.....................................................................................................................................11

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1 Introdução

A indução eletromagnética é um fenômeno físico presente em diversas aplicações no


mundo real. Observa-se tal fenômeno, por exemplo, numa usina geradora de energia elétrica,
que produz energia elétrica mediante a conversão de outras formas de energia: energia
potencial gravitacional em uma usina hidroelétrica, energia química em uma usina
termoelétrica que queima carvão ou óleo e energia nuclear em uma usina nuclear.
Segundo (SEARS, ZEMANSKY, et al., 2012, p. 280)
Quando o fluxo magnético varia através de um circuito, ocorre a
indução de uma fem e de uma corrente no circuito. Em uma usina
geradora de energia elétrica, o movimento de um ímã em relação a
uma bobina produz um fluxo magnético que varia através das bobinas
e, portanto, surge uma fem.

Percebe-se também, a aplicação da indutância, no funcionamento das guitarras


elétricas, que tiveram grande impacto no rock e ainda são bastante utilizadas na música
popular. (HALLIDAY, RESNICK e WALKER, 2009)
No contexto de indução eletromagnética, surge um princípio central denominado lei de
Faraday, que relaciona a fem ao fluxo magnético variável em qualquer tipo de espira,
incluindo um circuito fechado. Além disso, destaca-se também a lei de Lenz, que ajuda a
predizer o sentido de uma corrente induzida e de uma fem induzida.
Ainda, de acordo com o contexto de indução, um campo magnético que varia em
função do tempo pode atuar como uma fonte de campo elétrico. Também é possível um
campo elétrico que varia em função do tempo atuar como uma fonte de campo magnético.
Tais conceitos derivam das equações de Maxwell, que descrevem o comportamento de um
campo magnético e de um campo elétrico para qualquer situação.

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Física III

2 Experimento de Indução

Imagine uma bobina conectada a um galvanômetro. Se tivermos um ímã e ele estiver


em repouso, o galvanômetro não acusará nenhuma corrente. Pois nada está variando e não
existe nenhuma fonte de fem conectada ao circuito.
Porém, quando o ímã se move para cima ou para baixo, o galvanômetro acusa uma
corrente no circuito, mas somente quando o ímã se move. Mantendo o ímã em repouso, porém
movendo a bobina, detectamos novamente a corrente durante o movimento. Essa corrente é
chamada de corrente induzida, e a fem correspondente que seria necessária para produzir essa
corrente denomina-se fem induzida.
Se conectamos uma bobina a um galvanômetro e, a seguir, colocamos a bobina entre
os pólos de um eletroímã, cujo campo magnético pode variar, podemos perceber que:
 Quando não existe corrente no eletroímã, de modo que ⃗
B = 0, o galvanômetro não
indica nenhuma corrente.
 Quando ligamos o eletroímã, surge momentaneamente uma corrente induzida
indicada no galvanômetro, à medida que ⃗B aumenta.
 Quando ⃗ B se mantém fixo em um dado nível, a corrente cai para zero, por mais
elevado que seja o valor de ⃗
B.
 Quando retiramos subitamente a bobina de dentro do campo magnético, surge uma
corrente induzida no mesmo sentido da corrente indicada durante a diminuição da
área.
Caso se repita as experiências acima com outra bobina, de outro material, com a mesma
forma, porém com outra resistência, verifica-se que a corrente em cada caso será inversamente
proporcional à resistência total do circuito. Isso mostra que a fem induzida não depende do
material da bobina, mas apenas de sua forma e da variação do fluxo magnético
A figura a seguir mostra o cálculo do fluxo de um campo magnético uniforme através de
uma área plana.

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Figura 1 - Fluxo de um campo magnético uniforme

2.1 Lei de Faraday

A lei de Indução de Faraday pode ser definida como:


A fem induzida em uma espira fechada é dada pela taxa de variação do fluxo magnético,
com o sinal negativo, através da área delimitada pela espira. Ou seja:
−d Φ B
ε= , onde:
dt
Φ B= ∫ ⃗
B.d ⃗
A ¿∫⃗
B . dAcosϕ , quando ⃗
B não é uniforme e,

Φ B= ⃗
B.⃗
A =BA cosϕ , para ⃗
B uniforme.
Para uma bobina com N espiras, a fem induzida total é:
d ΦB
ε =−N
dt
Além disso, podemos determinar o sentido de uma fem induzida ou uma corrente
induzida aplicando a equação acima e algumas regras simples, conforme mostrado na figura
abaixo:

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Figura 2 – Sentido da fem induzida


Exemplo: Uma bobina com 500 espiras circulares com raio igual a 4,0 cm é colocada
entre os pólos de um grande eletroímã, onde o campo magnético é uniforme e forma um
ângulo de 60° com o plano da bobina. O campo magnético diminui com uma taxa igual a
0,200 T/s. Qual é o módulo e o sentido da fem induzida?
d Φ B dB
= Acos (ϕ ), onde:
dt dt
ϕ=30° , pois é o angulo entre ⃗
Ae ⃗
B,
dB
=−0.2 T /s ,
dt

A = π ( 0.04 m )2 = 0,00503 m2. Assim:


d Φ B dB
= Acos (30 °) = (−0.2 T /s)( 0,00503 m2)(0.866) = -8.71 x 10-4 T = -8.71 x 10-
dt dt
4 Wb/s. Com isso, a fem induzida na bobina de N = 500 espiras é:
d ΦB
ε =−N = -(500)( -8.71 x 10-4 Wb/s) = 0.435V
dt
Assim, a fem é positiva e possui sentido horário.

Figura 3 – Exemplo 1

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2.2 Lei de Lenz

Um método alternativo para determinar o sentido da fem ou da corrente induzida é a lei


de Lenz, a qual consiste em:
O sentido de qualquer efeito de indução magnética é tal que ele se opõe à causa que
produz esse efeito.
A ‘causa’ pode ser um fluxo que varia através de um circuito em repouso produzido
pela variação de um campo magnético, um fluxo magnético variável gerado pelo movimento
relativo de condutores que compõem o circuito ou qualquer outra combinação que produza
variação de fluxo. Vale ressaltar que a lei de Lenz está relacionada diretamente à conservação
da energia.
A abaixo mostra a resposta a uma variação de fluxo magnético segundo a lei de Lenz:

Figura 4 – Sentido das correntes induzidas quando o ímã se desloca ao longo de uma espira
condutora.
Cabe ressaltar que a lei de Lenz fornece apenas o sentido da corrente induzida; o
módulo da corrente induzida depende da resistência do circuito. No caso da figura acima, caso
a espira seja feita com um bom condutor, surge uma corrente induzida toda vez que ocorre um
movimento relativo entre o ímã e a espira. Quando o movimento relativo termina, a corrente
induzida diminui rapidamente até zero, em virtude da resistência da espira.
Exemplo: Na figura abaixo, existe um campo magnético uniforme ⃗
B através da espira.
O módulo do campo está aumentando, e a fem induzida produz uma corrente induzida. Use a
lei de Lenz para determinar o sentido da corrente induzida.

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Física III

Figura 5 – Corrente Induzida

De acordo com a lei de Lenz, a corrente induzida deve produzir um campo magnético

Binduzido no interior da espira, orientado de cima para baixo, opondo-se à variação do fluxo.
Usando a regra da mão direita para o sentido do campo magnético gerado por uma espira
circular, ⃗Binduzido terá o sentido desejado se a corrente induzida tiver o sentido indicado na
figura do exemplo.
A corrente induzida produzida pela variação de ⃗
B possui sentido horário, se observado

de cima para baixo. O campo magnético adicional Binduzido criado por ela é orientado de cima
para baixo, opondo-se à variação do campo ⃗B de baixo para cima.

2.3 Força eletromotriz produzida pelo movimento

Na figura abaixo, percebemos uma haste deslizante. O campo magnético ⃗ B é uniforme


e está dirigido para dentro da página e deslocamos a haste para a direita com uma velocidade
constante ⃗v . Uma partícula com carga q no interior da haste sofre a ação de uma força
magnética dada por ⃗ ⃗x⃗
F =q V B cujo módulo é F = |q|vB.

As cargas se acumulam nas extremidades da haste até que a força elétrica orientada de
cima para baixo (de módulo igual a qE) seja exatamente igual à força magnética orientada de
baixo para cima (de módulo igual a qvB). Então, qE = qvB e as cargas permanecem em
equilíbrio
O módulo da diferença de potencial Vab = Va – Vb é igual ao módulo do campo
elétrico E multiplicado pelo comprimento L da haste. Então, E = vB, logo:
Vab=EL=Vbl

Figura 6 – Haste isolante em movimento


Supondo agora que a haste esteja deslizando sobre um condutor em forma de U,
formando um circuito completo, conforme a figura abaixo, a haste deslizante torna-se uma
fonte de força eletromotriz.

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Figura 7 - Haste conectada a um condutor estacionário

Essa força eletromotriz produzida pelo movimento será designada por ε e chamada de
força eletromotriz do movimento. Assim:
ε =vBL
Para um condutor que possui qualquer forma e que se desloca em qualquer campo
magnético, uniforme ou não, podemos generalizar a equação acima como:

ε =∮ ( ⃗v x ⃗
B ) . d l⃗
A equação acima é válida para qualquer espira condutora fechada.

2.4 Campos elétricos induzidos

Uma vez que um condutor se move em um campo magnético, podemos entender a fem
induzida com base nas forças magnéticas que atuam sobre o condutor. Mas, também existe
uma fem quando ocorre um fluxo magnético variável através de um condutor em repouso.
Na figura abaixo, temos um solenóide longo e fino com seção reta de área A com n
espiras por unidade de comprimento que é circundado em seu centro por uma espira
condutora circular. O galvanômetro G mede a corrente na espira.

Figura 8 – Solenoide

Desprezando o pequeno campo magnético fora do solenóide e tomando o vetor área ⃗


A
no mesmo sentido de ⃗
B, o fluxo magnético Φ B através da espira é dado por:
Φ B=BA=μ0 nIA

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Quando a corrente I do solenóide varia com o tempo, o fluxo magnético Φ B também


varia e, de acordo com a lei de Faraday, a fem induzida na espira é dada por:
−d Φ B dl
ε= =−μ 0 nIA
dt dt
Quando uma carga q completa uma volta em torno da espira, o trabalho total realizado
pelo campo elétrico é igual ao produto da carga q pela fem ε . Com isso, concluímos que o campo
elétrico não é conservativo. Pois a integral de linha de ⃗
E ao longo de um percurso fechado não é igual
a zero. Além disso, essa integral de linha fornece a fem ε induzida.

∮⃗ ⃗
E . d l=ε
A fem ε é dada pela taxa de variação do fluxo magnético, com o sinal negativo, através de uma
espira. Logo, para esse caso podemos escrever a lei de Faraday na seguinte forma:
−d Φ B
∮⃗ ⃗
E . d l=
dt

2.5 Correntes de deslocamento e equações de Maxwell

A fim de estudar a origem da relação entre campos elétricos variantes e campos


magnéticos, retomamos a lei de Ampère:

B . d ⃗l=μ0 I ∫ ¿¿
∮⃗

Tomando como referência a equação acima e analisando a figura abaixo, temos que:

Figura 9 – Capacitor de placas paralelas em carga


ϵA
q=Cv= (Ed)=ϵEA ¿ ϵΦ E,
d
Onde Φ E =EA é o fluxo elétrico que atravessa a superfície.
Tomando a derivada da equação anterior e levando em consideração que enquanto o
dq
capacitor recebe carga, a taxa de variação de q é a corrente de condução, i C = . Temos:
dt

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dq dΦE
iC= =ϵ
dt dt
Disso, podemos supor uma corrente de deslocamento i d na região entre as placas:
d ΦE
i d =ϵ
dt
Incluindo essa corrente fictícia, junto à corrente de condução real i C, na lei de Ampère,
temos uma generalização dessa lei:

B . d ⃗l=μ0 (i C +i d )∫ ¿¿
∮⃗

A seguir, inicia-se a explicação das equações conhecidas como equações de Maxwell,


são quatro no total.
A primeira é simplesmente a lei de Gauss para o campo elétrico a qual afirma que a
integral de superfície de E⊥ sobre qualquer superfície fechada é igual a 1/ϵ 0 vezes a carga
total Q∫ ¿ ¿ existente no interior da superfície fechada considerada:

Q∫ ¿
∮⃗
E.d⃗
A= ¿
ϵ0

A segunda é a relação análoga para o campo magnético, a qual afirma que a integral de
superfície de B⊥ sobre qualquer superfície fechada é igual a zero:
∮⃗
B.d ⃗
A =0
A terceira equação é a lei de Ampère que inclui a corrente de deslocamento. Ela afirma
que existem duas fontes de campos magnéticos, a corrente de condução i C e a corrente de
d ΦE
deslocamento ϵ 0 , em que Φ E é o fluxo elétrico, que age como fonte de campo
dt
magnético:
d ΦE
B . d ⃗l=μ0 (i C +ϵ 0
∮⃗ )
dt ∫ ¿¿

A quarta e última equação é a lei de Faraday. Ela afirma que um fluxo magnético
variável ou um campo magnético variável induz um campo elétrico:
−d Φ B
∮⃗ ⃗
E . d l=
dt

2.6 Supercondutividade

Uma propriedade notável de um supercondutor é o súbito desaparecimento completo da


resistência, quando ele é resfriado abaixo de uma temperatura chamada de temperatura crítica,
designada por T c. Os supercondutores também possuem extraordinárias propriedades
magnéticas.

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Se colocamos uma esfera homogênea de um material supercondutor em um campo


magnético externo ⃗
B0, para uma temperatura T maior que T c. Ou seja, o material está em sua
fase condutora normal, e não na fase supercondutora.

Agora, diminuímos a temperatura até que ocorra a transição para a fase supercondutora.
Com isso, concluímos que durante a transição para a fase supercondutora na presença de ⃗ B 0,
todo fluxo magnético é expelido do volume da esfera supercondutora, e o fluxo magnético Φ B
através da bobina é igual a zero. Essa expulsão do fluxo magnético denomina-se efeito
Meissner.
Os supercondutores também podem ser empregados na transmissão de energia elétrica
para distâncias muito longas e na fabricação de dispositivos de conversão de energia, tais
como geradores, motores e transformadores.

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3 Bibliografia

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ:
LTC, v. 4, 2009.
SEARS, F. W. et al. Física III - Eletromagnétismo. 12. ed. São Paulo,SP: Pearson Addison Wesley,
2012.

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