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Apostila - Conflitos
Apostila - Conflitos
AULA 4 – Conflitos
Objetivo da Aula
Apresentação
As pessoas são diferentes em sua maneira de ser, pensar e agir. Cada pessoa é única, com
histórias de vida diferentes e personalidades distintas. No entanto, a pessoa é, também, um
ser social que precisa conviver com outros seres humanos, suas diferenças e individualidades.
O que pode ser chamado de bom ou ruim é a forma como as pessoas lidam com suas
diferenças. O convívio com pessoas diferentes traz para o indivíduo novos conhecimentos,
novas ideias e novas formas de enxergar os acontecimentos. Porém, em um grupo muito
homogêneo, em que nada surge de novo, o repertório de conhecimentos e comportamentos
pode se tornar muito restrito e pouco variado.
1. A Administração de Conflitos
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Segundo Robbins (2002, p. 372), “conflito é um processo que tem início quando uma das
partes percebe que a outra parte afeta ou pode afetar negativamente, alguma coisa que a
primeira considera importante”. Pelas “divergências de percepção e ideias, as pessoas se
colocam em posições antagônicas, caracterizando uma situação de conflito” (MOSCOVICI,
1975, p. 87). Por isso a importância, para quem faz a gestão de gente, do conhecimento sobre
como atuar diante dos conflitos.
A maioria das organizações é caracterizada pela hierarquia; as pessoas são quase o tem-
po todo submetidas à força do grupo e à interferência da gestão. Além disso, a eficiência da
organização está na capacidade de seus dirigentes de coordenar aspectos como: capacidade
do indivíduo, natureza do trabalho, fornecimento de ferramentas e materiais e natureza da
própria tarefa.
Embora a lógica empresarial exija que todos cooperem dentro da organização, não é isso
que acontece na prática. Os objetivos, por vezes, são contraditórios, e o papel que cada um
desempenha pode não estar claro, bem como pode se sobrepor ao dos outros (às vezes até
injustamente), o que pode levar a objetivos ocultos ou, até mesmo, ao desconhecimento do
que se espera das partes. Tudo isso é terreno fértil para que se instaure o conflito em uma
organização.
Nas empresas, veem-se conflitos criados a partir da realização de uma tarefa, de modo
que, se levados ao extremo, perdem seu objetivo positivo e funcional. É como se as pessoas
passassem a fazer parte de uma arena de luta. O que passa a valer é “vencer o outro” e não
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E quanto ao gestor?
Sua preparação para atuar no processo de gestão ou administração dos conflitos entre
sua equipe ou externos à organização passa a ser prioridade. Um gestor que saiba gerenciar
conflitos atua na melhora do clima de sua unidade administrativa, minimizando as situações
de competição e atuando mais intensamente com aqueles funcionários que se apresentam
em situações de conflito.
Para Morgan (1996, p. 30), o gerente “[...] deve ser capaz de analisar interesses, com-
preender conflitos e explorar relações de poder, de tal forma que as situações possam ser
colocadas dentro de medidas de controle”. Isso requer uma habilidade perspicaz de conhecer
as áreas mais críticas da empresa, para entender o que acontece “nos porões”, por baixo das
ações da vida organizacional, e dar início a respostas apropriadas, bem como à resolução
dos problemas que inevitavelmente isso tudo pode gerar.
Moral da história: o papel do gestor é interferir nas percepções, nos comportamentos e nas
estruturas que causem conflitos prejudiciais à empresa. Sua motivação deve ser a produtivi-
dade e não as razões pessoais. Só assim ele poderá ajudar a redefinir ou mesmo redirecionar
conflitos para servir a fins construtivos.
2. Tipos de Conflito
a) Substantivo – aquele que se relaciona à substância da tarefa. Por exemplo, uma dis-
cussão sobre a melhor forma de se realizar uma atividade;
b) Afetivo – aquele que se relaciona aos aspectos emocionais e afetivos das relações
interpessoais. Esse tipo de conflito é mais comum (porque somos humanos), mas menos
eficaz. Ele pode acontecer em uma prosaica reunião de trabalho, momento em que se discute
a nova política de vendas da empresa, por exemplo, iniciando de forma substantiva e se tor-
nando, à medida que o tempo passa, pessoal. Obviamente, é preciso intervenção da gestão,
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Falta de conhecimento proposital de uma parte da organização com relação ao que a outra
está fazendo, quer pelo seu desinteresse, quer pela ocultação das informações.
Pode ocorrer quando uma área deseja ser melhor que as outras ou quando uma área é
sempre reconhecida como melhor, e as outras não são consideradas dentro da empresa.
Tal fator provoca ou uma quebra consciente das regras (a transgressão acaba acontecen-
do, naturalmente, para que o trabalho seja bem-sucedido, o que é uma contradição curiosa)
ou uma paralisia na empresa.
O conflito pode acontecer por motivos que vão além daquilo que se vê ou que se sabe.
Walton e Dutton (1978) apresentam um modelo que descreve nove tipos de fatores que an-
tecedem o conflito:
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g) Dependência de recursos comuns: sempre que mais de um indivíduo depende dos mes-
mos recursos e esses são escassos, há um grande potencial para o conflito. É na escassez
que se conhece até onde uma pessoa é capaz de chegar;
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Mas qual seria, afinal, o antídoto para um conflito disfuncional? Na prática, como lidar com
isso? Com colaboração. Newstrom (2008) apresenta sete formas de conseguir colaboração
e não alastrar ainda mais a situação disfuncional:
Considerações Finais
Fica muito claro o quanto precisamos (de certa forma, somos também responsáveis)
inserir colaboração em nosso ambiente de trabalho. Conflitos são ótimos, exceto se forem
disfuncionais. Aí, a empresa inteira entra em declínio, e todos perdem. Você conheceu o con-
ceito de conflitos, a partir da visão dos autores referenciais no assunto, a forma como eles
tipificam o conflito e, principalmente, como podemos perceber que existe um conflito poten-
cial prestes a explodir. Quando o conflito aparece, em um esquema “perde-perde”, ele não só
atrapalha o andamento das atividades como o alcance das metas da organização, causando
desentendimentos, estresse, discussões não construtivas, esgotamento e desperdício de
tempo e energia. A empresa que não se preocupa com a saúde do clima organizacional pode
abrigar colaboradores menos satisfeitos e menos leais à empresa.
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Materiais Complementares
Vídeo:
• Os Segredos Para Evitar Conflitos e Discórdia – Leandro Karnal. Nesse vídeo, Leandro
Karnal aponta algumas alternativas para que as pessoas evitem entrar em grandes bata-
lhas, muitas vezes por razões pouco significativas. Disponível em https://www.youtube.
com/watch?v=ev1VQkd7pXk Acesso em 27 out. 2022.
Referências
HANDY, Charles, B. Da política e manejo das diferenças. In: Como compreender as organi-
zações. Zahar, 1978.
LIKERT, Rensis; LIKERT, Jane G; Administração de conflitos: novas abordagens. São Paulo:
Mc Graw Hill, 1979.
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