Você está na página 1de 1

Egúngún e Ésá – Espíritos Ancestrais

O espírito de um antepassado pode ser invocado a fim de assumir a forma material,


aparecendo sozinho e falando, trazendo bênçãos e orientações aos que assim desejam. Nessa
forma recebem o nome de Egúngún – “Mascarados”.

Para preservar a sua condição de Ará Órun – “habitante do Órun”- o espírito apresenta-se
completamente envolvido numa vestimenta denominada agò, feita de panos de diversas cores;
abalá – tiras coloridas; bànté e ópá – costurados em conjunto de tal forma que o cobre da
cabeça aos pés, mas não ocultando as suas características físicas principais. Daí o nome
“mascarado”.

Ele somente vê através de um buraco no tecido, à altura dos olhos e coberto com uma rede
denominada Kàfó, mas que esconde a sua identidade. Ninguém, excepto algumas pessoas
autorizadas – Òjè – pode chegar perto e tocá-lo. Na sua comunicação usa de uma voz ardente e
grossa, séègì e sempre em linguagem ritual devidamente traduzida pelos Òjé, que se utilizam
de uma vareta de madeira denominada ìsan, extraída da árvore Àtórí ou das nervuras do Igi
ope, (dendezeiro).

A palavra Egúngún significa, exactamente, mascarado, sendo costume usar a forma Egun, que
significa: osso, esqueleto.

No Brasil, o culto tem o seu sacerdote mais elevado, o Aláàpinri, que em terras yorubá, deve
ser um homem monórquido, ou seja, com um só testículo. Esses Egúngún são relacionados
com os orixás e nas suas representações públicas, usam os símbolos dos próprios Orixás para
evidenciar a sua identidade: Bàbá Agbóulá; Àjímúdá ou Yánsàn. A palavra Babá aí utilizada para
definir os Egúngún revela uma forma respeitosa à ancestralidade, aí revivida através da sua
manifestação

Nos ritos religiosos do Candomblé, todas as vezes em que se reverenciam os Orixás uma parte
das cerimónias é destinada aos ancestrais da comunidade, nas dependências. São conhecidos
como Ésà e são representados pelos títulos que possuíam: Ésà Asika, Ésà Obitiko (Bámgbósé),
Ésà Oburo (Oba Sàniyà), Ésà ajadi, Ésà Adiro, Ésà Akésan e Ésà Akáyodé.

Você também pode gostar