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Apostila Processo Civil 4º Ano Atualizado
Apostila Processo Civil 4º Ano Atualizado
Parte I.
Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa.
Versão final.
O Código de Processo Civil prevê para solução dos litígios um procedimento comum,
que se desdobra em ordinário e sumário e vários procedimentos especiais, os quais, assim
são chamados, pois, submetem-se a trâmites processuais específicos e se revelam total ou
parcialmente distintos do ordinário e sumário.
Na realidade, a índole dos procedimentos especiais é a de harmonizar, adequar-se às
peculiaridades de certos direitos materiais a serem disputados em juízo, considerando a
insuficiência do procedimento comum – ajustar a forma ao objeto da ação.
Alguns procedimentos especiais, por sua natureza, reúnem em si, numa única relação
processual a declaração do direito acertado ao caso, bem como, a sua execução (possuem
preponderante função executiva) – são as chamadas ações executivas lato sensu. Mesclam as
funções de declaração e realização do direito (Ex.: possessórias, nunciação de obra
nova).
Quanto às regras procedimentais, naquilo que o procedimento especial for omisso, serão
aplicadas as regras do procedimento comum ordinário (art. 272).
IMPORTANTE:
O CPC admite, em determinados casos, que haja cumulação de pedidos (art. 292)
Portanto, forte jurisprudência adotou o entendimento de que em casos onde haja a
concordância das partes seja adotado o rito ordinário para pretensões a que a lei previu o
procedimento especial. O inverso é impossível.
Da mesma forma que o sujeito ativo de uma obrigação tem ao seu dispor a execução
forçada para compelir o sujeito passivo ao pagamento, a este também lhe é assegurado o
direito de pagar.
02.2 – cabimento.
02.3 – procedimento.
A consignação pode ser principal, quando tem por único objetivo o deposito da coisa.
Pode ser incidental quando cumulada com outros pedidos.
É cabível a cumulação de apuração e declaração do quantum debeatur com pedido de
autorização para consignação, o que contraria regra acima estudada. No entanto, nesta
hipótese, o rito a ser seguido será o ordinário. O autor poderá depositar o montante que
entende, provisoriamente, devido e que, pela instrução processual poderá sofrer reajuste a
maior ou a menor (forma de antecipação da tutela).
02.3.4 – Competência.
02.3.5 – Oportunidade.
02.3.6 – Objeto.
A lei exige que o objeto a ser consignado seja o mesmo que deveria ser recebido pelo
credor para regular extinção da obrigação.
Os artigos 337 do C.C. e 891 do CPC mencionam que a consignação cessa a fluência
dos juros. A regra geral é a de que a consignação pressupõe a mora do credor, portanto, esta
faz cessar a incidência dos juros e não o depósito. Contam-se os juros até o momento em que
o credor recusa a oferta real de pagamento voluntário.
No entanto, o depósito será o momento da cessação dos juros e não mais a recusa,
quanto, por exemplo, não se sabe quem deva receber.
Há também a possibilidade de consignação de prestações periódicas, conforme artigo
892. O juiz, inclusive, poderá, a pedido do consignante, permitir o deposito de parcelas após a
prolação da sentença.
O prazo de cinco dias é peremptório, todavia, a quebra dos depósitos não acarreta
maiores prejuízos, nem impede o julgamento de mérito que reconhecerá a eficácia liberatória
dos depósitos até então feitos.
A consignatória requer a prévia oferta particular ao credor do valor. Uma vez recusado o
recebimento, este será citado para:
Receber a prestação devida sob pena de depósito.
Contestar o pedido caso não aceite o depósito.
A petição inicial deverá conter pedido expresso de depósito, o qual ocorrerá no prazo de
cinco dias após o deferimento.
O levantamento do valor pelo credor (réu) acarretará a extinção do feito pelo
reconhecimento do pedido. Também será extinto o feito, sem julgamento de mérito, na
hipótese de não recolhimento do valor a ser consignado em juízo no prazo estipulado.
No caso de prestações alternativas, observar-se-á a regra do art. 894.
O não comparecimento do réu para levantar a coisa não tem força de contestação,
todavia, porém, não impede que mais tarde, mediante advogado, promova o levantamento. O
levantamento ocorrerá mediante recibo nos autos.
02.3.8 – Contestação.
Primeiro, há que se fazer a distinção entre depósito contratual e necessário, nos termos
dos artigos 627 e 647 do Novo Código Civil, respectivamente. Exemplos:
Necessário: (imposição da lei) – alienação fiduciária, bagagem de viajantes ou
hospedes em hospedarias (código civil).
Contratual: pode ser civil ou comercial, gratuito ou oneroso, regular ou irregular
(bens fungíveis ou infungíveis).
O procedimento especial de depósito regulado pelo CPC refere-se apenas à pretensão
do depositante, ou seja, para restituição da coisa depositada (art. 901). Possível, no
entanto, seguirem-se pretensões acessarias: a) recebimento de soma em dinheiro; b) prisão
civil do depositário; c) busca e apreensão; d) transformação em execução por quantia certa.
É mais uma das ações que se reveste de cunho executivo, pois, realiza uma restituição
forçada. O comando contido na sentença dispensa outro processo posterior para sua
efetivação como se verá adiante.
03.1. Objeto.
03.2. Procedimento.
São legitimados para o pólo ativo aquele que confiou a coisa depositada, não
necessariamente o seu dono (mandatário, administrador, locatório, comodatário), bem como,
seus herdeiros e sucessores.
Para o pólo passivo é o depositário infiel e seus herdeiros e sucessores, com ressalvas
aos efeitos extracivis, como a prisão. Também são legitimados para ambos os pólos as
pessoas jurídicas.
É condenatória com força executiva imediata, pois, determina que se expeça o mandado
de entrega. Também irá dirimir controvérsias suscitadas pela contestação.
Na sentença, o juiz sempre terá que arbitrar o valor da coisa a ser restituída (art.
904). Geralmente, este valor partirá de estimativa do próprio autor.
Além da expedição do mandado de entrega e da prisão civil do depositário, poderá
determinar, o juiz, a expedição de mandado de busca e apreensão ou poderá, o credor, optar
pela execução por quantia certa.
04.1 – procedimento.
Anulação e substituição: (art. 909 do novo Código Civil). Presta-se a tutela dos
interesses tanto do credor que recuperará o titulo, quanto do devedor que o
pagará ao credor primitivo evitando renovar a prestação perante terceiro. Presta-
se a impedir que o valor do título seja pago ao ilegítimo detentor.
1. Especialidade procedimental: na petição inicial deverão constar dados
pormenorizados a respeito do título, tais como, valor, espécie, quantidade,
numeração, data, vencimento, local de emissão, local de aquisição,
circunstâncias em que se deu a perda, época em que se receberam os últimos
juros e dividendos.
2. O valor da causa é o do título.
3. A citação é dirigida ao detentor do titulo e a possíveis terceiros interessados (por
edital), que assumem a posição de réus.
4. Haverá intimação do devedor e da Bolsa de Valores. O primeiro para que
deposite, ao tempo do vencimento, o valor do capital e juros, bem como, evitar
que efetue o pagamento ao detentor ilegítimo.
5. Se o pagamento ocorreu antes da diligência intimatória, considera-se perfeito e
acabado, exonerando o devedor da obrigação.
6. A intimação da Bolsa tem o intuito de alertá-la para não proceder a venda do
titulo em pregão.
7. O autor deverá justificar liminarmente todas as suas alegações deduzidas na
inicial, utilizando-se de documentos ou testemunhas que permitam um juízo de
plausibilidade, cuja carência poderá ocasionar o indeferimento da citação e a
extinção do processo por ausência de um dos pressupostos processuais.
No que tange à contestação, a regra do artigo 910 deve ser entendida com certa
restrição, porquanto, restringe-se ao caso de disputa que verse exclusivamente a respeito da
posse legítima do título. Terceiros citados como réus poderão defender-se sendo evidente que
não poderão respeitar a citada regra quando o interesse não seja apenas voltado à posse do
título.
No âmbito da anulatória a discussão deve restringir-se ao extravio do título e à
perfeição dele no aspecto formal. Outras matérias, tais como, pagamento, cobrança
indevida, prescrição serão objeto de ação autônoma.
04.2 – Sentença.
Parte da doutrina defende a não necessidade de ordenar a lavratura de novo titulo, caso
aquele que se declarou caduco encontre-se nos autos (caráter finalístico e instrumental do
processo). Se o titulo está em poder do juiz, não haveria razões para sua anulação e
substituição. Segundo a doutrina, não se configura julgamento extra-petita.
Quando a destruição for total (equiparada a furto ou perda), segue-se o rito dos artigos
908 a 911.
Quando a destruição for parcial, a cártula ainda pode ser pode ser exibida através de
seus fragmentos ou resíduos, (prova indispensável na instrução da petição inicial) é o caso do
procedimento do artigo 912.
Neste caso, a lide resume-se ao possuidor e ao devedor e o remanescente do título é a
prova da sua posse pelo autor. A controvérsia é a resistência pela substituição do título.
A citação será para o réu (devedor), em dez (10) dias substituir o título ou oferecer
contestação, neste ultimo caso, seguindo-se o rito ordinário.
A destruição deverá permitir a identificação do título, ou seja, se os fragmentos não
permitem a verificação de suas principais informações o caso é de destruição total (arts. 908 a
911).
A sentença admitirá execução forçada de obrigação de fazer.
No entanto, poderá acolher o pedido e assim terá eficácia condenatória. Também terá
eficácia executiva, na medida em que transfere ao autor a faculdade de elaborar as contas sem
impugnação da parte contrária. Portanto, esta sentença não extingue o processo, mas
apenas inicia a segunda fase. Desafia o recurso de apelação que será recebido em duplo
efeito.
05.3.4 – Sucumbência.
Tendo em vista que na segunda fase, existe a possibilidade de o autor ser apontado como
devedor, a doutrina e a jurisprudência apontam como critério de fixação da sucumbência na
primeira fase o artigo 20, § 4º e não proporcionalmente ao valor de uma condenação, pois
este ainda é inestimável e imprevisível.
Na segunda fase, a sucumbência dependerá da conduta das partes. Na verdade, mesmo
que o autor, na segunda fase, tenha apurado contra si um saldo devedor, isto não implicará em
sucumbência.
Neste procedimento não haverá necessidade de duas fases (unitário), pois, a inicial já
vem instruída com as constas a serem prestadas, bastando a discussão das verbas e saldo. O
autor terá que demonstrar na inicial a real necessidade de fazer a prestação em juízo.
05.4.1 – Procedimento.
A inicial deve se fazer acompanhar das contas e documentos que comprovam seus
lançamentos, além do instrumento do negócio jurídico do qual deriva a obrigação.
A citação é para que o réu, em cinco dias aceite as contas ou conteste o pedido.
Assim, poderá o réu:
Contestar: (art. 916). A lei considera contestação (negativa da pretensão,
argüição da falta e pressupostos processuais e condições da ação) e impugnação
das contas coisas distintas.
Impugnar as contas: quando a resposta limita-se à discordância de toda ou
parte das contas prestadas. A impugnação deve ser específica.
Aceitar as contas: a decisão será meramente homologatória.
Revelia:
Aqui nos interessa a proteção pelos meios processuais contra ataques esternos ao
exercício da posse, assim como assinala o artigo 1210 do novo código civil.
O sentido principal das medidas possessórias é a paz social e que a disputa pela posse
se faça pelos meios processuais e não através da justiça privada. O direito possessório
busca a conservação da situação de fato, ou seja, ninguém pode transformar ou extinguir uma
relação de posse cujo titular é um terceiro.
Num primeiro momento, devedor destacar as duas teorias clássicas que dimensionam a
posse.
A primeira, devida a Savigny (TEORIA SUBJETIVA), diz ser a posse “o poder que a
pessoa tem de dispor fisicamente de uma coisa, com intenção de tê-la para si e defende-la
conta a intervenção de outrem”. (Nelson Rosenvald, Direitos Reais, 3ª edição, Impetus,
página 224).
Assim, para Savigny a posse apresenta dois elementos:
Corpus – que representa o poder físico da pessoa sobre a coisa, possibilitando a
imediata oposição contra terceiros.
Animus – elemento volitivo que consiste na intenção de exercer o direito de
proprietário, de ser dono da coisa (animus domini).
O Código Civil adota a Teoria Objetiva (art. 1196), interpretando, o legislador que
“possuidor é quem, em seu próprio nome, exterioriza alguma das faculdades da propriedade,
seja ele proprietário ou não”.
Parte da doutrina entende a posse como mera situação fática, pois, sua existência não
decorre de regras do direito. Mas por produzir conseqüências jurídicas (usucapião, ações
possessórias) também é um direito.
06.3 – Requisitos da tutela possessória.
Há que distinguir posse justa e injusta nos termos do artigo 1200 do NCC. Somente a
posse justa desfruta da proteção das ações possessórias. Ainda lembra a doutrina que a posse
deva ser publica e contínua.
É parte legítima para propositura dos interditos aquele que detém o exercício de
algum dos poderes do domínio (art. 1198 NCC).
Portanto, não detém legitimidade aquele que possui a coisa em situação de
dependência, ou seja, que conserva em nome do legítimo possuidor em cumprimento de suas
ordens – fâmulos da posse. Também não é parte legítima aquele que ocupa a coisa segundo
permissão ou tolerância do verdadeiro possuidor.
Os possuidores indiretos (locatários, usufrutuários) também possuem legitimidade.
A legitimidade passiva é daquele que causou a moléstia à posse do autor, exceto quanto
ao preposto daquele que ordena a turbação ou esbulho. Caberá nomeação à autoria.
Também poderá ser demandado o possuidor direto. Caberá denunciação da lide.
O juiz, de pronto, poderá adotar uma das providências do art. 928, necessariamente,
para apreciação da liminar, o juiz deverá constatar fatos precisos, tais como, a existência da
posse, a moléstia sofrida e a data em que ocorreu. Não basta, portanto o puro arbítrio do
juiz.
Quanto à citação, apenas é importante ressaltar que esta ocorre de forma diferente
quando a apreciação da liminar ocorreu em audiência de justificação. A citação precede ao ato
e independentemente da concessão da medida, será então intimado do prazo para apresentar
resposta, estará presente ao ato (art. 930).
A data da agressão à posse determina, também, a escolha do procedimento conforme o
artigo 275, II do CPC. Sendo posse velha e a causa versar sobre coisas móveis ou
semoventes, o autor poderá optar pelo rito sumário.
06.6 – Ação petitória e ação possessória.
O réu tem assegurado na contestação o direito de alegar o fato de ter sido a sua posse a
ofendida e demandar contra o autor a proteção possessória conforme artigo 922. Não se trata
de reconvenção.
A natureza real das possessórias tem importância quanto ao bem litigioso é imóvel a
fim de definir se há necessidade de ambos os cônjuges integrarem a relação processual
A doutrina é quase unânime de dizer que são as possessórias de natureza real e não de
direito pessoal.
Pontes de Miranda já afirmava serem as possessórias, ação de direito real, porquanto,
“a mulher é possuidora dos bens comuns com o marido” e, portanto devem figurar tanto no
pólo passivo quanto ativo.
Todavia, a questão é pacificada através do artigo 10, § 2º do CPC.
Sua principal diferença com o interdito da manutenção é que nesta já há lesão à posse
consumada.
O interdito busca impedir apenas que se consume o dano temido cominando pena
pecuniária na eventualidade de transgressão do preceito. É uma prestação de fazer negativa.
Segue a mesma regulamentação dos demais procedimentos possessórios (art. 933). Pelo
principio da fungibilidade poderá se transformar em manutenção ou reintegração.
Obra nova – além da definição do artigo 934, pode ser entendida como toda e
qualquer obra de engenharia, reforma, ampliação, limpeza, pintura, escavação,
terraplanagem, demolição, loteamento, extração de minérios, corte de madeira, etc.
Para todos os efeitos, considera-se nova toda inovação que importe alteração
prejudicial.
07.1 - Procedimento.
A legitimidade para propositura está definida no artigo 934 do CPC. Atenção que não
só o município é parte legitima, mas também a União e aos Estados, dentro de sua política
disciplinadora de construir.
A legitimidade passiva fica por conta do dono da obra, ou seja, àquele por conta de
quem se executa. O executor da obra será apenas intimado (artigo 938).
A participação de ambos os cônjuges é obrigatória, pois trata-se de demanda incluída
dentre aquelas de direitos reais imobiliários (artigo 95).
07.4 - Liminar.
Permite o artigo 940 que o réu prossiga com a obra quando lhe houver riscos de
prejuízos injustos, mediante a prestação de caução.
O prejuízo mencionado não é da parte, mas da obra em si, a qual, pelo estagio em
que se encontra ou pela própria natureza não possa suportar paralisação sem danificar-se
seriamente. A caução obedecerá ao procedimento dos artigos 809, 826 e 838 do CPC.
Predominância do aspecto social dos direitos de vizinhança dos artigos 1277 a 1281 do
NCC.
Este instituto tem por finalidade atribuir o bem a quem dele se utiliza e se serve para
moradia ou exploração econômica. É modo de aquisição da propriedade, perdendo-a aquele
que não a usa ou a abandona.
Embora possível a usucapião de bens móveis que será tratada em momento oportuno,
é de maior relevância a usucapião imobiliária.
Seu fundamento é a perda da coisa pelo proprietário em favor do possuidor
independentemente de existir em ambos qualquer relação jurídica. É, portanto, forma
originária de aquisição da propriedade.
Não são passíveis de usucapião os bens públicos e os bens fora do comércio (bens
disponíveis livremente na natureza, sem interferência humana), embora esta classificação
esteja ausente do novo código civil.
Não é, também, qualquer possuidor que poderá mover a ação de usucapião, pois, para
alguns lhe falta um dos requisitos essenciais (locatório, exceto se houver modificação no
animo da posse) – posse ad usucapionem – a posse deverá ser mansa, pacífica, contínua,
incontestada, pelo tempo determinado, com o ânimus domini. Não pode ter sofrido
qualquer forma de impugnação.
Uma forma de contestar a posse poderia ocorrer através da citação em procedimento
reivindicatório (proprietário) ou em ações petitórias ou reipersecutórias (divisão,
demarcação).
A posse, portanto, não pode ser precária, clandestina ou violenta.
É possível ainda somarem-se as posses para se atingir o prazo necessário.
A sentença será transcrita junto ao registro imobiliário, gerando efeitos erga omnes.
Art. 551.
Necessário justo título e boa-fé.
Entre presentes e ausentes.
Justo titulo é o fato gerador da posse, a justa causa da posse do usucapiente, não sendo
necessário que seja um documento, mas todo ato ou negócio jurídico que em tese posse
transferir a propriedade.
A boa-fé deve persistir durante todo o prazo aquisitivo, observando o contido no artigo
1201, parágrafo único do NCC.
Artigo 1238.
Atenção para o parágrafo único que, embora tenha reduzido o prazo, continua
a independer de justo titulo e boa-fé.
Duas modalidades de usucapião extraordinária com prazos diferentes.
Artigo 1242.
Exige o requisito da moradia ou realização de serviços de caráter produtivo no
local.
Pode-se pedir ao juiz que reconheça a usucapião extraordinária, se forem
discutíveis a boa-fé ou o justo título.
Atenção para o parágrafo único.
Não existe mais a distinção entre presentes e ausentes.
Deve-se dar atenção especial aos artigos 2028 e 2029 das disposições transitórias do
NCC.
A Constituição Federal de 1988 prevê, ainda, a usucapião especial em seu artigo 183,
acompanhado pelo artigo 1240 do NCC e artigo 9º da Lei 10.257/01 – Estatuto das
Cidades. A modalidade de usucapião que tem por objeto apenas imóveis urbanos e também
é conhecido por usucapião pro-mísero.
Já a usucapião especial rural, também é chamada de usucapião pró-labore (artigo
191 C.F.); em ambos os casos (rural e urbano) é essencial que haja moradia fixada por
aquele que pretende a usucapião.
Outra modalidade de usucapião é o coletivo, previsto pelo NCC em seu artigo 1228, §
4º e artigo 10 da Lei 10.257/01. Este já é exclusivo dos imóveis urbanos.
Tem por fundamento a pressão social criada pelas ocupações urbanas e encontra
amparo constitucional – função social da propriedade.
Ao ser julgado, será atribuída a cada um dos possuidores uma fração igual, ressalvada
a hipótese de acordo escrito. A legitimidade para propositura deste procedimento encontra-se
no artigo 12 da Lei 10.257/01; outrossim é obrigatória a presença do M.P.
Por fim, a usucapião especial seguirá o rito sumário de acordo com a lei 6969/81.
Na usucapião serão citados os réus certos (por mandado), os quais, entendem-se por
pessoas em cujo nome estiver transcrito o imóvel usucapiendo e os confinantes do prédio
mesmo. Por se tratar de ação de direito real, indispensável a citação dos cônjuges. Na
ausência de citação de qualquer um, ocorre a nulidade absoluta do feito. Parte da doutrina, no
entanto, não entende ser o caso de nulidade a ausência de citação de um dos confrontantes,
pois, a prescrição aquisitiva se opera apenas contra o antigo dono.
A importância de citação dos confrontantes encontra respaldo nas questões de
delimitação.
Quanto aos réus incertos, ausentes e desconhecidos (Art. 942), serão citados por
edital.
Ausentes – são pessoa conhecidas e com interesse na causa que por conta do
seu paradeiro, torna-se inviável a citação pessoal. A convocação é certa e
determinada (?).
Incertos – são aqueles cuja existência é possível, porém, não conhecida do
autor.
Deverão ter ciência, ainda, as Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal (Art.
943), para que manifestem interesse na causa.
08.5.3 – Competência.
Diante do artigo 95 do CPC, não resta dúvida de que a competência para ajuizamento
da usucapião é do foro de situação do imóvel.
Quando houver interesse da União, ou porque se lhe atribui o domínio ou porque é
confrontante a competência é da Justiça Federal.
08.5.4 – Procedimento.
A petição inicial deverá conter, além dos requisitos do art. 282, os dos artigos 941 e
942. O fundamento consiste na explicitação da origem e característica da posse, duração e no
tipo de usucapião que se pretende.
Necessária, também, a planta do imóvel. A descrição (área, confrontações, divisas,
características) também servirá para facilitar o futuro registro na matrícula.
A fase de citação é longa como se pode ver. A revelia opera-se apenas em face dos
réus certos, caso não ofertem resposta no prazo de 15 (quinze) dias. Aos réus citados por
edital, ser-lhe-á dado curador especial.
Atenção para o artigo 923 que impõe a vedação de se intentar a usucapião na
pendência de medida possessória.
A participação do M.P. nestes procedimentos será sempre obrigatória.
Os fundamentos podem ser encontrados nos artigos 1297 e 1320 do NCC. A lei,
assim, busca eliminar as incertezas, bem como, maus indesejáveis ao pleno exercício das
faculdades inerentes ao direito de propriedade.
09.1 - Objetivos.
A contestação acontecerá no prazo de 20 (vinte) dias após a citação (artigos 954 e 968
do CPC). As teses de defesa poderão ser, entre outras:
Procedimento de demarcação.
Nos termos do próprio CPC, somente terá legitimidade ativa o proprietário, até nos
casos de propriedade semiplena ou limitada, (quando não estão presentes todos os
direitos elementares), como na hipótese de usufruto. Há quem critique, pois, entendem
alguns que o usufrutuário não poderá impor a demarcação ao nu-proprietário.
Roteiro geral.
1. Primeira fase.
Postulação (artigos 950 a 954 do CPC)
Julgamento conforme o estado do processo;
Saneamento (art. 956 do CPC)
Instrução processual (art. 957 do CPC).
Decisão (art. 958 do CPC)
2. Segunda fase.
Serão realizados os trabalhos de campo com obediência aos atos
estabelecidos pelo CPC a partir do artigo 959.
09.5 – Procedimento.
A petição inicial deverá conter:
A precisa caracterização da coisa a dividir;
A demonstração de como se formou a comunhão sobre a coisa, com
exata demonstração de sua origem e de todos os participantes.
Por fim, ressalta-se que, neste procedimento especial, também dividido em duas fases,
os trabalhos de campo serão disciplinados conforme os artigos 970 e seguintes do CPC.
Embora não previsto pelo CPC, o inventário negativo socorre a situações em que não
há bens a serem partilhados; serve, portanto, para se provar o óbito e que inexistem bens a
partilhar. Exemplo típico é o da situação que encontramos no artigo 1523, I do NCC.
10.2 – Competência.
São importantes, neste tópico, os artigos 89, II e 96, parágrafo único do CPC. Ainda
inspira atenção o contido no artigo 984 do CPC.
Trata-se de pessoa tida como auxiliar do juízo (múnus publico), cuja escolha
obedecerá aos critérios do artigo 990 do CPC.
Se dentro de uma mesma classe houver conflito entre os herdeiros, o juiz,
excepcionalmente, poderá fugir da ordem legal.
Se o preferente for pessoa incapaz seu representante legal não poderá assumir o
encargo em seu nome, exceto como dativo, na ausência de outros.
Seus poderes duram até o julgamento da partilha e podem se estender caso sejam
descobertos outros bens partilháveis. Sua incumbência está prevista no artigo 191. Seus atos
limitam-se à administração dos bens, portanto, atos que impliquem em disposição de bens
devem contar com a anuência dos demais herdeiros e mediante autorização do juiz,
conforme as exigências do artigo 992.
Invariavelmente a deliberação caberá ao magistrado. Dos atos praticados pelo
inventariante, este deverá, sempre, prestar contas perante o juízo.
Por fim, pelo encargo desempenhado, ao inventariante não assiste qualquer tipo de
remuneração.
A própria lei enumera os casos em que se dará a remoção (art. 995). Não pode ser
determinada de ofício e sem oportunidade ao contraditório. Trata-se de um incidente
processual, cujo procedimento encontra-se previsto no artigo 996 do CPC.
O art. 995 não é exaustivo, pois, a remoção pode ocorrer em todos os casos que reste
caracterizada a negligencia ou a malícia do inventariante sempre que, intimado regularmente,
deixar de praticar, sem justificativa, o ato que lhe compete.
10.6 – Legitimidade.
10.7.1 – Petição inicial – Deve ser instruída com a certidão de óbito. Observa-se o
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de iniciar-se ex officio.
10.7.3 – Citações – far-se-á nos termos do artigo 999 e 1.000 do CPC, sendo
dispensada quando todos os herdeiros, espontaneamente, comparecem aos autos. Serão
citados os herdeiros e seus respectivos cônjuges.
10.7.4 – Impugnações – no prazo de 10 (dez) dias todos os interessados poderão
impugnar as primeiras declarações apresentadas pelo inventariante, nos termos do art. 1.000
do CPC.
Importante ressaltar que o juízo do inventário é competente para dirimir todas as
questões que digam respeito ao referido procedimento, exceto quando as questões sejam de
alta indagação, quando então as partes serão remetidas às vias ordinárias.
10.7.9 – Sonegados – quando bens do espolio são dolosamente ocultados para não se
submeterem ao inventário.
Se o sonegador é apenas herdeiro, perderá o direito sucessório sobre o objeto
sonegado; se não o tiver mais terá de pagar ao espólio o valor em perdas e
danos.
Se alem de herdeiro for inventariante, também perderá o encargo.
11. PARTILHA.
Haverá partilha quando forem vários os sucessores; quando apenas um, o juiz decidirá
por sentença, deferindo a adjudicação do patrimônio ao único interessado.
Além da partilha judicial, a lei ainda prevê outras duas formas: a) partilha amigável,
por escritura publica ou termo nos autos ou escritura particular homologada pelo juiz
(inventario ou arrolamento); b) partilha em vida, por ato entre vivos ou ato de ultima
vontade, porém, não pode haver prejuízo à legítima dos herdeiros necessários.
Após o pagamento dos tributos, o juiz assinalará o prazo de 10 (dez) dias para que os
interessados formulem seus pedidos de quinhão (art. 1022). A partilha não observa apenas a
igualdade aritmética, mas também a comodidade, igualdade e a prevenção se litígios. Os
bens não passíveis de divisão serão vendidos em leilão ou praça.
O juiz, com base na partilha lançada nos autos, lavrará sentença homologatória que em
processo contencioso faz coisa julgada material (art. 1026). Quanto for um único herdeiro
a sentença será de adjudicação.
É o documento que será titulo hábil para transcrição dos imóveis no registro
imobiliário ou de titulo aquisitivo para os demais bens. É formado de peças obrigatórias
segundo o artigo 1027. Também se caracteriza como titulo executivo judicial e poderá ser
substituído por simples certidão conforme artigo 1027, parágrafo único.
11.7 – Arrolamento.
Também pode se adotar o rito do arrolamento em função do pequeno valor dos bens
mesmo quando não haja acordo entre os herdeiros ou estes sejam incapazes. Neste ultimo
caso a intervenção do M.P, é obrigatória. A escolha do inventariante obedecerá a ordem de
preferência. Os herdeiros serão citados (art. 999), todavia, se todos concordarem, a partilha
poderá ser julgada desde logo. A avaliação será necessário, na hipótese de impugnações.
11.8 – Lei 6.858/80.
11.9 – Sobrepartilha.
É uma nova partilha de bens pertencentes ao mesmo espolio, os quais, por qualquer
motivo foram excluídos do inventário, nos termos do artigo 1040 do CPC. Os bens
litigiosos são aqueles pertencentes ao espolio e que estavam envolvidos em disputa judicial.
Os de liquidação difícil são aqueles que se encontram em zonas remotas, longe da sede do
inventário.
Correrá nos próprios autos e observará os mesmos tramites do inventario ou
arrolamento.
Por fim, interessa ressaltar que nestes procedimentos não haverá condenação em verba
de sucumbência, tampouco, serão extintos por abandono dos interessados, cabendo ao juiz, se
for o caso, provocar a remoção do inventariante.
Assim é meio para que o terceiro que não é parte no processo, que sofre turbação ou
esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial (penhora, arresto, seqüestro,
alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha), possa desvincular o
patrimônio atingido.
12.1 – Requisitos.
Além dos casos previstos no artigo 1046, o artigo 1047 também enumera exemplos
especiais.
Especial atenção para o caso de cabimento dos embargos de terceiro em favor do
credor de crédito hipotecário. Este deverá ser intimado da penhora levada a efeito por credor
quirografário e não poderá impedir a arrematação, salvo se provar que o devedor possuía
outros bens livres. (STF).
12.2 – Procedimento.
A regra é a de que o terceiro não tenha participado da relação processual primitiva.
Exceção feita ao substituto processual, assistente, mulher casada.
A doutrina comenta com freqüências alguns casos como o da mulher casada,
promissário comprador anterior ao ato da penhora, independentemente de registro do contrato
(STJ) e sócios de pessoas jurídicas.
A legitimação passiva recairá sobre todos aqueles que foram parte no processo
originário. Nos processos de execução a legitimidade para figurar no pólo passivo poderá
recair sobre o credor ou devedor, dependendo de quem tenha realizado a nomeação do bem à
penhora.
A petição inicial obedecerá aos requisitos do artigo 1050;
O valor da causa é o bem; quando imóvel, vale a regra do artigo 259, VII.
São autuados em apenso;
Admitem liminar de manutenção ou reintegração de posse, mediante prestação
de caução;
Poderão ser parciais ou totais (ocasionando a suspensão do feito principal);
A jurisprudência admite a citação na pessoa do advogado;
Prazo para contestação: 10 dias
12.3 – Oportunidade.
13. HABILITAÇÃO.
O procedimento em questão disciplinado nos artigos 1055 a 1062 do CPC, tem por
objetivo permitir que os sucessores da parte falecida ingressem em juízo na condição de
substitutos processuais a fim de recomporem a relação processual afetada pela morte de
um dos sujeitos originais.
A substituição dependerá, sempre, da disponibilidade do direito material. Até que a
habilitação seja concluída, os autos principais ficarão suspensos.
13.1 – Legitimidade.
Segue-se a regra do artigo 1056; importante ressaltar que a habilitação não pode ser
iniciada ex officio pelo juiz. Qualquer processo admite habilitação; os terceiros intervenientes
também poderão ser substituídos, excetos o mero assistentes.
Por ser causa incidente, a competência para julgá-la é do juiz da causa original.
13.2 - Procedimento.
O procedimento pode ser tanto na forma de incidente (artigos 1057 e 1058) que é
contenciosos, julgado através de sentença, como na forma de habilitação direta nos próprios
autos (artigo 1060), independentemente de sentença, sendo mera decisão interlocutória.
Procedimento previsto para as hipóteses de extravio dos autos, pois, enquanto não
superado, ficará prejudicada a continuidade do feito. A lei ainda prevê, além da restauração, a
possibilidade de autos suplementares, de competência do escrivão (artigo 159).
Trata-se de procedimento contencioso, que somente é autorizado quando inexistem os
suplementares.
Seus principais objetivos são a pesquisa e definição do conteúdo dos diversos
documentos que compunham os autos originais. A sentença se limitará a declarar
restaurados os autos, não podendo se ocupar de qualquer assunto relativo ao mérito.
14.1 – Procedimento.
Com a sentença que julgarem restaurados, o processo principal terá continuidade nos
próprios autos da restauração, exceto se forem localizados os originais.
O culpado pelo extravio será condenado nas custas processuais e honorários
advocatícios.
16. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA.
Seguem a regra do artigo 2º do CPC, todavia, em diversos casos o juiz poderá agir de
ofício (alienação de bens depositados judicialmente, exibição de testamento, arrecadação de
bens da herança jacente). Entendem, alguns, não haver sequer contestação; todavia, a parte
contraria será citada para responder em 10 (dez) dias.
De acordo com os artigos 1113 a 1119, tal procedimento tem espaço nas seguintes
situações.
De função cautelar, quanto os bens constritos judicialmente correrem o risco
de deterioração, estiverem avariados ou exigirem grandes despesas para sua
guarda; (casos de penhora, arresto, seqüestro, busca e apreensão).
Como meio de resguardar interesses de incapazes;
Como meio de extinção de condomínio sobre coisas indivisíveis.
A alienação tanto poder ser na forma de incidente (alienação de bem do espolio para
pagamento de despesas do processo) ou como procedimento autônomo.
17.1 - Procedimento.
Os bens a serem alienados serão avaliados nos termos do artigo 1114. No caso de
imóvel de menor a avaliação não será dispensada. Se o lanço não alcançar pelo menos 80%
do valor da avaliação o bem ficará confiado a um depositário idôneo adiando-se o leilão por
prazo não superior a um ano. O leilão será único.
O valor obtido com a venda será depositado em banco oficial e sobre ele sub-
rogar-se-á os ônus ou responsabilidades a que estavam sujeitos os bens alienados.
Outros casos que alienação que se sujeitam a este procedimento podem ser vistos no
artigo 1117 do CPC.
No caso de bens indivisíveis em inventário, o procedimento em questão será
necessário, exceto quando adjudicado por inteiro por um herdeiro, devolvendo o excedente ou
quando adjudicado por dois herdeiros em condomínio.
Para ruptura da sociedade conjugal, prevê a lei civil dois mecanismos: separação
litigiosa (pelo rito ordinário) e a consensual, conforme o rito dos artigos 1120 a 1124 do
CPC.
O juiz apenas fiscaliza a regularidade do ajuste de vontade entre os consortes.
18.1 – Procedimento.
Único requisito é o de que o matrimonio date de mais de dois anos, segundo a Lei.
6.515/77, todavia, o NCC prevê um novo prazo, menor, de apenas um ano, aplicando-se aos
casamentos contraídos após a edição do novo diploma.
Deve ser pleiteado em conjunto por ambos os cônjuges em conjunto e a competência
é do foro da residência da mulher.
Os cônjuges comparecerão pessoalmente na presença do juiz e serão ouvidos sobre os
motivos da separação. O juiz poderá se recusar em reduzir a termo as declarações caso
constate certa hesitação dos cônjuges, marcando data a fim de que ponderem a respeito do
pretendido (art. 1122). Também poderá se recusar no caso não serem preservados os
interesses dos filhos. Também poderá se opor o Ministério Público.
A sentença de homologação será averbada à margem do assento de casamento e no
registro imobiliário no caso de partilha de bens imóveis.
Deve ser assinada por ambos os consortes. Deverão ser atendidos os requisitos do
artigo 1121, com especial atenção a sua nova redação dada pela lei 11.112/05.
Constará, ainda, o nome a ser adotado pela mulher após a separação. O direito a
alimentos pode não ser exercido pelos consortes.
O casal poderá requer ao juiz nos autos da separação a sua reconciliação, pois, a
sentença não põe fim ao vinculo matrimonial.
Marítimo: pode ser feito por quem estiver em viagem, a bordo de navio
nacional, perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma
que corresponda ao testamento público ou ao cerrado – artigo 1886 do NCC.
Aeronáutico: pode ser feito por quem estiver em viagem, a bordo de
aeronave, perante pessoa designada pelo comandante – artigo 1889 do NCC.
Militar: pode ser feito pelos militares e demais pessoas a serviço das Forças
Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça
sitiada, ou que esteja de comunicação interrompidas – artigo 1893 do NCC.
Neste procedimento especial o juiz não deve ingressar na discussão das clausulas do
testamento, no entanto, poderá negar o “cumpra-se”, caso verifique ausência dos
pressupostos mínimos de validade.
Lembrar da questão jurisprudência referente à abertura do testamento por particular ou
autoridade incompetente.
19.1 – Procedimento.
A lei exige que haja confirmação pelas testemunhas em juízo após a morte do testador
a fim de confirmar a espontaneidade do ato e das formalidades. É mais burocrático, pois,
assim evitam possíveis fraudes, ante a ausência de intervenção do notário.
A ouvida das testemunhas pode ser dispensada quando não houver contestação
quanto à autenticidade da declaração de ultima vontade ou quando se achar comprovada por
outros meios idôneos.
Para tanto faz-se necessário que concorram os pressupostos do artigo 1159 do CPC. Já
o foro competente é aquele do seu último domicilio; se incerto será o da situação dos bens.
As fases do procedimento dividem-se da seguinte forma:
1. Nomeação de curador ao ausente e arrecadação dos bens abandonados
2. Convocação do ausente por edital para retomar a posse dos bens.
3. Abertura da sucessão provisória em caso de não comparecimento.
4. Conversão em sucessão definitiva pela presunção da morte do ausente.
A morte, por si só, já é fato que transmite a herança aos sucessores do “de cujus’.
Assim, a herança jacente é a total ausência de herdeiro certo e determinado,
desconhecimento de sua existência ou renuncia. Assim, cabe a arrecadação dos bens e a
colocação dos mesmos sob a administração de um curador.
A finalidade deste procedimento é, pois, preparar a transferência do patrimônio ao
Poder Público.
21.1 – Competência.
21.2 – Legitimação.
21.3 – Procedimento.
Portaria baixada pelo juiz nomeando curador e designando data e hora para
diligência de arrecadação;
Juiz, curador e escrivão realizarão diligência lavrando-se auto
circunstanciado;
Possibilidade de deposito dos bens;
A presença dos membros do M.P. e da Fazenda não é imprescindível;
A arrecadação deve iniciar-se e concluir-se num único dia; caso contrário
ocorrerá o lacre da casa do morto para prosseguimento no dia seguinte;
Expedição de precatória.
Presença da autoridade policial, se necessária.
Convocação de duas testemunhas.
O juiz examinará pessoalmente os documentos arrecadados e quando sem
importância mandará empacota-los para futura entrega aos sucessores ou para
queima ao fim do procedimento.
Audiência de moradores, vizinhos e conhecidos do falecido.
Publicação dos editais de convocação dos sucessores por 03 (três) vezes, com
intervalo de 03 (trinta) dias a fim de que se habilitem no prazo de 06 (seis)
meses.
Cabimento de venda antecipada de bens nos termos do artigo 1155 do CPC,
com as ressalvas do artigo 1156.
21.4 – Administração.
21.5 – Habilitação.
Coisa vaga é a coisa perdida pelo dono e encontrado por outrem. O importante é
mencionar que a lei não impõe a perda da propriedade da coisa devendo, quem a localizou,
devolve-la ao legitimo proprietário ou, em ultimo caso, à autoridade competente do lugar,
cujo procedimento é disciplinado pelo CPC.
É de iniciativa do inventor (aquele que achou a coisa) e o juízo competente será o do
local da descoberta.
Tem cabimento apenas para os bens móveis ou aqueles que tenham sido deixados em
hotéis, oficinas, não sendo reclamados dentro de um mês.
22.1 – Procedimento.
A coisa será entregue em juízo ou à autoridade policial que lavrará o respectivo auto
de arrecadação onde constará a descrição da coisa e a circunstância em que foi achada, sendo
confiada a um depositário judicial.
Serão publicados editais por duas vezes no órgão oficial com intervalo de 10 (dez)
dias. A coisa deverá ser reclamada em 60 (sessenta) dias.
O juiz ouvirá o Ministério Público o representante da Fazenda.
O dono poderá recusar o recebimento, preferindo abandona-la. Assim o inventor
poderá requerer a adjudicação.
Não havendo reclamação, a coisa será avaliada e alienada em hasta publica; deduzidas
as despesas, o valor será repassado, na forma da lei à União, Estado, Município ou Distrito
Federal.
23.1 – Procedimento.
O estatuto poderá ser elaborado por terceiro ao invés do próprio instituidor. Quando
aquele não o fizer no prazo assinalado, caberá ao M.P. faze-lo, cabendo ao juiz a aprovação.
Os autos serão remetidos ao M.P e em seguida retornarão ao juiz para que o aprove
recomende correções ou ainda indefira-o através de sentença.
As alterações posteriores também se submeterão a aprovação do M.P. Quando a
reforma não houver sido votada por unanimidade, os componentes da minoria vencida serão
citados para impugnar o pedido de aprovação em 10 (dez) dias. Após a decisão do M.P.
haverá, ainda, possibilidade de discussão pelas vias ordinárias.
24. ESPECIALIZAÇÃO DE HIPOTECA LEGAL.
24.1 – Procedimento.