Relatório Final Escolar Professores - Elisangela

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO ESPECÍFICO ESCOLAR

1. APRESENTAÇAO

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO

Área de Concentração: Educação

Carga Horária em campo: 25 horas

Carga Horária em supervisão: 15 horas

Supervisor: Ângela Catuta Ferreira Ebner CRP: 06/120237

1.2 DADOS DO ESTAGIÁRIO (A)

Nome: Elisangela Gonçalves das Neves Miranda

Registro Acadêmico: 2019195936 Ano: 4° Período: 8°

E-mail: elisangeladas@gmail.com

1.3 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE

Nome da Instituição: E.E Abílio Manoel

Ramo da Atividade: Educação

Endereço Completo: Praça Valencio de Barros, 186

Cidade: Bebedouro CEP: 14700-009

Telefone/FAX: (17)33421498

Nome da pessoa responsável e sua função (diretor/coordenador/outros):

Andrea Cristine Mesquita Bergamasco Thomé – Diretora

2. INTRODUÇÃO

O estágio realizado na escola, trouxe de certa forma um alinhamento e


aprofundamento do papel do psicólogo escolar, pois através deste conseguimos
entender os mais diversos papeis que ali são esperados e também requeridos e nos
quais de acordo com Andaló (1984) existe uma controversa a respeito da atuação
profissional dentro desse campo em razão ao fato de a psicologia escolar ser
considerada acessória dentro do ramo da psicologia, e assim sendo vista como
secundaria ou mesmo supérflua. Uma visão simplista que a denota não requerendo
muito preparo, nem experiência profissional. Por diversas vezes sendo pouco
valorizada, até mesmo dispensável, haja vista a inexistência de serviços até então,
como um campo novo que surge e precisa de respaldo científico e prático para se
consolidar enquanto os de Orientação educacional e Supervisão escolar são
previstos e regulamentados por lei já algum tempo. Essa concepção, que nos parece
bastante falha e inadequada, talvez proceda do fato de que, historicamente, a área
escolar tenha-se descrito como um desmembramento da área clínica, o que gerou a
visão de uma Psicologia Escolar clínica. E dentro desse ambiente o profissional
somente atuaria tratando os “alunos problemas” de forma clínica, os devolvendo
para a sala de aula de forma restabelecido e adaptado as normas escolares.

Uma outra possibilidade que nos parece mais apropriada e que não descarta,
pelo contrário, se aperfeiçoa das contribuições da Psicologia clínica e da Psicologia
acadêmica, seria o psicólogo escolar como agente de mudanças dentro da
instituição-escola, onde atua como um elemento catalizador de reflexões, um
conscientizador dos papéis representados pelos vários grupos que compõem a
instituição. E nessa visão, diferente da que foi colocada de inicio neste texto, o
psicólogo deve ser um profissional experimentado, com preparo global e variado,
uma vez que a Psicologia escolar é então encarada como uma área de intersecção
entre a Psicologia clínica e a Psicologia organizacional, por trabalhar e lidar com
uma instituição social múltipla, hierarquizada, rígida à mudança e que reflete a
organização social como um todo. Nessa perspectiva é importante considerar o
indivíduo sem perder de vista, entretanto, sua inserção no contexto mais amplo da
organização (PATTO,1981).

Devido ao pedido anterior da instituição, para que fosse trabalhado no estágio questões emocionais e de saúde com os professores,

pois este se apresentavam queixoso e sobrecarregados pela atuação dentro e fora da instituição, reverberou o que foi descrito acima, as várias

contribuições do psicólogo escolar, não só com olhar voltado para os alunos, mas também um olhar de forma global dando relevância para saúde

mental do professor organização do conhecimento, bem como a saúde do profissional e como está pode impactar a educação e as relações de

trabalho que permeia o construção do saber dos alunos, as transformações sociais, as reformas educacionais e os modelos pedagógicos

derivados das condições de trabalho dos professores provocaram mudanças na profissão docente. De acordo com Gasparini, Barreto e Assunção

(2005), nos anos 60 a maior parte dos trabalhadores do ensino desfrutavam de uma compatível tranquilidade material, de estabilidade no emprego

e certa consideração social. Porém com as mudanças sociais, as evoluções tecnológicas, a expansão das demandas da população, bem como o

crescimento dos serviços como a educação pública, o papel do professor na atualidade ultrapassou a mediação do conhecimento do aluno,
ampliando a atribuição profissional para além da sala de aula, além de ensinar, o professor deve participar da gestão e do planejamento

escolares, o que significa uma dedicação mais ampla, a qual se estende às famílias e à comunidade.

A escassa existência de educação continuada que os capacite a “nova” demanda educacional ou o elevado número de alunos por

turmas, a infraestrutura física imprópria, a falta de trabalhos pedagógicos em equipe; a indiferença da família em acompanhar a trajetória escolar

de seus filhos; a indisciplina cada vez maior; a depreciação profissional e os baixos salários. Torna notório os sentimentos de desilusão, de

frustação com a profissão, evidenciando a vulnerabilidade dos profissionais para o adoecimento mental, bem como estresse, ansiedade, cansaço

mental, irritabilidade ou mesmo burnout, e de acordo com Gasparini, Barreto e Assunção (2005 apud Codo, 1999), que ao estudar quase 39 mil

trabalhadores em educação, identificou que 32% dos indivíduos apresentavam baixo envolvimento com a tarefa, 25% se deparavam com

exaustão emocional e 11% com quadro de despersonalização, seguindo para 48% da população estudada apresentava burnout, o autor elucida

que o trabalho do professor não se restringe ao exercício de sua função dentro da sala de aula, exige atualização, e muitas tarefas são realizadas

fora da sala de aula e, frequentemente fora da escola, estendendo a jornada de trabalho.

Outro fator relevante que tem agravado o adoecimento mental dos professores e que explica os números de ansiedade, esgotamento

mental, estresse, humor prejudicado etc., é advindo da recente situação de pandemia mundial que atravessamos a pouco mais de um ano, dos

quais têm impactando toda a sociedade, não obstante um cenário atípico e ano de mudanças trágicas no qual fomos forçados a fazer um

distanciamento social, no qual nos cercou de medo e incertezas, e mudou a forma de fazer e pensar educação e todas as mais variadas

práticas antes rotineiras, aulas on-line, ou educação virtual um novo normal se instalava e junto com ele todos os agravantes, assim medidas

foram tomadas pelo o Conselho Nacional de Educação (CNE), que visava continuar os processos educativos para fins de cumprimento da carga

horária mínima anual proposta e homologado pelo MEC com o fundamento de organizar e orientar as atividades pedagógicas em tempos de

educação remota, e que segundo com Santos, (2020) o ensino remoto deixou seus traços para o bem e para o mal, ao mesmo tempo em que

propiciou encontros afetuosos e boas dinâmicas, rotinas de estudos, encontros com as turmas também causou modelos massivos, sobrecarga,

exaustão física e mental dos professores e alunos, adoecimentos físicos e mentais que já dão seus sinais na sociedade.

No intuito de atender as perspectivas de um modelo econômico competitivo, professores são subordinados a constante pressão para

manter desempenho, e assim estar disponível para atender demandas que vão além da sua carga horaria e da descrição da sua função, exerce

excessos de atividades, e que acabam por invadir sua vida familiar e social, através de prazos e metas a serem alcançadas, e o resultados são

em sua maioria o adoecimento mental, e é nesse sentido que o psicólogo pode contribuir de forma a minimizar o sofrimento psíquico. De forma

que propicie lugar de escuta e acolhimento, fazendo um trabalho como agente de mudança diante do ambiente escolar e que segundo Patto

(1981), se configura como novas formas de ser fazer psicologia escolar, uma visão não mais restrita da clínica porém com várias de suas

contribuições a fim de acolher e validar os sentimentos dos profissionais da educação, que por vezes tem sido negligenciado e velado no

ambiente de trabalho.

Tornando este espaço um ambiente de trocas de reflexões acerca das preocupações que em algum lugar se mistura com as dos

colegas de trabalho, temas que podem ser trabalhados de forma causar empatia entre eles, e que possam se identificarem no mesmo sofrimento,

melhorando também as relações interpessoais. Percebe-se que o papel do psicólogo na escola poderá trazer ao professor uma visão mais

acolhedora a suas limitações bem como uma perspectiva otimista da realidade e assim resgatar o seu bom desempenho mantendo sua influência
positiva no aprendizado do aluno e no ambiente escolar como um todo. O psicólogo escolar poderá contribuir a harmonizar a dinâmica escolar e

criar uma rede de apoio e dar mais suporte emocional e autonomia aos professores, ao trabalhar em grupo pode se falar sobre; adoecimento

emocional, ansiedade, estresse, esgotamento bem como acolhimento dos sentimentos, como autocuidado, atividades relaxantes, momento de

descontrações a fim de propiciar reflexões acerca do sentido de vida e das motivações pessoais acerca da função do trabalho na vida de cada

indivíduo (COSTA; BARBOSA; CARRARO, 2014).

3. OBJETIVO GERAL

Conhecer o papel do psicólogo escolar na prática, e a partir das demandas trazidas pela direção, coordenação e professores, analisar

como seriam feitas as intervenções juntamente com a supervisora do estágio.

Objetivos específicos

Levantar os principais temas que seriam discutidos nos encontros e o modo que deveríamos abordar aquele público-alvo específico,

prezando sempre pela prevenção de problemas relacionados a saúde mental.

4. METODOLOGIA

O estágio foi realizado em uma escola estadual, nosso público foi professores e coordenadores atuantes no ensino Fundamental e

ensino Médio em regime de ensino Integral, totalizando 28 professores, as salas aonde ocorriam os encontros possui retroprojetor, lousa branca,

equipamentos de áudio e vídeo, computador. É um colégio histórico que existe desde 1912, época que dividiam os blocos de meninas e de

meninos. Além disso, é considerada a melhor escola pública da cidade.

Iniciamos o estágio, no período da tarde e como já havíamos planejado o encontro propomos no primeiro contato seria necessário

criarmos um vínculo com os professores e por este motivo, fizemos uma dinâmica de apresentação com o intuito deles nos conhecerem melhor,

nós (as estagiárias) os conhecermos e deixar como reflexão sobre o que era saúde mental e o quantos cada um realmente se conhecia.

No primeiro encontro iniciamos, nos apresentamos para o grupo, explicamos quanto tempo ficaríamos juntos, falamos um pouco sobre

nosso curso e o propósito do estágio, após isso, propomos a seguinte dinâmica. Entregamos um post-it para cada professor e eles deveriam

escrever seu nome, o porquê escolheu sua profissão, uma característica que gosta em si, uma característica que não gosta em si, e uma

realização pessoal que almeja fazer. Demos um prazo de 10 minutos para pensarem e executarem, quando todos terminaram, pedimos para que

cada um falasse sobre o que escreveram. Além disso, pedimos para que escrevessem no post-it assuntos que gostariam que fosse abordado ao

decorrer dos encontros, e para esta dinâmica nos preparamos em supervisão e pesquisamos metodologias a serem executadas.

O segundo encontro preparamos uma roda de conversa sobre o tema pandemia e as dificuldades de voltar para as aulas presencial,

bem como foi para cada um passar por esse período de isolamento, e tudo que a pandemia trazia naquele momento, realizamos o acolhimento

inicial, perguntamos como foi o retorno as aulas presenciais, sempre interagindo a sanar e acolher as diversas falas trazidas, abrimos para

comentários e finalizamos com a validação dos sentimentos, a fim de reforçar sobre a importância de se acolher e validar os sentimentos que
surgem, e também serem rede de apoio para os colegas de profissão. Para este encontro nos preparamos previamente, discutimos os temas que

seriam abordados, estudamos sobre o assunto, ademais, discutimos a preparação e os resultados com nossa supervisora.

No terceiro encontro, abordamos o tema Emoções. Demos início com uma dinâmica, e para isso, pedimos que escrevessem no post-it

uma emoção ruim ou que não goste de sentir, uma emoção boa ou que goste de sentir, escrever também sobre um desejo, sonho ou realização.

Após isso, foi passado um vídeo sobre as emoções e então aberto para discussão acerca do tema, sobre o papel escrito sobre as emoções ruim

pedimos para que rasgassem e jogassem fora, de forma a sentir o sentimento e assim não o negar, porem deixar passar, e as emoções boas bem

como os desejos, sonhos e realizações pedimos para que guardassem e local de fácil visualização, para que todos os dias entrassem em contato,

como forma de olhar para si mesmo.

No quarto encontro, trouxemos o tema disparador vulnerabilidade, perguntamos para todos o que eles pensavam ou entendiam sobre

a palavra e logo após passamos um vídeo Ted Talks da Brené Brown sobre o poder da vulnerabilidade, que durou 30 minutos, após o vídeo

fizemos uma discussão sobre o vídeo e como este está presente no nosso cotidiano.

O quinto e sexto encontro foi cancelado sem muita antecedência devido naquele horário os professores teriam que fazer uma

capacitação para na outra semana fazer uma avaliação que é requerida dos profissionais daquela instituição, a avaliação se chama 360 e tem

como proposito avaliar o sistema de ensino, avaliar o desempenho dos alunos, bem como avaliar também cada professor, necessitando que o

professor avalie seu colega de trabalho e também se auto avalie, através de pontos que são registrados em uma plataforma para que

todos vejam.

O sétimo encontro, abordamos um tema muito pedido por eles, sobre ansiedade, a princípio trouxemos uma dinâmica, na qual

pedimos pra que eles escrevessem em um papel todas as instruções que daríamos, más que era necessário que prestassem muita atenção, pois

ganhavam que terminasse primeiro, a primeira instrução era que escrevessem seu nome, e só dessem inicio assim que fosse passado todas as

instruções, a sequência era essa, porém ao final da instrução era só pra escrever o nome, revelando assim como somos ansiosos e não

esperamos o tempo necessário para executar as demandas. Logo após passamos slides abordando o que é ansiedade, ansiedade normal e

patológica, técnicas para aliviar ansiedade, os que fazer em caso de ansiedade patológica e alguns dados relevantes como; o Brasil ser o país

mais ansioso do mundo, e após abrimos para discussão e perguntas sobre o tema.

O oitavo encontro não aconteceu, devido naquela semana não haver aula na rede estadual.

No nono encontro iniciamos com o tema luto também outro tema muito requisitado, antes mesmo enviamos mensagem pelo WhatsApp

para todos, que o tema a ser falado seria sobre o lute e que ficassem a vontade para participar, iniciamos com uma pergunta disparadora “você

está preparado para morrer hoje?” em seguida distribuímos lenços de papel, e então iniciamos com um vídeo da Netflix “Se algo acontecer te

Amo” logo em seguida passamos slide sobre o Luto, que abordava o que é o luto, as fases do luto, luto complicado, a importância dos rituais, os

que fazer diante do enlutado e terminamos com o poema de Mário Quintana – A rua dos cataventos.

Na decima e última visita na escola foi realizada a devolutiva com a vice-diretora e coordenador, embora tivéssemos preparado a

finalização do encontro, ao chegar na escola soubemos que não haveria o encontro, pois a escola havia sido requisitada para a eleição

presidencial, e esqueceram de nos avisar, deixamos então com vice diretora um bombom com uma mensagem para ser entregue aos professores

e coordenadores como despedida do estágio. Agradecemos a ela pela oportunidade de realizarmos o estágio na escola, pela recepção e
acolhimento que tiveram conosco durante a realização, bem como o suporte dado durante cada visita na instituição. Além disso, apontamos

algumas percepções que tivemos e sugestões a serem trabalhadas no ambiente escolar.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

eles trouxeram muitas falas diversas, bem como angustias, perda de pessoas importantes, insegurança diante de não haver vacina, ou bem como

diante do cenário de aulas remotas, cobrança excessiva para que dessem andamento nas atividades, frustação com o desinteresse da maioria

dos alunos, autocobrança, cuidados para não contrair a covid -10, insegurança financeira, ansiedade, ademais aparecem falas ambíguas, pois

alguns apreciaram esse momento de isolamento por estar próximo dos filhos recém nascidos e assim conseguir participar do desenvolvimento e

acompanhar um período essencial para a criação, bem como outras falas de estar próximo dos familiares como um período prazeroso e de

conexão.

Ao abordarmos o tema bullying em sala de aula, os alunos se queixaram de situações recorrentes de agressão verbal, como apelidos,

“brincadeiras” maldosas e constrangimentos constantes, essa queixa também foi exposta pela direção da escola e a falta de respeito entre pares e

entre a relação aluno-professor foi algo que chamou a atenção das estagiárias. Os alunos estavam pouco participativos durante as aulas por

receio de ganharem apelidos ou serem motivos de gozação dos colegas. Tal situação corrobora a afirmação de Olwels (2013 apud OLIVEIRA et

al, 2021) em relação ao constante desequilíbrio de poder entre os envolvidos, o que prejudica o desenvolvimento, a saúde e a aprendizagem dos

alunos.

Durante a exposição sobre este tema (bullying) vimos a necessidade deles refletirem sobre como o fenômeno está presente no

cotidiano podendo ser explicito ou de maneira velada. A dinâmica que propusemos consistia que voluntários encenassem situações de exclusão,

violência verbal e preconceito para, a partir disso, refletirem acerca desta problemática. Alguns alunos relataram que sofreram preconceito,

exclusão e outros disseram que já praticaram como forma de externalizar situações de violência que vivenciaram. Por conta disso, conversamos

sobre os diferentes papeis dentro desta problemática, como a vítima, a necessidade de olharmos para a situação em que está o agressor, pois

este pode ser alguém que foi violentado socialmente, e a potencialidade do espectador de sair desta posição passiva para um agente que

intervém e não permite que atitudes agressivas se repitam. Percebemos que este foi um assunto que precisa ser trabalhado com mais frequência

dentro da sala de aula, pois os alunos apresentam comportamentos considerados agressivos, vexatórios e impacientes.

Pelo fato de deixarmos abertos para os alunos, no início do estágio, temas que eles gostariam de conhecerem, algo nos chamou a

atenção, a maioria destes jovens pediram para falarmos sobre a depressão. A adolescência (período do desenvolvimento que se encontram) tem

como característica a busca pela identidade e independência. Entretanto, pode existir intercorrências nesse período como insatisfação pessoal,

baixa autoestima, conflito com os pais e rejeição, o que pode levar ao desenvolvimento desse transtorno mental. Durante nosso encontro,

achamos necessário abordar sobre como a depressão se manifesta e a necessidade de buscar ajuda e possuírem uma rede de apoio, isto é,

pessoas que podem confiar, diante de uma situação desafiadora como esta. Mostramos como é uma doença séria e que pode agravar para

quadros de automutilação até chegar ao suicídio.


Durante o estágio, tivemos casos que chamaram nossa atenção devido a comportamentos antissociais e que poderiam colocar em

risco a vida de algumas alunas. Estas relataram que vivem quadros de automutilação e demonstram não ter vontade de viver, problemas

familiares ficam bem evidentes e a necessidade de apoio psicológico de profissionais capacitados é algo que se mostrou presente. O baixo apoio

familiar e a qualidade do ambiente escolar afetam no desenvolvimento funcional ou disfuncional do indivíduo, o que vai de encontro com a teoria

de Queen et al. (2012 apud COSTA, MATOS e COSTA, 2018).

O estereótipo da saúde mental na adolescência é um problema de cunho social que precisa ser revertido, pois a procura de serviços

de saúde para este público é muito baixa, sendo mais uma vez, a escola como dispositivo de propagação de informação e acolhimento dessas

questões. Durante nosso último encontro na escola propomos para os alunos, a empatia, gentileza e promoção de saúde mental, visto que, nos

deparamos com alto nível de sofrimento psíquico, indo de encontro com a afirmação de Rossi et al. (2019 apud SOUZA, 2021).

Além disso, presenciamos dificuldades de relacionamento entre eles. Uma relação grupal problemática pode acarretar problemas de

desenvolvimento e relacionamentos na idade adulta, do mesmo modo, que um relacionamento funcional pode promover autonomia, a

compreensão de seu papel social e adquirir mecanismos para lidar com as frustações da vida, toda essa relação abordada em uma pesquisa de

Lira, Cerqueira e Gomes (2016) foi observada no contexto escolar.

Por meio desse estágio, foi possível compreender a importância e a relevância do psicólogo escolar. Conforme reforça Andaló (1984),

o psicólogo escolar tem um papel essencial, sendo considerado agente de mudança. A escola por ser um local de desenvolvimento etário,

cognitivo e emocional, contém muitas questões que precisam ser trabalhadas por este profissional, sempre atendando-se para não reduzir o

psicólogo em uma perspectiva clínica. Diante disso, podemos destacar como essencial um diagnóstico da escolar, que possibilite o levantamento

das queixas existentes. O trabalho precisa ser realizado em conjunto envolvendo discentes, docentes, direção e toda a equipe.

Após a pandemia e com o retorno das atividades presenciais, foi trazido para nós várias dificuldades, como condutas de

comportamento consideradas inadequadas para a realidade da escola, como uso excessivo de celular, conversas entre os alunos que atrapalham

a didática do professor, a jornada exaustiva de atividades, insegurança, entre outras. A escola também deve ser considerada um ambiente de

proteção para os alunos que não possuem uma base familiar de apoio. Para isso é preciso entender singularidades de cada individuo que ali se

encontra. O fato de cada sala possuir 38 alunos, dificulta exponencialmente um trabalho mais individualizado de professores. Para isso, deveriam

existir políticas publicas que investissem na educação como forma de promover o desenvolvimento social.

Ademais, observamos uma sobrecarga vinda do corpo docente e de toda a equipe que trabalha no local. Alguns relataram jornadas

exaustivas, baixo reconhecimento, e necessidade de produzir cada vez mais, o que resulta na impossibilidade de interação social, pouco tempo

para lazer e períodos de descanso quase inexistentes. Logo, isso a longo prazo pode acarretar problemas de saúde física e mental graves,

aproximando do que nomeamos como Síndrome de Burnout. Com os profissionais que ali atuam é evidente que necessitam de capacitações para

liderarem com questões além da teoria, que os alunos trazem para a sala de aula, isso deve ser abarcado dentro dos cursos de graduação e

oferecidos como capacitação durante o exercício profissional. Com isso, é preciso voltar atenção para esses profissionais, promover uma rotina

menos exaustiva que possibilite a prática de lazer, atividade física e momentos com a família.

Assim sendo, a grande quantidade de queixas durante nosso período na escola deve ser interpretada como uma carência de atenção

política e social para este ambiente. Desse modo, o psicólogo pode ser entendido como um catalisador de reflexões que engloba os papeis e
princípios norteadores, como já aponta Andaló (1984), de modo a atingir uma política educacional mais igualitária, saudável, promotora de

desenvolvimento e de relações sociais.

6. CONCLUSÃO

Ao decorrer do estágio, compreendemos melhor como funciona o trabalho do psicólogo Escolar, como este através das suas

contribuições busca impactar de forma positiva a Educação, e os mais diversos papéis que o psicólogo pode atuar diante das problemáticas

escolares.

A proximidade com a instituição educacional trouxe de forma tangível a importância do Psicólogo como parte da equipe escolar e como

este pode trabalhar assertivamente para promover o desenvolvimento do indivíduo dentro das relações escolares, de forma a unir a escola, alunos

e país, para maior efetividade do desenvolvimento e autonomia do aluno como cidadão participativo na construção do conhecimento.

Foi possível colocar em prática os diversos conhecimentos adquirido durante o curso, conhecimentos que corrobora para o arcabouço

do Profissional que de antemão nos tornaremos, conhecimentos como: técnicas de observação, entrevistas, postura ética, o papel do psicólogo

escolar, desenvolvimento cognitivo, favorecendo a compreensão dos diversos desafios nas diferentes fases da vida do adolescente, também foi

possível assimilar a dinâmica escolar, as questões sociais e familiares e como essas entrelaçam o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

Evidenciou-se a importância das relações dentro da instituição escolar, bem como questões: de bullying, depressão, ansiedade,

agressividade, regulação emocional, relações interpessoais e como estas impactam o desenvolvimento escolar, desvelando a importância de

como essas estão intrinsicamente ligadas a aprendizagem dos alunos, e como a escola pode ser fator de proteção diante das dificuldades

emocionais dos alunos.

Desse modo, o estágio escolar foi imprescindível para favorecer nosso conhecimento acerca do papel do psicólogo e as mais diversas

contribuições que este pode promover dentro do ambiente escolar, não de forma meramente clínica uma visão cristalizada, e sim de acordo com

Andaló (1984), que o psicólogo possa mudar esta visão com suas várias possibilidades de atuação dentro do ambiente escolar.

7. REFERÊNCIAS

ANDALÓ, C.S.A. O papel do psicólogo escolar. Psic. cienc. prof, Brasília, v. 4, n.1, p. 43-46, 1984.

PATTO, H. S. - Introdução à Psicologia escolar. São Paulo. Queiroz Ed. 1981.

GASPARINI, Sandra Maria; BARRETO, Sandhi Maria; ASSUNÇÃO, Ada Ávila (ed.). O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua
saúde. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 189-199, maio 2005. Mensal. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ep/a/GdZKH9CHs99Qd3vzY5zfmnw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 31 out. 2022.

SANTOS, Edméa O. Saberes da Docência Online: dialogando com a epistemologia da prática e com os saberes dos professores-tutores da
UERJ-CEDERJ. In: MILL, Daniel; MACIEL, Cristiano. (orgs.). Educação a distância: elementos para pensar o ensinoaprendizagem
contemporâneo. Cuiabá: EdUFMT, 2013. p. 125-144. Disponível em
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/view/51026/34672> Acesso em:
31 de out. 2022.
COSTA, Marlucia Silva Garcia Antunes; BARBOSA, Nathalia Dornelas; CARRARO, Patricia Rossi. A importância do trabalho do psicólogo escolar aos
docentes em escolas públicas. Revista Eixo, Brasilia, v. 3, n. 2, p. 74-80, dez. 2014. Mensal. Disponível em:
http://revistaeixo.ifb.edu.br/index.php/RevistaEixo/article/view/146/118. Acesso em: 31 out. 2022.

8. ASSINATURA DO ESTAGIÁRIO E DATA DE ENTREGA DO RELATÓRIO:

_________________________________________

ELISANGELA GONÇALVES DAS NEVES MIRANDA

2019195936

Data: _____/_____/_____
FICHA DE AVALIAÇÃO DO ESTAGIÁRIO
ESTÁGIO: Específico - Escolar

ÁREA: Educação

PERÍODO: 7° ANO: 4°

Psicólogo/Supervisor Responsável: Ângela Catuta Ferreira Ebner

CRP Nº: 06/120237

ESTAGIÁRIO: Elisangela Gonçalves das Neves Miranda RA: 2019195936

PARÂMETROS

Critérios eliminatórios – A nota do item será considerada “zero” caso se enquadre em um ou mais dos pontos abaixo:

□ ITEM B: O relatório final não apresenta os itens básicos de conteúdo (Introdução; Resultados e Discussão; Conclusão; citação de literatura científica

concernente ao tema);
□ ITEM B: O relatório não segue os itens básicos de citação e referência (não cita e/ou referencia obras);
□ ITEM B: O relatório apresenta plágio de artigos da internet sem a devida citação e referenciação;
□ ITEM A e B: Os dados dos relatórios parciais são plagiados ou falsos.
□ ITENS A, B e C: O relatório não contém todos os relatórios parciais (exceto anotações de sessão) previstos, e/ou o estagiário não realizou todas as visitas e

atividades previstas (sem justificativa na legislação).


Somente preencher os itens classificatórios abaixo caso o estagiário não se enquadre nos pontos descritos acima.
ITEM A - Atividade Prática de Estágio / Supervisão

INTEGRALIDADE RESPOSTA NOTA

Atuação Prática (Vale 1,0) O aluno deverá:


Ser capaz de observação e uso adequado das técnicas psicológicas previstas, dentro das normas

éticas;
Realizar um planejamento adequado de suas atividades de estágio;

Aplicação das propostas discutidas em supervisão;

Postura profissional (Vale 0,5) O aluno deverá:
Ter Postura (profissional e ética) e roupas adequadas;

Manter bom relacionamento com profissionais do local de estágio;

Participação, conhecimentos, análise crítica e (Vale 2,5) O aluno deverá:
articulação teórico-prática Participar das discussões em supervisão;

Buscar leituras discuti-las ir criticamente durante a supervisão, relacionando-as a pratica (relação

teórico-prática);
Relatar detalhadamente as situações ocorridas em seu lugar de estágio, prezando pela

compreensão do supervisor e dos colegas;
Escuta atentamente a exposição dos colegas, contribuindo com comentários relevantes e

comparações com sua experiência;
Trazer propostas de atuação no campo.

VALOR TOTAL DO
NOTA TOTAL DO ALUNO NO ITEM A =
ITEM A = 4,0

ITEM B - Relatórios e Atividades Documentais

INTEGRALIDADE RESPOSTA NOTA

Conhecimentos, análise crítica e articulação (Vale 4,0) O aluno deverá:


teórico-prática Ser proativo na busca, realização e discussão nos relatórios parciais (quando solicitado) e finais de

leituras relativas ao estágio;
Ser capaz de discutir criticamente as referências sugeridas e buscadas proativamente, nos

relatórios parciais (quando solicitado) e finais.
Relacionar os conceitos teóricos às atividades práticas desenvolvidas, nos relatórios parciais

(quando solicitado) e finais.

INTELIGIBILIDADE RESPOSTA NOTA


Relatórios (parciais e finais) (Vale 1,0) O aluno deverá:
Utilizar-se de organização, estrutura, conteúdo, clareza conceitual e linguagem apropriada;

Respeitar os modelos de relatórios fornecidos e as orientações do supervisor;

Seguir as normas da ABNT;

Conseguir descrever e discutir a prática de estágio de forma apropriada, relacionando-a com

referências teóricas adequadas;

VALOR TOTAL DO
NOTA TOTAL DO ALUNO NO ITEM B =
ITEM B = 5,0

ITEM C – Itens Gerais

Frequência e Pontualidade (Vale 0,5) O aluno deverá:


Faltar o mínimo, somente em motivos justificados pela legislação, sempre comunicadas ao

supervisor e ao campo de estágio o mais cedo possível;
Desmarque de sessão (estágios clínicos) receberão advertência;

Ser pontual em todas as atividades de estágio. No campo de estágio, comparecer com 15 minutos

de antecedência.

Cumprimento dos Prazos (Vale 0,5) O aluno deverá:


Seguir o cronograma estabelecido para as atividades, respeitando as normas do local de estágio;

Entregar os documentos no prazo (em relatórios parciais, entregar na supervisão que segue a data

de sua realização).

VALOR TOTAL DO
NOTA TOTAL DO ALUNO NO ITEM C =
ITEM C = 1,0

SOMA TOTAL DOS ITENS (A+B+C) =

CONCEITO FINAL =

Data OCORRÊNCAS E OBSERVAÇÕES:

Parecer Final: ____________________________


Total de horas: ___________________________
Conceito Final: _________ (0 a 10) Data: ___/___/___
____________________________ _______________________________

Elisangela G. das Neves Miranda Angela Catuta Ferreira Ebner Supervisora de Estágio

CRP: 06/120237

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