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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA DA FAMÍLIA E DAS

SUCESSÕES DA COMARCA DE XXXXXX ESTADO DO XXXXXXX.

Distribuição por dependência ao processo nº XXXXXXXXXXXX


ISABEL, nacionalidade, estado civil, administrador, portador da cédula de identidade nº
XXXXXXX SDS/XX e inscrito no CPF/MF sob o nº XXXXX (doc. 01), com endereço à Rua
XXXXXX, nº XX, XXXX, XXXXXX/XX, CEP XX.XXX.XXX-XX, com e-mail XXXX, vem,
respeitosamente, perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado e regularmente
constituído, conforme instrumento procurató rio anexado (doc. 02), estabelecido
profissionalmente à Rua XXXXXXX, nº XXXXXXX, sala XXXXX, Bairro XXXXXX, XXXXX/XX,
CEP XXXXXXXX, onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, com e-mail XXXXX, opor os
presentes

EMBARGOS DE TERCEIRO
Em face de EUGÊNIO, representado por sua mã e, ISABEL, por se tratar de menor
absolutamente incapaz, devidamente qualificada nos autos de Cumprimento de Sentença
sob nº xxxxxxxxxxxx, pelos fatos e fundamentos jurídicos abaixo aduzidos.

DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA


Inicialmente, requer os benefícios da justiça gratuita, em razã o de nã o possuir recursos
suficientes para arcar com as custas e despesas processuais, haja vista expressa previsã o
no Có digo de Processo Civil, se nã o vejamos:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorá rios advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
Impende salientar, ainda, que nã o há nenhuma incoerência em requerer o benefício
proveniente da justiça gratuita e constituir Advogado, uma vez que nã o há presunçã o da
condiçã o financeira da Parte Autora pelo mero pagamento de honorá rios advocatícios
indispensá veis para o exercício, in casu, do acesso à justiça. Nesse sentido já havia
jurisprudência consolidada e, mais recentemente, Lei Federal autorizadora, para sanar
eventuais dú vidas. Citamos:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
[...]
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular nã o impede a concessã o de
gratuidade da justiça.
É importante frisar que o mesmo artigo citado anteriormente traz expressa previsã o
quanto a declaraçã o de insuficiência de recurso que presta a pessoa natural, se nã o
vejamos:
§ 3o Presume-se verdadeira a alegaçã o de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
Destarte, pelas razõ es fá ticas e jurídicas trazidas preliminarmente, requer a concessã o da
gratuidade da justiça por uma questã o de democratizaçã o do efetivo acesso à justiça e
obediência a disposiçõ es legais expressas no ordenamento jurídico vigente.
Em reuniã o no escritó rio, Rosa explicou que ela e seu marido encontram-se em profunda
dificuldade financeira, pois toda a safra da qual retiram o sustento da terra havia sido
consumida pelo fogo, possivelmente causado por grileiros que invadiram a mata nativa
vizinha de sua propriedade.
Chegou, inclusive, a registrar um boletim de ocorrência, e a situaçã o foi noticiada nas
mídias regionais. Rosa informa, ainda, que nã o possui condiçõ es financeiras de arcar com
as custas do processo, já que todo o rendimento de sua família é retirado da atividade rural
daquela propriedade

I. FATOS
Reginaldo, responsabilizado a pagar alimentos gravídicos a Isabel, posteriormente
convertidos em pensã o alimentícia ao filho do casal, foi intimado para efetuar o pagamento,
mas restou inerte, tendo o Juízo decretado a sua prisã o. E mesmo assim, Reginaldo nã o
realizou o pagamento da dívida, razã o pela qual o Juízo da execuçã o determinou a penhora
da propriedade rural em que ele reside com sua mulher, Isabel.
Reginaldo foi intimado da decisã o que penhorou o imó vel e se manteve inerte, pois sabia
que aquele imó vel era do pai de Isabel, tendo ela adquirido a propriedade por herança, há
nove anos aproximadamente, quando o seu sogro faleceu. Ou seja, tomou ciência da
intimaçã o e nada fez a respeito, simplesmente.
Em prosseguimento, realizou-se a avaliaçã o do imó vel, no valor equivalente a R$
300.000,00 (trezentos mil reais) e, ante o silêncio de Reginaldo, o Juízo determinou que o
imó vel fosse levado a leilã o, sendo Reginaldo devidamente intimado e, por mais uma vez,
nada fez a respeito.
Realizado o leilã o, o bem foi arrematado, ficando apenas pendente de assinatura a carta de
arremataçã o do imó vel.
Envolvida nessa situaçã o, Isabel, que é casada com Reginaldo em regime de comunhã o
parcial de bens há quase 30 (trinta) anos, só tomou conhecimento de que a sua casa seria
leiloada à s vésperas da hasta/leilã o, razã o pela qual procurou orientaçã o jurídica ante a
emergência da situaçã o.
Em reuniã o no escritó rio, Isabel explicou que ela e seu marido encontram-se em profunda
dificuldade financeira, pois toda a safra da qual retiram o sustento da terra havia sido
consumida pelo fogo, possivelmente causado por grileiros que invadiram a mata nativa
vizinha de sua propriedade.
Chegou, inclusive, a registrar um boletim de ocorrência, e a situaçã o foi noticiada nas
mídias regionais. Rosa informa, ainda, que nã o possui condiçõ es financeiras de arcar com
as custas do processo, já que todo o rendimento de sua família é retirado da atividade rural
daquela propriedade.

II. FUNDAMENTOS JURÍDICOS


O cabimento em razã o de o imó vel ter sido penhorado em um processo do qual ela nã o faz
parte (açã o de alimentos), conforme menciona no art. 674:
Art. 674. Quem, nã o sendo parte no processo, sofrer constriçã o ou ameaça de constriçã o
sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo,
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibiçã o por meio de embargos de terceiro.
É princípio geral de direito que a penhora deva recair tã o somente em bens do Executado,
ou seja, daquele contra quem a sentença ou obrigaçã o é exequível, devendo ser respeitados,
portanto, os direitos de propriedade ou posse de outrem. A propriedade do Embargante
resta devidamente comprovada pelos documentos juntados.
Em consonâ ncia com o acatado, os art. 674 e seguintes do Có digo de Processo Civil deferem
tutela por meio dos embargos de terceiro à quele que, nã o sendo parte no processo, sofrer
constriçã o ou ameaça de constriçã o sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo.
Com base no art. 681, CPC/15 o cancelamento da constriçã o judicial indevida, que foi
decretada na fase executiva da açã o de alimentos de que ela nã o é parte.
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constriçã o judicial indevida será cancelado, com
o reconhecimento do domínio, da manutençã o da posse ou da reintegraçã o definitiva do
bem ou do direito ao embargante.
É importante destacar que este MM. Juízo recentemente julgou procedentes dois embargos
de terceiro que buscavam a liberaçã o da constriçã o que recaía sobre as salas ___ e ___ do
mesmo edifício empresarial (Edifício___), em dois casos idênticos ao presente, nos quais a
Fazenda Nacional concordou com os pedidos formulados pelos Embargantes, conforme
documentos XX e XX, có pias das respectivas sentenças. Tais embargos tramitam sob os
respectivos nú meros ___ e ___.
No caso exposto, nã o se aplica o disposto no art. 843, do CPC/15, mencionado na parte final
do art. 674, § 2º, I, do CPC/15, porque o imó vel é exclusivo da Autora, pois foi recebido por
herança, nos termos dos arts. 1.658 e 1.659, I, do CC/02, conforme mencionado abaixo:
Art. 1.658. No regime de comunhã o parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao
casal, na constâ ncia do casamento, com as exceçõ es dos artigos seguintes.
É cabível mencionar que a Embargada nã o possui responsabilidade patrimonial secundá ria
pela dívida, pois a dívida que originou a penhora nã o beneficiou o casal, nã o se aplicando o
art. 790, IV, do CPC/15, conforme mencionado abaixo:
Art. 790. Sã o sujeitos à execuçã o os bens:
IV - do cô njuge ou companheiro, nos casos em que seus bens pró prios ou de sua meaçã o
respondem pela dívida;
Estã o presentes os requisitos para a suspensã o da penhora conforme o art. 678, caput,
CPC/15, mas que a cauçã o mencionada no art. 678, pará grafo ú nico, do CPC/15, deve ser
dispensada, em razã o da hipossuficiência, conforme citado abaixo:
Código de Processo Civil.

Art. 678. A decisã o que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse


determinará a suspensã o das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos
embargos, bem como a manutençã o ou a reintegraçã o provisó ria da posse, se o embargante
a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutençã o ou de reintegraçã o
provisó ria de posse à prestaçã o de cauçã o pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da
parte economicamente hipossuficiente.

III. PEDIDOS
Diante do exposto, requer o Embargante à V. Exa. que admita os presentes embargos de
terceiro para o fim de:
a) Requer-se a concessã o da liminar para suspender a constriçã o do imó vel,
independentemente de cauçã o, conforme art. 678, caput, CPC/15; a concessã o da
gratuidade de justiça, conforme art. 98, CPC/15;
b) Requer-se a citaçã o do embargado, na pessoa de seu advogado, conforme art. 677,
pará grafo 3º, CPC/15 para apresentar Contestaçã o, conforme art. 679, CPC/15;
c) Reque-se a procedência dos Embargos para o cancelamento da constriçã o, conforme art.
681, CPC/15;
d) Reque-se a condenaçã o do embragado em honorá rios advocatícios, custas e despesas
processuais, conforme arts. 82, pará grafos 2º, e 85, CPC/15.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,
principalmente documental e testemunhal, que ficam desde já requeridos, ainda que nã o
especificados. Opta o Embargante pela nã o realizaçã o de audiência de conciliaçã o ou de
mediaçã o.
Declara o advogado do Embargante serem autênticas todas as có pias neste ato juntadas,
podendo exibir as originais em audiência oportuna, em caso de impugnaçã o.
Dá -se à causa o valor de R$ XXXXX, que é o valor da avaliaçã o do imó vel objeto do presente
embargo, de acordo com a avaliaçã o realizada pelo Oficial de Justiça Avaliador nos autos da
Execuçã o Fiscal nº XXXX (conforme doc. XX). O documento XX, por fim, é o comprovante de
pagamento das custas processuais, conforme art. 292, inciso II, CPC/15.
Nestes termos, pede deferimento.
LOCAL E DATA
ASSINATURA DO ADVOGADO
ASSINADO DIGITALMENTE
OAB/XX XXXXXXX
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***Leia também***
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• Modelo de peça: Ação de Alimentos Gravídicos C/C Alimentos Provisórios
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