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Fundamentos Historicos Da Enfermagem IIII
Fundamentos Historicos Da Enfermagem IIII
Unidade III
7 O PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE)
São bases legais para implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a Lei
nº 7.498/86, o Decreto-lei nº 94.406/87, a Resolução Cofen nº 311/06 – Código de Ética, a Resolução
Cofen nº 159/93 – Consulta de Enfermagem, a Resolução Cofen nº 267/01 – Home Care e a Resolução
Cofen nº 272/02 – Etapas da SAE.
Na Resolução Cofen nº 358/2009 se estabelece uma distinção entre SAE e PE: a SAE organiza o
trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização
do PE, que por sua vez é entendido como uma ferramenta metodológica que orienta o cuidado
profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional.
Mais recentemente, o processo tem sido definido como uma forma sistemática e dinâmica de
prestar cuidados de enfermagem, que são realizados por meio de cinco etapas interligadas: avaliação,
diagnóstico, planejamento, implementação e evolução (POKORSKI, 2009).
• O conceito de saúde refere-se ao bem-estar da pessoa quando a enfermagem ocorre, o que pode
ser medido do alto nível de bem-estar à doença terminal.
O desenvolvimento do PE deve ser sistemático, considerando cada uma das fases, sem
possibilidade de pular nenhuma. As decisões são tomadas para otimizar a obtenção de resultados
positivos a longo prazo.
Dinâmico é outra característica do PE, uma vez que a cada fase devem se avaliar os resultados
alcançados e se refazer a prescrição com os novos dados.
O PE deve também ser humanizado, pois é necessário que leve em conta os interesses, valores e
desejos do cliente, seja ele paciente, seja família ou comunidade. Não é possível desvincular o corpo da
mente e do espírito de uma pessoa; portanto, em um tratamento é preciso considerar o todo.
Por fim, o PE é orientado para a resolução de problemas, planejado para manter o foco na determinação
da obtenção ou não dos melhores resultados.
Saiba mais
Como método de trabalho, o diagnóstico de enfermagem pode ser definido como o julgamento
clínico sobre as respostas humanas reais ou potenciais apresentadas por indivíduos, famílias e
comunidades a problemas de saúde ou processos de vida. Seu objetivo é de fornecer a base para
a seleção de intervenções para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Dado
que se refere às respostas humanas, é válido afirmar que os diagnósticos de enfermagem dizem
respeito à maneira como indivíduos, famílias e comunidades reagem a situações ou ao significado
que atribuem a determinados eventos. É o foco de interesse da Enfermagem na saúde das pessoas
que a diferencia, dentre outras coisas, das demais profissões da área da saúde, compete aqui a
teoria de Enfermagem a ser adotada. Cabe sempre a busca de novos dados que estejam faltando
sobre o paciente, a família ou a comunidade, permitindo a inferência de um diagnóstico, ou mesmo
de uma hipótese diagnóstica e, ao final desse processo, a confirmação ou não das hipóteses. Esse
tipo de pensamento é solitário e requer racionalidade, reflexão, intenção, apresentando, portanto,
similaridade com as etapas do método científico, conhecimento científico e experiência clínica
(TANNURE; PINHEIRO, 2010).
Observação
O raciocínio diagnóstico no enfermeiro inexperiente é do tipo indutivo, pois ele ainda não reúne
tempo de experiência clínica que lhe permite o raciocínio dedutivo encontrado nos enfermeiros
com mais experiência clínica e de evidência ao seu aparecimento na dada situação clínica. Para
comunicar as decisões sobre os diagnósticos de enfermagem (produto) do indivíduo, da família ou
da comunidade, é importante que se utilize um sistema de linguagem padronizada. Há sistemas de
linguagem específicos da Enfermagem, como a Classificação de Diagnósticos da Nanda-I, o Cipe,
o Sistema Omaha e o Sistema de Classificação de Cuidados Clínicos de Sabba. Também existem
sistemas de classificação que podem ser compartilhados com outros profissionais da saúde, como é
o caso da Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF) e a Classificação Internacional
de Atenção Primária (Ciap).
Na fase de levantamento de problemas, podemos obter problemas colaborativos, que são condições
identificadas por outros profissionais da saúde que geram cuidados de enfermagem (ações): cirurgias,
exames, medicamentos.
Com os dados obtidos, podem-se utilizar classificações disponíveis, como a da North American
Nursing Diagnosis Association (Nanda), internacional (usada nos Estados Unidos e no Canadá), conhecida
como Diagnóstico de Enfermagem (DE). Outras classificações, também internacionais, são a Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem (Cipe), do Conselho Internacional de Enfermagem (CIE), e
a do Association of periOperative Registered Nurses (AORN), a Classificação Perioperative Nursing Data
Set (PNDS) (também dos Estados Unidos).
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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DE ENFERMAGEM
O processo diagnóstico inclui coleta de dados, composta de exame físico e entrevista. Esses
dados devem ser interpretados por comparação com padrão de normalidade, identificados os dados
significativos, sendo alterações, condições de risco e bem-estar. A técnica de agrupamento dos dados que
se combinam por similaridade é denominação do agrupamento que facilita a elaboração da prescrição.
E por fim, é feita a elaboração de uma hipótese que, por comparação com a classificação, pode ser
confirmada ou alterada.
Para cada resultado esperado, o enfermeiro deverá propor intervenções de enfermagem e prescrever
ações de enfermagem que visem reduzir ou eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico,
promover níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e/ou monitorar o estado de saúde atual
ou o surgimento de problemas. Da mesma forma como ocorre para os diagnósticos de enfermagem e
os resultados, para selecionar as intervenções e atividades de enfermagem o enfermeiro poderá utilizar
um sistema de linguagem padronizada, como a Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) e a
Cipe, que são as mais utilizadas em nosso meio.
termos do eixo de ações que podem ser utilizados para construir a intervenção de enfermagem
ou utilizar conceitos pre-determinados de intervenções presentes nesse sistema de classificação.
Lembrete
Existem diversos modos de sistematizar a assistência de enfermagem, dentre as quais podemos citar
os planos de cuidados, os protocolos, a padronização de procedimentos e o PE. Trata-se de diferentes
formas de se desenvolver a assistência, ou seja, diversos métodos podem ser utilizados para se solucionar
uma dada situação, em um dado contexto, em um determinado tempo, com a finalidade de produzir
resultados positivos para a saúde das pessoas que cuidamos.
Essas modalidades de agir não são excludentes e têm naturezas distintas. O PE envolve uma
sequência de etapas específicas (obtenção de informações multidimensionais sobre o estado de
saúde, identificação das condições que requerem intervenções de enfermagem, planejamento
das intervenções necessárias, implementação e avaliação das ações), com a finalidade de prestar
atendimento profissional ao cliente, seja ele indivíduo, seja família ou comunidade, de forma
a considerar suas singularidades e de modo ampliado. Requer bases teóricas do campo da
Enfermagem e de fora dela. Podemos dizer que se trata da expressão do método clínico na nossa
profissão (CARVALHO; BIANCHINI, 2009).
A anotação ou registro das fases do PE é obrigatória, podendo se dar por prontuário eletrônico
do paciente. Quando este não se encontra disponível, o registro deve ser impresso, datado,
identificado com a categoria do profissional e número do Coren e assinado. Caso a instituição
adote as classificações NNN, é atividade privativa do enfermeiro avaliar os resultados utilizando
os indicadores de resultado da classificação NOC, uma vez que essa análise exige raciocínio e
julgamento clínico (GEORGE, 2000).
O significado atribuído ao PE e o modo como ele é aplicado à prática profissional são dinâmicos,
modificando-se ao longo do tempo e de acordo com os diferentes cenários da prática assistencial.
Assim, podem ser identificadas gerações distintas do PE, cada uma delas influenciada pelo estágio do
conhecimento e pelas forças atuantes que lhe são contemporâneos.
Para Alafaro-Lefevre (2005), o PE existe para evitar a doença e promover, manter e recuperar a
saúde, maximizar a sensação de bem-estar e a capacidade de funcionamento nos papéis desejados,
proporcionar cuidados eficientes e de custo baixo, que atendam aos desejos e às necessidades
individuais e encontrar maneiras de melhorar a satisfação do consumidor em relação à prestação dos
cuidados de saúde.
Saiba mais
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Unidade III
8 FASES DO PROCESSO
Lembrete
As fases ou etapas do PE devem se inter-relacionar, uma vez que são dependentes entre si.
Observação
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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DE ENFERMAGEM
No PE, os princípios éticos estão presentes e devem ser respeitados. Considera-se a autonomia como
o direito de tomar as decisões baseada em seus valores e crenças; os benefícios com o objetivo de evitar
danos e fazer o bem para o paciente; a justiça no tratamento igualitário e justo; a fidelidade, propondo
tratamento com soluções possíveis; a veracidade, apresentando sempre a verdade para o paciente,
família e colegas; a confidencialidade, respeitando a privacidade do paciente e das informações que
foram passadas; e a responsabilidade, considerando sempre a importância da coleta de dados, das
decisões de julgamento e das propostas de intervenções.
O processo de coleta, agrupamento, verificação e comunicação dos dados sobre um cliente tem
o propósito de estabelecer dados sobre o nível de saúde/doença e identificar práticas de saúde que
determinem a história da doença, expectativas e objetivos.
A coleta pode levar em consideração os métodos utilizados e envolve órgãos de sentindo para
inspeção, ausculta, palpação e percussão. A coleta de dados deve ser contínua, progressiva, sistematizada
e embasada em um referencial filosófico de Enfermagem. A informação obtida deve ser ampla, fidedigna
e pertinente, devendo levar em conta as especificidades do cliente e do contexto no qual desenvolve a
prática de Enfermagem. É necessário também conhecer hábitos individuais que facilitem a adaptação
do paciente à unidade e ao tratamento e identificar os problemas passíveis de serem abordados nas
intervenções de Enfermagem.
Uma vez realizada a investigação (coleta de dados) e processadas as cinco atividades-chave, segue
a etapa da interpretação (análise e síntese) para a emissão de um julgamento (opinião), formulando o
diagnóstico de enfermagem (DE) e/ou do problema colaborativo (CP).
A coleta de dados, embora descrita como a primeira etapa do PE, ocorre continuamente. Trata-se da
etapa em que o enfermeiro obtém dados subjetivos e objetivos das pessoas de quem cuida, de forma
deliberada e sistemática. A coleta de dados deliberada tem propósito e direção e está baseada:
• no claro conceito das informações necessárias para que o enfermeiro cumpra seu papel;
Uma abordagem sistemática significa que a coleta de dados é organizada e tem uma sequência
lógica de perguntas e observações.
Como regra geral, a avaliação é realizada na admissão da pessoa no serviço de saúde, em hospital,
ambulatório, instituição de longa permanência ou outros. Todavia, a depender do estado de saúde da
pessoa, não é possível completar a avaliação num único momento. Para coletar dados, o enfermeiro
necessita de um instrumento de coleta que sirva de guia e que reflita a pessoa a ser cuidada e o
ambiente onde o cuidado é prestado.
Ao examinar, o enfermeiro deve demonstrar interesse genuíno pela pessoa que está sendo examinada
e demais atributos referidos na arte do cuidado, como o desvelo e a compaixão. Deve realizar o seu
julgamento clínico sem juízo de valor, respeitando a cultura, a condição social, a orientação sexual,
o gênero, a idade e o momento enfrentado pela pessoa. Neste contexto, para se tornar um bom
diagnosticador, é necessário tempo, experiência clínica, estudo contínuo, humildade e confirmação dos
dados de partida com os colegas e a pessoa sob os cuidados, ou mesmo familiares.
Em termos da natureza do dado a ser coletado, é importante que o enfermeiro tenha clareza de que
os dados são probabilísticos. Isso quer dizer que eles não são indicadores perfeitos ou exatos do estado
de saúde ou do problema apresentado pela pessoa. Nesse contexto, a qualidade da informação, mais
do que a quantidade, é importante para o julgamento diagnóstico. Outro aspecto importante durante a
coleta de dados é que o enfermeiro deve estar preocupado em conhecer a história pregressa e atual de
saúde da pessoa. Isso inclui estado de saúde, pontos fortes ou respostas a problemas reais ou potenciais.
A história pregressa é importante, porque pode servir como uma linha de base para a interpretação
da história atual. Mas, como distinguir os dados que pertencem à história pregressa e à história atual? De
fato, os dados que se referem à história pregressa são aqueles que pertencem ao passado e descrevem
como determinados dados costumavam se apresentar. Por exemplo, ao perguntar à pessoa como é o seu
padrão de eliminação vesical, o enfermeiro está interessado em conhecer como esse padrão costumava
ser. Por sua vez, os dados que pertencem à história atual se referem a como a pessoa está neste momento
e, portanto, auxiliam na determinação de alterações agudas ou graduais. Em síntese, a coleta de dados é
uma etapa essencial do PE. A validade, a confiabilidade e a relevância dos dados poderão ser determinantes
para a acurácia (precisão) dos diagnósticos de enfermagem e definir o sucesso das etapas diagnóstico, de
planejamento, de implementação e de resultados. É a partir da investigação que podemos: ter acesso de
forma rápida às informações sobre o indivíduo que está sob os cuidados de enfermagem; auditar a prática
de enfermagem e com isso identificar os acertos e erros no processo, qualificando a assistência prestada;
e pesquisar em enfermagem, pois há qualidade e quantidade nos dados descritos. É o meio de comunicar
as informações sobre o paciente/cliente aos outros profissionais da saúde.
Exemplo de aplicação
A coleta de dados é um processo contínuo com início quando se encontra o paciente pela primeira
vez e termina na alta. Reflita sobre as possibilidades de coleta dos dados.
Pode ser descrito como a determinação do que pode ser feito para ajudar o cliente/paciente.
Envolve metas e objetivos, o julgamento de prioridades e o desenvolvimento de métodos para a
solução de problemas reais ou potenciais. O estabelecimento de metas e objetivos derivam dos DE
e são estabelecidos para cada um dos diagnósticos listados. O Plano é um documento redigido para
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Unidade III
As metas podem ser pertinentes à reabilitação, à prevenção, à capacidade do cliente para adaptar‑se
aos estressores, entre outras. Os objetivos são determinados pelas metas e devem ser declarados em
termos de comportamentos observáveis, que referem-se às atividades psicológicas, fisiológicas, sociais,
culturais, intelectuais ou outras, cujas respostas possam ser observadas.
É importante ressaltar que o planejamento dever ser descrito em frases, levando em consideração
as metas e objetivos, e estas frases devem conter um realizador (o cliente), um realizado (a ação) e uma
mudança de comportamento a ser atingida (o objetivo). O Plano de Cuidados de Enfermagem lida com
problemas (DE) reais ou potenciais. As ações são baseadas em princípios científicos e em teorias de
Enfermagem. Essa etapa envolve diferentes atores, como a pessoa sob os cuidados de enfermagem e os
procedimentos necessários para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da sua saúde, além
do local onde o cuidado ocorrerá.
A família ou pessoa significativa, a minutos., a equipe de saúde e os serviços disponíveis para que
o cuidado aconteça também estão inseridos nesse processo de planejamento. Pode ser compreendido
por meio de seus componentes, isto é, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem prioritários,
a formulação de metas ou estabelecimento de resultados esperados e a prescrição das ações de
enfermagem, que serão executadas na fase de implementação. A priorização dos diagnósticos de
enfermagem pode ser realizada segundo sua importância vital, em problemas urgentes (aqueles que
não podem esperar e demandam atenção imediata), problemas que devem ser controlados para que
o indivíduo, a família ou a comunidade progridam e, por fim, problemas que podem ser adiados sem
comprometer a saúde daqueles que estão sob os cuidados do enfermeiro. Além disso, a priorização dos
diagnósticos também deverá levar em conta o conhecimento científico e as habilidades do enfermeiro
e da sua equipe, a aceitação da pessoa ao cuidado e os recursos humanos e materiais disponíveis no
ambiente onde o cuidado será oferecido.
É a etapa na qual é feita uma avaliação das prioridades dos problemas levantados na etapa do
diagnóstico para, então, nortear o enfermeiro na elaboração do Plano de Cuidados diário (ou prescrição
de enfermagem).
4. Planejar as ações necessárias para a realização do cuidado: qual deve ser iniciada?
Nesta etapa, é importante a equipe desenvolver suas ações de forma ética e profissional, coerente
com a missão e valores declarados na instituição para a condução do trabalho da Enfermagem.
8.3 Implementação
A implementação refere-se às ações iniciadas para a obtenção das metas e objetivos definidos. Em
outras palavras, é a prestação dos cuidados de enfermagem. É colocar em ação o plano de cuidados
previamente definido e prescrito.
A fase de implementação engloba todas as ações de enfermagem dirigidas à resolução dos problemas
e às necessidades de assistência de saúde do cliente/paciente. As ações de enfermagem podem ser
realizadas pela enfermeira que desenvolveu o planejamento, por outras enfermeiras, por auxiliares e
técnicos de Enfermagem e ainda pelo paciente e/ou sua família.
8.4 Avaliação
A avaliação pode ser de estrutura, processo ou resultado. A avaliação de estrutura refere-se aos
recursos materiais humanos e financeiros, que garantem um mínimo de qualidade à assistência. A de
processo inclui o julgamento do cuidado prestado pela equipe e a de resultado diz respeito à satisfação
da pessoa durante e após o cuidado; busca-se verificar a mudança no comportamento e no estado
de saúde da pessoa a partir da assistência prestada. Na avaliação/evolução, as seguintes perguntas
devem ser feitas: os resultados esperados foram alcançados? Os indicadores se modificaram? Se
não, por quê? Nessa análise, vários fatores devem ser considerados: o diagnóstico de partida era
acurado? As intervenções/atividades de enfermagem foram apropriadas para modificar os fatores que
contribuem para a existência do diagnóstico? As intervenções/atividades alteraram as manifestações
do diagnóstico? Assim, a avaliação/evolução exige a revisão do plano de cuidados no que concerne
aos diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e alcançados e as intervenções/atividades
de enfermagem implementadas.
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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DE ENFERMAGEM
Didaticamente, o PE está dividido em fases que representam decisões importantes para o cuidado
do indivíduo, da família ou da comunidade, as quais devem estar baseadas em teorias ou modelos
conceituais da própria Enfermagem ou de outras ciências. Frequentemente, não apenas estudantes de
Enfermagem, mas também enfermeiros, até mesmo aqueles com vários anos de experiência profissional,
têm dificuldade em distinguir adequadamente anotação e evolução de enfermagem.
A anotação de enfermagem tem por finalidade registrar informações sobre a assistência prestada
a fim de comunicá-las aos membros da equipe de saúde e é realizada por todos os membros da
minutos.. Do ponto de vista legal, somente o que foi registrado pode ser considerado como executado,
portanto, no seu conteúdo devem constar todos os cuidados realizados. Pode ser feito de forma
gráfica (por exemplo, sinais vitais), sinal gráfico (checar ou circular) ou descritivo. Deve-se evitar
redundância, isto é, registrar o mesmo dado na folha de registro de sinais vitais, por exemplo, e em
algum outro formulário.
Já a evolução de enfermagem é o registro feito pelo enfermeiro depois de avaliar o estado geral
do paciente frente aos cuidados prestados e resultados alcançados após um período preestabelecido.
Leva o enfermeiro a manter, modificar ou suspender cuidados prescritos. Geralmente é efetuada a
cada 24 horas ou quando ocorre modificação no estado do paciente. Pode ser feita a intervalos de
tempo menores em locais de assistência no qual o estado de saúde do paciente muda frequentemente,
como unidade de terapia intensiva, centro obstétrico e outros, ou a intervalos de tempo maiores (uma
semana, um mês ou mais) quando a assistência é realizada em ambulatórios e unidades básicas de
saúde. Em unidades de emergência e em outras nas quais a permanência do paciente no local é
curta, a evolução pode ser direcionada para os diagnósticos prioritários naquele momento ou para
procedimentos realizados. Há ainda a evolução feita no momento de transferência (condições do
paciente e no momento da transferência que devem ser validados pelo enfermeiro que recebe o paciente
em sua unidade), alta (condições físicas e emocionais, orientações, diagnósticos de enfermagem não
resolvidos e encaminhamentos) e óbito (condições que levaram ao óbito, procedimentos executados,
encaminhamento e destino do corpo, assistência e orientações prestadas aos familiares). O conceito
proposto de análise das respostas do paciente (diagnósticos), frente aos cuidados de enfermagem
prescritos em função dos resultados obtidos num prazo determinado, resume a proposta do diagnóstico
de enfermagem. Para a avaliação dos resultados, utilizam-se descritores de avaliação, que podem
ser subjetivos: ausente, presente, inicial (na admissão), mantido, melhorado, piorado, aumentado,
diminuído, estabilizado, transformado e resolvido.
Quanto às diferenças entre evolução e anotação de enfermagem, na anotação, os dados são brutos,
isto é, deve-se informar o que foi realizado ou observado, de forma objetiva, clara, sem analisar os
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Unidade III
dados, fazer interpretações ou julgamentos de valor. Por exemplo: “paciente comeu arroz e feijão, mas
recusou a carne e as verduras”, em vez de “paciente parece não gostar de carne e verduras”, ou “paciente
aceitou parcialmente a dieta”.
Já na evolução, os dados são analisados, ou seja, o enfermeiro procede à entrevista e ao exame físico
com o paciente, considera todas as anotações feitas pela equipe de Enfermagem e de saúde desde a
última avaliação realizada até aquele momento: fatos relevantes que ocorreram no período e resultados
de exames laboratoriais e outros dados, comparando o estado do paciente e dados anteriores com os
atuais. É importante salientar que para elaborar a evolução, quanto mais dados estiverem disponíveis,
mais acurada será a análise que poderá levar à modificação do planejamento da assistência (prescrição
e resultados esperados), e novos diagnósticos podem ser identificados. Portanto, é imprescindível que
para a tomada de decisão haja, além da análise do que ocorreu desde a última avaliação, inclusão dos
dados atuais, coletados naquele momento.
Concluindo, a evolução deve ser efetuada pelo enfermeiro; nela são utilizados dados analisados,
referentes a um período que inclui o momento atual, e consideram-se todas as fases do processo,
assim como o contexto, sendo ela executada de forma refletida. Vale lembrar que, além do conteúdo
do registro, seja uma anotação, seja uma evolução, problemas apontados pela literatura – tais como
falta de data, hora e identificação do profissional, bem como erros, uso de terminologia incorreta ou
jargões (encaminhado ao banho, paciente bem, sem queixas), rasuras, uso de corretor, letra ilegível,
uso de abreviaturas e siglas não padronizadas, espaços em branco, falta de sequência lógica – devem
ser evitados. Prescrições médicas ou de enfermagem não realizadas devem ser justificadas. O registro
deve ser claro, conciso e objetivo. Caso os eventos registrados tenham ocorrido ao longo do turno, em
diferentes horários, as anotações não devem ser efetuadas em um só momento. Por fim, quando a
instituição usa o prontuário eletrônico, é necessário usar a assinatura digital.
Resumo
Exercícios
A) Alternativa incorreta.
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Unidade III
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. (IF/TO, 2015) A determinação dos resultados que se espera alcançar e das ações ou
intervenções de enfermagem que são realizadas em face das respostas da pessoa, família ou coletividade
humana em um dado momento do processo saúde-doença representa qual etapa do Processo de
Enfermagem, descrita na Resolução Cofen nº 358/2009 que estabelece a Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE):
A) Implementação.
B) Planejamento de enfermagem.
C) Avaliação enfermagem.
E) Diagnóstico de enfermagem.
Figura 1
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Sites
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Exercícios
Unidade I – Questão 1: INSTITUTO AOCP. Concurso Técnico 2015: Técnico em Enfermagem. Questão 33.
Disponível em: <https://docplayer.com.br/47316312-Destaque-aqui.html>. Acesso em: 18 out. 2018.
Unidade I – Questão 2: IDHTEC. Prefeitura de Itaquitinga – PE 2016: Técnico em Enfermagem. Questão
30. Disponível em: <https://questoes.olhonavaga.com.br/questoes?id=621231>. Acesso em: 18 out. 2018.
108
Unidade II – Questão 1: MCO-UFBA/EBSERH/IADES. Concurso Público 2014: Enfermeiro assistencial.
Questão 29. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/38578/iades-
2014-ebserh-nivel-superior-enfermeiro-assistencial-prova.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018.
Unidade II – Questão 2: CETRO. Concurso público para provimento de cargos de enfermeiro 2014.
Questão 65. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/38461/fcc-
2014-tce-pi-enfermeiro-prova.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018.
Unidade III – Questão 1: FCC. Concurso público para provimento de cargos de analista judiciário 2014.
Questão 45. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/40490/fcc-
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Unidade III – Questão 2: IF/TO. Concurso público 2015: técnico-administrativo em Educação do Instituto.
Questão 40 Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/47582/if-to-
2015-if-to-enfermeiro-reaplicacao-prova.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018.
109
110
111
112
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000