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Tucci - Capítulo 16 - Controle de Enchentes
Tucci - Capítulo 16 - Controle de Enchentes
CONTROLE DE ENCHENTES
Carlos E. M. Tucci
16.1 Enchentes
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MEDIDAS EXTENSIVAS;
Cobertura vegetal Redução do pico de Impraticável pa- Pequenas bacias
cheia ra grandes áreas
MEDIDAS INTENSIVAS:
Melhoria do canal:
- Redução da Aumento da vazão Efeito localizado Pequenos rios
rugosidade por com pouco
desobstrução investimento
Reservatórios:
-Todos os Controle a jusante Localização Bacias
reserv atórios Difícil intermediárias
Mudança de Canal:
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cheia volume grafia
Reservatório
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Exemplo 16.2. Num trecho de rio com a seção composta semelhante a da figura
12.4 com largura total de 600 m, e largura do leito menor é igual a 45 m. A
profundidade do leito menor é de 4 m. Calcule as cotas da linha de água antes e
após a construção do dique. A declividade no rio é de 10 cm/km, a rugosidade do
leito menor 0,035 e a do leito maior O, I O. Considere os diques construÍdos a
uma distância de 30 m das margens e a rugosidade igual a do leito menor. A
vazão de projeto é de 273 m3/s. O trecho que deve ser protegido tem 10 km. A
jusante o rio tem seção aproximadamente retangular sem extravasamento e lar-
gura de 55m. Estima-se a cota de 6,8 m para a cheia natural no início do trecho
sem extravasamento (figura 16.8). Despreze a área entre o dique e a margem.
Controle de Enchentes 635
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SEÇÃO
Para a seção de um rio que escoa uma vazão Q, a cota resultante depende
da área da seção, da rugosidade, raio hidráulico e da declividade. Para
reduzir a cota devido a uma vazão pode-se atuar sobre as variáveis
mencionadas. Para que a modificação seja efetiva é necessário modificar estas
condições para o trecho que atua hidraulicamente sobre a área de interesse.
Aprofundando o canal, a linha de água é rebaixada evitando inundação, mas as
obras poderão envolver um trecho muito extenso para ser efetiva, o que
aumenta o custo (figura 16.lOa). A ampliação da seção de medição produz
redução da declividade da linha de água e redução de níveis para montante
(figura 16.10b). Estas obras devem ser examinadas quanto à alteração que
podem provocar na energia do rio e na estabilidade do leito. Os trechos de
montante e jusante das obras podem sofrer sedimentação ou erosão de acordo
com alteração produzida.
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Energia J;:létrica do Estado de São Paulo (DAEE), apresentou uma proposta para
os artigos da seção de Recursos Hídricos das Leis Orgânicas municipais do
referido Estado, onde o zoneamento era recomendado nos seguintes termos:
"Art. 2° Caberá ao município, no campo dos recursos hÍdricos:
IV - proceder ao zoneamento das áreas sujeitas a riscos de inundações
erosão e escorregamentos d() solo, estabelecendo restrições e proibições ao
uso, parcelamento e a edificação, nas áreas impr6prias ou críticas de forma a
preservar a segurança e a saúde pública".
O Water Resources Council (1971) definiu Zoneamento por: "Zoneamento
envolve a divisão de unidades governamentais em distritos e a regulamentação
dentro desses distritos de : a) usos de estruturas e da terra; b) altura e
volume das estruturas; c) o tamanho dos lotes e densidade de uso. As
características do Zoneamento, que o distingue de outros controles é que a
regulamentação varia de distrito para distrito. Por essa razão, o Zoneamento
pode ser usado, para estabelecer padrões especiais para uso da terra em áreas
sujeitas à inundação. A divisão em distritos de terras, através da comunidade
é usualmente baseada em planos globais de uso, que orientam o crescimento da
comunidade" .
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DEPOIS DO
DESENVOlVIM ENTO
ANTES DO DESENVOlVIM ENTO
Zona para passagem das enchentes: essa faixa do rio deve ficar desohstruída
para evitar danos de monta e represamentos. Nessa faixa não deve ser
permitida nenhuma nova construção e a Prefeitura poderá, paulatinamente,
relocar as habitações existentes.
Na construção de obras como rodovias e pontes deve ser verificado se as
mesmas produzem obstruções ao escoamento. Naquelas já existentes deve-se
calcular o efeito da obstrução e verificar as medidas que podem ser tomadas
para a correção. Não deve ser permitida a construção de aterro que obstrua o
escoamento. Essa área poderia ter seu uso destinado a agricultura ou outro
similar às condições da natureza. Adicionalmente, seria permitido a
instalação de linhas de transmissão e condutos hidráulicos.
Em algumas cidades poderão ser necessárias construções próximas aos
rios. Nessa circunstância, deve ser avaliado o efeito da obstrução e as obras
devem estar estruturalmente protegidas contra inundações.
Zona com restrições: Esta zona pode ser subdividida em subáreas, mas
essencialmente os seus usos podem ser: a) parques e atividades recreativas ou
esportivas cuja manutenção, após cada cheia, seja simples e de baixo custo.
Normalmente uma simples limpeza a reporá em condições de utilização, em curto
espaço de tempo; b) uso agrícola; c) habitação com mais de um piso, onde o
piso superior ficará situado, no mínimo, no nível do limite da enchente e
estruturalmente protegida contra enchentes (item seguinte); d) industrial-
comercial, com áreas de carregamento, estacionamento, áreas de armazenamento
648 Hidrologia
Zonas de baixo risco: nesta área, delimitada por cheia de baixa freqüência,
pode-se dispensar medidas individuais de proteção para as habitações, mas
orientar a população para a eventual possibilidade de enchente e dos meios de
proteger-se das perdas decorrentes, recomendando o uso de obras com, pelo
menos, dois pisos, onde o segundo pode ser usado nos períodos críticos.
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PROBLEMAS
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Tabela
Q(m3/s) 16.4.
(m) Vazões máximas da seção A
Q(m3/s)
Cota
N Cota (m)
na seção A
656 Hidrologia
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Rio nível
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Curvas
Figura 16.18.Problema 6.
Controle de Enchentes 657
REFERÊNCIAS
5- JAMES, L.D. 1972. Role of economics in planning flood plain land use.
Journal of the Hydraulics Division. American Society of Civil
Engineers. New York, v. 98, n.6, p. 981-92.
9- SIMONS, D.B. et alo 1977. Flood flows. stages and damages. Fort
Collins: Colorado State University.
lO-TASK, 1962. Guide for the development of flood plain regulation. Journal
of the Hydraulics Division. American Society of Civil Engineers. New
York, v.88, n.5, p.]3-119,Sept.