4° Simulado

Ordem dos Advogados do Brasil

1ª FASE DO 39º EXAME DE ORDEM

Tipo – GRAN

a F rova
SUA PROVA INFORMAÇÕES GERAIS

As questões objetivas têm cinco alternativas de Verifique se seu caderno está completo, sem repe-

GV
ba de p
resposta (A, B, C, D, E) e somente uma delas tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti-
está correta; fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que
sejam tomadas as devidas providências;
Além deste caderno de questões, contendo
setenta questões objetivas, você receberá do Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
ela to
Fiscal de Sala: nc número de inscrição e documento de identidade
e leia atentamente as instruções para preencher
o cartão-resposta das questões objetivas.
ma

o cartão-resposta;
Use somente caneta esferográfica, fabricada em
material transparente, com tinta preta ou azul;
ad o for

Assine seu nome apenas no(s) espaço(s)

reservado(s);
TEMPO
Confira sua cor e tipo do caderno de questões.
op
on

Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo

Você dispõe de 4h para a realização da prova, já
diferente do impresso em seu cartão-resposta,
incluído o tempo para a marcação do cartão-res-
o fiscal deve ser obrigatoriamente informado
ad

posta e preenchimento da folha de texto definitivo;

para o devido registro na Ata da Sala;
3 horas após o início da prova é possível retirar-se
lic

Reserve tempo suficiente para o preenchimento

se

da sala, sem levar o caderno de questões;

do seu material. O preenchimento é de sua res-
Faltando 30 minutos para o final da prova é ponsabilidade e não será permitida a troca do
ap
Ba

possível retirar-se da sala levando o caderno cartão-resposta ou folha de texto definitivo em

de questões. caso de erro;
Para fins de avaliação, serão levadas em considera-
ção apenas as marcações realizadas no cartão-
-resposta e na folha de texto definitivo;
Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e
NÃO SERÁ PERMITIDO
da saída de sanitários durante a realização
das provas.
Qualquer tipo de comunicação entre os candidatos
durante a aplicação da prova; Boa sorte!

Levantar da cadeira sem autorização do

Fiscal de Sala;
Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala.
 FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!

INSTRUÇÕES GERAIS

● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas.

● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente
a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe
apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito.
● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher
o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho
de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da
prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se
preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado.
– Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE):
marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo
designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder
a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste
estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa.
Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de
ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta
em caso de respostas erradas.
– Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha:
marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É
preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão
com respostas em branco.
● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um
e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura
Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem
exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno.
● Não serão realizadas correções individuais das provas discursivas.

Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail:

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Desejamos uma excelente prova!

 FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
20102023739

TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório

NUMERAÇÃO:
4º Simulado

NOME DO ÓRGÃO:
Ordem dos Advogados do Brasil
OAB

EXAME:
1ª Fase do 39º Exame da Ordem

MODELO/BANCA:
OAB/FGV

DATA DE APLICAÇÃO:
10/2023

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
10/2023

Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos de
impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Ética Profissional
Maria Christina
1 Amazonas. João, advogado e servidor público da União,
O escritório Souza Advogados Associados registrou sua
sede na subseção de Luziânia, seccional do estado de
Goiás. Com o crescimento no ramo, decidiu registrar
outra filial do escritório na subseção de Goiânia, sec-
cional do estado de Goiás. Diante dos fatos, assinale a
opção correta.
(A) É vedado o registro de sociedade de advogados na
mesma seccional.
(B) É vedado o registro de sociedade de advogados na
mesma subseção.
(C) Não há vedação no caso, pois foram registradas em
subseções diferentes.
(D) É vedado mais de um registro de sociedade de advo-
gados no território nacional.
2 João, integrante da Diretoria do Conselho da Seccional
João Almeida é advogado e possui uma sociedade sim-
ples denominada Almeida Advogados Associados regis-
trada perante junta comercial. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) As sociedades simples pressupõem a existência de
mais de um sócio.
(B) As sociedades individuais devem ser registradas nas
seccionais do local da sede, enquanto as sociedades
simples devem ser registradas na Junta Comercial.
(C) O nome da sociedade simples de advogados deve
conter o nome e/ou sobrenome de todos os sócios,
somado de uma expressão jurídica.
(D) O nome da sociedade de advogado pode conter
nome fantasia ao se apresentar ao público em geral.
3 do Pleno do Conselho Federal da OAB, resolveu se ma-
Bárbara Silva é advogada e Mariana Correia é empresá-
ria. Ambas se reuniram e abriram um escritório de advo-
cacia denominado Silva Consultoria Criminal. Diante dos
fatos, assinale a alternativa correta.
(A) Caso Bárbara seja aprovada no concurso para procurado-
ra federal, poderá continuar com o nome no escritório.
(B) Caso Mariana tome posse como governadora, deverá ser
retirada da sociedade em face de sua incompatibilidade.
(C) Mariana, sendo empresária, pode participar da so-
ciedade de advogados, desde que seu nome não
conste no nome da sociedade.
(D) Uma sociedade de advocacia não pode em hipótese
alguma ter como sócio alguém que não seja advoga-
do, tal como ocorre com Mariana.
4
João e Maria constituíram sociedade simples de advo-
gados com registro da sede na seccional do estado do
foi constituído como sócio administrador. Diante dos fa-
tos, assinale a opção correta.
(A) O sócio administrador da sociedade de advogados
não pode ser servidor público, independentemente
do regime de atuação.
(B) O sócio administrador da sociedade de advogados
pode ser servidor público desde que não esteja su-
jeito ao regime de dedicação exclusiva.
(C) O sócio administrador da sociedade de advogados
pode ser servidor público mesmo que sujeito ao re-
gime de dedicação exclusiva.
(D) Nenhum servidor público pode fazer parte de socie-
dade de advogados.
5
de determinado estado, procurou você para obter maior
conhecimento sobre as competências dos órgãos da
OAB. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) É competência da subseção a criação da Caixa de As-
sistência dos Advogados.
(B) É competência da subseção a intervenção na Caixa
de Assistência dos Advogados.
(C) É competência da subseção a fixação de tabela de
honorários.
(D) É competência da subseção instaurar e instruir os
processos administrativos disciplinares para julga-
mento pelo Tribunal de Ética e Disciplina.
6
A Ordem dos Advogados do Brasil, mediante reunião
nifestar sobre uma grave violação de direitos humanos
ocorrida no norte do país. Diante dos fatos, assinale a
opção correta.
(A) Não é competência do CFOAB manifestar sobre te-
mas ligados aos direitos humanos.
(B) É competência do CFOAB tão somente a manifesta-
ção sobre a defesa de prerrogativas da OAB.
(C) É competência do CFOAB manifestar sobre o Estado
democrático de direito, os direitos humanos, a pre-
servação da Constituição e da legislação e das prer-
rogativas dos Advogados.
(D) É competência do CFOAB manifestar apenas sobre
o Estado democrático de direito e das prerrogativas
dos Advogados.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
7 10
Sobre as competências dos órgãos da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, assinale a opção correta.
(A) É competência do Conselho Federal da OAB colabo-
rar com o aperfeiçoamento de cursos jurídicos.
(B) É competência do Conselho Federal da OAB julgar
em primeira instância os processos administrativos
disciplinares.
(C) É competência do Conselho Federal da OAB partici-
par da elaboração de concursos públicos em todas as
suas fases.
(D) É competência do Conselho Federal da OAB receber
pedidos de estagiários e advogados.
Direito Constitucional
8 Ana Paula Blazute
João, advogado e professor de Direito Previdenciário da
Universidade do Estado do Mato Grosso, procurou você
para sanar dúvidas com relação às regras de incompati-
bilidade e impedimento no exercício da advocacia. Dian-
te dos fatos, assinale a opção correta.
(A) João poderá advogar inclusive contra o estado do
Mato Grosso, ente que lhe remunera.
(B) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso por ser o ente que lhe remunera.
(C) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso em decorrência de sua incompatibilidade.
(D) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso em decorrência de seu impedimento.
Filosofia do Direito
Odair José
9 soberano, deve direcionar o Brasil nas relações interna-
Na obra “Ética a Nicômaco”, Aristóteles chama atenção
para uma outra forma de justiça, que ele não enquadra
nem na justiça distributiva nem na corretiva e que deno-
mina de reciprocidade. Essa forma de justiça se realiza
nas trocas de mercadoria.
Nos termos da obra em referência, trata-se de uma for-
ma de justiça que se realiza por
(A) equivalência.
(B) meritocracia.
(C) reparação.
(D) comutação.
Na Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen se refere a duas
formas de interpretação, denominadas por ele de inter-
pretação autêntica e interpretação cognoscitiva.
Sobre esse tema, nos termos da obra em referência, é
correto afirmar que a interpretação autêntica
(A) é o mesmo que interpretação legal, realizada pelo
produtor da norma.
(B) não é vinculativa, porque apenas oferece uma signi-
ficação à norma.
(C) é vinculativa da conduta para quem ela é destinada.
(D) é realizada pela ciência do direito.
11
Ana, Roberta e Luana debateram a respeito dos princí-
pios fundamentais que devem direcionar a República
Federativa do Brasil nas relações internacionais. Ana
defendia que um desses princípios é o da autodeter-
minação dos povos, indicativo de que o Brasil, mesmo
que divirja das leis locais que apregoem práticas discri-
minatórias, quaisquer que sejam elas, deve respeitar o
domínio reservado de natureza interna, sem formular
qualquer juízo de valor. Roberta ressaltava que as rela-
ções internacionais devem ser direcionadas pelo escalo-
namento dos Estados soberanos, conforme os paradig-
mas sociais e econômicos adotados pelo Brasil. Luana,
por sua vez, ressaltou que a concessão de asilo político,
ainda que caminhe em norte contrário aos balizamen-
tos estabelecidos pela ordem jurídica de outro Estado
cionais. O professor Clovis, ao analisar as afirmações de
suas alunas, concluiu, corretamente, à luz da Constitui-
ção da República de 1988, que
(A) todas estão certas.
(B) somente Ana está certa.
(C) somente Luana está certa.
(D) somente Ana e Roberta estão certas.
12
Raimundo, condenado à pena privativa de liberdade,
foi mantido em regime prisional mais gravoso. Seu ad-
vogado, Ramiro, sabe que tal situação violou a Súmula
Vinculante n. 56, a qual afirma: “A falta de estabeleci-
mento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso.” Assim, a
ação cabível quando há violação à Súmula Vinculante é:
(A) Recurso Extraordinário.
(B) Reclamação Constitucional.
(C) Mandado de Segurança.
(D) ADPF.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
13
A Constituição da República de 1988 foi um marco na
nossa história por ter trazido uma extensa lista de direi-
tos fundamentais do cidadão.
Com base no Art. 5º da Constituição da República de
1988, a seguinte opção não corresponde corretamente
aos direitos e às garantias fundamentais do cidadão:
(A) Homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos da Constituição da República.
(B) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeni-
zação pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.
(C) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, in-
clusive a de caráter paramilitar.
(D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
nação judicial.
14
Joana, vereadora do município Alfa e ferrenha defen-
sora do meio ambiente, tomou ciência de que, no dia
anterior, uma indústria iniciara suas atividades no terri-
tório municipal, o que ocorrera sem a prévia obtenção
de licença das autoridades competentes e sem a adoção
de quaisquer medidas destinadas à prevenção de da-
nos ambientais. Em razão do potencial poluidor dessa
atividade, que já começava a causar danos ambientais,
Joana decidiu ajuizar a ação constitucional cabível para
pleitear a interrupção da atividade e a reparação dos da-
nos causados.
A ação a ser ajuizada por Joana é
(A) a ação popular.
(B) a ação civil pública.
(C) o mandado de segurança.
(D) a reclamação constitucional.
15
Em razão do grande fluxo de embarcações nas imedia-
ções das praias subjacentes ao território do estado Alfa,
o que, não raro, resultava em danos ambientais, um ente
federativo editou a Lei estadual n. X, a qual estabelece
critérios para o controle de resíduos de embarcações.
Ao tomar ciência do teor da Lei estadual n. X, um legiti-
mado à deflagração do controle concentrado de consti-
tucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, so-
licitou que sua assessoria analisasse a compatibilidade
desse diploma normativo com a ordem constitucional.
Foi corretamente informado que a Lei estadual n. X é
(A) inconstitucional, pois o mar territorial é considerado
bem da União.
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre direito marítimo.
(C) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre a proteção ao meio ambiente.
(D) constitucional, já que o Estado tem competência
concorrente com a União para legislar sobre respon-
sabilidade por danos ao meio ambiente.
16
Da disciplina constitucional sobre o Poder Legislativo,
seus membros e suas comissões, infere-se que
(A) as comissões parlamentares de inquérito da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal possuem pode-
res próprios das autoridades policiais e judiciais.
(B) a imunidade material do deputado federal é idêntica à
do vereador, com alcance em todo o território nacional.
(C) o vereador possui imunidade parlamentar em sen-
tido material, mas não lhe é atribuída a imunidade
formal ou processual.
(D) as comissões parlamentares de inquérito da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal podem ser cria-
das por prazo indeterminado.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Em uma reserva indígena no Brasil, uma empresa pre-
tende iniciar a exploração de recursos naturais sem a de-
vida consulta e consentimento das comunidades locais.
Preocupados com a situação, uma ONG de proteção às
comunidades indígenas procura você como advogado,
que deve esclarecer que, de acordo com a legislação
brasileira e convenções internacionais sobre o tema, o
procedimento correto a ser seguido é:
(A) A empresa pode iniciar a exploração, desde que
apresente uma autorização governamental.
(B) A empresa deve consultar e obter o consentimento
prévio e informado das comunidades afetadas.
(C) As comunidades locais não têm direito a participar
das decisões sobre exploração de recursos em reser-
vas indígenas por serem de propriedade da União.
(D) A empresa precisa apenas notificar as autoridades
locais sobre suas intenções.
18
Em pleno século XXI, o mundo tem vivenciado situações
de conflito armado, guerra e ataques terroristas. Na
tentativa de conter os ânimos dos envolvidos e defen-
der as pessoas e bens indiretamente envolvidos nesses
conflitos, foram estabelecidas normativas do Direito
Humanitário.
A partir dos preceitos do Direito Humanitário, qual
dos seguintes princípios pode ser apontado como
fundamental:
(A) Princípio da Discriminação.
(B) Princípio da Proporcionalidade.
(C) Princípio da Anexação.
(D) Princípio da Prevaricação.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Durante uma Conferência Internacional organizada pela ONU
no território de um de seus membros, um diplomata estran-
geiro se envolveu em um incidente de trânsito que resultou
na morte de um pedestre. O Estado anfitrião da Conferência
decide processar o diplomata por homicídio culposo.
A partir dessa situação hipotética e com base na Con-
venção de Viena sobre Relações Diplomáticas, podemos
considerar que:
(A) a intenção do Estado anfitrião está correta, pois a imu-
nidade diplomática não alcança os casos criminais.
(B) a intenção do Estado anfitrião não está correta, pois a imu-
nidade diplomática é absoluta para questões criminais.
(C) a intenção do Estado anfitrião está correta, pois o in-
cidente ocorreu dentro da sua jurisdição.
(D) a intenção do Estado anfitrião não está correta, pois
a imunidade atinge todos os casos.
20
Um brasileiro residente na Bélgica decide ajuizar uma
ação contra um canadense residente na França. O ob-
jeto do litígio diz respeito a uma dívida contraída pelo
canadense durante uma estadia no Brasil.
De acordo com o Código de Processo Civil Brasileiro e as
regras de Direito Privado brasileiras:
(A) a ação pode ser ajuizada no Brasil.
(B) a ação não pode ser ajuizada no Brasil.
(C) a ação deve ser ajuizada exclusivamente no Brasil.
(D) a ação deve ser ajuizada exclusivamente na França,
estado de residência do canadense.
Direito Tributário
Maria Christina
21
A empresa Beta Ltda. possui inúmeras dívidas tributárias
e acabou sendo alienada para Alfa Ltda. tendo sido as-
sinado entre as partes contrato de compra e venda em
que o alienante se responsabiliza por eventuais dívidas
tributárias tendo o ex-proprietário cessado a exploração
da atividade econômica. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) O adquirente responderá solidariamente com o alie-
nante pelas dívidas da empresa.
(B) O adquirente responderá integralmente pelas dívi-
das da empresa.
(C) O adquirente responderá subsidiariamente com o
alienante.
(D) O adquirente não responderá pelas dívidas da
empresa.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
22
Maria, dona de um único imóvel em área urbana, deixou
de efetuar o pagamento de 100 mil do IPTU de sua casa
avaliada em 1 milhão de reais. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) Maria não poderá perder a casa pelas dívidas de
IPTU por configurar bem de família.
(B) O bem de Maria será levado à hasta pública e a res-
ponsabilidade tributária será sub-rogada no valor do
preço da arrematação.
(C) O bem de Maria será levado à hasta pública e a res-
ponsabilidade tributária será sub-rogada no valor da
dívida tributária.
(D) O bem de família é impenhorável não podendo res-
ponder por qualquer dívida tributária.
23
Eugênio Bruger, em dívida com Imposto de Renda de sua
pessoa jurídica, declarou os valores e não efetuou o paga-
mento. Após alguns anos, mas, antes de qualquer proce-
dimento de fiscalização por parte do fisco, efetuou o pa-
gamento integral do tributo somado aos juros e requereu
a exclusão do valor das multas. Assinale a opção correta.
(A) As multas deverão ser excluídas com base no benefí-
cio da denúncia espontânea.
(B) As multas são devidas, pois não haverá denúncia es-
pontânea no caso.
(C) A denúncia espontânea, no caso, é devida, pois não
houve procedimento iniciado pelo fisco.
(D) Não há que se falar em denúncia espontânea nos tri-
butos lançados por homologação.
24
A empresa Beta Ltda. foi dividida entra as empresas A,
que ficou com 60%, e a empresa B, que ficou com 40%.
Diante do caso, assinale a opção correta.
(A) As empresas A e B serão subsidiariamente responsá-
veis pelas dívidas devidas até a data da cisão.
(B) As empresas A e B serão responsáveis proporcionais
pelas dívidas devidas até a data da cisão conforme
sua cota parte.
(C) As empresas A e B serão solidariamente responsá-
veis pelas dívidas devidas até a data da cisão.
(D) As empresas A e B não serão responsáveis pelas dívi-
das devidas até a data da cisão.
25
As empresas Telta e Delta se fundiram em uma única
empresa Beta. Diante da fusão das empresas, assinale
a opção correta.
(A) A nova empresa Beta responderá subsidiariamente
por todas as dívidas tributárias, juros e multa.
(B) A nova empresa Beta responderá subsidiariamente
apenas pelos tributos devidos até a data do ato.
(C) A nova empresa Beta responderá integralmente por
todas as dívidas tributárias, juros e multas.
(D) A nova empresa Beta responderá integralmente ape-
nas pelos tributos devidos até a data do ato.
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
João foi aprovado em concurso público federal e tomou
posse em cargo público efetivo. Pouco tempo depois, foi
removido no interesse do serviço, para outra sede, mu-
dando-se com sua família. Três anos depois, infelizmen-
te, veio a falecer. A família procurou você, na qualidade
de advogado especialista em Direito Administrativo, para
saber dos direitos de que desfrutavam, pois pretendiam
retornar para a cidade de origem. A orientação correta
deve ser no sentido de que a família tem direito a
(A) ajuda de custo e transporte para a localidade de
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado
do óbito.
(B) ajuda de custo e transporte para a localidade de
origem, dentro do prazo de 3 (três) anos, contados
do óbito.
(C) diárias e transporte para a localidade de origem,
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
(D) diárias e transporte para a localidade de origem,
dentro do prazo de 3 (três) anos, contados do óbito.
27
A família do ex-presidente da República Federativa do
Brasil o procurou, na qualidade de advogado especialista
em direito administrativo, para saber acerca da proteção
legal das informações pertinentes ao exercício do man-
dato de seu pai, temendo pela sua segurança. Você deve
informá-los corretamente que
(A) as informações que puderem colocar em risco a se-
gurança do presidente e vice-presidente da Repúbli-
ca e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classifica-
das como ultrassecretas e ficarão sob sigilo ao longo
de 25 (vinte e cinco) anos.
(B) as informações que puderem colocar em risco a segu-
rança do presidente e vice-presidente da República e res-
pectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como
secretas e ficarão sob sigilo ao longo de 15 (quinze) anos.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
(C) as informações que puderem colocar em risco a seguran-
ça do presidente e vice-presidente da República e respec-
tivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reser-
vadas e ficarão sob sigilo ao longo de 5 (quinze) anos.
(D) as informações que puderem colocar em risco a segu-
rança do presidente e vice-presidente da República e
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas
como reservadas e ficarão sob sigilo até o término
do mandato em exercício ou do último mandato, em
caso de reeleição.
28
No estudo da Organização Administrativa brasileira,
destacam-se entes, entidades e órgãos públicos, no
contexto da administração direta e indireta. Estudantes
do curso de graduação em Direito procuraram você, na
qualidade de professor e advogado especialista em di-
reito administrativo, para explicar a posição dos minis-
térios na organização administrativa federal. Você deve
informá-los corretamente que
(A) os ministérios possuem personalidade jurídica, per-
tencem à administração direta federal e decorrem da
desconcentração administrativa.
(B) os ministérios não possuem personalidade jurídica,
pertencem à administração direta federal e decor-
rem da desconcentração administrativa.
(C) os ministérios possuem personalidade jurídica, per-
tencem à administração indireta federal e decorrem
da desconcentração administrativa.
(D) os ministérios não possuem personalidade jurídica,
pertencem à administração indireta federal e decor-
rem da desconcentração administrativa.
29
João, proprietário de restaurante no centro da cidade
de Fortaleza, recebeu fiscalização de rotina de agentes
da vigilância sanitária, os quais localizaram alimentos
estragados em grande quantidade sendo vendidos ao
consumidor final. Por precaução, de imediato, os agen-
tes determinaram a interdição do estabelecimento. João
procurou você, na qualidade de advogado especialista
em direito administrativo, para saber se teria havido
algum tipo de abuso por parte dos agentes. Você deve
informá-los corretamente que
(A) os agentes só poderiam determinar a interdição após
a necessária autorização judicial.
(B) os agentes deveriam ter comunicado sobre a fisca-
lização, de modo que houvesse tempo de corrigir
eventuais problemas.
(C) os agentes atuaram nos limites da lei, na medida que
o exercício do poder de polícia goza de autoexecuto-
riedade.
(D) os agentes feriram a legalidade no ato de interdição,
pois não possuem competência para tanto.
30
O município de Fortaleza contratou consagrado grupo
de artistas para as festas de final de ano, sem realizar
licitação, por conta da inviabilidade de competição, e a
secretaria responsável também não motivou o ato ad-
ministrativo relacionado à contratação. Alguns cidadãos
procuraram você, na qualidade de advogado(a) espe-
cialista em direito administrativo, para aferir eventuais
ilegalidades na contratação e no ato. Você deve informá-
-los corretamente que
(A) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem li-
citação, mas o ato deveria obrigatoriamente ter sido
motivado.
(B) a contratação não poderia ter ocorrido sem licitação
e o ato deveria obrigatoriamente ter sido motivado.
(C) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem
licitação e o ato não precisaria ser motivado.
(D) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem lici-
tação, mas não por inexigibilidade, e sim por dispensa.
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
Adriano cometeu uma infração administrativa ambien-
tal. Preocupado com as possíveis consequências do seu
ato, consulta um advogado especialista na área, que lhe
informa que:
(A) Se Adriano cometer, simultaneamente, duas ou mais
infrações, será aplicada a sanção correspondente à
infração mais grave, com aumento de pena.
(B) A sanção de advertência será aplicada pela inobser-
vância das disposições da Lei n. 9.605/1998 e da legis-
lação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem
prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
(C) A multa simples será aplicada caso Adriano, por ne-
gligência ou dolo, advertido por irregularidades que
tenham sido praticadas, deixe de saná-las, indepen-
dentemente de prazo fixado.
(D) A multa simples será aplicada sempre que o cometi-
mento da infração se prolongar no tempo.
32
José foi autuado sob o fundamento de que seu veícu-
lo estava emitindo poluição acima dos níveis estabele-
cidos. Querendo obter mais informações sobre o tema,
consulta um advogado especialista na área, o qual lhe
informa que a competência para estabelecer normas e
padrões nacionais de controle da poluição por veículos
automotores, aeronaves e embarcações é do:
(A) Ministério dos transportes.
(B) Do IBAMA.
(C) CONAMA.
(D) Ministério do Meio Ambiente.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Adoniram, um senhor com 80 anos de idade, é mora-
dor de um apartamento localizado no condomínio “Viva
bem”, na cidade de São Paulo. Após voltar de sua fisiote-
rapia, ao caminhar em direção ao elevador, sofreu uma
queda por conta de uma má conservação do piso do hall
de entrada. Pela situação da queda, Adoniram teve uma
fratura grave na bacia e no pé esquerdo. Diante disso,
marque alternativa correta.
(A) O senhor Adoniram pode exigir a responsabilidade
civil do síndico.
(B) O senhor Adoniram pode exigir a reparação civil do con-
domínio que, por sua vez, responde subjetivamente.
(C) Não caberá indenização, pois o senhor Adoniram é
morador do condomínio.
(D) O senhor Adoniram pode exigir a reparação civil
do condomínio que, por sua vez, responde objeti-
vamente.
34
Baratilde Matias, 55 anos, acabou de perder seu marido
em virtude de um câncer. Com o falecimento do cônju-
ge, Baratilde ficou com um vultuoso patrimônio. Pensan-
do em fazer alguns investimentos, solicitou ao filho que
comprasse um imóvel em alguma praia no litoral carioca,
pois não tem tanta experiência na compra de imóveis. O
filho então adquiriu um imóvel de um amigo pagando
seis vezes acima do valor real do bem. Considerando o
caso narrado, marque alternativa correta.
(A) A compra e venda é válida.
(B) A compra e venda deve ser declarada nula em virtu-
de da simulação.
(C) A compra e venda deve ser nula em virtude do dolo
do representante.
(D) A compra e venda é anulável com base no instituto
da lesão.
35
Aeronauta Barata tem 15 anos de idade e tem um canal
muito lucrativo no YouTube, em que ele ensina inglês
para crianças. Aeronauta deseja morar nos Estados Uni-
dos por um tempo e seus pais não se opõem à escolha
do filho e concordam em emancipá-lo para tal. Conside-
rando o caso exposto, marque alternativa correta.
(A) Aeronauta não precisa ser emancipado pelos pais,
pois já pode ser considerado como tal em virtude da
economia própria por conta do canal.
(B) A emancipação de Aeronauta pode ser concedida
pelos pais, por meio de escritura pública.
(C) Aeronauta não poderá ser emancipado.
(D) Aeronauta poderá ser emancipado apenas por meio
judicial, em virtude da idade.
36
Clotilde Pinto permitiu que Dorgivaldo, amigo de infân-
cia, morasse em seu apartamento, que estava desocu-
pado, pelo tempo que Dorgivaldo necessitasse para
reestabelecer sua vida financeira. Durante o período
que Dorgivaldo ocupou o imóvel, ele precisou trocar
a encanação do banheiro social, em virtude de alguns
vazamentos. Também precisou pintar a sala por conta
das infiltrações. Além disso, Dorgivaldo decidiu colocar
papéis de parede da Gucci na sala. Considerando o caso
narrado, marque alternativa correta.
(A) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo em relação a to-
das as benfeitorias feitas.
(B) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo apenas em rela-
ção ao papel de parede.
(C) Clotilde não deverá indenizar Dorgivaldo em nenhu-
ma benfeitoria.
(D) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo pelas despesas
feitas com a encanação e a pintura.
37
Inara, casada com Clarêncio por 10 anos, resolve pedir o
divórcio em virtude das inúmeras traições de Clarêncio
com o irmão do Jorel. Após muito trabalho de ambos, o
casal conseguiu reunir um patrimônio de cinco milhões
de reais. Considerando que o casal vivia sob o regime da
comunhão parcial de bens, marque alternativa correta.
(A) O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia
partilha de bens.
(B) O pedido de divórcio somente poderá ser requerido
com pedido de partilha de bens.
(C) Caso o casal não tenha filhos, o pedido de divórcio
poderá ser feito diretamente no cartório, mesmo ha-
vendo divergência em relação à partilha de bens.
(D) Em virtude da culpa pelo fim do casamento, Clarên-
cio perderá o direito aos bens.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
38
Rodrigo, desapareceu de seu domicílio há 7 anos, dei-
xando 3 filhos e a esposa, Larislove, casada até então
com o Rodrigo pelo regime da comunhão parcial de
bens. Apesar do desaparecimento há tanto tempo, La-
rislove nunca deixou de esperar por seu amor. Após in-
cansáveis buscas, verificando a possibilidade de morte
de Rodrigo, os filhos e a esposa resolvem contratar ad-
vogado, pois muitos são os bens do casal que estão em
nome de Rodrigo. Considerando a situação, marque a
alternativa correta.
(A) É possível o que Larislove requeira diretamente a su-
cessão definitiva de Rodrigo.
(B) Larislove não poderá ser curadora dos bens deixados
pelo desaparecimento, por estar separada de fato há
mais de 2 anos de Rodrigo.
(C) Para que ocorra a declaração de ausência de Rodrigo,
é preciso aguardar 10 anos de seu desaparecimento.
(D) No momento da sucessão provisória de Rodrigo, os
filhos, herdeiros, não precisarão prestar garantia de
restituição dos bens cuja posse venham a receber.
ECA
Patrícia Dreyer
39
Joana, espanhola, descobre, aos 25 anos de idade, que
tem uma irmã em Brasília – Distrito Federal, que está
com 11 anos de idade. Seu nome é Clara e ela é fruto
do relacionamento de seu pai com uma advogada, Lore-
nildes, que não tem o menor interesse em permanecer
com a criança. O pai de Joana e de Clara já é falecido,
inclusive. Joana muda para Brasília e ali estabelece sua
nova residência. O vínculo entre as duas é tão forte que
Lorenildes pergunta se Joana não tem interesse em fi-
car com sua irmã. Depois de 3 anos de convivência,
Joana pretende adotar sua irmã e procura você como
advogado(a) que, acertadamente e de acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, exclusivamente,
responde que
(A) a adoção será considerada internacional, diante da
nacionalidade da adotante.
(B) a adoção não será possível, porque a adotante não é
dezesseis anos mais velha do que a adotada, obstá-
culo intransponível.
(C) a adoção não será possível, porque as partes são ir-
mãs, obstáculo intransponível.
(D) a adoção poderá ser levada a termo, mesmo que
Clara não esteja inscrita no Cadastro Nacional de
Adoção.
40
Simone, adolescente de 14 anos, costuma fazer posta-
gens para os seus seguidores, dançando em roupas ín-
timas e em movimentos e posições bastante sensuais.
Visando fazer novos vídeos, Simone, que aparenta ser
mais velha, dada a sua compleição física e comporta-
mento, hospeda-se, por conta própria e sem anuência
de seus pais, em um motel, onde realiza as gravações
de vídeos. Os pais de Simone pedem ajuda ao Conselho
Tutelar, que aplica medidas de proteção à adolescente
e encaminha notícia de fato ao Ministério Público. Con-
siderando o disposto na Lei n. 8.069/1990 (ECA) e as
medidas de natureza não criminal na seara da infância e
juventude, é correto afirmar que
(A) o responsável pelo estabelecimento praticou infra-
ção administrativa às normas de proteção à criança e
ao adolescente.
(B) a legitimação do Ministério Público para as ações cí-
veis previstas no ECA afasta a de terceiros, nas mes-
mas hipóteses.
(C) o fato narrado configura violência doméstica e fami-
liar praticada contra criança e adolescente, conforme
definido na Lei n. 14.344/2022.
(D) a adolescente praticou ato infracional, cabendo oiti-
va informal pelo Ministério Público e eventual ação
socioeducativa.
CDC
Patrícia Dreyer
41
Raquel paga uma viagem aérea e, posteriormente, pede
o cancelamento porque suas férias foram redesignadas
para outra data. Vai ao juizado especial requerer a re-
petição em dobro dos valores pagos e não devolvidos
administrativamente.
Arthur recebe uma carta em sua casa, remetida por seu
banco, cobrando-lhe por serviços não prestados. Ele,
imediatamente, aciona o Juizado Especial Cível e requer
a suspensão da cobrança e a repetição em dobro do va-
lor cobrado.
Lorraine verifica, em sua conta bancária, o desconto de
diversos seguros não contratados, por imposição unila-
teral do banco. Ajuíza demanda indenizatória, com pedi-
do de repetição em dobro.
Supondo que todos tenham razão quanto à irregulari-
dade da conduta do fornecedor, terá(ão) direito à repe-
tição em dobro, nos termos do art. 42, parágrafo úni-
co, do CDC:
(A) Arthur, Raquel e Lorraine.
(B) apenas Raquel e Lorraine.
(C) apenas Lorraine.
(D) apenas Arthur e Raquel.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
42
Imagine que, em um contrato coletivo envolvendo todas
as unidades de um determinado condomínio, há uma
cláusula que deixa a critério exclusivo do fornecedor a
alteração unilateral de preço. Considerando a situação
narrada, à luz do Código de Defesa do Consumidor, é
correto afirmar que a cláusula é
(A) abusiva, pois o preço é elemento essencial do negó-
cio. A nulidade da cláusula levará, necessariamente,
à invalidação do contrato.
(B) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não leva-
rá à invalidação do contrato, exceto se sua ausência
representar ônus excessivo a qualquer das partes.
(C) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não levará à
invalidação do contrato, exceto se sua ausência repre-
sentar ônus excessivo a qualquer consumidor, indepen-
dentemente do prejuízo ao fornecedor, que a impôs.
(D) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não levará
à invalidação do contrato, exceto se sua ausência re-
presentar ônus excessivo à coletividade dos morado-
res, independentemente de causar prejuízo às partes
individualmente consideradas.
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
O administrador da sociedade empresária Nilton e
Gustavo Comércio de Ferragens Ltda. consulta você,
advogado(a), para orientá-lo sobre o contrato apropria-
do para o aumento de sua capacidade de distribuição. O
objetivo é celebrar um contrato pelo qual possa receber
a posse direta de maquinários, que serão indicados por
ela ao proprietário, para utilizá-los por prazo determina-
do, mediante o pagamento de prestações mensais du-
rante a vigência do contrato. Ao termo final, a cliente,
a sociedade empresária Nilton e Gustavo Comércio de
Ferragens Ltda., deseja ter a possibilidade de adquirir as
máquinas em vez de ser obrigada a devolvê-las ao pro-
prietário ou renovar o contrato.
Assinale a opção que indica o contrato apropriado para a
sociedade empresária.
(A) Arrendamento mercantil.
(B) Compra e venda mercantil.
(C) Contrato estimatório.
(D) Locação a prazo determinado.
44
O renomado advogado e pecuarista Gustavo é proprie-
tário de uma fazenda, onde realiza, em nome próprio,
a criação intensiva de gado. A atividade é voltada para
exportação, com emprego de tecnologia e insumos. Gus-
tavo não está registrado na Junta Comercial. Com base
em tais alegações, é correto afirmar que
(A) Gustavo, por exercer empresa em caráter profissio-
nal, é considerado empresário independentemente
de ter ou não registro na Junta Comercial.
(B) Gustavo, mesmo que exerça uma empresa, não será
considerado empresário, pelo fato de não ter realiza-
do seu registro na Junta Comercial.
(C) Gustavo não pode ser registrado como empresário,
porque, sendo agrônomo e advogado, exerce profis-
são intelectual de natureza científica, com auxílio de
colaboradores.
(D) Gustavo é empresário de fato, por não ter realizado
seu registro na Junta Comercial antes do início de sua
atividade, descumprindo obrigação legal.
45
Maria Christina recebeu de Rogério um cheque com
cruzamento especial no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais). Acerca das disposições legais que disciplinam tal
espécie de cheque, assinale a assertiva correta.
(A) O cheque com cruzamento especial pode ser pago
em dinheiro no estabelecimento contra o qual foi
sacado ou mediante apresentação a uma câmara de
compensação.
(B) O cruzamento especial não pode ser convertido em
geral e a inutilização do cruzamento ou a do nome do
banco é reputada como não existente.
(C) A aposição de vários cruzamentos especiais invalida
o cheque, exceto se o portador, no primeiro cruza-
mento, indicar o mesmo banco que o sacado.
(D) O cheque com cruzamento especial obriga o sacado
a debitar a quantia indicada no título da conta do
emitente e a reservá-la em benefício do portador le-
gitimado, durante o prazo de apresentação.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
46
Eugênio e Gustavo constituíram uma sociedade sem que
o documento de constituição tivesse sido levado a regis-
tro. Gustavo assumiu uma dívida em seu nome pesso-
al, mas no interesse da sociedade. Rogério é credor de
Gustavo pela referida obrigação. Assim, Rogério poderá
provar a existência da sociedade
(A) de qualquer modo, e os bens sociais respondem pe-
los atos de gestão praticados por Gustavo.
(B) somente por escrito, e os bens sociais respondem
pelos atos de gestão praticados por Gustavo.
(C) de qualquer modo, e somente os bens particulares de Gus-
tavo respondem pelos atos de gestão por ele praticados.
(D) somente por escrito, e os bens particulares de Gus-
tavo e Eugênio respondem pelos atos de gestão pra-
ticados por Gustavo.
Direito Processual Civil
Raquel Bueno
47
Valéria promoveu uma ação de conhecimento em face
de Lucas. Após o devido processo legal, foi proferida sen-
tença totalmente desfavorável à autora. Inconformada, a
requerente interpôs recurso de apelação, ao qual foi ne-
gado provimento. Por entender ser ainda cabível recorrer
do referido acórdão, por ser violador de norma infracons-
titucional, o advogado de Valéria interpõe novo recurso,
ao qual é negado seguimento. O fundamento utilizado
pelo presidente do tribunal recorrido foi no sentido de
que o acórdão recorrido estava de acordo com tese jurí-
dica formada a partir de julgamento de recurso especial
repetitivo, pelo STJ. Nesse contexto, aponte a medida
processual a ser utilizada pelo advogado de Valéria:
(A) Nesse caso, será cabível agravo interno para o pró-
prio tribunal recorrido.
(B) Nesse caso, é cabível agravo em recurso especial,
cuja admissibilidade e julgamento são feitos pelo STJ.
(C) Nesse caso, é cabível a reclamação.
(D) O advogado de Valéria poderá impetrar mandado de
segurança.
48
Saulo resolveu ser fiador de Laura, em um contrato de
locação residencial firmado entre ela e o locador Dani-
lo. Ressalte-se que no contrato havia cláusula específica
de renúncia ao benefício de ordem, por parte do fiador.
Após um ano pagando os aluguéis de maneira pontual,
Laura foi acometida de um grave quadro de depressão,
vindo a perder o emprego. Diante de sua inadimplência,
Saulo ajuizou ação de cobrança contra a inquilina, que
não tem nenhum patrimônio considerável em seu nome,
como imóveis, veículos, etc. Saulo, sensibilizado com a
situação e querendo ajudar a afiançada, deseja participar
do processo, uma vez que se trata de um terceiro interes-
sado. A partir desses fatos, assinale a opção correta.
(A) Saulo poderá intervir no processo por meio do cha-
mamento ao processo.
(B) Laura pode promover a denunciação da lide.
(C) Saulo pode intervir no processo, na condição de as-
sistente simples.
(D) Saulo pode intervir no processo, na condição de as-
sistente litisconsorcial.
49
Macabéa ajuizou uma ação indenizatória em face da
União, pleiteando uma indenização no valor de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais). Após o devido processo
legal, a requerida foi condenada ao pagamento de todo
valor pleiteado. Inconformada, a requerida apresentou
recurso no prazo de 20 dias. Todavia, a decisão inicial
foi mantida, com o consequente trânsito em julgado. A
partir desse cenário, marque a assertiva correta.
(A) A ação foi ajuizada na Justiça Federal.
(B) O recurso interposto pela requerida foi o recurso
inominado.
(C) O recurso interposto estava tempestivo.
(D) Nesse caso, Macabéa receberá seu crédito por meio
de precatório.
50
Suzana ajuizou ação monitória em face de Juliano, com
base em prova escrita despida de eficácia executiva, a
fim de receber um crédito no valor de R$ 10.000,00 (dez
mil reais). Devidamente citado, Juliano deseja apresen-
tar resistência, bem como deseja formular um pedido
em face de Suzana. Considerando tal procedimento es-
pecial, marque a assertiva correta.
(A) O advogado de Juliano poderá apresentar contesta-
ção com reconvenção.
(B) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos
à monitória, sendo incabível a reconvenção.
(C) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos
à monitória com reconvenção, sendo vedada apenas
a reconvenção sucessiva.
(D) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos à
monitória com reconvenção, desde que garantido o juízo.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
51
Débora e Marcos são partes em um processo judicial em
andamento, que segue o procedimento comum, na Vara
Cível de Brasília – DF. Após a apresentação da réplica e
juntada de um documento pela autora, Marcos arguiu,
no prazo de dez dias, incidentalmente e de forma espe-
cífica, a falsidade do referido documento, sem a defla-
gração do incidente, mas juntando outras provas aptas a
demonstrar sua alegação. A partir deste contexto, mar-
que a assertiva correta.
(A) A arguição de falsidade de Marcos é intempestiva.
(B) A referida falsidade será resolvida no dispositivo da
sentença.
(C) A referida falsidade será resolvida na fundamentação
da sentença.
(D) A referida falsidade só poderia ser alegada por meio
de incidente próprio.
52
Dalva ajuizou ação em face de Isaura, pelo procedimen-
to comum. Autora e ré são proprietárias de duas fazen-
das vizinhas. Todavia, em virtude de produtos químicos
utilizados indevidamente por Isaura, houve a contami-
nação da barragem de Dalva, causando a morte de ani-
mais e perda da plantação. Após o devido processo legal,
a sentença condenou Isaura a indenizar Dalva por todos
os prejuízos materiais apontados na inicial, no valor de
R$ 200.000,00, com juros e correção monetária, além
de outros prejuízos a serem demonstrados na fase de
liquidação por arbitramento. Diante da inexistência de
recurso, operou-se o trânsito em julgado. A partir desses
fatos, assinale a alternativa correta.
(A) Na fase de liquidação, poderá ser questionada a data
inicial dos juros e da correção monetária.
(B) Não se admitirá liquidação diferente daquele indi-
cada pelo juiz na sentença, sob pena de violação da
coisa julgada.
(C) Será necessário promover a liquidação de toda sen-
tença, para posteriormente executá-la.
(D) Como a sentença tem uma parte líquida e ilíquida,
Dalva poderá promover simultaneamente a execução
daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
Direito Penal
Michelle Tonon
53
No dia 25 de agosto de 2023, na cidade de São Bernardo
do Campo-SP, Jeferson, com dolo de subtração, abordou
Luís, que estava caminhando com seu telefone celular
nas mãos. Como Luís se recusou a entregar o aparelho,
Jeferson efetuou um disparo de arma de fogo no pei-
to de Luís. Jeferson fugiu após o disparo, sem levar o
telefone. Luís foi encaminhado a hospital em comarca
contígua, em São Paulo-SP e faleceu no dia 30 de agosto
de 2023, em decorrência do disparo. Acerca da situação
hipotética narrada, é correto afirmar que:
(A) Jeferson deverá responder pela prática de latrocí-
nio, na forma consumada, sendo considerado como
tempo do crime o dia 30 de agosto de 2023, data da
morte da vítima.
(B) Jeferson deverá responder pela prática de latrocínio,
na forma tentada, sendo considerado como tempo do
crime o dia 25 de agosto de 2023, data da ação delitiva.
(C) Jeferson deverá responder pela prática de latrocínio, na
forma consumada, sendo considerado como tempo do
crime o dia 25 de agosto de 2023, data da ação delitiva.
(D) Jeferson deverá responder pela prática de roubo
tentado em concurso material com homicídio, sen-
do considerado como tempo dos crimes o dia 30 de
agosto de 2023, data da morte da vítima.
54
Manoel, funcionário público concursado, juntamente
com sua esposa Mirtes, dona de casa, apropriam-se de
diversos equipamentos eletrônicos que Manoel tinha
em sua posse, em razão do cargo público ocupado. Acer-
ca da responsabilização penal de ambos, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Manoel deverá ser responsabilizado pelo crime de
peculato, por ser funcionário público, ao passo que
Mirtes responderá por furto qualificado, já que o pe-
culato é crime próprio.
(B) Tanto Manoel quanto Mirtes responderão pelo crime
de furto qualificado pelo concurso de agentes, já que
a condição de funcionário público é irrelevante para
a tipificação da conduta.
(C) Manoel e Mirtes responderão ambos pelo crime de cor-
rupção ativa, já que Manoel é funcionário público e prati-
cou o delito valendo-se das facilidades criadas pelo cargo.
(D) Manoel e Mirtes responderão ambos pelo crime de pe-
culato, já que a condição de funcionário público de Ma-
noel comunica-se a Mirtes, por ser elementar do crime.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
55
Marinete, 42 anos, foi condenada pela prática do crime
de furto a uma pena privativa de liberdade de 1 ano e
8 meses cumulada com 25 dias-multa, no valor mínimo
legal. A sentença condenatória transitou em julgado de-
finitivamente. Passados alguns anos sem que tenha sido
iniciada a execução das penas, Marinete procura você,
advogado(a), para esclarecimentos sobre a prescrição
da pretensão executória. Considerando a situação nar-
rada, assinale a alternativa correta.
(A) A prescrição da pretensão executória quanto à pena
privativa de liberdade é calculada pela pena em con-
creto, fixada em sentença, ao passo que a pena de
multa prescreve, em todos os casos, em 3 anos.
(B) A prescrição da pretensão executória quanto à pena
privativa de liberdade é calculada pela pena máxima
prevista em abstrato, ao passo que a pena de multa
prescreve, em todos os casos, em 2 anos.
(C) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 4 anos,
mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena
privativa de liberdade, já que foi cumulativamente
aplicada.
(D) A pena de multa, por ser dívida de valor, terá a pres-
crição regulada pelas previsões do Código Civil.
56
Marina, 45 anos, deseja matar José, 68 anos, seu vizinho
do andar de cima, já que este tem por hábito arrastar os
móveis da casa, às 6h da manhã, para fazer limpeza. Ma-
rina sabe que, no final da tarde, José joga baralho com
outros moradores do prédio numa praça próxima. De-
terminado dia, Marina, portando ilegalmente uma arma
de fogo, vai até a praça, avista alguns idosos jogando ba-
ralho e dispara contra o mais baixo e careca do grupo,
imaginando ser José. Todavia, Marina acerta fatalmente
Manoel, 59 anos, morador de outro condomínio e des-
conhecido de Marina, mas que, de fato, muito se parecia
com José. Posteriormente, Marina toma conhecimento
que José não havia ido jogar baralho naquele dia. Acerca
da responsabilização penal de Marina, assinale a alter-
nativa correta.
(A) Em razão do erro na execução, Marina deverá ser
responsabilizada por tentativa de homicídio com
causa de aumento de pena, considerando que a víti-
ma pretendida, José, era pessoa idosa.
(B) Em razão do erro sobre a pessoa, Marina deverá ser
responsabilizada por homicídio consumado e com
causa de aumento de pena, considerando que a víti-
ma pretendida, José, era pessoa idosa.
(C) Em razão do erro sobre a pessoa, Marina deverá ser
responsabilizada, apenas, pelo crime de porte ilegal de
arma de fogo, já que não tinha dolo de matar Manoel.
(D) Em razão do erro na execução, Marina deverá ser
responsabilizada por homicídio consumado contra
Manoel, sem causa de aumento de pena, já que
eram desconhecidos.
57
André, 34 anos, foi condenado definitivamente, em
2021, pela prática de crime militar próprio. Posterior-
mente, em 2023, envolveu-se em crime de roubo em
concurso de agentes com Marcelo, 16 anos, adolescen-
te que já contava com diversas passagens pela Vara da
Infância e Juventude, pela prática de diferentes atos
infracionais. Provada a prática do roubo, André é sen-
tenciado. Acerca da situação hipotética acima, assinale
a alternativa correta.
(A) Na sentença pela prática do crime de roubo, André
não poderá ser considerado reincidente.
(B) Na sentença pela prática do crime de roubo, não po-
derá ser reconhecida a causa de aumento de pena
referente ao concurso de agentes, já que Marcelo era
menor de 18 anos.
(C) Na sentença pela prática do crime de roubo, André
poderá ser considerado reincidente.
(D) Na sentença pela prática do crime de roubo, o juiz
não poderá condenar André também pelo crime
de corrupção de menores, previsto no Estatuto da
Criança e do Adolescente, já que Marcelo já era cor-
rompido, por ostentar passagens anteriores pela prá-
tica de atos infracionais.
58
Rodrigo namora Jéssica há 2 anos. Cada um vive em sua
própria residência. Determinado dia, Jéssica comunica a
Rodrigo que vai se mudar de cidade e rompe o namoro.
Inconformado, Rodrigo ameaça Jéssica, dizendo que, se
ela se mudar de cidade, ele a matará e depois comete-
rá suicídio. Muito assustada e sabendo que Rodrigo tem
acesso a armas de fogo, Jéssica vai até a delegacia de po-
lícia e registra a ocorrência, representando criminalmen-
te contra Rodrigo. Após a conclusão do inquérito poli-
cial, o Ministério Público denuncia Rodrigo pelo crime de
ameaça, previsto no art. 147 do Código Penal. Acerca da
situação hipotética, assinale a alternativa correta.
(A) Considerando que a relação entre Rodrigo e Jéssica
era de namoro e que não havia coabitação, não se
cogita de aplicação da Lei Maria da Penha ao caso.
(B) Jéssica não poderá se retratar da representação ofe-
recida contra Rodrigo, pois a denúncia já foi ofertada
pelo Ministério Público.
(C) Jéssica poderá se retratar da representação ofereci-
da contra Rodrigo, bastando para tanto que se dirija
à delegacia de polícia ou ao Ministério Público, co-
municando que não mais deseja a persecução penal.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

(D) Aplica-se ao caso a Lei Maria da Penha, ainda que as 61

partes não tenham coabitado. A retratação da repre- Mauro foi denunciado pelo crime de latrocínio e conde-
sentação é possível, desde que antes do recebimen- nado em primeira instância a uma pena de 20 anos de
to da denúncia e em audiência judicial especialmen- reclusão. Após a sentença, Mauro e seu advogado foram
te designada para esse fim. intimados do teor da sentença penal condenatória, no
dia 26 de setembro de 2023, terça-feira. A juntada do
Direito Processual Penal mandado de intimação do réu ao processo, todavia, so-
mente ocorreu em 2 de outubro de 2023, segunda-feira.
Lorena Ocampos
Considerando as informações narradas, assinale qual o
recurso cabível e o início do prazo para interposição pelo
59
advogado de Mauro.
Por ter praticado infração penal contra Bernardo, Bár-
(A) Será cabível o recurso em sentido estrito e o prazo
bara foi detida e conduzida à delegacia de polícia, onde
terá início no dia seguinte à juntada do mandado de
se constatou que o tipo penal correspondente à infra-
intimação (3/10/2023), devendo a data final do pra-
ção praticada por ela possui pena máxima em abstrato
zo ser prorrogada para o primeiro dia útil seguinte,
de um ano de detenção e multa. Bárbara contrata você
caso se encerre no final de semana.
como advogado(a). Nessa situação hipotética, você de-
(B) Será cabível o recurso de apelação e o prazo terá
verá esclarecer para Bárbara que a autoridade policial
início no dia da juntada do mandado de intimação
(A) vai exigir o pagamento da fiança.
(2/10/2020), devendo ser cumprido até o final do
(B) vai necessariamente lavrar auto de prisão em
prazo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocor-
flagrante.
ra no final de semana.
(C) vai converter a prisão em flagrante em prisão pre-
(C) Será cabível o recurso em sentido estrito e o prazo terá
ventiva.
início no dia da intimação (26/09/2020), independen-
(D) vai lavrar termo circunstanciado de ocorrência.
temente da data da juntada do mandado, devendo ser
cumprido até o final do prazo de 05 dias previsto em
60
lei, ainda que este ocorra no final de semana.
O juiz titular do Juizado Especial Criminal da Circunscri-
(D) Será cabível o recurso de apelação e o prazo terá início
ção de Brasília proferiu sentença condenatória contra
no dia seguinte à intimação (27/09/2020), indepen-
Bruno pela prática de delito de ameaça. Logo após as-
dentemente da data da juntada do mandado, devendo
sinar a sentença e inseri-la nos sistemas informatizados
a data final do prazo ser prorrogada para o primeiro dia
do Tribunal, o magistrado verifica a ocorrência de erro
útil seguinte, caso se encerre no final de semana.
material e de omissão no julgamento. Considerando as
disposições da Lei n. 9.099/1995, assinale a alternati-
va correta.
62
João, José e Marcos foram denunciados pela prática de
(A) O juiz não pode, de ofício, corrigir o erro material,
um crime de roubo concurso de agentes. Após o recebi-
em razão da inércia judicante.
mento da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao
(B) Os embargos de declaração suspendem o prazo para
endereço indicado no processo como sendo de residên-
a interposição de recurso.
cia de João, mas não o encontrou, tendo em vista que es-
(C) A parte interessada poderá opor, por escrito, embar-
tava preso naquela mesma cidade, por ordem de outro
gos de declaração, no prazo de três dias, contados da
juízo. João, então, foi citado por edital. José encontrava-
ciência da decisão.
-se em local incerto e não sabido, sendo também citado
(D) A parte interessada poderá opor, por escrito ou oral-
por edital. Em relação a Marcos, o oficial de justiça foi à
mente, embargos de declaração, no prazo de cinco
sua residência três vezes, constatando que ele, de fato,
dias, contados da ciência da decisão.
residia no local, mas que estava se ocultando para não
ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi realizada a
citação de Marcos com hora certa. Considerando a hipó-
tese narrada, os advogados dos acusados deverão alegar
ter sido inválida a citação de
(A) João, apenas.
(B) João e Marcos, apenas.
(C) Marcos, apenas.
(D) João, José e Marcos.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
63
Durante ação penal que tramitava em desfavor de Mar-
cos pela suposta prática de crime de furto mediante
fraude, foram arrolados como testemunhas e intimados
a depor, em audiência de instrução e julgamento, os po-
liciais civis que participaram das investigações, a esposa
de Marcos e o padre para quem Marcos se confessava.
Todos foram intimados para depoimento e foram à au-
diência, acompanhados de seus advogados, demons-
trando todos o interesse em não prestar declarações.
Considerando apenas as informações narradas, assinale
a afirmativa correta.
(A) Apenas o advogado da esposa poderá requerer que
sua cliente seja eximida do dever de depor, devendo
os demais prestar declarações.
(B) Todos os advogados poderão requerer que seus
clientes sejam eximidos do dever de depor.
(C) Apenas o advogado do padre poderá buscar que ele
não preste declarações, devendo os demais prestar
declarações.
(D) Apenas os advogados da esposa e do padre pode-
rão requerer que seus clientes não sejam ouvidos na
condição de testemunhas.
64
Pedro responde a ação penal na condição de réu solto.
Em razão da complexidade do procedimento, após oitiva
das testemunhas, foi designada nova data para realização
exclusivamente do interrogatório de Pedro. Apesar de re-
gularmente intimado, Pedro, por opção, não compareceu
à audiência, esclarecendo seu advogado ao juiz o desinte-
resse do seu cliente de ser interrogado. Nesse caso, o juiz
(A) poderá decretar a revelia de Pedro, gerando como
consequência a presunção de veracidade dos fatos
narrados na denúncia.
(B) poderá determinar a condução coercitiva do réu.
(C) poderá decretar a revelia de Pedro, mas permanece-
rá sob a responsabilidade do Ministério Público pro-
var a acusação.
(D) poderá decretar a prisão preventiva de Pedro em ra-
zão de sua ausência, já que era obrigado a compare-
cer para o ato de interrogatório.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Joyce foi dispensada pela empresa Jotta Ltda., sem justa
causa, no dia 20 de outubro de 2023. Dois meses an-
tes de sua dispensa, a empregada obteve um adianta-
mento salarial que seria dividido em cinco parcelas de
R$ 1.000,00, tendo em vista problemas na sua situação
financeira. Quando da dispensa, somente uma parcela
havia sido paga. Considerando que o salário de Joyce era
de R$ 3.000,00 e que o empregador pretende efetuar
o desconto do mencionado adiantamento salarial no
TRCT, assinale a alternativa correta.
(A) O empregador pode compensar todo o valor restan-
te no TRCT.
(B) O empregador somente pode compensar metade do
valor restante no TRCT.
(C) O empregador somente pode compensar até o valor
da remuneração da empregada.
(D) O empregador não pode compensar nenhuma quan-
tia no TRCT.
66
A empresa Queiroz Ltda. instituiu um prêmio aos em-
pregados que tivessem desempenho extraordinário no
ano de 2022. O empregado que conseguisse dobrar sua
meta, teria direito a um veículo zero quilômetro, no valor
de R$ 150.000,00. De todos os empregados da empresa,
somente Lorena conseguiu dobrar a meta proposta e,
com isso, foi a ganhadora do mencionado veículo. Ocor-
re que, em janeiro de 2023, Lorena foi dispensada sem
justa causa e, inconformada, ajuizou ação trabalhista em
março de 2023, requerendo a integração do valor do ve-
ículo para fins de cálculos rescisórios. Nessa situação,
(A) Lorena não tem direito à integração.
(B) Lorena tem direito à totalidade da integração.
(C) Lorena tem direito à metade da integração.
(D) A legislação é omissa a respeito.
67
Durante o vínculo empregatício de Odair, ele ficava de
sobreaviso duas vezes por mês, com as horas devida-
mente pagas. Odair trabalhava em condições perigosas,
recebendo o adicional de 30% sobre o seu salário básico.
Após sua dispensa, o empregado requereu, judicialmen-
te, que o adicional de periculosidade integrasse o paga-
mento das horas de sobreaviso. Nesse caso,
(A) o empregado tem direito.
(B) o empregado não tem direito.
(C) as horas de sobreaviso não são remuneradas.
(D) a integração é faculdade do empregador.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
68
Lorraine foi contratada pela empresa Dreyer Ltda., por
experiência de 90 dias, com a cláusula assecuratória do
direito recíproco de rescisão. Ocorre que, após 30 dias,
a empresa fez a rescisão antecipada do contrato de tra-
balho, com o pagamento das verbas rescisórias, sem o
pagamento do aviso prévio. Nesse caso,
(A) Lorraine não tem direito ao aviso prévio.
(B) não se admite aviso prévio no contrato por prazo de-
terminado.
(C) Lorraine tem direito ao aviso prévio.
(D) não se admite rescisão antecipada no contrato por
prazo determinado.
69
Roberta compõe a CIPA de sua empresa, como represen-
tante dos trabalhadores, com mandato em vigência no
ano de 2023. Em setembro de 2023, houve a extinção
total do estabelecimento, com o pagamento das verbas
rescisórias, somente. Inconformada, Roberta ajuizou
ação trabalhista requerendo sua indenização decorrente
da estabilidade do cipeiro. Nesse caso,
(A) Roberta tem o direito à indenização.
(B) Roberta não tem estabilidade.
(C) Roberta somente teria direito à reintegração.
(D) Roberta não tem direito à indenização.
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
Cobb trabalhou para Clínica do Sono Origem por 20
anos. Devido ao ótimo trabalho que desempenhou ao
logo desses anos e ao seu saudável relacionamento com
a empresa, Cobb e o ex-empregador realizaram um bom
acordo extrajudicial para extinguir o contrato de traba-
lho e indenizar Cobb pelos anos dedicados à empresa. O
acordo foi conjuntamente reduzido a termo e distribuí-
do à Vara do Trabalho da cidade onde os serviços eram
prestados. No dia da audiência, presente Cobb, acom-
panhado do advogado do sindicato de sua categoria, e
o preposto acompanhado do advogado da empresa, o
juiz ouviu o empregado, analisou o termo na presença
das partes e, embora tenha constatado que não havia
qualquer vício que impedisse a homologação, entendeu
que o acordo não beneficiaria Cobb, razão pela qual o
indeferiu e extinguiu o processo. Diante disso, indique a
alternativa correta.
(A) Como o juiz não está obrigado a homologar o acordo,
nada pode ser feito, cabendo às partes aceitar a deci-
são e a extinção do processo.
(B) Como a decisão de indeferimento da homologação
tem natureza terminativa, cabe a qualquer das par-
tes interpor recurso ordinário para o TRT.
(C) O prazo prescricional para a propositura de ação
quanto aos direitos especificados no acordo flui nor-
malmente durante o processo de homologação.
(D) Como é direito líquido e certo das partes obter a ho-
mologação do acordo que fizeram, é cabível impetrar
mandado de segurança contra o ato do juiz.
71
Determinado juízo, ao julgar improcedentes os embar-
gos à execução propostos pelo ex-empregador em face
do ex-empregado, manteve os cálculos apresentados
pelo perito, que computou, como base de cálculo do
adicional de periculosidade, a totalidade das parcelas de
natureza salarial, muito embora a sentença liquidanda
tivesse deferido como base de cálculo do adicional de
periculosidade o salário-base do reclamante. A respeito
dessa situação, marque a opção ERRADA.
(A) A sentença não merece ser mantida, pois, na liquida-
ção, não se pode modificar ou inovar sentença liquidan-
da, nem discutir matéria pertinente à causa principal.
(B) A decisão que julgou improcedentes os embargos à
execução desafia agravo de petição.
(C) Nos embargos à execução, podem ser arguidos cum-
primento de decisão, quitação ou prescrição da dí-
vida, erros materiais na decisão e contradição ou
manifesto equívoco na análise dos pressupostos ex-
trínsecos do recurso.
(D) Ao julgar improcedentes os embargos, mantendo os
cálculos contrários à decisão transitada em julgado,
o juízo violou a coisa julgada.
72
Gumercinda propôs reclamação trabalhista em face de
sua ex-empregadora postulando o pagamento de adicio-
nal de periculosidade. No dia da audiência, Gumercinda
requereu a produção de prova pericial. O juiz, por sua vez,
em sua decisão, mesmo sob os protestos da reclamante,
que ficaram consignados em ata, e sabendo que Gumer-
cinda não tinha condições de arcar com os honorários
referidos, condicionou a realização da perícia ao depósi-
to prévio de R$ 2.000,00 a título de honorários periciais.
Diante dessa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Para reverter a decisão, a reclamante deve ingressar
com recurso ordinário, no prazo de 8 dias para rever-
ter a decisão.
(B) Para reverter a decisão, a reclamante deve impetrar
mandado de segurança com pedido de liminar con-
tra o ato do juiz, no prazo de 120 dias.
(C) O depósito prévio, nessa situação, é devido para ga-
rantir o juízo.
(D) Para reverter a decisão, a reclamante deve impetrar
mandado de segurança com pedido de liminar con-
tra o ato do juiz, no prazo de 60 dias, contados da
ciência do ato impugnado.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
73
Mística, Magneto e Apocalipse, trabalhadores da em-
presa Lab-X, apoiados pelo Sindicato Profissional de
Categoria, aderiram à greve deflagrada há alguns dias
por sua categoria. Para que a pressão fosse maior, in-
vadiram a sede, onde também funcionam os labora-
tórios da empresa, e lá se estabeleceram dia e noite
para impedir a entrada de outros trabalhadores e dos
dirigentes. Para mostrar ainda mais poder, destruíram
também o automóvel da empresa que permanecia es-
tacionado no pátio, um Chrysler E8, ano 2017, avaliado
em R$ 110.000,00. Considerando a situação apresenta-
da, indique a alternativa ERRADA.
(A) O empregador poderá ingressar com ação pleitean-
do a reintegração do imóvel e, com ela cumulando,
a indenização por perdas e danos, diante do prejuízo
sofrido com a destruição do automóvel da empresa.
(B) Para que o empregador possa ser ressarcido do pre-
juízo com a destruição do veículo da empresa, é cabí-
vel pedido de indenização de perdas e danos, já que
estão presentes os requisitos da responsabilidade
civil, quais sejam: culpa, dano e nexo.
(C) Para que o empregador possa conseguir o livre aces-
so ao estabelecimento novamente, a medida judicial
cabível é a ação de reintegração de posse, a ser pro-
posta perante a vara do trabalho.
(D) Para que o empregador possa conseguir o livre aces-
so ao estabelecimento, a medida judicial cabível é a
ação de reintegração de posse. Como se trata de uma
ação possessória, tendo em vista a diferença de ri-
tos, o pedido de indenização por perdas e danos não
pode ser cumulado com o de reintegração, devendo
correr em uma ação separada, específica para tal fim.
Direito do Previdenciário
Fernando Maciel
74
Lana Lane, após ser dispensada sem justa causa, contra-
tou o famoso advogado Mike Ross para representá-la e
ingressou com reclamação trabalhista em face de sua
ex-empregadora, Corporações Luthor. No dia da audiên-
cia, chovia forte na cidade e, diante da dificuldade de
conseguir pegar o ônibus, Lana não conseguiu chegar a
tempo. Diante de sua ausência, o processo foi arquiva-
do. Passados 30 dias, Lana ajuizou nova reclamação tra-
balhista repetindo os pedidos anteriores. Por estar com
a confiança abalada em relação a seu advogado, Mike
Ross, Lana ficou medo de prosseguir e resolveu desistir
da ação, o que foi prontamente homologado pelo juiz.
Contratou, então, novo advogado, Harvey Specter. De-
pois de 45 dias, propôs nova ação. Ocorre que, diante
do descumprimento de uma exigência, o magistrado
determinou fosse emendada a inicial. Lana, no entanto,
quedou-se inerte e o processo foi extinto. Considerando
o narrado acima, assinale a alternativa correta.
(A) Para propor nova ação, Lana Lane deverá aguardar 6
meses, já que deu causa a dois arquivamentos segui-
dos da reclamação trabalhista.
(B) Lana Lane não precisa aguardar tempo algum para
propor nova ação.
(C) Lana Lane não poderá mais propor reclamação tra-
balhista com os mesmos pedidos feitos nas petições
anteriores, pois ocorreu a perempção.
(D) Lana Lane não precisa aguardar tempo algum para
propor nova ação, já que, no processo do trabalho, a
perempção ocorre apenas quando o reclamante, por
2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento
da reclamação trabalhista.
75
No ano de 2023, o Estado do Rio Grande do Sul foi atin-
gido por vários episódios de ciclones extratropicais, os
quais acarretaram a morte e o desaparecimento de de-
zenas de pessoas. Para os casos de pessoas desapareci-
das, a legislação previdenciária equipara tal situação a
uma morte presumida, o que pode ensejar a concessão
de uma pensão provisória. Assinale a alternativa correta
acerca dessa modalidade de benefício.
(A) A renda mensal da pensão provisória será de 50% do
valor de uma pensão por morte comprovada.
(B) Nos casos de desastres, os dependentes farão jus
à pensão provisória a partir da data do desapareci-
mento do segurado.
(C) Na hipótese de ser localizado com vida o segura-
do que estava desaparecido, os dependentes estão
obrigados a restituir os valores recebidos a título de
pensão provisória.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
(D) Salvo nos casos de acidente, desastre ou catástrofe,
a morte presumida do segurado pressupõe a decla-
ração judicial de ausência após 1 ano de desapareci-
mento do segurado.
76
Lauro Martins foi contratado como empregado na data
de 14/07/2021, momento em que se operou a sua pri-
meira filiação ao RGPS. Considerando as novidades nor-
mativas introduzidas pela Reforma Previdenciária de
2019 (EC 103/2019), além do cumprimento da carência,
assinale a alternativa correta que indica os requisitos
para que Lauro possa receber o benefício de aposenta-
doria programada.
(A) 65 anos de idade, 20 anos de tempo de contribuição.
(B) 62 anos de idade, 20 anos de tempo de contribuição.
(C) 65 anos de idade, 35 anos de tempo de contribuição.
(D) 60 anos de idade, 35 anos de tempo de contribuição.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
João, com 58 anos de idade e com doença grave, ganhou
uma ação judicial com trânsito em julgado. Na referida
ação, um estado da federação, que ainda não havia pu-
blicado Lei definidora do tema, foi condenado a indeni-
zá-lo por danos materiais ao patrimônio, com valor de
condenação de R$ 50.000,00.
Nessa situação, o referido débito deverá ser pago:
(A) por meio de precatório com preferência, por conta
de o credor possuir doença grave.
(B) por meio de requisição de pequeno valor (RPV).
(C) por meio de precatório, sem nenhuma prioridade,
haja vista o crédito não possuir natureza alimentar.
(D) por meio de precatório, sem nenhuma prioridade,
em razão de possuir.
78
Suponha que, no projeto de lei orçamentária anual, um
município tenha inserido dotação destinada à constitui-
ção de empresa pública com objetivos comerciais para o
exercício de 20X4.
De acordo com a Lei n. 4.320/1964, tal dotação deverá
ser classificada como:
(A) inversão financeira.
(B) despesa de custeio.
(C) investimento.
(D) subvenção social.
Direito Eleitoral
Odair José
79
O partido Alfa, com registro definitivo junto ao Tribunal
Superior Eleitoral há pouco menos de cinco anos, e o par-
tido Delta, que participa regularmente das eleições há
mais de dez anos, resolveram se fundir, formando uma
nova agremiação política. Contudo, os presidentes das
duas agremiações partidária estão com dúvidas sobre as
regras de fusão e incorporação partidária. Por esse mo-
tivo, consultaram um advogado a respeito do tema. O
advogado consultado respondeu corretamente que
(A) Não é possível a fusão entre Alfa e Delta, sendo ad-
mitida, contudo, a incorporação de Alfa por Delta.
(B) Alfa e Delta poderão fundir-se formando uma nova
agremiação.
(C) Somente é possível a incorporação de Delta a Alfa,
mas não se admite a fusão entre as duas agremiações.
(D) Não é possível a fusão ou a incorporação entre Alfa
e Delta.
80
Mévio exercia a magistratura por mais de dez anos, mas
resolveu exonerar-se do seu cargo há sete meses das
eleições para concorrer ao cargo de deputado federal.
Acontece que sobre Mévio havia processo administrati-
vo disciplinar pendente de decisão, tendo sido arquiva-
do em razão da sua exoneração.
Ante a situação hipotética, é correto afirmar que
(A) o pedido de exoneração antes do julgamento do pro-
cesso administrativo disciplinar não afasta inelegibi-
lidade de Mévio.
(B) Mévio está inelegível por ter se desincompatibilizado do
cargo de magistrado com menos de um ano das eleições.
(C) a exoneração antes do julgamento do processo ad-
ministrativo disciplinar afasta eventual causa de ine-
legibilidade.
(D) a desincompatibilização do cargo de magistrado
deve ocorrer com até três meses da eleição.
 4º Simulado
Ordem dos Advogados do Brasil
1ª Fase do 39º Exame de Ordem

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A A D B D C A A A C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C B C A D C B B B A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
B B B C C A D B C A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
B C D D C D A D C A
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
C B A B B A A D B C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C D C D C B A D D D
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
D A D C C A B C D B
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
C B D B B A B A D A
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4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Ética Profissional
Maria Christina
1 3
O escritório Souza Advogados Associados registrou sua
sede na subseção de Luziânia, seccional do estado de
Goiás. Com o crescimento no ramo, decidiu registrar
outra filial do escritório na subseção de Goiânia, sec-
cional do estado de Goiás. Diante dos fatos, assinale a
opção correta.
(A) É vedado o registro de sociedade de advogados na
mesma seccional.
(B) É vedado o registro de sociedade de advogados na
mesma subseção.
(C) Não há vedação no caso, pois foram registradas em
subseções diferentes.
(D) É vedado mais de um registro de sociedade de advo-
gados no território nacional.
Letra a.
Assunto abordado: Sociedade de advogados
(A) Certa. É vedado ter mais de um registro de sociedade,
seja simples ou individual, na mesma seccional/estado.
(B) Errada. A vedação ocorre na seccional e não
na subseção.
(C) Errada. No caso há vedação, pois as subseções estão
na mesma seccional.
(D) Errada. É vedado apenas em caso de mais de 1 regis-
tro por seccional.
2 dos quem for advogado legalmente inscrito.
João Almeida é advogado e possui uma sociedade sim-
ples denominada Almeida Advogados Associados regis-
trada perante junta comercial. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) As sociedades simples pressupõem a existência de
mais de um sócio.
(B) As sociedades individuais devem ser registradas nas
seccionais do local da sede, enquanto as sociedades
simples devem ser registradas na Junta Comercial.
(C) O nome da sociedade simples de advogados deve
conter o nome e/ou sobrenome de todos os sócios,
somado de uma expressão jurídica.
(D) O nome da sociedade de advogado pode conter
nome fantasia ao se apresentar ao público em geral.
Letra a.
Assunto abordado: Sociedade de advogados
(A) Certa. Sociedade individual tem um único sócio. So-
ciedade simples tem dois ou mais sócios.
(B) Errada. Todas as sociedades de advogados devem ser
registradas nas seccionais, jamais na Junta Comercial.
(C) Errada. Deve conter o nome completo e/ou sobreno-
me de todos, de alguns ou de um único sócio.
(D) Errada. Nenhuma sociedade de advogados pode
conter nome fantasia ou expressão empresarial.
Bárbara Silva é advogada e Mariana Correia é empresá-
ria. Ambas se reuniram e abriram um escritório de advo-
cacia denominado Silva Consultoria Criminal. Diante dos
fatos, assinale a alternativa correta.
(A) Caso Bárbara seja aprovada no concurso para procurado-
ra federal, poderá continuar com o nome no escritório.
(B) Caso Mariana tome posse como governadora, deverá ser
retirada da sociedade em face de sua incompatibilidade.
(C) Mariana, sendo empresária, pode participar da so-
ciedade de advogados, desde que seu nome não
conste no nome da sociedade.
(D) Uma sociedade de advocacia não pode em hipótese
alguma ter como sócio alguém que não seja advoga-
do, tal como ocorre com Mariana.
Letra d.
Assunto abordado: Sociedade de advogados
(A) Errada. Art. 16 § 2º do EOAB. Se houver um impedi-
mento mediante assunção de cargo de procurador, de-
verá ocorrer a troca do nome do escritório.
(B) Errada. A incompatibilidade provisória proíbe o uso
do nome e da imagem tão somente.
(C) Errada. Não pode ingressar em uma sociedade de
advogados aquele que não seja inscrito na OAB, como é
o caso de Mariana, que é tão somente empresária.
(D) Certa. Só pode fazer parte de sociedade de advoga-
4
João e Maria constituíram sociedade simples de advo-
gados com registro da sede na seccional do estado do
Amazonas. João, advogado e servidor público da União,
foi constituído como sócio administrador. Diante dos fa-
tos, assinale a opção correta.
(A) O sócio administrador da sociedade de advogados
não pode ser servidor público, independentemente
do regime de atuação.
(B) O sócio administrador da sociedade de advogados
pode ser servidor público desde que não esteja su-
jeito ao regime de dedicação exclusiva.
(C) O sócio administrador da sociedade de advogados
pode ser servidor público mesmo que sujeito ao re-
gime de dedicação exclusiva.
(D) Nenhum servidor público pode fazer parte de socie-
dade de advogados.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Letra b.
Assunto abordado: Sociedade de advogados
(A) Errada. Salvo regime de dedicação exclusiva.
(B) Certa. Conforme o art. 15 § 8º do EOAB, o advogado
que também seja servidor público, desde que NÃO este-
ja sujeito ao regime de dedicação exclusiva, poderá ser
designado como sócio administrador.
(C) Errada. Salvo regime de dedicação exclusiva.
(D) Errada. Servidor impedido poderá participar da so-
ciedade de advogados, levando o impedimento para os
demais sócios.
5 do Pleno do Conselho Federal da OAB, resolveu se ma-
João, integrante da Diretoria do Conselho da Seccional
de determinado estado, procurou você para obter maior
conhecimento sobre as competências dos órgãos da
OAB. Diante dos fatos, assinale a opção correta.
(A) É competência da subseção a criação da Caixa de As-
sistência dos Advogados.
(B) É competência da subseção a intervenção na Caixa
de Assistência dos Advogados.
(C) É competência da subseção a fixação de tabela de
honorários.
(D) É competência da subseção instaurar e instruir os
processos administrativos disciplinares para julga-
mento pelo Tribunal de Ética e Disciplina.
Letra d.
Assunto abordado: Órgãos da OAB
(A) Errada. Competência da seccional. Art.
II, do EOAB.
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho
Seccional:
II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Ad-
vogados;
(B) Errada. Competência da seccional. Art.
XV, do EOAB.
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho
Seccional:
XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência
dos Advogados;
(C) Errada. Competência da seccional. Art.
V, do EOAB.
Art. 58. Compete privativamente ao Conselho
Seccional:
V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o
território estadual;
(D) Certa. Conforme o art. 61, parágrafo único,
c, do EOAB.
Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando
houver, compete exercer as funções e atribuições do
Conselho Seccional, na forma do regimento interno
deste, e ainda:
(c) instaurar e instruir processos disciplinares, para
julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;
6
A Ordem dos Advogados do Brasil, mediante reunião
nifestar sobre uma grave violação de direitos humanos
ocorrida no norte do país. Diante dos fatos, assinale a
opção correta.
(A) Não é competência do CFOAB manifestar sobre te-
mas ligados aos direitos humanos.
(B) É competência do CFOAB tão somente a manifesta-
ção sobre a defesa de prerrogativas da OAB.
(C) É competência do CFOAB manifestar sobre o Estado
democrático de direito, os direitos humanos, a pre-
servação da Constituição e da legislação e das prer-
rogativas dos Advogados.
(D) É competência do CFOAB manifestar apenas sobre
o Estado democrático de direito e das prerrogativas
dos Advogados.
Letra c.
58, Assunto abordado: Órgãos da OAB
(A) Errada. É competência do CFOAB manifestar sobre o
Estado democrático de direito, os direitos humanos, a
preservação da Constituição e da legislação e das prer-
rogativas dos Advogados – art. 44 do EOAB.
(B) Errada. Art. 44 do EOAB.
(C) Certa. É competência do CFOAB manifestar sobre o
Estado Democrático de Direito, os Direitos Humanos, a
58, preservação da Constituição e da legislação e das prer-
rogativas dos Advogados – art. 44 do EOAB.
(D) Errada. Art. 44 do EOAB.
7
Sobre as competências dos órgãos da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, assinale a opção correta.
(A) É competência do Conselho Federal da OAB colabo-
58, rar com o aperfeiçoamento de cursos jurídicos.
(B) É competência do Conselho Federal da OAB julgar
em primeira instância os processos administrativos
disciplinares.
(C) É competência do Conselho Federal da OAB partici-
par da elaboração de concursos públicos em todas as
suas fases.
(D) É competência do Conselho Federal da OAB receber
pedidos de estagiários e advogados.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Letra a.
Assunto abordado: Órgãos da OAB
(A) Certa. Conforme o art. 54, XV, do EOAB:
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos ju-
rídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresen-
tados aos órgãos competentes para criação, reconhe-
cimento ou credenciamento desses cursos;
(B) Errada. Competência do TED da seccional.
(C) Errada. Competência da Seccional.
(D) Errada. Competência da Seccional ou subseção.
8 formas de interpretação, denominadas por ele de inter-
João, advogado e professor de Direito Previdenciário da
Universidade do Estado do Mato Grosso, procurou você
para sanar dúvidas com relação às regras de incompati-
bilidade e impedimento no exercício da advocacia. Dian-
te dos fatos, assinale a opção correta.
(A) João poderá advogar inclusive contra o estado do
Mato Grosso, ente que lhe remunera.
(B) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso por ser o ente que lhe remunera.
(C) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso em decorrência de sua incompatibilidade.
(D) João não poderá advogar contra o estado do Mato
Grosso em decorrência de seu impedimento.
Letra a.
Assunto abordado: Incompatibilidade e Impedimento
(A) Certa. O professor de Direito é livre para advogar in-
clusive contra o ente que lhe remunera, tal como previs-
to no art. 30, parágrafo único, do EOAB.
(B) Errada. Pode advogar por ser uma exceção.
(C) Errada. Pode advogar por ser uma exceção.
(D) Errada. Pode advogar por ser uma exceção.
Filosofia do Direito
Odair José
9
Na obra “Ética a Nicômaco”, Aristóteles chama atenção
para uma outra forma de justiça, que ele não enquadra
nem na justiça distributiva nem na corretiva e que deno-
mina de reciprocidade. Essa forma de justiça se realiza
nas trocas de mercadoria.
Nos termos da obra em referência, trata-se de uma for-
ma de justiça que se realiza por
(A) equivalência.
(B) meritocracia.
(C) reparação.
(D) comutação.
Letra a.
Assunto abordado: Aristóteles / Teoria da justiça
(A) Certa. Aristóteles se refere à situação em que ocor-
rem permutas de mercadoria, assim, há justiça quando
as mercadorias permutadas se equivalem.
(B) Errada. Meritocracia é critério usado na justiça
distributiva.
(C) Errada. Reparação é uma das modalidades da justiça
corretiva.
(D) Errada. Comutação é uma das modalidades da justi-
ça corretiva.
10
Na Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen se refere a duas
pretação autêntica e interpretação cognoscitiva.
Sobre esse tema, nos termos da obra em referência, é
correto afirmar que a interpretação autêntica
(A) é o mesmo que interpretação legal, realizada pelo
produtor da norma.
(B) não é vinculativa, porque apenas oferece uma signi-
ficação à norma.
(C) é vinculativa da conduta para quem ela é destinada.
(D) é realizada pela ciência do direito.
Letra c.
Assunto abordado: Hans Kelsen / Teoria pura do direito
(A) Errada. A afirmação se refere ao método de interpre-
tação quanto à origem, qual seja, a interpretação autên-
tica, ou legal, realizada pelo produtor da norma.
(B) Errada. A alternativa se refere à interpretação
cognoscitiva.
(C) Certa. A interpretação autêntica é feita por quem
aplica a norma, por isso é vinculativa da conduta do seu
destinatário.
(D) Errada. A interpretação autêntica é feita pelo órgão
aplicador do direito e é vinculativa, já a interpretação
cognoscitiva é feita pela ciência do direito e não tem ca-
ráter vinculativo.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Ana, Roberta e Luana debateram a respeito dos princí-
pios fundamentais que devem direcionar a República
Federativa do Brasil nas relações internacionais. Ana
defendia que um desses princípios é o da autodeter-
minação dos povos, indicativo de que o Brasil, mesmo
que divirja das leis locais que apregoem práticas discri-
minatórias, quaisquer que sejam elas, deve respeitar o
domínio reservado de natureza interna, sem formular
qualquer juízo de valor. Roberta ressaltava que as rela-
ções internacionais devem ser direcionadas pelo escalo-
namento dos Estados soberanos, conforme os paradig-
mas sociais e econômicos adotados pelo Brasil. Luana,
por sua vez, ressaltou que a concessão de asilo político,
ainda que caminhe em norte contrário aos balizamen-
tos estabelecidos pela ordem jurídica de outro Estado
soberano, deve direcionar o Brasil nas relações interna-
cionais. O professor Clovis, ao analisar as afirmações de
suas alunas, concluiu, corretamente, à luz da Constitui-
ção da República de 1988, que
(A) todas estão certas.
(B) somente Ana está certa.
(C) somente Luana está certa.
(D) somente Ana e Roberta estão certas.
Letra c.
Assunto abordado: Princípios fundamentais
Luana está certa quanto à sua afirmação. Um dos prin-
cípios que regem a República Federativa do Brasil, nas
suas relações internacionais, é o da concessão de asilo
político (CF, Art. 4º, caput, inciso X). Logo, tal princípio,
mesmo que, em algumas situações, vá de encontro ao
entendimento de outro Estado soberano, deve direcio-
nar o Brasil, em suas relações internacionais.
12
Raimundo, condenado à pena privativa de liberdade,
foi mantido em regime prisional mais gravoso. Seu ad-
vogado, Ramiro, sabe que tal situação violou a Súmula
Vinculante n. 56, a qual afirma: “A falta de estabeleci-
mento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso.” Assim, a
ação cabível quando há violação à Súmula Vinculante é:
(A) Recurso Extraordinário.
(B) Reclamação Constitucional.
(C) Mandado de Segurança.
(D) ADPF.
Letra b.
Assunto abordado: Súmula Vinculante
Conforme a CF/1988:
Art. 103-A. § 3º Do ato administrativo ou decisão ju-
dicial que contrariar a súmula aplicável ou que inde-
vidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará
o ato administrativo ou cassará a decisão judicial re-
clamada, e determinará que outra seja proferida com
ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
13
A Constituição da República de 1988 foi um marco na
nossa história por ter trazido uma extensa lista de direi-
tos fundamentais do cidadão.
Com base no Art. 5º da Constituição da República de
1988, a seguinte opção não corresponde corretamente
aos direitos e às garantias fundamentais do cidadão:
(A) Homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos da Constituição da República.
(B) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
(C) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, in-
clusive a de caráter paramilitar.
(D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
nação judicial.
Letra c.
Assunto abordado: Direitos e garantias fundamentais
Conforme o art. 5º, XVII, da CF/1988:
Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
14
Joana, vereadora do município Alfa e ferrenha defen-
sora do meio ambiente, tomou ciência de que, no dia
anterior, uma indústria iniciara suas atividades no terri-
tório municipal, o que ocorrera sem a prévia obtenção
de licença das autoridades competentes e sem a adoção
de quaisquer medidas destinadas à prevenção de da-
nos ambientais. Em razão do potencial poluidor dessa
atividade, que já começava a causar danos ambientais,
Joana decidiu ajuizar a ação constitucional cabível para
pleitear a interrupção da atividade e a reparação dos da-
nos causados.
A ação a ser ajuizada por Joana é
(A) a ação popular.
(B) a ação civil pública.
(C) o mandado de segurança.
(D) a reclamação constitucional.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Letra a.
Assunto abordado: Remédios constitucionais
Nos termos do art. 5º, LXXIII, CF:
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judi-
ciais e do ônus da sucumbência.
15
Em razão do grande fluxo de embarcações nas imedia-
ções das praias subjacentes ao território do estado Alfa,
o que, não raro, resultava em danos ambientais, um ente
federativo editou a Lei estadual n. X, a qual estabelece
critérios para o controle de resíduos de embarcações.
Ao tomar ciência do teor da Lei estadual n. X, um legiti-
mado à deflagração do controle concentrado de consti-
tucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, so-
licitou que sua assessoria analisasse a compatibilidade
desse diploma normativo com a ordem constitucional.
Foi corretamente informado que a Lei estadual n. X é
(A) inconstitucional, pois o mar territorial é considerado
bem da União.
(B) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre direito marítimo.
(C) inconstitucional, pois compete privativamente à
União legislar sobre a proteção ao meio ambiente.
(D) constitucional, já que o Estado tem competência
concorrente com a União para legislar sobre respon-
sabilidade por danos ao meio ambiente.
Letra d.
Assunto abordado: Repartição de competências
O Estado tem competência concorrente com a União
para legislar sobre responsabilidade por danos ao meio
ambiente, nos termos do art. 24, VIII da CF/1988.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre:
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, es-
tético, histórico, turístico e paisagístico;
16
Da disciplina constitucional sobre o Poder Legislativo,
seus membros e suas comissões, infere-se que
(A) as comissões parlamentares de inquérito da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal possuem pode-
res próprios das autoridades policiais e judiciais.
(B) a imunidade material do deputado federal é idênti-
ca à do vereador, com alcance em todo o território
nacional.
(C) o vereador possui imunidade parlamentar em sen-
tido material, mas não lhe é atribuída a imunidade
formal ou processual.
(D) as comissões parlamentares de inquérito da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal podem ser cria-
das por prazo indeterminado.
Letra c.
Assunto abordado: Poder Legislativo
Senador, deputado federal e estadual possuem imunida-
des materiais e formais, já o vereador só possui imuni-
dade material e limitada à circunscrição do município,
conforme o art. 53 da CF.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Em uma reserva indígena no Brasil, uma empresa pre-
tende iniciar a exploração de recursos naturais sem a de-
vida consulta e consentimento das comunidades locais.
Preocupados com a situação, uma ONG de proteção às
comunidades indígenas procura você como advogado,
que deve esclarecer que, de acordo com a legislação
brasileira e convenções internacionais sobre o tema, o
procedimento correto a ser seguido é:
(A) A empresa pode iniciar a exploração, desde que
apresente uma autorização governamental.
(B) A empresa deve consultar e obter o consentimento
prévio e informado das comunidades afetadas.
(C) As comunidades locais não têm direito a participar
das decisões sobre exploração de recursos em reser-
vas indígenas por serem de propriedade da União.
(D) A empresa precisa apenas notificar as autoridades
locais sobre suas intenções.
Letra b.
Assunto abordado: Comunidade Indígena
De acordo com a Constituição Federal de 1988 e con-
venções internacionais, como a Convenção 169 da OIT,
é obrigatório obter o consentimento prévio e informado
das comunidades indígenas antes de qualquer projeto
que possa afetar seus territórios e recursos. Vide artigo
231 § 3º da CF:
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, inclu- Letra b.

ídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra
das riquezas minerais em terras indígenas só podem
ser efetivados com autorização do Congresso Nacio-
nal, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da lavra, na
forma da lei.
18
Em pleno século XXI, o mundo tem vivenciado situações
de conflito armado, guerra e ataques terroristas. Na
tentativa de conter os ânimos dos envolvidos e defen-
der as pessoas e bens indiretamente envolvidos nesses
conflitos, foram estabelecidas normativas do Direito
Humanitário.
A partir dos preceitos do Direito Humanitário, qual
dos seguintes princípios pode ser apontado como
fundamental:
(A) Princípio da Discriminação.
(B) Princípio da Proporcionalidade.
(C) Princípio da Anexação.
(D) Princípio da Prevaricação.
Letra b.
Assunto abordado: Princípio de Direito Humanitário
O princípio da proporcionalidade é central no Direito
Humanitário, pois exige que qualquer ação militar ou
medida restritiva tomada em um conflito armado deve
ser proporcional ao objetivo legítimo buscado, minimi-
zando danos à população civil.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Durante uma Conferência Internacional organizada pela
ONU no território de um de seus membros, um diploma-
ta estrangeiro se envolveu em um incidente de trânsito
que resultou na morte de um pedestre. O Estado anfi-
trião da Conferência decide processar o diplomata por
homicídio culposo.
A partir dessa situação hipotética e com base na Con-
venção de Viena sobre Relações Diplomáticas, podemos
considerar que:
(A) a intenção do Estado anfitrião está correta, pois a imu-
nidade diplomática não alcança os casos criminais.
(B) a intenção do Estado anfitrião não está correta, pois a imu-
nidade diplomática é absoluta para questões criminais.
(C) a intenção do Estado anfitrião está correta, pois o in-
cidente ocorreu dentro da sua jurisdição.
(D) a intenção do Estado anfitrião não está correta, pois
a imunidade atinge todos os casos.
Assunto abordado: Imunidade Diplomática
De acordo com o artigo 31 da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas: “O agente diplomático gozará da
imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado.”
Sendo assim, esse agente diplomático não poderá ser
processado pelo Estado anfitrião do evento, salvo se o
Estado acreditante retirar a imunidade de seu agente.
20
Um brasileiro residente na Bélgica decide ajuizar uma
ação contra um canadense residente na França. O ob-
jeto do litígio diz respeito a uma dívida contraída pelo
canadense durante uma estadia no Brasil.
De acordo com o Código de Processo Civil Brasileiro e as
regras de Direito Privado brasileiras:
(A) a ação pode ser ajuizada no Brasil.
(B) a ação não pode ser ajuizada no Brasil.
(C) a ação deve ser ajuizada exclusivamente no Brasil.
(D) a ação deve ser ajuizada exclusivamente na França,
estado de residência do canadense.
Letra a.
Assunto abordado: Competência
Esse caso envolve uma situação de competência concor-
rente estabelecida no art. 21 do CPC:
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, esti-
ver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado
no Brasil.
Não é situação de competência exclusiva prevista no art.
23 do CPC e o local de residência do canadense não de-
termina competência exclusiva no Brasil ou no exterior.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito Tributário
Maria Christina
21
A empresa Beta Ltda. possui inúmeras dívidas tributárias
e acabou sendo alienada para Alfa Ltda. tendo sido as-
sinado entre as partes contrato de compra e venda em
que o alienante se responsabiliza por eventuais dívidas
tributárias tendo o ex-proprietário cessado a exploração
da atividade econômica. Diante dos fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) O adquirente responderá solidariamente com o alie-
nante pelas dívidas da empresa.
(B) O adquirente responderá integralmente pelas dívi-
das da empresa.
(C) O adquirente responderá subsidiariamente com o
alienante.
(D) O adquirente não responderá pelas dívidas da
empresa.
Letra b.
Assunto abordado: Responsabilidade tributária
(A) Errada. Não há no caso possibilidade de responsabi-
lidade solidária.
(B) Certa. Como o alienante cessou a exploração da ativi-
dade econômica, o adquirente responderá integralmen-
te pelas dívidas da empresa. (Art. 133 I CTN)
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito priva-
do que adquirir de outra, por qualquer título, fundo
de comércio ou estabelecimento comercial, industrial
ou profissional, e continuar a respectiva exploração,
sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos
ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até
à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração
do comércio, indústria ou atividade.
(C) Errada. Só haveria responsabilidade subsidiária se
o alienante tive voltado a explorar atividade econômi-
co dentro do prazo de 6 meses contados da venda. (Art.
133 II CTN)
II - subsidiariamente com o alienante, se este pros-
seguir na exploração ou iniciar dentro de seis me-
ses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão
(D) Errada. A responsabilidade, no caso, é integral.
22
Maria, dona de um único imóvel em área urbana, deixou
de efetuar o pagamento de 100 mil do IPTU de sua casa
avaliada em 1 milhão de reais. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) Maria não poderá perder a casa pelas dívidas de
IPTU por configurar bem de família.
(B) O bem de Maria será levado à hasta pública e a res-
ponsabilidade tributária será sub-rogada no valor do
preço da arrematação.
(C) O bem de Maria será levado à hasta pública e a res-
ponsabilidade tributária será sub-rogada no valor da
dívida tributária.
(D) O bem de família é impenhorável não podendo res-
ponder por qualquer dívida tributária.
Letra b.
Assunto abordado: Responsabilidade tributária
(A) Errada. O bem de família responde pelas dívi-
das de IPTU.
(B) Certa. Imóveis arrematados em hasta pública sub-
-roga se no valor do preço da arrematação, conforme o
art. 130 parágrafo único do CTN.
(C) Errada. Responsabilidade será sub-rogada no valor
do preço da arrematação.
(D) Errada. O bem de família excepcionalmente pode ser
penhorado por dívidas incidentes sobre o próprio bem,
como no caso do IPTU. Art. 3 IV Lei n. 8.009/1990.
23
Eugênio Bruger, em dívida com Imposto de Renda de
sua pessoa jurídica, declarou os valores e não efetuou
o pagamento. Após alguns anos, mas, antes de qualquer
procedimento de fiscalização por parte do fisco, efetuou
o pagamento integral do tributo somado aos juros e re-
quereu a exclusão do valor das multas. Assinale a op-
ção correta.
(A) As multas deverão ser excluídas com base no benefí-
cio da denúncia espontânea.
(B) As multas são devidas, pois não haverá denúncia es-
pontânea no caso.
(C) A denúncia espontânea, no caso, é devida, pois não
houve procedimento iniciado pelo fisco.
(D) Não há que se falar em denúncia espontânea nos tri-
butos lançados por homologação.
Letra b.
Assunto abordado: Responsabilidade tributária
(A) Errada. As multas não serão excluídas, pois não há
denúncia espontânea.
(B) Certa. Como já houve declaração por parte do con-
tribuinte, já houve início de procedimento não havendo
que se falar em denúncia espontânea. Art. 138, parágra-
fo único, do CTN e S. 360 do STJ.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

Art. 138. Parágrafo único. Não se considera espontâ- (C) Certa. Diante da fusão, transformação ou incorpora-
nea a denúncia apresentada após o início de qualquer ção de empresas a nova responderá de forma integral
procedimento administrativo ou medida de fiscaliza- por todos os tributos, juros e multas devidas até a data
ção, relacionados com a infração. do ato. 132 CTN e S. 554 do STJ.
Súmula n. 360 O benefício da denúncia espontânea não
se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homolo- Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que re-
gação regularmente declarados, mas pagos a destempo. sultar de fusão, transformação ou incorporação de
outra ou em outra é responsável pelos tributos devi-
(C) Errada. A denúncia espontânea não é devida, pois já dos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito
houve início de procedimento pelo contribuinte. privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
(D) Errada. Os tributos lançados por homologação po- Súmula n. 554. Na hipótese de sucessão empresarial,
dem ser beneficiados com a denúncia espontânea desde a responsabilidade da sucessora abrange não apenas
que não tenha ocorrido a declaração. os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos ge-
24 radores ocorridos até a data da sucessão.
A empresa Beta Ltda. foi dividida entra as empresas A,
que ficou com 60%, e a empresa B, que ficou com 40%. (D) Errada. Responderá integralmente por tudo.
Diante do caso, assinale a opção correta.
(A) As empresas A e B serão subsidiariamente responsá- Direito Administrativo
veis pelas dívidas devidas até a data da cisão.
Gustavo Brígido
(B) As empresas A e B serão responsáveis proporcionais
pelas dívidas devidas até a data da cisão conforme
26
sua cota parte.
João foi aprovado em concurso público federal e tomou
(C) As empresas A e B serão solidariamente responsá-
posse em cargo público efetivo. Pouco tempo depois, foi
veis pelas dívidas devidas até a data da cisão.
removido no interesse do serviço, para outra sede, mu-
(D) As empresas A e B não serão responsáveis pelas dívi-
dando-se com sua família. Três anos depois, infelizmen-
das devidas até a data da cisão.
te, veio a falecer. A família procurou você, na qualidade
de advogado especialista em Direito Administrativo, para
Letra c.
saber dos direitos de que desfrutavam, pois pretendiam
Assunto abordado: Responsabilidade tributária
retornar para a cidade de origem. A orientação correta
(A) Errada. Responsabilidade solidária.
deve ser no sentido de que a família tem direito a
(B) Errada. Responsabilidade solidária.
(A) ajuda de custo e transporte para a localidade de
(C) Certa. A cisão entre empresas gera uma responsabi-
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado
lidade solidária pelas dívidas até a data da cisão. Art 124
do óbito.
e 125 do CTN.
(B) ajuda de custo e transporte para a localidade de
origem, dentro do prazo de 3 (três) anos, contados
25 do óbito.
As empresas Telta e Delta se fundiram em uma única
(C) diárias e transporte para a localidade de origem,
empresa Beta. Diante da fusão das empresas, assinale
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
a opção correta.
(D) diárias e transporte para a localidade de origem,
(A) A nova empresa Beta responderá subsidiariamente
dentro do prazo de 3 (três) anos, contados do óbito.
por todas as dívidas tributárias, juros e multa.
(B) A nova empresa Beta responderá subsidiariamente
Letra a.
apenas pelos tributos devidos até a data do ato.
Assunto abordado: 7 Agentes públicos: espécies, regi-
(C) A nova empresa Beta responderá integralmente por
me jurídico, direitos, deveres e responsabilidades. Teto
todas as dívidas tributárias, juros e multas.
remuneratório.
(D) A nova empresa Beta responderá integralmente ape-
Lei n. 8.112/1990. Da Ajuda de Custo
nas pelos tributos devidos até a data do ato.
Art. 53.  A ajuda de custo destina-se a compensar as
Letra c.
despesas de instalação do servidor que, no interes-
Assunto abordado: Responsabilidade tributária
se do serviço, passar a ter exercício em nova sede,
(A) Errada. Responderá integralmente.
com mudança de domicílio em caráter permanente,
(B) Errada. Responderá integralmente.
vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
que detenha também a condição de servidor, vier a
ter exercício na mesma sede.
§ 1º  Correm por conta da administração as despesas
de transporte do servidor e de sua família, compreen-
dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
§ 2º  À família do servidor que falecer na nova sede
são assegurados ajuda de custo e transporte para a
localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano,
contado do óbito.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses
de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo
único do art. 36
27
A família do ex-presidente da República Federativa do
Brasil o procurou, na qualidade de advogado especialista
em direito administrativo, para saber acerca da proteção
legal das informações pertinentes ao exercício do man-
dato de seu pai, temendo pela sua segurança. Você deve
informá-los corretamente que
(A) as informações que puderem colocar em risco a se-
gurança do presidente e vice-presidente da Repúbli-
ca e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classifica-
das como ultrassecretas e ficarão sob sigilo ao longo
de 25 (vinte e cinco) anos.
(B) as informações que puderem colocar em risco a segu-
rança do presidente e vice-presidente da República e res-
pectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como
secretas e ficarão sob sigilo ao longo de 15 (quinze) anos.
(C) as informações que puderem colocar em risco a seguran-
ça do presidente e vice-presidente da República e respec-
tivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reser-
vadas e ficarão sob sigilo ao longo de 5 (quinze) anos.
(D) as informações que puderem colocar em risco a segu-
rança do presidente e vice-presidente da República e
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas
como reservadas e ficarão sob sigilo até o término
do mandato em exercício ou do último mandato, em
caso de reeleição.
Letra d.
Assunto abordado: 1. Princípios, fontes e interpreta-
ção. 1.1 Lei n. 13.655/2018 e suas disposições sobre
segurança jurídica e eficiência na criação e na aplica-
ção do direito público. 1.2. Acesso à Informação (Lei n.
12.527/2011), tratamento de dados pelo Poder Público
e sanções administrativas na Lei Geral de Proteção de
Dados – LGPD (Lei n. 13.709/2018).
LEI N. 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Pra-
zos de Sigilo
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e enti-
dades públicas, observado o seu teor e em razão de
sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou
do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta,
secreta ou reservada.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à in-
formação, conforme a classificação prevista no ca-
put, vigoram a partir da data de sua produção e são
os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.
§ 2º As informações que puderem colocar em risco
a segurança do Presidente e Vice-Presidente da Re-
pública e respectivos cônjuges e filhos(as) serão clas-
sificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o
término do mandato em exercício ou do último man-
dato, em caso de reeleição.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º ,
poderá ser estabelecida como termo final de restri-
ção de acesso a ocorrência de determinado evento,
desde que este ocorra antes do transcurso do prazo
máximo de classificação.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consuma-
do o evento que defina o seu termo final, a informa-
ção tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.
28
No estudo da Organização Administrativa brasileira,
destacam-se entes, entidades e órgãos públicos, no
contexto da administração direta e indireta. Estudantes
do curso de graduação em Direito procuraram você, na
qualidade de professor e advogado especialista em di-
reito administrativo, para explicar a posição dos minis-
térios na organização administrativa federal. Você deve
informá-los corretamente que
(A) os ministérios possuem personalidade jurídica, per-
tencem à administração direta federal e decorrem da
desconcentração administrativa.
(B) os ministérios não possuem personalidade jurídica,
pertencem à administração direta federal e decor-
rem da desconcentração administrativa.
(C) os ministérios possuem personalidade jurídica, per-
tencem à administração indireta federal e decorrem
da desconcentração administrativa.
(D) os ministérios não possuem personalidade jurídica,
pertencem à administração indireta federal e decor-
rem da desconcentração administrativa.
Letra b.
Assunto abordado: 2 Atividade e estrutura administrati-
va. Organização administrativa
Os ministérios são órgãos públicos autônomos, criados
a partir da desconcentração administrativa da Presidên-
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
cia da República, mantendo relação de subordinação
com o presidente, fazendo parte da administração dire-
ta federal.
29
João, proprietário de restaurante no centro da cidade
de Fortaleza, recebeu fiscalização de rotina de agentes
da vigilância sanitária, os quais localizaram alimentos
estragados em grande quantidade sendo vendidos ao
consumidor final. Por precaução, de imediato, os agen-
tes determinaram a interdição do estabelecimento. João
procurou você, na qualidade de advogado especialista
em direito administrativo, para saber se teria havido
algum tipo de abuso por parte dos agentes. Você deve
informá-los corretamente que
(A) os agentes só poderiam determinar a interdição após
a necessária autorização judicial.
(B) os agentes deveriam ter comunicado sobre a fisca-
lização, de modo que houvesse tempo de corrigir
eventuais problemas.
(C) os agentes atuaram nos limites da lei, na medida que
o exercício do poder de polícia goza de autoexecuto-
riedade.
(D) os agentes feriram a legalidade no ato de interdição,
pois não possuem competência para tanto.
Letra c.
Assunto abordado: 3 Poderes administrativos: poderes
e deveres do administrador público, uso e abuso do po-
der, vinculação e discricionariedade. 3.1 Poder hierár-
quico. 3.2 Poder disciplinar e processo administrativo
disciplinar. 3.3 Poder regulamentar. 3.4 Poder de polícia.
São atributos do poder de polícia a discricionariedade, a
autoexecutoriedade e a coercibilidade. A interdição do
restaurante decorreu de correta aplicação do poder de
polícia administrativa, no âmbito da autoexecutorieda-
de, pois independe de prévia autorização judicial.
30
O município de Fortaleza contratou consagrado grupo
de artistas para as festas de final de ano, sem realizar
licitação, por conta da inviabilidade de competição, e a
secretaria responsável também não motivou o ato ad-
ministrativo relacionado à contratação. Alguns cidadãos
procuraram você, na qualidade de advogado(a) espe-
cialista em direito administrativo, para aferir eventuais
ilegalidades na contratação e no ato. Você deve informá-
-los corretamente que
(A) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem li-
citação, mas o ato deveria obrigatoriamente ter sido
motivado.
(B) a contratação não poderia ter ocorrido sem licitação
e o ato deveria obrigatoriamente ter sido motivado.
(C) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem
licitação e o ato não precisaria ser motivado.
(D) a contratação poderia realmente ter ocorrido sem lici-
tação, mas não por inexigibilidade, e sim por dispensa.
Letra a.
Assunto abordado: 4 Atos administrativos: conceito,
atributos, classificação, espécies, extinção. 5 Licitações e
contratos. Lei n. 8.666/1993 e Lei n. 14.133/2021.
A contratação sem licitação se enquadra nas hipóteses
legais de inexigibilidade, mas o ato deveria necessaria-
mente ter sido motivado.
LEI N. 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021
Da Inexigibilidade de Licitação
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a com-
petição, em especial nos casos de:
I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gê-
neros ou contratação de serviços que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivos;
II - contratação de profissional do setor artístico, dire-
tamente ou por meio de empresário exclusivo, desde
que consagrado pela crítica especializada ou pela opi-
nião pública;
III - contratação dos seguintes serviços técnicos espe-
cializados de natureza predominantemente intelec-
tual com profissionais ou empresas de notória espe-
cialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação:
IV - objetos que devam ou possam ser contratados
por meio de credenciamento;
V - aquisição ou locação de imóvel cujas característi-
cas de instalações e de localização tornem necessária
sua escolha.
LEI N. 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva-
dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurí-
dicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso
ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
cesso licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propos-
tas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
convalidação de ato administrativo. (Grifos nossos.)
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
Adriano cometeu uma infração administrativa ambien-
tal. Preocupado com as possíveis consequências do seu
ato, consulta um advogado especialista na área, que lhe
informa que:
(A) Se Adriano cometer, simultaneamente, duas ou mais
infrações, será aplicada a sanção correspondente à
infração mais grave, com aumento de pena.
(B) A sanção de advertência será aplicada pela inobser-
vância das disposições da Lei n. 9.605/1998 e da legis-
lação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem
prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
(C) A multa simples será aplicada caso Adriano, por ne-
gligência ou dolo, advertido por irregularidades que
tenham sido praticadas, deixe de saná-las, indepen-
dentemente de prazo fixado.
(D) A multa simples será aplicada sempre que o cometi-
mento da infração se prolongar no tempo.
Letra b.
Assunto abordado: responsabilidade administrativa am-
biental (Lei n. 9.605/1998)
Lei n. 9.605/1998 - Art. 72, § 1º Se o infrator cometer,
simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão
aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas comi-
nadas. (Grifos nossos.)
Lei n. 9.605/1998- Art. 72, § 2º A advertência será
aplicada pela inobservância das disposições desta
Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regula-
mentares, sem prejuízo das demais sanções previstas
neste artigo.
Lei n. 9.605/1998- Art. 72, § 3º, I - A multa simples será
aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo,
advertido por irregularidades que tenham sido pratica-
das, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão
competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Por-
tos, do Ministério da Marinha; (Grifos nossos.)
Lei n. 9.605/1998- Art. 72, § 5º A multa diária será
aplicada sempre que o cometimento da infração se
prolongar no tempo. (Grifos nossos.)
32
José foi autuado sob o fundamento de que seu veícu-
lo estava emitindo poluição acima dos níveis estabele-
cidos. Querendo obter mais informações sobre o tema,
consulta um advogado especialista na área, o qual lhe
informa que a competência para estabelecer normas e
padrões nacionais de controle da poluição por veículos
automotores, aeronaves e embarcações é do:
(A) Ministério dos transportes.
(B) Do IBAMA.
(C) CONAMA.
(D) Ministério do Meio Ambiente.
Letra c.
Assunto abordado: Lei n. 6.938/1981 - SISNAMA
Art. 8º Compete ao CONAMA:   
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões
nacionais de controle da poluição por veículos auto-
motores, aeronaves e embarcações, mediante audi-
ência dos Ministérios competentes;
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Adoniram, um senhor com 80 anos de idade, é mora-
dor de um apartamento localizado no condomínio “Viva
bem”, na cidade de São Paulo. Após voltar de sua fisiote-
rapia, ao caminhar em direção ao elevador, sofreu uma
queda por conta de uma má conservação do piso do hall
de entrada. Pela situação da queda, Adoniram teve uma
fratura grave na bacia e no pé esquerdo. Diante disso,
marque alternativa correta.
(A) O senhor Adoniram pode exigir a responsabilidade
civil do síndico.
(B) O senhor Adoniram pode exigir a reparação civil do con-
domínio que, por sua vez, responde subjetivamente.
(C) Não caberá indenização, pois o senhor Adoniram é
morador do condomínio.
(D) O senhor Adoniram pode exigir a reparação civil
do condomínio que, por sua vez, responde objeti-
vamente.
Letra d.
Assunto abordado: Responsabilidade civil
Art. 937. O dono de edifício ou construção respon-
de pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse
manifesta.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
34
Baratilde Matias, 55 anos, acabou de perder seu marido
em virtude de um câncer. Com o falecimento do cônju-
ge, Baratilde ficou com um vultuoso patrimônio. Pensan-
do em fazer alguns investimentos, solicitou ao filho que
comprasse um imóvel em alguma praia no litoral carioca,
pois não tem tanta experiência na compra de imóveis. O
filho então adquiriu um imóvel de um amigo pagando
seis vezes acima do valor real do bem. Considerando o
caso narrado, marque alternativa correta.
(A) A compra e venda é válida.
(B) A compra e venda deve ser declarada nula em virtu-
de da simulação.
(C) A compra e venda deve ser nula em virtude do dolo
do representante.
(D) A compra e venda é anulável com base no instituto
da lesão.
Letra d.
Assunto abordado: negócio jurídico
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob pre-
mente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor
da prestação oposta.
35
Aeronauta Barata tem 15 anos de idade e tem um canal
muito lucrativo no YouTube, em que ele ensina inglês
para crianças. Aeronauta deseja morar nos Estados Uni-
dos por um tempo e seus pais não se opõem à escolha
do filho e concordam em emancipá-lo para tal. Conside-
rando o caso exposto, marque alternativa correta.
(A) Aeronauta não precisa ser emancipado pelos pais,
pois já pode ser considerado como tal em virtude da
economia própria por conta do canal.
(B) A emancipação de Aeronauta pode ser concedida
pelos pais, por meio de escritura pública.
(C) Aeronauta não poderá ser emancipado.
(D) Aeronauta poderá ser emancipado apenas por meio
judicial, em virtude da idade.
Letra c.
Assunto abordado: Emancipação
A idade de Aeronauta não permite que seja emanci-
pado pelos pais, nem por força de economia própria
(art. 5º do CC)
36
Clotilde Pinto permitiu que Dorgivaldo, amigo de infân-
cia, morasse em seu apartamento, que estava desocu-
pado, pelo tempo que Dorgivaldo necessitasse para
reestabelecer sua vida financeira. Durante o período
que Dorgivaldo ocupou o imóvel, ele precisou trocar
a encanação do banheiro social, em virtude de alguns
vazamentos. Também precisou pintar a sala por conta
das infiltrações. Além disso, Dorgivaldo decidiu colocar
papéis de parede da Gucci na sala. Considerando o caso
narrado, marque alternativa correta.
(A) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo em relação a to-
das as benfeitorias feitas.
(B) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo apenas em rela-
ção ao papel de parede.
(C) Clotilde não deverá indenizar Dorgivaldo em nenhu-
ma benfeitoria.
(D) Clotilde deverá indenizar Dorgivaldo pelas despesas
feitas com a encanação e a pintura.
Letra d.
Assunto abordado: Indenização. Benfeitoria.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à in-
denização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pa-
gas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento
da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo
valor das benfeitorias necessárias e úteis.
37
Inara, casada com Clarêncio por 10 anos, resolve pedir o
divórcio em virtude das inúmeras traições de Clarêncio
com o irmão do Jorel. Após muito trabalho de ambos, o
casal conseguiu reunir um patrimônio de cinco milhões
de reais. Considerando que o casal vivia sob o regime da
comunhão parcial de bens, marque alternativa correta.
(A) O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia
partilha de bens.
(B) O pedido de divórcio somente poderá ser requerido
com pedido de partilha de bens.
(C) Caso o casal não tenha filhos, o pedido de divórcio
poderá ser feito diretamente no cartório, mesmo ha-
vendo divergência em relação à partilha de bens.
(D) Em virtude da culpa pelo fim do casamento, Clarên-
cio perderá o direito aos bens.
Letra a.
Assunto abordado: Regime de bens / Divórcio
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que
haja prévia partilha de bens.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
38
Rodrigo, desapareceu de seu domicílio há 7 anos, dei-
xando 3 filhos e a esposa, Larislove, casada até então
com o Rodrigo pelo regime da comunhão parcial de
bens. Apesar do desaparecimento há tanto tempo, La-
rislove nunca deixou de esperar por seu amor. Após in-
cansáveis buscas, verificando a possibilidade de morte
de Rodrigo, os filhos e a esposa resolvem contratar ad-
vogado, pois muitos são os bens do casal que estão em
nome de Rodrigo. Considerando a situação, marque a
alternativa correta.
(A) É possível o que Larislove requeira diretamente a su-
cessão definitiva de Rodrigo.
(B) Larislove não poderá ser curadora dos bens deixados
pelo desaparecimento, por estar separada de fato há
mais de 2 anos de Rodrigo.
(C) Para que ocorra a declaração de ausência de Rodrigo,
é preciso aguardar 10 anos de seu desaparecimento.
(D) No momento da sucessão provisória de Rodrigo, os
filhos, herdeiros, não precisarão prestar garantia de
restituição dos bens cuja posse venham a receber.
Letra d.
Assunto abordado: sucessão provisória
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja
separado judicialmente, ou de fato por mais de dois
anos antes da declaração da ausência, será o seu le-
gítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do au-
sente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta
ordem, não havendo impedimento que os iniba de
exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos prece-
dem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao
juiz a escolha do curador.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos
bens do ausente, darão garantias da restituição deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos
quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas
não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será
excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber
sob a administração do curador, ou de outro herdeiro
designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge,
uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, pode-
rão, independentemente de garantia, entrar na posse
dos bens do ausente.
ECA
Patrícia Dreyer
39
Joana, espanhola, descobre, aos 25 anos de idade, que
tem uma irmã em Brasília – Distrito Federal, que está
com 11 anos de idade. Seu nome é Clara e ela é fruto
do relacionamento de seu pai com uma advogada, Lore-
nildes, que não tem o menor interesse em permanecer
com a criança. O pai de Joana e de Clara já é falecido,
inclusive. Joana muda para Brasília e ali estabelece sua
nova residência. O vínculo entre as duas é tão forte que
Lorenildes pergunta se Joana não tem interesse em fi-
car com sua irmã. Depois de 3 anos de convivência,
Joana pretende adotar sua irmã e procura você como
advogado(a) que, acertadamente e de acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente, exclusivamente,
responde que
(A) a adoção será considerada internacional, diante da
nacionalidade da adotante.
(B) a adoção não será possível, porque a adotante não é
dezesseis anos mais velha do que a adotada, obstá-
culo intransponível.
(C) a adoção não será possível, porque as partes são ir-
mãs, obstáculo intransponível.
(D) a adoção poderá ser levada a termo, mesmo que
Clara não esteja inscrita no Cadastro Nacional de
Adoção.
Letra c.
Assunto abordado: Adoção
O principal obstáculo não é a questão da diferença de
idade entre Joana e Clara, mas o fato de que as duas
são irmãs:
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
anos, independentemente do estado civil.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
do adotando.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
40
Simone, adolescente de 14 anos, costuma fazer posta-
gens para os seus seguidores, dançando em roupas ín-
timas e em movimentos e posições bastante sensuais.
Visando fazer novos vídeos, Simone, que aparenta ser
mais velha, dada a sua compleição física e comporta-
mento, hospeda-se, por conta própria e sem anuência
de seus pais, em um motel, onde realiza as gravações
de vídeos. Os pais de Simone pedem ajuda ao Conselho
Tutelar, que aplica medidas de proteção à adolescente
e encaminha notícia de fato ao Ministério Público. Con-
siderando o disposto na Lei n. 8.069/1990 (ECA) e as
medidas de natureza não criminal na seara da infância e
juventude, é correto afirmar que
(A) o responsável pelo estabelecimento praticou infra-
ção administrativa às normas de proteção à criança e
ao adolescente.
(B) a legitimação do Ministério Público para as ações cí-
veis previstas no ECA afasta a de terceiros, nas mes-
mas hipóteses.
(C) o fato narrado configura violência doméstica e fami-
liar praticada contra criança e adolescente, conforme
definido na Lei n. 14.344/2022.
(D) a adolescente praticou ato infracional, cabendo oiti-
va informal pelo Ministério Público e eventual ação
socioeducativa.
Letra a.
Assunto abordado: Atribuições do Conselho Tutelar e
Medidas Protetivas
A conduta de hospedar adolescente sem autorização ou
acompanhamento é proibida por lei.
(A) Certa.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado-
lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pe-
los pais ou responsável.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacom-
panhado dos pais ou responsável, ou sem autorização
escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel,
pensão, motel ou congênere:
Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fe-
chamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período infe-
rior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definiti-
vamente fechado e terá sua licença cassada.
(B) Errada.
Art. 201, § 1º do ECA - A legitimação do Ministério
Público para as ações cíveis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segun-
do dispuserem a Constituição e esta Lei.
(C) Errada.
Art. 2º da Lei n. 13.344/2022 - Configura violência
doméstica e familiar contra a criança e o adolescen-
te qualquer ação ou omissão que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano
patrimonial:
I - no âmbito do domicílio ou da residência da criança
e do adolescente, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a co-
munidade formada por indivíduos que compõem a
família natural, ampliada ou substituta, por laços na-
turais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação doméstica e familiar na qual
o agressor conviva ou tenha convivido com a vítima,
independentemente de coabitação.
(D) Errada. A conduta ilícita não é praticada pela menor
e sim pelo estabelecimento.
CDC
Patrícia Dreyer
41
Raquel paga uma viagem aérea e, posteriormente, pede
o cancelamento porque suas férias foram redesignadas
para outra data. Vai ao juizado especial requerer a re-
petição em dobro dos valores pagos e não devolvidos
administrativamente.
Arthur recebe uma carta em sua casa, remetida por seu
banco, cobrando-lhe por serviços não prestados. Ele,
imediatamente, aciona o Juizado Especial Cível e requer
a suspensão da cobrança e a repetição em dobro do va-
lor cobrado.
Lorraine verifica, em sua conta bancária, o desconto de
diversos seguros não contratados, por imposição unila-
teral do banco. Ajuíza demanda indenizatória, com pedi-
do de repetição em dobro.
Supondo que todos tenham razão quanto à irregulari-
dade da conduta do fornecedor, terá(ão) direito à repe-
tição em dobro, nos termos do art. 42, parágrafo úni-
co, do CDC:
(A) Arthur, Raquel e Lorraine.
(B) apenas Raquel e Lorraine.
(C) apenas Lorraine.
(D) apenas Arthur e Raquel.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

Letra c. Letra b.
Assunto abordado: Cobrança Indevida Assunto abordado: Cláusulas abusivas
De acordo com o art. 42, parágrafo único, do CDC: O
consumidor COBRADO em quantia indevida tem direito CDC, art. 51, X e § 2º.
à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as
PAGOU em excesso, acrescido de correção monetária e cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
juros legais, salvo hipótese de engano justificável. produtos e serviços que: (...)
Assim, são requisitos para a repetição de indébito: X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
1) Consumidor foi cobrado por quantia indevida; variação do preço de maneira unilateral;
2) Consumidor pagou essa quantia indevida; § 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva
3) Não ocorrência de engano justificável por parte não invalida o contrato, exceto quando de sua ausên-
do cobrador. cia, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
4) A cobrança foi feita na via extrajudicial. excessivo a qualquer das partes.
5) Exige-se má-fé da autora da cobrança.
Direito Empresarial
Raquel pagou uma viagem aérea e, posteriormente, pede
Renato Borelli
o cancelamento porque suas férias foram redesignadas
para outra data. Vai ao juizado especial requerer a repe-
43
tição em dobro dos valores pagos e não devolvidos admi-
O administrador da sociedade empresária Nilton e
nistrativamente. No caso, não houve cobrança indevida.
Gustavo Comércio de Ferragens Ltda. consulta você,
Arthur recebe uma carta em sua casa, remetida por seu
advogado(a), para orientá-lo sobre o contrato apropria-
banco, cobrando-lhe por serviços não prestados. Ele, ime-
do para o aumento de sua capacidade de distribuição. O
diatamente, aciona o Juizado Especial Cível para obter a sus-
objetivo é celebrar um contrato pelo qual possa receber
pensão da cobrança e a repetição em dobro do valor cobra-
a posse direta de maquinários, que serão indicados por
do. No caso, não há indicação de que Arthur pagou o valor.
ela ao proprietário, para utilizá-los por prazo determina-
Lorraine verifica em sua conta bancária o desconto de di-
do, mediante o pagamento de prestações mensais du-
versos seguros não contratados, por imposição unilateral
rante a vigência do contrato. Ao termo final, a cliente,
do banco. Ajuíza demanda indenizatória, com pedido de
a sociedade empresária Nilton e Gustavo Comércio de
repetição em dobro. No caso, já foi realizado o desconto
Ferragens Ltda., deseja ter a possibilidade de adquirir as
(ou seja, considera-se efetivamente pago), verificando-se
máquinas em vez de ser obrigada a devolvê-las ao pro-
os requisitos necessários para a repetição em dobro.
prietário ou renovar o contrato.
Assinale a opção que indica o contrato apropriado para a
42
sociedade empresária.
Imagine que, em um contrato coletivo envolvendo todas
(A) Arrendamento mercantil.
as unidades de um determinado condomínio, há uma
(B) Compra e venda mercantil.
cláusula que deixa a critério exclusivo do fornecedor a
(C) Contrato estimatório.
alteração unilateral de preço. Considerando a situação
(D) Locação a prazo determinado.
narrada, à luz do Código de Defesa do Consumidor, é
correto afirmar que a cláusula é
Letra a.
(A) abusiva, pois o preço é elemento essencial do negó-
Assunto abordado: Contratos Mercantis
cio. A nulidade da cláusula levará, necessariamente,
Lei n. 6.099/1974:
à invalidação do contrato.
(B) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não leva-
Art. 1º O tratamento tributário das operações de ar-
rá à invalidação do contrato, exceto se sua ausência
rendamento mercantil reger-se-á pelas disposições
representar ônus excessivo a qualquer das partes.
desta Lei.
(C) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não levará à
Parágrafo único. Considera-se arrendamento mercan-
invalidação do contrato, exceto se sua ausência repre-
til, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico rea-
sentar ônus excessivo a qualquer consumidor, indepen-
lizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arren-
dentemente do prejuízo ao fornecedor, que a impôs.
dadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de
(D) abusiva, mas a declaração de sua nulidade não levará
arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento
à invalidação do contrato, exceto se sua ausência re-
de bens adquiridos pela arrendadora, segundo espe-
presentar ônus excessivo à coletividade dos morado-
cificações da arrendatária e para uso próprio desta.
res, independentemente de causar prejuízo às partes
(Redação dada pela Lei n. 7.132, de 1983)
individualmente consideradas.
(...)
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Art. 5º Os contratos de arrendamento mercantil
conterão as seguintes disposições:
(a) prazo do contrato;
(b) valor de cada contraprestação por períodos deter-
minados, não superiores a um semestre;
(c) opção de compra ou renovação de contrato, como
faculdade do arrendatário;
(d) preço para opção de compra ou critério para sua
fixação, quando for estipulada esta cláusula. (...).”
44
O renomado advogado e pecuarista Gustavo é proprie-
tário de uma fazenda, onde realiza, em nome próprio,
a criação intensiva de gado. A atividade é voltada para
exportação, com emprego de tecnologia e insumos. Gus-
tavo não está registrado na Junta Comercial. Com base
em tais alegações, é correto afirmar que
(A) Gustavo, por exercer empresa em caráter profissio-
nal, é considerado empresário independentemente
de ter ou não registro na Junta Comercial.
(B) Gustavo, mesmo que exerça uma empresa, não será
considerado empresário, pelo fato de não ter realiza-
do seu registro na Junta Comercial.
(C) Gustavo não pode ser registrado como empresário,
porque, sendo agrônomo e advogado, exerce profis-
são intelectual de natureza científica, com auxílio de
colaboradores.
(D) Gustavo é empresário de fato, por não ter realizado
seu registro na Junta Comercial antes do início de sua
atividade, descumprindo obrigação legal.
Letra b.
Assunto abordado: Teoria Geral – Empresário/Inscrição
perante a Junta Comercial
Nos termos do art. 971 do Código Civil: “O empresário,
cuja atividade rural constitua sua principal profissão,
pode, observadas as formalidades de que tratam o art.
968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso
em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para to-
dos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”. Em
se tratando de quem exerce atividade rural, o registro
tem caráter constitutivo, e não meramente declaratório,
como ocorre normalmente.
45
Maria Christina recebeu de Rogério um cheque com
cruzamento especial no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais). Acerca das disposições legais que disciplinam tal
espécie de cheque, assinale a assertiva correta.
(A) O cheque com cruzamento especial pode ser pago
em dinheiro no estabelecimento contra o qual foi
sacado ou mediante apresentação a uma câmara de
compensação.
(B) O cruzamento especial não pode ser convertido em
geral e a inutilização do cruzamento ou a do nome do
banco é reputada como não existente.
(C) A aposição de vários cruzamentos especiais invalida
o cheque, exceto se o portador, no primeiro cruza-
mento, indicar o mesmo banco que o sacado.
(D) O cheque com cruzamento especial obriga o sacado
a debitar a quantia indicada no título da conta do
emitente e a reservá-la em benefício do portador le-
gitimado, durante o prazo de apresentação.
Letra b.
Assunto abordado: Títulos de crédito – Cheque
Art. 44, § 2º, da Lei n. 7.357/1985:
Art. 44. O emitente ou o portador podem cruzar o
cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos
no anverso do título.
§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não
houver nenhuma indicação ou existir apenas a indica-
ção ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é
especial se entre os dois traços existir a indicação do
nome do banco.
§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em
especial, mas este não pode converter-se naquele.
(Grifos nossos.)
46
Eugênio e Gustavo constituíram uma sociedade sem que
o documento de constituição tivesse sido levado a regis-
tro. Gustavo assumiu uma dívida em seu nome pesso-
al, mas no interesse da sociedade. Rogério é credor de
Gustavo pela referida obrigação. Assim, Rogério poderá
provar a existência da sociedade
(A) de qualquer modo, e os bens sociais respondem pe-
los atos de gestão praticados por Gustavo.
(B) somente por escrito, e os bens sociais respondem
pelos atos de gestão praticados por Gustavo.
(C) de qualquer modo, e somente os bens particulares de Gus-
tavo respondem pelos atos de gestão por ele praticados.
(D) somente por escrito, e os bens particulares de Gus-
tavo e Eugênio respondem pelos atos de gestão pra-
ticados por Gustavo.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

Letra a. Este último agravo é interposto perante o presidente ou

Assunto abordado: Societário – Sociedade em comum
Arts. 987 e 989, ambos do CC.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com ter-
ceiros, somente por escrito podem provar a existên-
cia da sociedade, mas os terceiros podem prová-la
de qualquer modo. (Grifos nossos.)
(...)
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de
gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo
pacto expresso limitativo de poderes, que somente
terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva
conhecer. (Grifos nossos.)
Direito Processual Civil
Raquel Bueno
47
Valéria promoveu uma ação de conhecimento em face
de Lucas. Após o devido processo legal, foi proferida
sentença totalmente desfavorável à autora. Inconforma-
da, a requerente interpôs recurso de apelação, ao qual
foi negado provimento. Por entender ser ainda cabível
recorrer do referido acórdão, por ser violador de nor-
ma infraconstitucional, o advogado de Valéria interpõe
novo recurso, ao qual é negado seguimento. O funda-
mento utilizado pelo presidente do tribunal recorrido foi
no sentido de que o acórdão recorrido estava de acor-
do com tese jurídica formada a partir de julgamento de
recurso especial repetitivo, pelo STJ. Nesse contexto,
aponte a medida processual a ser utilizada pelo advoga-
do de Valéria:
(A) Nesse caso, será cabível agravo interno para o pró-
prio tribunal recorrido.
(B) Nesse caso, é cabível agravo em recurso especial,
cuja admissibilidade e julgamento são feitos pelo STJ.
(C) Nesse caso, é cabível a reclamação.
(D) O advogado de Valéria poderá impetrar mandado de
segurança.
vice-presidente do tribunal recorrido, mas sua admissi-
bilidade e eventual exame de mérito é feito pelos res-
pectivos tribunais superiores. Logo, não há cabimento
para a reclamação, uma vez que não há usurpação de
competência, muito menos cabimento para o mandado
de segurança contra ato judicial, diante da existência de
recurso específico.
48
Saulo resolveu ser fiador de Laura, em um contrato de
locação residencial firmado entre ela e o locador Dani-
lo. Ressalte-se que no contrato havia cláusula específica
de renúncia ao benefício de ordem, por parte do fiador.
Após um ano pagando os aluguéis de maneira pontual,
Laura foi acometida de um grave quadro de depressão,
vindo a perder o emprego. Diante de sua inadimplên-
cia, Saulo ajuizou ação de cobrança contra a inquilina,
que não tem nenhum patrimônio considerável em seu
nome, como imóveis, veículos, etc. Saulo, sensibilizado
com a situação e querendo ajudar a afiançada, deseja
participar do processo, uma vez que se trata de um ter-
ceiro interessado. A partir desses fatos, assinale a op-
ção correta.
(A) Saulo poderá intervir no processo por meio do cha-
mamento ao processo.
(B) Laura pode promover a denunciação da lide.
(C) Saulo pode intervir no processo, na condição de as-
sistente simples.
(D) Saulo pode intervir no processo, na condição de as-
sistente litisconsorcial.
Letra d.
Assunto abordado: Intervenção de Terceiros
Trata-se de uma hipótese de assistência litisconsorcial,
que é uma modalidade de intervenção de terceiros vo-
luntária, que pode ser requerida pelo colegitimado. Nes-
se caso, a ação poderia ter sido ajuizada originalmente
em face de Saulo (de maneira exclusiva), ou ainda em
litisconsórcio com Laura.

CPC - Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte

Letra a.
principal o assistente sempre que a sentença influir na
Assunto abordado: Recursos
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
OBS.: Os únicos recursos que passam por um duplo ju-
ízo de admissibilidade são o recurso extraordinário e
o recurso especial. Um é provisório e feito pelo juízo a
quo, o outro é feito pelo juízo ad quem e é definitivo.
Em caso de negativa de seguimento do REsp./RE pelo
presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido, se
a motivação estiver atrelada à tese jurídica firmada em
sede de recurso repetitivo ou repercussão geral, cabível
o agravo interno para o colegiado do próprio tribunal re-
corrido; caso o fundamento para o trancamento do RE/
REsp seja outro, cabível o agravo do artigo 1042 do CPC.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
49
Macabéa ajuizou uma ação indenizatória em face da
União, pleiteando uma indenização no valor de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais). Após o devido processo
legal, a requerida foi condenada ao pagamento de todo
valor pleiteado. Inconformada, a requerida apresentou
recurso no prazo de 20 dias. Todavia, a decisão inicial
foi mantida, com o consequente trânsito em julgado. A
partir desse cenário, marque a assertiva correta.
(A) A ação foi ajuizada na Justiça Federal.
(B) O recurso interposto pela requerida foi o recurso
inominado.
(C) O recurso interposto estava tempestivo.
(D) Nesse caso, Macabéa receberá seu crédito por meio
de precatório.
Letra b.
Assunto abordado: Juizado Especial Federal
Lei n. 10.259/2001
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível
processar, conciliar e julgar causas de competência
da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mí-
nimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado
Especial, a sua competência é absoluta.
Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática
de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de
direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para audiência de conciliação ser
efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia
certa, após o trânsito em julgado da decisão, o paga-
mento será efetuado no prazo de sessenta dias, con-
tados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à
autoridade citada para a causa, na agência mais próxi-
ma da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil,
independentemente de precatório.
§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição
Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno
valor, a serem pagas independentemente de preca-
tório, terão como limite o mesmo valor estabelecido
nesta Lei para a competência do Juizado Especial Fe-
deral Cível (art. 3º, caput).
Lei n. 9.099/1995
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
próprio Juizado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez
dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do re-
corrente.
50
Suzana ajuizou ação monitória em face de Juliano, com
base em prova escrita despida de eficácia executiva, a
fim de receber um crédito no valor de R$ 10.000,00 (dez
mil reais). Devidamente citado, Juliano deseja apresen-
tar resistência, bem como deseja formular um pedido
em face de Suzana. Considerando tal procedimento es-
pecial, marque a assertiva correta.
(A) O advogado de Juliano poderá apresentar contesta-
ção com reconvenção.
(B) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos
à monitória, sendo incabível a reconvenção.
(C) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos
à monitória com reconvenção, sendo vedada apenas
a reconvenção sucessiva.
(D) O advogado de Juliano poderá apresentar embargos
à monitória com reconvenção, desde que garantido
o juízo.
Letra c.
Assunto abordado: Procedimento Especial de Jurisdição
Contenciosa: Ação Monitória
CPC - Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por
aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do de-
vedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do
juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo
previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção,
sendo vedado o oferecimento de reconvenção à re-
convenção.
51
Débora e Marcos são partes em um processo judicial em
andamento, que segue o procedimento comum, na Vara
Cível de Brasília – DF. Após a apresentação da réplica e
juntada de um documento pela autora, Marcos arguiu,
no prazo de dez dias, incidentalmente e de forma espe-
cífica, a falsidade do referido documento, sem a defla-
gração do incidente, mas juntando outras provas aptas a
demonstrar sua alegação. A partir deste contexto, mar-
que a assertiva correta.
(A) A arguição de falsidade de Marcos é intempestiva.
(B) A referida falsidade será resolvida no dispositivo da
sentença.
(C) A referida falsidade será resolvida na fundamentação
da sentença.
(D) A referida falsidade só poderia ser alegada por meio
de incidente próprio.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

Letra c. Letra d.
Assunto abordado: Procedimento Comum: Provas Em Assunto abordado: Liquidação de Sentença
Espécie – Prova Documental – Falsidade E Coisa Julgada
CPC - Art. 509. Quando a sentença condenar ao paga-
CPC - Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na con- mento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liqui-
testação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, dação, a requerimento do credor ou do devedor: (...)
contado a partir da intimação da juntada do docu- § 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e
mento aos autos. outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultane-
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será amente a execução daquela e, em autos apartados,
resolvida como questão incidental, salvo se a parte a liquidação desta. (...) § 4º Na liquidação é vedado
requerer que o juiz a decida como questão principal, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a
nos termos do inciso II do art. 19 . julgou. (Princípio da Fidelidade ao Título).
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documen- Súmula n. 344 STJ - A liquidação por forma diversa da
to, quando suscitada como questão principal, consta- estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.
rá da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá
também a autoridade da coisa julgada. (OBS.: assim, Direito Penal
caso a falsidade seja alegada como questão apenas
Michelle Tonon
incidental, mas sem o incidente próprio, constará
apenas da fundamentação da sentença).
53
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento
No dia 25 de agosto de 2023, na cidade de São Bernardo
constante dos autos, poderá:
do Campo-SP, Jeferson, com dolo de subtração, abordou
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do
Luís, que estava caminhando com seu telefone celular
incidente de arguição de falsidade;
nas mãos. Como Luís se recusou a entregar o aparelho,
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a
Jeferson efetuou um disparo de arma de fogo no pei-
impugnação deverá basear-se em argumentação es-
to de Luís. Jeferson fugiu após o disparo, sem levar o
pecífica, não se admitindo alegação genérica de falsi-
telefone. Luís foi encaminhado a hospital em comarca
dade. (Grifos nossos.)
contígua, em São Paulo-SP e faleceu no dia 30 de agosto
de 2023, em decorrência do disparo. Acerca da situação
52 hipotética narrada, é correto afirmar que:
Dalva ajuizou ação em face de Isaura, pelo procedimen-
(A) Jeferson deverá responder pela prática de latrocí-
to comum. Autora e ré são proprietárias de duas fazen-
nio, na forma consumada, sendo considerado como
das vizinhas. Todavia, em virtude de produtos químicos
tempo do crime o dia 30 de agosto de 2023, data da
utilizados indevidamente por Isaura, houve a contami-
morte da vítima.
nação da barragem de Dalva, causando a morte de ani-
(B) Jeferson deverá responder pela prática de latrocínio,
mais e perda da plantação. Após o devido processo legal,
na forma tentada, sendo considerado como tempo do
a sentença condenou Isaura a indenizar Dalva por todos
crime o dia 25 de agosto de 2023, data da ação delitiva.
os prejuízos materiais apontados na inicial, no valor de
(C) Jeferson deverá responder pela prática de latrocínio, na
R$ 200.000,00, com juros e correção monetária, além
forma consumada, sendo considerado como tempo do
de outros prejuízos a serem demonstrados na fase de
crime o dia 25 de agosto de 2023, data da ação delitiva.
liquidação por arbitramento. Diante da inexistência de
(D) Jeferson deverá responder pela prática de roubo
recurso, operou-se o trânsito em julgado. A partir desses
tentado em concurso material com homicídio, sen-
fatos, assinale a alternativa correta.
do considerado como tempo dos crimes o dia 30 de
(A) Na fase de liquidação, poderá ser questionada a data
agosto de 2023, data da morte da vítima.
inicial dos juros e da correção monetária.
(B) Não se admitirá liquidação diferente daquele indi-
Letra c.
cada pelo juiz na sentença, sob pena de violação da
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Geral/Tempo do
coisa julgada.
crime/Parte Especial/Latrocínio
(C) Será necessário promover a liquidação de toda sen-
Jeferson praticou o crime de latrocínio, na forma con-
tença, para posteriormente executá-la.
sumada, nos termos do art. 157, § 3º, inc. II, do Código
(D) Como a sentença tem uma parte líquida e ilíquida,
Penal e Súmula n. 610 do STF, que dispõe: “Há crime de
Dalva poderá promover simultaneamente a execução
latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que
daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
não realize o agente a subtração de bens da vítima.”
Quanto ao tempo do crime, conforme o art. 4º do Códi-
go Penal, considera-se praticado o crime no momento
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado. Assim, importa a data da ação delitiva (dispa-
ro de arma de fogo para subtração patrimonial), sendo
irrelevante o dia da morte da vítima.
54
Manoel, funcionário público concursado, juntamente
com sua esposa Mirtes, dona de casa, apropriam-se de
diversos equipamentos eletrônicos que Manoel tinha
em sua posse, em razão do cargo público ocupado. Acer-
ca da responsabilização penal de ambos, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Manoel deverá ser responsabilizado pelo crime de
peculato, por ser funcionário público, ao passo que
Mirtes responderá por furto qualificado, já que o pe-
culato é crime próprio.
(B) Tanto Manoel quanto Mirtes responderão pelo crime
de furto qualificado pelo concurso de agentes, já que
a condição de funcionário público é irrelevante para
a tipificação da conduta.
(C) Manoel e Mirtes responderão ambos pelo crime de cor-
rupção ativa, já que Manoel é funcionário público e prati-
cou o delito valendo-se das facilidades criadas pelo cargo.
(D) Manoel e Mirtes responderão ambos pelo crime de pe-
culato, já que a condição de funcionário público de Ma-
noel comunica-se a Mirtes, por ser elementar do crime.
Letra d.
Assunto abordado: Direito Penal / Parte Geral / Concur-
so de agentes / Parte Especial / Peculato
Manoel e Mirtes deverão ser responsabilizados pelo cri-
me de peculato, previsto no art. 312 do Código Penal,
que estabelece: “Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.”
De fato, o peculato é crime próprio, isto é, exige caracte-
rística especial do sujeito ativo, que deve ser funcionário
público. No caso de concurso de agentes, o réu que não
é funcionário público, sabendo da condição de funcioná-
rio público de comparsa, responderá também pelo pe-
culato, já que a condição pessoal, quando elementar do
crime, comunica-se a coautores e partícipes, conforme
art. 30 do Código Penal.
55
Marinete, 42 anos, foi condenada pela prática do crime
de furto a uma pena privativa de liberdade de 1 ano e
8 meses cumulada com 25 dias-multa, no valor mínimo
legal. A sentença condenatória transitou em julgado de-
finitivamente. Passados alguns anos sem que tenha sido
iniciada a execução das penas, Marinete procura você,
advogado(a), para esclarecimentos sobre a prescrição
da pretensão executória. Considerando a situação nar-
rada, assinale a alternativa correta.
(A) A prescrição da pretensão executória quanto à pena
privativa de liberdade é calculada pela pena em con-
creto, fixada em sentença, ao passo que a pena de
multa prescreve, em todos os casos, em 3 anos.
(B) A prescrição da pretensão executória quanto à pena
privativa de liberdade é calculada pela pena máxima
prevista em abstrato, ao passo que a pena de multa
prescreve, em todos os casos, em 2 anos.
(C) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 4 anos,
mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena
privativa de liberdade, já que foi cumulativamente
aplicada.
(D) A pena de multa, por ser dívida de valor, terá a pres-
crição regulada pelas previsões do Código Civil.
Letra c.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Geral/Prescri-
ção/Pena de multa
A prescrição da pretensão executória é aquela que se
verifica após o trânsito em julgado e é calculada de acor-
do com a pena aplicada, nos termos do art. 110 do Có-
digo Penal.
Segundo o art. 114 do Código Penal,
Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única comi-
nada ou aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da
pena privativa de liberdade, quando a multa for al-
ternativa ou cumulativamente cominada ou cumula-
tivamente aplicada.
No caso, a pena de multa foi aplicada de forma cumu-
lativa à pena privativa de liberdade. Assim, prescreve-
rá no mesmo prazo, isto é, 4 anos, conforme art. 109,
inc. V, do Código Penal. (Grifos nossos.)
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
56
Marina, 45 anos, deseja matar José, 68 anos, seu vizinho
do andar de cima, já que este tem por hábito arrastar os
móveis da casa, às 6h da manhã, para fazer limpeza. Ma-
rina sabe que, no final da tarde, José joga baralho com
outros moradores do prédio numa praça próxima. De-
terminado dia, Marina, portando ilegalmente uma arma
de fogo, vai até a praça, avista alguns idosos jogando ba-
ralho e dispara contra o mais baixo e careca do grupo,
imaginando ser José. Todavia, Marina acerta fatalmente
Manoel, 59 anos, morador de outro condomínio e des-
conhecido de Marina, mas que, de fato, muito se parecia
com José. Posteriormente, Marina toma conhecimento
que José não havia ido jogar baralho naquele dia. Acerca
da responsabilização penal de Marina, assinale a alter-
nativa correta.
(A) Em razão do erro na execução, Marina deverá ser
responsabilizada por tentativa de homicídio com
causa de aumento de pena, considerando que a víti-
ma pretendida, José, era pessoa idosa.
(B) Em razão do erro sobre a pessoa, Marina deverá ser
responsabilizada por homicídio consumado e com
causa de aumento de pena, considerando que a víti-
ma pretendida, José, era pessoa idosa.
(C) Em razão do erro sobre a pessoa, Marina deverá ser
responsabilizada, apenas, pelo crime de porte ilegal de
arma de fogo, já que não tinha dolo de matar Manoel.
(D) Em razão do erro na execução, Marina deverá ser
responsabilizada por homicídio consumado contra
Manoel, sem causa de aumento de pena, já que
eram desconhecidos.
Letra b.
Assunto abordado: Direito Penal / Parte Geral / Erro so-
bre a pessoa / Parte Especial / Homicídio
A hipótese é de erro sobre a pessoa, nos termos do art.
20, § 3º, do Código Penal:
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Assim sendo, Marina será responsabilizada como se ti-
vesse matado José, a vítima pretendida, que era pessoa
idosa, fazendo incidir a causa de aumento prevista no
art. 121, § 4º, parte final, do Código Penal:
§ 4º (...). Sendo doloso o homicídio, a pena é aumen-
tada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (ses-
senta) anos. (Grifos nossos.)
57
André, 34 anos, foi condenado definitivamente, em
2021, pela prática de crime militar próprio. Posterior-
mente, em 2023, envolveu-se em crime de roubo em
concurso de agentes com Marcelo, 16 anos, adolescen-
te que já contava com diversas passagens pela Vara da
Infância e Juventude, pela prática de diferentes atos
infracionais. Provada a prática do roubo, André é sen-
tenciado. Acerca da situação hipotética acima, assinale
a alternativa correta.
(A) Na sentença pela prática do crime de roubo, André
não poderá ser considerado reincidente.
(B) Na sentença pela prática do crime de roubo, não po-
derá ser reconhecida a causa de aumento de pena
referente ao concurso de agentes, já que Marcelo era
menor de 18 anos.
(C) Na sentença pela prática do crime de roubo, André
poderá ser considerado reincidente.
(D) Na sentença pela prática do crime de roubo, o juiz
não poderá condenar André também pelo crime
de corrupção de menores, previsto no Estatuto da
Criança e do Adolescente, já que Marcelo já era cor-
rompido, por ostentar passagens anteriores pela prá-
tica de atos infracionais.
Letra a.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Geral/Reinci-
dência/Parte Especial/Roubo/ECA
Segundo o art. 63 do Código Penal, verifica-se a reinci-
dência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no es-
trangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Porém,
nos termos do art. 64, inc. II, do Código Penal, para efei-
to de reincidência, não se consideram os crimes milita-
res próprios e políticos. Logo, André não é considerado
reincidente.
Quanto ao delito de roubo, a condição de o comparsa
ser menor de 18 anos não impede a incidência da causa
de aumento em razão do concurso de agentes, confor-
me art. 157, § 2º, inc. II, do CP.
No que tange ao crime previsto no art. 244-B do ECA,
observa-se o concurso formal com o roubo e o fato de
Marcelo já ter passagens anteriores pela prática de atos
infracionais não afasta a caracterização do delito, que é
formal, conforme Súmula n. 500 do STJ: “A configura-
ção do crime do art. 244-B do ECA independe da prova
da efetiva corrupção do menor, por se tratar de deli-
to formal.”
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
58
Rodrigo namora Jéssica há 2 anos. Cada um vive em sua
própria residência. Determinado dia, Jéssica comunica a
Rodrigo que vai se mudar de cidade e rompe o namoro.
Inconformado, Rodrigo ameaça Jéssica, dizendo que, se
ela se mudar de cidade, ele a matará e depois comete-
rá suicídio. Muito assustada e sabendo que Rodrigo tem
acesso a armas de fogo, Jéssica vai até a delegacia de po-
lícia e registra a ocorrência, representando criminalmen-
te contra Rodrigo. Após a conclusão do inquérito poli-
cial, o Ministério Público denuncia Rodrigo pelo crime de
ameaça, previsto no art. 147 do Código Penal. Acerca da
situação hipotética, assinale a alternativa correta.
(A) Considerando que a relação entre Rodrigo e Jéssica
era de namoro e que não havia coabitação, não se
cogita de aplicação da Lei Maria da Penha ao caso.
(B) Jéssica não poderá se retratar da representação ofe-
recida contra Rodrigo, pois a denúncia já foi ofertada
pelo Ministério Público.
(C) Jéssica poderá se retratar da representação ofereci-
da contra Rodrigo, bastando para tanto que se dirija
à delegacia de polícia ou ao Ministério Público, co-
municando que não mais deseja a persecução penal.
(D) Aplica-se ao caso a Lei Maria da Penha, ainda que as
partes não tenham coabitado. A retratação da repre-
sentação é possível, desde que antes do recebimen-
to da denúncia e em audiência judicial especialmen-
te designada para esse fim.
Letra d.
Assunto abordado: Direito Penal/Legislação Especial/Lei
Maria da Penha
A Lei Maria da Penha aplica-se ao caso, pois incide nos
delitos praticados no contexto das relações íntimas de
afeto, sendo desnecessária a coabitação, nos termos do
art. 5º, inc. III, da Lei n. 11.340/2006 e Súmula n. 600 do
STJ: “Para a configuração da violência doméstica e fami-
liar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria
da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.”
O crime de ameaça é de ação penal pública condicio-
nada à representação da vítima. Sendo hipótese de vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, a retratação
da representação é possível, desde que ocorra antes do
recebimento da denúncia, em audiência especialmen-
te designada para esse fim, conforme art. 16 da Lei n.
11.340/2006.
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
Por ter praticado infração penal contra Bernardo, Bár-
bara foi detida e conduzida à delegacia de polícia, onde
se constatou que o tipo penal correspondente à infra-
ção praticada por ela possui pena máxima em abstrato
de um ano de detenção e multa. Bárbara contrata você
como advogado(a). Nessa situação hipotética, você de-
verá esclarecer para Bárbara que a autoridade policial
(A) vai exigir o pagamento da fiança.
(B) vai necessariamente lavrar auto de prisão em
flagrante.
(C) vai converter a prisão em flagrante em prisão pre-
ventiva.
(D) vai lavrar termo circunstanciado de ocorrência.
Letra d.
Assunto abordado: Procedimento comum sumaríssimo
/ Juizado especial criminal
Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, ten-
do em vista se tratar de crime cuja pena máxima não
é superior a dois anos. Desse modo, aplica-se a Lei n.
9.099/1995. Em se tratando de infração de menor po-
tencial ofensivo, prevê o art. 69 da Lei n. 9.099/1995
que será lavrado o termo circunstanciado de ocorrência
e que Bárbara poderá ser liberada da delegacia sem pa-
gamento de fiança e sem imposição de prisão se assinar
termo de compromisso de comparecimento ao juizado
especial criminal.
60
O juiz titular do Juizado Especial Criminal da Circunscri-
ção de Brasília proferiu sentença condenatória contra
Bruno pela prática de delito de ameaça. Logo após as-
sinar a sentença e inseri-la nos sistemas informatizados
do Tribunal, o magistrado verifica a ocorrência de erro
material e de omissão no julgamento. Considerando as
disposições da Lei n. 9.099/1995, assinale a alternati-
va correta.
(A) O juiz não pode, de ofício, corrigir o erro material,
em razão da inércia judicante.
(B) Os embargos de declaração suspendem o prazo para
a interposição de recurso.
(C) A parte interessada poderá opor, por escrito, embar-
gos de declaração, no prazo de três dias, contados da
ciência da decisão.
(D) A parte interessada poderá opor, por escrito ou oral-
mente, embargos de declaração, no prazo de cinco
dias, contados da ciência da decisão.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Letra d.
Assunto abordado: Recursos criminais / Embargos de
declaração
(A) Errada. Conforme dispõe o art. 83, § 3º, da Lei n.
9.099/1995, os erros materiais podem ser corrigidos
de ofício.
(B) Errada. De acordo com o art. 83, § 2º, da Lei n.
9.099/1995, os embargos de declaração interrompem o
prazo para a interposição de recurso
(C) Errada. Nos termos do art. 83, § 1º, da Lei n.
9.099/19195, os embargos de declaração serão opostos
por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, conta-
dos da ciência da decisão.
(D) Certa. De acordo com o art. 83, da Lei n. 9.099/1995.
61
Mauro foi denunciado pelo crime de latrocínio e conde-
nado em primeira instância a uma pena de 20 anos de
reclusão. Após a sentença, Mauro e seu advogado foram
intimados do teor da sentença penal condenatória, no
dia 26 de setembro de 2023, terça-feira. A juntada do
mandado de intimação do réu ao processo, todavia, so-
mente ocorreu em 2 de outubro de 2023, segunda-feira.
Considerando as informações narradas, assinale qual o
recurso cabível e o início do prazo para interposição pelo
advogado de Mauro.
(A) Será cabível o recurso em sentido estrito e o prazo
terá início no dia seguinte à juntada do mandado de
intimação (3/10/2023), devendo a data final do pra-
zo ser prorrogada para o primeiro dia útil seguinte,
caso se encerre no final de semana.
(B) Será cabível o recurso de apelação e o prazo terá
início no dia da juntada do mandado de intimação
(2/10/2020), devendo ser cumprido até o final do
prazo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocor-
ra no final de semana.
(C) Será cabível o recurso em sentido estrito e o prazo terá
início no dia da intimação (26/09/2020), independen-
temente da data da juntada do mandado, devendo ser
cumprido até o final do prazo de 05 dias previsto em
lei, ainda que este ocorra no final de semana.
(D) Será cabível o recurso de apelação e o prazo terá início
no dia seguinte à intimação (27/09/2020), indepen-
dentemente da data da juntada do mandado, devendo
a data final do prazo ser prorrogada para o primeiro dia
útil seguinte, caso se encerre no final de semana.
Letra d.
Assunto abordado: Recursos criminais / contagem de
prazo processual
De acordo com o art. 593, do CPP, da sentença penal
condenatória caberá a interposição de recurso de ape-
lação no prazo de 5 dias. Nos termos da Súmula n. 710
do STF, no processo penal, contam-se os prazos da data
da intimação, e não da juntada aos autos do mandado
ou da carta precatória ou de ordem. Desse modo, deve
ser levado em consideração o dia 26/09/2023. Ainda,
de acordo com o art. 798, do CPP, não se computará no
prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do venci-
mento. Desse modo, o prazo terá início no dia seguinte
à intimação (27/09/2023). Tendo em vista que o quinto
dia cai no domingo, o prazo deverá ser prorrogado até o
dia útil imediato, nos termos do art. 798, § 3º, do CPP.
62
João, José e Marcos foram denunciados pela prática de
um crime de roubo concurso de agentes. Após o recebi-
mento da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao
endereço indicado no processo como sendo de residên-
cia de João, mas não o encontrou, tendo em vista que es-
tava preso naquela mesma cidade, por ordem de outro
juízo. João, então, foi citado por edital. José encontrava-
-se em local incerto e não sabido, sendo também citado
por edital. Em relação a Marcos, o oficial de justiça foi à
sua residência três vezes, constatando que ele, de fato,
residia no local, mas que estava se ocultando para não
ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi realizada a
citação de Marcos com hora certa. Considerando a hipó-
tese narrada, os advogados dos acusados deverão alegar
ter sido inválida a citação de
(A) João, apenas.
(B) João e Marcos, apenas.
(C) Marcos, apenas.
(D) João, José e Marcos.
Letra a.
Assunto abordado: Comunicação dos atos processu-
ais / citação
Se o réu está preso, deve ser citado pessoalmente (art.
360 do CPP). Se o réu se encontra em local incerto e não
sabido, deverá ser citado por edital (arts. 361 e seguin-
tes do CPP). Se o réu está se ocultando para não ser cita-
do, deverá ser citado com hora certa (art. 362 do CPP).
Dessa forma, a citação de João é inválida. Tendo em vista
se tratar de réu preso, deve ser citado pessoalmente no
presídio e não por edital.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
63
Durante ação penal que tramitava em desfavor de Mar-
cos pela suposta prática de crime de furto mediante
fraude, foram arrolados como testemunhas e intimados
a depor, em audiência de instrução e julgamento, os po-
liciais civis que participaram das investigações, a esposa
de Marcos e o padre para quem Marcos se confessava.
Todos foram intimados para depoimento e foram à au-
diência, acompanhados de seus advogados, demons-
trando todos o interesse em não prestar declarações.
Considerando apenas as informações narradas, assinale
a afirmativa correta.
(A) Apenas o advogado da esposa poderá requerer que
sua cliente seja eximida do dever de depor, devendo
os demais prestar declarações.
(B) Todos os advogados poderão requerer que seus
clientes sejam eximidos do dever de depor.
(C) Apenas o advogado do padre poderá buscar que ele
não preste declarações, devendo os demais prestar
declarações.
(D) Apenas os advogados da esposa e do padre pode-
rão requerer que seus clientes não sejam ouvidos na
condição de testemunhas.
Letra d.
Assunto abordado: meios de prova / testemunhas
Em regra, todas as pessoas podem ser testemunhas. No
entanto, existem duas exceções que o candidato deve ter
cuidado, tanto a do art. 206 como a do art. 207 do CPP.
O art. 206, do CPP, prevê que a testemunha não pode-
rá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretan-
to, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente,
o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado,
o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado,
salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se
ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Nessa hipótese, encaixa-se a esposa de Marcos que po-
derá se eximir de depor.
O art. 207, do CPP, prevê que são proibidas de depor as
pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobriga-
das pela parte interessada, quiserem dar o seu testemu-
nho. Nessa hipótese, encaixa-se o padre.
64
Pedro responde a ação penal na condição de réu solto.
Em razão da complexidade do procedimento, após oitiva
das testemunhas, foi designada nova data para realização
exclusivamente do interrogatório de Pedro. Apesar de re-
gularmente intimado, Pedro, por opção, não compareceu
à audiência, esclarecendo seu advogado ao juiz o desinte-
resse do seu cliente de ser interrogado. Nesse caso, o juiz
(A) poderá decretar a revelia de Pedro, gerando como
consequência a presunção de veracidade dos fatos
narrados na denúncia.
(B) poderá determinar a condução coercitiva do réu.
(C) poderá decretar a revelia de Pedro, mas permanece-
rá sob a responsabilidade do Ministério Público pro-
var a acusação.
(D) poderá decretar a prisão preventiva de Pedro em ra-
zão de sua ausência, já que era obrigado a compare-
cer para o ato de interrogatório.
Letra c.
Assunto abordado: meios de prova / interrogatório
Não será possível a decretação da prisão nem a condu-
ção coercitiva de Pedro. Mesmo intimado para o inter-
rogatório, Pedro pode desistir de ser ouvido, de acordo
com a sua autodefesa. Tendo em vista ter sido intimado
e não ter comparecido à audiência, o juiz poderá decre-
tar a revelia de Pedro, nos termos do art. 367, do CPP.
Em consonância com o princípio da presunção de ino-
cência, basilar no processo penal, incumbirá mesmo as-
sim ao Ministério Público a responsabilidade de provar a
acusação, não gerando como consequência a presunção
de veracidade dos fatos narrados na denúncia.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Joyce foi dispensada pela empresa Jotta Ltda., sem justa
causa, no dia 20 de outubro de 2023. Dois meses an-
tes de sua dispensa, a empregada obteve um adianta-
mento salarial que seria dividido em cinco parcelas de
R$ 1.000,00, tendo em vista problemas na sua situação
financeira. Quando da dispensa, somente uma parcela
havia sido paga. Considerando que o salário de Joyce era
de R$ 3.000,00 e que o empregador pretende efetuar
o desconto do mencionado adiantamento salarial no
TRCT, assinale a alternativa correta.
(A) O empregador pode compensar todo o valor restan-
te no TRCT.
(B) O empregador somente pode compensar metade do
valor restante no TRCT.
(C) O empregador somente pode compensar até o valor
da remuneração da empregada.
(D) O empregador não pode compensar nenhuma quan-
tia no TRCT.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Letra c.
Assunto abordado: Rescisão contratual
Qualquer compensação no pagamento das verbas res-
cisórias não poderá exceder o equivalente a um mês de
remuneração do empregado, conforme prevê o art. 477,
§ 5º, da CLT.
66
A empresa Queiroz Ltda. instituiu um prêmio aos em-
pregados que tivessem desempenho extraordinário no
ano de 2022. O empregado que conseguisse dobrar sua
meta, teria direito a um veículo zero quilômetro, no valor
de R$ 150.000,00. De todos os empregados da empresa,
somente Lorena conseguiu dobrar a meta proposta e,
com isso, foi a ganhadora do mencionado veículo. Ocor-
re que, em janeiro de 2023, Lorena foi dispensada sem
justa causa e, inconformada, ajuizou ação trabalhista em
março de 2023, requerendo a integração do valor do ve-
ículo para fins de cálculos rescisórios. Nessa situação,
(A) Lorena não tem direito à integração.
(B) Lorena tem direito à totalidade da integração.
(C) Lorena tem direito à metade da integração.
(D) A legislação é omissa a respeito.
Letra a.
Assunto abordado: Remuneração.
As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de
prêmios não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não consti-
tuem base de incidência de qualquer encargo trabalhista
e previdenciário, tendo em vista sua natureza indeniza-
tória, de acordo com o art. 457, § 2º, da CLT.
67
Durante o vínculo empregatício de Odair, ele ficava de
sobreaviso duas vezes por mês, com as horas devida-
mente pagas. Odair trabalhava em condições perigosas,
recebendo o adicional de 30% sobre o seu salário básico.
Após sua dispensa, o empregado requereu, judicialmen-
te, que o adicional de periculosidade integrasse o paga-
mento das horas de sobreaviso. Nesse caso,
(A) o empregado tem direito.
(B) o empregado não tem direito.
(C) as horas de sobreaviso não são remuneradas.
(D) a integração é faculdade do empregador.
Letra b.
Assunto abordado: Sobreaviso e periculosidade.
Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se
encontra em condições de risco, razão pela qual é inca-
bível a integração do adicional de periculosidade sobre
as mencionadas horas, consoante disposto na Súmula n.
132, II, do TST.
68
Lorraine foi contratada pela empresa Dreyer Ltda., por
experiência de 90 dias, com a cláusula assecuratória do
direito recíproco de rescisão. Ocorre que, após 30 dias,
a empresa fez a rescisão antecipada do contrato de tra-
balho, com o pagamento das verbas rescisórias, sem o
pagamento do aviso prévio. Nesse caso,
(A) Lorraine não tem direito ao aviso prévio.
(B) não se admite aviso prévio no contrato por prazo de-
terminado.
(C) Lorraine tem direito ao aviso prévio.
(D) não se admite rescisão antecipada no contrato por
prazo determinado.
Letra c.
Assunto abordado: Contrato de trabalho.
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contra-
tos de experiência, na forma do art. 481 da CLT, com base
no entendimento sumulado pelo TST, no enunciado 163.
69
Roberta compõe a CIPA de sua empresa, como represen-
tante dos trabalhadores, com mandato em vigência no
ano de 2023. Em setembro de 2023, houve a extinção
total do estabelecimento, com o pagamento das verbas
rescisórias, somente. Inconformada, Roberta ajuizou
ação trabalhista requerendo sua indenização decorrente
da estabilidade do cipeiro. Nesse caso,
(A) Roberta tem o direito à indenização.
(B) Roberta não tem estabilidade.
(C) Roberta somente teria direito à reintegração.
(D) Roberta não tem direito à indenização.
Letra d.
Assunto abordado: Estabilidade CIPA.
A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vanta-
gem pessoal, mas garantia para as atividades dos mem-
bros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se
verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a rein-
tegração e indevida a indenização do período estabilitá-
rio, com base na Súmula n. 339, II, do TST.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
Cobb trabalhou para Clínica do Sono Origem por 20
anos. Devido ao ótimo trabalho que desempenhou ao
logo desses anos e ao seu saudável relacionamento com
a empresa, Cobb e o ex-empregador realizaram um bom
acordo extrajudicial para extinguir o contrato de traba-
lho e indenizar Cobb pelos anos dedicados à empresa. O
acordo foi conjuntamente reduzido a termo e distribuí-
do à Vara do Trabalho da cidade onde os serviços eram
prestados. No dia da audiência, presente Cobb, acom-
panhado do advogado do sindicato de sua categoria, e
o preposto acompanhado do advogado da empresa, o
juiz ouviu o empregado, analisou o termo na presença
das partes e, embora tenha constatado que não havia
qualquer vício que impedisse a homologação, entendeu
que o acordo não beneficiaria Cobb, razão pela qual o
indeferiu e extinguiu o processo. Diante disso, indique a
alternativa correta.
(A) Como o juiz não está obrigado a homologar o acordo,
nada pode ser feito, cabendo às partes aceitar a deci-
são e a extinção do processo.
(B) Como a decisão de indeferimento da homologação
tem natureza terminativa, cabe a qualquer das par-
tes interpor recurso ordinário para o TRT.
(C) O prazo prescricional para a propositura de ação
quanto aos direitos especificados no acordo flui nor-
malmente durante o processo de homologação.
(D) Como é direito líquido e certo das partes obter a ho-
mologação do acordo que fizeram, é cabível impetrar
mandado de segurança contra o ato do juiz.
Letra b.
Assunto abordado: Audiência. Homologação de acordo
extrajudicial
Fundamento legal
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância
superior:
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e
Juízos, no prazo de 8 (oito) dias;
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo ex-
trajudicial suspende o prazo prescricional da ação
quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir
no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da deci-
são que negar a homologação do acordo.
SÚMULA n. 418, TST. MANDADO DE SEGURANÇA VI-
SANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO. A homologa-
ção de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo
direito líquido e certo tutelável pela via do mandado
de segurança.
(A) Errada. Embora o juiz não esteja obrigado a homo-
logar o acordo, as partes não são obrigadas a ficar iner-
tes. A decisão que não homologa o acordo extingue o
processo sem resolução do mérito e desafia, portanto,
recurso ordinário (art. 895, I, CLT).
(B) Certa. Como a decisão de indeferimento da homolo-
gação tem natureza terminativa, cabe a interposição de
recurso ordinário para o TRT, conforme art. 895, I, CLT.
(C) Errada. O prazo prescricional NÃO flui normalmente
durante o processo de homologação de acordo. A peti-
ção de homologação de acordo extrajudicial suspende
o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela
especificados. O prazo volta a fluir no dia útil seguinte ao
do trânsito em julgado da decisão que negar a homolo-
gação do acordo (art. 855-E, parágrafo único, CLT).
(D) Errada. NÃO é direito líquido e certo das partes ob-
ter a homologação do acordo que fizeram. Sendo assim,
NÃO cabe impetrar mandado de segurança contra o ato
do juiz (Súmula n. 418, TST).
71
Determinado juízo, ao julgar improcedentes os embar-
gos à execução propostos pelo ex-empregador em face
do ex-empregado, manteve os cálculos apresentados
pelo perito, que computou, como base de cálculo do
adicional de periculosidade, a totalidade das parcelas de
natureza salarial, muito embora a sentença liquidanda
tivesse deferido como base de cálculo do adicional de
periculosidade o salário-base do reclamante. A respeito
dessa situação, marque a opção ERRADA.
(A) A sentença não merece ser mantida, pois, na liquida-
ção, não se pode modificar ou inovar sentença liquidan-
da, nem discutir matéria pertinente à causa principal.
(B) A decisão que julgou improcedentes os embargos à
execução desafia agravo de petição.
(C) Nos embargos à execução, podem ser arguidos cum-
primento de decisão, quitação ou prescrição da dí-
vida, erros materiais na decisão e contradição ou
manifesto equívoco na análise dos pressupostos ex-
trínsecos do recurso.
(D) Ao julgar improcedentes os embargos, mantendo os
cálculos contrários à decisão transitada em julgado,
o juízo violou a coisa julgada.
Letra c.
Assunto abordado: Execução Trabalhista. Liquidação de
Sentença. Embargos à Execução. Sistema Recursal Traba-
lhista. Agravo de Petição
Fundamento legal:
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Art. 879, CLT. Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, or-
denar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá
ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou ino-
var, a sentença liquidanda nem discutir matéria perti-
nente à causa principal.
Art. 897, CLT - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:
(a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas
execuções;
Art. 897-A, CLT. Caberão embargos de declaração da
sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo
seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão
subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão,
admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco
no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.
§ 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofí-
cio ou a requerimento de qualquer das partes.
Art. 5º, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distin-
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabi-
lidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada;
(A) Certa. A sentença não merece ser mantida, pois, na
liquidação, não se pode modificar ou inovar sentença li-
quidanda, nem discutir matéria pertinente à causa prin-
cipal, nos termos do art. 879, § 1º, CLT.
(B) Certa. A decisão que julgou improcedentes os em-
bargos à execução desafia agravo de petição, conforme
art. 897, a, CLT.
(C) Errada. Nos embargos à execução, podem ser argui-
dos cumprimento de decisão E quitação ou prescrição
da dívida. Os erros materiais na decisão e a contradição
ou o manifesto equívoco na análise dos pressupostos
extrínsecos do recurso são matérias que devem ser dis-
cutidas em sede de embargos de declaração e não em-
bargos de execução (art. 879-A, caput e §1º, CLT).
(D) Certa. Ao julgar improcedentes os embargos, man-
tendo os cálculos contrários à decisão transitada em jul-
gado, é fato que o juízo viola a coisa julgada prevista no
art. 5º, XXXVI, CF.
72
Gumercinda propôs reclamação trabalhista em face de
sua ex-empregadora postulando o pagamento de adicio-
nal de periculosidade. No dia da audiência, Gumercinda
requereu a produção de prova pericial. O juiz, por sua vez,
em sua decisão, mesmo sob os protestos da reclamante,
que ficaram consignados em ata, e sabendo que Gumer-
cinda não tinha condições de arcar com os honorários
referidos, condicionou a realização da perícia ao depósi-
to prévio de R$ 2.000,00 a título de honorários periciais.
Diante dessa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Para reverter a decisão, a reclamante deve ingressar
com recurso ordinário, no prazo de 8 dias para rever-
ter a decisão.
(B) Para reverter a decisão, a reclamante deve impetrar
mandado de segurança com pedido de liminar con-
tra o ato do juiz, no prazo de 120 dias.
(C) O depósito prévio, nessa situação, é devido para ga-
rantir o juízo.
(D) Para reverter a decisão, a reclamante deve impetrar
mandado de segurança com pedido de liminar con-
tra o ato do juiz, no prazo de 60 dias, contados da
ciência do ato impugnado.
Letra b.
Assunto abordado: Perícia: dinâmica e responsabilida-
de pelos honorários. Procedimentos Especiais: Manda-
do de Segurança. Sistema Recursal Trabalhista. Recur-
so Ordinário
Fundamento legal:
Art. 790-B, CLT. § 3º O juízo não poderá exigir adianta-
mento de valores para realização de perícias.
OJ 98, SDI-2, TST. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍ-
VEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO
DE HONORÁRIOS PERICIAIS. É ilegal a exigência de
depósito prévio para custeio dos honorários periciais,
dada a incompatibilidade com o processo do trabalho,
sendo cabível o mandado de segurança visando à rea-
lização da perícia, independentemente do depósito.
Art. 23, Lei N. 12.016/2009. O direito de requerer
mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interes-
sado, do ato impugnado.
Art. 895, CLT. Cabe recurso ordinário para a instância
superior:
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e
Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tri-
bunais Regionais, em processos de sua competência
originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
(A) Errada. A decisão é ilegal. Sendo assim, para revertê-
-la, ele deve impetrar mandado de segurança contra o ato
do juiz e não ingressar com recurso ordinário. O recurso
ordinário é cabível, no prazo de 8 (oito) dias, das deci-
sões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos e das
decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regio-
nais, em processos de sua competência originária, quer
nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos (Art.
790-B, §3º, CLT; OJ 98, SDI-2, TST e art. 895, I e II, CLT).
(B) Certa. A decisão é ilegal (art. 790-B, § 3º, CLT). Sendo
assim, para revertê-la, ele deve impetrar mandado de
segurança com pedido de liminar contra o ato do juiz, no
prazo de 120 dias contados da ciência do ato impugnado
(Art. 23, Lei 12.016/09 e OJ 98, SDI-2, TST).
(C) Errada. Essa alternativa é contrária ao que dispõem
o art. 790-B, § 3º, CLT e a OJ 98, SDI-2, TST. A exigên-
cia de depósito prévio para custeio dos honorários pe-
riciais é ilegal, dada a incompatibilidade com o processo
do trabalho.
(D) Errada. A decisão é ilegal (art. 790-B, § 3º, CLT) e,
para revertê-la, o reclamante deve impetrar mandado
de segurança com pedido de liminar contra o ato do juiz.
O prazo, porém, está errado. O MS deve ser interposto
em 120 dias – e não 60 – contados da ciência do ato im-
pugnado (art. 23, Lei n. 12.016/2009).
73
Mística, Magneto e Apocalipse, trabalhadores da em-
presa Lab-X, apoiados pelo Sindicato Profissional de
Categoria, aderiram à greve deflagrada há alguns dias
por sua categoria. Para que a pressão fosse maior, in-
vadiram a sede, onde também funcionam os labora-
tórios da empresa, e lá se estabeleceram dia e noite
para impedir a entrada de outros trabalhadores e dos
dirigentes. Para mostrar ainda mais poder, destruíram
também o automóvel da empresa que permanecia es-
tacionado no pátio, um Chrysler E8, ano 2017, avaliado
em R$ 110.000,00. Considerando a situação apresenta-
da, indique a alternativa ERRADA.
(A) O empregador poderá ingressar com ação pleitean-
do a reintegração do imóvel e, com ela cumulando,
a indenização por perdas e danos, diante do prejuízo
sofrido com a destruição do automóvel da empresa.
(B) Para que o empregador possa ser ressarcido do pre-
juízo com a destruição do veículo da empresa, é cabí-
vel pedido de indenização de perdas e danos, já que
estão presentes os requisitos da responsabilidade
civil, quais sejam: culpa, dano e nexo.
(C) Para que o empregador possa conseguir o livre aces-
so ao estabelecimento novamente, a medida judicial
cabível é a ação de reintegração de posse, a ser pro-
posta perante a vara do trabalho.
(D) Para que o empregador possa conseguir o livre aces-
so ao estabelecimento, a medida judicial cabível é a
ação de reintegração de posse. Como se trata de uma
ação possessória, tendo em vista a diferença de ri-
tos, o pedido de indenização por perdas e danos não
pode ser cumulado com o de reintegração, devendo
correr em uma ação separada, específica para tal fim.
Letra d.
Assunto abordado: Dissídio Individual e Dissídio Coletivo.
Fundamento legal:
Art. 555, CPC. É lícito ao autor cumular ao pedido
possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
Art. 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão volun-
tária, negligência ou imprudência, violar direito e cau-
sar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 6º, Lei n. 7.783/1989. São assegurados aos gre-
vistas, dentre outros direitos:
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por em-
pregados e empregadores poderão violar ou constran-
ger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pe-
los grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho
nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
(A) Certa. Para que o empregador possa conseguir o livre
acesso ao estabelecimento novamente, poderá ingres-
sar com a ação de reintegração de posse e, na mesma
ação, cumular os pedidos de reintegração e de indeniza-
ção por perdas e danos, com base no art. 555, I, CPC.
(B) Certa. Conforme narrado no enunciado da questão,
os três trabalhadores, com apoio do sindicato, destruí-
ram o automóvel da empresa. Para que o empregador
seja ressarcido pela parte ré, devem estar presentes os
requisitos da responsabilidade civil (art. 186 e 927, CC),
quais sejam: culpa, dano e nexo. A culpa está caracteri-
zada pela conduta ilícita praticada pelos trabalhadores,
ferindo o art. 6º, §§ 1º e 3º, da Lei n. 7.783/1989. O dano
está presente, uma vez que o carro foi destruído pelos
trabalhadores. E o nexo fica caracterizado porque o dano
ocorreu devido à conduta ilícita praticada. Sendo assim,
é cabível o pedido de indenização por perdas e danos.
(C) Certa. Para que o empregador possa conseguir o livre
acesso ao estabelecimento novamente, a medida judi-
cial cabível é a ação de reintegração de posse. O polo
passivo será composto não só por Mística, Magneto e
Apocalipse, mas também pelo Sindicato Profissional de
Categoria que apoiou os trabalhadores nas ações de
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
ocupação da empresa e de destruição do automóvel
(art. 554 e ss, CPC).
(D) Errada. Para que o empregador possa conseguir o li-
vre acesso ao estabelecimento, a medida judicial cabível
é a ação de reintegração de posse (art. 554 e ss, CPC).
De acordo com o art. 555, I, CPC, é possível sim cumular
pedido possessório com pedido de indenização por per-
das e danos, não sendo necessária uma ação separada,
específica para tal fim.
74
Lana Lane, após ser dispensada sem justa causa, contra-
tou o famoso advogado Mike Ross para representá-la e
ingressou com reclamação trabalhista em face de sua
ex-empregadora, Corporações Luthor. No dia da audiên-
cia, chovia forte na cidade e, diante da dificuldade de
conseguir pegar o ônibus, Lana não conseguiu chegar a
tempo. Diante de sua ausência, o processo foi arquiva-
do. Passados 30 dias, Lana ajuizou nova reclamação tra-
balhista repetindo os pedidos anteriores. Por estar com
a confiança abalada em relação a seu advogado, Mike
Ross, Lana ficou medo de prosseguir e resolveu desistir
da ação, o que foi prontamente homologado pelo juiz.
Contratou, então, novo advogado, Harvey Specter. De-
pois de 45 dias, propôs nova ação. Ocorre que, diante
do descumprimento de uma exigência, o magistrado
determinou fosse emendada a inicial. Lana, no entanto,
quedou-se inerte e o processo foi extinto. Considerando
o narrado acima, assinale a alternativa correta.
(A) Para propor nova ação, Lana Lane deverá aguardar 6
meses, já que deu causa a dois arquivamentos segui-
dos da reclamação trabalhista.
(B) Lana Lane não precisa aguardar tempo algum para
propor nova ação.
(C) Lana Lane não poderá mais propor reclamação tra-
balhista com os mesmos pedidos feitos nas petições
anteriores, pois ocorreu a perempção.
(D) Lana Lane não precisa aguardar tempo algum para
propor nova ação, já que, no processo do trabalho, a
perempção ocorre apenas quando o reclamante, por
2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento
da reclamação trabalhista.
Letra b.
Assunto abordado: Audiência. “Arquivamento” e revelia
Fundamento legal:
Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao dis-
tribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no
prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à
Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá
na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do
direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Art. 732, CLT. Na mesma pena do artigo anterior incor-
rerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas,
der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
Art. 844, CLT. O não-comparecimento do reclamante
à audiência importa o arquivamento da reclamação,
e o não-comparecimento do reclamado importa reve-
lia, além de confissão quanto à matéria de fato.
(A) Errada. Para propor nova ação, Lana Lane NÃO preci-
sa aguardar 6 meses (art. 732, CLT). Tal prazo deveria ser
respeitado se a reclamante houvesse dado causa a dois
arquivamentos seguidos pelo mesmo motivo de não
comparecimento em audiência. Embora tenha ocorrido
uma sucessão de arquivamentos, eles não foram segui-
damente ocasionados pela ausência da reclamante em
audiência.
(B) Certa. Lana Lane pode proporá nova ação a qualquer
tempo, tendo em vista que não incorreu em nenhuma
das hipóteses ensejadoras da perempção no processo
do trabalho, conforme arts. 731 e 732 da CLT.
(C) Errada, pois Lana Lane poderá sim propor reclama-
ção trabalhista com os mesmos pedidos feitos nas pe-
tições anteriores. Importante aqui considerar duas situ-
ações. A primeira é que não houve perempção, já que
a situação descrita no enunciado não se enquadra nas
hipóteses previstas na CLT (arts. 731 e 732). A segunda
é que, mesmo se tivesse ocorrido a perempção, Lana,
ainda assim, poderia repetir os pedidos em nova ação
após o decurso do prazo de 6 meses (art. 731, CLT).
(D) Errada. Inicialmente, Lana Lane não precisa, de fato,
aguardar tempo algum para propor nova ação. Até aí es-
taria correta. Entretanto, o erro surge quando se afirma
que, no processo do trabalho, a perempção ocorre APE-
NAS quando o reclamante, por 2 (duas) vezes seguidas,
der causa ao arquivamento da reclamação trabalhista.
Essa é uma das hipóteses de perempção no processo do
trabalho, mas não a única! A outra hipótese é a previs-
ta no art. 731 da CLT: “Aquele que, tendo apresentado
ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar,
no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à
Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na
pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito
de reclamar perante a Justiça do Trabalho”.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem
Direito do Previdenciário
Fernando Maciel
75
No ano de 2023, o Estado do Rio Grande do Sul foi atin-
gido por vários episódios de ciclones extratropicais, os
quais acarretaram a morte e o desaparecimento de de-
zenas de pessoas. Para os casos de pessoas desapareci-
das, a legislação previdenciária equipara tal situação a
uma morte presumida, o que pode ensejar a concessão
de uma pensão provisória. Assinale a alternativa correta
acerca dessa modalidade de benefício.
(A) A renda mensal da pensão provisória será de 50% do
valor de uma pensão por morte comprovada.
(B) Nos casos de desastres, os dependentes farão jus
à pensão provisória a partir da data do desapareci-
mento do segurado.
(C) Na hipótese de ser localizado com vida o segura-
do que estava desaparecido, os dependentes estão
obrigados a restituir os valores recebidos a título de
pensão provisória.
(D) Salvo nos casos de acidente, desastre ou catástrofe,
a morte presumida do segurado pressupõe a decla-
ração judicial de ausência após 1 ano de desapareci-
mento do segurado.
Letra b.
Assunto abordado: Pensão por morte
O art. 78 da Lei n. 8.213/1991 disciplina o instituto jurí-
dico da pensão por morte provisória, a qual é concedida
nos casos de morte presumida de um segurado do RGPS,
com renda mensal idêntica aos casos de morte compro-
vada, o que evidencia o erro da letra A. Essa presunção
de morte precisa ser declarada por autoridade judicial,
estando condicionada ao desaparecimento (ausência)
de um segurado pelo prazo mínimo de 6 meses, o que
evidencia o erro da letra “d”. Conforme o § 1º, nos casos
de desastres, a pensão provisória será paga a partir do
desaparecimento do segurado, independentemente da
declaração judicial e da ausência de 6 meses, o que evi-
dencia o acerto da letra “b”. Por fim, de acordo com o §
2º, reaparecendo o segurado, os dependentes não pre-
cisam restituir os valores recebidos, salvo comprovação
de má-fé, o que evidencia o erro da letra “c”.
76
Lauro Martins foi contratado como empregado na data
de 14/07/2021, momento em que se operou a sua pri-
meira filiação ao RGPS. Considerando as novidades nor-
mativas introduzidas pela Reforma Previdenciária de
2019 (EC 103/2019), além do cumprimento da carência,
assinale a alternativa correta que indica os requisitos
para que Lauro possa receber o benefício de aposenta-
doria programada.
(A) 65 anos de idade, 20 anos de tempo de contribuição.
(B) 62 anos de idade, 20 anos de tempo de contribuição.
(C) 65 anos de idade, 35 anos de tempo de contribuição.
(D) 60 anos de idade, 35 anos de tempo de contribuição.
Letra a.
Assunto abordado: Aposentadoria programada
Ao conferir nova redação ao art. 201, § 7º, da CF/1988,
a EC 103/2019 passou a disciplinar a aposentadoria pro-
gramada, passando a exigir, cumulativamente, o imple-
mento de idade mínima e tempo mínimo de contribui-
ção. O Inciso I passa a exigir a idade mínima de 65 anos
para os homens e 62 anos para as mulheres. Já no que
se refere ao tempo de contribuição, o art. 19, § 1º, da
EC 103/2019 apresenta a regra transitória que passa a
exigir o tempo mínimo de 15 anos para as mulheres e 20
para os homens. Portanto, correta está a letra “a”, estan-
do incorretas todas as demais alternativas.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
João, com 58 anos de idade e com doença grave, ganhou
uma ação judicial com trânsito em julgado. Na referida
ação, um estado da federação, que ainda não havia pu-
blicado Lei definidora do tema, foi condenado a indeni-
zá-lo por danos materiais ao patrimônio, com valor de
condenação de R$ 50.000,00.
Nessa situação, o referido débito deverá ser pago:
(A) por meio de precatório com preferência, por conta
de o credor possuir doença grave.
(B) por meio de requisição de pequeno valor (RPV).
(C) por meio de precatório, sem nenhuma prioridade,
haja vista o crédito não possuir natureza alimentar.
(D) por meio de precatório, sem nenhuma prioridade,
em razão de possuir.
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

Letra b.
Assunto abordado: Precatórios
A alternativa “b” está correta, porque o crédito tem na-
tureza de requisição de pequeno valor (RPV), haja vista
que o estado da federação ainda não publicou Lei defi-
nidora. Então, aplica-se o art. 87, inciso I, do ADCT. Veja:
Letra a.
Assunto abordado: Lei n. 4.320/1964 (Despesa Pública)
De acordo com o art. 12, § 5º, inciso III, da Lei n.
4.320/1964, a dotação mencionada no enunciado deve
ser classificada como inversão financeira.
Veja a literalidade da Lei:

Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 Art. 12. (...)
da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Dis- § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as do-
posições Constitucionais Transitórias serão conside- tações destinadas a: (...)
rados de pequeno valor, até que se dê a publicação III - constituição ou aumento do capital de entidades ou
oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da emprêsas que visem a objetivos comerciais ou finan-
Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 ceiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
da Constituição Federal, os débitos ou obrigações
consignados em precatório judiciário, que tenham Portanto, a alternativa “a” está correta.
valor igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 37, de 2002) Direito Eleitoral
I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos
Odair José
Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 37, de 2002)
79
O partido Alfa, com registro definitivo junto ao Tribunal
O RPV tem fundamento no § 3º do art. 100 da Consti-
Superior Eleitoral há pouco menos de cinco anos, e o par-
tuição. Veja:
tido Delta, que participa regularmente das eleições há
mais de dez anos, resolveram se fundir, formando uma
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas
nova agremiação política. Contudo, os presidentes das
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
duas agremiações partidária estão com dúvidas sobre as
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusi-
regras de fusão e incorporação partidária. Por esse mo-
vamente na ordem cronológica de apresentação dos
tivo, consultaram um advogado a respeito do tema. O
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibi-
advogado consultado respondeu corretamente que
da a designação de casos ou de pessoas nas dotações
(A) Não é possível a fusão entre Alfa e Delta, sendo ad-
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para
mitida, contudo, a incorporação de Alfa por Delta.
este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional
(B) Alfa e Delta poderão fundir-se formando uma nova
n. 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional n. 62,
agremiação.
de 2009) (Vide ADI 4425) (...)
(C) Somente é possível a incorporação de Delta a Alfa,
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
mas não se admite a fusão entre as duas agre-
expedição de precatórios não se aplica aos pagamen-
miações.
tos de obrigações definidas em leis como de pequeno
(D) Não é possível a fusão ou a incorporação entre Alfa
valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtu-
e Delta.
de de sentença judicial transitada em julgado. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
Letra d.
Assunto abordado: Fusão e incorporação de partido
Assim, a alternativa “b” está correta.
(A) Errada. Não se admite nem a incorporação e nem a
fusão entre partidos com menos de cinco anos de registro
78 definitivo junto ao TSE (Lei n. 9.096/1995, art. 29, § 9º).
Suponha que, no projeto de lei orçamentária anual, um
(B) Errada. Alfa tem menos de cinco anos de registro defi-
município tenha inserido dotação destinada à constitui-
nitivo junto ao TSE, por isso não pode fundir-se, nem se in-
ção de empresa pública com objetivos comerciais para o
corporar a outro partido (Lei n. 9.096/1995, art. 29, § 9º).
exercício de 20X4.
(C) Errada. não se admite nem a incorporação e nem a fu-
De acordo com a Lei n. 4.320/1964, tal dotação deverá
são entre partidos com menos de cinco anos de registro
ser classificada como:
definitivo junto ao TSE (Lei n. 9.096/1995, art. 29, § 9º).
(A) inversão financeira.
(D) Certa. Alfa tem registro definitivo junto ao TSE me-
(B) despesa de custeio.
nos de cinco, por isso não dispõe da condição para fun-
(C) investimento.
dir-se a outro partido, tampou para incorporar-se (Lei n.
(D) subvenção social.
9.096/1995, art. 29, § 9º).
4º Simulado OAB – 1ª Fase do 39º Exame de Ordem

80
Mévio exercia a magistratura por mais de dez anos, mas
resolveu exonerar-se do seu cargo há sete meses das
eleições para concorrer ao cargo de deputado federal.
Acontece que sobre Mévio havia processo administrati-
vo disciplinar pendente de decisão, tendo sido arquiva-
do em razão da sua exoneração.
Ante a situação hipotética, é correto afirmar que
(A) o pedido de exoneração antes do julgamento do pro-
cesso administrativo disciplinar não afasta inelegibi-
lidade de Mévio.
(B) Mévio está inelegível por ter se desincompatibilizado do
cargo de magistrado com menos de um ano das eleições.
(C) a exoneração antes do julgamento do processo ad-
ministrativo disciplinar afasta eventual causa de ine-
legibilidade.
(D) a desincompatibilização do cargo de magistrado
deve ocorrer com até três meses da eleição.

Letra a.
Assunto abordado: inelegibilidade/desincompatibilização
(A) Certa. Previsão disposta na LC n. 64/1990, art. 1º,
inc. I, alínea q.
(B) Errada. A desincompatibilização da magistratura
deverá ocorrer com até seis meses da eleição (LC n.
64/1990, art. 1º, inc. II, alínea a, item 8).
(C) Errada. Conforme disposição expressa na LC n.
64/1990, art. 1º, inc. I, alínea q, a pendência de processo
administrativo disciplinar é suficiente para gerar causa
de inelegibilidade sobre Mévio.
d Errada. O prazo de desincompatibilização é de seis me-
ses (LC n. 64/1990, art. 1º, inc. II, alínea a, item 8).