Você está na página 1de 6
nt Mario Schenberg de Dacumentagio da Pesquisa em pico Legal ~ Bibliotees Naco Ficita CaratoorAnc Arcee Citncin— Descoberea/Descobrimentos ~ Tevra Brasils/ Elza jecnber Sio Paulo: ECA/USR 1999 , hhenberg: 8), ed melecrais- Brasil Brad D 20. , presente documsentaso acompanka o Ill Cong = Descobrimentos ili, realizado pelo Centro Mato Schenbe io da Pesquisa em Aru Escola de Comnanicaiese Ants - ECAIUSP sinala a Comemoracio de Det Anos do Céntto Mario Schenberg de Documencso da Pesquisa em es - ECAUSP com o X Semindtio Schenberg: © Olhar da Descob (Capa: Embarcagées imponentes pincadas p ndés H. 3, século XVID Voltavam do Brasil sbarrotadas de rig speciarias fe Marinhagem de 1596) 391 Leonardo Da Vinct: Arte e Ciéncia Alecsandra Matias de Oliveira ECAIUSP 5 Centro Maio Schenbe squisaem Artes fe Documentacio da Pe ‘ha para o rosto de uma pe steriosas que ele revela ts de umn retrato que faz. Poem existircoisd Dt ou vem a saber depois. ASS (0. véem, e mostra a ue as veres.a pessoa sabe, as veres nd0 sabe spacidade de descobrr coisas que outros 40 V8 jem! fisicas que tém iodo medieval, ocristianismo ventalidade sim Era um mundo que 8 Durante ope wva-se aos poucos una vel somente pela f. instrumento diabolico que Mm ica que obser wnharia sentido apenas tum grande enigma, decif de Deus. A Fazio 3 falsa sabedoria © at airavé a vista com um i antinha © homem na ue o afastava da verdade (2) selerou o processo de superagdo da economia a8 A Europa, na Renascenca, a esana\e urbana da \dade Média, reps Nas 2°08 F sa estilos romanico e gotico. Par Treressar na economia manufatueira, mercanbilsta © nC Jo periodo moderna. 1 das velhas estrutul ‘em todos 0s 1 a substituica rou para as conquist se instalaram na vida di CO homem europeu assist is, que © prepa ages radicals que como surgimento de técnicas " ntes complexos socia ‘as revolucionérias populagdes fs_ transforma setores do século XV! etiram naturalmente nas artes, © rropeias ref se eatmentos desconhecidas do home metieval Ent atimentos esta @ de ideias 0 de individualidade 106 « Renasimento fo marcado pela prosessvalbertagso dos ilos medievais gracas aobservagio einterpret roe atureza edo homer, sob a inspiragao dos modelos © a importantedestacar que quando este homer mo Lissica greco-romana. Poré Grécia ou Roma Anti realiza uma mentos, tornando 0s Va antiguidade c ‘a carga de seu tempo € a traz consigo 106 ores nao iguais mas re dderno” busca @ releitura dos acontecin formulados, como 0 chamam os historiadores iallanos, aS ocento” sndentes, Eram republics, Jos soberanos e indepe mila No século XV ou no “quattr ‘idades da italia constituiam icionais no poder snhorios, governa s, principados ¢ Visconti em Mildo, os Médicis em Florenga, os Montefeltro em Urbino, os Ben’ Boloniha, os Este em Ferrara, os Gonzaga em Mantua, todos eles distinguiram-se n econdmicas, ambigbes as armadas , entregues a condotieres e bandos mercenério Uma das principais poténcias era Florenga, uma repaiblica muito rica, poderosa e ev ia, no século XY. Sua riqueza tinha como base de sustentacao a industria dos tecidos os cos, depois grandes banqueiros e comerciantes, suas origens modestas, essa familia desempe historia da politica e das artes na Europa. Representou o partido popular e democrético, # seus membros mais ilustres esto Cosimo de Médicis (1389-1464) e Lorenzo de Médicis (448 1492). Cosimo fot chamado de pat da Patria, por sua esclarecida administracdo e amor as art Lorenzo foi protetor de Botticeli ¢ Angelo, poeta inspirado, recebeu o titulo deo Magnifico, por sua ica eo tra tistas. Os Médicis, antes de extinguir-se no século XVIII, deram origem a dois papas, Leo X ¢ Clemente Vl e a duas rainhas de Franca, Catarina e Maria de Medicis. Essa configuragao politica, que faz surgi o Estado Moderno com conotagées adversas as estruturas dos antigos feudos, significa a transformagao da relacao homem-sociedade. & par da constituigao dos Estados Mociernos que 0 individuo podera surgir em meio aos fatores coletivos. "0 hamem como ceniro e medida de todas as coisas’ nao teria espago num mundo entrado no enigma divino e na relagao suserano-vassalo (3) No Renascimento, a figura de destaque é Leonardo da Vinci: arquiteto, mecéinico, urbanista, engenheiro, fisiblogo, quimico, escultor, botanico, gedlogo, cartégrafo, fisico, pre cursor da viagéo, da balistica, da hidréulica, inventor d andro, pira-quedas, isqueiro € As concepedes sobre modernidade que regem os cédl os do século XX séo origindrias dese Humanismo. Ondeo o homem torna-se chave para sua propria evolucao. £ a capacidade de observagao e a nec jucdo de sua realidade, ainda a principal questao que assola o homem do Renascimento, Essa problematica marca a formacao humanistica e d surge Leona As idéias cientificas de Da Vinci quase ficaram escondidi « foi como artista que obteve reconhecimento de seus contemporaneos, porém sua listagem de dhras ¢pequena, pois néo ultrapassam a mela dizia de telas -as unicas que pode tom toda a certeza e exclusivamente ao artista ~ entre as quais estao 0 mais famoso quadro do mundo (Mona Lisa) e 0 mais reproduaido na Historia da Arte (A Cela). Florencaéo centro cultural e artistico do perfodo e Leonardo Da Vinci fol enviado por Seu pai para trabalhar no atelier de Verrochio. & importante, acrescentar que o dominio da tidade estava nas maos de Lorenco de Medici -“o Magnifico", que era um profundo incentivado e protetor dos artista que infestavam a cidade. No decorrer de sua carreira, Leonardo foi artista e consultor técnico do duque d Milo, engenheiro militar de César Borgia, além de pintor e arquiteto do rei de Francisco I da Franca, As cinco mil paginas que restaram dos blocos de anotagdes de Leonardo Da Vinci cor tem pesquisas em Anatomia, Mecanica, Hidréulica e uma ampla gama de outras cléncias. 0: locos de anotacdes também descrevem muitos esquemas de Engenharia Civil e projetos de lima enorme variedade de dispositivos mecéinicos - um helicéptero, uma bicicleta, uma maquir de cunhar mocdas e uma grua com dupla articulacao. Algumas dessas maquinas estavam muitos nos a frente de seu tempo e nunca foram fabricadas, mas outros projetos eram de enorme sienificagao, por exemplo, o canal dé comportas herméticas em forma de mitra, ainda em uso ‘atualmente, eo mecanismo de meia engrenagem para converter movimento rotatorio em movi mento reciproco (vai-e-vem), que foi largamente usado no decorrer do século XV Aatengao dirige-se, agora, para os procedimentos de realizarao de uma obra de arte por Leonardo Da Vinci. Gombrich analisa em “0 método de Leonardo para esbogar compos bes", que esta localizado no livro Norma e Forma (uma coletanea de diversos artigos que ve sam sobre questées ligadas ao Renascimento). No artigo citado, a discussio centraliza-se no estilo inovador de Leonardo, que mais tarde, serd seguido e aceito por artista da mesma époc Leonardo nao realiza uma obra pronta e acabada, mas sim desenvolve um projeto, um esboy ‘ou até mesmo um estudo da obra previamente, O que ocorre em Da Vinci é uma rejeicao aos ragos definitivos e um incentivo a utilizagao do rascunko.”... para ele, o esboco nao era apenas 2640" (4). sso registro de uma inspiracao, podendo também tomar-se a fonte de mais Inspiragao” (4) mm termos praticos, € um rompimento com a tradigao de Verrochio que prega 0 trago seguro e infalivel, que prescinde de corregao e de reformulagao. Esborai os retratos rapidamente, sem dar aos membros um acabamento excessive indicai a posicdo deles, que em seguida podereis desenvolver ‘a vortade'"(s). Essa forma de pensar de Leonardo diverge dos seus contemporaneos e o transform. ‘em uma figura especial dentro de seu contexto historico. Talver, as origens de scu pensamento divergente possa a ser atribuido a sua formagao educacional, pois Leonardo por ser filho ilegi: for ima pessoa considerada letrada, no século XV. Autores a do povoado de Vinci recebeu un magao deficiente para os padres de ‘como René Huyghe, em Arte e alma, o consideram um verdadeiro autodidata que muites ¥e é discriminado por setores da sociedade humanista. Huyghe vai mais longe e detecta "um ce nal estat” que traga um rompimento entre Da Vinci e seu tempo, nao somente no cue cia resp: to aos fatos como na oposicdo de pensamenttos e tes Leonardo constitu-se em uma alma essencialmente pratica, aliando sua forma de refletir © agir a corrente aristotélica, dessa forma, entra em franco ¢ Jo com corretes No entanto, Leonardo ¢ um hiomem de seu tempo e em sua person: encontrados tanto elementos modernos como medievais, esses elementos pode las em somente uma forma de conceber o mundo (6). Exemplo disso 2 permanéncia emana sua afinidacle com 0 fantastico € 0 mistico, porém, ao mesmo tempo, exerce de modo sistem > © com certo “rigor cientifico” observacées sobre fendmenos naturals, muitas vezes fom do respostas racionais a coisas que antes eram atribuidas & mag Para Da Vind, Arte e Ciéncia possuem métodos e processos s is duas formas de Saber. Ambas podem descobrir"n criatividade para o desenvolvimento des: vos mundos', criar © ampliar fronteiras de conhecimento ¢ autoconh uma "descoberta” sobre a Natureza o homem acaba por conhecer sua prépria essénc Finalizando, é muito importante ter-se em mente que a distingéo contempordinea ene arte” € ap ‘¢40 sequer poderia existir onde a “medicina” ou a caga eram um tura poderiam ser chamadas de “ciéncia’. claro, qu s convengdes renascentistas pintura, qualquer ampliagdo da liberdade de criaga rte” exige uma igual inten icagao dos estudos que designa-se de “cientificas’. Uma ver abolida a autoridade do lio ou dos moldes, o pintor fica livre para conceber uma diversidade infinita de grupos e movimen 6 considerado a passagem da Id = wee a ie Por essa divs imadamente ‘ deticien reste um elo de ligacao entr SEVCENKO, Nicolau {CKHARDT, J. "0 Estado como obra de Arte” In: BUR 68,1992. 53 € Sequinte ie, A 143. Cortam

Você também pode gostar