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Tec Mil II - UD 1
Tec Mil II - UD 1
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
PERÍODO BÁSICO
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TÉCNICAS MILITARES II
UD 1
(HIGIENE E PRIMEIROS SOCORROS)
2019
(Coletânea de Manuais de Tec Mil II - UD 1..................................................... 1/49)
ÍNDICE DE ASSUNTOS
1.1 Generalidades
A Higiene Militar tem em mira a aplicação de medidas sanitárias de natureza
prática, com o objetivo de preservar a saúde, prevenir e dominar as doenças no meio
militar.
A finalidade principal é manter o pessoal militar em condições de perfeita aptidão
física e mental, para combater.
O Serviço de Saúde é o organismo encarregado de investigar as condições
sanitárias dentro do Exército, de apresentar sugestões quanto à localização de
quartéis, purificação e abastecimento de água, processos para a eliminação de detritos,
prevenção de doenças e de todas as medidas que confiram a imunidade no pessoal
militar.
Além do Serviço de Saúde são responsáveis pela higiene:
a.Comandante da OM.
b.Engenharia.
c.Intendência.
g) Pés
O tratamento a ser dado aos pés consta da parte de Primeiros Socorros desta
Coletânea de Manuais.
h) Uniformes
8) Alojamentos
Evitar a superlotação. Normalmente o homem deve dispor de 5,40 m2 de área
para alojamentos, com espaço de 1,50mentre as camas, se possível, transformando o
local de cada cama em cubículo. Deve-se evitar a superlotação dos locais de reunião.
Deverão ser proporcionados ventilação e aquecimento adequados (de dia 21º e
à noite entre 15 e 17º C).
1.1 Generalidades
Encontram-se ainda dificuldades de vulto no controle das doenças sexualmente
transmissíveis (DST), embora as conquistadas ultimamente, na profilaxia e na
terapêutica dessas doenças, representam um dos mais importantes capítulos da
medicina moderna. Com a aplicação dos métodos de investigação do contágio e com o
emprego dos antibióticos, a incidência das DST baixou acentuadamente.
As DST crescem em incidência, com o tempo de permanência do homem nas
Forças Armadas. Isto se verifica porque grande parte dos jovens, que se apresentam
para o serviço militar, desconhecem ainda as relações sexuais e, quando as inicia, não
toma, em geral, qualquer precaução, contaminando-se logo às primeiras cópulas.
Convém lembrar ainda, que praticamente, nenhum soldado está isento de adquirirDST,
porque pela inconsequência própria da idade, raramente se dispõe a observar as
precauções que lhe são aconselhadas.
É fundamental que tenhamos conhecimentos de como fazer a nossa higiene sexual
para que não venhamos a contrair uma DST que poderá trazer consequências
desastrosas para nós e nossas famílias. Sob o ponto de vista histórico, estas doenças
constituem um problema para ambas as comunidades, civis e militares.
Referem-se aos militares porque o homem, egresso do ambiente de seu lar, pode
percorrer áreas onde a promiscuidade seja habitual e as DST, prevalentes. Embora,
com tratamento moderno essas doenças não sejam mais causas de perda de tempo,
podem, no entanto, em certos casos, afetar consideravelmente a saúde individual. Um
elemento pode contrair mais de um tipo de doença numa única exposição. As DST são
quase sempre contraídas mediante o contato sexual. As lesões afetam os órgãos
genitais. O contato direto com a lesão ou com o material dela proveniente é o modo
mais habitual e disseminação da doença.
1.4 SIDA/AIDS
No passado, a sífilis era doença incurável que todos temiam e evitavam falar. Com
a descoberta dos antibióticos a sífilis foi praticamente erradicada.
Hoje a AIDS ocupa este espaço nos temores da população. Na França, Cuba e em
outros países latinos o mal é designado por uma sigla mais apropriada, SIDA, que
traduz corretamente o nome Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
O vírus da SIDA/AIDS, conhecido internacionalmente como HIV, pode ser
transmitido de uma pessoa contaminada para outra, através de várias formas:
- Relações sexuais sem uso de camisinha;
- Uso compartilhado de seringas e agulhas contaminadas;
- De mães para filhos, na gravidez, no parto ou no aleitamento;
- Transfusões de sangue e seus derivados, quando não previamente testados.
A pessoa contaminada pelo vírus da SIDA/AIDS pode viver durante vários anos (e
até para sempre), sem apresentar sinais ou sintomas do mal. Mas, mesmo assim, pode
estar transmitindo o vírus HIV. Com o tempo, o vírus vai destruindo as defesas do
organismo e o paciente começa a manifestar uma série de doenças como pneumonia,
diarreia grave, tuberculose, tumores, doenças do Sistema Nervoso e diversos tipos de
infecções. A SIDA/AIDS não mata por si só. Ela elimina a resistência imunológica,
facilitando o surgimento daqueles outros males, que se tornam incuráveis, devido à
deficiência imunológica.
1.1 Introdução
Você é um combatente. O seu objetivo principal é o combate. Tudo o que você
puder fazer para manter-se, e aos seus companheiros, em condições de lutar, faz parte
da sua missão.
Haverá ocasiões nas quais você dependerá de seus próprios conhecimentos para
salvar sua própria vida ou salvar a vida de seu companheiro.
Você precisa saber que nem sempre será seu companheiro o ferido.
E se um dia for você mesmo?
As suas próprias ações decidirão o resultado entre viver e morrer, ou viver com ou
sem um braço ou uma perna. Você pode proteger-se e aos outros, utilizando o conjunto
de medidas tomadas em relação aos acidentes, antes que eles possam ser atendidos
por pessoal especializado.
Você precisa ter paciência, manter-se calmo. Não perca a cabeça. Conheça os
métodos de primeiros socorros.
Antes de mais nada, você precisa saber qual é o equipamento de que dispõe para
ministrar o primeiro socorro. Conheça como deverá usar esse equipamento.
Tenha-o sempre consigo, em todas as ocasiões. Um bom soldado verifica sempre
o estado de sua arma. Se você o é; deverá, com o mesmo cuidado, verificar o seu
equipamento de primeiro socorro.
1) Curativo Individual
O equipamento consiste de um pacote de curativo individual, acondicionado no
estojo de primeiro socorro do cinto de guarnição.
O curativo consiste de um invólucro plástico contendo um curativo de gaze
reforçado em seu interior.
1.2 Definição
É toda a intervenção imediata e provisória, feita por pessoas sem conhecimento
médico, ainda no local do fato, às vitimas de acidente, mal súbito ou enfermidades
agudas e imprevistas até chegada de recursos especializados, ou remoção da vítima
para um Serviço de Atendimento Especializado.
1.3 Finalidade
a) Realizar manobras simples que podem salvar uma vida;
b) Prevenir lesões adicionais;
c) Promover conforto da vítima (amenizar o sofrimento);
1) Estancar a Hemorragia
As hemorragias, ou simplesmente, “sangramentos”, ocorrem quando há o
rompimento de vasos sanguíneos (veias ou artérias).
Elas podem ser:
- Externas - quando a pele se rompe e, consequentemente, o sangue sai para
o exterior do corpo.
- Internas - quando o sangue, sem ter por onde sair acumula-se no interior do
corpo.
a) Procedimentos
Se no cumprimento de sua nobre missão você ou algum companheiro se ferir,
antes de tratar o ferimento, deverá saber exatamente onde se localiza, seu tamanho e
a gravidade da hemorragia.
(Coletânea de Manuais de Tec Mil II - UD 1..................................................... 14/49)
A hemorragia ininterrupta causa choque, seguida de morte. Para estancar a
hemorragia, coloque o curativo sobre o ferimento e exerça com a palma e os dedos da
mão, abertos, uma forte pressão contínua e uniformemente distribuída. O curativo
colocado imediatamente impede que haja infecção.
FIGURA 3– Torniquete
b) B = Respiração
Após checar a via aérea (A), verifique se a vítima respira (B), ou seja, se o
tórax se eleva (quando o pulmão se enche de ar) e retorna a sua posição (quando o ar
sai dos pulmões). Você pode verificar o movimento do tórax ou do abdômen. Verifique
a qualidade e a frequência da respiração, ou seja, se está rápida ou lenta.
c) C = Circulação
Procure por sinais de hemorragia externa. Em caso de hemorragia adote os
procedimento já citados nesta Coletânea de Manuais.
d) D = Avaliação Neurológica
Esta avaliação é limitada, mas o militar deve observar se a vítima está
acordada (alerta); se ela consegue falar ou abre os olhos quando solicitado pelo militar
que presta o socorro; se faz gestos diante dos estímulos dolorosos. Caso não reaja a
nenhum estimulo destes, está vítima está inconsciente.
b. Químicas
- lave a queimadura lentamente com grande quantidade de água;
- cubra com gaze ou pano limpo;
- dependendo da parte atingida (olhos, face, órgãos genitais, boca, etc),
procure um médico.
FIGURA 6– Talas
As talas devem ser amarradas com ataduras ou tiras não muito apertadas, em,
no mínimo, quatro pontos.Abaixo da articulação distal, abaixo da fratura. Acima da
articulação proximal, acima da fratura.
`
Outro recurso no caso de fratura da perna é aquele que consiste em amarrar a
perna quebrada à outra, desde que sã, tendo o cuidado de acolchoar entre ambas com
lençol ou manta, dobrados.
2) Fraturas Abertas ou Expostas
a. Fixe firmemente o curativo no lugar utilizando-se de uma bandagem forte (tira de
roupa, cinto de guarnição, cinto de lona, etc);
b.Região lombar
Nem sempre é possível ter a certeza de que um homem tem a coluna vertebral
fraturada. Suspeite de alguma lesão na coluna, principalmente, se o homem levou forte
pancada nas costas. O importante é considerar que os fragmentos afiados do osso
quebrado podem cortar a medula espinhal, caso sejam movidos. Isso causa paralisia
permanente de certos segmentos do corpo. Se você suspeitar de que seu companheiro
fraturou a coluna, coloque um cobertor enrolado, mochila ou rolo de pano debaixo dele,
para apoiar a parte lesada, elevando os fragmentos fraturados. Se for necessário
transportar o homem, coloque-o sobre uma padiola, sem tirar o apoio colocado debaixo
de suas costas. Caso haja necessidade, ele pode ser carregado em um cobertor,
desde que seja em decúbito ventral (de bruços). Não se deve mover um fraturado da
coluna, mesmo para dar água ou medicamento por via oral.
FIGURA 8 – Transporte
5) Luxações e Entorses
Toda vez que os ossos de uma articulação ou junta saírem do seu lugar proceda
como no caso de fraturas fechadas.
a. Coloque o braço em uma tipoia quando houver luxação do ombro, do
cotovelo ou do punho.
b. Trate uma entorse como se houvesse fratura;
c. Imobilize a parte afetada;
d. Não aplique nada quente sobre a parte afetada durante 24 horas, no
mínimo, o calor aumentaria a dor e a inchação.
FIGURA 9 – Imobilização
2) Ouvidos
Se tiver alguma coisa em seu ouvido, não tente retirar com alfinete, arame ou
outro objeto semelhante. Um inseto no ouvido pode ser morto com algumas gotas de
óleo ou água. Várias coisas podem ser tiradas do ouvido, da mesma maneira.
3) Nariz
Se tiver algo no seu nariz, assue-o delicadamente, não aperte nem ponha o dedo.
4) Garganta
Se você puder alcançar com o dedo um corpo estranho na garganta, faça-o. Para
isso, mantenha a cabeça baixa e tenha cuidado para não empurrar o objeto para mais
longe, para baixo.
1.11Parada Respiratória
(Segundo o Manual de Primeiros Socorros para Leigos– Núcleo de Educação
Permanente SAMU 192 Porto Alegre, 2013).
Definição
Em algumas situações pode ocorrer apenas a parada da respiração da vítima. É
a parada súbita dos movimentos respiratórios, sendo, a seguir, acompanhada ou não
de parada cardíaca.
Uma pessoa cuja respiração parou, morrerá caso a mesma não seja
imediatamente restabelecida. Faça de imediato:
a) Afrouxe as roupas da vítima, principalmente em volta do pescoço, peito e
cintura.
b) Verifique se há qualquer coisa ou objeto obstruindo a boca ou garganta da
vítima.
c) Inicie a respiração de socorro tão logo tenha a vítima sido colocada na posição
correta. Cada segundo é precioso.
d) Ritmo:Conforme a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, órgão
representante da InternationalLife Saving no Brasil, quando há apenas a parada
respiratória, em caso de afogamento realizar 5 a 10 ventilações (respiração boca-boca)
e conduzir a vítima para área seca onde o socorrista deve realizar mais 5 a 10
ventilações até a vítima recuperar a respiração.
e) Procure um médico.
f) Mantenha a vítima aquecida.
g) Não espere ou procure ajuda. Aja logo. Não desanime.
h) Não dê líquidos enquanto a vítima estiver inconsciente.
i) Não deixe a vítima sentar-se ou levantar-se.
j) Nunca dê bebidas alcoólicas. Dê chá ou café quente para beber logo que voltar a
si.
k) Não remova a vítima, salvo se for absolutamente necessário, até que sua
respiração volte ao normal. Mesmo assim, remova-a em posição deitada.
Caso seja imperioso remover a vítima para outro local ou caso seja necessário
trocar de socorrista, estas operações devem ser feitas sem interromper o ritmo da
respiração de socorro.
l) Mesmo com a vítima recuperada:
- Procure um médico;
- Transporte-a a um hospital.
Definição
É a parada dos movimentos respiratórios e do coração, de forma súbita e
inesperada. O coração para de bater e a circulação é subitamente interrompida,
fazendo com que os órgãos vitais fiquem sem oxigenação.
1) Como Identificar uma Parada Cardiorrespiratória
a) A vítima está inconsciente (não responde a nenhum estímulo);
b) A vítima não respira (não apresenta nenhum movimento de tórax, nem do
abdômen).
ATENÇÃO: A vítima de Parada Cardiorrespiratória não respira e nem apresenta
qualquer tipo de movimento, está inconsciente. Caso apresente algum movimento
não é Parada Cardiorrespiratória.
FIGURA 16 – Padiolas
5) Transporte amparado
Segure o punho esquerdo (ou direito) com a mão esquerda (ou direita) e ponha
o braço dele em volta do seu pescoço. Método útil para homem ferido levemente, como
no caso de pé e tornozelo.
8) Arrasto de pescoço
Amarre as mãos da vítima em volta de seu pescoço. Deste modo, poderá
engatinhar, arrastando o homem inconsciente. Nunca tente arrastar assim um homem
que tenha o pescoço ou a coluna vertebral fraturados. Esse processo permite que tanto
(Coletânea de Manuais de Tec Mil II - UD 1..................................................... 42/49)
você como a vítima, permaneçam abaixados no chão e, consequentemente,
protegidos.
1.16Intoxicações e Envenenamentos
(Segundo o Manual de Primeiros Socorros para Leigos– Núcleo de Educação
Permanente SAMU 192 Porto Alegre, 2013).
Situação que podem ocorrer por meio de ingestão, injeção, inalação ou contato
com a pele. A gravidade dependerá da sensibilidade da vítima, toxidade do veneno,
tempo de exposição e quantidade. A intoxicação pode resultar em doença grave ou
morte em poucas horas se a vitima não for socorrida em tempo hábil.
1.17 Desmaio/Síncope
(Segundo o Manual de Primeiros Socorros para Leigos– Núcleo de Educação
Permanente SAMU 192 Porto Alegre, 2013).
É a perda transitória da consciência e da força muscular. Raramente se
constituem em ameaça direta à vida, porém é importante lembrar que a queda pode
resultar em lesões e até mesmo uma situação mais grave.
a) Sinais e Sintomas
- Tontura
- Sensação de mal-estar
- Pele fria, pálida e úmida
- Suor frio
- Perda de consciência (transitória)
b) Procedimentos
- No pré-desmaio: sentar a vítima em uma cadeira ou no chão, mantendo
suas pernas abertas. Forçar a cabeça da vítima para baixo, pressionando com as mãos
a cabeça e o pescoço, estimulando-a para que force a cabeça para cima, respirando
fundo.
- No desmaio: deitar a vítima, elevar os membros inferiores proporcionando
assim, maior irrigação cerebral. Afrouxar as roupas da vítima e manter o local arejado.
1.22 Convulsões
Contratura involuntária da musculatura, provocando movimentos desordenados e
em geral acompanhada de perda da consciência.
1. Procedimento Normal
a) Coloque a vítima em lugar confortável, retirando de perto objetos em que
se possa machucar.
b) Introduza um pedaço de pano ou um lenço entre os dentes para evitar
mordidas na língua.
c) Afrouxe as roupas.
d) Veja se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de
emergência que possa sugerir a causa da convulsão.
e) Terminada a convulsão, mantenha a vítima deitada. Deixe-a dormir, caso
queira.
f) Procure um médico ou transporte a vítima até ele.
g) Não segure a vítima (deixe-a debater-se) não dê tapas, não jogue água
sobre ela. Mantenha-se vigilante e afaste ou curiosos.
BRASIL. SAMU Porto Alegre – 2012. Manual Elaborado pela equipe NEP. Manual de
Primeiros Socorros para leigos.