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Romantismo no Brasil

– Prosa regional,
histórica e indianista
Literatura
Prof.ª Renata
Prosa romântica – Do folhetim ao romance
A realização do projeto literário do Romantismo de
divulgar os propósitos de uma identidade nacional pôde ser
organizada em quatro grupos principais:

● romances urbanos ou de costumes


● romances regionalistas
● romances indianistas
● romances históricos
Romance urbano
A Moreninha (1844), Joaquim Manuel de Macedo - A obra de Macedo se
destaca por apresentar costumes da Corte carioca – como as festas e
os saraus – e personagens típicas burguesas e idealizadas – como os jovens
estudantes e as moças solteiras que desejavam se casar.

Lucíola (1862), José de Alencar - o romance discute um tema polêmico: a


prostituição nas altas camadas sociais. A obra de Alencar, apesar de ainda
vinculada aos padrões românticos, já evidencia um olhar de crítica social que
marcará o período realista.

Memórias de um Sargento de Milícias (1854), Manuel Antônio de Almeida -


romance que difere dos demais da época por apresentar características
peculiares, como o tom irônico. No Rio de Janeiro imperial da recém-chegada
família real portuguesa, o leitor segue as peripécias de Leonardo Pataca. O
protagonista foge aos padrões do herói romântico, pois se trata de um
malandro que engana a todos, e a figura da mulher não é idealizada, uma vez
que a mãe do próprio protagonista abandona marido e filhos logo no início do
livro.
Romance regionalista
Os romances regionalistas descrevem características, peculiaridades e
costumes dos povos de diversas regiões do Brasil. Esse tipo de narrativa também
faz parte do projeto de valorização da cultura nacional por meio da apresentação
de costumes, comportamentos e geografia de determinadas localidades. Retrata
também o cotidiano da vida nas fazendas do interior do Brasil.

Nos livros regionalistas, o objetivo do Romantismo brasileiro de desvendar


o país e de divulgar suas paisagens e seus diferentes povos, exaltando-os como
representantes do nosso país, é alcançado ao mostrar uma realidade diferente dos
dramas urbanos da Corte. Aqui, os vaqueiros dos pampas e os sertanejos
nordestinos ganham espaço, apresentando-se os tipos e os costumes regionais.

Ao contrário dos romances urbanos, que evidenciam um olhar crítico


diante do funcionamento da sociedade – chegando até a antecipar
características da escola seguinte –, os romances regionalistas estão mais
vinculados aos preceitos românticos.
Romance regionalista
Destacam-se Inocência (1872), de Visconde de Taunay; O seminarista (1872)
e Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães; além de O gaúcho (1870), O tronco
do ipê (1871) e O sertanejo (1875), de José de Alencar.

O sertanejo (1875) - Essa obra de José de Alencar tem como foco temático o sertão
nordestino. O enredo gira em torno do romance entre o vaqueiro Arnaldo Loureiro e
Flor, filha do capitão-mor Gonçalo Pires Campelo. O autor trabalha com um herói
bastante idealizado, aproximando-o de uma personagem de romances
cavalheirescos medievais. Arnaldo é valente, forte, moralmente elevado, e a imagem
dele está intimamente associada à natureza sertaneja.

Inocência (1872) - Abordando os costumes e as paisagens da região Centro-Oeste,


a obra de Visconde de Taunay destaca-se. O enredo do romance apresenta uma
história de amor envolvendo Cirino, farmacêutico que se dizia médico, e Inocência,
uma bela moça do sertão de Mato Grosso. A moça é filha de Pereira, fazendeiro que,
na obra, representa a mentalidade do homem do sertão. O romance entre Cirino e
Inocência é frustrado, pois a jovem já é prometida em casamento a Manecão.
Romance indianista
Os romances indianistas fazem parte de um
projeto de criação e valorização da cultura nacional, a
qual coloca o indígena como símbolo de brasilidade,
expressando características como heroísmo, coragem
e pureza. Valoriza também a exuberância das matas
tropicais brasileiras, mostrando o poder da natureza
sobre o homem. Destacam-se os seguintes
romances de José de Alencar:

● O guarani (1857) - primeiro romance da trilogia


indianista de José de Alencar – herói europeizado
(Peri ) que vive em contato com os brancos (herói
inspirado nos cavaleiros medievais) e nutre um
amor por Ceci.
Romance indianista

● Iracema (1865) – amor impossível entre uma


indígena e um português (Martim). Relação entre a
natureza e a colonização.

○ Iracema – anagrama de América


○ Linguagem detalhada.

● Ubirajara (1874) – indígena brasileiro que ainda não


se corrompeu com a cultura europeia (Ubirajara) –
temática envolve Jandira e Araci. Idealização do
indígena.
José de Alencar
José Martiniano de Alencar (1829-1877)
foi político, jornalista, cronista, romancista,
dramaturgo e crítico brasileiro. Nascido em
Messejana, então município do Ceará e hoje um
bairro da cidade de Fortaleza, mudou-se quando
criança para o Rio de Janeiro, tendo vivido
também um curto período em São Paulo, onde
cursou a Faculdade de Direito. Considerado o
maior dos romancistas românticos, tanto por
seus romances indianistas como pelos
romances urbanos, Alencar é o patrono da
cadeira número 23 da Academia Brasileira de
Letras (ABL) por escolha, na época da fundação
da instituição, do próprio Machado de Assis.
Faleceu aos 48 anos, vítima de tuberculose.
Romance histórico
Acontecimentos e figuras da história nacional foram recriadas
em obras literárias, um dos principais meios encontrados pelos
românticos para a reinterpretação nacionalista, com o intuito da
valorização e idealização do passado.
Nessa vertente, destacam-se os seguintes romances de José
de Alencar: As minas de prata (dois volumes publicados em 1865 e
1866, respectivamente), que se passa na Bahia, e Guerra dos
Mascates (primeiro volume publicado em 1873 e o segundo em 1874),
sobre conflitos que ocorreram em Pernambuco.
Outras obras que se destacam são: o livro de crônicas O
matuto (1878) e o romance Lourenço (1878), ambos de Franklin
Távora, os contos de Lendas e romances (1871) e as novelas
de Histórias e tradições da província de Minas Gerais (1872), do
romancista Bernardo Guimarães.
Atividades da apostila
capítulos 7, 8 e 9

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