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Ebook Saude Ambiental 1 1680030870
Ebook Saude Ambiental 1 1680030870
SAÚDE AMBIENTAL
Brasília (DF)
2023
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
SAÚDE AMBIENTAL
Brasília (DF)
2023
2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
bvsms.saude.gov.br
Ficha Catalográfica
1. Agentes Comunitários de Saúde. 2. Saúde Ambiental. 3. Vetores e Roedores. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS
ACE - Agente de Combate às Endemias
20
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
E SEUS DESDOBRAMENTOS
60 RETROSPECTIVA
62 BIBLIOGRAFIA
NOÇÕES DE SAÚDE
AMBIENTAL, MEIO
AMBIENTE E
SANEAMENTO
8
Qual a
importância da
questão
ambiental para a
sociedade?
O tema meio ambiente tem uma relação direta com a forma como a
sociedade vive em um determinado território. Os elementos básicos de
suporte à vida (o ar, os alimentos, a água para uso e consumo
humano, o clima, os solos) e os aspectos sociais (de moradia, trabalho,
cultura, renda, educação e lazer) interferem na saúde ambiental da
população. Toda ação do ser humano está exposta a fatores
condicionantes e determinantes do meio ambiente em maior ou
menor intensidade. Isso pode causar efeitos adversos na saúde, a
depender das características individuais e sociais.
8
A qualidade de vida das pessoas está associada às condições
sanitárias e socioambientais, o que torna o conhecimento e a análise
do risco do território sanitário estratégicos para os profissionais de
saúde que atuam no campo das ações de promoção e prevenção de
agravos e de doenças. As intervenções de saúde ambiental só devem
ser executadas baseadas no diagnóstico situacional do território.
9
Ter saneamento básico é um fator essencial para um país ser
considerado desenvolvido. O impacto da existência destes serviços
para a sociedade refletirá na melhoria da qualidade de vida das
pessoas, na redução da mortalidade infantil a partir das condições
básicas de saneamento, assim como na diminuição dos casos de
adoecimento no público infantil.
10
Conhecer as características do território e construir uma articulação
popular é fundamental para o sucesso das ações e intervenções
intersetoriais voltadas para a promoção da saúde, prevenção e
controle de doenças e agravos, através da educação em saúde e
educação popular.
Características Características
individuais sociais
1. Dispersão geográfica;
1. Baixa Renda; 2. Localização em área de difícil
2. Nível educacional; acesso, seja por via terrestre ou
3. Local de trabalho; fluvial;
4. Hábitos. 3. Poluição atmosférica;
4. Coleta e disposição sanitária
de resíduos líquidos, sólidos e
gasosos;
5. Abastecimento de água
potável;
6. Esgotamento sanitário;
7. Controle de vetores e
drenagem urbana (águas
pluviais).
11
Executar ações baseadas na
identificação das características
individuais e sociais impactam
diretamente nos resultados esperados
da educação popular e da educação
em saúde.
12
Através da pesquisa Síntese de indicadores sociais (2022), o IBGE
evidencia a existência de desigualdades estruturais, aponta que os
trabalhadores e trabalhadoras, majoritariamente, se mantêm na
informalidade, pontua que o padrão de vida e a pobreza são questões
presentes na sociedade brasileira. O documento também sinaliza que
há importantes desigualdades de acesso à saúde, devido à diferenças
de infraestrutura, recursos humanos e materiais disponíveis e fatores
relacionadas à morbidade e à mortalidade.
13
Figura 1: Abordagens que auxiliam na minimização dos efeitos das desigualdades sociais
GOVERNANÇA
Reforçar uma governança ENERGIA Fechar
eficaz, inclusiva e a lacuna
responsável energética
RESILIÊNCIA IGUALDADE
Reforçar as capacidades nacionais Reforçar a igualdade entre homens e
de prevenção e recuperação de mulheres e a capacitação das
crises mulheres e das meninas
14
ASPECTOS SOBRE
POLUIÇÃO, TIPOS E
MEDIDAS DE
CONTROLE
A poluição ambiental
representa uma
ameaça direta à saúde
humana, provocando
danos diversos aos
demais seres vivos e
ao meio ambiente.
16
Figura 2: Incêndio na região da Serra do Amolar, Pantanal
17
Na figura 3 temos a imagem da cidade de Corumbá, no Mato Grosso
do Sul, Pantanal, tomada pela fumaça dos incêndios em 2020.
Figura 3: Cidade de Corumbá (MS), no Pantanal, tomada pela fumaça dos incêndios em 2020
18
O fragmento acima faz parte da Declaração final da Conferência das
Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972, em
Estocolmo, na Suécia. O evento foi um marco histórico na abordagem
do desenvolvimento sustentável. A Declaração tornou-se um
manifesto ambiental que até hoje inspira e guia a defesa do meio
ambiente.
1. Poluição atmosférica;
5. Poluição química;
2. Poluição da água doce;
6. Poluição por resíduos.
3. Poluição marinha e costeira;
4. Poluição do solo.
19
POLÍTICA NACIONAL
DE RESÍDUOS
SÓLIDOS E SEUS
DESDOBRAMENTOS
A gestão e gerenciamento de resíduos sólidos constitui uma temática
de ampla complexidade que envolve ações e articulações
intersetoriais, entre setor público e privado. Por isso, é importante a
combinação de práticas individuais e coletivas que colaborem para o
planejamento da destinação destes resíduos em território nacional.
Você sabia?
Cada brasileiro gera, em média, 1 kg de
resíduos sólidos urbanos por dia, segundo
dados do Panorama de resíduos sólidos,
desenvolvido pela Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe).
21
A implementação de políticas que promovam a eliminação dos lixões
deve caminhar alinhada ao Plano Nacional de Saneamento Básico
(PLANSAB), com vistas à melhoria da qualidade do meio ambiente e,
consequentemente, das condições de saúde e de vida nas cidades.
23
22
O que são
resíduos
sólidos?
23
Na gestão de resíduos sólidos, veja o exemplo da Bahia, onde a
Defensoria Pública, por meio do Núcleo de Gestão Ambiental,
desenvolve o Programa Mãos que Reciclam. O objetivo é garantir aos
catadores, e catadoras, de lixo condições dignas e salubres de
trabalho, de modo que essas pessoas possam ser reconhecidas em
seus territórios como agentes ambientais. A ação foi selecionada pelo
Prêmio Innovare no ano de 2022.
Vamos praticar?
Você consegue
reconhecer em seu
território que tipos de
Para saber mais, resíduos impactam na
clique aqui ou condição e na
escaneie o QR Code.
qualidade de vida das
pessoas?
24
Figura 4: Risco ocupacional para catadores de lixo reciclável. Fonte:
http://www.marcelopustiglione.com/blog-sade-ocupacional/2017/2/19/risco-ocupacional-para-catadores-de-lixo-reciclavel
25
Figura 5: Níveis de hierarquia da gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos.
26
É possível verificar, de maneira prática, como o setor público obriga os
estabelecimentos geradores de resíduos a apresentar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), abrangendo ações de
não geração e de redução, reaproveitamento e reciclagem e redução
da produção de rejeitos.
Geração de resíduos
Após compreendermos as medidas de não geração ou redução, é
importante conhecer quais resíduos são gerados, a quantidade e os
locais que ficam represados. Principalmente porque os serviços de
limpeza urbana não conseguem coletar e destinar adequadamente
todo o resíduo produzido.
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Como exemplo, podemos citar o descarte realizado indevidamente
nos rios, ou próximo ao mar, que causa prejuízo à biodiversidade, ao
turismo, à pesca e à navegação.
Composição
Até agora você conheceu as medidas que contribuem para a não
geração, a redução e as ações sanitárias que podem ser inseridas em
sua prática para melhorar o destino final dos resíduos sólidos.
28
Coleta
No Brasil, a coleta é classificada em dois tipos:
29
Destinação final de resíduos sólidos
O PLANARES definiu que a destinação final ambientalmente adequada
envolve a reutilização, a reciclagem, a compostagem, o
aproveitamento energético e a recuperação, além de outros meios
operacionais que não promovam dano à saúde pública e nem
causem impacto ambiental.
30
Embora haja um arcabouço legal que dê sustentabilidade ao
desenvolvimento de políticas públicas, a gestão de resíduos
sólidos não é tarefa fácil.
31
Figura 6: Resíduos de construção civil.
32
Vamos pensar
um pouco…
34
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)
35
Os resíduos do grupo C contêm radioatividade acima do
padrão e não podem ser reaproveitados, como os resíduos de
exames da medicina nuclear.
Os resíduos do grupo D são aqueles que não foram
contaminados, não causam risco de acidentes e podem ser
recicláveis, como o gesso.
Os resíduos do grupo E são os perfurocortantes, como as
agulhas e ampolas de vidro.
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RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE (RST)
37
No país existem mais de 8 mil minas cadastradas e os dados
levantados apontam que os resíduos minerais, em sua maioria,
são tratados no próprio setor de mineração. Esses rejeitos são
depositados em barragens.
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O setor público e o setor privado, bem como a coletividade de
modo geral, são responsáveis por assegurar a efetividade das
ações com ênfase nos objetivos, metas e diretrizes do PLANARES.
Promover estratégias sustentáveis que visem compatibilidade
entre os interesses econômicos e os de gestão ambiental são
ferramentas potentes para minimizar o descarte inadequado.
39
Todos ouviam atentamente suas orientações, até que Maria
pediu a fala para pontuar uma conversa que tinha acontecido
na reunião do grupo de mulheres, que acontece na segunda
terça-feira de cada mês.
41
40
CONTROLE DE
VETORES E
ROEDORES
A presença de vetores e
roedores é um tema
presente na história das
coletividades humanas.
42
Em décadas recentes, epidemias das arboviroses de Dengue,
Chikungunya e Zika vírus foram responsáveis por grande
impacto na morbidade (doenças) e na mortalidade (mortes), e
consequente sobrecarga nos serviços de saúde. Atualmente,
reconhece-se a existência de cerca de 3.600 espécies de
mosquitos. Dentre esses, destaca-se aqueles que têm o hábito
hematófago, ou seja, que se alimentam de sangue e se tornam
importantes vetores de doenças (dengue, febre amarela,
malária, filarioses, encefalites, entre outras arboviroses).
44
43
Clique nos links:
CONTROLE MECÂNICO
44
Na prática, os Agentes
de Combate às
Endemias de todo o
Brasil orientam,
diariamente, a
população sobre:
45
Trabalho educativo que o Agente pode desenvolver!
CONTROLE BIOLÓGICO
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Predadores: são insetos ou outros animais que eliminam as
pragas.
Parasitos: são organismos como nematoides e fungos que
vivem às expensas do corpo de outro inseto (hospedeiro),
alimentando-se de seus tecidos, ocasionando a morte, ao
mesmo tempo em que completam seu desenvolvimento
biológico.
Patógenos: são microrganismos, entre alguns, vírus, bactérias,
protozoários ou fungos que agem provocando enfermidades e
epizootias entre as pragas e vetores.
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Figura 11: A cidade pernambucana que controlou o Aedes aegypti com
peixinhos.
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CONTROLE LEGAL
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Figura 12: Depósitos descartados na área acumulam água da chuva e são potenciais
focos do Aedes aegypti.
CONTROLE QUÍMICO
50
Se liga nas principais ações de
controle químico de vetores!
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• A borrifação é realizada nas paredes internas e externas do
domicílio, incluindo o teto, quando a altura deste for de até 3
metros e nos abrigos de animais ou anexos, quando os
mesmos forem feitos com superfícies de proteção (parede)
e possuam cobertura superior (teto).
52
Controle Químico do vetor das arboviroses (dengue,
chikungunya e febre causada por Zika vírus)
53
Devido ao reduzido tamanho das partículas, este método de
aplicação atinge a superfície do corpo do mosquito mais
extensamente do que através de qualquer outro tipo de
pulverização.
CONTROLE INTEGRADO
AÇÕES EDUCATIVAS
Agora, vamos
conhecer um relato de
cenário real da
malária no Brasil.
54
A partir da leitura de uma matéria da Revista Piauí,
denominada “Malária na Mira” é possível identificar ações
importantes de controle vetorial, com destaque para:
55
Baseado no cenário de um território brasileiro, quais ações o
Agente de Combate às Endemias (ACE) poderia desenvolver?
56
A proliferação mantém-se porque os roedores encontram
facilmente alimento, água e abrigo, proporcionando,
consequentemente, a transmissão de diversas doenças ao
homem e aos animais domésticos ou de criação.
57
Qual a
participação do
(a) ACE nas ações
de controle de
roedores?
1. Promover ações de educação em saúde que possibilite a
autotransformação das pessoas, voltadas para a conquista,
o compromisso e a manutenção do direito ao ambiente
ecologicamente equilibrado;
2. Levantamento do índice de infestação predial - busca ativa:
realizar inspeção de áreas residenciais e comerciais em
busca de vestígios da presença de roedores. Para calcular o
índice de infestação de uma localidade, utiliza-se o método
de amostragem aleatória. Uma dica para conhecer o
número de imóveis que necessita de inspeção está
apresentada na figura 13.
58
Um município possui 5.500 imóveis, destes 450 imóveis precisarão
passar por inspeção para análise da infestação de roedores. A
literatura não tem evidências consideráveis sobre os indicadores
aceitáveis de infestação de roedores. Um registro de Cuba, no entanto,
detectou um índice de infestação inicial de 77,3% e após sete meses de
trabalho intenso esse índice caiu para 13,5%.
Se liga no contexto da
realidade do município de
São Paulo!
Clique aqui ou escaneie o
QR Code.
59
RETROSPECTIVA
Você viu que esta disciplina buscou proporcionar maior conhecimento
sobre a conexão do meio ambiente e saneamento com a saúde
ambiental, assim como o impacto social, econômico e de adoecimento
da população.
Até lá!
61
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde.
Subsídios para construção da política nacional de saúde
ambiental. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. (Série B.
Textos Básicos de Saúde).
63
DIAS, G. M. Cidade sustentável: fundamentos legais, política
urbana, meio ambiente, saneamento básico. Natal: [s.n], 2009.
SOUZA, W. A. Tratamento de água. Natal: CEFET /RN, 2007. p. 149.
Material Complementar
64
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Resíduos
Sólidos - Planares [recurso eletrônico] . Brasília, DF; MMA, 2022b,
209 p. : il.
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LEITURA OBRIGATÓRIA
66
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br
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