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Resumo das Atividades

Laboratoriais
Física 11.º ano

AL 1.1 - Queda Livre: Força Gravítica e Aceleração Gravítica


Objetivo geral:
• Determinar a aceleração da gravidade num movimento de queda livre e verificar se depende da
massa dos corpos.

Procedimento (exemplo com duas células fotoelétricas):


1. Medir o diâmetro (L) das esferas usando a craveira e registar os valores e a incerteza de leitura
(±0,05 mm).
2. Ligando ambas as células ao cronómetro e selecionando o modo correto no cronómetro digital,
abandonar uma das esferas imediatamente acima da célula mais longe do solo, registando o valor
medido pelo cronómetro, tendo em atenção a incerteza absoluta de leitura (tempo de voo).
3. Repetir a etapa anterior 3 vezes com cada uma das esferas.
4. Ligando apenas a última célula ao cronómetro, abandonar a esfera exatamente da mesma posição
de que foi abandonada no passo 2., registando o valor medido pelo cronómetro, tendo em atenção
a incerteza absoluta de leitura (tempo de passagem).
5. Repetir a etapa anterior 3 vezes com cada uma das esferas.
6. Fazer uma tabela com os valores obtidos e calcular o módulo da aceleração gravítica.

1. Que significa dizer que um corpo está em queda livre? Quais as condições que se devem verificar para
que a bola se possa considerar um grave?
Significa que o corpo está sujeito apenas à força gravítica. Na queda livre despreza-se a resistência
do ar, por isso, nesse tipo de movimento, o tempo de queda dos objetos não depende da sua massa
ou tamanho.

2. Considere uma bola em queda livre a partir de uma determinada altura. Represente os vetores força
resultante, aceleração e velocidade em dois instantes diferentes do seu movimento de queda.

3. Qual o tipo de movimento adquirido pela bola durante a queda livre? Escreva as equações da posição
e da velocidade do seu movimento considerando que foi abandonada da altura ℎ.
O movimento adquirido pela bola durante a queda livre é movimento retilíneo uniformemente
acelerado.
y = y0 + v0t + ½ a t2  y = h – 5 t2 (SI)
v = v0 + a t  v = - 10 t (SI)

4. Nesta atividade laboratorial pretende-se calcular a aceleração de modo indireto. Que significa esta
afirmação?
Significa que é necessário fazer cálculos para chegar ao valor da aceleração.

5. Nesta atividade calcula-se a velocidade da bola em dois pontos diferentes para se calcular uma
aceleração média. Em que condições pode dizer-se que durante a queda a aceleração é igual à
aceleração média?
Apenas podemos dizer que a aceleração é igual à aceleração média se a aceleração for constante ao
longo do movimento ou seja não pode estar a haver outras forças atuar como a resistência do ar.
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6. Recorrendo a uma célula fotoelétrica como se pode calcular a velocidade da bola num instante?
Ao recorrer à célula fotoelétrica é possível retirar o tempo de passagem na célula.
Sabendo a largura (L) da esfera podemos determina a velocidade através da expressão:
𝐿
𝑣=
∆𝑡𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚

7. Qual a expressão utilizada para calcular a aceleração gravítica com recurso à velocidade em dois
pontos da queda?
𝐿 𝐿
𝑣𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑣𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ∆𝑡𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚(𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙) − ∆𝑡𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚(𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
𝑎= ⟺
∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 ∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎

8. Qual a expressão utilizada para calcular a aceleração gravítica com recurso à altura de queda e apenas
a uma célula fotoelétrica?

Recorrendo à equação do movimento: y = y0 + v0t + ½ a t2


Considerando a célula está no h = 0 m e que saí da altura h com velocidade inicial zero.
1 2ℎ
0 = ℎ – ½ 𝑎 ∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 2 ⟺ ℎ = 𝑎 ∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 2 ⟺ 𝑎 =
2 ∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 2
9. Se forem utilizadas bolas de massas diferentes que alterações esperam no valor da aceleração
gravítica obtido?
Pela segunda lei de newton a aceleração, Fr = m x a, a aceleração não depende da massa:
𝐹𝑔 𝑚 × 𝑔
𝑎= = =𝑔
𝑚 𝑚
Exercícios:
10. Admita que os alunos obtiveram os seguintes resultados para uma determinada esfera:

Tempo de passagem da esfera na Intervalo de tempo de queda


Diâmetro da esfera
Ensaio célula B, na posição 1 entre as duas células
desfera / cm
𝛥𝑡𝐵 /𝑠 𝛥𝑡𝐴→𝐵 /𝑠
1.° 0,3750
2.° 2,40 cm ± 0,05 cm 0,0066 0,3749
3.° 0,3754

10.1. Escreva o tempo de queda entre as duas células, indicando a incerteza de leitura associada a
essa medida.

10.2. Avalie a precisão do conjunto de valores medidos de 𝛥𝑡𝐴→𝐵 /𝑠.

10.3. Determine o módulo da aceleração da queda da esfera supondo que foi largada da posição
imediatamente acima da célula A.

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10.4. Avalie a exatidão do resultado experimental, usando como valor de referência 9,8 m s–2.
|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|
𝐸𝑟 = × 100
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜

10.5. Para além de determinarem o valor da aceleração da gravidade, os alunos pretendiam


também investigar se esse valor dependia da massa. Que alteração(ões) deveria(m) fazer ao
procedimento anterior?

Exercícios:
11. Determinou-se experimentalmente o módulo da aceleração gravítica usando
a montagem da figura. Deixou-se cair uma esfera junto da célula fotoelétrica
1. Mediu-se o tempo que decorreu no movimento da esfera entre a célula 1 e
a célula 2. Um cronómetro digital registou o tempo de passagem da esfera na
célula fotoelétrica 2. Mediu-se o diâmetro da esfera com uma craveira digital,
obtendo-se 20,08 mm.
A tabela seguinte apresenta alguns dos dados recolhidos.
Δtqueda entre as células / ms 230,1 235,9 228,9
Obteve-se o valor experimental de 10,3 m s−2 para o módulo da
aceleração gravítica.
11.1. Apresente a incerteza relativa percentual da medida do tempo de queda
da esfera entre as células. Apresente todas as etapas de resolução.
Elementos de resposta:
• Valor médio: ∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 = 231,6 ms.
• Maior desvio, em módulo: 4,3 ms. R: (|235,9 – 231,6| = 4,3 ms)
|𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑜𝑢 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎|
• Incerteza relativa percentual: 1,9 %. 𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎: 𝐼𝑟 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜
× 100

11.2. Calcule o tempo de passagem da esfera pela célula 2, com dois algarismos significativos,
e preveja o efeito sobre esse tempo se a esfera já tivesse velocidade ao passar pela célula 1.
• Módulo da velocidade ao passar na célula 2: 2,39 m s-1.
𝑣𝑓 − 𝑣𝑖 𝑣2 − 0
𝑎𝑚 = ⇔ 10,3 = ⇔ 𝑣2 = 2,39 m s −1
∆𝑡𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 231,6 × 10−3

• Tempo de passagem da esfera pela célula 2: 8,4 ms.


𝐿 𝐿 20,08 × 10−3
𝑣2 = ⇔ ∆𝑡𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 = = = 0,0084 𝑠
∆𝑡𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑣2 2,39
• Se a esfera já tiver velocidade ao passar pela célula 1, passará com maior velocidade na célula
2, por isso o tempo de passagem pela célula 2 será menor.

11.3. A partir do gráfico do módulo da velocidade em função do tempo para o movimento da esfera
entre as células, determine a distância entre elas.
Gráfico:

Distância entre as células = área do gráfico;


𝑏×ℎ 0,2316×2,39
𝑑= 2 = 2
= 0,277 m.

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AL 1.2. Forças nos movimentos retilíneos acelerado e uniforme


Objetivo geral:
• Identificar forças que atuam sobre um corpo, que se move em linha reta num plano horizontal, e
investigar o seu movimento quando sujeito a uma resultante de forças não nula e nula.

Procedimento:

1. Ligar o fio ao carrinho e ao corpo, passando-o pela roldana.


2. Colocar o carrinho no plano inclinado e suspender o corpo, sem o largar.
3. montar o sensor de movimento e o sistema de aquisição
automática de dados e verificar que estão a funcionar
corretamente.
4. Abandonar o corpo suspenso.
5. Analisar o gráfico velocidade-tempo obtido, identificando o
instante em que o corpo colidiu com o solo.
6. Traçar as retas de melhor ajuste, usando a calculadora
gráfica, para as duas zonas distintas do gráfico, sendo que
os declives obtidos correspondem aos módulos das duas
acelerações que o carrinho teve, respetivamente, antes e
após o corpo suspenso colidir com o solo.

1. Considerando o efeito das forças resistivas desprezável, classifica o movimento que o carrinho no
intervalo de tempo antes do cubo B bater no chão e no intervalo de tempo depois. Representa as forças
aplicadas no carrinho em ambos os intervalos de tempo. Qual é o valor da força resultante nos dois
intervalos?
Antes do cubo B bater no chão o movimento é retilíneo uniformemente acelerado. Depois do cubo B
bater no chão o movimento é retilíneo uniforme.

Representação das forças antes e depois do cubo B bater no chão.


Antes do cubo B bater no chão:
A força resultante que atua no carrinho é a Tensão do fio. FrA = T  mA x a = TA
A força resultante que atua no bloco é o Peso do bloco menos a Tensão do fio.
FrB = PB - TB  mB x a = PB – TB
Depois do cubo B bater no chão:
A força resultante que atua no carrinho nula. FrA = 0
A força resultante que atua no bloco é nula. FrB = 0

2. Explica a função do fio e do cubo para provocar o movimento no carrinho. Para estudarmos o
movimento do carrinho após o cubo tocar no solo que cuidados devemos ter com o fio usado?
A função do fio é de aplicar a força para colocar o carrinho em movimento. Devemos ter o cuidado de
o fio não ser rígido para não aplicar nenhuma força contrária quando o cubo B atingir o solo. O fio não
deve ficar dobrado calha podendo alterar a movimento do carrinho.

3. Após o cubo atingir o solo, segundo Aristóteles, que deveria acontecer ao carrinho? O que Galileu
previu e estudou experimentalmente sobre esta situação? Que afirmou Newton?
Segundo Aristóteles que achava que os corpos só se deslocavam enquanto estivessem sujeitos a
alguma força o carrinho deveria parar logo que o cubo B chegasse ao solo.
Galileu previu que os corpos sujeitos a um sistema de forças de resultante nula continuariam a
mover-se sem acelerar nem travar.
Newton conclui que um corpo em movimento, sujeito a um sistema de forças de resultante nula,
continua eternamente em movimento retilíneo uniforme.
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4. Como esperas que seja o gráfico v(t) para esta situação, sendo as forças resistivas desprezáveis?

5. Se o atrito entre a calha e o carrinho não for desprezável que alterações esperas no gráfico v(t)
representado na pergunta anterior?
Espera-se que, depois do cubo B ter embatido no solo, a velocidade não se mantenha constante indo
diminuir aos poucos.

6. Como se calcula a aceleração teórica do movimento do conjunto destes corpos.


Equação 1: FrA = T
 mA x a = TA
Equação 2: FrB = PB - TB
 mB x a = PB – TB

Como as duas tensões têm o mesmo módulo: TA = TB = T = mA x a (Equação 1)


Equação 2:
mB x a = PB – (mA x a)
 mB x a + mA x a = mB x g
 a (mA + mB) = mB x g
𝑚𝐵 × 𝑔
 𝑎𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 =
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵
7. Como se calcula a aceleração experimental do movimento do conjunto destes corpos.
Através do gráfico retirámos os dados da velocidade inicial, velocidade final e o intervalo de tempo entre
essas velocidades.
𝑣𝑓 − 𝑣𝑖
𝑎𝑒𝑥𝑝 =
𝑡𝑓 − 𝑡𝑖
Exercício:
8. O gráfico da figura traduz o módulo da velocidade de um carrinho (1,000 kg) que se deslocou sobre uma
calha muito polida na horizontal. Até um certo instante, o carrinho foi puxado por um fio muito comprido, preso
a um bloco em queda (massa 50,00 g). O bloco atinge o solo antes do carrinho chegar ao fim da calha.

8.1. Represente num esquema as forças que atuam no carrinho enquanto o fio que ligava o carrinho ao bloco
esteve sob tensão.

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8.2. Qual das seguintes opções completa corretamente a frase seguinte:
“Enquanto o fio que ligava o carrinho ao bloco esteve sob tensão, a resultante das forças aplicadas
no carrinho foi…
(A) … essa tensão que constituiu com o peso do bloco um par ação-reação.”
(B) … o peso do bloco que constituiu com a tensão no fio um par ação-reação.”
(C) … nula, porque a reação normal e o peso do carrinho tinham a mesma direção e intensidade
mas sentidos opostos.”
(D) … a tensão aplicada no fio, porque o peso do carrinho foi equilibrado pela reação normal
que a calha exercia sobre ele.”

Resposta: D

8.3. Determine o módulo da tensão do fio que ligava o carrinho ao bloco, enquanto este desceu.

8.4. Indique, justificando, em que instante o carrinho deixou de ser puxado pelo bloco.

8.5. Por que razão os alunos usaram um fio bastante comprido para ligar o carrinho ao bloco?

8.6. Com base nos resultados experimentais obtidos, como é que os alunos classificaram o movimento do
carrinho, antes e depois de o bloco tocar no solo?

8.7. O gráfico permite concluir que o efeito das forças resistivas exercidas sobre o carrinho foi desprezável.
Justifique, com base nos resultados experimentais obtidos, em que momento o fio deixou de estar sob
tensão.
Quando o fio deixa de estar sob tensão, as forças que atuaram no carrinho tiveram resultante nula
e a velocidade ficou constante. Assim podemos concluir que o fio deixou de estar sob tensão a
partir aos 1,75 s.

Exercício:
9. A figura seguinte representa uma montagem utilizada numa
atividade laboratorial. Nessa atividade um carrinho, C, de
massa 201,0 g, move-se sobre uma calha horizontal, ligado
por um fio a um corpo, P, que cai na vertical.
A figura seguinte representa o gráfico do módulo da
velocidade, 𝑣, do carrinho em função do tempo, 𝑡, obtido na
atividade laboratorial com um sistema de aquisição de dados.

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9.1. Determine a intensidade da resultante das forças que atuaram no carrinho, enquanto o fio esteve sob tensão.
Apresente todas as etapas de resolução.
0,30 − 0
𝑎= = 0,30 m s −2
1,0 − 0
𝐹𝑟 = 0,201 × 0,30 = 0,060 N

9.2. Explique porque é possível concluir, a partir dos resultados experimentais, que a resultante das forças de
atrito que atuaram no carrinho foi desprezável.
É possível verificar que, a partir do instante 1,3 s, em que o corpo P colide com o solo, a velocidade se
mantém constante. Isso significa que, a partir desse instante, a resultante das forças de atrito é
desprezável. Caso não fosse desprezável, a partir desse instante a velocidade diminuiria pois a resultante
das forças e a aceleração teriam o sentido oposto ao do movimento.

9.3. Determine a altura a que se encontra, inicialmente, o corpo P.


0,40×1,3
|∆𝑟| = Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 ⟹ |∆𝑟| = ⟺ |∆𝑟| = 0,26 m
2

Exercício:
10. Observe a figura seguinte: um bloco, pousado
numa calha, está ligado por um fio, que passa
numa roldana, a um corpo suspenso,
o qual põe o conjunto em movimento.
Inicialmente segurou-se o bloco. Após
ser largado, entrou em movimento, e o
corpo suspenso acabou por colidir com
o chão. O bloco continuou em
movimento, acabando por parar.
Um sensor de movimento registou o
gráfico seguinte para o movimento do
bloco.
A distância inicial do bloco ao sensor
era 34 cm.

10.1. Considere os movimentos do


bloco e do corpo suspenso antes
deste último colidir com o chão.
10.1.1. A partir dos dados experimentais, escreva a lei de movimento, 𝑥(𝑡), para o bloco, considerando um
eixo O𝑥 dirigido do sensor para o bloco e origem no sensor. Apresente todas as etapas de resolução.
Calcular a componente escalar da aceleração através do declive do gráfico: 1,87 m s−2 .
Equação das posições: 𝑥(𝑡) = 0,34 + 0,94𝑡 2 (SI).

10.1.2. Identifique as forças exercidas no corpo suspenso e compare, justificando, as suas intensidades.
Forças: força gravítica exercida pela Terra (peso) e força exercida pelo fio.
O movimento é uniformemente acelerado, com aceleração de módulo igual à do bloco.
A resultante das forças aponta no sentido da velocidade (de cima para baixo). Conclui-se que a intensidade
do peso é maior do que a intensidade da força exercida pelo fio.

10.2. Considere o movimento do bloco entre o instante da colisão do corpo suspenso com o chão e o instante em
que o bloco para.
10.2.1. Aproximadamente, que distância percorre o bloco nesse intervalo de tempo?

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10.2.2. Mostre que a intensidade da força de atrito exercida no bloco é inferior a 30% da intensidade do seu
peso. Apresente todas as etapas de resolução.

Componente escalar da aceleração: −2,67 m s−2 .


Intensidade da força de atrito: 2,67 × 𝑚.
𝐹a
= 0,26; 𝐹a = 26%𝑃 < 30%𝑃.
𝑃

AL 1.3. Movimento Uniformemente Retardado: Velocidade e Deslocamento


Objetivo geral:
• Relacionar a velocidade e o deslocamento num movimento uniformemente retardado e determinar
a aceleração e a resultante das forças de atrito.

Procedimento:
1. Montar a célula fotoelétrica no ponto onde acaba a rampa e começa o plano horizontal, de forma a
que o feixe seja perpendicular à tira opaca.
2. Escolher uma posição na rampa.
3. Abandonar o carrinho da posição escolhida três vezes, para cada uma medimos e registamos a sua
velocidade de passagem pela célula fotoelétrica e o deslocamento realizado ao longo da travagem,
no plano horizontal.
4. Repetir os passos 2. e 3. para pelo menos 5 posições.
5. Usar os valores registados para traçar a reta de melhor ajuste aos pontos de abcissa Δx e ordenada
v02.
6. A partir do declive da reta de melhor ajuste, calcular o módulo da aceleração.
7. Medir a massa do carrinho com a tira opaca.
8. Calcular a intensidade da resultante das forças de atrito.

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1. Faz um esquema das forças aplicadas no carrinho durante o movimento. Qual a força resultante
aplicada no carrinho durante o movimento? Classifica o movimento do carrinho.

(Atenção: o carrinho move-se para a esquerda)


A força resultante aplicada no carrinho durante o movimento é a força de atrito.
O movimento do carrinho é movimento retilíneo uniformemente retardado.

2. Demonstra a equação: 𝑣2 = 𝑣02 + 2𝑎∆𝑥 que relaciona o quadrado das velocidades com o deslocamento
a partir das equações do movimento.
1
Partindo das equações do movimento 𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2 e 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 , se
resolvermos a equação das velocidades em ordem a t e substituirmos na
equação das posições, obtém-se:
𝑣 − 𝑣0
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 ⟺ 𝑡 =
𝑎
𝑣 − 𝑣0 1 𝑣 − 𝑣0 2
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 ( )+ 𝑎( ) ⇔
𝑎 2 𝑎
(× 2) 𝑣0 (𝑣 − 𝑣0 ) 1 (𝑣 − 𝑣0 )2
⇔ 𝑥 − 𝑥0 = + 𝑎 ⇔
(× 2) 𝑎 2 𝑎2
2𝑣0 (𝑣 − 𝑣0 ) 1 (𝑣 − 𝑣0 )2
⇔ 𝑥 − 𝑥0 = + ⇔
2𝑎 2 𝑎
2𝑣0 𝑣 − 2𝑣02 𝑣 2 − 2𝑣0 𝑣 + 𝑣02
⇔ Δ𝑥 = + ⇔
2𝑎 2𝑎
⇔ 2𝑎𝛥𝑥 = 𝑣 2 − 𝑣02 ⇔
⇔ 𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎𝛥𝑥
Ou de outra forma:
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 ⇔ 𝑣 2 = (𝑣0 + 𝑎𝑡)2
⇔ 𝑣 2 = 𝑣0 2 + 2 𝑣0 𝑎𝑡 + 𝑎2 𝑡 2
1
Colocando o 2a em evidência: ⇔ 𝑣 2 = 𝑣0 2 + 2𝑎(𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2 )
2
Usando a equação do movimento e substituindo o ∆𝑥:
1 1
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2 ⇔ ∆𝑥 = 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2
2 2
Fica: 𝑣 2 = 𝑣0 2 + 2 𝑎 ∆𝑥
3. Demonstra a equação: 𝑣2 = 𝑣02 + 2𝑎∆𝑥 que relaciona o quadrado das velocidades com o deslocamento
a partir de considerações energéticas.
𝑊𝐹𝑟 = ∆𝐸𝑐
1
⇔ 𝐹𝑟 × ∆𝑥 × 𝑐𝑜𝑠 0° = 𝑚(𝑣 2 − 𝑣02 )
2
1
⇔ 𝑚 𝑎 × ∆𝑥 × 𝑐𝑜𝑠 0° = 𝑚(𝑣 2 − 𝑣02 )
2
⇔ 2 𝑎 ∆𝑥 = 𝑣 2 − 𝑣02
⟺ 𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎𝛥𝑥

4. Personaliza a equação anterior para a situação experimental a estudar, em que o carrinho vai terminar
com velocidade nula.
𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎𝛥𝑥
Como velocidade final será zero
⟺ 02 = 𝑣02 + 2𝑎𝛥𝑥
2 2 2
⟺ 0 = 𝑣0 + 2𝑎𝛥𝑥 ⟺ 𝑣0 = − 2𝑎𝛥𝑥
Como neste movimento a aceleração é negativa (sentido contrário) ao movimento a expressão fica:
𝑣02 = − 2(−𝑎)𝛥𝑥 ⟺ 𝑣02 = 2 𝑎 𝛥𝑥

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5. Teoricamente que esperas obter com o gráfico 𝑣2(∆𝑥)? Qual o significado do declive da reta obtida?
Teoricamente espera-se obter um gráfico diretamente proporcional em que o significado do declive da
reta é 2 vezes a aceleração (declive = 2 a).

6. Como poderás calcular a intensidade da força resultante?


Calcula-se a força resultante através da segunda lei de newton Fr = m x a. A aceleração é calculada
pelo declive/2.

Exercícios:
7. Suponha que dois grupos de alunos (grupos A e B) pretendem verificar a relação entre o quadrado da
velocidade com que um bloco é lançado na horizontal em cima de uma superfície rugosa e o
deslocamento do corpo, até parar pouco depois.
7.1. Partindo das equações do movimento x(t) e v(t), deduza uma expressão que relacione o quadrado
da velocidade com o deslocamento de um corpo animado de movimento uniformemente variado.
(Considere o sentido do movimento coincidente com o sentido positivo do referencial.)
Resolvido no ponto 2.

7.2. Os alunos do grupo A fizeram a montagem ilustrada na figura. Usaram um smart-timer, uma célula
fotoelétrica, um bloco+ régua acoplada e uma calha.

7.2.1. Os alunos não lançaram o bloco sempre com a mesma velocidade inicial. Será que o fizeram
propositadamente ou foi um erro sistemático que cometeram? Justifique.

7.2.2. Os alunos começaram por medir a massa do bloco + régua acoplada numa balança digital e
obtiveram o valor 230,00 g. Apresente o resultado da massa com a respetiva incerteza de
leitura.

7.2.3. Os valores medidos e calculados pelos alunos estão registados na tabela seguinte:

𝑣0 /m s−1 𝑣02 /𝑚2 s−2 𝛥𝑥/𝑚

1,14 1,30 0,1820


1,34 1,80 0,2530
1,64 2,69 0,3780
1,74 3,03 0,4250
1,90 3,61 0,5050

7.2.3.1. Com auxílio da calculadora gráfica construa o gráfico dos valores do quadrado da
velocidade inicial do bloco em função do deslocamento efetuado até parar. Trace a
reta que melhor se ajusta aos valores experimentais. Faça um esboço do gráfico e
apresente a equação da reta.

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7.2.3.2. A partir do declive da reta de regressão calcule o módulo da aceleração do


movimento. Apresente todas as etapas de resolução.

7.2.3.3. Usando considerações energéticas, calcule o módulo da resultante das forças de


atrito exercidas no bloco. Apresente todas as etapas de resolução.

7.3. Os alunos do grupo B seguiram o mesmo procedimento, mas com um bloco cuja superfície era
de um material mais rugoso que o utilizado pelo grupo A. No final, os alunos dos dois grupos
compararam os resultados, tendo concluído que:
O módulo da aceleração obtido pelo grupo B foi… (escolha a opção correta):
(A) … superior, o bloco percorreu distâncias maiores até parar.
(B) … inferior, o bloco percorreu distâncias menores até parar.
(C) … inferior, o declive da reta obtida foi menor.
(D) … superior, o declive da reta obtida foi maior.

Resposta D.

Exercícios:

8. Para determinar a relação entre a velocidade e o


deslocamento num movimento uniformemente variado, um
grupo de alunos montou, sobre um suporte adequado, uma
calha polida que terminava num troço horizontal, tal como o
esquematizado na figura 4 (a figura não se encontra à escala).
Para estimar a velocidade instantânea, foi colocado um pino
de diâmetro 5,0 mm acoplado a um bloco.
Os alunos abandonaram o bloco de massa 24,00 g, de
diferentes pontos da calha, que deslizou e atingiu um plano
horizontal onde se deslocou até parar. No plano horizontal foi
medido o tempo de passagem do pino numa célula
fotoelétrica e a distância percorrida entre essa posição e a de
paragem do bloco. Obtiveram o conjunto de valores de módulo da velocidade e de distância percorrida e
traçaram, na calculadora gráfica, o gráfico do quadrado do módulo da velocidade em função da distância
percorrida, obtendo a seguinte equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de valores:

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8.1. Explique o porquê de ser colocado sobre o bloco um pino de dimensões muito reduzidas, na passagem do
bloco pela célula fotoelétrica.
Terá de se garantir que o pino tem um diâmetro/dimensão reduzido/a, para que a sua passagem pela célula
fotoelétrica seja feita num intervalo de tempo muito pequeno.

8.2. Calcule a intensidade da resultante das forças de atrito que atuam no bloco, no plano horizontal. Apresente
todas as etapas de resolução e o resultado com três algarismos significativos.

• Demonstração da equação que relaciona o quadrado do módulo da velocidade inicial com a distância
percorrida pelo bloco no plano horizontal
𝑣0
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 𝑡 ⇔ 0 = 𝑣0 − 𝑎 𝑡 ⇔ 𝑡 =
𝑎
1 𝑣0 1 𝑣0 2
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎 𝑡 2 ⇔ 𝛥𝑥 = 𝑣0 ( ) − 𝑎 ( ) ⇔ 2 𝑎 𝛥𝑥 = 𝑣02
2 𝑎 2 𝑎
• Pela equação da reta:
𝑣02 = 12,0 𝛥𝑥 − 1,33 (SI)
Daqui podemos concluir que: 2 𝑎 = 12,0 ⇔ 𝑎 = 6,00 m s −2

• Aplicando a segunda lei de Newton, podemos calcular a intensidade da resultante das forças que atuam no
bloco, que é igual à intensidade da resultante das forças de atrito
𝐹𝑅 = 𝐹𝑎 = 𝑚 𝑎 = 24,00 × 12,0 = 0,288 N

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