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Estudando: Teologia Básica

Cristologia (Parte 2)

Assim como Deus revelou um pouco de sua natureza através dos títulos que recebei, Jesus também recebe
outras denominações na Bíblia:

Emanuel (Mt 1.23)


Filho De Davi (Lc 20.41)
Filho De Deus (Jo 1.34)
Filho Do Homem (Mt 25.31)
Salvador (Mt.1:18-25);
Príncipe Da Paz (Is.9:7).
Senhor (At 2.36)
Verbo (Jo 1.1-14);
Servo (Fp 2.7);
Servo Do Senhor (Is.53);
Cordeiro De Deus (Jo 1.29);
Sumo-Sacerdote.(Hb 7.26; Hb.8.6);
Mediador (1 Tm 2.5);
O Pão da Vida (Jo:6:35; Jo.6:41; Jo.6:48; Jo.6:51);
A Luz (Jo.8:12;Jo.12:46;);
A Porta (Jo.10:7; Jo.10:9);
O Bom Pastor (Jo.10:11;Jo.10:14);
A Ressurreição e a Vida (Jo.11:25);
O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA (Jo.14:6);
A VIDEIRA VERDADEIRA (Jo.15:1; Jo.15:5)
REI (Jo.18:37);
SENHOR (At.9:5;At.22:8;At.26:15;);
SANTO (1 Pe.1:16);
ALFA E ÔMEGA (ETERNO) (Ap.1:8,11,17,18;Ap.21:6; Ap.22:13);
RAIZ E GERAÇÃO DE DAVI E ESTRELA DA MANHÃ (Ap.22:16);

Esses títulos dizem respeito tanto a sua natureza divina quanto humana. Essa é uma questão tão importante
que uma das heresias mais danosas do primeiro século chamava-se docetismo. Ela afirmava que Jesus não
era homem. Essa era uma questão tão séria que quando João escreveu sua primeira epístola, afirmou que se
tratava de uma doutrina do anticristo (1Jo 4.2-3).

Entendendo que Jesus necessariamente era plenamente humano

Para possibilitar uma obediência representativa. Jesus era nossorepresentante e obedeceu em nosso lugar
naquilo que Adão falhou e desobedeceu. Existem paralelos claros entre a tentação de Jesus (Lc 4.1-13) e a
prova de Adão e Eva no jardim (Gn 2.15-3.7). Paulo aborda os paralelos entre a desobediência de Adão e a
obediência de Cristo em Romanos 5.18-19.

Para ser um sacrifício substitutivo. Se Jesus não fosse homem, nãopoderia ter morrido em nosso lugar e pago
a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus diz: "convinha que, em todas as coisas, se tornasse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para
fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2.16-17; cf. v. 14).

Para ser o único mediador entre Deus e os homens. Estávamos longes de Deus por causa do pecado, por isso
necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós e nos levasse de volta a Ele. Esse mediador
precisaria nos representa diante de Deus e representar Deus para nós. Jesus que preencheu esse requisito:
"Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5). Essa
função de mediador reforça o conceito que Jesus tinha de ser plenamente homem e plenamente Deus.

Para compadecer-se como sumo sacerdote. O autor de Hebreus lembra que se Jesus não tivesse existido na
condição de homem, não teria sido capaz de conhecer por experiência o que sofremos em nossas tentações e
lutas nesta vida (Hb 2.18; cf. 4.15-16). A imagem do sumo-sacerdote é uma figura clara de mediador no Antigo
Testamento.

Para ser nosso exemplo e padrão na vida. João mostra isso em 1Jo 2.6 e 1Jo 3.2-3. Paulo nos diz que somos
"transformados [...] na sua própria imagem" (2Co 3.18), e que devemos ser "conformes à imagem de seu Filho"
(Rm 8.29). Pedro afirma que Cristo nos dá o exemplo contínuo (1Pe 2.21).

Para ser o padrão de nosso corpo redimido. Jesus ressuscitou num novo corpo "na incorrupção [...] em glória
[...] em poder [...] corpo espiritual" (1Co 15.42-44). Esse novo corpo ressurreto de Jesus aponta como será
nosso corpo quando formos ressuscitados dos mortos, porque Cristo é "as primícias" (1Co 15.23).

Jesus será um homem para sempre

Cristo não abandonou a natureza terrena após sua morte e ressurreição. Ele apareceu aos discípulos como
homem após a ressurreição, preservando as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo 20.25-27). O NT afirma que
ele possuía carne e ossos (Lc 24.39) e comia (Lc 24.41-42).

O JESUS-HOMEM

Estabelecido o entendimento de sua humanidade, vamos aprofundar a questão do Jesus "homem". Existem
mais de 200 profecias sobre o Messias no Antigo Testamento, durante seus anos de vida na terra, Jesus
cumpriu muitas delas. Existem várias que ainda cumprirá na segunda vinda, especialmente as que dizem
respeito ao Messias governando o mundo,

O nome Jesus significa "Jeová é salvação", sendo a forma grega de "Josué" (Mt 1.21). O termo Cristo foi
incorporado quando houve o reconhecimento de que ele era o "Ungido", pois é a forma grega do termo
hebraico MESSIAS (At 17.3).

A HUMANIDADE DE CRISTO

O nascimento virginal é uma questão dogmática, que não pode ser "provado" a não ser pelo testemunho das
Escrituras. O Novo Testamento afirma claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por
obra miraculosa do Espírito Santo e sem um pai humano. José apenas o criou como pai.
As genealogias mostram sua linhagem humana. Mateus apresenta 41 nomes (até Abraão) da linhagem
materna, enquanto Lucas aponta 77 (até Adão) da linhagem paterna.

Características da humanidade

a. Jesus possuía um corpo humano.

O fato de que Jesus possuía um corpo humano exatamente como o nosso. Ele nasceu assim como nascem
todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele viveu assim como crescem todas as outras crianças judias de sua
época (Lc 2.40).

b. Jesus possuía uma mente humana.

O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que ele passou por um processo de aprendizado
assim como acontece com todas as outras crianças ? ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser
obediente a seus pais (veja Hb 5.8).

c. Jesus possuía alma/espírito humano emoções humanas

Existem várias indicações de que Jesus possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de sua crucificação
disse que sua alma estava angustiada (Jo 12.27). João também escreve que Jesus "angustiou-se em espírito"
(Jo 13.21).

Sentia emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34), mais especificamentetristeza e angústia (Mt 26:37)alegria (Jo
15:11; 17:13; Hb12:2)indignação (Mc 3:5; 10:14)ira (Mt 21: 12,13) Se comove e chora (Jo 11:33,35,38)As
pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano.

Provavelmente por isso foi rejeitado na sua própria cidade de Nazaré, onde o povo que o conhecia havia
muitos anos não o recebeu (Mt 13.53-58)

O título "Filho do Homem"

Esse é um termo que causa amplo debate. Primeiramente deve-se entender que o termo não era utilizado em
seus dias como é hoje. Chegando ao Novo Testamento, "filho do homem" é usado quase exclusivamente para
falar sobre Jesus.

O próprio Cristo utilizou esta expressão para se identificar (Mt 8:6; 9:20; 11.18, entre outros). O título aparece
mais de 80 vezes nos evangelhos e também em Atos dos Apóstolos 7,56, em Hebreus 2,6 e em Apocalipse
1,13 e 14,14

Fazendo isso, enfatiza sua própria humanidade, que se fez carne e habitou entre homens (Jo 1:14). Mas esta
descrição jamais é usada para sugerir que Jesus era mero homem.

Para os judeus, o termo fora usado profeticamente Daniel e Ezequiel.

Em João 6:62 ele diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro estava?"
Estevão disse que viu "o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" (Ato 7:56). Ou seja, ele usava esse título
como uma maneira de enfatizar que era humano, mas não o separava de Deus.

O Ministério de Cristo

Na teologia, uma grande ênfase é dada aos chamados "ofícios de Cristo". Como veio como Messias dos
judeus e para os judeus, os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo
Testamento eram: o profeta, o sacerdote e o rei.

Esses três ofícios eram distintos.

O profeta falava as palavras de Deus ao povo;


o sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus em favor do povo;

e o rei governava o povo como representante de Deus.

1 - CRISTO COMO PROFETA

O AT previa a atuação de Jesus como um profeta (Dt 18.15) e é identificado no NT como tal (At 3.22-24). O
próprio Jesus afirmou ser um profeta (Mt 13.57; Mc 6.4; Lc 4.24 e 13.33; Jo 4.44) e entregava aos homens a
mensagem de Deus assim como faziam os profetas (Jo 8.26; 12.49-50; 15.15; 17.8);

A atuação de Cristo como profeta - Jesus proclamou a mensagem de Deus pela pregação e pelo ensino (Mt
4.17; 7.29).

Para isso Jesus usava as sinagogas (Mc 1.21) ou ambientes ao ar livre quando não tinha um espaço fechado
disponível (Mc 4.1).

Sua pregação era repleta de ilustrações (Mt 24.40-41; Lc 15.4,8) e cheia de perguntas (Mt 22). Diferente da dos
escribas e fariseus, sua pregação possuía autoridade (Mc 1.22);

A autenticação de Cristo como profeta - A confirmação das profecias de Cristo mostra que de fato ele falava
palavras verdadeiras que vinham de Deus, como ao prever que seria traído por alguém próximo (Mt 26.21), que
seria entregue à morte pelos líderes dos judeus (Mt 16.21) e que morreria crucificado e ressuscitaria no
terceiro dia (Mt 20.19).

2 - CRISTO COMO SACERDOTE

Jesus foi sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 6.20 cf. Sl 110.4). Isso não quer dizer que
Melquisedeque era Jesus (Hb 7.3), mas que o sacerdócio de Jesus é superior ao sacerdócio levítico (Hb 7.4-
19);

A atuação de um sacerdote - No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus "santificar" as
pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença de Deus, se bem que de forma limitada durante o período do
Antigo Testamento. No Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande sumo sacerdote. Esse tema é bem
desenvolvido na carta aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua como sacerdote de duas maneiras.

1. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado.

Não foi o sangue de animais como touros ou bodes: (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus ofereceu a si mesmo
como sacrifício perfeito: (Hb 9.26).

2. Jesus nos aproxima continuamente de Deus.

Os sacerdotes do Antigo Testamento além de fazer sacrifícios, compareciam de modo representativo na


presença de Deus, de tempos em tempos, em favor do povo. Como nosso perfeito sumo sacerdote, ele
continuamente nos conduz à presença de Deus, de forma que não temos mais a necessidade de um templo
nem de um sacerdócio especial em Jerusalém. Por isso nas orações o fazemos "em nome de Jesus".

3. Como sacerdote, Jesus ora continuamente por nós.

Outra função dos sacerdotes era orar a favor das pessoas. O autor de Hebreus nos diz que Jesus também
cumpre essa função de intercessor(Hb 7.25). Paulo afirma a mesma coisa quando diz que Cristo Jesus é
aquele que intercede por nós (Rm 8.34).

3 - CRISTO COMO REI

A profecia - Isaías profetizou o nascimento de uma criança que se estabeleceria no trono de Davi e reinaria
sobre ele (Is 9.7);
O anúncio - Gabriel anunciou a Maria o que Isaías tinha profetizado (Lc 1.32-33);
A aclamação - Jesus foi aclamado pelo povo como rei (Jo 12.13-15);
A declaração - Jesus declarou ser rei (Mt 27.11). 47

No Antigo Testamento o rei tinha autoridade para governar a nação de Israel. No Novo Testamento, Jesus
nasceu para ser o Rei dos judeus (Mt 2.2), mas recusou o poder militar e político terreno (Jo 6.15). Ele disse a
Pilatos: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se
empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui" (Jo
18.36). No céu ele é chamado de "Rei dos reis e Senhor dos Senhores" (Ap 17:4 e 19.16) Esse ofício se revelará
em sua totalidade na segunda vinda e reino milenar.

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