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A apelação, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o recurso cabível, por via

de regra, contra sentenças proferidas pelo juízo de um processo. É através dela que
a parte irá atacar, impugnar e discordar da decisão do julgador durante a lide. Tem
como objetivo impugnar a decisão que põe fim à fase de conhecimento do processo
ou sobre a sentença que extingue o mesmo.

Dentro do Novo CPC, o recurso de apelação é regrado do artigo 1.009 ao 1.014, e


art. 724, CPC, que define em quais situações pode-se usar o recurso, prazos,
requisitos e efeitos.

A apelação é um recurso que tem como objetivo impugnar, discutir e atacar uma
decisão do julgador que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum ou que
extingue a execução.

Dessa forma, ela é interposta através de petição ao juízo de primeiro grau da lide,
mas será analisada e julgada pela instância superior, no caso, um Tribunal.

A parte que recebeu a sentença desfavorável entra com a apelação, sendo chamada
de apelante. A outra parte, que supostamente recebeu uma sentença favorável, é o
apelado.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1015, 1016 e 1017 CPC.

O agravo de instrumento é um recurso dentro do direito processual civil que tem


como objetivo atacar e pedir a reanálise de uma decisão interlocutória (aquela que
não é sentencial) de um magistrado dentro de um processo.

Embargos de Terceiro (arts. 674,675 e 676 CPC).

O que são Embargos de terceiro:

Embargos de terceiro é um tipo de ação judicial que visa proteger a posse ou


propriedade de um bem apreendido por decisão judicial proferida em processo do
qual o possuidor ou proprietário não fez parte.
Os embargos de terceiros, assim como outros procedimentos especiais, possuem
efeitos diversos. Primeiramente, os embargos de terceiro possuem efeito
declaratório, pois visa declarar ilegítimo o ato executivo que constringe o bem. Em
seguida, a ação possui efeito constitutivo, uma vez que reconhece a existência de
um direito. Por fim, a ação também conta com efeitos executórios, pois poderá
determinar, de forma prática, a liberação de um bem.

Para decisões interlocutórias, por exemplo, o recurso cabível é o de agravo de


instrumento.

O Novo CPC estabelece que a apelação deve ser interposta no prazo de 15 dias
após a publicação da sentença por parte do julgador. Lembrando que, no Novo
CPC, os prazos são sempre contados em dias úteis.

A partir da interposição da apelação pela parte apelante, o apelado receberá uma


intimação e terá o prazo de 15 dias para apresentar contrarrazões, podendo, nesse
prazo, também apresentar apelação própria, que dará ao apelante a possibilidade de
também apresentar contrarrazões.

Se houver recurso adesivo de apelação pela outra parte, o prazo de apresentação de


contrarrazões pela parte apelante também será de 15 dias.

Os efeitos da apelação dentro de um processo são suspensivos e devolutivos. Ela é


o único recurso do Novo CPC que apresenta, por regra, dois efeitos no processo.

O efeito devolutivo se dá pela própria natureza da apelação, que devolve a lide


para a parte julgadora, mesmo depois de a sentença ser proferida. Dessa forma a
sentença é avaliada pela próxima instância.

O efeito suspensivo significa que a apelação impede a continuação da execução da


sentença enquanto o recurso não for avaliado pelo órgão julgador. Entretanto, o
Novo CPC estabelece exceções a essa regra no parágrafo 1º do artigo 1.012:

“Art. 1.012. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir


efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I – homologa divisão ou demarcação de terras;

II – condena a pagar alimentos;


III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado;

IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;

V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI – decreta a interdição”.

Embora o artigo 1.010 aponte que a apelação é direcionada ao juízo ad quo, ou


seja, o juízo de primeira instância, onde o processo se encontra no momento da
apelação, quem o julga é o juízo da instância superior.

Dessa forma, a apelação é direcionada à sentença proferida pelo juiz de primeira


instância, mas é avaliada pelo tribunal da próxima instância, o juízo ad quem,
conforme aponta o parágrafo 3º do artigo 1.010:

No que concerne aos recursos no Novo CPC, há diversas mudanças importantes e


práticas. Vejamos a principais:

Serão devidos honorários de sucumbência também na fase de RECURSOS,


conforme dispõe o Novo CPC. De acordo com o art. 85, § 11º, eles serão
majorados na medida em que forem julgados recursos interpostos no processo.

A contagem dos prazos será feita em DIAS ÚTEIS, sendo que ficará SUSPENSO
POR UM MÊS, nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro,
inclusive. Ademais, os prazos para recursos foram unificados em 15 dias, salvo os
embargos de declaração, cujo prazo será de 5 dias.

No Novo CPC o recurso adesivo é admissível em apenas três espécies recursais: 1.


Apelação;2. Recurso extraordinário;3. Recurso especial;

Não há mais, no Novo CPC, duplo juízo de admissibilidade do recurso de


apelação, como havia no § 1º do artigo 542 do Código de Processo Civil de 1973,
que conferia aos tribunais recorridos a competência para proceder à “admissão ou
não do recurso”.
DOUTO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE (CIDADE –
ESTADO).

Protocolo nº...

Requerente:

Requerido:

JOÃO DA SILVA (apelante), já qualificado nos autos da Ação Tal, processo em


epígrafe, que move em face de MARIA DA SILVA (apelado), também já
qualificada nos autos, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, não se
conformando com a sentença proferida às fls. XX, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

Com base nos arts. 1.009 a 1.014, ambos do CPC/15, requerendo, na oportunidade,
que o recorrido seja intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato
contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Goiás para os fins de mister.

Termos em que,

Pede o deferimento.

Local e data.
Advogado

OAB/PR

RAZÕES RECURSAIS

Apelante: JOÃO DA SILVA

Apelada: MARIA DA SILVA

Origem: processo nº XXXXXX, 1ª Vara Cível (Comarca de Curitiba)

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÃMARA.

Eméritos Desembargadores,

I – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de ação de cobrança em que o autor, ora apelante, requer que... Requer
ainda..., tendo juntado provas documentais... E requerido prova testemunhal.
Em sede de contestação, o requerido, ora apelado, alegou...

Intimado, o autor apresentou réplica, às fls..., apontando... E reiterando os termos


da exordial.

Sem êxito a tentativa de acordo, passou-se a instrução, onde foram ouvidas as


testemunhas do autor e do réu, às fls..., e, findos os debates orais, o nobre
magistrado prolatou a sentença, julgando totalmente improcedentes os pedidos
formulados pelo requerente.

No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece prosperar,


devendo ser reformada (ou cassada).

II – RAZÕES DA REFORMA

A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na Ação de Cobrança proposta pela apelante
em face do apelado, julgando o seu pedido improcedente, deve ser modificada in
totum, uma vez que a importância reivindicada na inicial traduz-se em uma
obrigação de única e inteira responsabilidade do comprador, conforme previsão
contratual.

A afirmação acima evidenciada, nos termos dos documentos acostados aos autos,
encontra respaldo no fato de que vigoram no direito brasileiro, como vigas mestras
de sustentação das relações jurídicas, os princípios da liberdade de contratar e do
efeito vinculante dos contratos, entendimento este corroborado pela jurisprudência
pátria, in verbis:
“Em havendo estipulação contratual obrigando o comprador, não cabe declaração
de indébito, uma vez que deve prevalecer o brocardo latino pacta sunt servanda”.

Ainda, no mesmo sentido, são lícitas, em geral, todas as condições que a lei não
vedar expressamente, daí não havendo outro entendimento para o caso em questão,
deve a sentença atacada ser REFORMADA (ou cassada, depende do que se alegar)
nos termos do pedido contido na inicial.

III – REQUERIMENTO

Em virtude do exposto, o Apelante requer que o presente recurso de apelação seja


CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para
reformar a sentença recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do Autor
Apelante e..., por ser de inteira Justiça.

OU (...) seja totalmente PROVIDO para anular a sentença recorrida, com o


consequente retorno dos autos ao juízo a quo para..., por ser da mais lídima justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data

Nome e assinatura do advogado


OAB nº

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXª


VARA XXXX DA COMARCA DE XXXXXXXXXX – PODER JUDICIÁRIO
DE XXXXXXXXXX

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA

Processo nº XXXXXXXX

[NOME COMPLETO], [NACIONALIDADE], [ESTADO CIVIL],


[PROFISSÃO], inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, e no RG sob o nº
XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXXXXX, nº XX, vem
à presença de Vossa Excelência, por meio de representante legal devidamente
constituído, opor

EMBARGOS DE TERCEIRO

em face de [NOME COMPLETO], [NACIONALIDADE], [ESTADO CIVIL],


[PROFISSÃO], inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXXX, e no RG sob o nº
XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXXX, nº XX, cidade de
XXXXXX, estado de XXXXXX , CEP XXXXXX, nos termos do artigo 674 e
seguintes do Código de Processo Civil.

DOS FATOS
O Embargado ajuizou a ação condenatória em epígrafe, na qual foi reconhecido o
seu crédito correspondente a R$ XXXX. Ao longo do processo, identificou-se
como de propriedade do devedor, réu na ação referida, o imóvel localizado na Rua
XXXX, nº XXXX, CEP XXXX, cidade de XXXX, Estado de XXXX, inscrito na
matrícula sob o nº XXXX.

Ocorre que o referido bem imóvel não é mais de propriedade do XXXX, mas dos
Embargantes. Em XX/XX/XXXX foi firmado instrumento de escritura pública de
compra e venda (documento nº 3) entre os Embargantes e XXXX, de modo que o
bem imóvel não mais lhe pertence.

DO DIREITO

Os Embargos de Terceiro são previstos para revisão de decisões judiciais que


causem prejuízos a sujeito que não compõe a lide, conforme o caput do artigo 674
do Código de Processo Civil.

Como o Embargante é o legítimo proprietário do bem penhora, sem que tivesse


sido chamado ao processo e, frise-se, tendo firmado contrato de compra e venda
em momento no qual o bem era livre de qualquer constrição, deve-se revogar a
penhora judicial sobre este imóvel.

PEDIDOS

Por todo o exposto, requer-se:

(i) O recebimento do presente recurso de embargos de terceiro e apensados


à ação principal;

(ii) O deferimento, em medida liminar, da manutenção da posse do bem


imóvel ora penhorado, já que devidamente provada a posse e propriedade do bem
pelo Embargante;

(iii) A suspensão da execução até o julgamento final dos presentes embargos,


já que é o único bem da penhorado na execução;

(iv) A citação da Embargada para, querendo, responder aos presentes


Embargos;

(v) Condenação da Embargada ao pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios;

(vi) A produção de todos os meios de prova admitidos, caso se entenda pela


necessidade de juntar aos autos novas provas.

(vii) Ao final, julgue-se procedente o presente pedido, levantando-se a penhora


sobre o bem de propriedade do Embargante e o envio de ofício ao cartório XXXX.

Dá-se a causa o valor de R$ XXXX,XX, correspondente ao valor do bem imóvel,


conforme o artigo 292 do CPC.

Termos em que pede deferimento.

Alto Araguaia, 23 de dezembro de 2023.

______________________________

[NOME DO ADVOGADO
OAB/UF nº XXXX

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