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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LUCAS ROBERTO PERESSONI SILVEIRA

OSSEODENSIFICAÇÃO NA IMPLANTODONTIA

LUCAS ROBERTO PERESSONI SILVEIRA

Tubarão
2020
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LUCAS ROBERTO PERESSONI SILVEIRA

OSSEODENSIFICAÇÃO NA IMPLANTODONTIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Odontologia da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do
título de Bacharel em Odontologia.

Orientador: Prof. Gustavo Otoboni Molina, Dr./Ms

Tubarão
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LUCAS ROBERTO PERESSONI SILVEIRA

OSSEODENSIFICAÇÃO NA IMPLANTODONTIA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado


adequado à obtenção do título de Cirurgiã-Dentista e
aprovado em sua forma final pelo Curso de
Odontologia da Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Tubarão, 26 de novembro de 2020.

______________________________________________________
Professor e orientador Gustavo Otoboni Molina, Dr./Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Professora Gláucia Helena Faraco de Medeiros, Dr./Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Professora Eduarda Braz.
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão
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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a minha família que sempre torceu muito por mim, que
muito lutaram por mim nesses 5 anos de aprendizado, agradeço ao meu pai, Marlon Aparecido
Silveira, e a minha mãe, Claudia da Silva Peressoni Teixeira por todo o esforço, apoio e carinho ao
longo dessa jornada. Sem vocês isso tudo não seria possível.
Agradeço também aos meus avós por todo o suporte, carinho e mensagens de apoio nesses
anos de faculdade.
Desejo um agradecimento especial para minha namorada Natália Lauriano Machado por
sempre tentar me fazer enxergar a vida de outra maneira, por me animar e me motivar a todos os
momentos em que estive para baixo, não poderia passar despercebidos meus sogros que também
fizeram parte dessa caminhada junto e que de alguma forma sempre contribuíram para o meu
engrandecimento.
Ao André Lauriano por me emprestar o Notebook para confeção do trabalho.
Agradeço a todos os professores que fizeram parte do meu aprendizado e por todos seus
ensinamentos passado, não apenas conhecimento didático mas como também de crescimento pessoal.
E não poderia deixar de esquecer de agradecer a todos os pacientes atendidos durante o curso,
obrigado pela confiança para qual com a sua saúde.

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“Quem não aprende no amor, aprende na dor.” (Rodrigo Masi)

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RESUMO

Este trabalho visa expor sobre conceitos da implantodontia, através de uma série de propriedades,
métodos, materiais e técnicas que serão descritas ao longo do trabalho. Uma grande dificuldade
notada no dias de hoje durante as cirurgias de implantes, é a falta de tecido ósseo para colocação do
implante, e cabe ao cirurgião dentista fazer todas as devidas analises para evidenciar a viabilidade
ou não de um implante. Uma alternativa para se resolver esse problema são os enxertos ósseos, que
atualmente existem diversos no mercado, apesar de tantas opções disponíveis, os que mais têm uma
taxa de sucesso maior sãos os enxertos do tipo Autólogos, onde o doador e o receptor são da mesma
espécie e indivíduo. Além do enxertos possuímos também técnicas enxertivas como a
ósseodensificação que atualmente é a técnica mais conservadora de enxertia que disponibilizamos,
a técnica tem como base a promoção da enxertia óssea através da densificação óssea causada pela
compactação do material extraído no momento da osteotomia. É de interesse do profissional estar
sempre se aperfeiçoando e estando por dentro de novas técnicas e sempre buscando a melhor
maneira de poder resolver de outros métodos, problemas que já não são novidades durante o
tratamento.

Palavras-chave: Implantes dentários. Osseodensificação. Enxertos ósseos. Estabilidade


Primária. Tipos ósseos.

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ABSTRACT

This work aims to expose about implantology concepts, through a series of properties, methods,
materials and techniques that will be described throughout the work. A great difficulty noticed today
during implant surgeries, is the lack of bone tissue for implant placement, and it is up to the dentist
to do all the necessary analyzes to demonstrate the viability or not of an implant. An alternative to
solve this problem are bone grafts, which currently exist in the market, despite so many options
available, the ones that have a higher success rate are Autologous grafts, where the donor and the
recipient are the same species and individual. In addition to grafting, we also have grafting
techniques such as bone densification, which is currently the most conservative grafting technique
we offer, the technique is based on the promotion of bone grafting through bone densification
caused by the compression of the material extracted at the time of osteotomy. It is in the
professional's interest to always be improving and being on top of new techniques and always
looking for the best way to be able to solve other methods, problems that are no longer new during
treatment.

Keywords: Dental implants. Osseodensification. Bone grafts. Primary Stability.


Bone types.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ILUSTRAÇÃO1(TIPOS DE OSSOS) ............................................................................................18


ILUSTRAÇÃO 2(TIPOS DE OSSOS ENCONTRADO NA MAXÍLA E MANDIBULA) ...........19
ILUSTRAÇÃO 3 (ÓSTEOTOMOS DE SUMMERS) ....................................................................27
ILUSTRAÇÃO 4 (OSTEÓTEMOS DE SUMMERS MODIFICADO PARA CRISTAS
ESTREITAS....................................................................................................................................27
ILUSTRAÇÃO 5 (KIT DE BROCAS DENSAH BUR ™) .............................................................29
ILUSTRAÇÃO 6 (AÇÃO DA BROCA NA OSSEODENSIFICAÇÃO) ......................................30

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 (TIPOS DE ENXERTOS E SUAS PROPRIEDADES) ….................................26


QUADRO 2 (VANTAGENS DA OSSEODENSIFICAÇÃO) ................................................33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................12
2 OBJETIVOS .............................................................................................................................14
2.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................................................14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................................14
3 METODOLOGIA.....................................................................................................................15
4 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................16
4.1 PRICÍPIOS BIOLÓGICOS DA IMPLANTODONTIA ............................................................16
4.1.1 MATERIAL E TIPOS DE PLATAFORMAS.......................................................................16
4.1.1.1 HEXÁGONO EXTERNO...................................................................................................16
4.1.1.2 HEXÁGONO INTÉRNO ...................................................................................................17
4.1.1.3 CONE MOSE......................................................................................................................17
4.1.2 TECIDO ÓSSEO....................................................................................................................18
4.1.2.1 CLASSIFICAÇÃO ÓSSEA DE ACORDO COM A DENSIDADE....................................18
4.1.2.2 QUANTIDADE ÓSSEA NECESSÁRIA PARA O SUCESSO DO IMPLANTE...............19
4.1.3 FATORES DETERMINANTES PARA O SUCESSO DO IMPLANTE DENTARIO..........19
4.1.3.1 ESTABILIDADE PRIMÁRIA............................................................................................20
4.1.3.2 ESTABILIDADE SECUNDÁRIA......................................................................................20
4.1.4 A TÉCNICA CIRURGICA.....................................................................................................20
4.1.5 FATORES QUE LEVAM AO INSUCESSO DO IMPLANTE DENTÁRIO......................21
4.1.5.1 INFECÇÃO BACTERIANA...............................................................................................21
4.1.5.2 MÁ EXECUSSÃO DA TÉCNICA......................................................................................21
4.1.5.3 CARGAS OCLUSAIS NO IMPLANTE.............................................................................21
4.1.6 INDICAÇÃO E CONTRA-INDICAÇÃO AO IMPLANTE...............................................22
4.1.6.1 INDICAÇÕES AO IMPLANTE DENTÁRIO....................................................................22
4.1.6.2 CONTRA-INDICAÇÃO AO IMPLANTE DENTARIO.....................................................22
5 TÉCNICAS DE GANHO DE TECIDO ÓSSEO....................................................................23
5.1 TIPOS DE ENXERTOS ÓSSOS................................................................................................23
5.1.1 ENXERTOS AUTÓGENOS ..................................................................................................24
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5.1.2 ENXERTOS HOMÓGENOS.................................................................................................24


5.1.3 ENXERTOS HETERÓGENOS..............................................................................................25
5.1.4 ENXERTOS ALOPLÁSTICOS.............................................................................................25
5.2 ÓSTEO EXPANSÃO.................................................................................................................26
5.2.1 A TÉCNICA DE EXPANSÃO ÓSSEA..................................................................................28
5.2.2 VANTAGENS DA ÓSTEO EXPANSÃO..............................................................................28
5.2.3 CONTRA-INDICAÇÃO COM RELAÇÃO A ÓSSEOEXPANSÃO....................................28
5.3 OSSEODENSIFICAÇÃO..........................................................................................................28
5.3.1 A TÉCNICA DA OSSEODENSIFICAÇÃO..........................................................................29
5.4 PROCENDIMENTOS EM IMPLANTODONTIA SEGUNDO A METODOLOGIA
DA OSSEODENSIFICAÇÃO.........................................................................................................30
5.4.1 PLANEJAMENTO PRÉVIO:.................................................................................................30
5.4.1.2 CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE....................................................................................31
5.4.2 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO..........................................................................................31
5.4.3 PÓS OPERATÓRIO...............................................................................................................32
5.5 VANTAGENS DA ÓSSEODENSIFICAÇÃO..........................................................................33
5.6 DESVANTAGENS E CONTRA INDICAÇÕES SOBRE A
OSSEODENSIFICAÇÃO...............................................................................................................34
6 DISCUSSÃO................................................................................................................................35
7 CONCLUSÃO............................................................................................................................37
REFÊRENCIAS.............................................................................................................................38

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1. INTRODUÇÃO

Os implantes foram desenvolvidos através de uma série de estudos e


observações científicas, feito pelo professor Per-Ingvar Branemark, chefe de pesquisa
da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. No inicio dos anos 60 em uma de suas
pesquisas Branemark e associados, inseriam peças de titânio na tíbia de coelhos para
verificação da preservação de movimentos. Foi observado que no momento da remoção
dessas peças, as mesmas se encontravam firmemente aderidas ao corpo do animal e e
sem apresentar qualquer tipo de rejeiçaõ. A partir dai criou-se então o conceito
fundamental que viria a mudar totalmente os paradigmas da implantodontia: a
Osseointegração. (BRANEMARK, HANSSIN; ADELL, 1977)
Pode-se definifir como o conceito de osseointegraçao a ligaçao direta, estrutural
e funcional capaz de receber uma carga funcional entre o osso e o implante. (
BRANEMARK, 1985) O sucesso da osseointegração é definido pela sobrevivência do
implante e aceitação do mesmo no organismo do paciente.
Bom a falha do implante pode estar relacionada a inúmeros fatores, varias
possíveis causas podem estar relacionados ao insucesso dessa osseointegração,
dividimos em fatores primários como: contaminação de campo cirúrgico, traumatismo,
sobreaquecimento do osso durante a cirugia, pouca e pobre quantidade óssea; também
não podemos esquecer que temos alguns fatores relacionados ao pós cirúrgico tais como
a periimplantite, sobrecarga, trauma oclusal, falta de cuidado do paciente, o hábito de
fumar é até mesmo a falta de cuidado do profissional quanto ao acompanhamento pós
cirurgico. (SCHWARTZ-ARAD et al., 2002).
De acordo com Albrektsson et al. (1986) os critérios para se considerar o sucesso
dos implantes são: implante totalmente imóvel quando testado clinicamente, o exame
radiográfico não deve mostrar evidências de radiolucidez peri-implantar, a perda óssea
vertical deve ser menor que 0,2 mm anualmente, após o primeiro ano. Uma vez que
seguindo esses padrões os resultados foram satisfatórios. Entretanto, problemas
isolados continuavam a existir, especialmente em áreas de baixa qualidade óssea ou até
mesmo em areas com boa qualidade ossea, mas que apresentavam uma quantidade
óssea inadequada. (ENGQUIST et al., 1988)
Tendo em vista tudo isso no sentido de responder a esse problema, eis que surge
a osseodesnsificação onde ocorre a preservação da massa óssea da maneira que o tecido
seja compactado e autoenxertado de dentro para fora simultaneamente. Sendo assim,
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essa técnica pode contribuir para uma eficiência maior dos implantes dentários,
aumentando estabilidade primária, fazendo com que os resultados pós cirúrgicos
tenham uma maior taxa de aprovação, além de diminuir as possibilidades de rejeição e
diminuindo também o tempo de recuperação e de osseointegração. (RAUBER, S. 2019)

Com base no que foi colocado anteriormente, este trabalho visa apresentar uma
revisão de literatura relacionado á osseodesnsificação aplicada a implantodontia,
descrever como é feita, quando é feita, qual a sua necessidade e quais suas vantagens.
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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar uma Revisão de literatura a respeito sobre o tema de osseodensificação


na implantodontia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Apresentar as técnicas de ganho ósseo;
• Expor os fatores de sucesso e insucesso na implantologia;
• Mostrar as vantagens da osseodensificação;
• Analisar os tipos de ossos adequado para uma boa cirurgia;
• Analisar os princípios da implantodontia.
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3. METODOLOGIA

O presente trabalho, buscou revisar a literatura a respeito da Osseodensificação


na Implantodontia. Para tal, foram pesquisados artigos científicos publicados nas bases
de dados: Google Acadêmico. Medline, PubMED, Researchgate, utilizando as palavras-
chave: Osseodensificação, implantes, osseodensification, implantes osteointegrados,
osseointegration, implant, osseointegração.
Foram selecionados trabalhos em inglês e português que contemplassem o tema
em questão, publicados até o período atual.
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4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS DA IMPLANTODONTIA
A osseointegração inovou a Odontologia e trouxe benefícios em relação aos
tratamentos convencionais como a preservação dos dentes remanescentes, melhor
retenção e estabilidades às reabilitações, com resultados previsíveis e estáveis ao longo
do tempo.
Mesmo o índice de sucesso sendo alto, acima de 90%, algumas falhas poderão
ocorrer (ZAVANELLI et al; 2011).
Devemos levar em conta alguns fatores determinantes para que ocorra esse processo
de integração óssea, seriam estes: (1) Material e tipos de plataformas, (2) Tecido Ósseo,
(3) A técnica cirúrgica e (4) as condições de carga do implante (CARVALHO, 2015).

4.1.1 MATERIAL E TIPOS DE PLATAFORMAS


Como material de escolha para sua experiência branemark usou peça de titânio
para conclusão do estudo. Mas porque de tal escolha ? O titânio possui propriedades
requisitadas como tais:
➢ Módulo de elasticidade mais próxima ao do osso;
➢ Metal leve;
➢ Resistência à corrosão, desgaste e fratura;
➢ É usinavel e sólido em temperatura ambiente.
Com relçao as plataformas, o sistema de conexao veio se “atualizando” desde o
descobrimento da osseointegração.

4.1.1.1 HEXÁGONO EXTERNO


No começo o sistema de conexão utilizado entre a prótese e o implante foi o
Hexágono Externo, sobre intermediários denominados Standard (MISCH, 2009).
As vantagens que os sistemas de hexágono externo oferecem são: apropriados
para a abordagem em dois estágios cirúrgicos; presença de um mecanismo
antirrotacional; reversibilidade; compatibilidade entre diversos sistemas. As principais
desvantagens desse tipo de sistema são: micro-movimentos devido à pouca altura do
hexágono (0,7mm em média), que podem causar afrouxamento do parafuso,
afrouxamento do pilar, e até mesmo fratura do parafuso; um centro de rotação elevado,
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que causa menor resistência a movimentos rotacionais e laterais; micro-fenda entre o


implante e o pilar, que causa reabsorções ósseas ao redor da região cervical do implante
(MAEDA et al; 2006).

4.1.1.2 HEXÁGONO INTERNO


As conexões hexagonais internas foram desenvolvidas com o objetivo de
melhorar a adaptação entre os hexágonos e estabelecer uma interface mais estável,
aumentando a resistência e reduzindo complicações, como afrouxamento ou fratura do
parafuso de fixação (BERGAMIM et al; 2009).
Os implantes com hexágono interno se tornaram consideravelmente populares
por apresentarem vantagens sobre o hexágono externo tais como: facilidade no encaixe
do pilar; maior estabilidade e efeito anti rotacional devido à maior área de conexão entre
o implante e o pilar; maior resistência e cargas laterais devido ao centro de rotação mais
apical; melhor distribuição das forças oclusais no osso adjacente. As desvantagens
apresentadas por este sistema são: paredes mais finas ao redor da área de conexão;
dificuldades em se ajustar divergências de angulação entre implantes (MAEDA et al;
2006)

4.1.1.3 CONE MORSE


Os implantes com conexão cone morse apresentam algumas vantagens em
relação aos demais sistemas, entre elas: melhor adaptação entre o componente protético
e o implante, eliminando a micro-fenda entre os dois, o que reduziu os níveis de
reabsorção óssea peri implantar; melhor estabilidade mecânica do pilar, minimizando a
ocorrência de micro-movimentos; a minimização dos micro-movimentos causou
redução na incidência de afrouxamentos e fraturas de parafusos; melhor fixação anti
rotacional; maior resistência do conjunto implante/pilar, pois a íntima união entre os
dois praticamente torna sua resposta em mecânica de corpo único. As desvantagens
deste tipo de sistema são: ausência de um mecanismo de posicionamento protético anti
rotacional; pouca familiaridade com o sistema, por parte de técnicos e dentistas.
(COPPEDÊ, 2007)
Esse sistema é tido como mais estável bio mecanicamente e mais eficiente em
termos de selamento bacteriano, devido à configuração da sua conexão. (PIMENTEL
et al; 2010)
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4.1.2 TECIDO ÓSSEO


O tecido ósseo é formado por colageno do tipo I e hidroxiapatita em sua maior
parte, e quando se encontra na fase lamelar (maduro) é classificado de acordo com a a
organizaçao de sua estrutura, podendo ser cortical (mais compacto), menos
vascularizado e que apresenta uma maior resistência a fresagem ou pode ser
trabeculado (mais esponjoso), sendo o osso cortical mais denso e menos poroso que o
trabeculado.

4.1.2.1 CLASSIFICAÇÃO ÓSSEA SEGUNDO A DENSIDADE


No ano de 1985 Lekholm e Zarb classificarão os ossos segundo sua densidade e
dividiram em 4 tipos, seriam :

Ilustração 1 (Tipos de ossos)


(Fonte: MISCH, 2008)
➢ Tipo 1: Osso compacto homogêneo;
➢ Tipo 2: Osso com uma camada fina de osso compacto à volta de um
núcleo de osso trabecular denso ;
➢ Tipo 3: Osso com uma camada fina de osso cortical à volta de osso
trabecular denso, com resistência favorável;
➢ Tipo 4: osso com uma camada fina de osso cortical, com um núcleo de
osso trabecular de baixa densidade.
Sendo o osso do tipo 2 colocado por muitos autores como o osso ideal para
instalação de implantes.
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Ilustração 2 (Tipos ósseos encontrados na maxíla e mandíbula)


(Fonte: ODONTOUP, 2019)
4.1.2.2 QUANTIDADE ÓSSEA NECESSÁRIA PARA O SUCESSO DO
IMPLANTE
De modo geral, o diâmetro dos implantes varia de 3 a 7mm (LEE, J.H. et al; 2005).
Implantes de largo diâmetro foram introduzidos para expandir a instalação em áreas de
osso de baixa densidade e altura limitada, levando em conta essa medida precisamos ter
ao menos 0,5 mm de osso na frente e o mesmo na parte de trás do implante.

4.1.3 FATORES DETERMINANTES PARA O SUCESSO DO IMPLANTE


DENTÁRIO
Alguns parâmetros são usados para definir o sucesso da osseointegração dos
implantes, o mais importante e o foco principal é a estabilidade dos implantes, por isso
a partir de 1988 num estudo que foi publicado sobre a estabilidade dos implantes o
grupo foi dividido em duas categorias, que são a Estabilidade Primária e Estabilidade
Secundária (SENNERBY, 1988, cited in CHO, et al; 2009).
Preocupados com a proliferação de sistemas de implantes, em 1989, Smith & Zarb
discorreram sobre a necessidade do estabelecimento de critérios de sucesso em relação
ao seu uso. Após revisão, análise e discussão indicaram 6 critérios para atribuir o
sucesso da terapia com implantes: presença de implante imóvel ao teste clínico;
ausência de evidência de radiolucência peri- -implantar; perda óssea vertical média
menor que 0,2mm após o primeiro ano; ausência de dor, desconforto ou infecção
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atribuída ao implante; o desenho do implante não pode impossibilitar a instalação de


uma coroa; taxa de sucesso de 85% ao final de 5 anos e de 80% após 10 anos.

4.1.3.1 ESTABILIDADE PRIMÁRIA


Entende-se como estabilidade primária como a primeira fixação do implante no
alvéolo dental, onde o mesmo deve estar firmemente inserido e sem qualquer tipo de
movimentação, para que assim ocorra o processo de cicatrização nas terminações do
implante. Esta estabilidade depende de muitos fatores para o sucesso, tais como
quantidade de osso, qualidade de osso, intervenção cirúrgica rica em irrigação para que
o osso não passe por um superaquecimento, danificando assim suas células
regenerativas. (DILEK, et al; 2008) (SEONG, 2009).

4.1.3.2 ESTABILIDADE SECUNDÁRIA


Caracteriza-se por estabilidade secundária a fixação adquirida após a
estabilidade primária do implante, isto é, a remodelação e cicatrização que o ocorre no
período pós operatório no tecido e entorno da superfície do implante. A estabilidade
secundária esta intimamente ligada ao sucesso da estabilidade primária do implante.
(DILEK et al; 2008, cited in SEONG, 2009). Após observar o sucesso da estabilidade
secundária podemos afirmar que o implante está osteointegrado.

4.1.4 A TÉCNICA CIRÚRGICA


Com relação a técnica cirúrgica para fazer a instalação desses implantes, devemos
fazer com o máximo de cuidado possível, sendo conservadora e o menos traumática
possível. Devemos ficar atento a irrigação pois o calor gerado pela fresagem ao osso
pode gerar uma necrose tecidual e também vale ressaltar que a cirurgia deve ser feita
apenas na ausência de inflamações agudas.
A técnica de colocação de implantes envolve normalmente três etapas distintas: a
fase cirúrgica (colocação dos implantes), a fase de abertura e a posterior confeção da
prótese. Atualmente algum estudo tem sido realizados com o intuito de propor a
utilização de apenas uma etapa cirúrgica e colocação de carga imediata (BRANEMARK
et al; 1999).
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4.2 FATORES QUE LEVAM AO INSUCESSO DO IMPLANTE DENTÁRIO


De acordo com Salah Sakka e Paul Coulthard (2011), há contexto multifatorial
para complicações de implantes. Os três principais fatores etiológicos seriam:
➢ Infecção bacteriana
➢ Má execussão da tecnica
➢ Sobrecarga

4.2.1 INFECÇÃO BACTERIANA


Ahmad e Saad (2012) afirmam que em pacientes hígidos, os que apresentam
maior risco de infecção pós-operatório são os que tem hábitos como alcoolismo,
tabagismo, os que tem uma má higiene oral e também aqueles que apresentam falta de
osso alveolar.

4.2.2 MÁ EXECUSSÃO DA TÉCNICA


A falta de cuidado com a irrigação pode gerar o sobreaquecimento do osso
fragilizando assim a cicatrização do mesmo.

4.2.2 CARGAS OCLUSAIS NO IMPLANTE


Os aspectos biomecânicos em prótese sobre implante influenciam
significativamente o sucesso dos implantes osseointegrados (KAUKINEN, J. et al;
1996).
Assim, o comprimento, o diâmetro, a forma, a localização dos implantes, a
qualidade óssea, a quantidade e a distribuição dos implantes ao longo da arcada, o
esquema oclusal selecionado, a escolha dos componentes, o nível de retenção das
próteses aos pilares e o desenho da prótese são fundamentais na análise da biomecânica
e, consequentemente, no prognóstico do tratamento. (McALARNEY, M.E. et al; 1996).
As falhas relacionadas a sobrecarga são aqueles tipos de situações em que a
carga funcional aplicada nos implantes ultrapassa a capacidade do osso de suportar tal
carga. Esposito et al. (1998), afirmam que, além do excesso de carga, a persistência de
estímulos inflamatórios, provocados por acúmulo e maturação de placa bacteriana,
poderão induzir uma progressiva desintegração da interface implante-osso.
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4.3 INDICAÇÃO E CONTRA-INDICAÇÃO AO IMPLANTE


4.3.1 INDICAÇÕES AO IMPLANTE DENTÁRIO
As indicações dos implantes osseointegrados podem ser divididas em 4 grupos
distintos:
➢ Edentulismos parciais e totais;
➢ Confecção de elementos unitários;
➢ Edentulismos com distribuição desfavorável ou número
insuficiente de pilares naturais para próteses fixas;
➢ Insatisfação ou rejeição à próteses totais ou parciais removíveis

4.3.2 CONTRA-INDICAÇÃO AO IMPLANTE DENTARIO


Hwang & Wang (2006) concluíram que os fatores que impedem o tratamento
com implantes são:
➢ Infarto do miocárdio;
➢ Acidente vascular cerebral;
➢ Cirurgia de prótese valvar imunossupressão;
➢ Questões de sangramento;
➢ Tratamento ativo de lesões malignas;
➢ Abuso de drogas;
➢ Doenças psiquiátricas;
➢ Uso de Bisfosfonato IV.
Após observação e avaliação notaram que essas morbidades impedem a cirurgia
de implantodontia, exigindo um monitoramento criterioso do médico e seu não
cumprimento pode resultar em morbidade do paciente.
Afirmaram também sobre as condições e hábitos sistêmicos que influenciam na
longevidade dos implantes dentários:
➢ Adolescência;
➢ Envelhecimento;
➢ Osteoporose;
➢ Tabagismo;
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➢ HIV positivo;
➢ Doença cardiovascular
➢ Hipotiroidismo.
➢ Diabetes melitus
Afirmaram que, se isoladas ou controladas, a vasta maioria das doenças ou
condições de existência, não afetam a longevidade dos implantes. Entretanto, pacientes
que apresentam a diabetes, que são fumantes ativos e ou pacientes com osteoporose têm
uma diminuição na taxa de longevidade de seu implante, principalmente se associados
ao osso de baixa qualidade.
Zavanelli et al. (2005) apontam a doença periodontal como uma importante
causa do insucesso: Os riscos de infecção na região dos implantes podem estar
relacionados com a presença de bactérias e reações inflamatórias concomitantes. Em
adição, a longevidade dos implantes pode ser comprometida por uma sobrecarga oclusal
e ou peri-implantite, dependendo da geometria e das características de superfícies dos
implantes e complementam que os pacientes parcialmente desdentados devem receber
um tratamento periodontal prévio à instalação de implantes.

5 TÉCNICAS DE GANHO DE TECIDO ÓSSEO


Com a necessidade de corrigir grandes ou até mesmo pequenas falhas ósseas para
a inserção de um implante, as técnicas de ganho de tecido ósseo tem sido muito
avaliadas e criteriosamente selecionadas para cada devido caso. Ainda há uma grande
discussão e controvérsias com relação ao uso de materiais para se ter um ganho de tecido
ósseo, tendo o implantodontista a decisão de usar tanto o osso autógeno como também
materiais alógenos e aloplástico. Entretanto, os melhores resultados foram relatados
com o osso autógeno, por sua capacidade osteogênica e osteoindutora, além não
desencadear uma resposta imune específica, tornando-o o material de enxertia ideal.
(Y-S JUNG, et al; 2003)

5.1 TIPOS DE ENXERTOS ÓSSOS


Classicamente, os materiais para enxerto ósseo podem ser classificados como
osteogênicos, osteoindutores e osteocondutores. Os osteogênicos referem-se a materiais
orgânicos capazes de estimular a formação de osso diretamente a partir de osteoblastos.
Os osteoindutores são aqueles capazes de induzir a diferenciação de células
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mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos ou condroblastos, aumentando a


formação óssea no local ou mesmo estimular a formação de osso em um sítio
heterotópico. (URIST, M.R., 1965) (URIST, M.R. et al; 1984).
Os materiais osteocondutores (geralmente inorgânicos) permitem a aposição de
um novo tecido ósseo na sua superfície, requerendo a presença de tecido ósseo pré-
existente como fonte de células osteoprogenitoras (MASTERS, D.H.,1988)
O material de enxerto ideal deve obedecer os seguintes requisitos:
1) fornecimento ilimitado sem comprometer a área doadora;
2)promover a osteogênese;
3) não apresentar resposta imunológica do hospedeiro;
4) revascularizar rapidamente;
5) estimular a osteoindução;
6) promover a osteocondução;
7) ser substituído completamente por osso em quantidade e qualidade
semelhante ao do hospedeiro (BOYNE, P.J; JAMES, R.A., 1980) (ARTZI, Z. et al;
2005)

5.1.1 ENXERTOS AUTÓGENOS


Enxertos do tipo autógenos ou autólogos como são conhecidos, são enxertos
originário do próprio paciente. Possui como principal vantagem seu potencial de
integração ao sítio receptor com mecanismos de formação óssea de osteogênese,
osteoindução e osteocondução (PELTONIEMI, H. et al;2002).
Como desvantagem, há necessidade de uma área doadora, potencial de
reabsorção e dificuldade de adaptação na área receptora. As principais áreas doadoras
extrabucais são os ossos ilíacos e a calvaria. As regiões de corpo, mento, ramo e
coronoide mandibular também podem ser utilizadas, embora forneçam menor
quantidade óssea. (LIN, et al; 1990)

5.1.2 ENXERTOS HOMÓGENOS


Também conhecidos como aloenxertos, enxertos alógenos ou até mesmo
enxertos homólogos, sua característica se da pelo uso de tecido ósseo de outra pessoa.
O material é adquirido em bancos de tecidos humanos e, antes de serem
25

comercializados, passam por um tratamento para que sejam viáveis para uso
odontológico.

Segundo (DELL VALLE et al; 2006), sua característica em longo prazo tem
resultados semelhantes ao enxerto autógeno, apesar de que a enxertia com osso
homólogo tenha um índice de reabsorção maior.

5.1.3 ENXERTOS HETERÓGENOS


É o enxerto no qual doador e paciente são de espécies diferentes: podem ser
utilizados, por exemplo, ossos de origem bovina ou suína. Podem se apresentar na
literatura também como xenoenxertos. A vantagem dos ossos bovinos mineralizados é
que apresenta uma formação muito parecida ao osso medular humano, incorporando-se
facilmente ao tecido. No entanto, o risco de rejeição é maior que o autógeno. (ZAHR,
P. 2020). O exemplo mais comum empregado na odontologia é o enxerto ósseo bovino
liofilizado. (ELLIS, E., 1996)

5.1.4 ENXERTOS ALOPLÁSTICOS


São materiais inorgânicos (origem mineral) ou sintéticos, são inertes com
nenhuma ou pouca atividade osteoindutora (PRECHEUR, H.V., 2007). São
essencialmente sintéticos e biocompatíveis, podemos ter as cerâmicas, polímeros e
combinações, Precheur (2007) descreve como sendo hidroxiapatitas, derivadas de algas
e corais, fosfato de cálcio, sulfato de cálcio, colágeno e polímeros.
São categorizados em dois grupos, reabsorvíveis ou não absorvíveis, esse tipo
de material vem ganhando cada vez mais aceitação no mercado em razão do fácil uso e
manipulação e por diminuir a morbidade do sítio doador do enxerto (POTTER, J.K;
ELLIS, E., 2004).
Como desvantagens, esses tipos de materiais correm o risco de rejeição seguida
de infecção, com necessidade de nova intervenção cirúrgica. Nesses casos, materiais
reabsorvíveis são preferidos, pois estudos mostram que alguns materiais não
reabsorvíveis podem causar reações a longo prazo (SHINDO, M.L. et. al; 1993)
26

Quadro 1 ( Tipos de Enxertos e suas propriedades)


TIPOS DE OSTEOCONDUÇÃO ÓSTEOINDUÇÃO ÓSTEOGÊNESE
ENXERTO
Autógeno SIM SIM SIM
(Humano)
Homógeno
(Doador SIM NÃO NÃO
humano)
Heterógeno
(Doador SIM NÃO NÃO
animal)
Aloplástico SIM NÃO NÃO
(Sintético)
(Fonte: Autor. 2020)
5.2 ÓSTEO EXPANSÃO
A falta adequada de osso no rebordo alveolar tem sido uma pedra no sapato em
relação à osseointegração do implante ao osso. De acordo com NISHIOKA E SOUZA
(2009) as causas dessa falta de tecido ósseo podem estar associadas há: perda de dentes
tanto na região anterior quanto posterior, iatrogenias, acidentes, traumas após extração
dentária, ou infecção originando uma crista alveolar com altura e/ou largura deficientes
para a colocação de implantes dentários.
Existem muitas técnicas para solucionar esse problema, e uma delas, é a
expansão óssea, utilizando expansores ósseos ou osteótomos ou uma abordagem
conhecida “split-crest” (SCIPIONI, et al; 1994) (JENSEN & TERHEYDEN. 2009). O
alargamento das cristas atróficas com cinzéis provocando fraturas em galho verde e
compactação óssea lateral. Fazendo com que dessa forma, a largura óssea do rebordo
aumente.
HILT TATUM (1998) foi o primeiro dentista a desenvolver uma técnica
específica de expansão óssea, entretanto SUMMERS, no ano de 1994 desenvolveu não
apenas a técnica, mas também produziu os instrumentais necessários para a confecções
da mesma, seriam estes os conhecidos osteótomos de Summers(Ilustração 3), inclusive
produziu também os osteótomos modificados para cristas muito estreitas(Ilustração 4).
São instrumentos alargadores ou seja, seguem uma sequência do menos calibroso ao
mais calibroso e promovem o despregamento do tecido em três direções.
27

Ilustração 3 (Osteótemos de SUMMERS)


(Fonte: Instrumentarsolinger, 2020)

Ilustração 4 (Osteótemos de SUMMERS modificado para cristas estreitas)


(Fonte: Rui Jorge Cardoso da Silva Miranda, 2013)
As principais vantagens desta técnica estão no fato de possibilitar a instalação
dos implantes no mesmo ato operatório, o que diminui o número de procedimentos
cirúrgicos nos pacientes e, principalmente, no fato de não necessitar de área doadora
para remoção de enxertos, o que diminui a morbidade e o índice de complicações para
os pacientes. (WAECHTER, J. et al; 2017) (GONZÁLES-GARCIA, R. et al; 2011)
(TENG, F. et al; 2014)
Este procedimento é com certeza menos invasivo que os enxertos ósseos e
confere o mínimo de trauma para colocação simultânea do implante (NISHIOKA;
28

SOUZA, 2009), que deve ser ligeiramente maior em diâmetro que sítio criado pelo
expansor (SCIPIONI et al; 1994).
5.2.1 A TÉCNICA DE EXPANSÃO ÓSSEA
Com relação à técnica, essa expansão óssea se da através do uso de espaçadores
que tem um diâmetro crescente e são sequencialmente e suavemente inseridos no leito
ósseo para expandir a área onde o implante será inserido. A cada espaçador inserido,
osso é empurrado lateralmente e o alcance de sua dilatação horizontal é controlada e
padronizada (NISHIOKA; KOJIMA, 2011).
Desta maneira logo após a compressão da parede medular óssea contra as
paredes corticais acabam criando uma expansão óssea da parede vestibular, fazendo
com que aja uma melhora notável na densidade óssea onde a técnica é realizada e na
estabilidade primária do implante colocado.

5.2.2 VANTAGENS DA ÓSTEO EXPANSÃO


Sobre as vantagens da ósteo-expansão, a expansão alveolar melhora
substancialmente as dimensões da crista alveolar e o posicionamento horizontal dos
implantes.
Este procedimento ainda pode melhorar a qualidade óssea tipos III e IV na
maxila. A condensação lateral do osso aumenta a densidade e melhora estabilidade
primária, considerada uma das principais razões para o sucesso da osseointegração
(PÉREZ et al; 2006).

5.2.3 CONTRA-INDICAÇÃO COM RELAÇÃO A ÓSSEOEXPANSÃO


Apesar dos resultados promissores, a técnica de expansão alveolar não é
indicada para todas as situações. Para o sucesso há necessidade de paredes corticais e
medulares bem definidas, caso contrário a técnica não permitirá o afastamento das
paredes corticais (PARK, 2010).

5.3 OSSEODENSIFICAÇÃO
A osseodensificação é um técnica, que foi introduzida pelo Dr. Salah Huwais,
periodontista de Michigan, EUA em 2013, com o objetivo de realizar a preparação
biomecânica do local do implante. O procedimento é caracterizado pela baixa
29

deformação plástica do osso que é criado pela rotação e o contato deslizante usando
uma broca de densificação que é desenhada de forma a densificar o osso com elevação
mínima de calor (HUWAIS, S. 2013).

5.3.1 A TÉCNICA DA OSSEODENSIFICAÇÃO


A técnica é feita utilizando brocas especialmente projetadas para o
procedimento, sendo estas as brocas Densah Bur™ (Ilustração 5), que ajudam a
densificar o osso enquanto ao mesmo tempo prepara a osteotomia. (HUWAIS, S. 2014)

Ilustração 5 (Kit de brocas Densah Bur™)


(Fonte: ©2015 Huwais IP Holdings LLC. Todos os direitos reservados.
Versah e Densah são marcas registradas da Huwais IP Holdings LLC.
FEV 2016 REV. 01)

Estas fresas possuem quatro ou mais áreas e ranhuras que suavemente


compactam o tecido ósseo. São desenvolvidas com ápice em cinzel cortante e corpo
cônico, o que proporciona um aumento controlado e gradativo no diâmetro da
perfuração conforme se aumenta a profundidade (HUWAIS, S. 2014).
As brocas Densah Bur™, permitem a preservação e condensação óssea através
do autoenxerto promovido pela compactação durante a preparação de osteotomia, onde
as brocas com laminas de alta precisão cortam o osso no sentido-horário e o densifica
no sentido anti-horário (Ilustração 6), aumentando assim a densidade óssea nas áreas
peri-implantares e melhorando então a estabilidade mecânica do implante (HUWAIS,
S.; MEYER, E.; 2016).
30

Ilustração 6 (Ação da broca na osseodensificação)


(Fonte: ©2015 Huwais IP Holdings LLC. Todos os direitos reservados.
Versah e Densah são marcas registadas da Huwais IP Holdings LLC.
FEV 2016 REV. 01)
Diferente da tradicional osteotomia, a osseodensificação não escava osso, mas sim
compacta e autoenxerta, simultâneamente as partículas ósseas em uma direção externa
para criar a osteotomia, preservando assim o tecido ósseo vital. Isso se da pelo uso das
brocas especializadas. A broca quando usada em alta velocidade, no sentido anti-horário
e com uma irrigação externa constante cria um denso tecido ósseo que é compactado ao
longo das paredes da osteotomia (MEYER, E.G; HUWAIS S; 2014).
É de suma importância uma abundante irrigação com solução salina. O efeito de
lubrificação da superfície da fresa e a compressão hidrodinâmica são determinantes para
o processo de densificação. (MEYER, E.G. et al; 2015)

5.4 PROCENDIMENTOS EM IMPLANTODONTIA SEGUNDO A


METODOLOGIA DA OSSEODENSIFICAÇÃO.

5.4.1 PLANEJAMENTO PRÉVIO:


Como em outros procedimentos cirúrgicos, na colocação de implantes, antes de
se iniciar qualquer tratamento, é feito um planeamento prévio. Para este efeito são
realizadas medições podendo-se recorrer a impressões prévias feitas com alginato, para
obter os modelos de estudo, de modo a conseguir efetuar uma avaliação adequada do
31

espaço entre as arcadas dentárias. Desta forma é possível determinar o tipo de oclusão
e a direção das forças no local do futuro implante. São também feitas medições desde a
crista óssea aos limites da osteotomia, nomeadamente, o canal dentário ou o pavimento
do seio maxilar, através da ortopantomografia (ELMAGHRABI, 2018).
5.4.1.2 CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE
Deve se também avaliar o estado geral de saúde do paciente, através de
um questionário criado pela Sociedade Americana de Anestesiologia onde
temos seis estágios para classificação dos pacientes, são estes:
➢ ASA I – Paciente saudável.
➢ ASA II – Paciente com doença sistémica moderada.
➢ ASA III – Paciente com doença sistémica severa.
➢ ASA IV – Paciente com doença sistémica severa e em risco de vida
constante.
➢ ASA V – Paciente moribundo que só sobreviverá se for submetido a
uma intervenção cirúrgica.
➢ VI – Paciente com morte cerebral declarada e que os órgãos serão
removidos para doação
Os paciente que entram na categoria de ASA I podem passar pela
implantontia sem a necessidade de uma avaliação medica prévia. ASA II e ASA
III necessitam de solicitação medica. Pacientes ASA IV são contra indicados de
fazer a cirurgia, e os pacientes que se encaixam como ASA V e ASA VI ficam
entao impossibilitados de fazer o tratamento (SAKLAD, M; 1941) (LITTLE,
J.P., 1995).

4.4.2 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO.


Já durante a intervenção devem-se fazer medições, com um paquímetro ósseo,
para confirmar, a largura da crista alveolar no local onde será colocado o implante. Estas
medições serão feitas a cerca de 0,5 a 1 mm abaixo da margem da crista. As medidas
da largura do rebordo alveolar serão repetidas no segundo estágio da cirurgia.
Segue-se a fase cirúrgica. Os procedimentos são realizados em condições
estritamente assépticas; os pacientes são anestesiados, em geral recorre-se a anestesia
local (como por exemplo hidroclorito de articaína a 4%), podendo, no entanto, nas
32

situações em que se prevê a colocação de múltiplos implantes e quando o doente não


tolera o procedimento sobre anestesia local recorrer-se a anestesia geral. Começa-se
então por fazer uma incisão horizontal, estendendo-se está a toda a área desdentada,
acrescida de um dente mesial e distal, a reabilitar, terminando com uma incisão de
descarga perpendicular ao eixo da crista. Na etapa seguinte o retalho mucoperiosteal de
espessura total é levantado com exposição completa do osso alveolar, e a largura óssea
é reconfirmada. Exposta a crista óssea, inicia-se a perfuração com a broca piloto para
atingir a profundidade desejada (velocidade de broca 800-1500 rpm com irrigação
abundante). Terminada a perfuração inicia-se a fase de osseodensificação, começando-
se com a broca Densah Bur de menor diâmetro a uma velocidade de perfuração, no
sentido anti-horário, de 800-1500 rpm e irrigação abundante. A progressão da broca
efetua-se com um movimento de vai e vem em pulsos sucessivos, até que a
profundidade estipulada é atingida incrementando-se sequencialmente as brocas
Densah Burs até ao diâmetro estabelecido. No final da preparação da osteotomia o
diâmetro obtido deve ser 0,5 e 0,8 mm (0,2 a 0,5 para osso duro) inferior ao diâmetro
do implante que queremos colocar. Na colocação de implantes no maxilar superior
quando o operador sente o feedback táctil da broca é porque se atingiu o pavimento
denso do seio maxilar, neste ponto deve parar e confirmar a primeira posição vertical
da broca com uma radiografia. Segue-se a colocação do implante usando o mesmo
motor finalizando no ajuste em profundidade utilizando uma chave com medição de
torque. Finaliza-se colocando parafusos como tampa sobre o implante e encerra-se o
retalho por meio de suturas. Se a espessura, na boca da osteotomia, que resulta da OD
for menor de 1 mm completa-se com enxerto ósseo e procede-se à cobertura total do
parafuso com mucosa gengival. O encerramento dos retalhos de mucosa gengival é
efetuado com sutura reabsorvível de quatro zeros (ELMAGHRABI, 2018).

4.4.3 PÓS OPERATÓRIO


No pós-operatório é recomendada a aplicação de sacos frios sobre a pele
adjacente ao local tratado, aplicação de 20 minutos de 30 em 30 minutos, nos primeiros
2 dias. A higiene oral tem de ser particularmente cuidada sem traumatizar a área
cirúrgica, preconiza-se a aplicação de gel de clorexidina durante 2 semanas, dieta mole,
antibioterapia com amoxicilina com ácido clavulânico 1200 mg 12/12h a iniciar 1h
antes do procedimento, manter 5 dias, ibuprofeno 600mg 3/dia. Retiram-se as suturas
33

passadas 2 semanas. A colocação das coroas é efetuada ao fim de 6 meses


(ELMAGHRABI, 2018).
4.5 VANTAGENS DA OSSEODENSIFICAÇÃO
Huwais demonstrou que a osseodensificação ajudou a expansão da crista
enquanto mantem a integridade do rebordo alveolar, permitindo assim colocação de
implante em osso autógeno, também alcançando estabilidade primária adequada. A
técnica preserva o osso em massa e encurtou o período de espera da cicatrização.
(HUWAIS, S. 2015). No quadro abaixo podemos conferir algumas das inúmeras
vantagens da osseodensificação e suas características.

Quadro 2 (Vantagens da osseodensificação)

VANTAGENS CARACTERÍSTICAS

Aceleração da Preservando o tecido ósseo, o processo de cicatrização fica mais


cicatrização rápido por conta da matriz óssea e células presente no tecido, e
as mesmas são todas autoenxertada durante a o processo de
osteotomia;

Compactação Por manter maior parte do osso condensado decorrente do


autoenxerto a área de contato entre implante e osso se torna
maior;

Estabilidade do Cria uma expansão do rebordo, tornando o alvéolo o mais


implante integro possível, diminuindo consideravelmente o tempo de
recuperação;

Preservação de Assim fazendo com que o processo de cicatrização se torne mais


osso medular rápido;

Tensão residual Os movimento da broca, permitem uma irrigação maior nas


paredes, tornando o processo de plasticidade e expansão óssea
mais fácil.

(Fonte: HUWAIS, S; 2013; 2015; 2016)


34

5.6 DESVANTAGENS E CONTRA INDICAÇÕES SOBRE A


ÓSSEODENSIFICAÇÃO

Deve ser totalmente descartada a hipótese de se aliar a essa técnica na presença


de xenoenxertos, por possuir apenas conteúdos inorgânicos, o mesmo tem um
funcionamento diferente do tecido ósseo tornando seu volume nula de viscoelasticidade.
Cristas ósseas com tecido predominantemente corticais possuem um índice de
vascularização que não permitem a densificação do tecido e o efeito pode ser de
remodelação, necrose e consequente perda da superfície desejada (PIATTELLI, A. et
al; 1998) (LOPEZ, C.D. et al; 2017).
35

6 DISCUSSÃO

O edentulismo possui uma alta taxa de prevalência no brasil e é considerado um


problema de saúde pública no Brasil (IBGE, 2015).
A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde, mostra que, aos 28
anos de idade, os brasileiros, em média, já perderam 5 dos 32 dentes. (GNATUS, 2020)
De acordo com NISHIOKA E SOUZA (2009) a falta de tecido ósseo podem estar
associadas há inúmeros fatores, sendo estes desde a perda dentária até a acidentes
envolvendo traumas oclusais.
Faverani e colaboradores (2011), dizem que, técnicas bem conduzidas, sendo estas
tanto em âmbito cirúrgico como também protético promovem uma maior taxa de
sucesso com relação a implantodontia.
Com a necessidade de corrigir grandes ou até mesmo pequenas falhas ósseas para
a inserção de um implante, as técnicas de ganho ósseo tem sido muito avaliadas e
criteriosamente selecionadas para cada devido caso.
Ainda há uma grande discussão e controvérsias com relação ao uso de materiais
para se ter um ganho de tecido ósseo, tendo o implantodontista a decisão de usar tanto
o osso autógeno como também materiais alógenos e aloplástico. Entretanto, os melhores
resultados foram relatados com o osso autógeno, por sua capacidade osteogênica e
osteoindutora, além não desencadear uma resposta imune específica, tornando-o o
material de enxertia ideal. (Y-S, JUNG, et al; 2003)
Seguindo essa linha eis que o Dr. Robert B Summers em 1994 criou uma técnica
conhecida como ósteoexpansão, no qual não apenas desenvolveu a técnica, mas também
os instrumentos necessários para a desenvoltura da mesma. (SUMMERS, R.B, 1994) e
uma das principais vantagens dessa técnica é a possibilidade de instalar o implante sem
a necessidade de um procedimento cirúrgico de reconstrução tecidual com enxertos, ou
seja, a instalação do implante pode ser feita no mesmo ato operatório da técnica. O que
facilitou bastante para os pacientes e aumentou muito a taxa de sucesso do implante
pois o mesmo manipulava o osso no local da osteotomia, então a aceitação do tecido
era melhor.
Apesar dos resultados promissores, a técnica de expansão alveolar não é indicada
para todas as situações. Para o sucesso há necessidade de paredes corticais e medulares
bem definidas, caso contrário a técnica não permitirá o afastamento das paredes
36

corticais (PARK, 2010).


Eis que em 2013 chega na cena o Dr. Salah Huwais, periodontista de Michigan,
propondo uma nova técnica com objetivo de realizar uma preparação biomecânica do
local do implante. Isso se da através das brocas que o próprio Huwais criou, as brocas
então batizadas de Densah Bur™ permitem a preservação e condensação óssea através
do autoenxerto. E isso acontece de forma simultânea, a broca foi confecionada a fim de
cortar o osso no seu sentido horário e densificar a área óssea ao seu redor no sentido
anti-horário melhorando então a estabilidade mecânica do implante (HUWAIS, S.;
MEYER, E.; 2016).
A técnica apresenta muitos pontos positivos como por exemplo aceleração do
quadro da cicatrização, através da preservação óssea e aumento da estabilidade
primária. (HUWAIS, S. 2015) Mas como contraponto podemos citar que cristas ósseas
onde temos uma predominância de tecido com osso cortical ficam contraindicados o
uso dessa técnica pois apresentam um índice de vascularização que não permite a
compactação fazendo assim com que não exista uma densificação inclusive podendo
levar até necrose do tecido (LOPEZ, C.D. et al; 2017).
37

7 CONCLUSÃO

Com o presente trabalho pude aprender um pouco mais sobre o mundo da


implantodontia, levando em conta muitos aspectos importantes, sendo ele desde a
escolha da plataforma do implante, sendo os cone morse os ideais pois são os que
promovem um melhor selamento contra bactérias, até a anamnese onde devemos ,
conferir toda a história médica do paciente, descobrir se o mesmo não apresenta alguma
morbidade ou alguma condição autoimune que o impeça de seguir com o tratamento,
ou se à possibilidade de estabilização para depois tratar. Tudo pode interferir no pós
cirúrgico, se o paciente possuir hábitos deletérios devemos alerta-lo antes da cirurgia
dos possíveis riscos envolvidos no pós cirúrgico.
Concluí também que o enxerto ideal são os enxertos do tipo autólogos, ou seja que
vem de nós mesmo, pois possuem uma taxa de aceitação maior por serem osteogênicos,
osteoindutores e osteocondutores. E com relação a técnica, a mesma deve se apresentar
a mais conservadora possível e com avaliação de alguns fatores, presença ou não de
inflamação, quantidade e qualidade óssea, uso ou não de enxerto.
A técnica de osseodensificação atualmente é a que se mostra mais benéfica com
relação a taxa de sucesso, pois a mesma não é de forma alguma evasiva com relação a
perda óssea, pois todo o material “subtraído” no momento da osteotomia acaba indo
parar nas próprias paredes das regiões periimplantares, promovendo assim um
autoenxerto, o que é ótimo para o implante. Além desse benefício não podemos deixar
de esquecer que essa técnica ela tem um tempo de resultado menor, quase metade do
tempo das técnicas que estão disponíveis atualmente, apesar de ser recente a sua
apresentação, tem trazido resultados promissores com relação as taxas de sucesso.
38

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