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MBA ENGENHARIA RODOVIÁRIA

Prof. João Paulo Silva

Unidade 1 – Tópicos sobre


Terraplenagem e Compactação
Compactação
Compactação
AÇÃO MECÂNICA
REDUÇÃO DE ÍNDICE DE VAZIOS

COMPACTAÇÃO - REDUÇÃO DOS SEUS VAZIOS PELO EXPULSÃO


DO AR, RÁPIDO.
CONSOLIDAÇÃO - REDUÇÃO DOS SEUS VAZIOS PELO EXPULSÃO
DA ÁGUA, LENTO.
Com diminuição dos vazios, espera-se uma tendência de redução da
variação dos teores de umidade, da compressibilidade, da permeabilidade
e aumento da resistência ao cisalhamento.

Solo compactado

Solo não-compactado
Compactação
Compactação

A compactação é um processo de estabilização de solos


utilizado em diversos tipos de obras de engenharia - Aterros
Rodoviários e Barragens De Terra, onde o solo é o próprio
material resistente ou de construção.

A primeira contribuição significativa ao estudo da


compactação foi dada por Ralph Proctor, em 1933. Ele
descobriu a relação entre massa específica seca, o teor de
umidade e a energia de compactação.
Energia de compactação
Tendo em vista o maior peso dos equipamentos de
compactação atuais e necessidade de esforços de
compactação maiores surgiu o ensaio modificado de
Proctor, com amostra compactada em cinco camadas sob
um peso do soquete maior. Posteriormente foi adotada uma
energia de compactação intermediária aos ensaios de
Proctor normal e modificado.
ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO (PROCTOR)
Energia
Características inerentes a cada
Cilindro
energia de compactação Normal Intermediária Modificada

Pequeno Grande Grande


Soquete P = 2,5 kg P = 4,54 kg P = 4,54 kg
Pequeno
D = 10cm h = 30,5 cm h = 45,7 cm h = 45,7 cm
h = 12,73cm
Número de camadas 3 3 5
V = 1000cm³
Número de golpes por camada 26 21 27

Grande Soquete Grande Grande Grande


D = 15,24cm Número de camadas 5 5 5
h = 11,43cm
V = 2085cm³ Número de golpes por camada 12 26 55

NBR 7182 (atualizada em 2020). Solo - Ensaio de compactação


ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO (PROCTOR)
Ensaio de Volume do Massa do martelo Altura de queda Número de Número de golpes
Proctor cilindro (cm3) (kg) do martelo (cm) camadas por camada

Normal 1000 2,500 30,5 3 26

Ec = Energia de Compactação
P – peso do soquete
H – altura de queda do soquete
n – número de camadas
N – número de golpes do soquete
V - volume do cilíndro
EXERCÍCIO
Quantos golpes por camada de um compactador do tipo "sapo", com massa de 108 kg, aplicado
em uma altura de queda 40 cm e sapata medindo 30x30cm, serão necessários para desenvolver
uma energia de compactação igual a do Proctor Normal se a compactação for feita em camadas
de 20 cm?

30cm
30cm

sapata
VALORES TÍPICOS A PARTIR DA CURVA DE COMPACTAÇÃO
Tipo de solo Valores típicos
gd, max (g/cm3) wot (%)
Areia bem graduada 2,2 7

Argila arenosa 1,9 12

Areia mal graduada 1,8 15

Argila com baixa plasticidade 1,8 15

Silte não-plástico 1,7 17

Argila com alta plasticidade 1,5 25


Exemplo: ensaio de compactação
n Os resultados de um ensaio de compactação estão mostrados na tabela abaixo. Determinar o peso específico seco
máximo e o teor de umidade ótimo.

1.85

rd,max = 1.825 g/cm3


1.80

1.75
rd (g/cm3 )

1.70
MECANISMO RUIM!!!!!!!
1.65
Nunca se deve ligar os
pontos! 1.60

1.55

wot = 15.4 %
1.50
11 12 13 14 15 16 17 18 19
w (%)
1º - manual, fazendo
leitura no gráfico
Massa específica aparente seca
MÁXIMA = 1,815 g/cm³

Quais são os padrões ÓTIMOS de


compactação desse solo?

Wót (Umidade ÓTIMA) = 15,6 %


2º - Resolvendo a equação por derivação
Y = - 251,74 x + 39,645

Encontramos as raízes:

- 251,74 x + 39,645 = 0
x = 39,645/251,74
x = 0,1575
Mas como “x” é umidade, então, basta
multiplicar por 100, logo x = 15,75%

Agora, com o valor de “X”, substitui na


equação original
Y = -125,87 x² + 39,645 x – 1,3061

Y = -125,87 (15,75)² + 39,645 (15,75) – 1,3061


PADRÕES ÓTIMOS
Wót = 15,75% Y = 1,82 g/cm³
Ɣd máx = 1,82 g/cm³
3º - Resolvendo a equação por BÁSKARA TERMO a = -125,87
TERMO b = 39,645
TERMO c = -1,3061
Δ = 914,13

Xv = -b / 2a
Yv = - Δ / 4a

PADRÕES ÓTIMOS
Wót = 15,75%
Ɣd máx = 1,82 g/cm³
COMPACTAÇÃO
EM CAMPO
Compactação de um aterro para viaduto –
Técnica Terra Armada

http://www.muroarmado.com.br/solo-reforcado-terra-armada.html
Compactação de um aterro vias locais - urbana

http://dynapac.blog/
Compactação de um aterro estradas não urbanas (rurais)

https://www.blogsoestado.com/
PRINCIPAIS
EQUIPAMENTOS
Motoniveladora – popularmente conhecida como Patrol ou Patrola
Escarificador de solos
Escarificação
Caminhão espargidor de água – conhecido como Caminhão ‘Pipa’
Pá-carregadeira – também conhecida com Pá-mecânica
Caminhão basculante – transporta e despeja o material
Caminhão basculante do tipo Fora-de-estrada

US$ 6 milhões
Pneus com 4 metros de altura, que
custam US$ 40 mil cada.
V máx = 70km/h

Caterpillar série 797F - só sua capacidade de carga pode chegar a 400


toneladas, o suficiente pra carregar um Boeing 747 lotado.
Escavadeira
Retroescavadeira com pá carregadeira
Equipamentos de compactação

n Soquetes

n Utilizados em locais de difícil acesso


n Espessura das camadas de 10 a 15 cm

Soquete mecânico (Sapo)


Equipamentos de compactação
n Equipamentos vibratórios: placas vibratórias

n Recomendados para a compactação


de solos grossos
n Recomendados para a compactação
de áreas restritas
n Espessura da camada: 20 a 25 cm
Rolos dentados (tipo patas ou Pé-de-carneiro)
n Recomendados para a compactação de solos
argilosos
n Espessura das camadas: 15 cm
n Solos finos: 4 a 6 passadas
n Solos grossos: 6 a 8 passadas

Tandem simples = somente 1 cilindro


compactador

Tandem duplo = 2 cilindros compactadores


Rolos lisos ou de tambor liso (vibratório)

Tandem simples = somente 1 Tandem duplo = 2 cilindros


cilindro compactador compactadores

n Recomendados para a compactação de solos arenosos


n Recomendados para a compactação do subleito, base e
capeamento de estradas
n Espessura das camadas (sem vibração): 5 a 15 cm
n Espessura das camadas (com vibração): 20 a 25 cm
n Equipamentos estáticos: rolos pneumáticos
n Cobertura sob pneus de 70% a 80%
n Pressão de contato: 600 a 700 kN/m2
n Recomendados para a compactação de capas
asfálticas
n Recomendado também para a compactação de
bases e sub-bases arenosas ou argilosas de
estradas
CONTROLE DE
COMPACTAÇÃO EM
CAMPO
Como saber se os resultados da
obra estão de acordo com o
projeto?
O controle de compactação é feito, com base nos dois parâmetros
principais que foram obtidos no LABORATÓRIO e que fazem parte do
PROJETO, ou seja:

Será que Wót e ɣdmáx


foram respeitados na obra?
COMO OBTER OS RESULTADOS DE UMIDADE E MASSA
ESPECÍFICA APARENTE NO CAMPO???
Para Umidade, executa-se o teste RÁPIDO, conhecido como SpeedyTest
Daí, se obtém a Umidade de Campo = Wcampo
COMO OBTER OS RESULTADOS DE UMIDADE E MASSA
ESPECÍFICA APARENTE NO CAMPO???
Para MASSA ESPECÍFICA APARENTE, executa-se o teste com o FRASCO
DE AREIA, ou seja, obtém-se a Densidade In-situ

https://www.termaxpavimentacao.com.br/ensaios-de-solo-subestacao-de-energia-luziania-go/
EXEMPLO REAL
Um aterro rodoviário, de uma camada de base foi compactado, utilizando solo de uma jazida que foi estudada, cujos
resultados de projeto indicaram:

Umidade ótima 11,92%


Massa específica
aparente seca. 1,91 g/cm³
Máxima
Os resultados de campo indicaram:
DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE "IN SITU"
LOCAÇÃO EIXO BD EIXO BE EIXO BD
PES O DO FRAS CO ANTES (g) 7000 7000 7000 7000 7000 7000
PES O DO FRAS CO DEPOIS (g) 4980 4912 4943 4928 4959 4965
PES O DA AREIA (g) 2020 2088 2057 2072 2041 2035
CONS TANTE DO FUNIL (g) 508 508 508 508 508 508
PES O DA AREIA NO FURO (g) 1512 1580 1549 1564 1533 1527
VOLUME ES P. DA AREIA 1,301 1,301 1,301 1,301 1,301 1,301
VOLUME DO FURO (cm³) 1162,18 1214,45 1190,62 1202,15 1178,32 1173,71
PROFUND. DO FURO 18cm 18cm 18cm 18cm 18cm 18cm
RECIPIENTE Nº 1 1 1 1 1 1
PES O DO S OLO + RECIP. (g) 2578 2643 2609 2623 2593 2587
PES O DO RECIPIENTE (g) 100 100 100 100 100 100
PES O DO S OLO ÚMIDO (g) 2478 2543 2509 2523 2493 2487
DENS IDADE S OLO ÚMIDO (g/cm³) 2,13 2,09 2,11 2,10 2,12 2,12
UMIDADE S PEEDY (%) 11,0% 9,0% 10,0% 11,0% 9,9% 10,0%
DENS IDADE S OLO S ECO (g/cm³) 1,92 1,92 1,92 1,89 1,93 1,93
COMO SABER SE FICOU BOM???

• Determinando o Grau de compactação (GC)


Resultados da análise
GRAU DE COM PACTAÇÃO 1 2 3 4 5 6
g dcampo
1,92 1,92 1,92 1,89 1,93 1,93
g d máxlaboratório 1,91 1,91 1,91 1,91 1,91 1,91
GC % 100,4% 100,4% 100,1% 98,8% 100,6% 100,7%

Aprovo ou reprovo?
Onde e quantos pontos deverão ser analisados na obra?
Camada de BASE em rodovias Federais NORMA DNIT 141/2010 - ES
UMIDADE: ANTES DE COMPACTAR: 1 (um) ensaio de teor de umidade do
material, imediatamente antes da compactação, por camada, para cada 100 m de
pista a ser compactada, em locais escolhidos aleatoriamente.
APÓS COMPACTAR: 1 (um) ensaio de teor de umidade do material, para cada local
de Massa específica aparente seca “in-situ” Tolerância: ± 2 pontos percentuais em
relação à umidade ótima
MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA “in-situ”: No mínimo 1 (um) ensaio para cada 100
m de pista, por camada;
Para pistas de extensão limitada, com áreas de no máximo 4.000 m², devem ser
feitas pelo menos cinco determinações por camada, para o cálculo do grau de
compactação (GC).
Os pontos devem ser escolhidos em locais aleatórios.
Não devem ser aceitos valores de grau de compactação inferiores a 100%
Onde e quantos pontos deverão ser analisados na obra?

NORMA DNIT 139/2010 - ES

Camada de Sub-base em rodovias Federais

Deverá seguir os mesmos preceitos da camada de Base.


Onde e quantos pontos deverão ser analisados na obra?
Camada de Reforço de Subleito em rodovias Federais
NORMA DNER ES 300/97
Deverá seguir os mesmos preceitos da camada de Base.
Compactação de campo
Graus de compactação recomendados:

Finalidade Recomendação

Aterro sob fundação de 90-95% do Proctor modificado


prédio 95-100 % do Proctor normal
Barragem de terra 95-100 % do Proctor modificado
Transformação de condições
de Laboratório (Projeto)
para Campo (Obra)
1 - Quantas passadas do Rolo
compactador devo fazer?
2 - Qual velocidade adotar?
1º passo: QUAL ROLO COMPACTADOR ESTARÁ DISPONÍVEL?

Escolha o Rolo compactador e anote as informações técnicas dele


Espessura da camada

Número de passadas
Largura do tambor

Velocidade do rolo
2º passo: QUAL FATOR

Eficiência do rolo
DE EFICIÊNCIA?

3ºpasso: QUAL VELOCIDADE?

4ºpasso: QUAL ENERGIA


DE COMPACTAÇÃO?

Fonte: SOTOMAYOR, W. R. R. Sobre a


Estimativa de Produção de Equipamentos de
Construção de Pavimentos Rodoviários.
Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-
graduação em Engenharia Civil, Arquitetura
e Urbanismo. Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP. Campinas, SP. 2008.
Sotomayor (2008), pág. 93
FATORES QUE INFLUEM NA COMPACTAÇÃO
- ENERGIA DE COMPACTAÇÃO:

Onde
N = número de passadas
P = peso do rolo;
v = velocidade do equipamento de compactação, em Km/h
e = espessura da camada, em cm
Ec = energia de compactação, em kg/cm²
Para obtenção de maiores graus de
compactação, deve-se pela ordem tentar:
a) aumentar o peso (P) do rolo;
b) aumentar o número (N) de passadas ;
c) diminuir a velocidade (v) do equipamento de
compactação ;
d) reduzir a espessura (e) da camada.
EXEMPLO
Calcular a produção de um rolo compactador modelo CP533E, para
uma extensão de 200metros de pista, de uma subcamada de BASE.
Dados iniciais:
• O rolo tem 6.240kg de massa; 2,134m de largura; velocidade máxima 12km/h, entretanto,
a velocidade recomendada fica entre 4 e 6km/h (vamos usar 6kh/h)
• A espessura de compactação está entre 15 e 35cm (vamos adotar 35cm)
• O fator de eficiência desse rolo está em torno de 0,7
• A energia de compactação é Modificada, então Ec = 28,0 kg/cm²
𝐸𝑐 . 𝑣 . 𝑒 28 . 6 . 35
ENTÃO: 𝑁= 𝑁= 𝑁 = 0,94
𝑃 6240
Cada passada significa 1 ciclo

1 ciclo (1 “fecha”) = 1 ida + 1 volta

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