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QUARTA IGREJA PRESBITERIANA DE GARANHUNS

Série de Estudos em Colossenses


Estudo 13
As marcas do ministério de Paulo – Parte 1

²⁴ Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na
minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja; (Cl 1:24)

Paulo agora dá seu testemunho acerca da excelência do seu ministério. Russell Shedd destaca
quatro marcas do ministério de Paulo: um ministério de alegre sofrimento (1.24), um ministério de
serviço (1.25–27), um ministério pastoral (1.28) e um ministério de trabalho (1.29–2.1–4).

Hoje estudaremos a 1ª marca

1- Um ministério de alegre sofrimento (1.24)

Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na
minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja;

Sofrimento e alegria parecem ser coisas mutuamente exclusivas. É quase inconcebível para a mente
pós-moderna aceitar a ideia de alegria no sofrimento. Paulo é um cristão e não um masoquista. Ele
não tem prazer no sofrimento. Então, por que ele se regozija no sofrimento? É possível ficar alegre
no sofrimento?

Por que Paulo está sofrendo e, mesmo assim, ainda é feliz?

Por que e por quem Paulo está sofrendo?

Em primeiro lugar, o sofrimento de Paulo é por causa de Cristo (1.24).

O apóstolo Paulo escreve: “… e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne…”.
Warren Wiersbe afirma que o sofrimento de Cristo chegou ao fim, mas Seu corpo, a Igreja, ainda
sofre ao permanecer firme na fé. No céu, o cabeça da Igreja sente o sofrimento de Seu povo (At 9.4).
Paulo suportava sua parcela de aflições, como outros o fariam depois dele. Se o mundo perseguiu a
Cristo, perseguirá a nós também.

Os sofrimentos de Cristo a que Paulo faz menção aqui não correspondem ao Seu sofrimento
expiatório. Esse foi completo, cabal e não pode ser completado (2.14; Jo 19.30; Hb 10.11–14).
Russell Shedd diz que essas são as aflições relacionadas ao testemunho cristão.

Assim como o mundo perseguiu a Cristo, persegue a Igreja por causa de Cristo. Assim, as
perseguições aos filhos de Deus são inevitáveis (2Tm 3.12). As aflições de Cristo são a herança dos
cristãos. A Igreja não é mais fiel por ser mais perseguida, porém é mais perseguida por ser
mais fiel.

Os apóstolos se alegravam em sofrer por Cristo (At 5.41). O apóstolo Paulo diz que recebemos o
privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por Ele (Fp 1.29). Quando o cristão
sofre por causa de Cristo, deve considerar isso uma honra (1Pe 4.15,16). Cristo disse que aqueles
que sofrem por Ele são bem-aventurados (Mt 5.10–12).

Desta maneira podemos verificar que Paulo teve três tipos de sofrimento:

a. Aflições provocadas por inimigos de Cristo (1.24). Paulo enfrentou acusações falsas, motins,
conspiração, açoites, cadeias e prisões. Tanto os judeus como os gentios se voltaram contra ele. Foi
colocado no banco dos réus e condenado à morte.
b. Sofrimento de cansaço (1.29). Ele diz: “Para isso é que eu me afadigo, esforçando-me o mais
possível…”. Paulo teve uma agenda congestionada e uma alma atribulada. Enfrentou pressões
externas e temores internos. Suas mãos jamais foram remissas no trabalho. Cruzou desertos
inóspitos, navegou mares encapelados, percorreu rincões longínquos e pregou a Palavra em
liberdade e em prisão, com saúde e também doente, de dia ou de noite. Trabalhou no limite de suas
forças e jamais deixou que o cansaço ou o esgotamento físico e mental paralisassem sua ação.

c. Sofrimento na luta de oração (1.29; 2.1). Paulo agonizava em oração em favor da Igreja. Orar
para ele era entrar numa batalha agônica (1.29; 2.1). Se ainda houver na igreja líderes dispostos a
sofrer na carne, no campo mental e, acima de tudo, na luta espiritual em oração, pode-se ainda
esperar grandes investidas contra o território do inimigo.

Em segundo lugar, o sofrimento de Paulo é por causa dos gentios (1.24; 2.1). “O apóstolo Paulo
foi escolhido apóstolo dos gentios (Ef 3.1–13) e agora estava preso em Roma por causa do seu
ministério voltado aos gentios. Em Jerusalém ele foi preso exatamente por causa do seu ministério
entre os gentios (At 21.21).

Em terceiro lugar, o sofrimento de Paulo é pela Igreja (1.24). Paulo, outrora era motivo de
sofrimento para a Igreja, agora, porém, sofre pela Igreja. Antes, ele era perseguidor da Igreja, mas
agora é perseguido por causa da Igreja. Antes lutava para destruir a Igreja, agora luta para edificar a
Igreja. A Igreja está profunda e inalienavelmente ligada a Cristo. Ela é o Seu corpo, a Sua noiva, a
Sua herdeira. O sofrimento por Cristo e pela Sua Igreja, portanto, trouxe-lhe grande alegria.

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