Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Guia de Estudos Da Unidade 4 - Anatomia Humana
Guia de Estudos Da Unidade 4 - Anatomia Humana
UNIDADE 4
ANATOMIA HUMANA
UNIDADE 4
Orientações da Disciplina
Encerrando a disciplina, temos quatro sistemas que também são importantes tão quanto os outros já
vistos nas unidades passadas. São eles:
ü Sistema Urinário;
ü Sistema Genital;
ü Sistema Endócrino;
ü Sistema Tegumentar.
2
SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário participa da manutenção da homeostase através da eliminação de restos do
metabolismo, de água e outras substâncias pela urina.
Rins
Caro(a) aluno(a), em um adulto cada rim mede aproximadamente 12cm de comprimento, cerca de 3
centímetros de espessura e 6cm de largura, pesando em média de 150 gramas.
Este órgão possui duas margens (lateral e medial), duas faces (anterior e posterior) e dois polos (superior
e inferior). A margem medial é côncava na porção média, onde encontramos o hilo renal que permite a
passagem de nervos, artéria, veia e ureter. Estas estruturas formam o pedículo renal. Acima do rim situa-
se à glândula suprarrenal (ou adrenal), que pertence ao sistema endócrino.
As especialidades médicos que estão responsáveis para estudos, tratamentos e diagnósticos são a
urologia e nefrologia.
Para sua proteção e sustentação existem estruturas como: Cápsula renal, Gordura perirrenal, Fáscia renal,
Gordura pararrenal.
Fazendo um corte coronal dividimos o rim em duas metades (anterior e posterior) vendo assim três regiões:
§ Região do Córtex renal – Mais periférica e contínua, nesta região localiza-se os glomérulos
renais;
§ Região Medula – Camada central, formado por 8 a 12 pirâmides renais. Cada pirâmide junto com
o córtex renal que a circunda forma um lobo renal. O ápice da pirâmide forma uma saliência arredondada
voltada para o seio renal chamada papila renal, final dos túbulos coletores;
3
§ Seio renal – Um espaço dentro do rim, na região central voltada para parte mais côncava
da margem medial, onde os cálices menores se convergem em cálices maiores, que se unem
formando a pelve renal.
Os glomérulos e os túbulos constituem a estrutura microscópica do rim e estão presentes nestas duas
primeiras regiões citadas. A unidade funcional do rim é chamada néfron, que é formado por:
• Glomérulo;
• Cápsula glomerular (cápsula de Bowman);
• Túbulo contorcido proximal;
• Alça do néfron – ramo descendente delgado e ramo ascendente espesso;
• Túbulo contorcido distal.
???
Você sabia?
Vários néfrons desembocam em um túbulo coletor, que este não faz parte da estrutura
do néfron, mas conduz a urina ao ápice da pirâmide para ser recolhida pelo cálice renal
menor.
4
Figura 3: O Néfron.
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-1L1Z-p6QGjM/UneguGjAHsI/AAAAAAAAAck/XcF6mZz63pU/s1600/n%C3%A9fron.jpg
Ureteres
São tubos delgados com cerca de 25cm de comprimento. Seguem inferiormente na posição retroperitoneal
do abdome e entram na pelve. Tem a função de levar a urina produzida no rim por movimentos peristálticos
até a bexiga urinária, desembocando nesse órgão pelo óstio ureteral.
O ureter tem uma luz estreita, e há três locais que normalmente apresentam constrição:
• Junção pieloureteral (JUP) (estreitamento no fim da pelve renal, em seu início);
• Cruzamento com os vasos ilíacos;
• Intramural (passagem pela parede da bexiga).
Bexiga Urinária
5
§ Colo da bexiga (Assoalho da bexiga, aonde inicia-se a uretra).
Caro(a) aluno(a), saiba que no colo da bexiga existe uma área chamada de trígono vesical. Trata-se de um
triângulo definido pelas aberturas dos ureteres e da uretra. Os dois ângulos posterolaterais são os óstios
de entrada dos ureteres. O ângulo inferior é o esfíncter interno da uretra, que veremos adiante.
A parede é formada por três camadas:
1. Mucosa, repleta de pregas ou rugas vesicais (exceto no trígono vesical) que se aplainam
com o enchimento da bexiga. Tem um epitélio de transição que varia do denso ao frouxo. O epitélio
frouxo, mais profundo, liga o denso na túnica muscular e permite o deslizamento das duas, formando
as pregas vesicais com a retração da bexiga. Está praticamente ausente no trígono vesical, onde o
epitélio denso fica firmemente aderido à túnica muscular e não forma pregas.
2. Músculo detrusor, camada espessa de músculo liso que tem grande capacidade de
distensão com a entrada de urina, ficando mais fino. Quando cheia, a bexiga adquire uma forma
esférica e se expande superiormente na cavidade abdominal.
3. Adventícia (nas faces ínfero-laterais) ou peritônio parietal (na face superior).
Figura 4 - Adaptada: Anatomia da bexiga.
Fonte: http://image.slidesharecdn.com/antomofisiologiadabexiga-111110154451-phpapp01/95/anatomia-e-fisiologia-da-
bexiga-3-728.jpg?cb=1320941101
Uretra
Constitui o último segmento das vias urinárias e funciona como uma comunicação entre a bexiga urinária
(a partir do óstio interno da uretra) e o meio exterior (óstio externo da uretra).
A uretra é um tubo formado por músculo liso e revestido internamente por uma camada mucosa.
6
???
Você sabia?
Apesar de tóxica, a urina não danifica os órgãos por onde passa porque a túnica mucosa
das vias urinárias constituída de um epitélio de transição que forma uma barreira
osmótica entre a urina e os fluidos teciduais, impermeável à acidez e toxicidade da
urina, desde os cálices renais menores até o final da uretra.
A uretra tem tamanho e funções diferentes em cada sexo. Nas mulheres, possui de 3 a 4 cm de
comprimento e seu óstio externo se abre no vestíbulo da vagina (espaço entre os lábios menores),
à frente da entrada da vagina e posterior ao clitóris. Nos homens, apresenta cerca de 20cm de
comprimento e é dividida em quatro regiões:
1. Uretra intramural – no colo da bexiga, envolvida pelo esfíncter uretral interno (involuntário);
2. Uretra prostática – passa pela próstata. Nela encontra-se o colículo seminal, uma elevação
posterior que contém os óstios dos ductos ejaculatórios, e de cada lado do colículo seminal
os seios prostáticos, aonde abrem-se os ductos prostáticos;
3. Uretra membranosa – faz conexão entre a uretra prostática e a esponjosa, passa pelo
diafragma urogenital onde está o esfíncter uretral externo (voluntário);
4. Uretra esponjosa – passa pelo corpo esponjoso do pênis e se abre no óstio externo da uretra,
localizado na glande do pênis. Nessa porção sofre uma dilatação, a fossa navicular, que
retêm resquícios de urina para proteção das vias urinárias contra microrganismos.
Enquanto na mulher funciona apenas para drenar urina, no homem a uretra transporta, em momentos
distintos a urina e o sêmen da ejaculação. Nas mulheres há uma maior chance de desenvolver infecção
urinária, porque, além de terem uma uretra mais curta, a posição de urinar aproxima a fonte de
contaminação do óstio externo da uretra, por onde penetram os microrganismos infeciosos.
SISTEMA REPRODUTOR
A capacidade de um ser vivo gerar outro ser vivo da mesma espécie. Isto é, com as mesmas características.
A espécie humana possui dois tipos de sistemas reprodutores diferenciando assim os sexos masculino e
feminino, onde sua função é a perpetuação da espécie pela reprodução. Em ambos os casos, ele começa a
se desenvolver no período embrionário e, após o nascimento, fica “adormecido”, até a fase da puberdade.
8
Figura 5 - Adaptada: O escroto: a) Funículo espermático; b)Túnicas do escroto.
Fonte: a) http://www.auladeanatomia.com/upload/site_pagina/escroto.jpg
Fonte: b) http://www.auladeanatomia.com/upload/site_pagina/epididimo.jpg
Figura 6 - Adaptada: Morfologia interna do testículo.
Fonte: http://image.slidesharecdn.com/reproductormasculinomail-150413213409-conversion-gate01/95/aparato-reproductor-
masculino-11-638.jpg?cb=1428960901
Ø Epidídimo
É uma estrutura em forma de “c”, situada contra a margem posterior do testículo, os espermatozoides
neste órgão ficam armazenados até o momento da ejaculação exercendo a função de armazenamento
e amadurecimento dos espermatozoides, os quais adquirem aí mobilidade e desenvolvem o capuz
acromático. Pode ser dividido didaticamente em:
• Cabeça (ligada à extremidade superior dos testículos pelos ductulos eferentes que se tornam
convolutos e formam os lobos do epidídimo);
• Corpo (na margem posterior do testículo, fusiona os lobos para formar um túbulo único);
• Cauda (próximo à extremidade inferior do testículo, único túbulo convoluto).
9
Ø Ducto deferente e ducto ejaculatório
Os ductos deferentes são uma continuação dos epidídimos e conduzem o espermatozoide até os ductos
ejaculatórios. Tornam-se retilíneo e com sua poderosa túnica muscular aspiram e impulsionam os
espermatozoides.
???
Você sabia?
Considerando que os epidídimos estão localizados externamente à parede da pelve e
que o ducto ejaculatório se encontra dentro da cavidade pélvica, a região que delimita
a passagem dos ductos deferentes para a pelve é chamada de canal inguinal.
Com cerca de 45 cm de comprimento, tem início na cauda do epidídimo, segue superiormente pelo funículo
espermático, atravessa o canal inguinal, entra na cavidade pélvica, arqueia sobre os ureteres e desce
posteriormente à bexiga urinária em direção à próstata.
Possui quatro porções: testicular, funicular, inguinal e pélvica, a qual termina em uma dilatação: a ampola
do ducto deferente. De cada lado da ampola encontramos as glândulas seminais que se ligam a elas para
despejar seu conteúdo no sémen.
Os ductos ejaculatórios (direito e esquerdo) são curtos e seguem dentro da próstata, abrindo-se na uretra
prostática. Eles transportam os espermatozoides juntamente com o fluido seminal.
Ø Uretra
Nos homens, ela participa também do sistema reprodutor, levando os espermatozoides dos dutos
ejaculatórios para fora do corpo. A mucosa da parte esponjosa da uretra (passa pelo corpo esponjoso do
pênis) apresenta glândulas uretrais. Elas secretam um muco que auxilia na lubrificação da uretra antes
da ejaculação.
Lembre-se que a porção intramural participa na ejaculação fechando o esfíncter interno da uretra, evitando
junção de urina ao sêmen e desvio deste para a bexiga.
Ø Glândulas seminais
Estão localizadas na face posterior da bexiga. Externamente reconhecemos a base superiormente e o
ápice inferiormente, no qual está seu ducto excretor.
São responsáveis pela produção de uma secreção viscosa que corresponde a cerca de
60% do volume do sêmen. O líquido seminal contém frutose, nutriente que melhora a motilidade do
espermatozoide.
Ø Próstata
É semelhante a uma castanha, com base superior (no colo da bexiga) e ápice inferior (no diafragma
pélvico), e está localizada inferiormente à bexiga, circundando a segunda porção da uretra. É formada
por glândulas tubuloalveolares, envolvidas por tecido fibromuscular (com músculo liso) e uma cápsula de
tecido conjuntivo.
Durante a ejaculação, o músculo liso se contrai, impulsionando a secreção prostática para o interior da
uretra.
A secreção prostática constitui cerca de 30% do volume do sêmen e também inclui substâncias e enzimas
que atuam sobre a coagulação e liquefação do sêmen e a motilidade dos espermatozoides.
10
A próstata apresenta lobos cujo posterior merece maior atenção, pela maior incidência de tumores e
por localizar-se imediatamente anterior ao reto. Esta relação anatômica permite no toque retal detectar
facilmente quaisquer alterações morfológicas sugestivas de tumores na próstata.
Ø Glândulas bulbouretrais
São semelhantes a ervilhas, bem pequenas, e estão dispostas dentro do diafragma urogenital, abaixo
da próstata. Produzem um muco que entra na porção esponjosa da uretra antes da ejaculação, para
neutralizar o pH ácido deixado na uretra por traços de urina e lubrificá-la para a passagem do sêmen.
Ø Pênis
O pênis faz parte órgão genital externo do homem. Possui a função de levar os espermatozoides para o
interior do canal vaginal, por meio dos processos de ereção e ejaculação. É constituído por três elementos
cilíndricos de tecido erétil, bem distinguível num corte transversal do pênis: dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso que é atravessado internamente pela uretra.
Pode ser dividido em três partes:
1. Raiz (fixa o pênis na pelve óssea, apresenta os corpos separados: cavernosos são os ramos do
pênis; esponjoso é o bulbo do pênis – dilatação proximal);
2. Corpo (parte livre, móvel e externa do pênis, onde os corpos estão unidos pela túnica albugínea.
Na pele a rafe do pênis continua-se com a rafe do escroto);
3. Glande (dilatação distal do corpo esponjoso, cobrindo os corpos cavernosos como um capuz. É
recoberta por uma prega de pele chamada prepúcio. Nela está o óstio externo da uretra).
Figura 7: Órgãos do sistema genital masculino.
Fonte: https://sites.google.com/site/planejamentoensinoeservico/_/rsrc/1470331288277/fisiologia-do-aparelho-reprodutor/
Anatomia%20do%20Sistema%20Reprodutor%20Masculino2~1.jpg
Vamos começar!
11
Órgãos Genitais Feminino
Ø Ovários
Medindo cerca de 3cm cada um, tem função de gametogênese e produção de Hormônios (estrogênio
e progesterona), localizada na cavidade pélvica, onde sua extremidade superior está voltada para o
infundíbulo da tuba uterina e a extremidade inferior em direção do útero.
Morfologicamente o ovário possui:
§ Extremidade superior ou tubária do ovário.
§ Margem livre ou posterior.
§ Extremidade inferior ou uterina do ovário.
§ Margem mesovárica ou anterior.
§ Face medial.
§ Face lateral.
Ø Tubas uterinas
Consiste em 2 tubos musculares de grande mobilidade, mede em média 13cm de comprimento e sua
função é transportam os ovócitos que romperam a superfície do ovário com destino a cavidade do útero.
São divididas em:
§ Infundíbulo: Porção mais distal da tuba uterina onde se abre para a cavidade peritoneal. Na sua
extremidade é formada por projeções franjadas conhecidas por fímbrias, que ficam sobre o ovário. A
Fímbria ovárica é a maior delas e liga-se diretamente ao ovário;
§ Ampola: A porção da tuba medial ao infundíbulo é chamada de ampola, onde costuma ocorrer a
fecundação;
§ Istmo: A porção mais estreita e proximal ao útero, penetrando neste.
Ø Útero
É o segundo seguimento do canal genital feminino é ímpar, mediano e recebe as duas tubas uterinas e
continua inferiormente com a vagina e posteriormente com a bexiga urinária. Tendo a função de alojar o
embrião, no qual este se desenvolve até o nascimento.
12
Seu formato lembra uma pera invertida. Em geral, é antevertido na parte superior da vagina. Mas pode
sofrer pequenas mudanças de posição em mulheres mais velhas.
Pode ser dividido em:
• Fundo – região superior e anterior, próximo às tubas uterinas;
• Corpo – porção principal;
• Istmo – região estreitada, com cerca de 1cm, entre o corpo e o colo do útero;
• Colo do útero (Cérvice) – região inferior, com uma porção que se projeta na vagina; é bastante
rígido, graças ao colágeno, impedindo que o feto passe por ele durante a gravidez.
A parede uterina é formada por três camadas:
1. Perimétrio – membrana serosa externa formada pelo peritônio;
2. Miométrio – feixes entrelaçados de músculo liso, que podem se distender muito durante a
gravidez e se contraem durante o parto e processo menstrual;
3. Endométrio – revestimento interno mucoso, dividido em:
a) Camada basal – mais rofunda adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela
porção inicial das glândulas uterinas;
b) Camada funcional – formada por tecido conjuntivo da lâmina própria pela porção final e
desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial.
Os ovários, as tubas uterinas e o útero são fixados por meio de ligamentos e mesos derivados do peritônio,
principalmente o ligamento largo. O mesovário é uma parte do ligamento largo. O ligamento que liga o
ovário à parede pélvica é chamado de ligamento suspensor do ovário e o ligamento que o conecta ao útero
é chamado de ligamento próprio do ovário.
13
Figura 9:Sistema genital feminino, corte sagital mediano.
Fonte: http://www.geocities.ws/genitalanato2002/visceras.jpg
Ø Vagina
É o último segmento do canal genital situado em parte na pelve e em parte no períneo anterior, e é o órgão
de cópula feminino. Se comunica superiormente com a cavidade uterina através do óstio externo do útero
e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina.
Saiba que ela apresenta duas paredes (anterior e posterior) que normalmente encontram-se colabadas
e formam duas margens (direita e esquerda). A vagina não tem glândulas anexas (O muco presente no
lúmen da vagina se origina das glândulas do colo do útero) e contém em três camadas:
§ Mucosa: Pavimentoso estratificado (contém pregas transversais que favorecem a distensão do
órgão e aumentam a excitação masculina na cópula);
§ Muscular: Tecido muscular Liso (elasticidade para a cópula e o parto);
§ Adventícia: Tecido Conjuntivo (revestimento externo).
Na região pélvica, a vagina envolve o colo do útero formando um recesso que circunda a porção intravaginal
do colo do útero, conhecido como fórnice da vagina. O fórnice posterior é muito mais profundo que o
lateral ou anterior e dele é coletado o muco cervical para o exame Papanicolau (prevenção contra câncer
de colo do útero).
Ø Genitália externa
A genitália externa é abundante provida de terminações nervosas sensoriais táteis, além de corpúsculos
de Meissner e de Pacini, que contribui para a fisiologia do estímulo sexual.
As estruturas reprodutoras femininas fora da vagina incluem o monte do púbis, os lábios, o clitóris e as
estruturas associadas ao vestíbulo (espaço entre os lábios menores):
§ O monte do púbis: É uma estrutura adiposa, localizada sobre a sínfise púbica. Com a puberdade,
pelos púbicos cobrem essa área;
14
§ Os lábios maiores: São dobras de pele que contém uma grande quantidade de tecido adiposo e
uma delgada camada de músculo liso;
§ Os lábios menores: São dobras da mucosa vaginal que possui tecido conjuntivo penetrado por
fibras elásticas. O epitélio pavimentoso estratificado que os cobre tem uma delgada camada de células
queratinizadas na superfície;
§ Clitóris: É um órgão alongado e erétil, localizado na parte superior da vulva. Similar ao pênis, que
é homólogo ao clitóris, este, porém não possui a divisão distal que este apresenta para a uretra e tem
função exclusivamente no prazer sexual;
§ O bulbo do vestíbulo: São duas pequenas massas pares e alongadas de tecido erétil, que se
localizam ao lado do óstio da vagina (interno aos lábios menores);
§ As glândulas vestibulares maiores: localizadas atrás do bulbo do vestíbulo, essas glândulas
possuem estruturas arredondadas ou ovoides. Elas são comprimidas e secretam muco durante a relação
sexual, consequentemente servem como lubrificante para a vagina.
Figura 10 - Adaptada: Vulva e órgãos eréteis femininos.
Fonte: http://proext.ledes.net/app/webroot/manager/titan.php?target=openFile&fileId=129
Ø Glândulas mamárias
São anexos da pele, pois seu parênquima é formado de glândulas cutâneas modificadas que se especializam
na produção de leite após a gestação.
Cada glândula mamária consiste em 15 a 25 lóbulos de glândulas túbulo-alveolar composta. Os lobos da
mama são formados por unidades menores (lóbulos), constituídas por pequenos ácinos agrupados. O leite
é secretado pelos ácinos e passa por dutos cada vez maiores até chegar aos dutos lactíferos, dentro do
mamilo. Estes dilatam-se nos seios lactíferos, que excretam o leite na papila mamária em vários orifícios.
A mama se desenvolve nas mulheres na puberdade e seu tamanho é aumentado na fase de lactação.
15
Figura 11 - Adaptada: Morfologia interna da glândula mamária.
Fonte: http://163.178.103.176/Temas/Temag7Endo/DeptoDeFisio/ATPs/PBATPEndo/PBReproduccion/PHMairebRepro/a4/
marieb1053.jpg
SISTEMA TEGUMENTAR
O sistema tegumentar consiste no revestimento do corpo. Você sabe o que compõe esse sistema?
A pele e os apêndices, isto é, pelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. Ou seja, tudo que é aparente
no corpo humano.
Ø Pele
Apesar de ser bem menos complexa que outros, ela é o maior dos órgãos humanos e representa
aproximadamente 7% do peso corporal, mesmo com uma espessura relativamente fina (de 1,5 mm a 4
mm).
Divide-se em duas camadas – a epiderme (superficial) e a derme. Logo abaixo da derme, encontra-se a
hipoderme, uma camada gordurosa, que não faz parte da pele, mas que será citada pelas funções que
desempenha junto a ela.
Certamente, você vai reconhecer as funções da pele:
1. Proteção – contrabatidas, machucados e cortes; contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta;
contra perda de água e entrada de substâncias químicas ou microrganismos invasores;
2. Controle da temperatura corporal, via capilares sanguíneos e glândulas sudoríparas;
3. Excreção – com a eliminação de ureia, sais e água pelo suor;
4. Produção da vitamina D;
5. Recepção sensorial (identificam o toque, a pressão, a temperatura e a dor na superfície do corpo).
16
Ø Epiderme
A epiderme contém quatro tipos de célula: queratinócitos, melanócitos, células epiteliais táteis e células
dendríticas.
Enquanto nas mãos e nos pés ela é naturalmente mais grossa, mais espessa (com cinco camadas), no
resto do corpo ela é mais fina, mais delgada (com quatro camadas).
Essas camadas são:
1. Estrato basal – é a camada mais profunda da epiderme (ligada à derme), contendo,
sobretudo os queratinócitos mais novos, que se dividem constantemente por mitose. Entre
eles, encontram-se algumas células epiteliais táteis que agem como um receptor tátil e as
células de melanina (que produzem o pigmento preto), variando entre 10 e 25%. A melanina
fica na superfície dos queratinócitos e protege os núcleos celulares dos raios UV (contra
danos no DNA e câncer);
2. Estrato espinhoso – é mais espesso e composto por várias camadas, formadas pela grande
quantidade de extensões espinhosas dos seus queratinócitos. Os feixes de filamentos são
constituídos por pré-queratina, uma proteína resistente à tensão. Nesse estrato, encontram-
se algumas células dendríticas, parte do sistema imune;
3. Estrato granuloso – é fino e composto por queratinócitos planos dispostos de uma a
cinco camadas. Os filamentos intermediários de pré-queratina contêm grânulos lamelares e
grânulos de querato-hialina. Quanto mais externos, mais duros se tornam os queratinócitos,
a fim de garantir a resistência da pele. Esse é o último estrato alcançado pelos nutrientes e,
a partir dele, todas as células localizadas na superfície da pele estão mortas. Nele ocorre a
apoptose (morte celular programada) e a mais alta produção de queratina;
4. Estrato lúcido – encontrado apenas na pele espessa, é formado por fileiras de queratinócitos
planos e mortos;
5. Estrato córneo – localizado na parte mais externa da epiderme, é muito mais grosso na pele
espessa do que na pele delgada. É formado por sacos de queratinócitos mortos compostos
por queratina. Essa camada mantém a pele impermeável e protege-a contra arranhões e
entrada de microrganismos.
Ø Derme
A derme está localizada abaixo da epiderme, é formado por um tecido conjuntivo que contém fibras, vasos
sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas.
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
É dividida em:
17
1. Derme papilar – está presente em 20% da derme e contém fibras de colágeno e fibras elásticas
muito finas. Relaciona-se com o resto da derme por meio de projeções papilares, para troca de gases,
nutrientes e produtos residuais entre essas camadas. Essa camada ajuda a garantir a união da derme com
a epiderme;
2. Derme reticular – é a camada mais profunda (e representa 80% da derme), formada por tecido
conjuntivo denso irregular. Os feixes de fibras colágenas e elásticas estão entrelaçados e seguem planos
variados, embora a maioria se encontre paralelamente à superfície da pele. Esses feixes dispõem-se
longitudinalmente na pele dos membros e da cabeça e seguem padrões circulares em volta do pescoço
e do tronco. A cicatrização ocorre de maneira mais rápida e melhor quando os cortes obedecem a
essas direções. As fibras de colágeno garantem resistência e resiliência à pele, bem como permitem o
estiramento e o recuo da pele.
ü Hipoderme
Está localizada abaixo da derme, porém, não faz parte da pele. É formada por tecido conjuntivo areolar
e tecido adiposo. Prende a pele nas outras estruturas, especialmente nos músculos, embora mantenha
flexibilidade para que a pele ainda deslize sobre essas estruturas.
ü Unha
As unhas são células mortas e queratinizadas. Tem como função a proteção da extremidade das falanges
distais e facilitar a apreensão de objetos pequenos e delicados, além de inspecionar e “coçar” o corpo.
A unha é composta de borda livre distal, placa ungueal (a parte visível) e raiz (a parte proximal embutida
na pele). Fica sobre o leito ungueal. Sua coloração rósea deve-se à rica rede de capilares na derme logo
abaixo. Na raiz e na extremidade proximal do corpo da unha, o leito é mais espesso para formar a matriz
ungueal (responsável pelo crescimento ativo da unha), de coloração esbranquiçada (lúnula), graças ao
espessamento do tecido. A cutícula (ou eponíquio) é uma prega de pele que se projeta sobre a unha.
ü Pelo
O ser humano tem em torno de 5 milhões de folículos por todo o corpo, 120.000 deles no couro cabeludo.
Funções: Redução do atrito (axilas e virilhas), aparar o suor (supercílios), proteger o couro cabeludo da
radiação solar (cabelos), evitar a penetração de corpos estranhos nos orifícios (cílios, vibrissas, pelos das
orelhas), órgão sensorial, termorregulador, indicativo de estado emocional e de maturidade reprodutiva.
Classificação: lanugem (pelos temporários que recobrem o feto e caem após o nascimento), Velos (recobrem
o corpo da infância à puberdade), e pelos terminais (crescem em regiões específicas na puberdade).
Divisão anatômica: Bulbo (parte dilatada e profunda), Raiz (parte alongada e interna, está associada ao
músculo eretor do pelo), e haste (parte externa à pele).
O folículo piloso é composto basicamente por um fio de pelo ou cabelo, com seu bulbo, glândula sebácea
e sudorípara, e músculo eretor do pelo. Ele pode estar isolado ou em conjunto de dois a cinco folículos.
Os folículos fabricam o cabelo. Eles têm funções diversas. Na cabeça, o cabelo protege o couro cabeludo
da radiação solar. Os supercílios e cílios protegem os olhos da entrada de suor ou poeira. Nas axilas e
virilhas reduzem o atrito da pele. Barba, bigode e pelos pubianos sinalizam maturidade reprodutiva ao
sexo oposto. Os pelos do corpo todo manifestam sensações das emoções e frio.
18
Os folículos pilosos vão da superfície epidérmica até a derme, onde se forma um bulbo piloso, envolvido
por terminações nervosas sensoriais, estimuladas pela inclinação da haste do pelo. Parte da derme
forma a papila dérmica que se projeta para dentro de cada bulbo. O crescimento dos pelos depende de
substâncias presentes dentro de capilares encontrados nos bulbos. Traumas nas papilas dérmicas podem
impedir o nascimento de novos pelos.
Os componentes do folículo piloso são:
ü Glândulas Sebáceas
Encontram-se no corpo inteiro, com exceção das palmas das mãos e solas dos pés. São glândulas
alveolares simples, e os vários alvéolos, compostos de gordura animal, abre-se para um único duto.
Quando os alvéolos ficam cheios, eles explodem e secretam toda a gordura. Essas glândulas estão juntas
aos folículos pilosos, na sua maioria, e o sebo se dirige para a superfície da pele, maciando e lubrificando
o pelo, exterminando bactérias e prevenindo perda hídrica. Esses processos se acentuam na adolescência.
ü Glândulas Sudoríparas
Responsáveis pelo resfriamento do corpo. Graças a elas, em condições normais o corpo gera cerca de 500
ml de suor por dia.
Dividem-se em dois tipos:
• Écrinas
ü Mais numerosas e bem abundantes nas palmas, solas e fronte, têm o formato de uma glândula
tubular simples e espiralada. A base fica na derme profunda e na hipoderme, e o canal segue
para a superfície, abrindo-se como um poro em forma de túnel;
ü O suor é composto por 99% de água e sais, além de resíduos metabólicos, resultado do sangue
filtrado pelas células secretórias das glândulas sudoríparas e liberado por exocitose. Participam ativamente
na termorregulação corporal.
• Apócrinas
ü Maiores que as écrinas, são encontradas nas áreas axilar, anal e genital. O suor é composto pela
mesma substância gerada pelas glândulas écrinas, por substâncias gordurosas e por proteínas. Inodoro a
princípio, com a decomposição pelas bactérias na pele, adquire odor;
ü Essas glândulas vão funcionar a partir da puberdade, devido aos androgênios, podendo ser
estimuladas pelas preliminares sexuais. As fases do ciclo menstrual também influenciam sua atividade.
Algumas glândulas sudoríparas encontram-se, de forma modificada, em determinadas partes do corpo,
como as glândulas ceruminosas (presentes no revestimento do canal auditivo externo) e as glândulas
mamárias.
19
SISTEMA ENDÓCRINO
É constituído por várias glândulas e tecidos que secretam substâncias químicas responsáveis pelo controle
do organismo interligado ao sistema nervoso.
É uma glândula única situada na chamada sela turca, dentro do osso esfenoide (interior do crânio). Liga-se
ao hipotálamo por uma haste chamada infundíbulo. Apresenta cerca de 1cm de diâmetro. De acordo com
sua origem embrionária, pode ser dividida em duas partes:
§ Adeno-hipófise – porção anterior da glândula. Origina-se do epitélio da faringe (é uma evaginação
do palato duro, que se destaca e migra superiormente). Sintetiza, armazena e secreta hormônios;
§ Neuro-hipófise – porção posterior. Tem origem neural (é uma evaginação do assoalho do
diencéfalo, que segue inferiormente). Não sintetiza hormônios; apenas os excreta.
Ø Glândulas paratireoides
São pequenas glândulas situadas posteriormente aos lobos da glândula tireoide. Elas podem variar em
número, mas a maioria das pessoas apresenta quatro.
Elas produzem o paratormônio (PTH), que regula o metabolismo sanguíneo do fósforo e do cálcio. Assim,
elas atuam no esqueleto, nos rins e no intestino.
21
Ø Glândulas suprarrenais
As duas glândulas suprarrenais (adrenais) estão localizadas superiormente a cada um dos rins, sendo
à direita mais inferior devido ao volume do fígado no quadrante abdominal direito. (Anatomicamente
diferem quanto à forma: a direita é semilunar, e a esquerda é piramidal de base inferior e ápice superior).
São revestidas pela fáscia renal, por meio da qual se fixam aos pilares do diafragma.
Elas apresentam duas partes: córtex e medula, sendo que a medula pertence ao sistema nervoso simpático.
• Córtex suprarrenal – secreta glicocorticoide, mineralocorticoide e andrógena. Atua na resposta
ao estresse e influencia a pressão arterial, o coração e os pulmões;
• Medula suprarrenal – secreta catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), que são hormônios
importantes para a resposta ao estresse traumático (quando o corpo está “ameaçado”). Atua
aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial.
As artérias suprarrenais têm três origens: artérias frênicas inferiores, aorta abdominal e artérias renais.
As veias suprarrenais drenam para a veia cava inferior e para a veia renal esquerda.
A inervação provém do plexo celíaco e dos nervos esplâncnicos abdominopélvicos.
Além disso, fibras simpáticas inervam a medula suprarrenal.
Figura 15 - Adaptada: Glândula suprarrenal.
Fonte: http://droualb.faculty.mjc.edu/Course%20Materials/Physiology%20101/Chapter%20Notes/Fall%202007/
figure_06_09_labeled.jpg
Ø Pâncreas
É uma glândula mista onde a parte exócrina já foi vista no sistema digestório, já a parte endócrina é
responsável por produzir insulina e glucagon em células que se organizam em grupos chamados ilhotas
pancreática, também conhecida como ilhotas de Langerhans.
Elas estão dispersas por todo o órgão. Os hormônios insulina e glucagon atuam na regulação da glicemia.
22
Palavras Finais do Professor
Querido(a) aluno(a), nesta etapa você já pode afirmar que conhece o corpo humano um pouco mais.
Durante os estudos aprendemos a utilizar a linguagem anatômica, conhecemos os principais sistemas,
seus órgãos constituintes, as características e funcionamento natural de cada um.
Em cada sistema, pudemos associar os conhecimentos adquiridos a algumas curiosidades do nosso dia a
dia bem como aprender a explicação anatômica para algumas situações clínicas.
Bons estudos!
Referências Bibliográficas
MARIEB, E. N. & HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 3 ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2008. p.351.
TORTORA, G. J. & NIELSEN, M. T. Princípios de Anatomia Humana. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2013.
23