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Exercício de Finanças
Exercício de Finanças
3.2 “(...) se as receitas e as despesas fossem previstas em globo (...), o orçamento não
nos indicaria as diversas fontes de onde o Estado vai tirar os seus recursos nem os
diversos gastos que cada serviço há de realizar” (Teixeira Ribeiro, Lições de
Finanças Públicas, Coimbra Editora, Coimbra, 1997, p. 60).
3.3 “As receitas obtidas com as reprivatizações serão utilizadas apenas para
amortização de dívida pública e do sector empresarial do Estado, para o serviço
da dívida resultante de nacionalizações ou para novas aplicações de capital no
sector produtivo” (Artigo 293º, nº 1, alínea b) da Constituição da República
Portuguesa).
3.4 “Embora a DGO tenha emitido orientações genéricas sobre a contabilização dos
fluxos orçamentais relacionados com aplicações financeiras, incluindo sobre os
respetivos rendimentos, as entidades detentoras continuam a adotar
procedimentos diferenciados. Em matéria de juros também alguns SFA inscrevem
os rendimentos pelo valor líquido em incumprimento do princípio (...) previsto na
LEO. (...). (Tribunal de Contas, Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2019).
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3.5 “O processo democrático de determinação das opções financeiras, ao nível do
orçamento, impõe que as receitas e as despesas autorizadas sejam minimamente
desdobradas. Só assim, o Parlamento, dando expressão à vontade popular, pode
realmente autorizar as “entradas” e as “saídas” que em conjunto, numa óptica
técnico-contabilística das finanças públicas, constituem o Orçamento” (Acórdão
do Tribunal Constitucional nº 624/97, de 21 de Outubro de 1997).
3.7 “A relevância deste princípio não é apenas política/concreta, ela é também uma
relevância teórica/analítica e até, no limite, de ordem académica, tendo
contribuído para a renovação do objecto de análise, do discurso e do tratamento
dogmático que se dá aos ‘temas de escola’ estudados pela literatura de Finanças
Públicas. A óptica [deste princípio] é o longo prazo, pois nunca como antes as
preocupações em torno dos factores de impacto intergeracional se fizeram sentir
tanto. Nesta medida, ela contrapõe-se quer à regra do equilíbrio orçamental, que
se funda numa perspectiva anual, de curto prazo, quer à consolidação orçamental,
que assenta, por sua vez, sobretudo numa perspetiva de médio prazo (a que tem
sido dada aliás grande importância no quadro da aplicação do Pacto de
Estabilidade e Crescimento (PEC) aos países membros da União Europeia).”
(Nazaré da Costa Cabral, in Eduardo Paz Ferreira et al., Estudos em
Homenagem ao Professor Doutor Paulo de Pitta e Cunha, Almedina, Coimbra,
2010, p. 613.)
3.8 “(...) os orçamentos do sector público administrativo não se devem bastar com a
perspetiva anual de receitas e despesas, proporcionada pelo orçamento votado ano
após ano. Devem, isso sim, temperar a perspetiva anual que fornecem com a
contemplação de horizontes mais dilatados no tempo. [Este princípio] obriga,
portanto, a uma ponderação de receitas e despesas tendo em vista o
estabelecimento de um equilíbrio entre o que se gasta no presente e os gastos que
se assumem para o futuro, de forma a que proveitos e custos tenham uma
distribuição equitativa. (Maria d’Oliveira Martins, Lições de Finanças Públicas
e Direito Financeiro, Almedina, Coimbra, 2019, pp. 276.)
3.9 “(...) pode ser entendida como a capacidade para satisfazer necessidades atuais
sem comprometer a satisfação de necessidades futuras. Ela é normalmente vista
na ótica da utilização dos recursos naturais, defendendo-se que a sua utilização
não deve ser mais célere do que a capacidade da natureza em repô-los. (…) o
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desenvolvimento das sociedades humanas deve ser estruturado de modo a
alcançar um elevado grau de satisfação das necessidades presentes sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades.” (João Ricardo Catarino, Finanças Públicas e Direito
Financeiro, Almedina, Coimbra, 2019, p. 289.)