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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Thaise Santin Sirena

Diretrizes para elaboração de plano de gerenciamento de


resíduos sólidos para obras de implantação de linha de
transmissão de energia

Passo Fundo, 2014.


1

Thaise Santin Sirena

Diretrizes para elaboração de plano de gerenciamento de


resíduos para obras de implantação de linha de
transmissão de energia

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Engenharia Ambiental, como parte
dos requisitos exigidos para obtenção do título
de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Eduardo Pavan Korf, Mestre.

Passo Fundo, 2014.


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"O difícil nós fazemos agora, o impossível leva


um pouco mais de tempo."

David Ben-Gurion
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AGRADECIMENTOS

Sou grata a Deus, provedor de todas as minhas necessidades, sabedor de todos os


meus anseios, pelo dom da vida e por proporcionar em mim a coragem e determinação para
superar meus limites durante estes cinco anos do Curso de Engenharia Ambiental.
Agradeço aos meus pais, Ademar Sirena e Gertrudes Ana Santin Sirena, por serem as
pessoas mais importantes deste mundo, meu espelho de honestidade, caráter e dignidade.
Obrigada pelos infinitos ensinamentos, pelos incentivos, pelo carinho, pelos puxões de orelha
e pela preocupação para que eu andasse no caminho correto.
Agradeço à minha irmã Nathália Santin Sirena por fazer parte da minha vida e por
ter me acompanhado nessa caminhada. Obrigada por existir e por me fazer perceber a
responsabilidade de ser a irmã mais velha.
Agradeço à minha vó materna Nair Santin pelas infinitas orações dedicadas a mim.
Agradeço ao meu namorado Lucas Marmentini simplesmente por ser a pessoa que é.
Meu companheiro, amigo, cúmplice e melhor amigo. Muito obrigada por sempre me apoiar,
motivar e compreender as infinitas horas de estudo.
Agradeço a todos os meus amigos, em especial Maria Eduarda Sanvido e Bruna
Liska, por ser as irmãs que me foi permitido escolher. Obrigada por serem além de minhas
melhores amigas, minhas conselheiras, psicólogas e confidentes.. por me conhecerem melhor
que eu mesma. Já dizia Mário Quintana “Amizade é um amor que nunca morre”; e vocês,
com certeza, são para toda a vida!
Merecem a minha gratidão a Prof. ME. Viviane Rocha dos Santos por ter sido minha
orientadora não só no meio acadêmico e ao Prof. ME. Eduardo Pavan Korf pela orientação,
preocupação e conhecimentos transmitidos.
Sou imensamente grata a toda Equipe PROSUL, em especial à Débora Cristina
Martinkoski pela oportunidade de ingresso na vida profissional, ao Ronier dos Santos,
Leonardo Schmitz de Figueiredo, Carlos Smekatz e Silvano Esmeraldino pela paciência, pelo
convívio da prática da engenharia e pelos conhecimentos transmitidos.
Agradeço a todos que estiveram ao meu lado durante essa longa caminhada e que não
mediram esforços para me apoiar.
Por fim, agradeço àquelas pessoas que um dia duvidaram que eu chegaria aqui, pois
suas dúvidas me deram ainda mais força e coragem para continuar!
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RESUMO
A energia elétrica, desde o seu descobrimento, sempre ocupou lugar de destaque na
sociedade, tendo em vista a qualidade de vida e progresso econômico proporcionado. No
passado, era incomum a realização de estudos ambientais apurados para verificar os impactos
ambientais causados pelos sistemas de transmissão de energia, pois quando comparados às
usinas hidrelétricas não pareciam ter significância. Atualmente, a enfatização do termo
“sustentabilidade” nos processos e cadeias produtivas fez com que a preocupação com a
geração dos resíduos tomasse grandes proporções e ocorresse mudança de paradigmas. No
caso da obra da Linha de Transmissão (LT) a preocupação com a geração de resíduos durante
as etapas de construção e montagem desses sistemas é mais crítica por envolver três fatores
significativos: o maior volume gerado, dificuldade de disposição e riscos ambientais graves
provenientes da disposição inadequada. Geralmente, esses empreendimentos são
desenvolvidos em regiões sem condições ambientais e infraestrutura como saneamento básico
e destinação de resíduos adequados, agravando ainda mais a situação. O aumento do consumo
de energia é um reflexo do crescimento econômico e aumento do poder de consumo da
sociedade. Com isso, a ANEEL já fez previsões para o crescimento do setor elétrico no país, e
diante do panorama atual referente ao manejo de resíduos na maioria dos municípios
brasileiros, esse trabalho visa definir diretrizes para o gerenciamento de resíduos em obras de
implantação de LT. Trata-se do uso de metodologia exploratória, desenvolvida a partir de
estudo de caso durante as fases de implantação da obra, possibilitando identificar os
problemas mais relevantes relacionados ao gerenciamento de resíduos. Assim, desenvolveu-se
plano de ações, apresentando medidas e rotinas de trabalho para a minimização dos impactos
ambientais decorrentes da geração, armazenamento e destinação final, bem como
procedimentos para o controle da geração e destinação dos resíduos, rastreabilidade, plano de
contingência, fiscalização e monitoramento das atividades de supervisão ambiental do
gerenciamento de resíduos. Com a realização deste estudo, compra-se a dificuldade em definir
diretrizes para o gerenciamento de resíduos devido a interferência de diversos fatores que
influenciam de forma negativa. As diretrizes definidas permitirão a incorporação do
gerenciamento de resíduos às obras de LT e à resistência passiva de utilização neste tipo de
empreendimento, sem que haja perturbação das atividades principais da obra, contribuindo
para a redução dos problema e impactos sociais e ambientais, além de contribuir para reduzir
uma grande carência nos planos de gerenciamento de obras deste setor.

Palavras-chave: Gerenciamento de resíduos sólidos; Linha de transmissão de energia;


Resíduos da construção civil.
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ABSTRACT

The electricity, since its discovery, has always occupied a prominent place in society, in view
of the quality of life and economic progress provided. In the past, it was unusual to
environmental studies calculated to verify the environmental impacts of power transmission
systems, as compared to hydroelectric plants seemed to have no significance. Currently, the
emphasis of the term "sustainability" in the processes and supply chains caused concern with
the generation of waste, and take major paradigm shift occurred. In the case of the work of the
Transmission Line (TL) concern with the generation of waste during the construction stages
and installation of these systems is more critical because it involves three significant factors:
the increased volume generated, difficult disposition and serious environmental hazards from
improper disposal. Usually these projects are developed in areas without infrastructure and
environmental conditions such as sanitation and proper disposal of waste, further aggravating
the situation. The increase in energy consumption is a reflection of economic growth and
rising consumption power of society. With this, ANEEL has made predictions for the growth
of the power sector in the country, and on the current situation regarding the management of
waste in most municipalities, this work aims at defining guidelines for waste management in
the implementation works of TL. It is the use of exploratory methodology, developed from
case study during the implementation phases of the work, allowing to identify the most
relevant problems related to waste management. Thus developed plan of actions, measures
and presenting work routines to minimize the environmental impacts of the generation,
storage and disposal, as well as procedures for controlling the generation and disposal of
waste, traceability, contingency planning, monitoring and monitoring of environmental
monitoring of waste management activities. With this study, purchase the difficulty in
defining guidelines for the management of waste due to interference of various factors that
influence negatively. The guidelines defined allow the incorporation of waste management to
the works of TL and passive resistance for use in this type of venture, without disruption of
the main activities of the project, contributing to the reduction of the problem and social and
environmental impacts, and contribute to reduce a large deficiency in the plans for
construction management of this sector.

Key-words: Solid waste management; Energy transmission line; Construction waste.


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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AID Área de Influência Direta
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ATT Área de transbordo e triagem
CEEE Companhia Estadual de Energia Elétrica – Rio Grande do Sul
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CETEEP Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
CETRIC Central de Tratamento de Resíduos
CHESF Companhia hidroelétrica de São Franscisco
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente
COPEL Companhia Paranaense de Energia
DDS Diálogo Diário de Segurança
Eletrosul Eletrosul Centrais Elétricas
Eletronorte Centrais Elétricas do Norte do Brasil
EPI Equipamento de Proteção Individual
FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental
Furnas FURNAS Centrais Elétricas
GRS Gerenciamento de Resíduos Sólidos
IA Informe Ambiental
IBAM Instituto Brasileiro de Administração Municipal
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
km Quilômetros
km² Quilômetros quadrados
kV Quilowatts
LI Licença de Instalação
LO Licença de Operação
LT Linha de Transmissão
MMA Ministério do Meio Ambiente
OCD Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PBA Plano Básico Ambiental
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PEAT Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores


PIB Produto Interno Bruto
PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos
RCD Resíduos de Construção e Demolição
SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná
Se4All Energia Sustentável para Todos (Sustainable Energy for All)
SI Sistemas Isolados
SIN Sistema Interligado Nacional
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente
Tep Toneladas Equivalente de Petróleo
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Variação do PIB do consumo de energia .................................................................. 21
Figura 2: Capacidade instalada no SIN .................................................................................... 23
Figura 3: Sistema de transmissão horizonte 2014 .................................................................... 25
Figura 4: Sistema elétrico brasileiro ......................................................................................... 27
Figura 5: Países de alto impacto ............................................................................................... 30
Figura 6: Participação das regiões do mundo no consumo de energia ..................................... 30
Figura 7: Participação das diversas fontes de energia no consumo .......................................... 31
Figura 8: Diagrama das etapas do manejo de resíduos............................................................. 37
Figura 9: Localização da LT ..................................................................................................... 47
Figura 10: Metodologia para o desenvolvimento da pesquisa ................................................. 52
Figura 11: Metodologia para elaboração de síntese de diagnóstico ......................................... 53
Figura 12: Metodologia para traçar objetivos e metas ............................................................. 54
Figura 13: Metodologia para elaboração de plano de ações ..................................................... 55
Figura 14: Metodologia para rastreamento dos resíduos .......................................................... 56
Figura 15: Metodologia para controle e fiscalização................................................................ 57
Figura 16: Baias em condições inadequadas ............................................................................ 61
Figura 17: Local inadequado para coleta municipal ................................................................. 61
Figura 18: Resíduos dispostos no solo ..................................................................................... 62
Figura 19: Resíduos orgânicos dispostos em local inapropriado ............................................. 64
Figura 20: Resíduos dispostos diretamente no solo.................................................................. 64
Figura 21: Baias em condições inadequadas ............................................................................ 65
Figura 22: Baias inadequadas e Falta de local para coleta municipal ...................................... 67
Figura 23: Baias em condições inadequadas e Falta de local para coleta municipal ............... 68
Figura 24: Resíduos no canteiro em condições inadequadas ................................................... 68
Figura 25: Tambor de óleo em contato com o solo .................................................................. 69
Figura 26: Resíduos perigosos em baia de coleta convencional .............................................. 69
Figura 27: Resíduos dispostos em contato com o solo ............................................................. 70
Figura 28: Embalagens de óleos em contato com o solo.......................................................... 70
Figura 29: Desmoldante com vazamento em local inadequado ............................................... 71
Figura 30: Impermeabilização irregular da bacia de decantação ............................................. 73
Figura 31: Descarte incorreto de resíduos de concreto na área da torre ................................... 73
Figura 32: Evidência do descarte incorreto de resíduos ........................................................... 74
Figura 33: Armazenamento de resíduos e produtos perigosos de forma inadequada .............. 74
Figura 34: Descarte de resíduos na área da torre ...................................................................... 75
Figura 35: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Pato Branco ......................................... 79
Figura 36: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Pato Branco ................................ 80
Figura 37: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Xanxerê ............................................... 82
Figura 38: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Xanxerê ...................................... 83
Figura 39: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Erechim ............................................... 85
Figura 40: Refeitório do canteiro de obras de Erechim ............................................................ 85
Figura 41: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Erechim ...................................... 86
Figura 42: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Montenegro ......................................... 88
Figura 43: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Montenegro ................................ 89
Figura 44: Gerenciamento de resíduos: Montenegro ............................................................... 89
Figura 45: Localização de Pato Branco .................................................................................... 90
Figura 46: Localização do canteiro de Pato Branco ................................................................. 91
Figura 47: Localização de Xanxerê .......................................................................................... 92
Figura 48: Localização do canteiro de Xanxerê ....................................................................... 94
11

Figura 49: Localização de Erechim .......................................................................................... 95


Figura 50: Localização do canteiro de Erechim ....................................................................... 96
Figura 51: Localização de Montenegro .................................................................................... 97
Figura 52: Localização do canteiro de Montenegro ................................................................. 99
Figura 53: Diretrizes básicas .................................................................................................. 101
Figura 54: Tipo de coletores ................................................................................................... 108
Figura 55: Sinalização para transporte de resíduos perigosos ................................................ 112
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Maiores transmissores do país .................................................................................. 28
Tabela 2: Municípios atingidos pela LT ................................................................................... 48
Tabela 3: Municípios na área de influência direta .................................................................... 50
Tabela 4: Valor total da compra de coletores ......................................................................... 108
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: IA - Pato Branco ...................................................................................................... 60


Quadro 2: IA - Canteiro Xanxerê ............................................................................................. 63
Quadro 3: IA - Canteiro Erechim ............................................................................................. 66
Quadro 4: IA - Canteiro Montenegro ....................................................................................... 72
Quadro 5: Levantamento e classificação dos resíduos gerados ................................................ 76
Quadro 6: Gerenciamento de resíduos: Pato Branco ................................................................ 81
Quadro 7: Gerenciamento de resíduos: Xanxerê ...................................................................... 83
Quadro 8: Gerenciamento de resíduos: Erechim ...................................................................... 87
Quadro 9: Quantificação de resíduos perigosos em Erechim ................................................... 87
Quadro 10: Pontos para instalação de coletores ..................................................................... 107
Quadro 11: Códigos para rastreabilidade de resíduos ............................................................ 113
Quadro 12: Esquema para controle da rastreabilidade ........................................................... 114
14

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 20
2.1 Energia elétrica no Brasil e no mundo ................................................................... 20
2.1.1 Histórico da energia elétrica ................................................................................. 20
2.1.2 A energia elétrica no Brasil .................................................................................. 21
2.1.2.1 Transmissão de energia elétrica .................................................................. 23
2.1.2.2 O sistema elétrico da região Sul .................................................................. 26
2.1.3 A energia elétrica e o consumo internacional ....................................................... 28
2.1.3.1 Países desenvolvidos ................................................................................... 31
2.1.3.2 Países em desenvolvimento......................................................................... 32
2.2 Gerenciamento de Resíduos .................................................................................... 34
2.2.1 Histórico do gerenciamento de resíduos ............................................................... 34
2.2.2 Política Nacional dos Resíduos Sólidos ............................................................... 37
2.2.3 Legislação complementar ..................................................................................... 40
2.2.4 Rastreabilidade de resíduos .................................................................................. 42
2.2.5 Gerenciamento de resíduos sólidos e a construção civil ...................................... 43
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 46
3.1 Objeto de estudo....................................................................................................... 46
3.1.1 A obra de implantação de LT ............................................................................... 46
3.2 Escopo e delimitação do trabalho ........................................................................... 50
3.3 Procedimentos e métodos ........................................................................................ 51
3.3.1 Materiais e equipamentos ..................................................................................... 57
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 58
4.1 Síntese do diagnóstico atual do sistema de GRS ................................................... 58
4.1.1 Análise do sistema atual de GRS .......................................................................... 58
4.1.2 Caracterização qualitativa..................................................................................... 75
4.1.3 Quantificação ........................................................................................................ 77
4.1.4 Possíveis problemas relacionados ao GR ............................................................. 90
4.2 Objetivos, metas e programa de ações de melhorias .......................................... 100
4.2.1 Objetivos, metas e ações ..................................................................................... 100
4.2.2 Plano de implementação de ações ...................................................................... 100
4.2.2.1 Diretrizes básicas....................................................................................... 100
4.2.2.2 Treinamento de pessoal ............................................................................. 101
4.2.2.3 Caracterização ........................................................................................... 102
c) Resíduos da saúde ......................................................................................... 104
4.2.2.4 Segregação de resíduos ............................................................................. 105
4.2.2.4.1 Coletores .................................................................................................. 107
4.2.2.5 Movimentação interna ............................................................................... 109
4.2.2.6 Armazenamento temporário ...................................................................... 109
4.2.2.7 Destinação final ......................................................................................... 110
4.3 Sistema de rastreabilidade .................................................................................... 113
4.4 Controle, Fiscalização e Monitoramento ............................................................. 115
4.4.1 Controle .............................................................................................................. 115
4.4.1.1 Controle Interno ........................................................................................ 115
4.4.1.2 Controle externo ........................................................................................ 116
4.4.2 Fiscalização e Monitoramento ............................................................................ 117
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 118
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 120
15

APÊNDICE A – Planilha de atividades de gerenciamento de resíduos .......................... 125


APÊNDICE B – Planilha de atividades de gerenciamento de resíduos para canteiros . 126
APÊNDICE C – Controle Interno ...................................................................................... 127
APÊNDICE D – Controle Externo ..................................................................................... 128
APÊNDICE E – Caracterização para coleta ...................................................................... 129
APÊNDICE F – Quadro de objetivos, metas e ações ........................................................ 131
APÊNDICE G – Vista superior ........................................................................................... 135
APÊNDICE H – Vista frontal ............................................................................................. 136
APÊNDICE I – LAYOUT DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................. 137
APÊNDICE J – Plano de contingência ............................................................................... 138
APÊNDICE K – Identificação do gerador ......................................................................... 139
APÊNDICE L – Resíduo gerado ......................................................................................... 140
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1 INTRODUÇÃO

Depois da revolução industrial, no final do século XVIII, o impacto da atividade


humana sobre o meio ambiente tornou-se muito significativo. O aumento da população e do
consumo pessoal, principalmente nos países desenvolvidos, originou problemas ambientais
cuja solução se torna um grande desafio.

“Grande parte dos problemas está relacionada com a exploração e


utilização de energia, hoje considerada como bem de consumo fundamental para o
desenvolvimento da vida. Cerca de 75% da energia gerada em todo o mundo é
consumida por apenas 25% da população mundial, principalmente nos países
industrializados” (MMA, 2012).

O Brasil é o maior país da América do Sul e o quinto maior do mundo em extensão


territorial, com aproximadamente 198,7 milhões de habitantes e impulsionado rumo à
industrialização e ao desenvolvimento. Nos últimos 40 anos, foram registrados índices que a
sua população triplicou e a demanda por energia elétrica cresceu de forma exponencial. A
partir desta perspectiva, prevendo que a população dos países em desenvolvimento deve
dobrar nas próximas décadas e que a população brasileira continuará crescendo, a busca pelo
atendimento da demanda resultará na construção de usinas das diversas formas de obtenção de
energia, consequentemente, aumentando a necessidade de execução de obras de implantação
de linhas de transmissão.
No contexto de grandes construções, conforme afirma Dal Moro (2011) “a energia
elétrica é um negócio em grande expansão em todo o mundo, tanto em valores absolutos
quanto no percentual de uso no setor de energia. Diversos centros de pesquisa têm afirmado
que a demanda por eletricidade irá crescer cerca de quatro vezes no decorrer do século atual”.
A necessidade da execução de novas obras que suportem a demanda de energia atrela
aos benefícios do seu uso problemas ambientais consequentes da intervenção no meio
ambiente. Muitos desses problemas ocorrem desde o momento de intervenção e supressão da
faixa de servidão por onde a linha passará, assim como problemas relacionados à fauna
(eliminação de espécimes biológicas locais, isolamento e/ou extinção de populações), à flora
(desestabilidade de comunidades e ecossistemas), entre outros, sendo esses caracterizados por
impacto direto que o empreendimento proporciona. Além disso, existem diversos impactos
indiretos, constatados principalmente pela comunidade local, como por exemplo, problemas
17

relacionados aos resíduos (forma como são segregados e acondicionados, muitas vezes de
maneira inapropriada causando a contaminação do solo por resíduos perigosos e a disposição
final incorreta dos mesmos).
É possível relacionar os impactos indiretos a falta de ações estratégicas, o ineficiente
planejamento e a inexistência de ações e monitoramento que conduzem a erros, falhas e
retrabalhos no processo produtivo da construção de redes de distribuição de energia elétrica
(DAL MORO, 2011). Nesse contexto, essas falhas podem ocasionar maiores impactos ao
meio ambiente em longo prazo, dessa forma, para garantir que os objetivos sejam alcançados
é preciso que haja ação no sentido de planejamento, previsão e programação.
O trabalho em questão utiliza um estudo de caso que está inserido nessa problemática
visto que seu traçado corta diversas cidades, muitas delas com pouca infraestrutura para
receber este tipo de obra, tornando-se susceptíveis a problemas ambientais.
O corredor estudado para a Linha de Transmissão (LT) em questão, situa-se na região
Sul do Brasil, atravessando 48 (quarenta e oito) municípios, sendo 6 (seis) no Paraná, 10 (dez)
em Santa Catarina e 32 (trinta e dois) no Rio Grande do Sul. Para a obra, foram mobilizados 4
(quatro) canteiros de obra em diferentes cidades para realização das atividades de
implantação.
Por se tratar de uma obra de grande extensão territorial, abrangendo diversas cidades,
a dificuldade em gerenciar os resíduos de uma forma homogênea em toda a LT toma grandes
proporções quando analisada a variedade na geração, dificuldade na segregação,
acondicionamento e destinação final, visto que nem todos os municípios possuem coleta
seletiva ou cooperativas que realizam reciclagem, tornando esses processos heterogêneos e de
difícil gerenciamento. (FARIA, 2011)
Para adoção de ação preventiva, torna-se necessário o seguinte questionamento: Como
fazer um plano de gerenciamento de resíduos para obras de implantação de linha de
transmissão e quais os principais elementos e diretrizes para elaboração e implantação do
PGRS?
Esse questionamento se faz necessário, visto que atualmente vivemos um momento em
que a solução dos problemas ambientais é considerada cada vez mais urgente. Esses
problemas são considerados o reflexo do modelo de desenvolvimento econômico criado por
uma sociedade que revolucionou o modo de produção.
Nesse contexto, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) é vista como uma
possibilidade de alteração do cenário atual, caracterizado pelo descuido crônico em relação ao
18

tratamento dos resíduos no país, expresso na falta de diretrizes, instrumentos e de um plano


para gerenciamento dos resíduos sólidos.
É preciso que o modelo de ação corretiva, utilizado ainda hoje, seja substituído por um
modelo de ação preventiva, onde o desenvolvimento do processo produtivo e as questões
ambientais evoluam em paralelo, promovendo ações de melhoria contínua que buscam a
qualidade e a redução do impacto ambiental na produção de bens e serviços.
Desta forma, como sugere Faria (2011):

“[...] empreendimentos de grande impacto como o caso de linhas de


transmissão que ao interligarem as fontes geradoras aos centros
urbanos cruzam longos trechos, em sua maioria, municípios pequenos
e muitas vezes carentes, sem a infraestrutura necessária para
proporcionar um correto gerenciamento de resíduos às empreiteiras
responsáveis pela construção desses sistemas de transmissão,
ampliando a significância dos impactos ambientais causados. Como o
setor de transmissão elétrica está em crescimento no país, se faz
necessário o desenvolvimento de um modelo de gerenciamento de
resíduos específico, com soluções operacionais, embasadas em
critérios de saúde pública, ambientais e econômicos”. (FARIAS,
2011).

A adoção desse tipo de prática altera gradativamente o paradigma incrustado na


sociedade ao longo das décadas, em que o desenvolvimento tecnológico e industrial, por
oferecer maior comodidade ao homem, tornava-se mais importante que a preservação do meio
ambiente e a garantia de um mundo mais sustentável. A maior dificuldade vinculada a essa
prática é a antiga visão de que prevenir, reduzir, reusar, reciclar, recuperar material e energia e
dispor corretamente agregariam custos extras e desnecessários ao seu produto final, tornando-
se mais fácil agir corretivamente, atendendo os requisitos mínimos da legislação. (MMA,
2013)
Para obras de implantação da linha de transmissão, a adesão do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) que constitui um conjunto de procedimentos de
gestão, planejado e implementado com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e
proporcionar aos resíduos gerados, a adequada coleta, armazenamento, tratamento, transporte
e destino final adequado, visando à preservação da saúde pública e a qualidade do meio
ambiente; seria capaz de minimizar os impactos gerados por essas obras, auxiliando na
redução de custo de matéria prima, aceitação do empreendimento por parte da sociedade e
adequação dos sistemas frente às questões legais.
19

Diante disto, torna-se necessário realizar um estudo de caso que contemple o


gerenciamento dos resíduos gerados na obra, identificando possíveis problemas, nas
diferentes cidades, relacionados à geração, segregação, acondicionamento e disposição final,
além de quantificar o volume de resíduo gerado de forma a possibilitar o desenvolvimento do
plano de gerenciamento de resíduos aplicável a esta obra e outras similares.
O objetivo principal do estudo em questão é propor diretrizes para um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para obras de implantação de linha de
transmissão de energia elétrica, apresentando medidas e rotinas de trabalho para a
minimização dos impactos ambientais decorrentes da geração, armazenamento e destinação
final dos resíduos gerados na LT em questão e para obras similares.
Para alcançar estes resultados com eficiência, foram definidos como objetivos
específicos do estudo:
a) Elaborar síntese do diagnóstico atual do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos
gerados pela implantação do empreendimento, buscando identificar possíveis
problemas;
b) Traçar objetivos, metas e um programa de ações de melhorias no gerenciamento de
resíduos nos processos de implantação de LT;
c) Elaborar mecanismos para implementação e operacionalização do sistema de
rastreabilidade de resíduos;
d) Estabelecer diretrizes para o controle e a fiscalização na implantação do plano de
gerenciamento de resíduos e para monitoramento do mesmo.
20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Energia elétrica no Brasil e no mundo

2.1.1 Histórico da energia elétrica

Por volta do ano de 1752, Benjamin Franklin interessou-se pela eletricidade,


desenvolvendo estudos que contribuíram imensuravelmente para a introdução dessa fonte de
energia no cotidiano da sociedade. Atualmente, esta é considera como fundamental para o
desenvolvimento da vida, tornando-se um serviço essencial e praticamente insubstituível para
a maioria das tarefas e produção de bens existentes.
Durante todo o século XX, a demanda de energia era suprida a partir de combustíveis
fósseis, como o petróleo e o carvão, dando suporte ao desenvolvimento e ao crescimento da
economia mundial.
Conforme afirma Proença (2007):

“Foi Thomas Edison quem criou a primeira lâmpada elétrica comercialmente


viável, em 1879, marcando assim o início da sua utilização em massa. O impacto da
eletricidade na história dos finais do século XIX e século XX é enorme: a gigantesca
evolução tecnológica, econômica e social a que o Mundo assistiu nos últimos 150
anos teria sido impossível sem o domínio da tecnologia elétrica, da qual depende
todo o sistema global no qual vivemos atualmente.”

Após seu descobrimento, devido à facilidade de transporte e conversão direta em


qualquer outro tipo de energia, conferiu-se a eletricidade o posto de principal insumo da era,
tornando-se como a mais nobre fonte de energia secundária, assumindo papel fundamental na
sociedade, tanto em questões econômicas como na melhoria da qualidade de vida. A partir daí
a energia elétrica tornou-se a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo
moderno.
Ironicamente, a mesma eletricidade está hoje no centro de uma nova revolução, na qual
cada vez mais vivemos. Depois da euforia evolutiva do século XX, o século XXI terá agora
de olhar para os efeitos indesejados dessa evolução, criando soluções que promovam um
paradigma evolutivo mais sustentável. (PROENÇA, 2007)
Na última década, o cenário passou por transformações conferindo uma nova realidade:
a necessidade do desenvolvimento sustentável. Contudo, torna-se de fundamental importância
que haja disponibilidade de energia elétrica suficiente para atender a demanda crescente,
21

consequência principalmente, do aumento de consumo provocado pelo novo ciclo de


crescimento econômico, observado principalmente em países em desenvolvimento.
Nesse sentido, o consumo de energia tem relação direta com o índice de
desenvolvimento humano (IDH). Ele reflete tanto no ritmo das atividades industriais,
comerciais e de serviços; quanto na capacidade da população adquirir bens e serviços
tecnologicamente mais avançados. (ANEEL, 2010).
A Figura 1 apresenta a relação da economia mundial em grande expansão com a
variação do PIB (1998 - 2007) crescente, sendo possível comprovar que quanto maior a
produção de bens industrializados e maior a renda familiar, mais intenso é o consumo de
energia elétrica.

Figura 1: Variação do PIB do consumo de energia

Fonte: ANEEL, 2012

Sua importância pode ser comprovada pelo fato dos países mais industrializados
duplicam seu consumo de energia elétrica a cada dez anos. Atualmente, a produção de
eletricidade é responsável por aproximadamente um terço do consumo de energia primária
mundial.

2.1.2 A energia elétrica no Brasil

Segundo a International Energy Agency (2012), no ano de 2011 o Brasil era o 9º


maior consumidor de energia do mundo e o terceiro maior do hemisfério ocidental. O
consumo de energia primária total no Brasil aumentou em cerca de um terço na última
década, devido ao crescimento econômico sustentado.
22

Com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, mais de 7 mil quilômetros de


litoral e condições climáticas extremamente favoráveis, o Brasil possui um dos maiores e
melhores potenciais energéticos do mundo.
“Se, por um lado, as reservas de combustíveis fósseis são relativamente reduzidas, por
outro, os potenciais hidráulicos, da irradiação solar, da biomassa e da força dos ventos são
suficientemente abundantes para garantir a autossuficiência energética do país.” (ANEEL,
2002). Apesar das condições favoráveis e do crescimento da exploração de energia primária,
ainda assim, fazendo um comparativo é possível perceber que as duas fontes energéticas mais
utilizadas são a hidráulica e de petróleo, representando respectivamente 90% e 30% da matriz
energética nacional.
O Brasil possui condições privilegiadas para obtenção das mais diversas formas de
energia. No entanto, o crescimento acelerado da demanda requer a superação de grandes
desafios da sociedade brasileira.
Essa demanda crescente está diretamente relacionada à situação econômica brasileira.
Atualmente, o nosso país possui economia inserida no processo de globalização e ocupa o 7º
lugar no ranking das maiores economias do mundo. Além disso, é um dos países que mais
aumenta seu nível de competição, sendo que, somente em 2009, subiu oito posições quando
comparado a outros países (ANEEL, 2010).
Sabe-se que a capacidade de geração de energia instalada cresceu proporcionalmente ao
consumo de energia nos últimos anos, como observado na Figura 2. Nesse contexto,
considerando que o consumo de energia é reflexo do crescimento econômico e poder de
consumo da sociedade, e o Brasil vivendo um momento de economia favorável ao
desenvolvimento humano, à industrialização, às novas tecnologias e à larga escala de
consumo, prevê-se que nos próximos anos haverá a necessidade de maior desenvolvimento da
capacidade de energia de forma que seja capaz de suportar a demanda de energia requerida.
23

Figura 2: Capacidade instalada no SIN

Fonte: ANEEL, 2010

A partir da afirmação feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL


(2010) “O aumento do consumo da energia elétrica chegou a mais de 6% ao ano desde o ano
2000” e considerando outros fenômenos que interferem no aumento do uso da energia no país
como, por exemplo, a ação do governo federal de implantação do programa Luz para Todos
que tem como objetivo estender a rede elétrica a toda população, confirma-se a ideia de que
os investimentos no setor elétrico deverão ser ainda maiores, propiciando construção de novas
usinas, linhas de transmissão e de distribuição de energia.

2.1.2.1 Transmissão de energia elétrica

“A rede de transmissão de energia elétrica no Brasil alcançou, ao final de março de


2013, 107,4 mil quilômetros de extensão – distância equivalente a mais de duas vezes e meia
a circunferência da Terra.” (PORTAL BRASIL, 2012).
A grande extensão do sistema brasileiro se explica pela dimensão continental do país e
pelas características de sua evolução, com as maiores e mais importantes usinas hidrelétricas
localizadas a distâncias consideráveis dos centros consumidores. Diante dessas características,
24

um sistema de transmissão confiável e robusto é fundamental para o atendimento energético


do país.
As linhas de transmissão são parte integrante de um sistema elétrico que é composto
por três fases: geração, transmissão e distribuição.

 Geração
Na fase de geração da energia elétrica sua produção é função do aproveitamento de
diversos recursos naturais como água, gás natural, carvão, derivados de petróleo, biomassa,
vento, irradiação e outros, que são empregados na movimentação das turbinas que são
acopladas a um gerador, sendo o conjunto denominado unidade geradora.

 Transmissão
A transmissão da energia gerada é realizada por uma rede de cabos de transmissão de
alta voltagem suportados por torres. O sistema de LT tem a função de distribuir
espacialmente a energia gerada, conectando as usinas geradoras às subestações de
distribuição, além de interligar as diferentes bacias hidrográficas. O intercâmbio de energia
entre as diferentes regiões do país é feito pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) que
abrange quase a totalidade do território brasileiro, com ilustrado na Figura 3.
O segmento de transmissão no Brasil é operado por 64 concessionárias. São cerca de
900 linhas de transmissão que somam 107,4 mil quilômetros nas tensões de 230, 345, 440,
500 e 750 kV.
Nas redes de transmissão, após deixar a usina, a energia elétrica trafega em tensão que
varia de 88 kV a 750 kV. Ao chegar às subestações das distribuidoras, a tensão é rebaixada e,
por meio de um sistema composto por fios, postes e transformadores chega à unidade final em
127 volts ou 220 volts.
25

Figura 3: Sistema de transmissão horizonte 2014

Fonte: ONS, 2013

 Distribuição
A distribuição da energia é feita a partir de distribuidoras de energia elétrica. Além
delas, as cooperativas de eletrificação rural e entidades de pequeno porte transmitem e
distribuem energia elétrica exclusivamente para os associados. As subestações são
responsáveis por alterarem a tensão da energia elétrica recebida.
Segundo dados da ANEEL (2010), o país tem mais de 61,5 milhões de unidades
consumidoras em 99% dos municípios brasileiros. Destas, a grande maioria, cerca de 85%, é
residencial. O mercado de distribuição de energia elétrica é formado por 64 concessionárias,
responsáveis pelo atendimento de mais de 61 milhões de unidades consumidoras.
As distribuidoras são o elo entre o setor de energia elétrica e a sociedade, visto que
suas instalações recebem das companhias de transmissão todo o suprimento destinado ao
abastecimento no país.
26

Conforme afirma a ONS (2013) “Com tamanho e características que permitem


considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de
energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte
predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema
Interligado Nacional é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-
Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de
eletricidade do país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados
localizados principalmente na região amazônica.”

O SIN é composto por instalações de transmissão em níveis de tensão de até 765kV,


sendo as tensões de valor igual ou superior a 230kV representam aquelas utilizadas no serviço
de Rede Básica. Esta rede, além de integrar as linhas de transmissão e equipamentos de
subestação em tensão igual ou superior a 230kV, compreende também, as instalações de
fronteiras, compostas pelos transformadores de potência com tensão primária igual ou
superior a 230kV e tensões secundárias e terciárias inferiores a 230kV, bem como as
respectivas conexões e demais equipamentos ligados ao terciário (ANEEL, 2004).
Além das instalações de Rede Básica, constituem o SIN as Demais Instalações de
Transmissão (DIT), que compreendem: as linhas de transmissão e equipamentos de
subestação, em qualquer tensão, quando de uso de centrais geradoras, em caráter exclusivo ou
compartilhado, ou de consumidores livres, em caráter exclusivo; as interligações
internacionais e equipamentos associados, em qualquer tensão, quando de uso exclusivo para
importação e/ou exportação de energia elétrica; e linhas de transmissão e equipamentos de
subestação, em tensão inferior a 230kV (ANEEL, 2004).
Há também os chamados Sistemas Isolados (SI) que se referem a um conjunto de
instalações para geração e transmissão de energia elétrica não conectados ao SIN. A maioria
dos Sistemas Isolados está localizado na região amazônica.
O sistema brasileiro também está interligado à Venezuela responsável pelo
abastecimento de energia de Boa Vista (capital de Roraima) Argentina, Uruguai e Paraguai,
sendo este último sócio do Brasil da hidrelétrica Itaipu Binacional. O Brasil tem capacidade
de importar 8,1 mil MW, o que leva a capacidade instalada total de geração de energia elétrica
para o Brasil para 131 mil MW.

2.1.2.2 O sistema elétrico da região Sul

No Brasil, todos os grandes geradores são conectados aos centros de consumo através
de linhas de transmissão, as quais são responsáveis por transportar diretamente a energia
27

gerada aos grandes consumidores, ou indiretamente aos pequenos consumidores por meio de
empresas de distribuição.

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), “Com tamanha e


características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de
produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de
grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos
proprietários. O SIN é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-
Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de
eletricidade do país encontra-se fora do SIN.”

As linhas de transmissão no Brasil costumam ser extensas, porque as grandes usinas


hidrelétricas geralmente estão situadas a distâncias consideráveis dos centros consumidores de
energia. Hoje o país está quase que totalmente interligado, de norte a sul como mostra a
Figura 4.

Figura 4: Sistema elétrico brasileiro

As principais empresas investidoras em linhas de transmissão no país estão


relacionadas na Tabela 1.
28

Tabela 1: Maiores transmissores do país


Nº Agentes do Setor Linha (km)
1º FURNAS 19.082
2º CTEEP 18.495
3º CHESF 18.260
4º Eletrosul 10.693
5º Eletronorte 7.856
6º CEEE 6.008
7º CEMIG 4.875
8º COPEL 1.766

O sistema elétrico da região sul é composto por um total de 6.169 km de linhas de


transmissão e conta com 71 subestações de diferentes tensões de operação e 1 conversora de
frequência, com capacidade total de 24.524,00 MVA de transformação.
As subestações funcionam como ponto de controle da energia elétrica. São nas
subestações que ficam localizados os transformadores que possibilitam o aumento ou a
diminuição da tensão de energia elétrica.

Conforme afirma Eletrosul (2010) “Segundo IBGE, essa área de atuação


responde por aproximadamente 17,7% do PIB nacional e 17,9% do mercado total de
energia elétrica brasileiro, abrigando uma população da ordem de 30,5 milhões de
habitantes, o que representa 15,6% da população brasileira. Também responde por
28,9% da produção agropecuária, 21,8% da indústria e 20,8% do comércio
nacional.”

O Operador Nacional do Sistema (ONS) estabelece procedimentos de rede e normatiza


o manual de operação que define as responsabilidades, as regras e os procedimentos de
operação do sistema de energia elétrica que ficam sob o comando e execução da Eletrosul.

2.1.3 A energia elétrica e o consumo internacional

De acordo com Proença (2007) o paradigma da produção de energia elétrica é aquele


que mais rapidamente se adapta à nova realidade: o recurso de combustíveis fósseis é
insustentável em médio prazo, e o recurso às chamadas energias renováveis para produção de
energia elétrica é cada vez mais uma aposta global.
“Ser favorecido por recursos naturais que se transformam em fontes de produção de
energia é estratégico para qualquer país. Entre outros fatores, porque reduz a dependência do
29

suprimento externo e, em consequência, aumenta a segurança quanto ao abastecimento de um


serviço vital ao desenvolvimento econômico e social”. (ANEEL, 2010).
Comprovado por pesquisas, o consumo de energia elétrica cresce a uma taxa
exponencial, na medida em que os países em desenvolvimento adquirem economia estável, e
a renda familiar e a industrialização aumentam. Nesse sentido, observa-se que os recursos
naturais não renováveis utilizados hoje para produção e suprimento da energia requerida,
apesar de representar independência ao país, é insustentável a médio e longo prazo. Essa visão
tem despertado em alguns órgãos internacionais iniciativas para controle do avanço de energia
global utilizando cada vez mais energias renováveis.
Na Assembleia Geral das Nações Unidas, ocorrida no ano de 2011, foi estabelecida a
iniciativa SE4All (Energia Sustentável para Todos), elegendo o ano de 2012 como o ano para
início do projeto que tem três objetivos globais a serem alcançados até o ano de 2030. Essas
metas incluem: assegurar o acesso universal aos serviços de energia moderna, duplicar a taxa
global de melhoria e eficiência energética e duplicar a quota de energia renovável no setor de
energia global (WORL BANK, 2013).
O progresso para alcançar os objetivos propostos tem sido lento devido ao fato de que
muitos dos países estão em desenvolvimento, considerando esses como países de alto impacto
que tem um peso particularmente grande no desempenho global agregado. A Figura 5
apresenta um grupo de 20 desses países da Ásia e África, os quais respondem por cerca de
dois terços do déficit de eletrificação global, e um segundo grupo de 20 economias
emergentes e de renda elevada que responde por quatro quintos do consumo global de
energia.
30

Figura 5: Países de alto impacto

Fonte: World Bank, 2013.

Com a divulgação do Relatório produzido pelo World Bank em 2013, observa-se que o
Brasil passou do 9º lugar no ano de 2011 para o 7º lugar dos maiores consumidores de energia
no mundo e a China é destacada como um dos países de alto impacto e de rápida evolução.
A disparidade de valores de consumo de energia entre os países pode ser observada
separando-os em duas classes: países em desenvolvimento e países desenvolvidos que
compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A Figura
6 apresenta esta comparação.

Figura 6: Participação das regiões do mundo no consumo de energia

Fonte: ANEEL, 2010


31

2.1.3.1 Países desenvolvidos

Os países que compõem a OCDE são países com economia estável e que não possuem
espaço para aumentos acentuados das indústrias ou consumo de bens que pressionem a
absorção de energia. Além disso, esses países tendem a utilizar equipamentos energicamente
eficientes e repassam a realização de atividades com maior consumo de energia, como é o
caso da siderurgia e produção de alumínio, para países em desenvolvimento (ANEEL, 2010).
Outra característica que pode ser observada nos países desenvolvidos é a
diversificação no tipo de fontes de energia, visando à diversificação da matriz e
consequentemente a redução da utilização dos combustíveis fósseis. Esse comportamento se
deve a resultados das políticas aplicadas individualmente por governos locais, a partir dos
compromissos assumidos no protocolo de Kyoto, em 1992 e retificados no Tratado.
A substituição de combustíveis fósseis ao longo do tempo pode ser observada na
Figura 7, onde há comparação da participação dos diversos tipos de energia no consumo no
ano 1973 e no ano de 2006. Pode-se perceber um aumento considerável na utilização de
fontes de energia renováveis.

Figura 7: Participação das diversas fontes de energia no consumo

Fonte: ANEEL, 2010

Entre os países desenvolvidos que são considerados de alto impacto considerando


demanda de energia, a Figura 5 apresenta em 2º lugar os Estados Unidos.

 Estados Unidos

Considerado um país de alto impacto e o 2º maior consumidor de energia com


demanda de energia per capita de 7,15 tep/hab, os Estados Unidos tem se destacado nos
últimos 5 anos por queda de 6,4% do uso de energia total. O papel da eficiência energética
que está sendo conquistado pelo país é resultado de desenvolvimento de inovações em
32

energia, tecnologia e aplicações, além de novas técnicas de extração gás natural, painéis
fotovoltaicos de menor custo e maior eficiência, inserção de veículos movidos a gás natural e
eletricidade, e smartgrids.
Um dos maiores responsáveis pela queda pela demanda de energia foi o aumento do
consumo do gás natural responsável por 27% do suprimento total de energia. Outro ponto
positivo é o fato de que o aumento do PNB (Produto Nacional Bruto) nos EUA não ter sido
acompanhado por um aumento do consumo energético. Esse é um fator significativo e de
importante significado social, já que não atrela maior desenvolvimento/produtividade a um
maior consumo energético.

2.1.3.2 Países em desenvolvimento

Segundo ANEEL (2010) “Os países em desenvolvimento costumam apresentar


variações do consumo de energia bem mais acentuadas que o crescimento do PIB
em função de fatores como a existência de grande número de indústrias
energointensivas, demanda reprimida por eletrodomésticos, eletroeletrônicos e
automóveis, e existência de uma forte economia informal (com atividades sem
registro e, portanto, sem a correspondente arrecadação de impostos e tributos)”.

A energia é um elemento essencial para o desenvolvimento, considerada pela


população desses países como um insumo fundamental que não só permite sua inserção na
sociedade moderna, como também permite incrementar a produtividade do seu trabalho.
Nos países em desenvolvimento como o Brasil, por exemplo, é possível reproduzir os
níveis de dependência, inadequação às necessidades fundamentais e danos ao ambiente a
partir do setor energético, sendo características típicas de países subdesenvolvidos. Outro
indicador utilizado para comparações internacionais no âmbito da energia é a relação energia
versus PIB. Esse indicador tem grande relevância em países em desenvolvimento devido às
atividades industriais intensivas, alta do comércio e poder aquisitivo crescente da população.
A Figura 5 indica a China como o país de mais alto impacto, a Rússia ocupando o 3º
lugar e o Brasil em 7º.

 China
A China possui extensão territorial de 9.596.961 km² e uma população de
1.345.750.973 habitantes, é um dos países que mais cresce no mundo, no contexto econômico,
industrial, financeiro, está prestes a se tornar uma potência mundial.
33

Possui atualmente uma demanda de energia correspondente a 2.417 milhões de tep


(toneladas equivalentes de petróleo) que correspondem a 19% da demanda de energia do
mundo. Embora a China apresente a maior demanda de energia do mundial, seu consumo per
capita é de 1,81 tep/hab, abaixo da média que é de 1,86 tep/hab.
O setor industrial da China é responsável por 52% do consumo final.

 Rússia
Com extensão territorial de 17.075.400 km² e com uma população de 143,5 milhões de
habitantes, a Rússia fica logo atrás da China no consumo de energia com 701 milhões de tep,
correspondente a 6% da demanda mundial. Apesar de a Rússia ocupar o 3º lugar na demanda
mundial, seu consumo per capita de energia é de 4,95 tep/hab equivalente à um país
desenvolvido.
A fonte principal de energia no país é o gás natural, responsável por 55% da sua
matriz. O setor industrial da Rússia é responsável por 34% do consumo final.

 Brasil
O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking, com 265 milhões de tep que corresponde a 2%
da energia do mundo.
As principais fontes de energia responsáveis pelo abastecimento no país são as
renováveis que alcançam 44% da matriz, somando biocombustíveis e hidroeletricidade, 31% e
13% respectivamente.
No que diz respeito às perdas de transformação, o Brasil se destaque entre os outros
países por apresentar um valor correspondente a 9% de perda de energia. As transformações
responsáveis pelas maiores perdas são aquelas relacionadas à geração de eletricidade.
O setor industrial do Brasil é responsável por 41% do consumo final.
34

2.2 Gerenciamento de Resíduos

2.2.1 Histórico do gerenciamento de resíduos

Segundo a normativa da ABNT NBR 10004/2004, os resíduos são definidos como:

“Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da


comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam
para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível”.

O conceito de lixo e resíduo, de acordo com Cavalcante (2009), varia conforme a


época e o lugar, sendo que também depende de fatores econômicos, jurídicos, ambientais,
sociais e tecnológicos, pois o termo ‘lixo’, na linguagem corrente, é sinônimo de ‘resíduo’.
No início da história da humanidade, os resíduos não eram um problema para a
sociedade por se tratar de um povo nômade. Ao longo dos tempos, com o início da vida
sedentária e a permanência por longos períodos no mesmo local, observou-se uma significante
deterioração da qualidade de vida evidenciada pela insalubridade e ausência de mínimas
condições de saneamento e higiene, ocasionada, principalmente pelo acúmulo de resíduos,
exigindo adaptações de comportamento para que fosse possível conviver com o problema.
“Para ilustrar esse fato, pode-se verificar em vários relatos nas escrituras sagradas que
citam o comportamento do homem primitivo em relação aos seus rejeitos. Na cidade de
Jerusalém, por exemplo, animais que eram sacrificados tinham suas peles, carnes e
excrementos incinerados.” (CAVALCANTE, 2009).
Ao longo dos séculos, as aglomerações humanas em torno dos campos cultivados
ganharam em tamanho, transformando-se nas primeiras cidades. Estas ocupavam regiões às
margens de rios. Ao mesmo tempo em que criava os centros urbanos, o homem desenvolvia a
técnica da cerâmica. Assim, os primeiros resíduos de materiais transformados quimicamente
pelo homem foram os dos objetos de cerâmica.
Durante a reurbanização e retorno de comércio entre as regiões na Europa Medieval,
no período do século XI, o local foi assolado por diversas pragas provocadas pela maneira
incorreta de lidar com os resíduos. Não era incomum nas cidades medievais, que se jogasse o
lixo e os resíduos sanitários pelas janelas das casas para a rua.
35

O problema do lixo urbano e a aparente resistência da população em destiná-lo


corretamente era tão sério que em 1297 a Inglaterra teve que elaborar uma lei determinando
que todos os moradores das cidades mantivessem limpas as frentes de suas casas. Todavia, a
lei, segundo os historiadores, foi quase ignorada. (ROSE, 2011)
Em 1354, logo após a Peste Negra, a prefeitura de Londres empregou funcionários
cuja tarefa era coletar o lixo, colocá-lo em carretas e levá-lo para fora da cidade, uma vez por
semana. Outra lei estabelecia que os resíduos domésticos devessem permanecer no interior
das casas, até que os coletores viessem buscá-los. O lixo era então vendido como adubo para
os camponeses, ou jogado em área previamente designada pela administração. (ROSE, 2011)
É a partir deste período, no século XVI, que o gerenciamento do resíduo urbano passa
a ser uma preocupação cada vez maior para as administrações públicas. O marco do moderno
gerenciamento de resíduos foi estabelecido na Inglaterra, em 1842. Neste ano é publicado o
estudo “Relatório a Respeito da Pesquisa sobre a Condição Sanitária da População
Trabalhadora na Grã Bretanha” (Report of an Inquiry into the Sanitary Condition of the
Labouring Population of Great Britain), que estabelece definitivamente o vínculo entre o
aparecimento de certas doenças e as péssimas condições de saneamento das cidades,
principalmente nos bairros mais pobres. (COSTA, 2011)
Durante muitas décadas o gerenciamento de resíduos urbano foi uma preocupação
para as administrações públicas que buscavam uma gestão adequada e eficaz. No Brasil, os
questionamentos sobre os resíduos foram inicialmente esboçados por volta dos anos 70,
relacionados a preocupações ambientais quanto ao desperdício em larga escala e a perspectiva
de extinção de determinadas matérias-primas.
Foram mais de duas décadas de discussões, inúmeras comissões e diversos trâmites até
que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos fosse sancionada no Brasil em 2010 através da
Lei Federal nº 12.305. Essa legislação, além de instituir a política, tem um viés educacional na
medida em que dispõe e esclarece sobre princípios, objetivos e instrumentos,
concorrentemente, destaca as diretrizes relacionadas com a gestão integrada e quanto ao
gerenciamento dos resíduos sólidos. (COSTA, 2011)
Quanto às empresas e empreendimentos privados, a nova legislação altera a Lei
9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), trazendo inúmeras inovações que exigirão alterações
operacionais e na conduta empresarial. Dentre as inovações, destaca-se como de grande
importância o compartilhamento de responsabilidades pelo ciclo de vida dos produtos e a
logística reversa.
36

“A partir do momento em que se toma consciência da relação entre resíduos sólidos,


qualidade de vida e qualidade ambiental, cresce o viés legislativo pertinente a políticas
públicas de resíduos.” (NUNESMAIA, 2002). A problemática em questão sempre esteve
presente, mas foi ao longo das últimas décadas que adquiriu papel fundamental na sociedade
do ponto de vista legislativo.
Diante da problemática relacionada à geração de resíduos em massa, sendo este um
dos maiores e mais significativos impactos ambientais causados pelo homem, atualmente há
uma grande preocupação em desenvolver métodos de gestão específicos e eficazes, com o
objetivo de minimizar e controlar o problema.
Para que esses objetivos sejam alcançados, é necessário obter conhecimento prévio da
geração de resíduos do local em estudo, conhecendo a classificação e quantificação dos
mesmos. O conhecimento dessas informações somadas às políticas públicas relacionadas é
essencial para que as etapas vinculadas à exploração racional com técnicas de mínimo
impacto ambiental sejam delineadas. Isto significa dizer que modelos de gerenciamento,
através de informações básicas sobre a composição e quantificação de resíduos e
conhecimento dos requisitos legais aplicáveis, devem integrar harmonicamente as etapas de
geração, acondicionamento, sistema de coleta e de disposição final. (FARIA, 2011)
Para definir a composição dos resíduos gerados é preciso realizar a classificação quanto:
 Natureza física: líquido, sólido ou gasoso;
 Origem: doméstico, hospitalar, industrial, construção, entre outros;
 Composição química: orgânico ou inorgânico;
 Riscos potenciais ao meio ambiente: perigoso, inerte ou não inerte.
Essa classificação auxiliará a definição das etapas a serem percorridas pelos resíduos:
geração, segregação, acondicionamento temporário, identificação, transporte, tratamento e
destinação final.
O manejo de resíduos deve assegurar as ações necessárias ao gerenciamento de
resíduos em seus aspectos estabelecimento internamente e externamente, desde sua geração
até a disposição final. As etapas de segregação, acondicionamento, coleta interna e
armazenamento temporário correspondem àquelas que ocorrem no estabelecimento interno,
correspondente ao espaço físico interno da instituição geradora. Enquanto que a coleta externa
(transporte), tratamento e destinação final ocorrem no estabelecimento externo, aquele espaço
físico externo ao local gerador. A Figura 8 apresenta o diagrama simplificado das etapas de
manejo de resíduos.
37

Figura 8: Diagrama das etapas do manejo de resíduos

Geração de resíduos Intra estabelecimento


Extra estabelecimento

Segregação

Acondicionamento

Coleta e transporte
interno

Armazenamento Coleta e transporte


temporário externo

Tratamento sim Necessidade de


tratamento?

não

Disposição final

Fonte: Faria, 2011

2.2.2 Política Nacional dos Resíduos Sólidos

“No Brasil, a Constituição Federal, promulgada em 1988, garante, em seu artigo


225, o direito de todos os brasileiros ‘ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes
e futuras gerações’. O artigo 23 define que são competências comuns da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos municípios ‘proteger o meio ambiente e combater
a poluição em qualquer de suas formas’.” (YAGI, 2012. pg17.)

Segundo Yagi (2012) para fazer valer a Constituição, o país vem dando passos
significativos, tendo adotado medidas desde antes da Política Nacional de Resíduos Sólidos
38

(PNRS). Dentre os avanços ocorridos na última década, além de leis estaduais sobre resíduos,
destacam-se as legislações federais aprovadas que impuseram ou sistematizaram novas
condutas e estão, de alguma forma, relacionadas à gestão de resíduos:
 Lei nº. 9.974/00, que altera a Lei nº. 7.802, de 11 de julho de 1989, a qual
dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem e rotulagem, transporte,
armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, importação, exportação,
destino final dos resíduos e embalagens, registro, classificação, controle, inspeção e
fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins;
 Lei nº. 9.966/00, que dispõe sobre a prevenção, controle e fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional;
 Normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro);
 Resolução Conama nº. 313/2002, que dispõe sobre o Inventário Nacional de
Resíduos Sólidos Industriais, conjunto de informações sobre geração, características,
armazenamento, transporte, tratamento, reutilização, reciclagem, recuperação e disposição
final dos resíduos sólidos gerados pelas indústrias do país.
Nos quase 20 anos de tramitação para viabilização da Lei que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cerca de 100 projetos relacionados ao tema foram
apensados e tramitaram em conjunto. Tais projetos foram analisados por comissões especiais
e alguns deles foram considerados inconstitucionais. (COSTA, 2011)
Com a aprovação da PNRS em 23 de dezembro de 2010 – Lei 12.305/2010,
regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010 –, uma nova perspectiva se apresenta ao cenário
nacional, pois além de visar à regulamentação da gestão adequada dos resíduos, a lei também
inclui questões para o desenvolvimento econômico, social e a manutenção da qualidade
ambiental.
Conforme afirma o IPEA (2011):

“Essa política apresenta o Plano Nacional de Resíduos Sólidos como um de


seus instrumentos para garantir o alcance dos objetivos da Lei 12.305/2010. Assim,
para o processo de elaboração do plano deverá ser adotada uma metodologia de
planejamento de suas metas e ações, que inclua uma análise dos fatores estratégicos
para a tomada de decisões, envolvendo a participação pública e destacando a
necessidade de ampliar as práticas para o desenvolvimento sustentável. ”
39

Além disso, são definidos na Lei outros instrumentos, como: A criação e o incentivo
ao desenvolvimento de cooperativas e associações de catadores de material reciclável;
Incentivos fiscais e financeiros; Educação ambiental; Fundo Nacional do Meio Ambiente;
Incentivo a coleta seletiva e a Logística reversa.
Como conteúdo mínimo exigido, o diagnóstico dos resíduos visa subsidiar as
discussões sobre a elaboração do plano nacional de resíduos sólidos, em um panorama
estratégico e de longo prazo que considere fatores ambientais e socioeconômicos. Torna-se
necessário nesse levantamento de dados, a inclusão da identificação dos resíduos gerados, o
levantamento dos aspectos legais e técnicos relacionados ao tema, representando o conjunto
de informações necessárias para o planejamento destas propostas. (IPEA, 2011)
Nesse sentido, é de fundamental importância que se tenha conhecimento da realidade
local, regional ou nacional de forma que o desconhecimento destes implica no planejamento
de metas e ações que podem ser inadequadas e assim, os benefícios da gestão dos resíduos
não serão eficientes e/ou eficazes e os prejuízos ambientais e socioeconômicos continuarão a
refletir na sociedade.
Desta forma, o PNRS tem vigência por prazo de 20 (vinte) anos, sendo necessária
atualização a cada 4 (quatro) anos e deve contemplar: Diagnóstico da situação atual dos
resíduos sólidos; Proposição de cenários; Metas de redução, reutilização e reciclagem, metas
para aproveitamento energético e recuperação de lixões; Programas, projetos e ações para
atendimento das normas previstas; Normas condicionantes técnicas para o acesso a recursos
da União; Medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada; Normas e diretrizes
para a disposição final dos resíduos; Meios para controle e fiscalização em âmbito nacional
(BRASIL, 2010).
A Seção V, artigo 21, define o conteúdo mínimo para elaboração do PNRS:
I – Descrição do empreendimento ou atividade;
II – Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, volume e
a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;
III – Observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se
houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos;
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de
resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;
IV – Identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;
40

V – Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento


incorreto ou acidentes;
VI – Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e,
observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à
reutilização e reciclagem;
VII – Se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, na forma do art. 31;
VIII – Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;
IX – Periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva
licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama. Segundo a Lei 12.305 de 2010, o
conteúdo mínimo que deve constar em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, para
empreendimentos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos propõe um compartilhamento da


responsabilidade sobre o clico de vida dos produtos, envolvendo os consumidores,
fabricantes, distribuidores e outros. Estes assumem o seu papel no que diz respeito aos
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Além disso, é estabelecida pela Lei uma cooperação entre o poder público federal,
estadual e municipal, com a sociedade e o setor produtivo da indústria, com a finalidade de
buscar alternativas para os problemas ambientais do país.
“A PNRS ainda instituiu como meta que até o ano de 2015, 50% dos RSI (perigosos
ou não), de todas as regiões do país, recebam destinação final ambientalmente adequada e, a
partir de 2039, todas as regiões terão 100% do RSI (perigoso ou não) disposto de forma
ambientalmente adequada.” (WILDNER, 2013)

2.2.3 Legislação complementar

A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados e o Distrito Federal


em matéria ambiental está delineada no art. 24 da Constituição Federal de 1988, em especial
nos seus incisos VI, VII e VIII, que referem-se expressamente ao meio ambiente. (Revista
Internacional de Direito e Cidadania, 2009).
Conforme indica a Revista Internacional de Direito e Cidadania (2009):
41

“Os incisos do art. 24 dão as diretrizes da repartição de competências


legislativas: cabe à União estabelecer regras gerais, devendo os estados suplementar
a legislação federal, seja para suprir as lacunas desta, seja para dar regramento à
situações que lhe são peculiares, seja para substituí-la também no que tange as
regras gerais, enquanto a lei federal não sobreviver.”

Com isso, a implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos conta com


articulação de outras legislações vigentes que dispõem de assuntos relacionados. As leis que
tratam de resíduos sólidos em âmbito estadual, e que sejam no mínimo iguais ou mais
restritivas que as leis federais, devem ser utilizadas como complemento na elaboração e
implantação do plano.
Na região Sul do Brasil, destaca-se as como as mais relevantes legislações estaduais
relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos:

Rio Grande do Sul:


 Lei nº 9.493 de 1992: Dispõe sobre a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como
atividades ecológicas, de relevância social e de interesse público, no Estado do Rio
Grande do Sul;
 Lei nº 9.921 de 1993: Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo
247, parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá outras providências;
 Lei nº 10.099 de 1994: Dispõe sobre os resíduos sólidos provenientes de serviços de
saúde e dá outras providências;
 Lei nº 11.520 de 2000: Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e trata de
licenciamento ambiental para estabelecimentos comerciais que utilizam recursos
renováveis ou considerados efetivamente ou potencialmente poluidores. No Título IV,
Capítulo VII trata sobre os resíduos estabelecendo que a coleta, o transporte, o tratamento
e a disposição final de resíduos poluentes, perigosos, ou nocivos devem passar por um
processo de legislação e ao processo de licenciamento perante o órgão ambiental;
 Resolução CONSEMA 005 de 1999: Licenciamento ambiental e operação de sistemas
de incineração de resíduos sólidos industriais, urbanos e de serviço de saúde no Estado
do Rio Grande do Sul e dá outras providências;
 Resolução CONSEMA 002 de 2000: Dispõe de norma sobre o licenciamento
ambiental para co-processamento de resíduos em fornos de clínquer;
 Resolução CONSEMA 009 de 2000: Dispõe de Norma para o Licenciamento
Ambiental de Sistema de Incineração de Resíduos provenientes de Serviço de Saúde,
classificados como infectantes (Grupo A);
42

 Resolução CONSEMA 017 de 2001: Estabelece diretrizes para a elaboração e


apresentação de Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos;
 Resolução CONSEMA 073 de 2004: Dispõe sobre a co-disposição de resíduos sólidos
industriais em aterros de resíduos sólidos urbanos no Estado do Rio Grande do Sul;

Santa Catarina:
 Lei 11.347 de 2000: Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final dos
resíduos sólidos potencialmente perigosos que menciona, e adota outras providências;
 Lei 15.251 de 2010: Veda o ingresso, no Estado de Santa Catarina, de resíduos sólidos
com características radioativas e de resíduos orgânicos oriundos de frigoríficos e
abatedouros, que apresentem riscos sanitários, tais como a disseminação de febre
aftosa ou outras zoonoses;

Paraná:
 Lei Estadual nº 12.493 de 1999: Estabelece princípios, procedimentos, normas e
critérios referentes a geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte,
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Estado do Paraná, visando
controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e
adota outras providências;
 Decreto Estadual nº 6.674 de 2002: Aprova o Regulamento da Lei nº 12.493, de 22 de
janeiro de 1999;
 Portaria IAP 224 de 2007: Estabelece os critérios para exigência e emissão de
Autorizações Ambientais para as Atividades de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

2.2.4 Rastreabilidade de resíduos

O conceito de rastreabilidade surgiu devido à necessidade de saber em que local um


produto se encontra na cadeia logística sendo também muito usado no controle de qualidade.

A ISO 9000 (ABNT, 2005) define rastreabilidade de resíduos como:


43

“Capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo


que está sendo considerado, até a transformação em matéria prima ou disposição
final. Ao considerar um produto, a rastreabilidade pode estar relacionada com: a
origem dos materiais e as peças; o histórico do processamento; e a distribuição e
localização dos produtos, incluindo sua destinação e disposição final”.

Esse sistema tem por função registrar todas as etapas da cadeia produtiva, além de ser
uma ferramenta utilizada na avaliação da geração e caracterização dos materiais residuais,
pois possui como premissa, o registro de informações relacionadas aos produtos, co-produtos
e resíduos, sendo estas informações relacionadas à sustentabilidade de sua produção.
(SUCASAS, 2011)
Nos últimos anos esse processo vem ganhando espaço no mercado e os investimentos
nessa área tendem a aumentar, pois torna-se cada vez mais importante que a tecnologia de
informação torne mais próximo o diálogo entre o consumidor e o produto. (WILDNER, 2013)

2.2.5 Gerenciamento de resíduos sólidos e a construção civil

Atualmente, o setor da construção civil vive um momento de mercado crescente em


todo o mundo, sendo responsável pela economia dos países, principalmente aqueles em
desenvolvimento onde é registrado crescimento exponencial do setor; por fornecer emprego,
devido à necessidade mão-de-obra; e melhoria na qualidade de vida dos usuários.
Fruto desse desenvolvimento, a maior demanda por atividades do setor tem trazido
alguns desafios para o ramo, que tenta se adaptar, já no caminho, às exigências do mercado
atual. Nesse contexto, um dos principais desafios do ramo no país é a inadequação as
exigências de sustentabilidade, crescente não só no Brasil como no mundo.
De acordo com Faria (2011), esse é o setor que mais consome matéria-prima e causa
impactos ao meio ambiente. A indústria da construção é responsável pelo gasto de 40% de
toda a energia produzida no mundo e é a maior geradora de resíduos da sociedade.
No âmbito de grandes construções e do momento de ascensão do setor, principalmente
em países em desenvolvimento, a energia elétrica é um negócio em grande expansão. Através
de estudos que indicam o crescimento exponencial da demanda de energia, a economia
estável que o país apresenta e o aumento do valor de índice de desenvolvimento humano, a
previsão é de que novas obras de implantação de LT se instalem no país. Atrelado aos
benefícios explícitos que essas obras trazem a sociedade, a problemática ambiental se faz
44

presente na questão de degradação ambiental, podendo ser observada em diversas etapas do


empreendimento, incluindo os resíduos gerados durante toda a obra.
Os resíduos provenientes dessas atividades são responsáveis por grandes impactos
ambientais do setor, pois são gerados em grande quantidade e na maioria das vezes não recebe
destinação adequada, impactando negativamente o meio ambiente e constituindo um local
propício para a proliferação de doenças e vetores.
“O resíduo de construção civil é gerado entre 0,4 a 0,7 t/hab.ano e representa 2/3 da
massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos sólidos
domiciliares” (SMA-SP). Diante desse número crescente, se faz a importância e a necessidade
de um ordenamento das questões relacionadas à gestão integrada de resíduos sólidos resultou
na publicação de políticas públicas que dispõem sobre princípios, objetivos, instrumentos e
diretrizes relativas ao assunto.

Segundo a SMA-SP, “A Política Nacional de Resíduos Sólidos define


instrumentos de planejamento fundamentais para estruturar a gestão e o
gerenciamento dos resíduos sólidos, tais como: os Planos de Resíduos Sólidos, o
Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos, o Inventário Estadual de Resíduos
Sólidos e o monitoramento dos indicadores da qualidade ambiental. Estes
instrumentos darão suporte à elaboração de políticas públicas que promovam a
minimização dos resíduos gerados, ou seja, a redução, ao menor volume, quantidade
e periculosidade possíveis, dos materiais e substâncias, antes de descartá-los no meio
ambiente”.

As questões relacionadas aos resíduos de construção tiveram seu marco legal a partir
da aprovação da Resolução CONAMA nº 307 em Junho de 2002. Essa define
responsabilidades para todos os agentes envolvidos, desde a geração, até o transporte e
destinação final. Portanto, cabe aos municípios elaborar um plano municipal que estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para os agentes envolvidos.
Ao longo dos anos foram realizadas reformulações desta Resolução, alterando a
classificação de resíduos de amianto e gesso, por exemplo. Hoje, existe consenso de que a
Resolução CONAMA nº 307 da maneira em que foi concebida em 2002 já com uma visão
audaciosa é um instrumento modelo a ser adotado para a gestão de outros tipos de resíduos.
Outro marco importante e que vem impulsionar a Resolução CONAMA nº 307 é a
aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esta define como aspecto fundamental
da gestão de resíduos da construção civil a forma diferenciada com que esses devem ser
tratados, de acordo com as regulamentações específicas do SISNAMA (Sistema Nacional de
Meio Ambiente).
45

Antigamente, os resíduos da construção civil eram vistos como resíduos industriais. A


partir do momento em que possuem legislação específica que definem diretrizes a serem
atendidas especialmente para esse tipo de resíduo, a gestão desses resíduos passa a se
aproximar muito da gestão de resíduos domiciliar.
Também foram elaboradas normas técnicas para a implantação de Áreas de
Transbordo e Triagem (ATTs), Aterros, Áreas de Reciclagem e uso do agregado reciclado
(NBR 15112/2004 a NBR 15116/2004). Estas normas tornam-se importantes, principalmente
tratando-se da gestão pública no uso de materiais, pois nos processos de licitação, exige-se
que estes materiais atendam as normas técnicas pertinentes.
46

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será descrito o processo metodológico adotado para realização do estudo,
descrição do local escolhido e a classificação da pesquisa.
A localização do objeto de pesquisa expõe a área de ação para o estudo de caso
específico escolhido, fornecendo uma ideia geral quanto à abrangência de sua localização, à
obra envolvida e à linha de transmissão de energia.
A estrutura metodológica da pesquisa foi dividida em etapas de acordo com os objetivos
que se pretendia alcançar. Essas etapas, de acordo com a complexidade, quando necessário
foram divididas em fases.

3.1 Objeto de estudo

O objeto de estudo é a obra de implantação de linha de transmissão que compreende os


estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo que está subsidiará condições para
elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos, através do levantamento de informações
no período compreendido entre o início das atividades efetivas da obra até o término da pesquisa –
Maio/13 à Junho/14. Este período foi identificado como suficiente para caracterizar a constância
do problema, medidas implementadas e em construção.

3.1.1 A obra de implantação de LT

Este empreendimento é uma das maiores obras de transmissão em andamento no país


e tem como objetivo principal melhorar o intercâmbio de energia entre a região Sudeste e Sul,
e garantir o abastecimento energético do Rio Grande do Sul, que cresce a taxas superiores à
média nacional.
A LT possui corredor situado na região sul do Brasil, atravessando 48 municípios,
sendo 6 no Paraná, 10 em Santa Catarina e 32 no Rio Grande do Sul.
A linha tem início na subestação da usina hidrelétrica Salto Santiago, localizada no
município de Saudade/PR, seguindo até a subestação de Itá/SC e finalizando na subestação de
Nova Santa Rita localizada no município de Nova Santa Rita/RS. A extensão total da LT é
será de 492 km, apresentado na Figura 9.
47

Figura 9: Localização da LT
48

As cidades por onde a linha irá passar são apresentadas nas Tabelas 2 a seguir.

Tabela 2: Municípios atingidos pela LT


ESTADO MUNICÍPIO

Rio Bonito do Iguaçú


Saudade do Iguaçú
Chopinzinho
Paraná
Honório Serpa
Coronel Vivida
Crevelândia
Aberlardo Luz
Bom Jesus
Ouro Verde
Xanxerê
Faxinal dos Guedes
Santa Catarina
Xavantina
Arvoredo
Seara
Paial
Itá
Barra do Rio Azul
Aratiba
Erechim
Getúlio Vargas
Floriano Peixoto
Sertão
Tapejara
Vila Lângaro
Água Santa
Rio Grande do Sul Ciríaco
Gentil
Santo Antônio do Palma
São Domingos do Sul
Casca
Paraí
Nova Araçá
Nova Bassano
Vista Alegre do Prata
Fagundes Varela
49

Cotiporã
Santa Tereza
Monte Belo do Sul
Garibaldi
Barão
Carlos Barbosa
São Pedro da Serra
Salvador do Sul
São José do Sul
Pareci Novo
Montenegro
Capela de Santana
Nova Santa Rita

Ao longo de toda a LT existe uma faixa de segurança chamada faixa de servidão. No


caso desta linha em estudo, a faixa de servidão corresponde a 35 metros para cada lado do
eixo, contendo restrições para o uso e ocupação, de forma a garantir a segurança da população
e também da própria linha de transmissão.
O uso destes locais depende de análises técnicas e de segurança, não sendo proibidos,
entretanto, usos que não exponham pessoas a condições de risco, nem venham a representar
problemas para a operação da instalação.
Em algumas condições, como no caso das áreas rurais, a convivência com a linha de
transmissão é assegurada, embora o proprietário ou usuário da terra deva observar restrições
quanto a determinadas atividades, tais como plantio de vegetação de porte arbóreo (árvores),
implantação de edificações (casa, galpões, etc.) e realização de queimadas, no caso de cultura de
cana.
Para isso, foram delimitadas áreas de influência direta (AID), que são aquelas onde os
municípios que irão abrigar os canteiros de obras, a área do entorno de 500 m além da faixa
de servidão, justificada pela abertura de acessos de obras e municípios com sede localizada
até 2 km do traçado e vilas/comunidades cortadas pelo traçado da LT.
Os municípios definidos para área de influência direta são apresentados na Tabela 3.
50

Tabela 3: Municípios na área de influência direta


ESTADO MUNICÍPIO
Coronel Vivida
PR
Pato Branco
Xanxerê
SC
Bom Jesus
Água Santa
São Domingos do Sul
Vista Alegre do Prata
RS Cotiporã
São José do Sul
Montenegro
Erechim

O traçado da LT possui 492 km e é dividido em três trechos de frentes de obra e


supervisão ambiental:
 Salto Santiago/PR – Itá/SC
 Itá/SC – Rio das Antas/RS
 Rio das Antas/RS – Nova Santa Rita/RS

Ao longo desses três trechos estão localizados os que canteiros definidos como foco do
estudo de diagnóstico dos resíduos gerados em obra de linha de transmissão, abaixo listados:
 Pato Branco/PR;
 Xanxerê/SC;
 Erechim/RS;
 Montenegro/RS.

3.2 Escopo e delimitação do trabalho

A estruturação do presente trabalho será baseada de acordo com as informações e


etapas descritas na Lei 12.305 de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos –, a qual
apresenta, na seção V, artigo 21, o conteúdo mínimo para a elaboração de um plano de
gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) de estabelecimentos comerciais e de prestação de
serviço que gerem resíduos perigosos, em grandes volumes, de construção civil, de atividades
agrossilvopastoris, dentre os quais podem ser incluídos empreendimentos de obras de linha de
transmissão.
51

No entanto, não será cumprido o conteúdo mínimo exigido pela Lei 12.305 de 2010,
seção II, artigo 15, no que se refere à proposição de cenários visto que o período médio de
duração deste tipo de obra, desde o início das atividades até a conclusão, energização e
entrega do empreendimento, dura entre 1 a 2 anos, de maneira que torna-se possível apenas a
aplicação de ações a curto e médio prazo.
Devido à peculiaridade das características que envolvem obras de linhas de
transmissão, como por exemplo, o fato de serem obras itinerantes, de curto a médio prazo,
estarem alocadas em munícipios de pequeno porte que não oferecem infraestrutura necessário
ao bom gerenciamento dos resíduos, torna-se difícil o desenvolvimento de um PGRS. Fato
este, observado em revisão bibliográfica, pois dificilmente encontram-se estudos que
contemplem este conteúdo e sejam conclusivos.
Para isto, o desenvolvimento do plano foi baseado nos dados obtidos através no
diagnóstico da situação atual do gerenciamento de resíduos no empreendimento, realizado na
disciplina de Pesquisa Aplicada (Maio de 2013 a Novembro de 2013). A partir deste estudo,
foi realizada síntese de diagnóstico, levando os principais problemas englobando a
caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos, além da identificação dos principais
problemas causados por ineficiências na segregação, acondicionamento temporário e
disposição final.
Assim, o desenvolvimento do PGRS a partir do estudo de caso da linha de transmissão
em questão, oferecerá condições e oportunidades para aplicação em obras do mesmo ramo, já
que estas são muito similares no que diz respeito ao tipo de resíduo gerado, pessoas
envolvidas no manejo e precariedade no sistema de manejo de resíduos dos municípios.

3.3 Procedimentos e métodos

O desenvolvimento da pesquisa contará com a realização de algumas etapas para


obtenção e compreensão dos dados. Essas serão descritas quanto ao método utilizado para que
sejam desenvolvidas de forma a alcançar cada objetivo específico, conforme a Figura 10.
52

Figura 10: Metodologia para o desenvolvimento da pesquisa

a) Elaborar síntese do diagnóstico atual do sistema de


gerenciamento de resíduos sólidos, buscando identificar
possíveis problemas

a.1) Compilação dos dados relevantes obtidos no


diagnóstico do gerenciamento de resíduos

b) Traçar objetivos, metas e um plano de ações de melhorias

b.1) Objetivos, metas e ações

b.2) Plano de implementação de ações

c) Elaborar mecanismos para implementação e


operacionalização do sistema de rastreabilidade de resíduos

c.1) Rastreamento da vida útil dos resíduos


gerados em cada canteiro de obras

d) Estabelecer diretrizes para o controle e fiscalização na


implantação do PGRS e para monitoramento

d.1) Elaboração de metodologia para


controle e fiscalização
53

a) Síntese do diagnóstico atual do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos

a.1) Compilação dos dados mais relevantes obtidos no diagnóstico do gerenciamento


de resíduos

O item de diagnóstico da situação atual do gerenciamento de resíduos exigido como


conteúdo mínimo para elaboração do plano de gerenciamento de resíduos foi realizado na
disciplina de Pesquisa Aplicada (Maio de 2013 a Novembro de 2013), contemplando a
caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos gerados nos diferentes canteiros de obra,
além de identificar os principais problemas relacionados à ineficiência na segregação,
acondicionamento temporário e disposição final.
Nesta fase foi realizada uma síntese do diagnóstico através da descrição dos dados
mais relevantes obtidos em pesquisa de campo, relacionados aos problemas no gerenciamento
e também àqueles ocasionados por falta de infraestrutura das cidades em que foram
mobilizados os canteiros de obras, de forma a auxiliar na elaboração dos objetivos descritos
no item a.2. A estrutura metodológica adotada é apresentada e caracterizada na Figura 11.

Figura 11: Metodologia para elaboração de síntese de diagnóstico

a) Síntese do diagnóstico atual do


sistema de gerenciamento de resíduos
sólidos, buscando identificar possíveis
problemas

a.1) Compilação dos dados relevantes  Revisão bibliográfica;


obtidos no diagnóstico do GR  Resumo do diagnóstico.

b) Traçar objetivos, metas e programa de ações de melhorias

b.1) Definir objetivos, metas e ações

Os objetivos, metas e ações foram estipulados de acordo com os problemas levantados


na fase de diagnóstico. Através deste, tornou-se possível definir prazos, os quais serão
analisados e aprovados em reunião com os responsáveis por cada trecho e canteiro de obras
54

antes do início do processo de implantação do plano e com horizonte que abranja toda a
organização, garantindo assim a eficiência da execução do gerenciamento.
Foi de fundamental importância a criação de metas, visto que tratam-se de obras
itinerantes e de curto período de execução. Sendo assim, as metas abrangem períodos de curto
e médio prazo de modo que sejam concluídas e apresentem resultados significativos,
refletindo o cumprimento dos objetivos e a capacidade de integralização das ações.
Para o cumprimento deste objetivo utilizou-se a estrutura metodológica apresentada na
Figura 12.

Figura 12: Metodologia para traçar objetivos e metas

b) Traçar objetivos, metas e


um plano de ações de
melhorias

b.1) Objetivos, metas e ações  Identificação dos principais


problemas do GR;
 Revisão bibliográfica;
 Reunião com responsáveis.

b.2) Elaborar plano de ações

A elaboração do plano de ações teve por finalidade o desenvolvimento e aplicação do


plano de gerenciamento de resíduos na LT em estudo e a possibilidade de aplicação em obras
similares.
Para cada problema levantado no diagnóstico ou estabelecido nos objetivos, metas e
ações, foi elaborado uma ou mais ações para contemplar a melhoria do sistema, visando
sempre às metas propostas. Utilizou-se a ferramenta de estratégia de qualidade proposta por
SEIFFERT (2007) 5W2H, reconhecida no mundo inteiro para implementação de Sistema de
Gestão Ambiental. No entanto, realizou-se adaptação conforme as necessidades para 4W1H.
As ações foram adequadas para cada componente do processo de gerenciamento:
coleta, armazenamento temporário e destinação final.
A estrutura metodológica é apresentada na Figura 13.
55

Figura 13: Metodologia para elaboração de plano de ações


b) Traçar objetivos, metas e
um plano de ações de
melhorias

 Identificação dos principais


b.2) Plano de implementação de
problemas do GR;
ações
 Revisão bibliográfica;
 Reunião com responsáveis;
 Quadro 5W1H.

c) Elaborar mecanismos para implementação e operacionalização do sistema de


rastreabilidade de resíduos

c.1) Rastreamento da vida útil dos resíduos gerados em cada canteiro de obras
Materiais e equipamentos

Dentro do plano de ação propôs-se a implementação do processo de rastreabilidade de


resíduos que terá como objetivo acompanhar os resíduos sólidos, buscando evitar a
contaminação de áreas, a identificação de eventuais degradadores do meio ambiente devido ao
ineficiente gerenciamento de resíduos, bem como manter um banco de dados sobre a geração
de resíduos.
A rastreabilidade de resíduos consiste em rastrear a vida útil do resíduo após o mesmo
ter saído do processo produtivo da indústria, ou como neste caso, do processo construtivo da
LT. Cada resíduo recebe um código de identificação e através deste é possível rastrear as
etapas posteriores às quais o resíduo passa antes de seu destino final. O rastreamento só acaba
quando o resíduo é destinado para aterro sanitário, incinerado ou modificado em outro
produto, ou seja, quando não possui mais as características as quais apresentava quando saiu
da indústria.
Para implementação deste mecanismo o procedimento metodológico seguido é descrito na
Figura 14.
56

Figura 14: Metodologia para rastreamento dos resíduos

e) Elaborar mecanismos para


implementação e operacionalização
do sistema de rastreabilidade de
resíduos

c.1) Rastreamento da vida útil dos  Utilização de planilhas;


resíduos gerados em cada canteiro  Utilização de códigos;
de obras  Colaborador responsável pela
atividade,

d) Estabelecer diretrizes para o controle e a fiscalização na implementação do plano


de gerenciamento de resíduos e para o monitoramento do mesmo

d.1) Elaboração de metodologia para o controle e fiscalização

O controle e a fiscalização foram estabelecidos com o auxílio dos responsáveis de cada


canteiro. Caberá a estas mesmas pessoas implantar o plano de gerenciamento. Para isso, será
desenvolvida uma metodologia para que haja controle, fiscalização e monitoramento do plano
no seu processo de implementação.
Para garantir a eficiência deste processo, os responsáveis deverão realizar treinamento
periódico para os colaboradores e funcionários que realizam atividades de manejo de resíduos,
repassando orientações para a correta segregação e armazenamento temporário.
Por tratar-se de obras de curto período de execução, o monitoramento ocorrerá desde a
fase de implementação, sendo que o funcionário responsável por esta atividade em cada
canteiro deverá ter conhecimento dos objetivos, metas e ações a serem alcançados,
compreendendo a importância do plano de forma que consiga conscientizar os demais e
alcançar bom andamento do processo.
O monitoramento consistirá em avaliações do modo como a atividade está sendo
realizada e os resultados obtidos, comparando-os com os objetivos e metas estabelecidos no
plano.
A Figura 15 apresenta o procedimento metodológico para o controle e fiscalização.
57

Figura 15: Metodologia para controle e fiscalização

f) Estabelecer diretrizes para o


controle e fiscalização na implantação
do PGRS e para monitoramento

d.1) Elaboração de metodologia para  Visitas aos locais de


controle e fiscalização armazenamento de resíduos;
 Acompanhamento do manejo de
resíduos;
 Treinamento para os
colaboradores.

3.3.1 Materiais e equipamentos

Para o desenvolvimento do estudo foram utilizadas ferramentas como planilhas e máquina


fotográfica que auxiliaram no levantamento de informações no campo. Esses dados receberam
tratamento com embasamento em revisão bibliográfica e informações coletadas com equipe de
supervisão ambiental, sendo necessário apenas utilização de materiais de escritório para esta
atividade.
58

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A coleta de dados foi desenvolvida com embasamento no processo metodológico


descrito no Item 2.3.4, que teve como função descrever a metodologia para alcançar os
objetivos específicos da pesquisa.

Os dados obtidos serão apresentados e analisados na sequência proposta na metodologia


para melhor compreensão do problema e linearidade nas informações.

4.1 Síntese do diagnóstico atual do sistema de GRS

O diagnóstico atual do sistema de gerenciamento de resíduos gerados pela obra de


implantação de linha de transmissão foi realizado na disciplina de Pesquisa Aplicada, no
período que compreende os meses de Maio/13 a Novembro/13.
Para que o levantamento de dados ocorresse de forma dinâmica e eficiente, este foi
separado e analisado conforme os objetivos específicos de forma a possibilitar a compreensão
do sistema e dimensão das dificuldades envolvidas no gerenciamento de resíduos deste tipo de
obra.
Desta forma, a síntese do diagnóstico será desenvolvida da mesma forma, conforme os
objetivos abaixo:
 Análise do sistema atual de gerenciamento de resíduos sólidos gerados na implantação
do empreendimento;
 Caracterização qualitativa dos resíduos gerados na implantação da LT;
 Quantificação dos resíduos gerados por tipo de material em cada canteiro;
 Identificação dos possíveis problemas relacionados ao gerenciamento de resíduos no
empreendimento.

4.1.1 Análise do sistema atual de GRS

Para que a coleta de dados ocorresse de forma dinâmica e eficiente utilizou-se uma lista
com as informações necessárias a serem levantadas, nos quatro canteiros de interesse, com
questões que descrevessem as características do gerenciamento de resíduos executado na obra:
I) Existência de gerenciamento de resíduos;
59

II) Como é realizado;


III) Existência de locais com condições adequadas para acondicionamento temporário;
IV) Existência de coleta seletiva;
V) Registro de não conformidade ou informe ambiental relacionado aos resíduos gerados na
obra.

Para melhor compreensão dos dados obtidos, estes serão apresentados e analisados por
canteiro.

a) Pato Branco - Paraná

Atualmente trabalham neste canteiro 23 colaboradores que realizam atividades de


armação, corte e dobra; concretagem de blocos pré-moldados; recebimento de estruturas,
cabos e acessórios das torres; e escalonamento das estruturas e aproximadamente 120 nas
atividades de campo.
Com base nas informações obtidas através da lista entregue em cada canteiro e
conversa com o supervisor ambiental responsável pelo local, a maior dificuldade desde o
início das atividades de implantação da obra se referem à segregação do material na fonte,
tanto resíduos secos e orgânicos, quanto àqueles característicos da construção civil. Isso
acontece devido à falta de cooperação dos colaboradores e à capacidade dos recipientes
incompatível com os volumes gerados.
A segregação era realizada conforme as diretrizes descritas na NBR 10004:2004, que
dispõe sobre o armazenamento de resíduos classe I – perigosos e classe II – não perigosos e
pela Resolução CONAMA nº 275/2001, que tem como intuito facilitar o processo de
separação dos resíduos através da utilização do código de cores. No entanto, esse
procedimento torna-se na maioria das vezes ineficiente visto que não há colaboração e nem
aceitação dos colaboradores sobre a importância desse tipo de separação, além de que a
prefeitura realiza coleta seletiva, mas não separa os demais resíduos.
O serviço de coleta seletiva municipal é realizado pela prefeitura. Esta envia os resíduos
recicláveis às cooperativas de reciclagem e os resíduos orgânicos e rejeitos são dispostos em
aterro sanitário no próprio município.
Os resíduos provenientes das atividades da construção civil como madeira, aço,
papelão e perigosos eram acondicionados temporariamente em baias que não possuíam
condições adequadas com o que é descrito na NBR 10004:2004 e NBR 12235. A destinação
60

desses materiais só é realizada quando a baia de armazenamento temporário atingir o limite de


capacidade e então é realizada venda ou doação do material.
Os resíduos perigosos se referem principalmente a frascos de óleo dois tempos, EPIs
contaminados, solo contaminado e lâmpadas. Sendo que os resíduos perigosos contaminados
não eram bem gerenciados inicialmente, necessitando de adequações durante a realização do
estudo. A destinação final é feita por empresa contratada – CETRIC (Central de Tratamento
de Resíduos).
Para controle da eficiência do sistema de gerenciamento de resíduos, a equipe de
supervisão ambiental da obra emite Informes Ambientais (IA). Quando uma não
conformidade torna-se recorrente é realizado registro fotográfico da situação e elaborado
documento (IA) descrevendo a ocorrência, medidas a serem executadas e prazo para
adequação, após é entregue a empreiteira responsável. O Quadro 1 apresenta os IA registrados
no canteiro de obras de Pato Branco.

Quadro 1: IA - Pato Branco

Informe Ambiental (IA) Número

Providenciar a remoção dos resíduos do local e executar baias cobertas


L1-002/2013
com base elevada e separadas por tipo de resíduos

Executar divisórias para disposição dos resíduos e identificação L1-003/2013


Realizar a limpeza da praça da torre sempre no final do turno, evitando
L1-006/2013
assim o acúmulo de resíduos e mantendo limpo.

Os registros fotográficos referentes a cada IA estão detalhados abaixo (Figura 16, 17, e
18):
61

 IA: L1-002/2013

Figura 16: Baias em condições inadequadas

 IA: L1-003/2013

Figura 17: Local inadequado para coleta municipal


62

 IA: L1-006/2013

Figura 18: Resíduos dispostos no solo

b) Xanxerê – Santa Catarina

A mobilização deste canteiro no município ocorreu no mês de setembro devido ao


avanço das atividades da obra, havendo a necessidade de uma maior equipe nesse local. Este
conta com 97 colaboradores que trabalham nas diferentes frentes de obra do trecho L1 – Salto
Santiago – Itá realizando atividades de supressão da vegetação, execução de formas e
ferragens, montagem de torres, execução de fundações para mastro central e estais, entre
outras.
Diariamente são produzidos resíduos do tipo seco e orgânico e/ou rejeitos. Esses são
segregados na fonte em conformidade com a Resolução CONAMA nº 275/01. Como a
mobilização deste canteiro ocorreu aproximadamente seis meses após o início da obra, o
gerenciamento de resíduos está sendo realizado conforme as necessidades que foram
observadas nos demais canteiros de forma a evitar maiores problemas.
Apesar de o canteiro realizar segregação na fonte e utilizar as tabelas para
quantificação da geração de resíduo, o município não realiza coleta seletiva e acaba
misturando-os, tornando ineficiente a segregação dos resíduos no canteiro.
Após coleta convencional realizada por empresa terceirizada pela prefeitura –
Continental Obras – os resíduos são encaminhados para o aterro sanitário municipal,
63

localizado na Linha Baliza, onde realiza-se a triagem dos mesmos.


Os resíduos da construção civil gerados neste canteiro são principalmente de madeira,
aço, papel e papelão que são acondicionados temporariamente em baias. No entanto, estas não
possuíam condições adequadas de armazenamento, comprometendo a qualidade ambiental do
local e das condições do resíduo para que pudesse posteriormente ser vendido, de acordo com
o que é descrito na NBR 10004:2004. Devido a este fato, no mês de setembro foi aberto um
IA para adequação das condições conforme apresentado no Quadro 2.

Quadro 2: IA - Canteiro Xanxerê

Informe Ambiental (IA) Número

Os resíduos orgânicos devem ser dispostos em recipiente específico. Em


função do sistema de coleta no município, há necessidade apenas de L1-001/2013
contentores identificados para resíduos orgânicos e secos.

Instalar caixa contentora na betoneira evitando que o resíduo de concreto


L1-004/2013
caia direto no solo.

Implantação de um sistema de acondicionamento e identificação eficiente


com capacidade de correção dos problemas potenciais antes de causar
danos ambientais. L1-005/2013
Executar, no pátio de obras, baias cobertas com altura mínima do chão
de 50cm e separadas por tipo de resíduo: madeira, ferro, lona e outros.

A destinação desses resíduos não tem periodicidade, acontecendo sempre que a


capacidade das baias de armazenamento estão próximas do limite.
Os resíduos perigosos gerados neste canteiro são principalmente embalagens de óleo dois
tempos utilizados nas motosserras e roçadeiras para as atividades de supressão da vegetação,
EPIs e solo contaminados.
Em relação aos maiores problemas enfrentados com o gerenciamento de resíduos
sólidos, o supervisor ambiental responsável pelo trecho destaca que a segregação na fonte é o
principal problema. Isso acontece porque o município não possui coleta seletiva e o incentivo
a segregação por parte dos colaboradores se torna mais difícil. Observou-se que tanto o
resíduo gerado pelas atividades de campo (resíduo de cimento, EPIs contaminados, marmitas,
entre outros), quanto o resíduo seco e orgânico gerado nas atividades do canteiro passam por
dificuldades na segregação.
64

Abaixo, estão listados os registros fotográfico (Figura 19, 20 e 21) referentes aos
informes ambientais registrados no canteiro de Xanxerê/SC, apresentados anteriormente no
Quadro 2, de forma a facilitar a compreensão do problema:

 IA: L1-001/2013

Figura 19: Resíduos orgânicos dispostos em local inapropriado

 IA: L1-004/2013

Figura 20: Resíduos dispostos diretamente no solo


65

 IA: L1-005/2013

Figura 21: Baias em condições inadequadas

c) Erechim – Rio Grande do Sul

Atualmente, este canteiro conta com 260 colaboradores que se distribuem em


diferentes frentes de obra ao longo do trecho L2 – Itá – Rio das Antas. No canteiro, trabalham
aproximadamente 35 pessoas em atividades de fabricação de formas, armação, corte e dobra;
concretagem de blocos pré-moldados; recebimento de estruturas, cabos e acessórios das
torres; escalonamento das estruturas; e depósito de bobinas e cabo condutor. No escritório e
almoxarifado que fica localizado junto ao canteiro de obras, trabalham aproximadamente 30
pessoas.
Além dos resíduos gerados nesses locais, àqueles gerados no campo são levados para o
canteiro para que posteriormente sejam destinados de forma correta. Através de relatos de
colaboradores responsáveis pelas atividades de gerenciamento, a maior dificuldade
relacionada à destinação correta dos resíduos se da pela ineficiência do gerenciamento
(baseado na Resolução CONAMA nº 275/01), falta de colaboração na segregação dos
resíduos e condições inadequadas de acondicionamento (no início das atividades da obra) e
principalmente pelo fato do município não possuir nenhum sistema de coleta para os demais
resíduos gerados na obra, oferecendo apenas coleta seletiva e convencional, propiciando o
acumulo de resíduos e condições para proliferação de doenças e vetores.
66

Quanto aos resíduos de construção civil, madeira, aço, papelão, entre outros gerados
no pátio de armação e ferragens, esses eram inicialmente acondicionados temporariamente em
baias que não possuíam condições adequadas com o que é descrito na NBR 10004:2004.
Contudo, no mês de maio foi registrado Informe Ambiental (IA) para regularização e
adequação das condições apresentado no Quadro 3, o qual não foi atendido gerando um novo
informe no mês de julho. A destinação final desse resíduo é realizada através da venda ou
doação do material, conforme a necessidade de espaço para armazenamento, sendo que
durante o período de realização da pesquisa ocorreu apenas uma vez.

Quadro 3: IA - Canteiro Erechim

Informe Ambiental (IA) Número

Implantação de um sistema de acondicionamento e identificação eficiente com


capacidade de correção dos problemas potenciais antes de causar danos
ambientais.
Executar, em frente ao escritório, baias cobertas e identificadas para a L2-002/2013
separação do resíduo seco e orgânico.
Executar, no pátio de obras, baias cobertas e separadas por tipo de resíduo:
madeira, ferro, plástico e papel.

Executar, em frente ao escritório e no pátio de obras, quatro contentores com


tampas para a separação do resíduo seco e orgânico, sendo dois para cada tipo
de resíduo.
Executar, no pátio de obras, baias cobertas com altura mínima do chão de 50cm L2-005/2013
e separadas por tipo de resíduo: madeira, ferro, lona e outros.
Executar bacia de contenção de resíduos perigosos coberta com área mínima
suficiente para o armazenamento dos produtos/resíduos antes e após o seu uso.
Executar limpeza do local e construção das baias deve ser concluída
imediatamente para que os resíduos de sucata e madeira sejam acondicionados
temporariamente de forma adequada, com base elevada e cobertura. Os
resíduos perigosos devem ser acondicionados dentro de contentores que L2-009/2013
necessitam ser colocados em local com base impermeável, bacia de contenção,
dispositivo de emergência e ventilação. Frascos de óleo e bombonas vazias
também devem ser armazenados nesse local até serem destinados corretamente.
Remover resíduos das baias para coleta seletiva e acondicionar
L2-010/2013
temporariamente em local com condições adequadas conforme a NBR 12235
Os resíduos de concreto devem ser acondicionados em baias próprias.
Os resíduos perigosos (desmoldante e embalagens de óleo para motosserra e
L2-011/2013
lubrificantes) devem ser acondicionados em baias com condições adequadas
para este tipo de resíduo.

Os resíduos perigosos gerados se referem principalmente a embalagens de óleo dois


67

tempos utilizados nas motosserras e roçadeiras. As embalagens de produtos oleosos são


acondicionadas em contentores apropriados e após ocorre destinação final pela empresa
contratada CETRIC.
No entanto, as embalagens ficavam em local com condições inapropriadas, por isso,
no mês de maio registrou-se um Informe Ambiental (IA) para execução de local com bacia de
contenção para armazenamento de embalagens já utilizadas e novas, bem como para outros
resíduos perigosos. Este não foi atendido gerando um novo informe com os mesmos
problemas no mês de julho.
O registro fotográfico dos IA do Quadro 3 serão apresentado na sequência para melhor
compreensão (Figura 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 29):

 IA: L2-002/2013

Figura 22: Baias inadequadas e Falta de local para coleta municipal


68

 IA: L2-005/2013

Figura 23: Baias em condições inadequadas e Falta de local para coleta municipal

 IA: L2-009/2013

Figura 24: Resíduos no canteiro em condições inadequadas


69

Figura 25: Tambor de óleo em contato com o solo

 IA: L2-010/2013

Figura 26: Resíduos perigosos em baia de coleta convencional


70

 IA: L2-011/2013

Figura 27: Resíduos dispostos em contato com o solo

Figura 28: Embalagens de óleos em contato com o solo


71

Figura 29: Desmoldante com vazamento em local inadequado

d) Montenegro – Rio Grande do Sul

Este, conta atualmente com 136 colaboradores que se distribuem em diferentes frentes
de obra ao longo do trecho L3 – Rio das Antas – Nova Santa Rita, sendo que nas atividades
do canteiro trabalham aproximadamente 42 colaboradores.
A geração de resíduos no canteiro e escritório é do tipo seco e orgânico/rejeitos. Esses
são segregados na fonte e recolhidos pela empresa Ecotrat Gerenciamento Integrado de
Resíduos LTDA que possui LO N° 124/2005-DL.
Os resíduos gerados nas atividades do canteiro são acondicionados temporariamente
em baias no próprio canteiro. No entanto, esses não possuem local com condições adequadas
de armazenamento segundo a NBR 10004:2004.
Com relação ao resíduo contaminado os mais comuns são: embalagens de óleo,
resíduos contaminados por tinta, solo contaminado por óleo e pilhas. Esses não possuem local
com condições adequadas para armazenamento temporário segundo a NBR 12235, o que
gerou no mês de agosto a abertura de um informe ambiental para regularização da situação. O
descarte desse material ocorreu apenas uma vez durante a realização do estudo e a empresa
responsável contratada é a CETRIC (Central de Tratamento de Resíduos).
Além disso, constatou-se através de visitas ao canteiro e conversa com o supervisor
ambiental responsável pelo trecho L3 que o principal problema se refere ao descarte
inadequado dos resíduos gerados nas atividades em campo de execução de fundação de
72

mastro central e estais, onde o cimento que deve ser disposto em bacias de decantação
impermeabilizadas conforme condicionante da LI (Licença de Instalação) é feito de maneira
irregular ou descartado em locais indevidos e o descarte desses resíduos na área da torre,
sendo que deveriam retornar ao canteiro para destinação correta, o que acaba gerando IAs
apresentados no Quadro 4.

Quadro 4: IA - Canteiro Montenegro

Informe Ambiental (IA) Número

Item 2.8 (a) da LI – 914/2013. Impermeabilização da bacia de contenção


L3-006/2013
para resíduos cimentícios no canteiro de obras
Item 2.8 (a) da LI – 914/2013. Impermeabilização com lona de uma bacia de
contenção para os resíduos cimentícios nas frentes de serviço. Posteriormente L3-007/2013
encaminhado ao canteiro de obras
Item 2.8 (a) da LI – 914/2013. Impermeabilização com lona de uma bacia de
contenção para os resíduos cimentícios nas frentes de serviço, para
L3-008/2013
posteriormente ser encaminhado ao canteiro de obras. Exigir dos operadores
o cumprimento das orientações da equipe de supervisão ambiental.

Os produtos devem ser dispostos em local externo ao canteiro de obras com


piso impermeável, ventilado, com uma bacia de contenção e limitando o L3-009/2013
acesso de pessoas, conforme NBR 12235.
O recolhimento de resíduos deve ser realizado diariamente nas frentes de
obras e áreas de apoio. Atendimento ao PBA – Plano Básico Ambiental e L3-011/2013
Legislação Ambiental

O registro fotográfico dos IA do Quadro 4 serão apresentado na sequência para melhor


compreensão (Figura 30, 31, 32, 33 e 34):
73

IA: L3-006/2013

Figura 30: Impermeabilização irregular da bacia de decantação

 IA: L3-007/2013

Figura 31: Descarte incorreto de resíduos de concreto na área da torre


74

 IA: L3-008/2013

Figura 32: Evidência do descarte incorreto de resíduos

 IA: L3-009/2013

Figura 33: Armazenamento de resíduos e produtos perigosos de forma inadequada


75

 IA: L3-011/2013
Figura 34: Descarte de resíduos na área da torre

4.1.2 Caracterização qualitativa

A fase de identificação dos principais resíduos gerados na obra para caracterização


qualitativa dos mesmos foi realizada ao longo do estudo através de conversas com os
supervisores ambientais responsáveis por cada trecho e visitas aos canteiros definidos como
foco do estudo e a algumas frentes de obra em campo.
Constatou-se que apesar de cada canteiro contar com um número diferente de
colaboradores, uns com maiores e outros com menores equipes de trabalho, a geração de
resíduos quando observada qualitativamente é muito semelhante por todos possuírem junto ao
canteiro, almoxarifado e escritório.
No canteiro de obras, diariamente são desenvolvidas atividades de fabricação de
formas, armação, corte e dobra; concretagem de blocos pré-moldados; recebimento de
estruturas, cabos e acessórios das torres; escalonamento das estruturas; e depósito de bobinas
e cabo condutor, as quais produzem resíduos de madeira, aço, papel, papelão e perigosos que
são armazenados temporariamente em baias e quando atingem o limite da capacidade são
doados ou vendidos para reciclagem.
76

No campo são realizadas diversas atividades das diferentes etapas da implantação da


LT, apresentadas no Quadro 5, conforme etapa, atividade, resíduos e classificação do resíduo
gerado, segundo a Resolução CONAMA nº 307/02,

Quadro 5: Levantamento e classificação dos resíduos gerados


Classificação
dos resíduos
Etapas de execução da LT Resíduos Sólidos (Resolução
CONAMA nº
307/02)
Resíduo seco (copos plásticos) e
Topografia Classe B
orgânico (restos de alimento)
Resíduo seco (copos plásticos) e
Limpeza de solo Classe B
orgânico (restos de alimento)
SERVIÇOS Perigoso (embalagens de óleo de
Classe D
PRELIMINARES motosserra)
Limpeza da faixa
Resíduo seco (copos plásticos),
Classe B
orgânico (restos de alimento)
Resíduo seco (copos plásticos) e
Sondagem Classe B
orgânico (restos de alimento)
Resíduo seco (copos plásticos e
embalagens) e orgânico (restos de Classe B
alimento)
Resíduos contaminados provenientes
Escavações - Tubulão
de vazamentos de equipamentos (pó
de serra, estopas contaminadas com Classe D
óleo lubrificante e combustível) e EPIs
contaminados
CONSTRUÇÃO Resíduo seco (copos plásticos e
CIVIL embalagens) e orgânico (restos de Classe B
Armação e ferragens - alimento)
Formas Sobras de estacas metálicas Classe B
Sobras de vergalhões de aço Classe B
Sobras de madeira Classe B
Resíduo seco (copos plásticos e
Nivelamento - embalagens) e orgânico (restos de Classe B
Concretagem alimento)
Sobras de concreto e sacos de cimento Classe A
Resíduo seco (copos plásticos e
Montagem manual ou
embalagens) e orgânico (restos de Classe B
mecânica
alimento)
Resíduo seco (copos plásticos e
MONTAGEM Instalação de embalagens) e orgânico (restos de Classe B
empancadura alimento)
Sobras de madeira Classe B
Instalação de cabo de Resíduo seco (copos plásticos e
Classe B
contrapeso - embalagens) e orgânico (restos de
77

Aterramento alimento)

Sobras de betume Classe D


Sobras de madeira Classe B
Resíduo seco (copos plásticos e
embalagens) e orgânico (restos de Classe B
Lançamento de cabo alimento)
condutor e OPGW
Sobras de madeira Classe B
Sobras de embalagens Classe B

A fase de construção civil é a que gera o maior volume de resíduos e os mais


significativos, por conta da problemática envolvida na destinação e cuidados com os mesmos.
Observa-se a geração de sobras de concreto, madeira, resíduos contaminados, além de sobras
de estacas metálicas e barras de ferro. Nas fases de serviços preliminares a geração de
resíduos se restringe ao resíduo comum (seco e orgânico) como copos plásticos, resíduos de
marmitex e outras embalagens já que as refeições são feitas em campo, enquanto que a fase de
montagem se difere por apresentar sobras de madeira provenientes das bobinas de cabo e
caixas dos isoladores e outros acessórios.
No escritório, os resíduos são provenientes das atividades desenvolvidas nesse local,
sendo principalmente resíduo reciclável como papel, papelão e copos plástico. Além disso,
são gerados resíduos orgânicos (cozinha) e rejeitos (banheiros). O almoxarifado gera resíduos
semelhantes ao do escritório por desenvolverem atividades similares.
O canteiro de Erechim possui uma peculiaridade quando comparado aos demais.
Como o alojamento é localizado em área rural, tornando difícil o acesso dos colaboradores
que trabalham nas atividades do canteiro, o almoço é realizado em um local destinado apenas
para alimentação. Neste gera-se diariamente resíduos do tipo orgânico que são segregados na
fonte e recolhidos pelo sistema de coleta municipal.

4.1.3 Quantificação

A realização da quantificação dos resíduos gerados em cada canteiro tornou-se


possível a partir do momento em que a caracterização qualitativa foi concluída, assim
estabelecendo critérios para quantificar a geração de resíduos em cada canteiro de acordo com
suas características locais.
78

No mês de agosto de 2013 foi realizada reunião com os responsáveis por cada trecho
onde foi entregue as planilhas a serem utilizadas para quantificação, disponíveis no Apêndice
A e B, e procedimentos para eficiência na utilização das mesmas. Foram repassadas
informações de como deveria ser realizada a segregação: utilizar saco de 100L como padrão,
coletores e lixeiras devidamente sinalizados, baias para coleta municipal em boas condições e
sinalizadas, definição de colaboradores responsáveis pelas atividades de gerenciamento dos
resíduos – incentivar os demais colaboradores a segregar, recolher os sacos e dispor nas baias
e anotar a quantidade de sacos gerados no dia –, horários e dias que o caminhão da coleta
passaria no canteiro, baias em condições adequadas para armazenamento temporário, entre
outros.
As planilhas foram utilizadas para quantificação mensal, portanto, no fim de cada mês
o supervisor ambiental do trecho enviava a planilha preenchida para controle e entregava ao
colaborador responsável uma nova planilha para preenchimento no próximo mês.
As lâmpadas que queimaram ou necessitaram de substituição em cada mês estão
apresentadas nas tabelas abaixo referentes a cada canteiro. O procedimento adotado para esses
resíduos foi o armazenamento das mesmas nas embalagens próprias e devolução no local de
compra. Já os cartuchos de impressora não são classificados como resíduos em nenhum dos
canteiros, pois estes são remanufaturados de modo que não precisam ser destinados e
diminuindo os custos.
Quanto à destinação de resíduos perigosos como solo contaminado, óleo e alguns
frascos, todos os canteiros de Pato Branco, Xanxerê e Montenegro realizaram contrato com a
empresa CETRIC – Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais, localizado no
município de Chapecó – Acesso Angelo Baldissera – km 05 – Linha Água Amarela –, nos
meses de outubro e novembro. Devido a esse fato, não foi possível quantificar a geração dos
mesmos.
Os resultados obtidos são apresentados individualmente para cada canteiro.

a) Pato Branco – Paraná

Os resíduos secos e orgânicos foram quantificados diariamente sendo possível fazer


um montante da geração no mês (Gráfico 1). Observa-se que no primeiro mês que foi
implantado o sistema de atualização diária por planilhas, o resultado da geração foi bem
menor quando comparado aos outros meses. Isso pode ter ocorrido devido à má segregação e
a falta de conscientização, além de falhas no preenchimento das planilhas. Ao longo dos
79

meses, com auxílio da supervisão, a atividade de gerenciamento foi alcançando os objetivos


propostos e a quantificação se tornou mais confiável (Figura 35).

Figura 35: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Pato Branco

*Quantificado em sacos de 100L.

Assim, o montante dos resíduos gerados em cada mês foi correlacionado com o
quantitativo de mão de obra por estes estarem intimamente ligados (Figura 36). Esta classe de
resíduo engloba sobras de alimento, sobras de papéis utilizados nos sanitários, vestiários e
alojamento, além do resíduo gerado nos escritórios. Sendo assim, através de uma média
aritmética observa-se que cada colaborador gerou aproximadamente 2,5 sacos de 100 litros
por mês.
80

Figura 36: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Pato Branco

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos do IBAM, o peso


específico dos resíduos solto (volume ocupado livremente, sem qualquer compactação) é de
280kg/m³. O saco utilizado para quantificação dos resíduos no canteiro possui 100 litros ou
0,1m³ de volume, o que corresponde a 28kg de resíduo em cada saco que multiplicados pele
geração de cada colaborador 2,5 sacos por mês, resulta em 2,3kg de resíduo por dia, sendo
este número bem elevado quando comparado com o que a literatura apresenta de geração
diária para cada pessoa, 0,5 a 0,8kg/pessoa/dia (Equação 1).

1000 litros = 1m³ → 1 saco de 100 litros = 0,1m³

0,1m³ x 280 = 28kg de resíduo solto por saco


2,5 sacos por mês x 28kg de resíduo solto por saco = 70kg por mês
70kg por mês / 30 dias = 2,3kg/pessoa/dia
(Equação 1)

Quanto aos resíduos provenientes da construção civil, utilizou-se planilha para


quantificação, do mesmo modo que para os resíduos secos e orgânicos. No entanto, a
atualização não foi feita diariamente, por não haver um controle de quanto cada equipe de
campo produz de resíduos. Estes foram quantificados apenas uma vez durante o período de
estudo. No mês de setembro a baia de armazenamento temporário atingiu o seu limite, e
81

então, foi providenciada destinação ambientalmente correta dos 1.230kg de madeira, 170kg
de papel/papelão, 4.000kg de ferro e 155kg de plástico, conforme o Quadro 6.

Quadro 6: Gerenciamento de resíduos: Pato Branco


Tipo de resíduo
Construção civil Perigosos

Mês Cartucho de Frasco de óleo


Papel/papelão Ferro Plástico Lâmpadas
Madeira (kg) impressora de motosserra
(kg) (kg) (kg) (unidade)
(unidade) (unidade)

1230 170 4000 155 7 - 13


Setembro
22,14% 3,06% 72,01% 2,79% 35,00% - 65,00%

Os resíduos de papel/papelão e plástico foram doados para cooperativas locais para


reciclagem, os resíduos de madeira foram doados a uma empresa familiar que trabalha com
caldeiras e os resíduos de aço foram vendidos para uma empresa que recupera o material
utilizando-o em outras atividades.
Quanto aos resíduos perigosos como frascos de óleo de motosserra dois tempos que
são utilizados nas atividades de supressão de vegetação, a quantificação foi realizada
conforme o número de unidades devolvidas ao almoxarifado que encaminha para o local de
compra. A quantificação destes não apresentou resultados confiáveis por saber-se que o
número de frascos utilizados mensalmente é muito maior do que os apresentados no Quadro
5. Isso se deve ao fato de que este é um material usado em campo e a maioria dos
colaboradores não guarda e não retorna o resíduo ao canteiro, deixando-o no campo, assim
como EPIs contaminados os quais não foram quantificados por falta de dados.

b) Xanxerê – Santa Catarina

A mobilização do canteiro de Xanxerê ocorreu no mês de Setembro de 2013 devido ao


deslocamento de um maior número de colaboradores neste sentido e a necessidade de equipes
locais para realizar atividades de supressão de vegetação, execução de formas e ferragens,
execução de fundações de estais e mastro central, entre outras atividades relacionadas à obra
de implantação da LT.
No mês de setembro, iniciou-se a utilização das planilhas e as atividades de manejo de
resíduos no canteiro a fim de conhecer os resíduos e a quantidade que é gerada mensalmente.
A partir da Figura 37 é possível perceber que o número de sacos de resíduo orgânico e
seco gerados no mês é bem menor quando comparado aos outros canteiros, devido ao fato de
82

que este conta com 160 colaboradores, sendo que àqueles que realizam atividades no local são
aproximadamente 13 colaboradores, número inferior aos demais.

Figura 37: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Xanxerê

*Quantificado em sacos de 100L.

A partir dos dados obtidos da geração de resíduos, pode-se fazer uma comparação
entre os resíduos comuns gerados e o número de colaboradores que trabalham durante os
meses de estudo, a fim de verificar o grau de relação entre estes valores, já que o número de
colaboradores poderia alterar a geração de resíduos, apresentado na Figura 38.
83

Figura 38: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Xanxerê

Nesse caso, observa-se que cada colaborador gera em média 2,10 sacos de 100 litros
por mês. Fazendo a mesma relação o peso específico dos resíduos soltos indicados pelo
IBAM que é de 280kg/m³, o saco utilizado para quantificação possui capacidade para 28kg,
que quando multiplicados pelos 2,10 sacos gerados por cada colaborador por mês, resultam
em 1,96kg/pessoa/dia, acima do que é considerado para geração diária da população
brasileira, que é de 0,5 a 0,8kg/pessoa/dia.
Os resíduos de madeira, papel/papelão, ferro e plástico são acondicionados
temporariamente em baias, mas ainda não foram destinados por ainda haver capacidade de
armazenamento. A quantificação dos resíduos existentes no local foi realizada com auxílio do
técnico de segurança responsável pelo trecho por estimativa. Os resultados são apresentados
no Quadro 7.

Quadro 7: Gerenciamento de resíduos: Xanxerê


Tipo de resíduo
Construção civil Perigosos
Mês Cartucho de Frasco de óleo
Papel/papelão Ferro Plástico Lâmpadas
Madeira (kg) impressora de motosserra
(kg) (kg) (kg) (unidade)
(unidade) (unidade)

1000 100 3000 130 3 - 9


Novembro
23,64% 2,36% 70,92% 3,07% 25% - 75%
84

Quanto aos frascos de óleo dois tempos de motosserra, considerados resíduos


perigosos, a quantificação foi considerada ineficiente, assim como nos demais canteiros, pelo
mesmo motivo: falta de colaboração dos trabalhadores que deixam esses resíduos no campo,
impossibilitando a devolução ao local de compra e tornando invalido os dados obtidos.

c) Erechim – Rio Grande do Sul

As atividades de gerenciamento de resíduos no canteiro de Erechim iniciaram no mês


de Agosto de 2013. Nesse período definiram-se dois colaboradores: um colaborador do
almoxarifado, responsável pela atualização diária da planilha e um do canteiro de obras,
responsável pela eficiência na segregação e encaminhamento dos sacos de resíduos até as
baias para coleta municipal.
Essas atividades foram supervisionadas uma ou duas vezes por semana no primeiro
mês e mensalmente nos meses seguintes, de forma que não houvesse dúvidas no
desenvolvimento das atividades, tornando os resultados mais confiáveis.
A partir dos dias e horários preestabelecidos pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente para coleta dos resíduos pela empresa terceirizada do Grupo TOS, definiram-se os
roteiros das atividades de forma que nenhum saco fosse recolhido antes que tivesse sido
quantificado.
Através dos valores quantificados apresentados na Figura 39, verifica-se que o resíduo
orgânico gerado no canteiro de obras de Erechim apresenta valores superiores quando
comparado aos demais canteiros.
85

Figura 39: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Erechim

*Quantificado em sacos de 100L.

Isso acontece porque o alojamento de Erechim localiza-se em área rural, tornando


difícil o acesso de alguns colaboradores que trabalham em frentes de obras mais distantes ou
no próprio canteiro, então as refeições são feitas em um refeitório construído no pátio de
armação e ferragens, conforme Figura 40.

Figura 40: Refeitório do canteiro de obras de Erechim

Para o canteiro de Erechim realizou-se a mesma comparação, observando que os


resíduos provenientes de banheiro, de sobras de alimentação e os recicláveis são influenciados
86

pelo número de pessoas que ali trabalham. A correlação é apresentada na Figura 41, e através
de média obteve-se que cada colaborador gera 2,08 sacos de 100 litros por mês.

Figura 41: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Erechim

A partir das relações feitas anteriormente entre o peso específico dos resíduos soltos e
a capacidade mássica do saco de 100 litros, a geração de resíduos no canteiro de Erechim é de
2,08kg.pessoa/dia, acima do considerado para geração per capita da população brasileira, que
é de 0,5 a 0,8kg.pessoa/dia.
Os resíduos provenientes das atividades de construção civil eram inicialmente
acondicionados temporariamente em baias com condições inadequadas o que gerou o IA L2-
002/2013 que não foi atendido, gerando novamente um informe solicitando as mesmas
adequações IA L2-009/2013. A partir do momento em que o último informe foi atendido,
houve a necessidade de destinação ambientalmente adequada dos resíduos presentes no local
para execução de novas baias com condições adequadas.
A destinação ocorreu no mês de setembro onde 4.000kg de ferro foram vendidos à
uma empresa de sucata da cidade de Concórdia, sendo estes resíduos provenientes da sobra
dos trabalhos de armação de ferro e aberturas de ferragens. Os 1.950kg de resíduos de
madeira provenientes do desmonte de caixas de material e/ou equipamentos e das desformas
das formas de concreto foram doados à uma empresa familiar da região que utiliza caldeiras
no seu processo produtivo. Já 180kg de resíduos de pó de serragem foram doados para
utilização em compostagem. Os valores podem ser observados no Quadro 8.
87

Quadro 8: Gerenciamento de resíduos: Erechim


Tipo de resíduo
Construção civil Perigosos
Mês Cartucho de Frasco de óleo
Papel/papelão Ferro Plástico Sacos de pó Lâmpadas
Madeira (kg) impressora de motosserra
(kg) (kg) (kg) de serra (kg) (unidade)
(unidade) (unidade)

1950 120 4000 100 180 8 - 13


Setembro
30,71% 1,89% 62,99% 1,57% 2,83% 38,10% - 61,90%

Os problemas na quantificação dos frascos de óleo de motosserras se repetiram no


canteiro de Erechim, necessitando de solução.
No entanto, no mês de novembro foi realizado contrato com duas empresas licenciada
pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), uma para transporte dos resíduos e
outra para destinação ambientalmente adequada dos mesmos. A empresa GRE –
Gerenciamento de Resíduos Erechim LTDA., com licença de operação LO nº 05069/2013-DL
ficou responsável pelo transporte dos resíduos até o local de responsabilidade da empresa
Multi Serviços Tecnologia Ambiental LTDA., com licença de operação LO nº 7692/2012-DL,
localizada na Rodovia BR 386, Estrada Tabaí-Canoas, nº 429, km 429. Através deste contrato,
no momento de recolhimento dos resíduos para transporte, estes foram quantificados em
unidades e volume gerados, conforme o Quadro 9.

Quadro 9: Quantificação de resíduos perigosos em Erechim


Tipo Quantidade Observações
Camisas 86
Calças 109 Todos sem
Botinas 80 condições de
Luvas vaqueta 250 reutilização após
Luvas de raspa 20 higienização
Botinas de borracha 26
Total = 3,0m³

Essa quantificação se refere aos resíduos perigosos gerados durante todo o período da
obra desde seu início. Sendo assim, pôde-se concluir que o manejo está ocorrendo de forma
ineficiente, considerando que o número de funcionários que já passaram por essas atividades e
geraram este tipo de resíduo é superior ao número quantificado.
88

d) Montenegro – Rio Grande do Sul

O gerenciamento de resíduos no canteiro de Montenegro foi desenvolvido com


eficiência tornando os resultados obtidos confiáveis, apresentados na Figura 42.

Figura 42: Quantificação de resíduo seco e orgânico: Montenegro

*Quantificado em sacos de 100L.

Os resíduos secos e orgânicos provenientes das atividades do canteiro, escritório e


almoxarifado são segregados na fonte e encaminhados para a baia localizada em frente ao
canteiro para coleta municipal. Nos quatro meses em que se realizou a pesquisa, os valores
obtidos foram similares. Isso aconteceu porque não teve alterações significativas no número
de colaboradores nesse trecho, tornando linear a geração de resíduos.
Através dos resultados obtidos na Figura 43, foi possível realizar uma correlação entre
o resíduo comum gerado pelos colaboradores do canteiro como papel, restos de comida,
rejeitos, entre outros com o quantitativo de mão de obra, já que estes estão intimamente
relacionados. A correlação é apresentada na Figura 43.
89

Figura 43: Mão de obra versus volume de resíduo comum: Montenegro

Assim, obteve-se que cada colaborador gera aproximadamente 1,96 sacos de 100 litros
de resíduos por mês. Calculando-se a relação apresentada na Equação 1, conclui-se que neste
canteiro cada colaborador gera 1,83kg/pessoa/dia, resultado superior a média brasileira que é
de 0,5 a 0,8kg/pessoa/dia.
Já os resíduos da construção civil são acondicionados temporariamente em baias com
condições adequadas que atingiram a capacidade limite em setembro, mês em que foi
realizada a destinação dos resíduos através de venda e doação para empresas locais que
utilizam como insumo para outros produtos.
Os valores de quantificação obtidos são apresentados no Quadro 10, sendo 200kg de
madeira, 150kg de papel/papelão, 4200kg de ferro e 100kg de plástico.

Figura 44: Gerenciamento de resíduos: Montenegro


Tipo de resíduo
Construção civil Perigosos

Mês Cartucho de Frasco de óleo


Papel/papelão Ferro Plástico Lâmpadas
Madeira (kg) impressora de motosserra
(kg) (kg) (kg) (unidade)
(unidade) (unidade)

2000 150 4200 100 6 - 17


Setembro
31,01% 2,33% 65,12% 1,55% 26,09% - 73,91%

As lâmpadas e frascos de óleo de motosserra apresentaram valores superiores aos


demais canteiros. No entanto, sabe-se que os colaboradores que realizam as atividades
90

envolvidas na geração deste tipo de resíduos necessitam de maiores orientações, de forma que
entendam a importância da devolução do material para que seja destinado corretamente.

4.1.4 Possíveis problemas relacionados ao GR

O foco do levantamento foi à busca por informações relacionadas à infraestrutura das


cidades, como saneamento básico, coleta seletiva e local licenciado para a destinação de
resíduos. Para isso, serão apresentadas individualmente as informações de cada canteiro.

a) Pato Branco – Paraná

Pato Branco é um município brasileiro, localizado no sudoeste do estado do Paraná


(Figura 47). Segundo dados do IBGE (2010), a população censitária total do munícipio é de
72.370 habitantes, sendo o grau de urbanização 94,02%. A cidade conta com pelo menos
22.011 residências em área urbana e 1.399 em área rural, sendo a renda média domiciliar per
capita de R$974,21.

Figura 45: Localização de Pato Branco

Atualmente, devido à necessidade de se adequar as exigências legais, o munícipio


iniciou no mês de fevereiro o desenvolvimento do Plano Municipal de Saneamento Básico
segundo as diretrizes da Lei nº 11.145/05. Este está sendo realizado em conjunto pela
91

prefeitura e a Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), devido esta ser


concessionária de dois serviços de saneamento do município.
Algumas questões mais relevantes já foram definidas. No entanto, as maiores
preocupações de Pato Branco é manter o índice de abrangência na coleta e atendimento de
esgoto acima de 80%, sendo que hoje atende aproximadamente 55% e questões relacionadas
aos resíduos sólidos urbanos.
A partir de projeções, estima-se que o número de habitantes no munícipio deve chegar
a 134.187 até 2042, horizonte do plano.
Nesse contexto, destacam-se a instalação de novas indústrias e empreendimentos que
encontram na cidade oportunidade de desenvolvimento, mas em contrapartida torna-se um
problema para Pato Branco por não possuir a infraestrutura necessária para dar suporte a
estes.
Na obra de implantação da linha de transmissão esses problemas são notórios. O
canteiro de obras de Pato Branco – Paraná localiza-se no bairro Fraron, km 421 da BR 158 –
Quadra 406 – Lote 001 (coordenadas UTM E 332003m, S 7099365) em local com
características predominantemente residenciais, próximo à área rural como apresentado na
Figura 46.

Figura 46: Localização do canteiro de Pato Branco


92

Por ser uma obra de grandes dimensões, que envolvem diversos trabalhadores que
vêm de diferentes lugares do Brasil e que se tratando a respeito de questões ambientais, esta
envolve a geração de uma grande quantidade e diversidade de resíduos.
Os problemas iniciados na segregação e que decorrem ao longo do manejo dos
resíduos envolve um conflito entre os dois lados, tanto a falta de conscientização dos
geradores quanto à ineficiência do sistema de coleta municipal. Sendo este classificado como
um dos maiores problemas encontrados no canteiro de Pato Branco.
Além disso, outra dificuldade encontrada é quanto à destinação dos resíduos da
construção civil e perigosos. O município não possui aterros especiais para estes e as
empresas que realizam esta atividade ficam muito distantes.

b) Xanxerê – Santa Catarina

O município de Xanxerê localiza-se na mesorregião oeste catarinense, fazendo divisa


com os municípios de Bom Jesus, Ipuaçu, Lajeado Grande, Xaxim, Xavantina e Faxinal dos
Guedes (Figura 47) e distante 500km da capital do estado – Florianópolis.

Figura 47: Localização de Xanxerê

Segundo dados do IBGE (2010) em 2013, estima-se que a população seja de 46.981
habitantes distribuídos em 377.553km², representando uma densidade populacional de 116,81
hab/km². Além disso, o município apresenta índice de desenvolvimento humano igual a 0,815,
sendo um dos mais altos do estado.
93

A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico foi iniciada no fim do ano de


2012, mas foi no mês de maio de 2013 que as atividades foram intensificadas, principalmente
na fase de diagnóstico da situação atual da cidade.
Através de processo licitatório, a empresa Bolognesi ficou responsável pelo projeto e
execução da estação de tratamento de efluentes que ficará localizada na Linha Invernadinha,
com o objetivo de atender 50% da cidade.
A preocupação quanto a segregação e disposição final dos resíduos se torna presente
na cidade a partir do momento em que são previstas ações no PMSB para implantação destas
no município que hoje conta apenas com coleta convencional. Para isso, iniciaram-se no mês
de novembro atividades desenvolvida em parceria com a Secretaria de Políticas Ambientais e
por voluntários em diversos bairros da cidade para sensibilização da população para
cooperação na realização da coleta seletiva, trazendo o conhecimento da importância da
segregação, vantagens ambientais e econômicas, reciclagem, entre outros.
Os resíduos gerados tanto pela população da cidade como em decorrência das
atividades da obra que se instalou na cidade enfrentam os mesmos problemas. Mesmo que
houvesse a conscientização por parte de ambos, o município não possui infraestrutura
planejada para dar suporte, nem condições ambientalmente adequadas. Desse modo, todo o
resíduo que é gerado é encaminhado para o aterro da empresa Continental Obras e Serviços
que possui licença de operação LO – nº 9183/2011, localizada na Linha Baliza, SN. Neste
local é realizada triagem do resíduo, mas como são recolhidos por caminhão compactador um
baixo percentual pode ser recuperado.
O canteiro de obras de Xanxerê – Santa Catarina localiza-se em área com
características rurais aproximadamente 8km de distância da cidade (coordenadas UTM E
354462m, S 7023154m) conforme a Figura 48.
94

Figura 48: Localização do canteiro de Xanxerê

Nesse canteiro, a maior dificuldade refere-se à segregação tanto do resíduo seco e


orgânico, quanto do proveniente da construção civil. Como a cidade não possui sistema de
coleta seletiva, a conscientização dos colaboradores quanto à importância da segregação para
proteção da saúde e do meio ambiente torna-se muito difícil. Além disso, o canteiro não
dispõe de local adequado para acondicionamento temporário dos resíduos da construção civil,
fazendo com que estes fiquem misturados, em contato direto com o solo e dificultando a sua
disposição final correta, já que a cidade não dispõe de aterro especial para Resíduos de
Construção e Demolição (RCD).

c) Erechim – Rio Grande do Sul

O município de Erechim fica localizado na mesorregião noroeste Rio-grandense


fazendo divisa com os municípios de Aratiba, Três Arroios, Getúlio Vargas, Erebango,
Gaurama, Áurea, Paulo Bento e Barão de Cotegipe, distante 375km da capital do estado –
Porto Alegre (Figura 49).
95

Figura 49: Localização de Erechim

O município possui uma área de 430.764km² e segundo o IBGE (2010) estima-se que
em 2013 alcançou uma população de 101.122 habitantes, sendo assim a densidade
demográfica correspondente a 223,11hab/km².
Erechim é a segunda cidade mais populosa do norte do estado, superada apenas por
Passo Fundo e possui o 17º posição no PIB do Rio Grande do Sul. No entanto, as questões
ambientais não são destaque no município e só ganharam espaço nos últimos anos devido às
exigências legais, principalmente pela Lei nº 11.445/05 que define diretrizes para elaboração
do Plano Municipal de Saneamento Básico que deve ter sido iniciado até janeiro de 2014.
Nesse contexto, foi realizado diagnóstico da situação atual do município, apresentado
resultados mais críticos no que diz respeito ao esgotamento sanitário e abastecimento de água.
Hoje o município não conta com esgotamento sanitário tratado e todos os anos sofre com a
estiagem. Devido a esses fatos, foram definidas metas em assembleias para a transposição do
Rio Cravo que já possui 14km dos 16km de tubulação que devem ser instalados e a
substituição de 73% da canalização de água em área urbana devido a perda de
aproximadamente 42% da água tratada que chega as residências. Além disso, já foram
indicadas três áreas para a instalação da estação de tratamento do esgoto.
O município tem produção média de 60 toneladas de resíduo orgânico por dia e pelo
menos 14 cargas diárias de resíduo seco. Essa grande geração se refere principalmente há
forte atividade industrial e do comércio que faz com que diversas pessoas de cidades vizinhas
passem a trabalhar e produzir resíduos na cidade.
96

Ainda assim, este não representa significativos problemas, pois Erechim conta com
aterro sanitário desde o ano de 2001 e com coleta seletiva desde o ano de 2006. Dessa forma,
todo o resíduo seco e orgânico gerado por munícipes, empresas e empreendimentos é
recolhido pelo sistema de coleta seletiva da empresa TOS terceirizada pela prefeitura e
encaminhado para aterro (orgânicos e rejeitos) ou para cooperativas de reciclagem
(recicláveis). Atualmente, o município conta com uma associação que possui nove
cooperativas de recicladores cadastradas.
O canteiro de obras de Erechim – Rio Grande do Sul localiza-se no bairro Morada do
Sol, km 45 da BR 153 (coordenadas UTM E 377890, S 6942501) em local com característica
predominantemente residencial, conforme a Figura 50.

Figura 50: Localização do canteiro de Erechim

O serviço de coleta seletiva municipal do qual o canteiro depende é terceirizado pela


prefeitura. A empresa responsável pela coleta é do grupo TOS que preestabelece os dias e
horários que serão recolhidos cada tipo de resíduo em cada subárea do município. No local
onde o canteiro foi mobilizado, a coleta do resíduo orgânico acontece na terça-feira, quinta-
feira e sábado e do resíduo reciclável na segunda-feira e sexta-feira, sendo os dois recolhidos
entre 8 horas e 9 horas da manhã.
Após recolhido, o resíduo seco é encaminhado às cooperativas de reciclagem do
município, onde é realizada a triagem e reaproveitamento do material. Os resíduos orgânicos e
97

rejeitos são recolhidos pelo sistema de coleta convencional e destinados ao aterro sanitário
municipal que possui licença de operação – LO Nº 1136/2008-DL. Este fica localizado em
área rural, Povoado de São Luiz – Secção Paiol Grande, Lote 32.
Atualmente o canteiro enfrente dificuldades apenas com os resíduos perigosos, desde a
fase de segregação até destinação final. Isso acontece principalmente com EPIs contaminados
que são utilizados em campo e não retornam ao canteiro para correta destinação.
Os demais resíduos possuem condições adequadas de armazenamento temporário e os
diálogos diários de segurança (DDS) sempre enfatizam a necessidade da segregação
reforçando a conscientização dos colaboradores.

d) Montenegro – Rio Grande do Sul

Montenegro é um município brasileiro pertencente à região metropolitana de Porto


Alegre fazendo divisa com os municípios de Triunfo, Nova Santa Rita, Capela de Santana,
Pareci Novo, São José do Sul, Maratá, Brochier e Paverama, distante 55km da capital do
estado – Porto Alegre (Figura 51).

Figura 51: Localização de Montenegro

O município possui uma área de 424,012km² e segundo o IBGE (2010) estima-se que
em 2013 alcançou uma população de 62.484 habitantes, sendo assim a densidade demográfica
correspondente a 140,13hab/km².
98

No ano de 2011 o Plano Municipal de Saneamento Básico de Montenegro foi


concluído, apresentando diagnóstico crítico tanto nas questões sanitárias que envolvem a
saúde humana, quanto ambiental.
Conforme indicadores sanitários os serviços públicos de abastecimento de água
prestados pela Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) são insatisfatórios,
sendo evidente a falta de investimentos em obras de melhoria e expansão dos sistemas
operados, havendo ocorrência constante de vazamentos nas redes de distribuição de água,
bem como é frequente a interrupção do abastecimento. Além disso, os serviços de
esgotamento sanitário nunca foram assumidos pela CORSAN nem pela administração
municipal, sendo assim a rede coletora dos esgotos não existe, bem como qualquer tipo de
processo de tratamento.
Devido a esses fatos, indicadores epidemiológicos gerados a partir de levantamentos
do IBGE (2008), indicam que neste ano em Montenegro ocorreram 67 óbitos decorrentes de
doenças infecciosas, parasitárias, nutricionais, endócrinas e metabólicas, representando 36%
das mortes hospitalares, índice considerado crítico. Constata-se que esse tipo de morbidez
decorre da falta de saneamento básico em pelo menos 80% dos casos.
Não há indicadores sistematizados sobre o estado de preservação ambiental.
Entretanto, considerando-se a inexistência de serviços de esgotamento sanitário, pode-se
deduzir que o lençol freático está contaminado pelo efluente doméstico, dessa forma
agredindo os cursos d’água locais com a alimentação hídrica indireta. Também foi verificado
que há alguns pontos de descarga direta de efluente in natura nos cursos d’água que cortam a
região urbana, como em alguns pontos do Rio Caí, próximos ao local de captação de água
pela CORSAN.
A questão dos resíduos sólidos urbanos torna-se ainda mais problemática visto que há
coleta seletiva realizada por empresa terceirizada pela prefeitura, mas esta não possui
eficiência. Desta forma, tanto empresas locais como empreendimentos que se instalam no
município enfrentam dificuldades para se adequar as exigências legais visto que o problema
vai além da conscientização.
O canteiro de obras de Montenegro localiza-se mais afastado da cidade em local com
características rurais (coordenadas UTM E 461372m, 6717411m) conforme Figura 52.
99

Figura 52: Localização do canteiro de Montenegro

Neste canteiro, os problemas relacionados aos resíduos gerados tem destaque para dois
casos: o armazenamento irregular de resíduos e produtos perigosos, que não possuem
condições adequadas e seguras para saúde e meio ambiente; e os resíduos gerados em campo
que são destinados de maneira incorreta, diretamente no solo, sem obedecer aos
procedimentos para realização das atividades e retornar os resíduos ao canteiro para que
recebam destinação ambientalmente adequada, assim deixando um rastro por onde as
atividades de implantação da LT passam.
Além disso, os resíduos secos e orgânicos gerados, além de possuírem segregação
ineficiente no local de geração, sofrem mais problemas nas etapas posteriores do manejo. A
coleta seletiva não é realizada rotineiramente, ocasionando completa mistura dos resíduos,
mesmo os poucos que foram separados, sendo encaminhadas para aterro o qual não realiza
triagem, porque supostamente os resíduos deveriam chegar separados.
100

4.2 Objetivos, metas e programa de ações de melhorias

4.2.1 Objetivos, metas e ações

O levantamento de dados e a análise dos resultados do diagnóstico atual do


gerenciamento de resíduos tornaram possível a compreensão do sistema e a dimensão das
dificuldades envolvidas em todo o processo de manejo deste tipo de obra, sendo esta fase
fundamental para a definição dos objetivos, metas e ações de melhoria.
Concluída esta etapa, definiram-se objetivos, metas e ações para execução de
procedimentos necessários para a implementação e continuidade de aplicação do plano de
gerenciamento de resíduos para obras de implantação de linha de transmissão de energia.
Para cada objetivo proposto, foram definidas metas e ações a serem implementadas em
períodos de curto prazo (até o 6º mês) e médio prazo (6 meses a 2 anos), visto que o período
médio de duração deste tipo de no máximo 2 anos. O Apêndice F apresenta o quadro com os
objetivos e suas respectivas metas e ações a serem alcançadas.

4.2.2 Plano de implementação de ações

O plano de ações irá tratar do planejamento de todas as ações necessárias para atingir
os resultados desejados que foram definidos no item 4.2.1, sendo sua elaboração realizada
através da identificação das atividades previstas e os resultados esperados, além de considerar
as demandas e o cenário em que está inserido.
Portanto o plano de ações definido para o gerenciamento de resíduos abrangerá toda a
extensão da obra de implantação de LT, prioritariamente os canteiros de obras onde a maior
parte do manejo de resíduos acontece e todos os funcionários envolvidos.

4.2.2.1 Diretrizes básicas

Os resíduos da construção civil se constituem em uma problemática ambiental


importante, vistos os efeitos deletérios que podem causar ao meio ambiente quando da não
existência da gestão adequada dos mesmos. Tais efeitos se verificam na poluição do solo e da
101

água, além da contribuição para o assoreamento de corpos hídricos, quando lançados em


locais inadequados.
Caberá à equipe de supervisão responsável pela obra juntamente com os responsáveis
da empreiteira adotar as medidas necessárias que possibilitem a minimização dos resíduos na
fonte, assim como treinar os funcionários de modo que estes se comprometam com o correto
tratamento a ser dado aos resíduos, desde a redução até a destinação final dos mesmos.
As diretrizes básicas propostas são apresentadas na Figura 53 e englobam as fases de
redução, segregação, acondicionamento, coleta, área de armazenamento, transporte,
tratamento e destinação final na área das obras.

Figura 53: Diretrizes básicas

4.2.2.2 Treinamento de pessoal

Deverão ser realizadas reuniões periódicas para repassar aos trabalhadores noções
básicas dos procedimentos de acondicionamento de resíduos, procurando despertar a
102

consciência dos mesmos para a necessidade de preservação do meio ambiente e saúde pública
e da relação dos resíduos sólidos com estas questões.
O conteúdo também deve abranger a importância do reaproveitamento de materiais,
como uma ação que contribui para a conservação de recursos naturais (na medida em que se
economizam matérias primas) e minimização de impactos (na medida em que se reduz a
quantidade de resíduo gerado).
Serão distribuídos materiais de divulgação como folhetos e fixação cartazes.
O manejo dos resíduos sólidos será realizado por uma equipe capacitada, responsável
pelo gerenciamento e orientação tanto nos canteiros de obras, assim como nas frentes de
serviço.
 Essa equipe será compatível com o porte dos canteiros de obras, bem como das frentes
de serviço, conforme o prognóstico de geração de resíduos;
 A equipe será capacitada e preparada com base em treinamentos específicos para atuar
conforme a frente de serviço e o seu prognóstico de geração de resíduos.
 A equipe responsável pela gestão ambiental será encarregada pelo processo de
gerenciamento como um todo.

4.2.2.3 Caracterização

A geração de resíduos sólidos dos serviços de implantação da LT, será


respectivamente no canteiro de obra, escritórios, alojamentos, ao longo das áreas previstas
para a terraplanagem, empréstimos, entre outros.
Constituindo-se das seguintes partes:
 Cozinha;
 Refeitório;
 Escritório e Almoxarifado;
 Alojamentos;
 Pátio de estacionamento;
 Oficina;
 Outros.

A caracterização proposta está constituída de acordo com o tipo de resíduo que será
gerado e sua normatização, considerando:
103

 Resíduos administrativos (Canteiros de Obras) – Gerenciados conforme adaptação da


Resolução CONAMA 275/2001, apenas em resíduos seco, orgânico e rejeitos;
 A geração de resíduos sólidos dos serviços de implantação da LT, serão classificados
segundo a Resolução CONAMA Nº 307, 5 de julho de 2002 – que estabelece
diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos Resíduos sólidos da construção
civil.

a) Resíduos de setores administrativos

Considerando que a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e


expandida, conforme preconiza a Resolução CONAMA/275, os setores administrativos dos
canteiros de obras observarão o Apêndice E para o gerenciamento seletivo e reciclagem de
seus resíduos administrativos.

b) Resíduos da construção civil

A geração de resíduos sólidos dos serviços de implantação da LT, serão classificados


segundo a Resolução CONAMA Nº 307, 5 de julho de 2002 – que estabelece diretrizes,
critérios e procedimentos para gestão dos Resíduos sólidos da construção civil, que são as
seguintes:
Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas reparos de pavimentação e de outras obras de infra-
estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos e edificações: componentes de cerâmicos
(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimentos etc.) argamassa de concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,
tubos, meios – fios etc) produzidas nos canteiros de obras;
Classe B: são resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
Classe C: são aqueles resíduos para os quais não foram desenvolvidos tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como
produtos oriundos de gesso;
Classe D: são os resíduos perigosos, correspondentes àqueles oriundos de construção, tais
como: tintas, solventes, óleos e outros.
104

c) Resíduos da saúde

Não está previsto o descarte de resíduos Classe C.


Será instalada uma área médica para atendimento emergencial na área do canteiro de
obras, gerando resíduos específicos de saúde, os quais serão gerenciados conforme a
Resolução CONAMA 258/05.
Tendo em vista que se trata de atendimento ambulatorial, em princípio, estes resíduos
se enquadram em três grupos:

Grupo A4: Podem ser encaminhados sem tratamento prévio para local devidamente
licenciado para a disposição final de resíduos dos serviços da saúde;
Grupo D: Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde e ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares;
Grupo E: Devem ser apresentados para coleta acondicionados para coleta em coletores
estanques, rígidos e hígidos, resistentes à ruptura, à punctura, ao corte ou escarificação.

O gerenciamento desses resíduos deverá observar as seguintes condições:


 Seu gerenciamento será desde a geração até a disposição final, onde todas as etapas
envolvidas (coleta, transporte e destinação final) serão realizadas por empresas
devidamente licenciadas pelo órgão ambiental;
 A Unidade de Resíduos de Saúde será lotada e gerenciada pelos residentes dos
Canteiros de Obras;
 A segregação dos resíduos será realizada na fonte e no momento da geração, de acordo
com suas características;
 Serão armazenados em coletores específicos, conforme o tipo de resíduo;
 As características originais de acondicionamento dos resíduos ambulatoriais serão
mantidas, não se permitindo abertura, rompimento ou transferência do conteúdo de
uma embalagem para outra;
 Os veículos utilizados para coleta e transporte externo dos resíduos de serviços de
saúde atenderão às exigências legais e às normas da ABNT:
- NBR 12808: Resíduos de serviço da saúde – Classificação;
- NBR 12809: Manuseio de resíduos do serviço de saúde – Procedimento;
- NBR 12221: Transporte de resíduos.
105

d) Demais resíduos

Os demais resíduos do canteiro de obras serão classificados conforme a NBR 10004:2004:


 Resíduos Classe I – Perigosos: Aqueles que apresentam periculosidade conforme sua
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade;
 Resíduos classe II – Não perigosos:
- Resíduos classe II A – Não inertes: podem ter propriedades, tais como biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água;
- Resíduos classe II B – Inertes: Quaisquer resíduos que quando amostrados de uma forma
representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou
desionizada à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,
turbidez, dureza e sabor.

4.2.2.4 Segregação de resíduos

A segregação dos resíduos gerados acontecerá nos canteiros de obras. Assim, àqueles
que forem gerados nas frentes de obras responsáveis pelas atividades de implantação da LT
serão recolhidos e encaminhados para o canteiro do seu referido trecho e então segregado por
tipo de resíduo da construção civil (madeira, metal, concreto e outros) ou reciclável. O mesmo
acontecerá para os resíduos perigosos que devem ser transportados separadamente a fim de
evitar a contaminação dos demais resíduos.
Para os resíduos comuns gerados nos escritórios e canteiros de obras, serão definidos
lugares estratégicos para instalação de coletores (100 litros) identificados para segregação de
resíduos secos e orgânicos e/ou rejeitos.
Após definição destes locais e reunião de implementação de ações, deverá ser definido
no 1º mês de obra um colaborador responsável em cada canteiro para realização das
atividades de manejo dos resíduos a fim de garantir maior eficiência na segregação,
proporcionando melhores condições para as etapas subsequentes. No mesmo período, mas
com prazo de 3 (três) meses, deve ser implementado o sistema de planilhas para registro do
gerenciamento de resíduos.
Além de coordenar as atividades de gerenciamento de resíduos, este colaborador será
responsável pela atualização das planilhas que visam quantificar a geração de resíduos:
106

 Seco e orgânico e/ou rejeitos em cada canteiro: Apêndice A;


 Resíduos da construção civil: Apêndice D.
Para quantificação dos resíduos comuns, como os coletores possuem volume padrão e
geralmente em canteiros de obras não existem balanças para quantificar em massa, a
quantificação será realizada por unidade de sacos de 100 litros gerados para cada tipo de
resíduo. O colaborador atualizará a planilha que servirá também como instrumento para
rastreabilidade.
Os resíduos da construção civil serão quantificados no momento da destinação final.
Os demais colaboradores deverão auxiliar nas atividades de forma que o plano possa
ser bem conduzido e gerar resultados positivos. Sendo assim, deverá ser implementado junto
ao plano, um Programa de Educação Ambiental para os Trabalhadores, que terá como
objetivo principal orientar, esclarecer e conscientizar sobre a importância de realizar a
segregação e como ela influencia no processo de gerenciamento de resíduos. Definiu-se que a
execução deste será realizada mensalmente com abordagem em diferentes assuntos de forma a
atingir 100% dos colaboradores.
Para garantir a eficiência das ações previstas anteriormente, pelo menos uma vez ao
mês será realizada vistoria nos canteiros de obras pelo supervisor ambiental responsável para
verificação das condições dos coletores e baias de armazenamento temporário, assim como
identificar se os colaboradores estão realizando a segregação conforme orientações passadas à
eles nas palestras do PEAT.
No caso da equipe de supervisão ambiental constatar alguma irregularidade referente
ao gerenciamento de resíduos, deverá ser registrada pendência – indicação da ocorrência,
orientação para adequação e registro fotográfico – e encaminhá-la ao responsável da
empreiteira para que sejam realizadas adequações. Se o problema torna-se recorrente, será
necessário abrir informe ambiental (documento que fornece informações rápidas e
consistentes, visando atender as preocupações existentes com base em legislação vigente e/ou
definidas no PBA em um prazo mínimo estabelecido) e encaminhar ao responsável da
empreiteira.
Ao completar 12 meses de obra, deverá ser realizada reunião para identificar possíveis
falhas no gerenciamento de resíduos, propor melhorias, avaliar mudanças necessárias, bem
como verificar as condições dos coletores e baias de armazenamento temporário. Esta reunião
será realizada com base nas informações levantadas durante todos os meses de execução da
obra.
107

4.2.2.4.1 Coletores

Para a implementação do plano de gerenciamento de resíduos, o ponto fundamental ao


bom funcionamento é a realização adequada da segregação no ponto de geração, pois auxilia
as etapas subsequentes até o momento da destinação final. Se esta primeira etapa for realizada
com qualidade, fornecerá condições ao reaproveitamento e reuso de resíduos recicláveis,
reduzindo o volume a ser encaminhado para aterros sanitários.
A segregação torna-se eficiente no momento em que os colaboradores envolvidos no
processo passem a utilizar os dispositivos de coleta. Diante disto, será necessária a instalação
de coletores em pontos estratégicos, de maior circulação e próximo a locais onde há maior
concentração de atividades nos canteiros de obras, atendendo a demanda e viabilizando o
trabalho da equipe de supervisão ambiental.
A definição das cores dos coletores foi realizada através de adequação da Resolução
CONAMA 275 de 2001 que propõe o código de cores. A partir das dificuldades observadas
no estudo de caso, define-se a segregação por cores apenas para resíduos do tipo seco e
orgânico e/ou rejeitos.
Os pontos estratégicos para instalação devem seguir os definidos no layout do canteiro de
obras (Apêndice I). O Quadro 10 apresenta a quantidade e o tipo de coletor que deve ser instalado
em cada setor.
Quadro 10: Pontos para instalação de coletores
SETOR PONTOS DE COLETORES
COLETA
Oficina 2
Pátio de armação e ferragens 2
Escritório Supervisão Ambiental 1
Escritório Empreiteira 1 Seco, orgânico e
Cozinha e Refeitório 2 rejeitos
Almoxarifado 1
Alojamento 1
Canteiro de obras 1
Total de coletores 33

Indica-se o uso de coletores de polipropileno com capacidade de 120 L indicado para uso
em áreas internas e externas, conforme apresentados na Figura 54.
108

Figura 54: Tipo de coletores

Considerando o valor médio unitário desse modelo de coletor de R$165,00, pode ser
calculado o valor total investido em cada canteiro de obras, a partir do número previsto para
instalação em cada setor. O investimento também foi calculado conforme o número de canteiros
existentes nas diferentes obras de implantação de LT (Tabela 4).

Tabela 4: Valor total da compra de coletores


Número de Quantidade de
Valor unitário (R$) Valor total (R$)
canteiro de obras coletores
1 33 165,00 5.445,00
2 66 165,00 10.890,00
3 99 165,00 16.335,00
4 132 165,00 21.780,00
5 165 165,00 27.225,00
6 198 165,00 32.670,00

Os coletores deverão possui a cor e legenda para identificação do material a ser segregado.
Além disso, devem possui tampa e saco plástico com capacidade de 100 L padronizados para a
auxiliar na quantificação dos resíduos gerados.
109

4.2.2.5 Movimentação interna

A movimentação de resíduos no âmbito interno será realizada de maneira cuidadosa,


verificando-se, antes da movimentação, as condições das embalagens (pontos de corrosão ou
furos em embalagens/recipientes configurando risco de vazamento ou rompimento) e
arrumação da carga (risco de queda ou tombamento).
O transporte de resíduos na área do canteiro será realizado com a utilização de
caminhões caçamba, caminhões basculante e veículos utilitários, de acordo com o volume,
tipo e peso dos resíduos.

4.2.2.6 Armazenamento temporário

Após o início das atividades da obra, a definição do local e a construção de baias para
o armazenamento temporário de resíduos devem acontecer no prazo de 1 (um) mês.
Cada supervisor responsável pelo trecho deve realizar vistoria no canteiro, definir
local adequado e indicar características necessárias para execução do sistema em
conformidade com as diretrizes definidas na NBR 11.174 (Armazenamento temporário de
resíduos) e NBR 12.235 (Armazenamento temporário de resíduos sólidos perigosos).
Dentre as definições adotadas pela NBR 12.235 para o armazenamento temporário de
resíduos classe I, os canteiros de obras de LT devem utilizar contêineres e/ou tambores para o
armazenamento. Estes devem ficar preferencialmente em áreas cobertas, bem ventiladas, e os
recipientes deverão ser colocados sobre base de concreto ou outro material que impeça a
lixiviação e percolação de substâncias para o solo e águas subterrâneas. A área deve possuir
ainda um sistema de drenagem e captação de líquidos contaminados e os contêineres e/ou
tambores devem ser devidamente rotulados de modo a possibilitar uma rápida identificação
dos resíduos armazenados. (ABNT, 1992)
A definição do local para execução de uma unidade de armazenamento temporário de
resíduos classe IIA e IIB deve ser realizada de maneira que o risco à contaminação ambiental
seja minimizado. Devem ser considerado aspectos relativos ao isolamento, sinalização, acesso
à área, medidas de controle de poluição ambiental, treinamento do pessoal e segurança da
instalação. (ABNT, 1990)
Os resíduos classe IIA e IIB não podem ser armazenados juntamente com os resíduos
classe I, devido a possibilidade da mistura destes resultar na sua alteração e caracterizada
110

como resíduo perigoso. Além disto, estes devem ser armazenados de maneira a não
possibilitar a alteração de sua classificação.
Sendo assim, define-se a execução de pelo menos 5 baias para armazenamento
temporário dos seguintes resíduos:
 Baia 1 a 4: devem possuir dimensão de 3m x 8m. Nestas áreas serão armazenados
resíduos de papel/papelão, concreto/sacos de concreto, madeira, ferro/sucata/cabo;
 Baia 5: deve possui dimensão de 3m x 4m e leve inclinação. Nesta área será
armazenado resíduos de óleo lubrificante, óleo de motosserra, pó de serra contaminado
e EPI contaminado.
O desenho esquemático dessas baias é apresentado no Apêndice H e I.
As baias devem possuir dimensões com capacidade suficiente para armazenar resíduos
por um determinado período até que seja providenciada destinação final ambientalmente
correta, verificando empresas licenciadas na região para transporte e destinação dos tipos de
resíduos gerados neste tipo de obra. A definição destas empresas deve acontecer no prazo
máximo de 3 (três) meses após o início das obras.
Deverá ser realizado controle interno (Apêndice C) e externo (Apêndice D). A
utilização destas planilhas auxiliará no controle das entradas e saídas, no processo de
rastreabilidade e na quantificação que acontecerá no momento da destinação final.
Após o primeiro ano, deve ser criado um banco de dados utilizando informações,
comprovantes de doação e/ou venda e licença de operação e transporte de empresas
responsáveis pela destinação final dos resíduos à elas encaminhados, de forma a monitorar se
a destinação está ocorrendo de forma adequada.
Nesse mesmo período deve ser realizada vistoria cautelosa para verificação das
condições das baias, verificando se oferecem riscos de contaminação e a necessidade de
adequações.

4.2.2.7 Destinação final

Nessa etapa do gerenciamento de resíduos, só serão encaminhados para destinação


final os resíduos que não são passíveis de reutilização dentro do processo construtivo da obra.
Após o início das atividades da obra de implantação de LT a empreiteira responsável
terá um prazo de 3 meses para definição dos locais ou empresas que realizarão o transporte e
destinação final dos resíduos em cada cidade onde a obra se instalou.
111

Os resíduos comuns (seco e orgânico/rejeitos) deverão ser coletados pelo sistema de


coleta municipal e encaminhados junto àqueles produzidos pelos munícipes.
A equipe de supervisão ambiental deverá verificar se as empresas definidas pela
empreiteira para os processos de destinação final são licenciadas e possuem bons históricos, a
fim de evitar possíveis problemas de contaminação ambiental. Não serão aceitas empresas
irregulares.
A empresa deverá possuir requisitos mínimos para o transporte de resíduos perigosos:

a) Documentação pessoal:
 Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
 Identidade;
 Certificado de Conclusão do Curso de Movimentação de Produtos Perigosos
(MOPP). O porte desse documento é necessário somente se o campo observações
da Carteira Nacional de Habilitação não apresentar a informação “Transportador
de Carga Perigosa”.

b) Documentação do Veículo:
 Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo;
 Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel (CIPP).

c) Documentação de carga:
 Requisição de Transporte (RT): oferecem dados da carga, como descrição do produto,
número da ONU, forma de armazenamento, manuseio, empilhamento, local para
carregamento e descarregamento da carga;
 Documento Fiscal: deve apresentar o número da ONU, nome do produto, classe de
risco e declaração de responsabilidade do expedidor de produtos perigosos;
 Ficha de Emergência: deve conter informações sobre a classificação do produto
perigoso, risco que apresenta e procedimentos em caso de emergência, primeiros
socorros e informações ao médico;
 Envelope para Transporte: apresenta os procedimentos genéricos para o atendimento
emergencial, telefones úteis e identificação das empresas transportadoras e
expedidoras dos produtos perigosos.
112

Todos os veículos utilizados no transporte de produtos perigosos, além dos equipamentos


obrigatórios, equipamento de proteção individual (EPI) e extintores de incêndio, devem portar
os equipamentos necessários às situações de emergência.
Deve-se verificar periodicamente o estado geral do veículo, bem como os
equipamentos de transporte de produtos perigosos. Requisitos mínimos para o veículo:

a) Sinalização: Os veículos que transportam produtos perigosos deverão estar


identificados pelos rótulos de riscos e painéis de segurança, com a finalidade de tornar
tais produtos reconhecíveis à distância e permitir a identificação rápida dos riscos que
apresentam durante o transporte;
O veículo deve apresentar painel de segurança e rótulo de risco conforme Figura 55.

Figura 55: Sinalização para transporte de resíduos perigosos

Fará parte da destinação final ambientalmente adequada a criação de um banco de


dados com os comprovantes de destinação dos resíduos no prazo de 1 (um) ano após iniciada
as atividades de implementação da LT conforme definido no item 3.3. do Apêndice D. Essa
meta permite monitorar se a destinação está sendo realizada de forma adequada além de
auxiliar a comprovação da destinação frente aos órgãos legais.
113

4.3 Sistema de rastreabilidade

O sistema de rastreabilidade de resíduos tem como objetivo rastrear todo o processo


produtivo de vida útil do resíduo, desde a saída do mesmo do canteiro de obras até a sua
destinação final. Este processo buscar garantir que a destinação final ocorra de forma
ambientalmente adequada evitando a contaminação de áreas, a identificação de eventuais de
degradadores do meio ambiente devido ao ineficiente gerenciamento de resíduos, bem como
manter um banco de dados sobre a geração de resíduos.
Definiu-se no plano de ações que até o 3º mês após o início da obra deve-se existir
condições para quantificar 100% dos resíduos gerados nos canteiros e implementar o sistema
de planilhas, afim de disponibilizar condições para que até o 6º mês 100% dos resíduos que
saem do canteiro sejam rasteados.
O colaborador responsável pelas atividades de gerenciamento dos resíduos deverá
executar em paralelo as atividades de rastreabilidade dos mesmos, que consiste na utilização
de códigos para facilitar a identificação. O procedimento de códigos é utilizado, pois alguns
resíduos saem do canteiro de obras através de empresas atravessadoras, àquelas que coletam
no canteiro e posteriormente os vendem para uma terceira ou uma quarta empresa, dando
continuidade a vida útil do resíduo.
Os códigos a serem utilizados para obras de implantação de LT são apresentados no
Quadro 11.

Quadro 11: Códigos para rastreabilidade de resíduos


CÓDIGO RESÍDUOS
MD0001 Madeira
PL0001 Plástico
PP0001 Papelão
SM0001 Sucatas metálicas
RC0001 Restos de concreto
MPG0001 Material perigoso
EPI0001 EPI contaminado
OL0001 Óleo lubrificante
OM0001 Óleo dois tempos para motosserra
RS0001 Resíduo seco
RO0001 Resíduo orgânico

Abaixo segue um esquema para preenchimento da planilha que será utilizada para
controle da rastreabilidade dos resíduos (Quadro 12).
114

Quadro 12: Esquema para controle da rastreabilidade


CÓDIGO DO
SAÍDA DESTINO FINAL ATRAVESSADOR DESTINO 1 DESTINO 2
RESÍDUO
Cargipel
PP0001 05/03/14 Não Sucateiros Comércio de -
Papeis
Lucio Beno Christ &
OL0001 23/04/14 Não Cetric -
Cia Ltda
GRE – Multi Serviços Multi Serviços
Gerenciamento de Tecnologia Tecnologia
EPI0001 23/04/14 Não
Resíduos Erechim Ambiental Ambiental
Ltda Ltda Ltda
RO0001 24/04/14 Sim Grupo TOS Aterro Sanitário -
Cooperativas de
RS0001 02/05/14 Não Grupo TOS -
reciclagem

Todos os resíduos gerados na obra deverão ser identificados conforme os códigos


apresentados no Quadro 11. Os códigos serão alterados conforme ocorrer a destinação de cada
resíduos, conforme descrito nos seguintes passos:
1) Os códigos nunca se repetirão;
2) As letras nunca serão alteradas;
3) Conforme o resíduo for destinado, o número deve ser alterado em ordem crescente;
4) Ao realizar a destinação, deve-se anotar a data de saída;
5) O destino final deve ser indicado com SIM ou NÃO
a. Sim: quando a empresa que receber o resíduo for responsável pela destinação
final do mesmo, dando término ao ciclo de vida;
b. Não: quando o resíduo será utilizado como insumo para outra atividade, dando
continuidade ao ciclo de vida;
6) Deverá ser indicado como atravessador a empresa que fará o carregamento do do
resíduo do canteiro de obras até a empresa responsável pela destinação final;
7) O destino deverá indicar a empresa que receberá o resíduo;
8) O último destino deverá ser aquele onde termina a vida útil do resíduo ou este é
transformado em outro material.

O sistema de rastreabilidade de resíduos será executado por colaborador responsável


pela atividade. No entanto, a equipe de supervisão ambiental deverá acompanhar pelo menos
uma vez durante a obra, a rota dos resíduos após a saída do empreendimento de forma a
115

verificar a veracidade das informações sobre a rastreabilidade. A equipe deverá realizar o


acompanhamento até o 3º semestre da obra.
A supervisão ambiental deverá verificar até o 8º mês o preenchimento das planilhas de
rastreabilidade de resíduos e identificar não conformidades a fim de evitar problemas
recorrentes e o comprometimento da gestão dos resíduos.
Cada canteiro de obras deverá utilizar separadamente a planilha para rastreabilidade,
pois em cada um desses locais a geração dos resíduos ocorrerá de forma heterogênea devido
as diversas fases da obra. Além disso, cada canteiro definirá a empresa responsável pelo
transporte e destinação final dos resíduos de acordo com a região em que estiver localizado.

4.4 Controle, Fiscalização e Monitoramento

4.4.1 Controle

4.4.1.1 Controle Interno

A proposta de controle interno tem o objetivo de avaliar o desempenho do


gerenciamento compromissado de resíduos sólidos do canteiro em relação à limpeza, triagem
e destinação compromissada dos resíduos, e facilitar a elaboração de relatórios periódicos.
Isso deverá servir como referência na correção de desvios eventualmente observados,
tanto nos aspectos da gestão interna dos resíduos (oficinas, setores operacionais e
administrativos), como da gestão externa (remoção e destinação).
A geração e movimentação de resíduos sólidos dentro do canteiro será registrada e
administrada por meio de banco de dados capaz de gerar um relatório de movimentação
interna de resíduos, contendo informações como: resíduo (origem e/ou marca), classificação
(ABNT), datas, quantidade, dentre outros.
Desta forma, será adota o uso da planilha disponível no Apêndice C, para
preenchimento pelo responsável pelas atividades de gerenciamento de resíduos a cada
entrada.
Abaixo estão descritas as metas a curto e médio prazo apresentadas no Apêndice F
para execução do controle.
Prevê-se à curto prazo a necessidade de:
 Acompanhar as etapas de manejo: Deverá ser realizada mensalmente o
acompanhamento das etapas de manejo pela Equipe de Supervisão Ambiental
116

responsável por cada canteiro de obra, de forma que seja possível verificar se todas as
etapas estão ocorrendo em conformidade, além de identificar falhas que no manejo
que deverão ser solucionadas antes de gerar problemas;
 Acompanhar carregamento para destinação final dos resíduos da construção civil e
perigosos: Sempre que houver destinação a Equipe de Supervisão Ambiental deverá
acompanhar o processo, a fim de verificar a veracidade do encaminhamento dos
resíduos para empresas licenciadas na atividade;
 Avaliar nível de conhecimento dos colaboradores sobre a implementação do plano:
Até o 6º mês deverá ser realizado encontro e palestra com 100% dos colaboradores
para verificar o conhecimento da implementação do plano e identificar se as ações
direcionadas à estes estão surtindo resultados;
 Elaborar planilha de contingência: A Equipe de Supervisão Ambiental deverá utilizar a
planilha disponível no Apêndice K e L, e atualizá-la no prazo de 1 mês com as
informações necessárias no caso de acidentes. Desta forma, permitirá a ação de forma
rápida, adequada e padronizada. O controle interno contará com o Plano de
Contingência (Apêndice J) onde foram elaborados procedimentos para controle e
minimização de danos causados ao meio ambiente quando, por eventualidade, ocorrer
situações anormais envolvendo qualquer das etapas do gerenciamento de resíduos.

Prevê-se à médio prazo:


 Reavaliar o PGRS: No prazo de 1 ano deverá ser realizada revisão do PGRS para
verificar se as metas condizem com a situação atual e se há necessidade de alteração
do mesmo devido alterações no prazo de execução da obra.

4.4.1.2 Controle externo

No momento em que a Unidade de Armazenamento Temporário atingir a capacidade


máxima, deverá ser providenciada destinação ambientalmente do resíduo e atualização da
planilha de controle externo disponível no Apêndice D, a qual deverá ser assinada pelo
colaborador responsável pelo gerenciamento de resíduos.
117

4.4.2 Fiscalização e Monitoramento

A responsabilidade pela gestão dos resíduos é da empreiteira responsável pela


construção da linha de transmissão, cabendo a supervisão ambiental a fiscalização,
monitoramento e capacitação dos funcionários responsáveis pela gestão dos resíduos.
Dentro da estrutura organizacional da coordenação das obras deverão ser realizadas
reuniões periódicas com palestras para repassar aos trabalhadores noções básicas dos
procedimentos de manejo de resíduos, procurando despertar a consciência ambiental dos
mesmos para a necessidade de prevenção do meio ambiente e saúde pública e a relação dos
resíduos com estas questões.
Semanalmente deverá ser realizada visita aos canteiros de obras para verificação das
condições do gerenciamento de resíduos, repassando aos colaboradores orientações sobre o
PGRS, plano de contingência, medidas preventivas e corretivas.
Todas as atividades realizadas no decorrer da semana deverão ser descritas e
apresentadas com registro fotográfico em relatório semanal a fim de informar a empreiteira
sobre a execução da fiscalização e relatar eventuais problemas e soluções a serem tomadas.
Mensalmente deverá ser realizada reunião com os responsáveis do núcleo de
Supervisão Ambiental e os responsáveis por esse setor na empreiteira para esclarecimento do
andamento do gerenciamento de resíduos, adequações a serem realizadas e procedimentos
necessários.
118

5 CONCLUSÃO

A energia elétrica é um negócio em grande expansão em todo o mundo. Sendo os


países em desenvolvimento os que possuem maior demanda de energia, há a necessidade de
execução de novas obras de linhas de transmissão (LT). Atrelados aos benefícios desses
empreendimentos ocorrem diversos problemas, dentre os quais destaca-se a falta de
gerenciamento de resíduos que ocasiona a contaminação do solo e a disposição final
ambientalmente inadequada.
É possível relacionar esses problemas à falta de ações estratégicas, o ineficiente
planejamento e a inexistência de ações e monitoramento.
Realizado o diagnóstico da situação atual do gerenciamento de resíduos comprova-se,
com resultados satisfatórios, a dificuldade em gerenciar os resíduos neste tipo de
empreendimento devido diversos fatores como a falta de infraestrutura necessária nos
municípios; deficiência das condições físicas internas do empreendimento para realização das
etapas do manejo; a falta de conhecimento dos colaboradores; falta de aterro sanitário para
resíduos urbanos e resíduos da construção civil; grande distância de aterros para resíduos
perigosos; e ineficiência e/ou inexistência de coleta seletiva.
Utilizou-se como referência a problemática citada de forma a possibilitar a elaboração
e definição dos objetivos, metas e um programa de ações que possam ser empregados neste
empreendimento e em empreendimentos similares de forma eficaz e apresentando resultados
satisfatórios.
Dentre as metas propostas, destacam-se as diretrizes para:
 Segregação: definição do volume dos coletores, cores e locais para instalação; método
de realização e colaborador responsável;
 Armazenamento temporário: projeto para baias, definição de diretrizes para controle e
monitoramento;
 Destinação final: definição da escolha de empresas responsáveis pelo transporte e
destinação dos resíduos, sinalização e documentação pessoal, de carga e do veículo;
 Rastreabilidade: meta de curto prazo que busca quantificar 100% dos resíduos gerados
a fim de rastrear a vida útil de todos eles. Serão utilizados códigos com letras e
numeração para cada resíduo de forma que os códigos nunca se repetirão e será
possível identificar a destinação final ou a transformação de cada resíduo proveniente
da obra.
119

 Controle, fiscalização e monitoramento.


A dificuldade em elaborar e definir diretrizes para PGRS de obras de implantação de
LT é notória quando observada as diversas variáveis que influenciam o gerenciamento de
resíduos. A partir destas dificuldades foram sendo observadas oportunidades e alternativas de
modo que seja possível realizar obras deste porte, conciliando o gerenciamento de resíduos
em suas atividades, reduzindo o impacto da obra e os problemas locais.
Quando bem utilizadas, as diretrizes definidas neste trabalho, permitirão a
incorporação do gerenciamento de resíduos às obras de LT e à resistência passiva de
utilização neste tipo de empreendimento, sem que haja perturbação das atividades principais
da obra, contribuindo para a redução dos problema e impactos sociais e ambientais (solo, ar e
água).
120

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APÊNDICE A – Planilha de atividades de gerenciamento de resíduos


126

APÊNDICE B – Planilha de atividades de gerenciamento de resíduos para


canteiros
127

APÊNDICE C – Controle Interno

Planilha de controle de entrada de resíduos na Unidade de Armazenamento Temporário

Acondicionamento de
Nº de Controle Data Resíduo Classe (NBR10004) Origem operacional do resíduo
origem
128

APÊNDICE D – Controle Externo

Planilha de controle de saída de resíduos na Unidade de Armazenamento Temporário


Nº de Classe Tratamento /
Data Resíduo Peso (kg) Transportador Receptor Assinatura
Controle (NBR10004) Destinação final
129

APÊNDICE E – Caracterização para coleta


CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS PARA COLETA

TIPO RECICLÁVEL CUIDADOS REQUERIDOS NÃO RECICLÁVEL CUIDADOS REQUERIDOS


* Cada local de trabalho terá um cesto específicio para
Aparas de papel Bituca de cigarro * Todos os setores administrativos
papel, onde não poderá ser colocado outro tipo de resíduo;
Caixas em geral Etiqueta adesiva terão um recipiente/sacos na cor
* Ao lado de cada impressora será colocada uma caixa para
Cartazes velhos Guardanapo usado cinza para locação destes
locação de papel usado;
Envelopes Papel metalizado resíduos, de modo a não misturá-
* Serão encaminhados para Unidade de Armazenamento
PAPEL Fotocópias Papel plastificado los com os recicláveis;
Temporário de modo organizado;
Jornais e revistas Papel sanitário * Na unidade de armazenamento
* O papel será mantido seco e limpo;
Rascunhos Papel sujo temporário serão colocados em
* O recipiente ou saco de armazenamento e
Sacos de papel Papel toalha usado sacos cinza para encaminhamento
encaminhamento de papeis para fins de reciclagem será
Outros Papel carbono à aterro sanitário licenciado
azul.
Poderá ser armazenado com metal (proteger contra
Cobre Esponjas de aço
intempéres)
Poderá ser armazenado com metal (proteger contra Deverão ser encaminhados para
Ferragem Lata de tinta
intempéres) aterro sanitário licenciado
Deverá ser higienizado (lavar com água) e amassar na
METAL Latas de alumínio Lata de aerossóis
origem
Deverão ser encaminhados para
Resíduos Perigosos Unidade de Armazenamento
Sucatas Desagregar dos demais resíduos
Classe I Temporário onde aguardará
destinação final
130

Embalagens de * Os plásticos que se relacionam com alimentos serão


higienizados na fonte e em seguida secos; Adesivo
alimentos e
* Os plásticos serão objeto de espaço específico na Unidade Embalagem a vácuo
refrigerantes
de Armazenamento temporário; Plástico-metal Encaminhar para aterro sanitário
Sacos plásticos
* Serão armazenados depois de completamente secos, de Espuma
Tubos
PLÁSTICO maneira organizada e de forma a evitar o acúmulo de água, Tomadas
Outros
diminuir o volume e evitar insetos
* Será estimulado, por meio de campanhas internas, a Higienizar e encaminhar o
Copos de água e adoção de copos e xícaras individuais e permanentes; Embalagem
material e classificá-lo como seco
café * Ao lado dos bebedouros de água serão instalados engordurada
para que seja reciclado
coletores de copos plásticos usados
Cartuchos
MATERIAL Fusor * As embalagens de todos os materiais de uso da impressora serão armazenados no setor onde esta sendo utilizado;
DE Rolo de * Ao final do tempo útil do material, o mesmo deverá ser acondicionado na embalagem original;
IMPRESSORA transferência * No momento da compra de novos materiais, o material usado será devolvido ao fornecedor.
Toner

* Preferencialmente
serão
encaminhados para
compostagem * Coleta diária, em especial para resíduos orgânicos proveniente dos refeitórios;
RESÍDUOS * Se não houver * Serão mantidos distantes das áreas de trabalho e do chão até seu recolhimento;
ORGÂNICOS local para este tipo * Serão locados no próprio setor coletores apropriados;
de destinação, * O recipiente de uso orgânico será marrom e permanentemente higienizado
serão
encaminhados para
aterro sanitário
131

APÊNDICE F – Quadro de objetivos, metas e ações


OBJETIVOS E METAS
1 Reunião de implementação de ações
2 Definir coloboradores responsáveis pelas atividades de segregação e armazenamento temporário
OBJETIVOS

3 Realizar o controle dos resíduos gerados na obra nas etapas de geração e destinação final
4 Avaliar a etapa de segregação in loco
5 Definir local e condições adequadas de armazenamento temporário dos resíduos
6 Propor a rastreabilidade de resíduos
7 Controlar e fiscalizar a execução do plano de gerenciamento de resíduos

CURTO PRAZO

What Why Who When


(o que deve ser feito) (por que deve ser feito) (quem deve fazer) (quando fazer)

Direção da empreiteira e
Realizar reunião de implementação Para disseminar as ações e contratar as metas referentes a
1.1 equipe de supervisão 1º mês
de ações atingir mais qualidade na execução das obras
ambiental
Repassar aos trabalhadores noções básicas dos
Equipe de supervisão
1.2 Treinamento de pessoal procedimentos de manejo dos resíduos, procurando depertar Mensalmente
ambiental
a consciência

Será responsável pela quantificação e pela garantia na


Em cada canteiro definir
2.1 qualidade da segregação, proporcionando condições Empreiteira 1º mês
colaborador responsável pelo GR
melhores para as demais etapas do manejo
132

Orientar os responsáveis pela Será possível garantir maior eficiência na segregação e


Equipe de supervisão 1º mês até a
2.2 atividade de GRS sobre o manejo aumentar o potencial para reciclagem dos resíduos, bem
ambiental conclusão da obra
de resíduos como evitar contaminação com resíduos perigosos

Definir locais (em cada cidade onde Para garantir que todos os tipos de resíduos possam ser
foram instalados os canteiros) para encaminhados para empresas licenciadas minimizando os
3.1 Empreiteira Até o 3º mês
destinação ambientalmente riscos de destinação incorreta, contaminação ambiental e
correta riscos à saúde

Implementar um programa de Deverão ser tratados assuntos relacionados às etapas de


Equipe de supervisão 1º mês até a
3.2 educação ambiental para os manejo dos resíduos, orientando e conscientizando sobre sua
ambiental conclusão da obra
trabalhadores (PEAT) importância, de modo a atingir 100% dos colaboradores

Supervisionar os pontos de coleta


Equipe de supervisão 1º mês até a
4.1 para verificar a qualidade da
Será possível garantir maior eficiência na segregação e ambiental conclusão da obra
segregação
aumentar o potencial para reciclagem dos resíduos, bem
Definir locais estratégicos e como evitar contaminação com resíduos perigosos Direção da empreiteira e
4.2 implantar coletores para resíduos equipe de supervisão Até o 3º mês
seco e orgânico/rejeitos ambiental

Definir local e condições Direção da empreiteira e


Evitar contaminação ambiental, riscos à saúde humana e
5.1 adequadas de armazenamento equipe de supervisão 1º mês
atendimento aos requisitos legais
temporário dos resíduos ambiental

Rastrear 100% dos resíduos que Garantir que os resíduos recicláveis possam servir de insumos
Equipe de supervisão
6.1 saem dos canteiros até o final da para outras atividades e os demais recebam destinação final Até o 6º mês
ambiental
sua linha produtiva ambientalmente adequada

Quantificar o volume de resíduo Equipe de supervisão


6.2 Auxiliar no procedimento de rastreabilidade Até o 3º mês
gerado em 100% dos canteiros ambiental
133

Implementar sistema de planilhas


Equipe de supervisão
6.3 para registrar quantificação por Avaliar a geração de resíduos Até o 3º mês
ambiental
tipo de resíduo
Permite verificar se todas as etapas estão ocorrendo em
Equipe de supervisão
7.1 Acompanhar as etapas do manejo conformidade e possibilita identificar falhas que podem ser Mensalmente
ambiental
solucionadas antes de causar problemas ambientais
Acompanhar carregamento para
destinação final dos resíduos da Verificar que estes estão sendo encaminhados para empresas Equipe de supervisão Sempre que
7.2
construção civil e resíduos licenciadas na atividade ambiental houver destinação
perigosos
Avaliar nível de conhecimento dos
Identificar se as ações direcionadas à estes estão surtindo Equipe de supervisão
7.3 colaboradores sobre a Até o 6º mês
resultados ambiental
implementação do plano

Permite agir de forma rápida, adequada e padronizada no Equipe de supervisão


7.4 Elaborar planilha de contingência 1º mês
caso de situações de emergência ambiental

MÉDIO PRAZO
Direção da empreiteira e
Realizar reunião para verificação de Identificar possíveis falhas no gerenciamento e propor
1.3 equipe de supervisão 7º mês
não conformidades melhorias
ambiental
MÉDIO PRAZO

Realizar reunião para avaliar


serviço e comprometimento dos Equipe de supervisão
2.3 Avaliar se são necessárias mudanças 7º mês
funcionários responsáveis por esta ambiental
atividade
Criar banco de dados com
Permite monitorar se a destinação está sendo realizada de Equipe de supervisão
3.3 comprovantes de destinação dos 1º ano
forma adequada ambiental
resíduos
134

Realizar palestra com 100% dos Tirar dúvidas e incentivar a adoção de medidas que auxiliem Equipe de supervisão
3.4 1º ano
colaboradores no gerenciamento de resíduos dentro e fora do trabalho ambiental

Reavaliar procedimentos adotados


Identificar possíveis falhas no gerenciamento e propor Equipe de supervisão
4.3 desde a geração até a destinação 7º mês
melhorias ambiental
final
Direção da empreiteira e
Verificar as condições e se necessário realizar adequações ou
4.4 Avaliar as condições de coletores equipe de supervisão 10º mês
substituição dos mesmos
ambiental
Direção da empreiteira e
Avaliar condições das baias para
5.2 Verificar as condições e se necessário realizar adequações equipe de supervisão 1º ano
armazenamento temporário
ambiental
Acompanhar pelo menos uma vez a
Verificar a veracidade das informações sobre a sua Equipe de supervisão
6.4 rota dos resíduos após a saída do Até 3º semestre
rastreabilidade ambiental
empreendimento
Verificar preenchimento de
Evitar problemas recorrentes e comprometimento da gestão Equipe de supervisão
6.5 planilhas de resíduos e identificar 8º mês
dos resíduos ambiental
não conformidades

Verificar se as metas condizem com a situação atual e a


Reavaliar o plano de Equipe de supervisão
7.5 necessidade de alteração do mesmo devido alterações no 1º ano
gerenciamento de resíduos ambiental
prazo de execução da obra
*Todas as metas são projetadas para alcançar 100% dos colaboradores e dos canteiros de obra.
135

APÊNDICE G – Vista superior


136

APÊNDICE H – Vista frontal


137

APÊNDICE I – LAYOUT DO CANTEIRO DE OBRAS


138

APÊNDICE J – Plano de contingência

Plano de Contingência
Impacto para o Importância Medidads Telefone de
Identificação de riscos Procedimento de emergência
meio ambiente do impacto mitigadoras responsável
Classe I e II: no caso de mistura desses dois
resíduos não deverá ser realizada segregação
Contaminação do
após ocorrida a situação. Deverá ser
solo, águas
encaminhado todo o volume contaminado Alto
superficiais e
para armazenamento temporário de resíduos
Mistura de materiais subterrâneas
perigosos e destinados em empresas
incompatíveis
licenciadas
Segregação Contaminação do
Classe II A e B: deverá ser realizada solo, águas
Alto
novamente segregação superficiais e
subterrâneas
Preconizar
Contaminação por A utilização de EPI é obrigatória. No caso da medidas
segregação manual não utilização e ocorrência de acidente, o - preventivas
de resíduos perigosos colaborador deverá ser encaminhado
imediatamente ao pronto socorro
Contaminação do
Mistura de materiais Deverão ser adotadas medidas iguais às solo, águas
Alto
incompatíveis definidas para acidentes na segregação superficiais e
Armazenamento subterrâneas
temporário Deverá ser colocado serragem sobre o solo Contaminação do
Vazamento de contaminado e instalação de dispositivo de solo, águas
Alto
resíduo perigoso contenção provisório. Deverá ser superficiais e
providenciada adequação imediatamente subterrâneas
139

APÊNDICE K – Identificação do gerador

Plano de Contingência: Identificação do Gerador


Razão Social: CNPJ:

Nome Fantasia:

Endereço: Município: UF:

CEP: Telefone: Email:

Responsável pelo PGRS:

Responsável legal:

Descrição da atividade:
140

APÊNDICE L – Resíduo gerado

Plano de Contingência: Resíduo Gerado


Nome da empresa:
Resíduo: Classe: Unidade Geradora: Acondicionamento: Frequência de geração:

Nome da empresa responsável pela destinação do resíduo: Assinatura:

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