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Derivadas
Derivadas
DERIVADAS
Este assunto será estudado no curso de Cálculo, de maneira que aqui o discutiremos
apenas no sentido que interessa ao estudo da Mecânica nesta etapa inicial, sem nenhuma
intenção de generalidade nem rigor.
Estamos vendo nas aulas que podemos dividir um gráfico qualquer, curvilíneo, em uma
sucessão de pequenas retas, sendo que esse conjunto de retas pode ficar tão parecido com o
gráfico original quanto quisermos, dependendo do número de divisões usado. Definimos, então,
a velocidade em um instante como a inclinação da pequena reta que se confunde com o gráfico
de posição pelo tempo e que contém o instante em consideração.
O livro texto da disciplina (Halliday, Resnick, Krane) apresenta a derivada de uma função
de outra maneira: a derivada é o valor para o qual tende a razão entre a variação da função e a
variação da variável independente, ou seja, se x é a variável independente e f(x) a função, a
derivada é
df f ( x ′) − f ( x ) ∆f
= lim = lim
dx x′→ x x′ − x ∆x →0 ∆x
onde a última forma de escrever enfatiza que a derivada corresponde à proporção de variação de
f com x. Essa maneira é equivalente à definição que estamos usando e se presta mais a cálculos
algébricos, por isso vamos detalhá-la aqui.
A derivada de uma função é uma grandeza dimensional, de maneira que não pode ser
confundida com a tangente do ângulo de inclinação da reta tangente ao gráfico (que é sempre
adimensional). A derivada deve ser interpretada como a inclinação da reta tangente ao gráfico,
conforme a seção 2.4 do livro do Halliday (5ª edição), onde está ilustrada qualitativamente pelas
figuras 15 a 20 e quantitativamente pela figura 22. No entanto, se você quiser relacionar a
derivada com a tangente, faça como mostrado no Texto complementar no 1, seção 5 (página 4).
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Na passagem da primeira para a segunda linha, expandimos a potência pelo binômio de
Newton1. As passagens seguintes são algébricas, exceto a última, quando usamos que
lim ∆x = 0 .
∆x →0
O cálculo da derivada do seno pode ser realizado de maneira parecida com o efetuado para
derivar as potências de x:
df ∆f sen( x + ∆x) − sen( x)
= lim = lim
dx ∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x
sen( x) cos(∆x) + sen(∆x) cos( x) − sen( x)
= lim
∆x → 0 ∆x
sen( x)(cos(∆x) − 1) cos( x) sen(∆x)
= lim + lim
∆x → 0 ∆x ∆x →0 ∆x
= sen( x) lim
(cos(∆x) − 1) + cos( x) lim sen(∆x)
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x
= cos( x)
A segunda linha da dedução acima foi obtida pela expansão do sen( x + ∆x) . Para obter o
resultado final, usamos
lim
sen(∆x)
=1 e lim
(cos(∆x) − 1) = 0 .
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
sen (∆x )
A razão só tende a 1 quando o ângulo tende a zero se o argumento da função seno for
∆x
medido em radianos. As fórmulas que estamos apresentando, portanto, exigem que trabalhemos
em radianos; vamos detalhar o que entendemos por “medida do ângulo em radianos” antes de
provar esse limite.
1
O binômio de Newton é a fórmula da potência da soma de dois termos, p + q , e pode ser
N
N
deduzida a partir de análise combinatória. Escreve-se assim: ( p + q ) = ∑ p n q N − n , onde
n
n =0 n
N N!
= .
n
n! ( N − n )!
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A medida do ângulo em radianos
Para explicar como se mede um ângulo em radianos,
apresentamos na figura ao lado a geometria da medida de um
ângulo. A linha tracejada e curva representa um arco de uma
circunferência de raio r com origem na interseção das duas retas
que definem o ângulo θ. Essa interseção das retas foi designada s
por O na figura. O arco de circunferência delimitado pelas duas θ
retas, em linha cheia, foi chamado de s. Dizemos que a medida do
ângulo em radianos é O
r
s
θ= .
r
Assim, uma volta inteira, que corresponde a 360o, vale, em radianos,
2π r
volta inteira = = 2π .
r
Dessa maneira descobrimos que, para transformar a medida de um
ângulos mais comuns
ângulo em graus para radianos, basta calcular
graus radianos θ
30o π /6 θ rad = 2π ⋅ grauso
45o 360
π /4
A tabela ao lado apresenta os valores em radianos dos ângulos mais
60o π /3
usados.
90o π /2
180o π
o
270 3π /2
360o 2π
Como o cosseno tende a 1 quando θ tende a zero, assim a razão sen θ / θ tende a 1.
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O comportamento da tangente no limite de ângulos pequenos é obtido dividindo a
expressão (1) do quadrinho acima por tan θ, obtendo
o que mostra que também a tangente tende ao arco quando o ângulo tende a zero.
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