A entrevista clínica é encarada como uma ferramenta valiosa para compreender o
funcionamento psicológico de um determinado indivíduo. Seja qual for a faixa etária, esta apresenta os seus desa os e as suas especi cidades. Naturalmente que quando o alvo da entrevista é uma criança, é necessário, enquanto terapeuta, ter em conta certos aspetos com vista não só a impulsionar o processo terapêutico como a estabelecer uma relação terapêutica. Em primeiro lugar, o eu da criança é indissociável da relação com as guras paternas e com o seu ambiente. Este deve ser um ponto chave de exploração, ao tentar abordar a relação com os pais, processo de desenvolvimento, entre outros.. Outro fator a ter em conta, é a fase de desenvolvimento no qual a criança está situada. Comparada a um adulto, a criança não só não apresenta as mesmas competências sociais como não apresenta uma consciência tão clara do problema, ou sequer da situação onde está inserida. Desta forma, é fulcral, como terapeuta, não só compreender o que a criança sabe da situação, já que muitas vezes nem sabe o motivo da consulta, como estar atento a sinais mais “indiretos”, sejam físicos ou mesmo no discurso. O essencial a reter é a natureza global de uma abordagem a uma criança no contexto clínico. Esta, tal como já foi referido, é completamente indissociável do seu ambiente, e das suas guras cuidadoras. Esta nasce predisposta não só a estabelecer uma relação como a desenvolver-se, sendo responsabilidade das guras cuidadoras e do ambiente circundante facilitar esse processo. Como terapeuta, qualquer precalço que surja neste processo, é essencial veri car esta condição à volta da criança. Também é relevante mencionar a observação como uma ferramenta. É difícil, neste contexto global, reter ou sequer assimilar toda a informação essencial num contexto clínico. Desta forma, observação, seja no contexto familiar e escolar, permite reter aspetos relevantes neste enquadramento do desenvolvimento. fi fi fi fi fi fi