Mitologia Historia Religiões 20 UN SEC

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TEOLOGIA

MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS


RELIGIÕES

Josiane Maria Bonatto Bragin


MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A MITOLOGIA
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Compreender os princípios da mitologia e identificar suas origens relacionadas à
cultura de determinada região.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Mitologia

Prometeu (1868 por Gustave Moreau)

“(...) Antes de serem criados o mar, a terra e o céu, todas as coisas apresentavam
um aspecto que se dava o nome de Caos – uma informa e confusa massa, na qual
estavam latentes as sementes de todas as coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos
misturados, sem suas características de solido, liquido ou transparente. Deus e a
Natureza interferiram nessa discórdia, colocando ordem nas coisas. A terra e o mar se
separaram e ambos foram separados do céu. A parte ígnea, que era a mais leve, foi
colocada no firmamento, o ar ficou em seguida, em relação ao peso e lugar. A terra,
sendo mais pesada, ficou mais abaixo e a água ocupou o ponto mais inferior, fazendo a
terra flutuar. Nesse momento, um deus não identificado, colocou as coisas em ordem na
terra, determinando aos rios e lagos os lugares que ocupariam, levantou montanhas,

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A MITOLOGIA
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cavou vales, espalhou bosques, fontes campos férteis e planícies árida. Ordenou aos
peixes que tomassem posse do mar, às aves , do ar e aos quadrúpedes, que dominassem
a terra. Após essa ordenação, tornou-se necessário a criação de um ser superior aos
demais, e assim foi criado o homem. Não foi dito se o criador do homem utilizou
materiais divinos, ou se na terra, recentemente separada dos demais elementos havia
sementes celestiais ocultas. Prometeu, que era Titã, uma raça que habitou a terra antes
do homem, foi indicado para essa criação e, tomando um pouco de terra e misturando
com água, criou o homem á semelhança dos deuses, dando-lhe uma postura ereta, de
modo que enquanto os outros animais têm o rosto voltado para a terra, o homem
levanta a cabeça para o céu e olha as estrelas. Prometeu e seu irmão Epimeteu ficaram
encarregados da criação do homem e dos demais animais e garantir-lhes as condições
necessárias à sua sobrevivência. Dessa forma, Epimeteu deu a uns asas, a outros
velocidade e a outros couraças de proteção, porém, quando chegou a vez do homem, os
recursos tinham sido usados nos demais seres. Epimeteu com a ajuda de seu irmão
Prometeu, pediu à Minerva (deusa da sabedoria) que os auxiliasse a concluir a criação do
homem e Minerva concedeu-lhes o domínio sobre o fogo e este foi dado ao homem, o
que fez com que este tivesse superioridade sobre as demais criaturas”.

Fonte: Bulfinch, Thomas, O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e heróis –
9ª edição – Rio de Janeiro – Ediouro – 2000

O significado específico do termo mitologia se refere aos estudos dos mitos que
ao logo dos tempos foram objeto de crença.
Estudar a mitologia é iniciar-se na concepção de mundo percebido em uma semi
claridade, ou antes, em uma penumbra misteriosa durante longos anos que passaram,
através das gerações aumentar os números de seus deuses, dos seus heróis, das suas
maravilhas e dos milagres.
Aos dados longínquos, mesmo do Egito e da Ásia, Grécia e Roma acrescentavam
os produtos da sua imaginação. As imagens dos deuses apresentam-se aos nossos
olhos sob tão diferentes aspectos, que às vezes e de uma extrema dificuldade
descrever-lhes o tipo mais universalmente conhecido, pois os seus traços tem sito
modificados entre as mãos de muitos artistas e pelo capricho de muitos escritores que
deles se tem ocupado.
Existem diferentes estudos sobre mitos e suas interpretações sobre lendas
baseadas em variadas culturas.
Os estudos mais clássicos, referen-se à mitologia Grega. Também existem
inúmeras outras, algumas bem conhecidas, como as mitologias Chinesas, Nórdicas,
Egípcias e Babilônicas, outras mais reclusas como a mitologia Khoi, Etíope, Judaica,
Bantu, Armênica e Eslava. Muitas dessas mitologias são histórias baseadas em lendas ou
tradições com um propósito explicativo em torno de algum fator, seja de uma simples
ação, de um fenômeno, do próprio universo ou, então, de distorções de eventos
históricos
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A MITOLOGIA
Josiane Maria Bonatto Bragin

Alguns personagens mitológicos são proeminentes na maioria das religiões e a


maior parte das mitologias estão atadas a pelo menos uma religião. Alguns usam a
palavra mito e mitologia para desacreditar as histórias de uma ou mais religiões.
Atraves da mitologia, por exemplo, as origens eram assim explicadas:

O Caos

O estado primordial, primitivo do mundo é o Caos. Era, segundo os poetas, uma


matéria existente desde toda a eternidade, sob uma forma vaga, indefinível,
indescritível, na qual se confundiam os princípios de todos os seres particulares. O
Caos era, ao mesmo tempo, uma divindade, por assim dizer, rudimentar, capaz, porem,
de fecundidade. Gerou primeiro a Noite e depois o Érebo.

A noite

A Noite, deusa das Trevas, filha do Caos, é de fato, a mais antiga das dinvidades.
Certos poetas a consideram filha do Céu e da Terra; Hesíodo dá-lhe um lugar entre os
Titãs e nome de mae dos deuses, porque sempre se acreditou que a Noite e as trevas
haviam precedido toas as coisas. Desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter e o
Dia. Mas sozinha, sem unir-se a nenhuma outra divindade, engendrara o invevitavel e
inflexivel Destino.
A maior parte dos povos da Itália viam a Noite cmo uma deusa; mas os
habitantes da Bréscia dela tinham feito um deus, chamado Noctulius ou Nocturnus.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do artigo: Mitologia Nórdica


e as Diferentes Mitologias Pelo Mundo, disponível em

http://www.colegiomaededeus.com.br/revistacmd/revistacmd_v32012/artigos/A2_Mitologia_nordica_diferentes
_mitologias.pdf .

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 2 - MITOLOGIA GREGA
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Identificar as características da mitologia grega e os principais deuses.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Mitologia grega: Zeus, deus dos trovões.

“ (...) Zeus deus dos trovões, senhor do Olimpo, era filho de Cronos e Réia. Cronos
tinha o hábito de devorar seus próprios filhos para que não tomassem seu lugar no
trono. Até que Zeus nasceu e sua mãe Réia já cansada de tanto sangue e sofrimento deu
a Cronos uma pedra embrulhada no lugar de Zeus, salvando sua vida. Réia decidiu que
Zeus seria o ultimo filho e encerraria o reinado de sangue e sofrimento e tomaria o trono
do pai.
Assim que Cronos descobriu que tinha engolido uma pedra ao invés do filho saiu a
procura de Zeus, mas não o encontrou. Zeus foi criado no bosque de Creta e foi
alimentado com mel e leite de cabra. E assim quando cresceu foi a caminho do pai para
combatê-lo, eles viraram grandes inimigos, Zeus obrigou seu pai a engolir uma bebida
mágica, que restituiu todos os filhos que no passado tinha devorado. Foi então que Zeus
conheceu seus quatro irmãos: Deméter, Poseidon, Héstia e Hades, faltou apenas a Hera
que como Zeus foi poupada e não estava ali. Zeus ainda liberou ciclopes que deu a ele o
Raio. Então após dez anos, que foi o tempo que durou a guerra, Zeus subiu ao Olimpo
junto com seus irmãos Poseidon e Hades que o ajudaram a destruir Cronos, e então
comandaram o Céu, a Terra e os demais deuses.
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UNIDADE 2 - MITOLOGIA GREGA
Josiane Maria Bonatto Bragin

Zeus tinha o poder dos fenômenos atmosféricos e fazia relâmpagos e trovões e


com sua mão direita lançava a chuva, podia usar sua força como destruidora, mas
também mandava chuvas para as plantações. Zeus casou-se três vezes, sua primeira
esposa foi Métis a deusa da prudência e com ela teve sua filha Atena. Sua segunda
esposa foi Têmis a deusa da justiça. E sua terceira esposa foi sua irmã Hera e com ela
teve vários herdeiros, mas o único que foi filho legítimo de Hera e Zeus foi Ares, que era o
Deus da guerra. Heras era muito ciumenta e agressiva já que Zeus desonrava sua vida
com Heras, tinha muitas amantes, e que também acabou tendo muitos filhos fora de seu
casamento. Zeus usava seu poder de sedução e até usava as mais belas metamorfoses
para conquistar as mulheres. As mais conhecidas são: o Cisne de Leda e o Touro da
Europa.

Fonte: Bulfinch, Thomas, O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e heróis –
9ª edição – Rio de Janeiro – Ediouro – 2000

Mitologia grega

Os gregos adoravam vários deuses, e os representavam sob a forma humana. A


característica de sua religião era politeísta e antropomórfica.
Segundo os gregos, os deuses mais importantes viviam eternamente em um
local que chamavam de Olimpo. Essa morada era localizada no alto do Monte Olimpo,
na Tessália, mas logo passou a ser situada entre as nuvens, em algum misterioso lugar
do céu, e a palavra "Olimpo" tornou-se uma verdadeira abstração.
A lista variava um pouco, mas o "cânone" mais aceito incluía Zeus, Hera,
Deméter, Posídon, Afrodite, Atena, Ares, Hefestos, Apolo, Ártemis, Hermes e Dionisos.
Havia também um décimo-terceiro deus de igual nível, Hades, que não vivia no Olimpo
e sim em seu reino, o mundo subterrâneo.
No Olimpo, os deuses passavam o tempo em maravilhosos palácios,
eternamente em festa. Comiam a ambrósia e bebiam o néctar, alimentos
exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das
Cárites.
Os deuses habitavam o monte Olimpo. No monte Olimpo habitavam 15 deuses,
são eles:

Zeus - Deus do céu e Senhor do Olimpo;


Héstia - Deusa do lar;
Hades - Deus do mundo subterrâneo (inferno),
Deméter - Deusa da agricultura;
Hera - Deusa do casamento;
Posêidon - Deus dos mares
Ares - Deus da guerra;
Atena - Deusa da inteligência e da sabedoria;

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UNIDADE 2 - MITOLOGIA GREGA
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Afrodite - Deusa do amor e da beleza;


Dionísio - Deus do vinho, do prazer e da aventura;
Apolo - Deus do Sol, das artes e da razão;
Artemis - Deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal;
Hefestos- Deus do fogo;
Hermes - Deus do comércio e das comunicações.
Asclépio - Deus da medicina.
As três Graças;
As noves Musas;
Eros;
As Horas;
As Morais.

Campos Elísios

Elísio ou Campos Elísios, caracteriza-se um paraíso pré-Helênico, uma terra de


paz perfeita e felicidade. Na história de Homero, Elísio era uma terra na extremidade do
mundo (pois acreditavam que a terra era plana) para onde grandes heróis eram
carregados, de corpo e alma, e transformados em imortais. Aí estavam livres para
exercerem suas atividades favoritas, livres de preocupações e doenças. Entretanto, Elísio
logo veio a ser considerada como a morada abençoada dos mortos, onde as almas de
heróis mortos, poetas, sacerdotes e outros homens bons e íntegros viviam em
felicidade perfeita, cercados por grama, árvores e ventos suaves, envolvidos por uma
perpétua luz rosa. Na mitologia romana, Elísio era uma parte do mundo subterrâneo e
um lugar de recompensas para o morto virtuoso. Para alguns, era apenas um paraíso
temporário. Ao redor de suas campinas verdes e macias fluía o Letes, rio do perdão, do
qual todas as almas retornando à vida no mundo superior tinham de beber.

Diversos jogos periódicos eram promovidos pelos gregos em homenagem aos


deuses, como os Jogos Olímpicos, dedicados a Zeus, na cidade Olímpia. Os Jogos
Olímpicos eram praticados de quatro em quatro anos. Durante sua realização,
sustavam-se as guerras, e respeitavam-se como as pessoas sagradas os seus
participantes.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do artigo sobre mitologia
grega no site http://www.brasilescola.com/mitologia/mitologia-grega.htm .

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UNIDADE 3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE MITOLOGIA E RELIGIÃO
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Realizar estudo inicial sobre a relação entre mitologia e religião.

ESTUDANDO E REFLETINDO

O Monte Olimpo

Para iniciarmos os estudos desta unidade, passaremos a definir o significado


formal de religião:

religião - s. f. (do lat. religio, -onis.)


1. Crença na existência de um poder superior, do qual o homem depende. (...)
2. Sistema estruturado de doutrinas, crenças, regras e práticas de uma
determinada comunidade de pessoas que instituem um determinado tipo de relação
com um poder superior, sobre-humano. (...)
3. Culto prestado à divindade. (...)

Para a maioria dos autores e estudiosos, "religião" deriva do latim "re-ligare",


que significa, precisamente, "religar": religar entidades que se encontram afastadas,

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UNIDADE 3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE MITOLOGIA E RELIGIÃO
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nomeadamente o homem e a divindade. Alguns autores, porém, atribuem-lhe uma


outra palavra latina como origem: "re-legere", que significa "reler". Esta designação,
segundo os autores, estaria relacionada com a adivinhação - sinais, presságios,
oráculos, etc. -; o homem hesita e procura confirmação em sinais e presságios que
surgem à sua volta e que revelam a vontade divina.
Desta forma, religião, enquanto um sistema que institui uma relação com o
divino, que liga a humanidade e a divindade, acaba por se transformar numa instituição
que regula o modo como o homem utiliza o sagrado para se aproximar (ou não) do
divino.
Relacionando o conceito de religião ao conceito de mitologia, como estudamos
na Unidade 1, consiste em uma narrativa fabulosa, que pode ser alegórica ou simbólica,
um facto idealizado ou histórico, mas deformado pela tradição. De facto, há muitas
histórias a que se podem chamar mitos. Por exemplo, a história de Viriato, o chefe
lusitano que fez frente aos romanos, é um mito da história portuguesa: um que se
baseia em factos históricos alterados pela tradição. Os poetas e escritores românticos,
por outro lado, criaram o mito do bom selvagem, segundo o qual os "povos primitivos"
eram essencialmente bons porque não tinham sido corrompidos pela sociedade: este é
um mito que apresenta um conceito idealizado.
Alguns mitos como o da criação do mundo, que surgem no âmbito das religiões
de todo o mundo: uma divindade cria o mundo e o ser humano, dando às suas
criações determinadas características que explicam o aspecto e comportamentos atuais.
E mesmo que a comunidade não acredite no mito como verdadeiro, ela reconhece sem
dúvida a verdade por detrás das ações fantásticas; reconhecem as angústias, as alegrias,
as atitudes morais e imorais, as recompensas e os castigos como parte da sua própria
realidade, através da simbologia ou da alegoria.
A mitologia refere o conjunto dos mitos, unidos por uma cultura. A que nos
interessa é a "cultura religiosa" ou a "cultura da divindade", se é que lhe podemos dar
esse nome. Interessam-nos os mitos religiosos que respondem a questões
fundamentais da existência humana e da realidade, dando uma razão aos porquês
enquanto define os comos. Assim, temos os mitos religiosos dos gregos e, por
semelhança, dos romanos unidos na mitologia greco-romana, mesmo sabendo que, a
partir de certa data, esses mitos passaram a ser encarados não como expressão
religiosa, mas como expressão de verdades transmitidas através de aventuras
fantásticas, tradicionalmente associadas a deuses. Temos também a mitologia nórdica,
ameríndia, maia ou aborígene, entre muitas outras, cujos mitos revelam o pensamento
religioso e cultural. E temos a mitologia judaico-cristã, onde o mito surge
frequentemente como ponto de fé, ou não fosse a bíblia a detentora da verdade
histórica (o que é verdade até certa medida, como veremos mais tarde).
Consequentemente, mitos religiosos surgem frequentemente nas mitologias em
diferentes seções, de acordo com a sua temática. De um modo muito geral, podemos
encontrar três tipos de mitos religiosos, respondendo a diferentes questões:
 mitos sobre um ou mais deuses

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UNIDADE 3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE MITOLOGIA E RELIGIÃO
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 mitos sobre o mundo


 mitos sobre o homem

Estes três tipos de mitos, a mitologia religiosa de uma comunidade consegue


explicar não só a existência do mundo e do homem, como o seu aspecto, as corretas
relações entre os seres, a diferença entre o Bem e o Mal (ou entre o moral e imoral), as
relações a estabelecer com os deuses e as suas consequências.
As cerimônias religiosas, também chamadas de ritos, seguem determinadas
regras, um padrão de ações, a que se chama ritual. E o conjunto destes ritos, no seu
padrão ritual, é chamado de culto, palavra cuja origem latina, cultivare, significa cultivar,
tanto os campos como o espírito. E o culto, com as sua cerimónias rituais, reflete a
tradição e os costumes.
O culto de uma divindade apoia-se no símbolo: um objeto, gesto ou palavra que
representa o divino, ou uma característica do divino. As cerimónias recorrem a esses
símbolos que, através do uso, entram nos costumes e, a partir dos costumes, na
tradição.
O costume e a tradição, conceitos bastante parecidos, fazem com que
determinadas ações permaneçam na comunidade por bastante tempo, por vezes até
para lá da memória que originou essas ações. Assim, não é raro dizer-se que isto ou
aquilo é como é ou faz-se como se faz porque é assim que as coisas são ou se fazem.
Não há razão - ela desapareceu da memória - mas apenas uma atuação que se repete
incessantemente.
Objetos e ideias que se transformam em símbolo de algo mas que, entretanto,
se esquece a razão que originou a relação entre representação e representante,
deixando apenas o símbolo.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “Artigos: Deuses e


Mitos Gregos”, disponível em:
http://revistaculturacidadania.blogspot.com.br/2012/04/artigos-deuses-e-mitos-
gregos.html

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UNIDADE 4 - MITOLOGIA E RELIGIÃO: DIVINDADES
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Compreender as características do mito e suas relações com as religiões.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Os Doze Deuses Gregos (Zeus no trono), por Nicolas-André Monsiau (1754- 1837),
finais do século XVIII.

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 4 - MITOLOGIA E RELIGIÃO: DIVINDADES
Josiane Maria Bonatto Bragin

Alguns estudiosos consideram que os hinos homéricos são simples prelúdios, se


comparado com a Teogonia1, onde cada hino invoca um deus.
No entanto, os deuses gregos, embora poderosos e dignos de homenagens
como os presentes nestes hinos, eram essencialmente humanos (praticavam violência,
possuíam ciúme, coléra, ódio e inveja, tinham grandezas e fraquezas humanas), embora
fossem donos de corpos físicos ideais.
A definição para essa característica do antropomorfismo2 grego é que "os
deuses da Grécia são pessoas, e não abstrações, ideias ou conceitos".
Independentemente de suas formas humanas, os deuses gregos tinham muitas
habilidades fantásticas, sendo as mais importantes: ter a condição de ser imune a
doenças, feridas e ao tempo; ter a capacidade de se tornar invisível; viajar longas
distâncias instantaneamente e falar através de seres humanos sem estes saberem.
Cada deus descende de uma genealogia própria, prossegue interesses próprios,
tem certa área de especialização, e é regido por uma personalidade singular; no
entanto, essas descrições surgem a partir de uma infinidade de locais arcaicos variantes,
que não coincidem sempre com elas. Quando esses deuses eram aludidos na poesia,
na oração ou em cultos, essas práticas eram realizadas mediante uma combinação de
seus nomes e epítetos, que os identificavam por essas distinções do resto de suas
próprias manifestações.
Grande maioria dos deuses foi associada a aspectos específicos de suas vidas:
Afrodite, por exemplo, era deusa do amor e da beleza, Ares era deus da guerra, Hades
o deus da morte e do inferno, e Atena a deusa da sabedoria, guerra e da coragem.
Certos deuses, como Apolo (deus do sol) e Dioníso (deus da festa e do vinho),
apresentam personalidades complexas e mais de uma função, enquanto outros, como
Héstia e Hélio, revelam pequenas personificações. Os templos gregos mais
impressionantes tendiam a estar dedicados a um número limitado de deuses, que
foram o centro de grandes cultos panhelênicos.
De maneira interessante, muitas regiões dedicavam seus cultos a deuses menos
conhecidos e muitas cidades também honravam os deuses mais conhecidos com ritos
locais característicos e lhes associavam mitos desconhecidos em outros lugares.

Classificação das divindades:

Divindades do mar e das águas


Divindades campestres
Divindades do Campo e da Cidade, peculiares a Roma
Deuses da Pátria, da família da vida humana
BUSCANDO CONHECIMENTO

1
Genealogia e filiação dos deuses. Conjunto de divindades de um povo politeísta
2
Forma de pensamento que atribui características e/ou aspectos humanos a Deus, deuses, elementos da
natureza e constituintes da realidade em geral. Nesse sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é
antropomórfica.
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UNIDADE 4 - MITOLOGIA E RELIGIÃO: DIVINDADES
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Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do artigo: “Natureza dos


deuses e divindade da natureza: reflexões sobre a recepção antiga e moderna do
antropomorfismo divino grego”:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
512X2010000200003

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UNIDADE 5 ‐ EXPLICAÇÕES E CRENÇAS: MORTAIS E IMORTAIS
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Mitologia e as crenças sobre mortais e imortais.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Afrodite e Anquises, por Annibale Carracci: o relacionamento entre a deusa da beleza e um homem
mortal, demonstra como ficou frequente as relações entre deuses e humanos no imaginário grego.

“ (...) Sísifo era filho de Éolo, deus dos ventos e descendente direto de Prometeu.
Importa muito saber isso, pois Prometeu é o primeiro de uma linhagem de notórios
embusteiros (foi ele quem furtou o fogo dos deuses) que proliferarão por toda a mitologia.
Sísifo, assim, não por nada, chegará a ser conhecido como o mais astucioso de todos os
mortais. Antes que alcançasse este importante galardão, porém, fundou a cidade de
Corinto - então chamada de Éfira - e dela tornou-se rei. Diz Homero que por ter sido um
rei justo e pacífico teria acorrentado a própria Morte, despovoando o reino de Hades e
atraindo para si a ira daquele deus. Antes disto, diremos que este personagem intrigante
reivindica para si a glória de ser o verdadeiro pai de Ulisses, retirando assim esta honra
das mãos de Laertes, seu presumido progenitor. A lenda parece ter merecido algum
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UNIDADE 5 ‐ EXPLICAÇÕES E CRENÇAS: MORTAIS E IMORTAIS
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crédito, pois toda vez que algum inimigo pretendia ofender o célebre herói, recorria ao
baixo expediente de chamá-lo de "filho de Sísifo". Mas como se teria dado tal fato? A
versão mais autorizada afirma que Sísifo, tendo chegado na véspera do casamento de
Laertes com Anticléia (ela própria filha de Autólico, outro notório farsante), adiantara-se
ao noivo e gerara Ulisses, desaparecendo em seguida, deixando a Laertes o encargo de
criá-lo. Sísifo, tal como seu ilustre antepassado Prometeu, não tinha pudor algum de se
meter nos assuntos divinos. Um dia estava em meio a um passeio quando observou a
águia de Zeus passar ao alto carregando Egina, filha de Asopo, em direção ao Olimpo.
Esperando tirar algum proveito desta indiscrição, Sísifo correu logo até a corte do
desesperado rei.
- Asopo, vou ajudá-lo a encontrar sua bela filha - disse o temerário Sísifo -, mas
em troca quero sua palavra de que fornecerá a Corinto uma fonte límpida de água.
- Está bem, farei brotar uma nascente na sua cidade! - respondeu o angustiado
rei. -
Mas isto somente se você der um jeito de encontrar a minha filha.
- Sua filha foi raptada pela águia de Zeus e levada para uma distante ilha. Zeus,
que tudo via lá do Olimpo, não tardou a descarregar sobre Sísifo sua fúria implacável e
ordenou que a própria Morte fosse no encalço do intrometido.
A Morte foi dar cumprimento imediato à ordem do deus supremo, porém, quando
chegou para agarrar Sísifo, este não só conseguiu fugir dela como fez dela seu prisioneiro,
fazendo jus desta forma à sua fama de mais ardiloso dos mortais. Foi daí, decerto, que
surgiu a lenda de que Sísifo teria despovoado os infernos. Mas Zeus, a instâncias de
Hades, acabou por resgatar a Morte das mãos de Sísifo por intermédio de Ares, o belicoso
deus da guerra. Tão logo a Morte viu-se libertada de sua vexatória sujeição, Zeus
precipitou Sísifo no Tártaro, a masmorra dos infernos. Mas Sísifo não seria Sísifo se não
tivesse dado um jeito de escapar desta, também. Assim, antes de ser levado para o
Tártaro sombrio, deu um jeito de planejar um truque com sua esposa.
- Prometa que não irá me prestar as devidas honras fúnebres - dissera ele à
esposa antes de descer às regiões infernais.
Assim, quando Sísifo se viu nos infernos, foi imediatamente ter com Hades:
- Oh, Hades, senhor da mansão subterrânea! Não pode calcular o quanto me
arrependo por ter interferido nos atos do pai dos deuses! Mas, veja, como poderei
permanecer aqui se minha desgraçada mulher fez a mim uma afronta muito maior do
que qualquer uma que eu tenha feito aos deuses? Como estarei aqui em paz se ela não
me prestar as devidas honras fúnebres? Por favor, deixe-me voltar lá para cima e ajeitar
as coisas neste sentido; prometo que, tão logo tenha resolvido tudo, estarei aqui de volta.
- Está bem, está bem... - disse Hades, coçando a cabeça. - Mas não demore a
voltar, pois do contrário o trarei de volta, e da maneira mais vexatória possível.
Sísifo, feliz, retornou ao convívio dos vivos e, sem ligar a mínima para a promessa,
ainda esteve neste mundo até a mais avançada velhice. Quanto ao deus dos infernos,
ocupado em repovoar os seus domínios, acabou por esquecê-lo. Mas o enganador, cedo
ou tarde, também acaba enganado. Um dia Sísifo descobriu que seu vizinho Autólico,

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UNIDADE 5 ‐ EXPLICAÇÕES E CRENÇAS: MORTAIS E IMORTAIS
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filho de Hermes, vinha furtando o seu gado. Estranho! Enquanto meu rebanho diminui, o
de Autólico aumenta! -dizia o rei de Corinto, encafifado. Depois de muito matutar, Sísifo
teve, afinal, uma brilhante idéia: a de marcar os cascos de cada animal com letras, de
modo que, à medida que o gado se afastasse de seu curral, iria deixando impressa no
chão a frase "Autólico me furtou"...
Autólico, entretanto, tão logo se viu flagrado, tratou de devolver as reses.
- Sísifo, você é o maior! - disse o ladrão de gado, encantado com a astúcia do
rival, pois Autólico era, antes de mais nada, a exemplo de Sísifo, um amante do belo
logro.
Assim ficaram ambos amigos. E foi daí que Sísifo, dizem as más línguas, deve ter
tido acesso ao leito da filha de Autólico, a bela Anticléia, o que resultou no nascimento de
Ulisses, conforme já dissemos. Um dia, entretanto, a vida de Sísifo chegou ao seu termo,
como chegam a de todos os mortais. Zeus resolvera pôr um fim às suas velhacarias e
puni-lo pelas suas afrontas. Sísifo foi então precipitado ao Tártaro - desta vez em
definitivo - e condenado a rolar uma enorme rocha até o alto de uma escarpada
montanha. Tão logo chega ao cume, despenca, obrigando Sísifo a recomeçar o estafante
trabalho, o qual se repete para todo o sempre”.
Fonte: Bulfinch, Thomas, O livro de ouro da mitologia: (a idade da fábula): histórias de deuses e heróis –
9ª edição – Rio de Janeiro – Ediouro – 2000

A maior parte das crenças dessas histórias sobre a imortalidade dos deuses
foram reveladas posteriormente na obra Metamorfoses de Ovídio, e frequentemente
são divididas em dois grupos temáticos: histórias de amor e histórias de castigo. Ambas
histórias tratam do envolvimento dos deuses com os humanos, seja de uma forma ou
de outra.
Os contos de amor muitas vezes envolvem incesto, sedução ou violação de uma
mulher mortal por parte de um deus, resultando em uma descendência histórica. Essas
histórias sugerem geralmente que as relações entre deuses e mortais precisam ser
evitadas, sendo que raramente esses envolvimentos possuem finais felizes.
Ainda no assunto de relação entre deuses e mortais, há um conto antigo
baseado em um tema folclórico, onde Deméter está procurando por sua filha
Perséfone, depois de ter tomado a forma de uma anciã chamada Doso e recebido
hospitalidade de Celéu, o rei de Elêusis em Ática. Por causa de sua hospitalidade,
Deméter planejou fazer imortal seu filho Demofonte, como um ato de agradecimento,
mas não pôde completar o ritual porque a mãe de Demofonte, Metanira, entrou e viu
seu filho rodeado de fogo, visão essa que lhe provocou, instantâneamente, um grito
agudo, que enfureceu Deméter, cuja lamentação veio depois, ao refletir o fato de que
os "estúpidos mortais não entendem práticas divinas".

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS “DR. EDMUNDO ULSON” – UNAR”
MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 5 ‐ EXPLICAÇÕES E CRENÇAS: MORTAIS E IMORTAIS
Josiane Maria Bonatto Bragin

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “DA
IMORTALIDADE AOS DEUSES” disponível em:
http://www.escribacafe.com/da-imortalidade-aos-deuses/

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 6 - INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Iniciar os estudos sobre a história das religiões

ESTUDANDO E REFLETINDO

Símbolo das religiões

Na verdade, há tantas religiões quantos forem os indivíduos


(Mahatma Gandhi).

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 6 - INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
Josiane Maria Bonatto Bragin

A história das religiões aborda o fenômeno em uma perspectiva histórica,


antropológica, estreitamente ligado a outras disciplinas das ciências sociais, a começar
com a etnologia, história e filologia. Disciplinas como irmãs, a história das religiões é
uma ciência de observação baseada na análise dos dados, bem como a comparação.
Esta disciplina também possui outros nomes, como Ciências da Religião, que
vem do alemão Religionswissenschaft, primeiro um conceito cunhado por Friedrich Max
Müller, um famoso orientalista, mitologista e estudioso das tradições indo-europeias do
século XIX.
Na altura, o estudo das religiões parece estar enraizada na romântica romântico.
Também encontra-se muitas vezes o termo estudo comparativo das religiões,
sobretudo no mundo de fala inglesa.
O exercício da história das religiões tem sido sempre comparativo. Em tempos
antigos, já desde Heródoto, a civilização grega observava costumes e tradições dos
outros povos (os egípcios, persas, judeus). Plutarco, no primeiro século de nossa era,
escreveu uma série de obras que poderiam ser chamados mitologia comparativa.
Posteriormente, os Padres da Igreja, que irão comparar as diferentes religiões (e para
forjar o conceito de paganismo) para explicar o surgimento e a superioridade do
Cristianismo. Trata-se dos conceitos descritos neste quadro feito pelos Padres da Igreja
(por exemplo, Daylight, imitação ou mal), que servirá para explicar, após a descoberta
do novo mundo, o estranho hábito dos índios de se reunir e que se assemelham aos
dos pagãos antes do Cristianismo. A comparação será, então, realizada em três níveis
[carece de fontes]: o Velho, e os selvagens. Assim, a "História apologética" do
dominicano Bartolomeu de las Casas (século XVI) e "As formas hábitos silvestres dos
americanos, em comparação com os primeiros dias", do jesuíta Joseph François Lafitau
(século XVIII). Estamos ainda em uma apologética. A história das religiões está
crescendo a partir do lado do Cristianismo em relação a outras religiões.
No século XIX, no final do processo lançado pela deconfessionalização dos
filósofos do Iluminismo, a história da religião vai lentamente se tornar uma verdadeira
disciplina científica, livre do jugo da religião, justamente, a fim de melhorar o objeto de
estudo. A história das religiões é diferente, em primeiro lugar, das disciplinas teológicas,
mesmo que cresça também uma profunda revisão das tradições. Será marcada pela
Estudos Orientais e da Pré-História, com Riane Eisler, Margaret Mead, Marija Gimbutas,
a descoberta do sânscrito, crítica bíblica (Ernest Renan), a religião pagã (babilônica,
egípcia, grega, romana), com Jane Ellen Harrison e Mircea Eliade, mas também e
sobretudo pela antropologia anglo-saxônica (Robertson Smith, Edward Tylor, James
George Frazer, Merlin Stone) e da escola sociológica francesa (Emile Durkheim, Marcel
Mauss, Henri Hubert).
No século XX, a história das religiões será influenciada por abordagens
psicológicas (Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Karol Kérény, Melanie Klein),
fenomenológica (Rudolf Otto, Mircea Eliade), ou a figura da mitologia comparativa
(Joseph Campbell, Georges Dumézil) ou em antropologia social (Claude Lévi-Strauss).

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 6 - INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
Josiane Maria Bonatto Bragin

Hoje em dia, muitas associações e organizações incluem especialistas em


diferentes campos da história das religiões. Diferentes abordagens, a partir de uma
escola para outra ainda são praticadas, mas o exercício da comparação e perspectiva
histórico-antropológica são mais frequentemente requeridas [carece de

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do artigo: HISTÓRIA DAS


RELIGIÕES: CONCEITOS E DEBATES NA ERA CONTEMPORÂNEA de Karina Kosicki
Bellotti, disponível em:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/historia/article/viewFile/26526/17686

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 7 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: PRÉ-HISTÓRIA
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Compreender os processos da história das religiões, em particular, das religiões
na pré-história.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“A principal divindade é a deusa, apresentada sob três aspectos: mulher


jovem, mãe dando à luz um filho (ou um touro), e velha
(acompanhadas as vezes de uma ave de rapina). A divindade
masculina aparece sob a forma de uma rapaz adolescente – o filho ou
o amante da deusa – e de um adulto barbudo, ocasionalmente montado
sobre um animal sagrado, o touro”. (ELIADE, 2010, p.55).

É preciso, antes de tratarmos sobre o tema, saber sobre o período descrito. Pré
história designa tudo o que se passou desde o aparecimento do primeiro ser com
postura ereta, até o tempo em que surgi a escrita. O termo foi cunhado com o pré-
conceito de que, se não houvesse escrita, não haveria história para contar. No entanto,

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 7 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: PRÉ-HISTÓRIA
Josiane Maria Bonatto Bragin

há muito tempo já não se pensa mais desse modo. O desenvolvimento da arqueologia,


paleontologia, antropologia, e várias outras ciências, possibilitaram o estudo e
compreensão da vida do homem pré-histórico, mesmo que embrenhada em nevoeiros
e barrancos.
É importante compreender, que cada grupo humano em seu território
geográfico, se desenvolveu do seu modo, de acordo com suas necessidades. Um grupo
não é superior ao outro por possuir mais tecnologia. A condição climática, geográfica,
hidrográfica, entre outros, do território habitado, é que conduz as atividades humanas.
A terra do Brasil oferecia ao índio, uma rica diversidade natural, dando-o privilégio de
uma vida farta, sem maiores complicações.
O indicio mais antigo de prática relacionada à religião do homem e mulher pré-
históricos, é o sepultamento que esta intimamente ligada, as fontes mais antigas e
numerosas da pré-história, que são as ossadas.

Sepultamento: prática religiosa.

A prática da inumação revela uma preocupação com a vida após a morte. Isso é
mais ressaltado ainda, nos detalhes de preparação e adereços encontrados em
inúmeras sepulturas. Por exemplo, o ocre vermelho salpicado em cadáveres, é
universalmente encontrado, podendo ser substituto ritual do sangue, símbolo da vida.

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 7 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: PRÉ-HISTÓRIA
Josiane Maria Bonatto Bragin

A posição que o corpo é encontrado, também é coberta de significado. Ele é virado


para o leste, marcando a intenção de tornar o destino da alma solidário com o curso do
Sol, portanto a esperança de um renascimento.
E também é posto em forma fetal, tendo a terra, no caso a cova, o simbolismo
do útero. Oferendas de alimentos e diversos objetos de adorno como colares, são
encontrados depositados em túmulos.
Encontraram também, cuidadosamente dispostas em torno e sobre os
cadáveres, conchas de moluscos. Essas conchas possuem a forma de vagina, parecendo
estar associadas a algum tipo primitivo de adoração da deidade feminina.
As formas mais numerosas, evidentes e explicitas de culto religioso feito pelo
homem e mulher do Paleolítico até o momento é datado por volta de 35.000 ac. Foram
elas, as grutas/santuários com suas pinturas e as inúmeras estatuetas femininas.
Como as pinturas se encontram muito longe da entrada da gruta, sendo muito
delas inabitáveis, com dificuldades de acesso, os pesquisadores concluíram que elas são
uma espécie de santuário. As pinturas revelam ainda mais o caráter sagrado e
ritualístico do lugar.
Duas temáticas decifradas e discutidas por pesquisadores são a de danças rituais
e seções xamânicas. As estatuetas femininas representam o “culto da fertilidade”
praticado por esses humanos. Esculpidas em pedra, osso ou marfim, possuem nádegas,
seios e barrigas volumosas, além de terem a vulva sempre à mostra. Representa a
“Grande Mãe” a “Deusa”.
André Leroi-Gourhan constata que a arte desse período expressa alguma forma
incipiente de A representação de Cristo foi transformada ao longo da História

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “A religião na Pré


História”, disponível em: http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=2768

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 8 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ÁFRICA
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Compreender os processos da história das religiões, em particular, das religiões
da África.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“ Diz-se na Bahia que há sete Yemanjás:


Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá
Iamassê, mãe de Xangô;
Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn que freqüentemente é
confundido com Yemanjá em certas lendas;
Olossá, a lagoa africana na qual desálguam os rios.
Yemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.
Yemanjá Assabá, ela manca e está sempre fiando algodão.
Yemanjá Assessu, muito mais voluntariosa e respeitável”
Verger, Orixás, 2005, pág. 191.

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 8 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ÁFRICA
Josiane Maria Bonatto Bragin

Religião na África

A África é o continente onde se originou o homo sapiens. Portanto, a história da


humanidade se inicia lá. Ao contrário do que se pensa, na África antes da chegada dos
europeus, não só havia povos organizados em tribos. Houve além do Egito, diversos
reinos e impérios bastante desenvolvidos, em vários aspectos, tais como, tecnológicos,
econômicos, educacionais, culturais, e religiosos. Foram alguns deles, no Sudão
ocidental, os reinos de Mali e Gao; no Sudão central, os estados Hausa e Kanem-Bornu;
no golfo de Guiné, os reinos Yoruba e Benin; na África central, o reino do Congo; na
costa oriental da África, várias cidades-estado; e mais tarde, no Zimbábue, o reino
Monomotapa, que haveria de acolher a população do Grande Zimbábue. Esses reinos
tinham suas próprias religiões. Assim, quando o comércio de escravos foi travado entre
portugueses no Brasil, e chefes africanos, diversas religiões africanas foram introduzidas
em terras brasileiras, e ganharam ao decorrer dos séculos, a identidade afro brasileira.
As religiões de matriz africana foram incorporadas a cultura brasileira desde há
muito, quando os/as primeiros/as escravizados/as desembarcaram no país e
encontraram em sua religiosidade uma forma de preservar suas tradições, idiomas,
conhecimentos e valores trazidos da África.

Significados

Batuque – sediado no Rio Grande do Sul, se estendeu para países vizinhos como
Uruguai e Argentina. É fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria,
como as nações Jeje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.

Candomblé – Do Calundu colonial da Bahia surgem os primeiros terreiros de


candomblé e com eles a organização politico-social-religiosa. Neste ponto, as
irmandades não podem ser esquecidas. Elas têm como origem a mistura proveniente
da cultura dos escravizados com o catolicismo. A mais antiga é a Irmandade da Boa
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 8 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ÁFRICA
Josiane Maria Bonatto Bragin

Morte, que no terreiro da Casa Branca fundou os alicerces para que as demais casas de
candomblé pudessem ser criadas e posteriormente, se espalharem pelo Brasil.

Cabula – é o nome pelo qual foi chamada, na Bahia, uma seita surgida no final
do século XIX, com caráter secreto e fundo religioso. Além do cunho hermético, a seita
mantinha forte influência da cultura afro-brasileira, sobretudo dos malês, bantos com
sincretismo provocado pela difusão da Doutrina Espírita nos últimos anos do século XIX.
A Cabula é classificada como candomblé de caboclo, considerada como precursora da
Umbanda, persiste ainda como forma de culto nos estados da Bahia, Espírito Santo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Culto aos Egungun – é uma das mais importantes instituições, tem por finalidade
preservar e assegurar a continuidade do processo civilizatório africano no Brasil, é o
culto aos ancestrais masculinos, originário de Oyo, capital do império Nagô, que foi
implantado no Brasil no início do século XIX. O culto principal aos Egungun é praticado
na Ilha de Itaparica no Estado da Bahia, mas existem casas em outros Estados.

Catimbó - Concebe-se como Catimbó-Jurema, ou simplesmente Jurema, a


religião que se utiliza de sessões de Catimbó na veneração da Jurema sagrada e dos
Orixás. O Catimbó-Jurema é um culto híbrido, nascido dos contatos ocorridos entre as
espiritualidades indígena, européia e africana, contatos esses que se deram em solo
brasileiro, a partir do século XVI, com o advento da colonização.

Umbanda – é uma religião brasileira que sincretiza vários elementos, inclusive de


outras religiões como o catolicismo, o espiritismo, as religiões afro-brasileiras e a
religiosidade indígena. A palavra umbanda deriva de m’banda, que em quimbundo
(idioma banto) significa “sacerdote” ou “curandeiro”.

Quimbanda – é uma ramificação da umbanda desde a sua fundação pelo


médium brasileiro Zélio Fernandino de Morais, já que o mesmo admitiu ter um exu
como guia por ordens de seus guias. Assim como qualquer religião, dentro da
quimbanda, existem várias linhas de desenvolvimento, mas o princípio de trabalhar
respeitando as leis da Umbanda é fundamental, uma vez que estas entidades são
comandadas pelas entidades da Umbanda, que é sua matriz.

Xambá - A Nação Xambá é uma religião afro-brasileira ativa em Olinda,


Pernambuco. Alguns autores afirmam que este culto está praticamente extinto no país.

Omolocô – é um culto presente no Rio de Janeiro, mas veio pela Bahia e


também é encontrado no Rio Grande do Sul, é caracterizado por suas práticas rituais e
de culto aos Orixás, Caboclos, Pretos-velhos e demais Falangeiros de Orixás da
Umbanda. O culto Omolocô é apontado por estudiosos do assunto e praticantes como

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 8 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ÁFRICA
Josiane Maria Bonatto Bragin

um dos principais influenciadores da formação da Umbanda africanizada, ao lado do


Candomblé de Caboclo, do Cabula e do próprio Candomblé. Teria surgido entre o
povo africano Lunda-Quiôco.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Um pouco mais de história das religiões: África.

A religião tradicional é composta pelo real, ou material e pelo invisível, espiritual. Assim, esses dois
aspectos se comunicam, os dois são importantes dentro dessa crença. Esta religião tem como sinônimo
no Brasil o candomblé, que consiste no culto aos Orixás, que são considerados deuses:
Oxalá – Pai de todos os Orixás;
Exu – Senhor dos Caminhos;
Ibeji – Gêmeos que protegem as famílias e as crianças;
Ogum – orixá Guerreiro;
Nanã – Mãe de Obaluaiê e Oxumaré, protetora dos doentes;
Oxossi – Orixá caçador, protetor dos caçadores, da mata e dos animais;
Iemanjá – Considerada por muitos como rainha dos mares e mãe de todos os Orixás ao lado de Oxalá,
representa harmonia na família;
Ossaim – Orixá das plantas em geral, principalmente das ervas medicinais;
Obá – Representa o equilíbrio, justiça, uma das esposas de Xangô;
Obaluaiê – (Omolu, em sua forma velha). Conhece a cura de todos os males, por ser o deus das Pestes;
Logun-Edé – Responsável pelos leitos de mares e rios, filho de Oxum com Oxossi;
Oxumaré – Protetor das grávidas, Orixá da fortuna e da sorte;
Iansã – Senhora das tempestades, dos raios e dos ventos, Orixá guerreira;
Ewá – Rainha da magia representa as chuvas;
Oxum – Rainha do ouro, do amor e de todas as águas doces;
Xangô – Orixá da Justiça.

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 9 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO DOS EGÍPSIOS
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Compreender os processos da história das religiões, em particular, das
religiões dos egípcios.

ESTUDANDO E REFLETINDO

"Que belo é teu levantares-te no horizonte do céu, ó Rá (Sol), iniciador da vida!


Quando te arredondas no horizonte, enches a terra de tuas belezas: és encantador,
sublime. Quando repousas no horizonte ocidental, a Terra fica em trevas, como morta...
Mas a aurora vem, tu despontas no horizonte, irradias como Disco do dia, as trevas
dissipam-se... As Duas-Terras do Egito põem-se em festa... Todos os animais se alegram,
as árvores e plantas crescem, as aves voam de seus ninhos, com as asas abertas em
adoração do teu Ka... Tu criaste a Terra segundo o teu coração, com os homens e os
animais, tudo que na Terra existe..., os países estrangeiros..., a terra do Egito... Tu crias o
Nilo no mundo inferior e os fazes sair à superfície da terra, onde queres, para alimentar
os homens do Egito... e também puseste o Nilo no Céu, para que desça aos povos
afastados, para regar seus campos, suas regiões, de que eles vivam...”

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 9 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO DOS EGÍPSIOS
Josiane Maria Bonatto Bragin

(HINO AO DEUS RÁ (O SOL): Texto do 2º milênio a. C., in A. Moret, O Nilo e a


Civilização Egípcia , citado por: FREITAS, G. de. 900 Textos e documentos de História.
Antiguidade e Idade Média. Lisboa, Plátano, 1975, v. l, p. 78.

As crenças religiosas dos antigos egípcios tiveram uma influência importante no


desenvolvimento da sua cultura, embora nunca tenha existido entre eles uma
verdadeira religião, no sentido de um sistema teológico unificado. A fé egípcia baseava-
se na acumulação desorganizada de mitos antigos, culto à natureza e inumeráveis
divindades. No mais influente e famoso destes mitos desenvolve-se uma hierarquia
divina e se explicava a criação do mundo.
De acordo com o relato egípcio da criação, no princípio só existia o oceano.
Então Rá, o Sol, surgiu de um ovo (segundo outras versões de uma flor) que apareceu
sobre a superfície da água. Rá deu à luz quatro filhos, os deuses Shu e Geb e as deusas
Tefnet e Nut. Shu e Tefnet deram origem à atmosfera. Eles serviram-se de Geb, que se
converteu na terra, e elevaram Nut, que se converteu em céu. Rá regia todas as coisas.
Geb e Nut posteriormente tiveram dois filhos, Set e Osíris, e duas filhas, Ísis e Neftis.
Osíris sucedeu Rá como rei da terra ajudado por Ísis, sua esposa e irmã. Set odiava seu
irmão e o matou. Ísis embalsamou o corpo do seu esposo com a ajuda do deus Anúbis,
que desta forma tornou-se o deus do embalsamento. Os feitiços poderosos de Ísis
ressuscitaram Osíris, que chegou a ser rei do mundo inferior, da terra dos mortos.
Horus, filho de Osíris e Ísis, derrotou posteriormente Set em uma grande batalha
tornando-se rei da terra.
Desse mito da criação surgiu a concepção da eneada, grupo de nove divindades,
e da tríade, formada por um pai, uma mãe e um filho divinos. Cada templo local tinha
sua própria eneada e sua própria tríade. A eneada mais importante foi a de Rá com
seus filhos e netos. Este grupo era venerado em Heliópolis, centro do culto ao Sol no
mundo egípcio. A origem das deidades locais é obscura; algumas vieram de outras
religiões e outras de deuses animais da África pré-histórica. Gradativamente foram se
fundindo em uma complicada estrutura religiosa, ainda que comparativamente poucas
divindades locais tivessem chegado a ser importantes em todo o Egito. As divindades
importantes incluíam os deuses Amon, Thot, Ptah, Khnemu e Hapi e as deusas Hator,
Nut, Neit e Seket. Sua importância aumentou com o ascendente político das localidades
onde eram veneradas. Por exemplo: a eneada de Menfis era encabeçada por uma
tríade composta pelo pai Ptah, a mãe Seket e o filho Imhotep.
De qualquer modo, durante as dinastias menfitas, Ptah chegou a ser um dos
maiores deuses do Egito. De forma semelhante, quando as dinastias tebanas
governaram o Egito, a eneada de Tebas adquiriu grande importância, encabeçada pelo
pai Amon, a mãe Mut e o filho Khonsu. Conforme a religião foi se desenvolvendo,
muitos seres humanos glorificados após sua morte acabaram sendo confundidos com
deuses. Assim Imhotep, que originariamente fora o primeiro ministro do governador da
III Dinastia Zoser chegou a ser conceituado como um semideus. Durante a V Dinastia,
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 9 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO DOS EGÍPSIOS
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os faraós começaram a atribuir a si mesmos ascendência divina e desde essa época


foram venerados como filhos de Rá. Deuses menores, simples demônios, ocuparam
também um lugar hierarquico entre as divindades locais.
Os egípcios são um povo bastante explorado na mídia. Sua cultura é alvo de
uma grande comercialização. No entanto, poucos se interessam em saber sobre o que
eles pensavam e sentiam sobre a vida, além dos produtos materiais que criaram.
Todos os segmentos sociais praticavam a religião egípcia, no entanto, cada
cidade prestava atenção maior aos seus “próprios” deuses. Geralmente, cada templo
das grandes cidades, sedes do poder, criava sua própria cosmogonia com o deus local
no ápice da hierarquia. Então, aqui, também encontramos mais de um mito sobre a
criação.
Um dos mais importantes e antigos conta que, no principio era Nu, o oceano
celestial com sua característica de imobilidade e totalmente estático. Do seu interior
surgiu Atum, que criou Shu (ar) Tefnut (umidade), esse casal produz Geb (terra) e Nut
(céu).
Por sua vez, os últimos dão origem a Osíris e Ísis e a Set e Néftis. Segue este
mito o de Osíris, na qual o mesmo reinava de modo justo, com sua irmã-esposa sobre
o Egito. Seu irmão Set enciumado o matou, mas Ísis logo fez uma múmia do seu
marido, e com seus poderes mágicos, devolveu a vida a Osíris. Com o qual teve um
filho, Hórus. Este se tornou rei do Egito, e os faraós o sucederam. Osíris tornou-se rei
dos mortos, todos que morrem passam pelo seu tribunal.
Esse povo era obcecado pela vida eterna e pela perpetuação da alma. As tumbas
são mais importantes que as casas mais suntuosas e é impensável economizar em
detrimento dos sacerdotes funerários. É perceptível isso nas tão conhecidas pirâmides
que eram os túmulos dos faraós. Quanto mais rico fosse o egípcio mais complexo seria
o funeral.
Os sacerdotes e sacerdotisas realizavam diariamente cultos nos diversos templos
espalhados pelo Egito. Preparavam as oferendas, em boa parte alimentos, como
também flores e incenso, e entoavam cânticos. Encantamentos são encontrados para
diversas finalidades, como amor e saúde, mas, também utilizavam nos ritos funerários

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “Religiões
Egípcias”, disponível em
http://www.miniweb.com.br/historia/artigos/i_antiga/religiao_egito.html

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 10 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: INDÍGENAS, MAIAS, INCAS E ASTECAS
Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo:
Compreender os processos da história das religiões, em particular, das religiões
dos indígenas, maias e astecas.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“ Oh grande Espírito! Cuja voz escuto nos ventos, cujo respiro dá vida a todo mundo,
escuta-me: Eu chego a ti, um entre teus tantos filhos; sou pequeno e débil. Necessito
tua força e sabedoria. Deixa que caminhe na beleza e que meus olhos guardem o
vermelho e púrpura do sol que se põe. Faz com que minhas mãos saibam respeitar as
coisas que criaste, e que meus ouvidos sejam abertos para escutar tua voz. Faz-me
sábio, para que possa compreender as coisa que ensinaste a meu povo, a lição
escondida em cada folha e pedra. Busco a força, não para ser superior a meus irmãos,
se não para ser capaz de lutar contra meu maior inimigo: eu mesmo. Faz-me sempre
digno de chegar a ti, com as mãos limpas e olhar reto, assim quando a vida se
desvanecer como um sol que se põe, meu espírito chegue a ti sem vergonha.”

(Índios Peles Vermelhas da América do Norte)

A estrutura das religiões indígenas.


As religiões indígenas é sólida e muito bem elaborada, permitindo a equilibração
do homem com o meio intra e extra psíquico. A harmonia deste com a Mãe Terra é
condição básica para sua sobrevivência e é, portanto, elemento inseparável de seus
ritos e encontro com a transcendência.
As religiões indígenas caracterizam-se pela praticidade, tudo gira em torno da
experiência do sagrado e não numa fundamentação teórica. O cotidiano da vida está
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 10 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: INDÍGENAS, MAIAS, INCAS E ASTECAS
Josiane Maria Bonatto Bragin

impregnado de religiosidade. A vida na aldeia é vivida de modo contextualizado, a


religião é parte integrante da vida.
As tradições religiosas indígenas são diferentes entre si, há uma diversidade de
povos e culturas que se distinguem no tipo biológico, línguas, costumes, ritos,
organização social, etc.
Suas religiões são profundamente marcadas por rituais nos quais os mitos são
revividos com intensidade de modo que em algumas comunidades os participantes no
ato ritualístico sentem-se parte da divindade. As práticas religiosos caracterizam-se de
ritos de defumação, entoação de cantos, uso de instrumentos musicais, incorporação,
transe e uso de remédios retirados das plantas e ervas.

A História dos povos indígenas brasileiros


No consenso popular, apenas se imagina os índios deitados em redes, caçando e
morando em ocas. Poucos conhecem a rica Arte indígena, que em grande parte tem
motivos religiosos. Poucos sabem que apenas em um Parque do Piauí, existem sítios
arqueológicos identificados. Onde são encontradas urnas funerárias e pinturas de
rituais de caça. Ainda, inscrições rupestres como as da Pedra Lavrada no Ingá na
Paraíba, contem representações de diversos astros. Indicando a riqueza cultural e
religiosa dos indígenas brasileiros.
No tempo do descobrimento estima-se que existiam mais de mil povos,
reduzidos hoje a cerca de 200 povos diferentes, com 170 línguas. Desse modo,
salientamos que não encontramos uma religião indígena, e sim várias religiões
indígenas.
Nessas religiões indígenas, uma figura destacada e de traços comuns é o pajé.
Ele pode chegar a ser um emblema da tribo. O Pajé voa aos céus, desce as profundezas
subterrâneas, transforma-se em animais, se expressa em línguas incompreensíveis, vê
almas de mortos, causam e curam doenças e males, entre outros. Delineado esse traço
comum das religiões indígenas, agora devemos compreender que religião e vida social,
nesses povos não têm distinção, pois Para os índios são os mitos que contêm a
verdadeira história do mundo. Os mitos não são fantasia ou ficção, e sim a explicação
do universo: a origem do cosmos, da humanidade, da sexualidade, dos astros, da caça,
da agricultura, das mulheres, da arte e da música, de tudo que é possível conceber.
Cerimônias, festas, rezas, cantos, proibições, regras de comportamento – tudo aquilo
que faz parte do que costumamos chamar de religião – têm como chão um corpo
mítico, inerente ao cotidiano, sem nítida distinção entre o sagrado e o profano, familiar
para todos, embora os pajés detenham um conhecimento mais profundo e a
prerrogativa das viagens místicas.
Em termos de criação, entre diversos mitos indígenas os criadores do universo
costumam ser um par de companheiros ou irmãos, identificados freqüentemente com a
lua e o sol. Como também têm uma Criadora de Tudo. Ainda, se Tupã era, para muitos
grupos, a suprema divindade, outros adoravam um estranho taumaturgo de singulares
poderes, conhecido de norte a sul, conforme a região, pelos nomes de Sumé, Tumé ou

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 10 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: INDÍGENAS, MAIAS, INCAS E ASTECAS
Josiane Maria Bonatto Bragin

Zumé e que geralmente, era descrito como um homem de pele clara e longas barbas,
que a exemplo dos deuses mexicanos Kukulkan e Quetzalcoatl e, ainda, do deus
peruano Viracocha, partiu um dia, prometendo que voltaria para restaurar o primado
da razão e da não violência.
O caminho para o mundo dos mortos geralmente é descrito como tortuoso e
cheio de monstros. E no mundo dos vivos, estes convivem com seres fantasmagóricos,
que podem ser enganados. As religiões dos indígenas são ricas em Ritos de Passagens.
Infelizmente hoje em dia, o trabalho proselitista de missionários evangélicos e católicos,
tem destruído suas religiões, e em muitas tribos seus ritos estão sendo esquecidos,
quando não sincretizados. Por isso precisa-se o quanto antes de mais e mais pesquisas
sobre essas tão belas e importantes religiões, que fazem parte de nossa história.
A religião dos maias
A civilização Maia não foi um estado centralizado, mais um aglomerado de
cidades-estados, das quais algumas ganharam mais notoriedade, como por exemplo,
Chichén Itzá. Um dos principais elementos da religião maia eram o sacrifício humano e
animal. Acreditava-se que o sangue era primordial para o funcionamento do universo.
Inclusive os reis realizam o auto-sacrifício, na qual era retirado sangue de várias
partes de seu corpo. Os maias possuíram uma escrita hieroglífica, um calendário
complexo, e grandes pirâmides. Tinham uma concepção de tempo cíclico e deram
bastante importância aos augúrios e às profecias.
Os dois deuses maias principais eram um par cósmico, do qual todas as outras
divindades descenderam. O mais importante deus masculino era Itzamná, representado
na arte como um homem velho e descrito como a divindade da escrita e do
aprendizado.
Sua consorte era Ix Chel, no período maia clássico, ela foi associada a lua,
representada como uma mulher velha tendo cobras no lugar dos cabelos e adepta da
feitiçaria. Já no final da época pós-clássica ela foi associada a medicina, e responsável
pela gravidez e pelos partos. Além desses, existem diversas outras divindades maias.
A religião dos astecas
Os astecas eram um povo dominado, até que guiados pelo guerreiro cósmico
Huitzilopochtli à procura da Terra Prometida, alojam-se por volta de 1325 d.C, no lago
Texcoco no vale do México, onde fundaram a cidade de Tenochtitlán, e formaram um
grandioso império.
Assim como os maias, os astecas também tinham uma cosmologia e calendário
bastante elaborados. E acreditavam que os sacrifícios humanos eram necessários para
que o Sol mantivesse seu curso e a Quinta Idade do Sol perdurasse. De acordo com
seus cálculos, a quinta era, terminará em 2027.
No principio do cosmos havia Ometeotl. De modo mesoamericano ele tinha um
aspecto feminino e masculino. Dele nasceram os deuses principais, Huitzilopochtli,
Quetzalcoatl e Tezcatlipoca. A Deusa principal é Coatlicue, chamada pelos frades
cristãos de “mãe dos deuses, coração da terra”, segundo um dos mitos de origem dos
astecas ela é mãe de Huitzilopochtl.

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UNIDADE 11
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: AS DIFERENTES REPRESENTATIVIDADES DE CRISTO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Conhecer as diferentes representatividades de Cristo nas religiões.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis
julgados, e com a medida com que medis sereis medidos.”

Jesus Cristo

A representação de Cristo é um tema polêmico que, desde o século XVIII,


desperta a curiosidade de vários pesquisadores e religiosos. Na verdade, essa polêmica

remonta a sociedade onde o próprio Cristo nasceu. Os judeus, preservando os ideais de


sua prática religiosa e condenando a idolatria dos estrangeiros, proibia a produção de

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UNIDADE 11
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: AS DIFERENTES REPRESENTATIVIDADES DE CRISTO
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retratos. Dessa forma, a missão de revelar as feições do líder religioso ficou a cargo de
diversos pintores e escultores que se lançaram a essa mesma missão.

Um dos mais antigos relatos sobre a representação de Jesus foi constatado em


uma narrativa mítica do século VI, referente ao Sudário de Verônica. Segundo o mito,

Abgar, rei de Edessa (atual Síria), enviou um artista para que o mesmo pudesse
produzir um retrato de Cristo. Ao encontrar o líder religioso, o artista enviado não

conseguiu cumprir sua missão, pois o rosto de Cristo emanava uma intensa luz. Com
isso, Jesus teria usado uma toalha que ficou marcada pelos traços de seu rosto.

No entanto, a primeira representação historicamente comprovada foi


encontrada em uma parede do Pedagogium, a antiga escola da guarda imperial. Neste

desenho, criado por volta do século III, há a representação de um homem com cabeça
de asno crucificado, enquanto um grego lhe presta adoração. A imagem depreciativa,

provavelmente seria de autoria de algum soldado romano não muito convencido do


caráter divino do Messias.

Sendo a idolatria a imagens igualmente refutada pelos cristãos primitivos, muitos


subvertiam a ordem com a criação de diversos símbolos que remetiam a Cristo Jesus.

Entre diversos símbolos podemos destacar a cruz, as iniciais de seu nome e a âncora.
Havia também um acróstico produzido a partir da fase “Iesus Khristos Theou Uios

Soter” (Jesus Cristo Filho de Salvador), onde suas iniciais formavam a palavra peixe,
animal até hoje associado ao Cristianismo.

No entanto, a refutação a uma representação humana de Cristo logo passou a


ser praticada pelos cristãos, a partir do século III. Utilizadas como grande meio de

divulgação e conversão religiosa, as imagens de Cristo passaram a contar com uma

diversa gama de situações encenadas. Uma das representações mais comuns coloca
Cristo em meio aos animais, fazendo alusão à ideia do poder que o Messias teria de

liderar os cristãos e converter os homens.


Em outras imagens mais poderosas, percebemos uma tentativa de valorização

da dimensão sobrenatural de Cristo. Nesse tipo de representação temos a ação do

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UNIDADE 11
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: AS DIFERENTES REPRESENTATIVIDADES DE CRISTO
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Messias durante os julgamentos do Juízo Final, onde estaria separando os bons e os


maus. Em outras representações com temática semelhante, Cristo aparece realizando

milagres por meio de uma varinha que leva nas mãos. Outro tipo ainda alude à
pregação religiosa mostrando um Cristo jovem palestrando aos seus seguidores.

Todas essas representações de um Cristo imperioso e ativo perdem espaço ao


longo da Idade Média. A partir da Baixa Idade Média temos várias representações em

que Jesus sofre com os suplícios de seu processo de crucificação. De fato, a imagem
predominante de Jesus Cristo tem um rosto de traços suaves, pele clara, olhos claros,

barba fina e cabelos ondulados. Essa representação surgiu no tempo das Cruzadas,
época em que os não-brancos representavam os pagãos.

Em um recente estudo desenvolvido pela Universidade de Manchester, tendo


como base o crânio de um judeu do século I, houve a tentativa de se formular um

desenho aproximado do Cristo naquela época. Por meio de avançados recursos de


computação gráfica chegaram à conclusão de que Jesus, provavelmente, teria um rosto

arredondado, cabelos negros, pele amorenada e uma braba grossa


Historicamente, os fatos que fundamentaram o cristianismo ocorreram durante o

Império romano, nos últimos séculos da Idade Antiga, que se estendeu de


aproximadamente 3.500 a.C. até 476 d.C. O cristianismo surgiu a partir da doutrina dos

homens que seguiram Jesus Cristo. Jesus foi um judeu que nasceu e morreu na região
onde atualmente se situam a Jordânia e Israel, no Oriente Médio, território sob o

domínio dos romanos no século 1. Como a maior parte do mundo ocidental até hoje
segue o calendário cristão, o ano 1 de nossa era é justamente marcado pela data

aproximada em que Jesus nasceu. O destaque dado a esse personagem histórico,

nascido em Belém (cidade localizada no Reino da Judeia), deve-se ao fato de ele ser
considerado por seus seguidores como o filho de Deus.

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UNIDADE 11
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: AS DIFERENTES REPRESENTATIVIDADES DE CRISTO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

Pedro, Paulo e a Bíblia


Alguns judeus acreditaram que Jesus fosse o messias, ou seja, o enviado de Deus

para redimir a humanidade, de que falavam seus textos sagrados. Outros não. Assim, as
autoridades judaicas passaram a persegui-lo.

Segundo os registros deixados por seus discípulos - que depois foram a base
para a segunda parte do livro sagrado dos cristãos, a Bíblia - Jesus foi morto na cruz

pelos seus perseguidores e teria ressuscitado, demonstrando seu poder divino. Essa
crença no messias foi, portanto, alimentada para além da morte de Jesus e veio a se

constituir numa religião. Os seguidores de Cristo, seus apóstolos (discípulos), como


Pedro e Paulo, na década de 50 d.C. espalharam os ensinamentos e as histórias sobre

Jesus em Roma e na Europa. Escreveram textos sobre a nova religião, que viriam a
integrar o Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia. A primeira parte, ou Velho

Testamento, é o mesmo livro sagrado dos judeus, a Torá.


Os fatos ali relatados foram sendo escritos no decorrer da história do povo

judeu (hebreu), em mais de 4.000 anos. Esses livros tiveram como base os mitos e as
lendas sobre o origem do mundo e acontecimentos vividos por esse povo.

O que difere os judeus dos cristãos é que os primeiros não acreditaram que
Jesus fosse o filho de Deus e os segundos, sendo judeus na origem, abandonaram sua

religião e passaram a expandir a fé em Cristo para outros povos, fundando para isso
uma nova igreja, chamada cristã

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “Significado de


Cristo na Religião do Povo”, disponível em:

http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/viewFile/2389/2653

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 12
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: BUDISMO
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Conhecer a história do budismo e suas características.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico na Índia, que se estendeu

aproximadamente entre os séculos IX e III antes de Cristo. Tal período pode ser
subdividido entre um período bramânico ortodoxo (período de predominação dos

Bramanas), um período bramânico desviante (do qual originaram-se as Upanisadas) e


período das heterodoxias. Este último dá lugar à origem do jainismo e do budismo. De

uma maneira geral, o budismo prega um caminho de libertação e salvação mais


individualizado.

No decorrer de sua existência, a crença budista subdividiu-se em duas correntes:


o Budismo Theravada, mais próximo da origem dos ensinamentos budistas (prega um

único caminho para a redenção: esforço e disciplina), e o Budismo Mahayana


(predominante, por exemplo, em países como o Butão, país sob regime monárquico

constitucional, e na Coréia do Sul), do qual geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e


o Zen-Budismo, esta última possuindo foco de concentração no Japão (embora neste
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 12
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: BUDISMO
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

último país predomine a religião xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado


sob um sistema monástico.

O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro compartimentado


em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos originais de Buda,

além do conjunto de regras para a vida monástica e ensinamentos de filosofia. A


corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como códigos sagrados os

Prajnaparamita Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e o


Saddharmapundarika (leis). A crença budista toma a reencarnação como verdade. O

sistema budista de crença é baseado em quatro princípios ou verdades fundamentais: o


sofrimento sempre se faz presente na vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a

aniquilação do desejo leva à aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é


atingida através do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de

nascimento, existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da


libertação é atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O

rompimento do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através
de passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação

correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a concentração


correta. Todos estes passos são perseguidos através da auto-disciplina e da meditação,

além de exercícios espirituais.


O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente 528 a.C. pelo príncipe

Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência estendeu-se aproximadamente de


563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração de seguidores budistas localiza-se

na região do leste asiático). A Índia atual, na verdade, possui grande maioria hinduísta

(pouco mais de oitenta por cento de sua população total).

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 12
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: BUDISMO
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

Simbologia budista

Guarda-sol: O guarda-sol é o símbolo da


dignidade real e proteção contra o calor do sol e

representa proteção contra o sofrimento.


Dois peixes dourados: Os dois peixes eram

originalmente um símbolo do rio Ganges e


Yamuna, mas passou a representar a boa sorte

em geral, para os hindus, jainistas e budistas.


Dentro do budismo também simboliza que os seres vivos que praticam o darma não

têm medo de se afogar no oceano de sofrimento, e podem migrar livremente (escolher


seu renascimento) como um peixe na água.

A Concha: No budismo, uma concha branca representa o som do darma


despertando os seres da ignorância.

A Flor de Lótus: O lótus está enraizado na lama profunda e seu caule cresce
através da água turva. Mas a flor se eleva acima da sujeira e se abre ao sol, linda e

perfumada. No budismo, o lótus representa a verdadeira natureza dos seres, que se


levantam através do Samsara para a beleza e clareza da iluminação. Veja o significado

das cores:
Branco: Pureza mental e espiritual

Vermelho: O coração, compaixão e amor


Azul: Sabedoria e controle dos sentidos

Pink: O Buda histórico

Roxo: Misticismo

A Bandeira da Vitória: O estandarte da vitória significa a vitória do Buda sobre o


Demônio Mara e sobre o que Mara representa – a paixão, o medo da morte, o orgulho

e a luxúria.

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UNIDADE 12
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: BUDISMO
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O Vaso: O vaso do tesouro está cheio de coisas preciosas e sagradas e, não

importa o quanto são retiradas, ficará sempre cheio. Ele simboliza vida longa e
prosperidade.

A Roda do Darma: A roda de Darma, também chamado de Dharma-chakra ou


Dhamma Chakka, é um dos mais conhecidos símbolos do budismo. A roda tem oito

raios e representando o Caminho Óctuplo. Segundo a tradição, a Roda do Darma foi


girada pela primeira vez quando o Buda proferiu seu primeiro discurso após sua

iluminação.
O Nó Infinito: O nó infinito, com suas linhas fluídas e entrelaçados em um

padrão fechado, representa a origem dependente e a inter-relação de todos os


fenômenos. Significa também causa e efeito da união de compaixão e sabedoria.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “O budismo no


Brasil. São Paulo”, Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832003000100018&script=sci_arttext

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 13
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: CRISTIANISMO
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivo: Compreender as características do cristianismo dentro da história das

religiões e no Brasil.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“ (...) mas Jesus assinala a sua passagem pela Terra com o selo constante da
mais augusta caridade e do mais abnegado amor. Suas parábolas e
advertências estão impregnadas do perfume das verdades eternas e gloriosas.
A manjedoura e o calvário são lições maravilhosas, cujas claridades iluminam
os caminhos milenares da humanidade inteira, e sobretudo os seus exemplos e
atos constituem um roteiro de todas as grandiosas finalidades, no
aperfeiçoamento da vida terrestre. Com esses elementos, fez uma revolução
espiritual que permanece no globo há dois milênios. Respeitando as leis do
mundo, aludindo à efígie de César, ensinou as criaturas humanas a se
elevarem para Deus, na dilatada compreensão das mais santas verdades da
vida. Remodelou todos os conceitos da vida social, exemplificando a mais pura
fraternidade. Cumprindo a Lei Antiga, encheu-lhe o organismo de tolerância,
de piedade e de amor, com as suas lições na praça pública, em frente das
criaturas desregradas e infelizes, e somente Ele ensinou o "Amai-vos uns aos
outros", vivendo a situação de quem sabia cumpri-lo.Os Espíritos incapacitados

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 13
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: CRISTIANISMO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin
de o compreender podem alegar que as suas fórmulas verbais eram antigas e
conhecidas; mas ninguém poderá contestar que a sua exemplificação foi única,
até agora, na face da Terra. A maioria dos missionários religiosos da
antigüidade se compunha de príncipes, de sábios ou de grandes iniciados, que
saíam da intimidade confortável dos palácios e dos templos; mas o Senhor da
semeadura e da seara era a personificação de toda a sabedoria, de todo o
amor, e o seu único palácio era a tenda humilde de um carpinteiro, onde fazia
questão de ensinar à posteridade que a verdadeira aristocracia deve ser a do
trabalho, lançando a fórmula sagrada, definida pelo pensamento moderno,
como o coletivismo das mãos, aliado ao individualismo dos corações síntese
social para a qual caminham as coletividades dos tempos que passam - e que,
desprezando todas as convenções e honrarias terrestres, preferiu não possuir
pedra onde repousasse o pensamento dolorido, a fim de que aprendessem os
seus irmãos a lição inesquecível do "Caminho, da Verdade e da Vida".(O
CRISTO INCONFUNDÍVEL Brian Greene).

Cristianismo
Muitas doutrinas cristãs diferenciadas entre si surgiram desde as primitivas

comunidades cristãs. A origem destas comunidades deu-se em plena expansão do


Império Romano. Como o Imperador romano era também a figura religiosa máxima do

Império, quaisquer seitas eram prejudiciais ao seu poder absoluto. Desta forma, as
comunidades cristãs deste período foram perseguidas. No entanto, mais tarde, o

Império Romano adotaria as crenças cristãs como sua religião oficial, ocorrendo assim a
fundação da Igreja de Roma. A partir desta, originaram-se as diversas doutrinas cristãs.

Com a excomunhão do Patriarca de Constantinopla pelo Papa, em 1054, gerou-se um


cisma e, como conseqüência, a fundação de uma outra doutrina, a Igreja Ortodoxa, cuja

concentração de fiéis localiza-se mais ao leste europeu e porções centrais ao longo do


continente asiático. Por outro lado, séculos mais tarde, a Reforma, desencadeada por

Martinho Lutero, foi um movimento de contestação aos preceitos religiosos e à própria

organização clerical católica. Assim, surgiram diversas doutrinas, sob a ordem do


protestantismo. Ao longo dos tempos, foram várias as religiões originadas a partir desta

ramificação (Igreja Luterana, Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana etc.).
O marco fundamental da origem do cristianismo refere-se ao nascimento de

Jesus Cristo. Uma série de feitos miraculosos são vinculados à figura de Jesus. Neste
período, a disseminação da religião pelas camadas mais populares deveu-se à

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UNIDADE 13
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: CRISTIANISMO
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dedicação nas pregações realizadas pelos doze apóstolos de Cristo (André, Bartolomeu,
Felipe, Tiago, Tiago filho de Alfeu, João, Judas Iscariotes, Judas Tadeu, Mateus, Pedro,

Tadeu e Tomás). Mas a grande expansão cristã deu-se, séculos mais tarde, com a
própria expansão colonial dos povos cristãos europeus colonizadores, que levaram a fé

cristã para além-mar, no período das Cruzadas. No Brasil, a fé cristã foi trazida
inicialmente pelos primeiros catequizadores da Companhia de Jesus.

Ainda é possível verificar o calendário internacional toma o nascimento de Jesus


Cristo como marco referencial para a contagem dos anos. As datas cristãs

comemoradas são o Natal (nascimento de Jesus Cristo), o Dia de Reis, a Quaresma e a


Páscoa. A Ascensão e os Pentecostes também constituem datas comemorativas,

embora sejam mais difundidas apenas entre os seguidores de algumas das doutrinas
originadas do Cristianismo. A Bíblia Sagrada, constituindo a obra central para o

Cristianismo como um todo, encerra as idéias fundamentais da crença. O Cristianismo


baseia-se na crença monoteísta, ao contrário das crenças contemporâneas à sua

origem. Segundo a religião, Deus é o criador de todas as coisas no Universo, tendo


criado o mundo em sete dias (Gênese). As religiões cristãs preconizam o amor a Deus e

ao próximo, conforme os ensinamentos de Jesus. Acredita-se na ressurreição de Cristo


e é estabelecido o conceito da Santa Trindade, em que Deus é o pai, Jesus Cristo o

filho, e o Espírito Santo a presença contínua de Deus na Terra.

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UNIDADE 13
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: CRISTIANISMO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

O cristianismo no Brasil.

Os primeiros cristãos a chegarem ao continente americano são oriundos dos


paises europeus. Sua expansão ultramarina, como a cristianização da América latina são

fatos não coincidentes mais premeditados entre Igreja e Estado. Existe também a
influência da presença protestante por meio da colonização de imigração e de missão.

Em comum acordo, o papado Portugal e Espanha exploraram a América


mediante a força bélica, a superioridade da raça (branca), a implantação forçada da

cultura de elite (européia) e a exploração e escravidão tanto dos nativos (índios) como
dos negros africanos. Após os países da América latina terem declarado sua

independência, uma das primeiras ações foi a implantação da tolerância religiosa como
preceito institucional destas sociedades democráticas. Roma viu esta atitude com receio

logo tratou de “romanizar”. Além do reforço da dominação das igrejas serem de Roma
investiram em políticas de submissão a religiosidade popular ao controle do clero,

combateu influências consideradas profanas, normatizou ritos e festas populares sob


suas prerrogativas. È neste momento de tolerância também que o protestantismo de

imigração e missão tiveram a oportunidade de se estabelecerem.


A descoberta e colonização do Brasil foi um empreendimento conjunto do

Estado português e da Igreja Católica, no qual a coroa desempenhou o papel


predominante. O estado forneceu os navios, custeou as despesas, construiu as igrejas e

pagou o clero, mas também teve o direito de nomear os bispos, recolher os dízimos,
aprovar documentos e interferir em quase todas as áreas da vida da igreja.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento a respeito do cristianismo, acesse o

link: http://www.historiadomundo.com.br/religioes/cristianismo.htm

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UNIDADE 14
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ISLANISMO E CONFUCIONISMO
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender no contexto histórico as características gerais do


Islamismo / confucionismo.

ESTUDANDO E REFLETINDO

O islamismo é uma religião monoteísta, que se configura por acreditar na


existência de um único Deus e está fundamentada nos ensinamentos de Mohammed,

ou Muhammad, chamado pelos ocidentais de Maomé 1.


Em relação ao significado, islã compreende submeter-se e exprime a obediência

à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são os muçulmanos
(Muslim, em árabe), aquele que se subordina a Deus. Atualmente, é a religião que mais

se expande no mundo, está presente em mais de 80 países.


O Islamismo é a religião que mais rapidamente ganha adeptos na atualidade. A

origem do Islamismo é remontada ao século VII d. C. com as revelações de Alá ao


profeta Maomé. Nesta religião Alá é reconhecido como seu único deus, assim como

reconhece em Maomé o legítimo profeta de seu deus. Os textos sagrados islâmicos


são: o Alcorão, obra que contém as revelações de Alá a Maomé; o Hadith, contendo os

1
Nascido em Meca, no ano 570, Maomé começou sua pregação aos 40 anos, na região onde atualmente
corresponde ao território da Arábia Saudita. Conforme a tradição, o arcanjo Gabriel revelou-lhe a existência de um
Deus único.
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 14
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ISLANISMO E CONFUCIONISMO
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

pensamentos e as ações de Maomé; o Sunnah, conjunto de regras de conduta a ser


seguido pelos islâmicos.

As vertentes que são reconhecidas no Islamismo:


• os sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria

religiosa em países como o Iêmen e a Arábia Saudita, entre muitos outros)


reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o

seguiram;
• os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. Os

símbolos mais importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os


elementos centrais da vida dos seguidores do Islamismo.

Suas práticas religiosas são fundamentais, como por exemplo as cinco preces

diárias a Alá; há também o dever para com os necessitados de se oferecer uma parte
dos bens; durante a data do Ramadan, entre o amanhecer e o entardecer, há a

obrigação do jejum; todos os seguidores da religião, pelo menos uma vez em sua vida,
devem realizar a peregrinação à cidade de Meca, simbolizando a própria peregrinação

de Maomé à esta cidade

CONFUCIONISMO

Confúcio, também conhecido como K'ung Ch'iu (Mestre Kong)

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 14
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ISLANISMO E CONFUCIONISMO
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

O confucionismo é uma doutrina (ou sistema filosófico) criada pelo pensador


chinês Confúcio (Kung-Fu-Tzu) no século VI ªC. Possui, além das idéias filosóficas,

abordagens pedagógicas, políticas, religiosas e morais.


Os aspectos referentes à ideia desta filosofia é a busca do Tao (caminho

superior). Através deste caminho é possível ter uma vida equilibrada e boa. Através do
Tao os seres humanos podem viver, mantendo o equilíbrio entre as vontades materiais

(prazeres, bens, objetos, desejos) e as do céu.


Os valores mais importantes no confucionismo são: disciplina, estudo,

consciência política, trabalho e respeito aos valores morais. Embora não seja uma
religião, existem tempos confucionistas, onde ocorrem rituais de ordem social.

Há duas correntes confucionistas:

• Associação a Confúcio e Xunzi, tendo preceitos como a obediência aos


códigos tradicionais de comportamento para os interesses pessoais próprios

de cada indivíduo;
• Associação a Mêncius e seus preceitos são baseados no dever da conduta

humana ser estabelecida de acordo com a própria natureza moral individual.


O Confucionismo não possui uma organização clerical formalizada e não há

igrejas. Ainda no Confucionismo, não há a adoração de divindades, assim


como não há ensinamentos sobre a vida após a morte. As ideias

confucionistas são baseadas em três obras: os Anacletos, a fonte dos


ensinamentos de Confúcio; o I Ching, o livro das alterações do destino; o

Mengzi, livro de Mêncius, o segundo sábio do Confucionismo. O país onde o

Confucionismo conquistou mais adesões, ao lado do Budismo e do Taoísmo,


é a China.

O Confucionismo, não se referindo a divindades e mantendo-se distante de

teoria de vida após a morte, acaba constituindo mais predominantemente um sistema

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UNIDADE 14
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ISLANISMO E CONFUCIONISMO
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filosófico, não possuindo quase nenhuma das características marcantes em todas as


religiões. A origem do Confucionismo é remontada ao século VI antes de Cristo, tendo

sido fundada por Kongzi (o próprio Confúcio - por volta de 551 a 479 a. C.).

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do artigo: “A história do


Islanismo”, disponível em:

http://www.suapesquisa.com/islamismo/

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 15
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: JUDAISMO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender no contexto histórico as características gerais do


judaísmo no contexto da história das religiões.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“ A história dos judeus recebe uma revelação de Deus, abandona o


politeísmo e se muda para Canaã, atual Palestina, em torno de 1800 a.C. De
Abraão descendem Isaque e o filho desse, Jacó, que um dia luta com um anjo e
tem o nome mudado para Israel. Seus 12 filhos dão origem às 12 tribos do povo
judeu. Em 1700 a.C., os hebreus vão para o Egito, onde são escravizados por 400
anos. Libertam-se por volta de 1300 a.C., liderados por Moisés, descendente de
Abraão, que recebe de Deus as tábuas com os Dez Mandamentos no monte
Sinai. Por decisão de Deus, peregrinam no deserto por 40 anos, aguardando a
indicação da terra prometida, Canaã. O rei Davi transforma Jerusalém em centro
religioso, e seu filho, Salomão, constrói um templo em seu reinado. Depois de
Salomão, as tribos dividem-se em dois reinos, o de Israel, na Samaria, e o de
Judá, com capital em Jerusalém. Com a cisão, surge a crença na vinda de um
messias (o enviado de Deus para restaurar a unidade do povo judeu e a
soberania divina sobre o mundo), que persiste até hoje. O Reino de Israel é
devastado em 721 a.C. pelos assírios. Em 586 a.C., o imperador babilônico
Nabucodonosor II invade o Reino de Judá, destrói o Templo de Jerusalém e
deporta a maioria dos habitantes para a Babilônia, o que dá início à diáspora
judaica. Os judeus começam a voltar para a Palestina em 539 a.C, onde
reconstroem o templo. Em 70, os romanos invadem Jerusalém e arruínam o
segundo templo. Em 135, a cidade é destruída. Com isso, inicia-se o segundo
momento da diáspora. A dispersão só termina em 1948, com a criação do
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UNIDADE 15
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: JUDAISMO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin
Estado de Israel”. Extraído de Doutrinas Diversas: Candomblé, Umbanda,
Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo e Espiritismo. Vitorino José Américo,
disponível em: http://profjosephvitor.wordpress.com/religiao-e-filosofia.

A origem do Judaísmo remontada ao ano de 2000 a. C, aproximadamente. Os


nomes vinculados a sua fundação pelos judeus são Abraão e Moisés. Os cultos são

realizados nas sinagogas, ainda sendo estas utilizadas como espaços dedicados à
educação e aos assuntos coletivos. Em termos de organização clerical, há a divisão em

congregações, que escolhem individualmente seus rabinos. Os textos sagrados judaicos


são: a Bíblia dos hebreus, que inclui o Torá (o Pentateuco, os cinco primeiros livros

bíblicos: Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio), os Profetas e outros livros;


o Talmude, formado pelo conjunto de ensinamentos do Judaísmo, além de tratar-se de

um guia de leis religiosas e civis.


No judaísmo houve o surgimento de várias vertentes, como a Ortodoxa, a

Conservadora e a Reformista. A Conservadora, apesar de tomar como sagradas as


tradições judaicas, encerra uma ideologia que permite novas interpretações dos textos

sagrados. Os seguidores da vertente Reformista submetem as tradições judaicas à


reavaliações, de geração a geração.

Os judaicos acreditam que um Messias surgirá em busca da redenção da espécie


humana. A fé judaica concentra-se em um único Deus, que haveria criado o homem à

sua própria imagem e semelhança. Abraão, considerado o pai do povo judeu,


estabeleceu um pacto com Deus. Moisés é considerado pelos judeus como um profeta

superior a todos os demais, tratando-se ainda de um símbolo de libertação e

independência pátria

AS LEIS NO JUDAÍSMO
Em termos gerais, os judeus têm um cuidado muito especial com as leis que

definem suas tradições e com a obediência a rituais litúrgicos. Segundo eles mesmos
costumam dizer, todo judeu tem a obrigação de colocar uma cerca em volta da Torá, o

mais importante livro sagrado dos judeus. Mais que um sentido de proteção, essa
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UNIDADE 15
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: JUDAISMO
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

postura sugere que os judeus devam observar a aplicação de suas leis em função das
diversas situações cotidianas.

Um exemplo disso pode ser notado em relação a uma exigência que proíbe os
judeus de consumirem a carne de um animal com o leite da mãe desse mesmo animal.

Entretanto, para que o princípio não seja deturpado, ele não realiza o consumo da
carne de um animal que seja preparada com qualquer outro ingrediente obtido do ser

que lhe deu a vida.

LEIS TIDAS COMO PRINCÍPIOS RELIGIOSOS.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Os Símbolos do Judaísmo
- O Muro das Lamentações – em Jerusalém, é o

que resta do templo de Herodes, destruído pelos


romanos no ano 70 d.C. Aqui os hebreus vêm rezar. É o

único lugar sagrado de todo o Judaísmo.


- O Candelabro dos sete braços – A "Menorah"

é o símbolo do Judaísmo. O 7 é para os Judeus o


número da plenitude, da perfeição.

- A Sinagoga – É o lugar de oração, de estudo


e de reunião.

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UNIDADE 15
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: JUDAISMO
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- O Rabino – Os hebreus não têm sacerdotes. O Rabino é só um mestre, um


guia espiritual para os fiéis na interpretação da Bíblia.

- O Sábado – É o dia semanal festivo dos judeus. Começa ao pôr-do-sol de


Sexta-feira e vai até ao pôr-do-sol de Sábado. É um dia dedicado à oração e ao

descanso.

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UNIDADE 16
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES:
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender as finalidades e os processos de inserção das tecnologias


de informação e comunicação na sociedade e no contexto pedagógico.

ESTUDANDO E REFLETINDO

"Três coisas agradam a todo o mundo: gentileza, frugalidade e humildade. Pois


os gentis podem ser corajosos, os frugais podem ser liberais e os humildes
podem ser condutores de homens." Tau-te-King

O taoísmo é caracterizado como uma religião de filosofia chinesa que é baseada


em um sistema politeísta e filosófico, de crenças parecidas com os antigos elementos

místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, como: culto aos ancestrais, rituais de
exorcismo, alquimia e magia.

Possui duas vertentes de pensamento religioso. Uma destas vertentes concentra-


se na meditação desritualizada, seguindo feições metódicas, subsistindo de maneira

mais geral como uma ordem filosófica, enquanto a vertente mais ortodoxa atribui
importância fundamental aos rituais, à renovação cósmica e ao controle espiritual. O

termo Tão, significando "caminho", consiste num elemento fundamental recorrente em


todas as tradições filosóficas chinesas, entre elas o próprio Confucionismo.
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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 16
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES:
Profª Josiane Maria Bonatto Bragin

O incenso é um elemento constante nos rituais taoístas. Um dos símbolos do


Taoísmo é bastante famoso até entre os ocidentais: o Yin-Yang consiste numa

representação do equilíbrio e complementaridade entre as forças naturais opostas em


perfeita harmonia.

Referente à organização clerical, o Taoísmo é constituído de estrutura monástica


e sacerdotal. Os textos sagrados do Tao são: o Dão De Jing (Tao te-ching: "O Caminho

e seu Poder") e os escritos de Chuang Tzu (369-286 a. C.).


A cronologia da origem das bases filosóficas taoístas ainda permanece obscura,

podendo ser bastante anterior a Lao Tzu, considerado o fundador da religião, mas que,
na verdade, foi responsável por um grande impulso à religião sobre a qual já existiam

alguns conceitos primitivos.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “A metamorfose

do aprender na sociedade da informação” de Hugo Assmann. Ci. Inf, 2000. Disponível


em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 19652000000200002&script=sci_arttext

TEXTO COMPLEMENTAR: Taoísmo

A origem do Taoísmo ou pelo menos dos seus princípios fundamentais é atribuída aos
ensinamentos do mestre chinês Lao Tse (velho mestre) um contemporâneo de Confúcio
que viveu entre 604 e 517 a.C. . Sendo contemporâneo de Confúcio também Lao Tse viveu

numa época de extrema tirania e violência a que se opunha ferozmente isto, levou-o a
abandonar um cargo governativo que ocupava e a dirigir-se para a fronteira com o

Tibete, rezam as lendas que quando se preparava para a atravessar a fronteira foi
reconhecido por um amigo da guarda imperial que lhe disse que só o deixaria passar se

Lao Tse escrevesse os seus ensinamentos num livro. Após três dias Lao Tse dirigiu-se ao
amigo e entregou-lhe um livro a que chamou Tao te Ching (O caminho e princípios

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 16
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES:
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morais) no qual ensinava uma filosofia de vida ao povo. Após isto o guarda deixou passar
Lao Tse que nunca mais voltaria à China. Surgia assim o livro sagrado do

posteriormente designado Taoísmo mas que nesta época apenas representava um livro
com ensinamentos para a vida. O Taoísmo religioso propriamente dito, apenas surgiu no

decorrer do século II a.C. com um discípulo de Lao Tse a desenvolver e proliferar os


ensinamentos do mestre com inúmeras obras criadas ao longo da vida que deram

verdadeiramente início à religião formando o Cânon do Taoísmo, esta religião passou


então a ser conhecida como uma religião politeísta e anti-intelectual que leva o Homem

a contemplar e aceitar as leis da Natureza sem tentar compreender o porquê de


acontecerem, o como se manifestam, ou a forma de as evitar ou atenuar. Pensa-se

que estes ensinamentos de Lao Tse são em parte uma reação contra o Confucionismo
que prosperava naquela época e em que se ensinavam as pessoas a terem uma vida

exemplar numa sociedade disciplinada onde se dedicassem aos ritos e suas tarefas
específicas em oposição o Taoísmo ensinava que as pessoas deveriam evitar todo o tipo

de obrigações e convívios sociais, levar uma vida simples e voltada para a Natureza se
estes princípios se contradizem têm outros bastantes semelhantes sobretudo nos rituais e

que serão demonstrados mais à frente. A doutrina básica desta religião resume-se às
“Três Jóias” compaixão moderação e humilhação, sendo a bondade, a simplicidade e a

delicadeza também, importantes virtudes do Taoísmo. Segundo os ensinamentos da


religião o Tao é tido como o Deus criador e é considerado a única fonte do Universo

sendo eterno e determinante de todas as coisas, consideram também que todo o Mundo
é constituído pelos elementos opostos Yang (o bem, o masculino) e o Yin (o mal, o

feminino) e que a harmonia só pode ocorrer quando há um equilíbrio entre estas duas

forças no homem estando assim em comunhão com o Tao.

Entre as práticas religiosas do Taoísmo encontram-se:


O Culto aos ancestrais e outras divindades naturais (muitas destas divindades

foram em vida pessoas que detiveram grandes poderes e realizaram heróicos feitos); a

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UNIDADE 16
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES:
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estas divindades são oferecidos alimentos e orações em troca das suas bênçãos. Alguns
exemplos das divindades mais veneradas são: Shou Hsing (deus da longevidade), Lu

Hsing (deus da riqueza) e Fu Hsing (deus da felicidade); Os rituais de exorcismo onde os


sacerdotes dirigem rituais públicos durante os quais eles submetem as orações do povo

aos deuses e onde o sacerdote principal se encontra em transe e se dirige a outras


divindades para pedir bênçãos para o povo e tenta com dádivas expulsar os demônios da

terra; a alquimia onde os monges através de ervas, plantas específicas e orações aos
espíritos fabricam medicamentos para fins de cura de inúmeras doenças e expulsão de

espíritos maus;
Por fim o último rito das crenças taoistas é o culto da magia onde se procura por

meio de orações e interferências de espíritos a realização de fenômenos inexplicáveis


entre eles o fenómeno da adivinhação. Atualmente o Taoísmo está dividido em dois

ramos o filosófico que se diz ateísta e leva o homem ao exercício dos instintos e da
imaginação e o ramo religioso que é politeísta, idolatra e exotérico (consulta os mortos),

possui escrituras sagradas sacerdócio hereditário e templos e desde o século V d.C. que
incorporou a crença no céu e no inferno e a veneração a Lao Tse. Conta atualmente com

mais de 3 mil monges e inúmeros templos sobretudo em Hong-Kong e tem mais de 20


milhões de adeptos em todo o Mundo.

SCARPARI, M. Grandes civilizações do passado: a China antiga.

Barcelona. Ediciones Folio. 2006.

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 17
HISÓRIA DAS RELIGIÕES: Zoroastrismo
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender as características e bases do Zoroastrismo.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro.

Caracterizado pelos ritos religiosos simples, o zoroastrismo ou mazdeísmo


predominou como religião na região do Império Persa até a invasão e dominação pelos

árabes muçulmanos, no século VII. Desenvolvido por Zaratustra (ou Zoroastro para os

gregos), por volta do século VI a.C., a


religião se tornou predominante no

Império.
Não se sabe ao certo quando

Zaratustra viveu, havendo indícios de que


tenha vivido por volta do século X a.C., ou

mesmo depois, entre os séculos VII e VI


O Faravahar (ou Ferohar), representação da alma humana
a.C. A lenda afirma que Zaratustra viveu antes do nascimento e depois da morte, é um dos símbolos
do Zoroastrismo.
isolado durante muitos anos no deserto e

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 17
HISÓRIA DAS RELIGIÕES: Zoroastrismo
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

que, aos 30 anos, teria recebido os sete ensinamentos do deus Ormuzd, o que o levou
a iniciar a divulgação de uma religião baseada nos ideais de pureza e igualdade.

O zoroastrismo pregava a interpretação dualista do mundo, dividido entre as


forças do bem e do mal. Os ensinamentos de Zaratustra afirmavam a existência de um

deus supremo, que havia criado dois outros seres poderosos que dividiam sua própria
natureza: Ormuzd (ou Ahura-Mazda, ou ainda Oromasdes, segundo os gregos) seria a

fonte de todo o bem, enquanto Ariman (Arimanes) seria a origem do mal, depois que
se rebelou.

Aos homens cabia cultuar Ormuzd, já que era ele o criador, o deus da luz e do
reino espiritual. O culto a Ormuzd era necessário, já que Ariman havia criado uma série

de feras, plantas e répteis venenosos. Os dois deuses viviam em constante conflito e a


supremacia do bem necessitava do apoio a Ormuzd.

Esses conflitos entre o bem e o mal seriam constantes até o momento em que
os adeptos de Ormuzd seriam vitoriosos, condenando Ariman e os que o seguiam às

trevas eternas. Essa doutrina compreendia, dessa forma, uma espécie de vida após a
morte, onde os justos encontrariam a recompensa em um paraíso, e os demais seriam

castigados a viver em uma espécie de inferno.


Esses ensinamentos estariam compilados no livro Zend-Avest (ou Avesta), que

teria sido escrito por Zaratustra. Os ritos deveriam ocorrer em montanhas, onde
deveriam ser realizados sacrifícios e a adoração ao sol e ao fogo. Essa adoração ao

deus da luz seria conduzida por magos, os sacerdotes das cerimônias religiosas que
conduziriam a entoação de hinos e a manutenção do fogo aceso, como representação

do poder de Ormuzd.

Em virtude de seus conhecimentos em astrologia e encantamentos, o termo


mago passou a ser orientado na definição a todos os mágicos e feiticeiros, perdendo

na maioria dos casos a definição sacerdotal que havia na concepção do zoroastrismo.


A religião sofreu mudanças após a dominação macedônica sobre o Império

Persa, recuperando posteriormente as concepções originais. Porém, o grande golpe

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UNIDADE 17
HISÓRIA DAS RELIGIÕES: Zoroastrismo
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sofrido pelo zoroastrismo deveu-se à expansão islâmica, já que os adeptos da religião


eram considerados infiéis, e foram perseguidos. Alguns grupos fugiram para o deserto

de Querman e para o Hindustão, o subcontinente indiano, onde são conhecidos como


parses e mantinham alguns Templos do Fogo, em homenagem a Ormuzd.

ZOROASTISMO ATUAL

Atualmente a comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo


pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos.Em

2004, o número de zoroastrianos no mundo foi estimado entre 145 000 e 210 000.
Na Índia, os Parses são reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no

domínio económico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm


tendência para praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a

sua fé como étnica.


Em geral, os zoroastrianos iranianos mostram-se mais abertos a aceitar

conversões. Concentram-se nas cidades de Teerão, Yazd e Kerman. Falam uma variante
da língua persa, o Dari (diferente do Dari falado no Afeganistão). Receberam o nome

de gabars, termo inicialmente com conotações pejorativas (no sentido de "infiel"), mas
que perdeu muito da sua carga negativa.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do


Texto: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=15319

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 18
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: TEXTOS SAGRADOS
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender as características de diferentes textos sagrados e sua


importância na história das religiões.

ESTUDANDO E REFLETINDO

“Textos Sagrados são os textos que transmitem a mensagem do


Transcendente. Nas tradições religiosas que não possuem o texto sagrado, a
transmissão é feita na tradição oral. Podemos assinalar algumas características
do texto sagrado na tradição oral, entre elas a potência da palavra, a

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 18
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: TEXTOS SAGRADOS
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destinação dos nomes, o poder constituinte do verbo e a estruturação musical
da transmissão. A tradição oral se perpetua até os nossos dias, exatamente
pelo seu caráter oral e efêmero, ensinado de geração a geração através da
narração de seus valores, feitos e entidades numinosas. Esta é uma conclusão
permeada de valores de erudição centrada em nossos etnocentrismos.
Tomemos como exemplo a experiência religiosa guarani (na região sul do
continente) ou quéchua (o longo da cordilheira dos Andes) e mesmo algumas
tradições afro-descendentes. Entre essas três tradições é comum o
reconhecimento da potência da palavra. Isto quer dizer: a palavra é a energia
que constitui todas as coisas”. (Trecho do texto A sacralidade do texto em
culturas orais de Marcos Ferreira Santos - Diálogo, revista e ensino religioso)

Muitas religiões possuem textos sagrados. Entre os mais conhecidos estão as


diversas Bíblias cristãs, o Alcorão islâmico, a Torá judaico, entre outros. Nesta unidade,

estaremos estudando algumas características sobre os textos sagrados das diferentes


organizações religiosas.

Características do Alcorão ou Corão


O Alcorão é um registro das palavras exatas reveladas por Deus por intermédio

do anjo Gabriel ao Profeta Mohammad e memorizado por ele, então ditado aos seus
companheiros, e registrado pelos seus escribas, que o conferiram durante sua vida.

Características da Bíblia
A Bíblia (do grego βίβλια, plural de βίβλιον, transl. bíblion, rolo ou livro.) é o

texto religioso central do judaísmo e do cristianismo. Foi São Jerónimo, tradutor da


Vulgata latina, que chamou pela primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo

Testamento e Novo Testamento de Biblioteca Divina. A Bíblia é composta de uma


coleção de livros catalogados, considerados como divinamente inspirados pelas três

grandes religiões dos filhos de Abraão (além do cristianismo e do judaísmo, o


islamismo). São, por isso, conhecidas como as religiões do Livro. É sinônimo de

Escrituras Sagradas e Palavra de Deus. As igrejas cristãs protestantes e outros grupos


religiosos, além do protestantismo, possuem no cânone de textos sagrados de suas

Bíblias somente 66 livros: 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo


Testamento. A Igreja Católica inclui sete livros e dois textos adicionais ao Antigo

Testamento como parte de seu cânone bíblico (são eles: Tobias; Judite; Sabedoria;

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 18
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: TEXTOS SAGRADOS
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

Eclesiástico ou Sirácides; Baruque; I Macabeus; e II Macabeus, e alguns trechos nos


livros de Ester e de Daniel). Esses textos são chamados deuterocanônicos (ou do

segundo cânon) pela Igreja Católica. As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas
orientais incluem, além de todos esses já citados, outros dois livros de Esdras, dois de

Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos adicionais ao final do livro dos


Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição e extração cultural grega, cóptica, eslava

e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca). As igrejas cristãs
protestantes, dentre outros grupos, consideraram todos esses textos como apócrifos,

ou seja, textos que carecem de inspiração divina. No entanto, existem aqueles que
reconhecem esses textos como leitura proveitosa e moralizadora, além do valor

histórico dos livros dos Macabeus. Além disso, algumas importantes Bíblias
protestantes, como a Bíblia do Rei James e a Bíblia espanhola Reina-Valera, os contêm,

ao menos, em algumas de suas edições.


Características do Sunnah ou Hadith

A Sunnah ou Hadith são a segunda fonte da qual os ensinamentos do Islam são


esboçados. Hadith significa literalmente um dito transmitido ao homem, mas em

terminologia islâmica significa os ditos do Profeta (paz esteja com ele), sua ação ou
prática de sua aprovação silenciosa da ação ou prática. Hadith e Sunnah são usados

intercaladamente, mas em alguns casos são usados com significados diferentes.


Características do Torá

O Torá (do hebraico, significa instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos
cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, as

cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos

sobre a criação do mundo, a origem da humanidade, o pacto de Deus com Abraão e


seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta

anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e leis que teriam sido
dadas a Moisés para que entregasse e ensinasse ao povo de Israel. É chamado também

de Lei de Moisés (Torah Moshê), hoje a maior parte dos estudiosos são unânimes em

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 18
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: TEXTOS SAGRADOS
ProfªJosiane Maria Bonatto Bragin

concordar que Moisés não é o autor do texto que possuímos, mas sim que se trate de
uma compilação posterior. Por vezes, o termo Torá é usado dentro do judaísmo

rabínico para designar todo o escopo da tradição judaica, incluindo a Torá escrita, a
Torá oral (ver Talmud) e os ensinamentos rabínicos. O cristianismo, baseado na

tradução grega Septuaginta, também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui
os cinco primeiros livros da Bíblia cristã.
Características do Tri-Pitakas
Os textos começaram a ser escritos na Índia, dois séculos após a morte de Buda

(486 a.C.), quando os discípulos resolveram transcrever os discursos do mestre. Porém,


a sistematização dos ensinamentos se deu somente com a expansão da doutrina para o

Sudeste Asiático (Budismo Theravada), Extremo·Oriente (Budismo Sinonês) e Nepal


(Budismo Tibetano).

Cada corrente tem uma versão própria da Tri-Pitaka, mas em todas a obra
divide-se em três partes: a Sutra-Pitaka, com discursos de Buda; a Vinaya-Pitaka, com

normas para os monges; e a Abidharma-Pitaka, com teses de estudiosos budistas.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento sugerimos a leitura do Texto: “TEXTOS

SAGRADOS E SEUS ENSINAMENTOS” de Haroldo Reimer.

http://www.haroldoreimer.pro.br/pdf/Textos_Sagrados_e_seus_Ensinamentos.pdf

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MITOLOGIA E HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
UNIDADE 19
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: ESPIRITISMO
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender características da história das religiões e fundamentos


do Espiritismo.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Durante o século XIX, o Espiritismo que é considerado uma doutrina de cunho


científico-filosófico, estabelecida por Denizard Hippolyte Leon Rivail, mais conhecido

como Allan Kardec, ocorreram as primeiras experimentações com o mundo dos


espíritos aconteceram durante seus estudos envolvendo o magnetismo. Este período,

ficou conhecido como o período das “mesas girantes”, onde acontecia a movimentação
de objetos sem algum tipo de intervenção perceptível. O interesse por esses

fenômenos aprofundou seu interesse pelo mundo dos desencarnados, dando origem à

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obra “O Livro dos Espíritos”. O livro, que hoje fundamenta os ensinamentos do


espiritismo, foi o primeiro passo de uma vida inteiramente dedicada ao conhecimento e

à explicação dos fenômenos espíritas.


Com o intuito de divulgar seus conhecimentos, Kardec cria a “Revue Spirite”

(Revista Espírita) e funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espirituais. A via impressa e


a fundação foram meios eficazes para que a nova crença religiosa se difundisse pela

França, ganhando diversos adeptos. Uma parte significativa desses seguidores fazia
parte das classes trabalhadoras que viviam a efervescência da exploração da força de

trabalho capitalista e os impactantes ideais do socialismo. Fundando diversos dos


pontos da prática espírita, Allan Kardec foi fortemente influenciado pelo cientificismo e

o pensamento evolucionista. De fato, sua ação doutrinária estabelece no espírita uma


relação na qual o homem pode e deve compreender, por meio da razão e do diálogo,

os fenômenos que outras religiões assumem de maneira misteriosa e resignada. Por


isso que os espíritas são bastante conhecidos como consumidores assíduos da literatura

espírita.
O espiritismo no Brasil, encontrou um grande espaço de divulgação ocupando o

atual posto de maior nação espírita do mundo. Diferindo-se das demais religiões que
praticam este contato direto com os espíritos, o espiritismo é comumente chamado de

“kardecismo”, estabelecendo apenas um elemento distintivo em relação a outras


crenças como a umbanda, o candomblé e a santeria. Abrindo portas para a doutrina

cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos.

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Obra de Allan Kardec 1871.

Obras e periódicos espíritas espanhóis publicados entre

os anos de 1857 até 1936.

Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como


uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente,

a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido


na história de vida de outros indivíduos iluminados. Combinando fé, razão e caridade, o

espiritismo pautou uma nova experiência religiosa marcada pela experiência e a


investigação. Conforme definido por Luiz Gonzaga de Souza “espiritismo é amor, é

felicidade, é abnegação, é labuta pelo bem, é autoconsciência das verdades absolutas,


é caridade e, é, sobretudo, igualdade, com fraternidade e liberdade entre os povos”.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Consulte através do link, maiores informações sobre o Espiritismo no Brasil:

http://www.brasilescola.com/religiao/espiritismo-no-brasil.htm

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UNIDADE 20
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
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CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivo: Compreender religião e religiosidade na historiografia brasileira

ESTUDANDO E REFLETINDO

RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA


Os estudos da religião e religiosidade na historiografia brasileira, com caráter
científico, se deu durante a passagem da monarquia para a república, num período no
qual os positivistas, com um discurso anticlericalista, acreditavam ser a única religião da

humanidade. Nesse período, a intelectualidade brasileira, liderada por nomes como


Euclides da Cunha (famoso escritor, sociólogo, historiador e geógrafo), buscava definir,

baseado no positivismo de Comte e no darwinismo social e evolucionista de Spencer, o


que seria o verdadeiro caráter nacional, e identificar a linha evolutiva de nosso

sociedade de acordo com a visão europeia.


Apesar dessa discussão entre intelectuais, a construção do caráter nacional

brasileiro se deu a partir de práticas culturais populares, condenadas por serem frutos
de uma miscigenação dada como perigosa.

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HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
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Isso se deve pelo fato de que os estudos, as análises de nossos cientistas eram
feitas através de teorias e técnicas européias, que se passavam numa realidade

totalmente diferente da nossa. O estudo da religião e religiosidade ficou ausente nas


discussões e análises por parte dos cientistas sociais, por ser o tema visto como um

braço do Estado.
Mesmo assim, é preciso relatar o trabalho por parte da Igreja Católica Brasileira

para enfrentar os positivistas e os darwinistas, através de intelectuais como Carlos de


Laet, Jackson Figueiredo, etc; mas que não foi capaz de parar ou diminuir a decadência

intelectual da instituição.

REALIDADE CULTURAL E MÚLTIPLA BRASILEIRA

Troca entre as crenças foi corrente no desenvolvimento da cultura brasileira.

Para Roger Bastide, a fusão de elementos culturais diferentes em um só

elemento, ou seja, o sincretismo, é uma das características nos países que houve
escravidão. Dessa forma, as várias etnias, com sua cultura e religiosidade, juntas, no
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HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
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mesmo espaço, formaram várias combinações afrocatólicas, como também


promoveram o sincretismo das próprias religiões africanas no país. Com um estudo

sobre o tema cada vez mais abrangente, a historiografia brasileira dava espaço para
esse tema, tanto que na década de 60, viu grandes trabalhos sobre movimentos sociais

de cunho religioso, como o “Cangaceiros e fanáticos”, de Rui Facó, no qual ele, numa
clara amostra de sua pensamento político, diz que esses movimentos surgiram contra o

latifúndio, com uma proposta revolucionária, tendo a religião como forma de


expressão.

Outros trabalhos sobre movimentos religiosos importantes existiram, como o do


autor Ralph Della Cava, sobre o estudo do milagre do Padre Cícero, mantendo uma

perspectiva sociológica e antropológica. Essa área, que tanto já foi estudada, tem ainda
muito a ser discutida pelos historiados da atualidade.

HISTÓRIAS ECLESIÁSTICAS

O QUADRO DE VICTOR MEIRELLES RETRATA A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA

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UNIDADE 20
HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE NA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
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Deu-se o nome para que assim pudéssemos estudar todos os tipos de crenças,
mitos e religiões, de diversas culturas.

Já a história das crenças e mentalidades começou a ser estudado por Febvre e


Bloch. Para eles, a história não era somente marcada pelos feitos de políticos e

momentos de guerra. Eles perceberam que a massa populacional era de grande


importância para as transformações da história. Estudando política e religião, Bloch

inaugura uma nova história política que podemos chamar de “messianismo político”.
Quando os inquisidores se viram encurralados em julgar algum ato que para eles

era herético, o historiador Ginzburg percebeu as diferentes crenças que existia, e a


dinâmica e a lógica das religiosidades.

BUSCANDO CONHECIMENTO

Consulte através do link, os números sobre a religiosidade no Brasil:


http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/religioes_brasil.htm

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UNIDADE 10 - HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: INDÍGENAS, MAIAS, INCAS E ASTECAS
Josiane Maria Bonatto Bragin

A religião do incas
O império inca foi a última civilização pré-colombiana, destruída em seu apogeu
pelos conquistadores espanhóis, em 1532. A fundação do império dos incas, se dá por
volta de 1200 d.c. No entanto, sua expansão espetacular só se dá a partir do oitavo
imperador, no inicio do século XV.
Adaptando fés antigas e inventando algumas novas, os incas criaram uma
religião apropriada para o império. Estabeleceu-se que a terra era viva e fundida com a
espiritualidade, animada pelos ancestrais. A fusão da geografia física e sagrada é
evidente em Machu Pichu. No centro da cidade, o pilar entalhado em pedra conhecido
como Intihuatana ou “Lugar do Sol” pode ter tido fins astronômicos, ou com o culto à
montanha, pois está localizado em ponto onde os picos sagrados estão alinhados com
os pontos cardeais.
Possuíam um panteão de deuses. A divindade suprema era Viracocha. Inti, o
deus Sol, era a principal divindade e o ancestral divino da realeza inca. Sua esposa irmã
era a deusa lua Mama Kilya. Esse incesto justifica o casamento entre irmãos praticado
pelo imperador. Sacrifícios de animais e vegetais eram comuns nos ritos religiosos.
Entretanto, em ocasiões especiais eram feitos o capac hucha, ou seja, sacrifícios de
crianças. E algumas acllas, ou “Virgens do Sol” - que eram as mais belas jovens incas O
calendário asteca ou Pedra do Sol, é exibido atualmente no Museu de Antropologia, na
Cidade do México. Ele pesa 24 toneladas que serviam no culto de Inti e cuidavam das
múmias reais bem como da família real atual – eram sacrificadas no fogo.

BUSCANDO CONHECIMENTO
Para ampliar seu conhecimento a cerca dos Incas, Maias e Astecas, acesse:

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=37

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