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Educar para a autonomia parece ser um ideal defendido e buscado nos dias atuais.

Quem
é autônomo é livre, capaz e competente para realizar alguma atividade.
Na obra Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire argumenta que “ninguém é autônomo
primeiro, para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias,
inúmeras decisões, que vão sendo tomadas”
Costumamos dizer que uma criança ganha autonomia quando consegue cumprir certas
tarefas sem a ajuda dos adultos.
Etimologia (origem da palavra autônomo). Do grego autónomos; pelo francês autonome.
Ferrater Mora (1965) define autonomia como uma realidade que é regida por uma lei
própria. Ainda sugere dois sentidos para o termo autonomia: o sentido ontológico se refere a
certas esferas da realidade que são autônomas em relação às outras, por exemplo, a realidade
orgânica é distinta da inorgânica, o sentido ético se refere a uma lei moral que tem em si seu
fundamento e a razão da própria lei
Autônomo é um adjetivo que qualifica algo ou alguém que age de acordo com as
normas de sua própria conduta, seguindo as suas leis e imposições sem a interferência de
outrem.A autonomia envolve dois aspectos:
“o poder de determinar a própria lei e também o poder ou capacidade de realizar.”
O primeiro aspecto está ligado à liberdade e ao poder de conceber, fantasiar, imaginar,
decidir, e o segundo ao poder ou capacidade de fazer.
Para que haja autonomia os dois aspectos devem estar presentes, e o pensar autônomo
precisa ser também fazer autônomo. O fazer não acontece fora do mundo, portanto está cerceado
pelas leis naturais, pelas leis civis, pelas convenções sociais, pelos outros, etc, ou seja, a
autonomia é limitada por condicionamentos, não é absoluta.
Seja um indivíduo ou uma instituição, quando se diz que determinada coisa ou situação
possui caráter autônomo, significa que esta não está submissa a um padrão pré-estabelecido,
sendo ela mesma a organizadora da sua rotina, modo de produção e etc.
O desenvolvimento da autonomia permite a construção de uma personalidade saudável,
possibilita o desenvolvimento da capacidade de resolver conflitos ao longo da vida, além de
ajudar no processo de aprendizagem.
Autonomia tem ganhado notável relevância axiológica e argumentativa nas discussões
jurídicas dos últimos anos. Muitas vezes proclamada como um dos valores de maior
preeminência do indivíduo contemporâneo, a autonomia é referência conceitual inescapável nos
campos da moral, do Direito, da sociologia e até das teorias da comunicação social.
1. Aumento na produtividade
Ao colocar em prática sua autonomia, o indivíduo consegue definir de maneira mais
eficiente quais atividades são prioritárias naquele momento, bem como quais são aquelas que
podem ser resolvidas facilmente mais tarde. Com isso, torna-se mais simples focar no que
realmente importa. Logo, será possível fazer mais em menos tempo, melhorando a qualidade do
trabalho desenvolvido.
2. Agiliza processos
Quem conta com autonomia na hora de desenvolver suas tarefas tem a liberdade de
revisar constantemente seus processos. Tal hábito permite que sejam identificadas pontos em que
o desenvolvimento das atividades pode ser agilizado. Além disso, funcionários autônomos têm
maior capacidade para resolver problemas quando eles aparecerem. Essa liberdade também
agiliza o andamento das atividades, já que na maioria dos casos não será necessária a intervenção
de um superior para a resolução do entrave.

3. Auxilia no desenvolvimento de novas habilidades

Essa constante busca pela melhoria nos processos faz com que o sujeito autónomo
adquira novas habilidades, a sua determinação não gera apenas entendimento para a área
desejada, a busca pelo conhecimento torna as suas habilidades mais versáteis.

4. Melhora no ambiente de trabalho

Colaboradores com alto grau de autonomia tendem a se sentir mais satisfeitos com o seu
ambiente de trabalho. Em locais em que são incentivados a pensar por conta própria e a
desenvolver soluções criativas e eficientes para atividades desempenhadas.

Sujeito autónomo em áreas sociais


Em Ciência Política, a autonomia de um governo ou de uma região pressupõe a
elaboração de suas próprias leis e regras sem interferência de um governo central nas tomadas de
decisões.

Em Filosofia, autonomia é um conceito que determina a liberdade do sujeito autónomo


em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a
autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente
das outras, não é incompatível com elas.

Em Educação, a autonomia do estudante revela capacidade de organizar sozinho os seus


estudos, sem total dependência do professor, administrando eficazmente o seu tempo de
dedicação no aprendizado e escolhendo de forma eficiente as fontes de informação disponíveis.
Quando se fala em Ensino e-Learning ou EAD (Ensino à distância) pretende-se que o estudante
aplique o conceito de autonomia na educação.

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SUJEITO CRÍTICO

O pensamento crítico é uma habilidade fundamental na formação de cidadãos mais


conscientes, oferecendo suporte para a tomada de decisões equilibradas e assertivas.
Pensar de forma crítica é deixar de lado o histórico pessoal e crenças para analisar, de
maneira distante, um problema ou questão. Comumente, ele é conhecido como aquela
característica de quem consegue enxergar algo como se estivesse vendo “de fora” possui.
Falando de maneira simplória, trata-se de deixar emoções de lado e focar no que é racional.
Como exemplo de frases com pensamento crítico podemos citar Nietzsche que disse: “As
convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”.
Pensar de maneira crítica também envolve ser criativo e inovador. Logo, essa única
atitude tem um impacto enorme em todo trabalho de um indivíduo, afinal, o torna um
solucionador de problemas e também um fornecedor de ideias inovadoras. Claro que não é
sempre que terá respostas ou propostas, mas exercita o pensamento.
O pensamento crítico refere-se, desde a Grécia Antiga, à capacidade de raciocinar bem,
aderir os bons argumentos e evitar os maus, ou seja, uma atitude filosófica e, também, uma
proposta educativa de longa data que se mantém indissociável das metodologias escolares e
acadêmicas. Uma das primeiras distinções acerca do pensamento crítico, mas especificamente
sobre a doxa e a episteme, encontra-se na filosofia de Platão.
A doxa (opinião) é um termo usado para descrever um conjunto de juízos (moral,
cultural, religioso, etc.) fruto da consciência histórica de um povo, sendo, pois, defendidos e
postos como verdade óbvia, natural, mas de senso comum, e geralmente, nutrindo concepções
preconceituosas e generalizadas. A episteme (epistemologia), também no campo filosófico, trata-
se de um conhecimento verdadeiro, de natureza científica e sistematizado, sendo o oposto da
doxa.
Sabe-se que Sócrates é uma figura emblemática, tanto que a partir dele pode-se pensar
em filosofia pré e pós-socrática, e considerá-lo modelo do homem teórico ocidental. Por
conseguinte, Sócrates pode ser considerado o modelo base da atitude crítica, tanto por ter sido
alguém que não se contentava com a doxa, assim como por sua fama histórica de ativo
combatente da mesma. Sócrates saia pelas ruas de Atenas interrogando e questionando aqueles
que eram considerados sábios pela opinião pública e, deste modo, expunha os equívocos e falhas
das crenças dos mesmos, identificando e evidenciando o engano comum proveniente da
consciência opinativa ao julgarem saber o que não sabiam ou julgarem-se sábios sem sê-los.

Como pensar de forma crítica?

Pensar de modo crítico envolve uma observação inicial, seguida por um julgamento
diante de um cenário ao qual se depara. No entanto, esse julgamento não é realizado

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automaticamente ou de maneira impulsiva. Ele procura por referências, motivos e argumentos
que sustentem a resposta adotada.

O que é um pensamento crítico reflexivo?

O termo “pensamento crítico reflexivo” se refere ao contexto necessário para formar


pessoas capazes de pensar de maneira crítica, seguindo conceitos de Paulo Freire. Ele aponta o
exercício da reflexão como o caminho para que um indivíduo saia do estado alienado e se torne
consciente de que pode mudar a si mesmo e, por consequência, sua realidade.

“Transformação é possível porque a consciência não é um espelho da realidade, simples reflexo,


mas é reflexiva e refletora da realidade.”
Paulo Freire

Partindo dessa ideia, a conscientização dá às pessoas o poder de agir para transformar sua
realidade, graças à possibilidade de reflexão. Por sua vez, a reflexão é necessária para formar o
pensamento crítico, pois é refletindo que analisamos um cenário e forjamos todo tipo de
julgamentos. Nesse contexto, tanto a palavra “julgamento” quanto o pensamento crítico não têm
uma conotação negativa.

“Julgamento” descreve o acto de formar uma opinião a respeito de um assunto,


enquanto “crítico” significa que o pensamento é fruto de uma reflexão.

O pensamento crítico também resulta em uma maior capacidade para tomar decisões
assertivas, partindo de argumentos sólidos. Assim, em vez de reforçar preconceitos ou crenças,
as pessoas se tornam mais receptivas e flexíveis, compreendendo as diferenças entre sua
perspectiva e a de outros indivíduos.

Como funciona o pensamento crítico?

O pensamento crítico funciona a partir de um processo racional e consciente, formado por


um conjunto de habilidades cognitivas e relativas à atitude. Ou seja, pensar de forma crítica
implica uma combinação entre o conhecimento adquirido e ações embasadas na reflexão.

Segundo os educadores Guilherme Brambatti Guzzo e Valderez Marina do Rosário Lima,


o pensamento crítico tem dois pilares distintos:

1. Competências cognitivas (capacidade de análise, comparação, empatia, etc.) – que


permitem a avaliação e julgamento de um tema, facto, experiência ou conteúdo.
2. O “espírito crítico”, está ligado a inclinações e comportamentos que levam alguém a
elaborar as ideias para, então, agir de acordo com fundamentos bem estabelecidos.

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Então, podemos dizer que o pensamento crítico começa logo depois de uma observação,
quando imagens, conceitos, sons ou sensações são experimentados. Em seguida, o indivíduo os
questiona (através de sua capacidade cognitiva) e submete a um julgamento (aplicando o espírito
crítico) para saber como ele deve responder a esses estímulos.

Vantagens do pensamento crítico

O pensamento crítico é essencial para a formação de estudantes,


profissionais, gestores e empreendedores bem-sucedidos. Isso porque ele constrói pessoas
empoderadas, proativas e capazes de enxergar novas soluções para diversos problemas,
favorecendo a inovação. Outras vantagens de pensar criticamente:

a) Incentiva uma postura curiosa e investigativa, fundamentais para o aprendizado;


b) Proporciona maior interação entre alunos e professores, pois ambos sabem que ensinam e
aprendem, simultaneamente;
c) Apoia a criatividade;
d) Agrega flexibilidade e empatia;
e) Ensina os indivíduos a estruturar suas próprias opiniões, tornando-os menos suscetíveis à
manipulação e notícias falsas;
f) Promove a autonomia dentro das empresas, formando profissionais empoderados;
g) Aumenta a produtividade;
h) Fortalece competências de liderança;
i) Torna as equipes, departamentos e empresas mais competitivos;
j) Auxilia na solução de conflitos, dando condições para que os líderes enxerguem
a motivação de cada colaborador;
k) Ajuda a romper crenças limitantes – aqueles pensamentos enraizados que nos impedem
de evoluir, seja pessoal ou profissionalmente.

Quais são as características do pensamento crítico?

O hábito de priorizar perguntas, mesmo que elas não tenham respostas, é uma das
características mais marcantes de um pensador crítico. Esse comportamento nasce da perspectiva
de que tudo está em constante mudança e construção, e que sempre há coisas novas para
aprender.

O inconformismo é outro tópico que faz parte do pensamento crítico, já que analisar
criticamente implica em admitir que, por vezes, é útil, ou até necessário, mudar seu ponto de
vista.

Um terceiro componente do pensamento crítico é a proactividade, postura das pessoas


que tomam à frente e agem para transformar uma realidade. Essa abordagem é, ainda, racional,

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pois aplica elementos lógicos para refletir e compreender o que está por trás de cada situação,
além de formular argumentos racionais como resposta.
Por fim, cabe citar a formação de novas conexões, habilidade cognitiva que, em geral,
é desenvolvida durante a infância. Ela é primordial para o aprendizado, pois liga um repertório
(um conteúdo gravado em nossa mente) a uma informação aprendida recentemente, gerando
inovações.

Habilidades relacionadas ao pensamento crítico

1. Capacidade de observação
Corresponde à concentração para apreender os detalhes das situações através dos nossos
sentidos – audição, visão, olfacto, paladar e tacto. Quem investe no pensamento crítico
reconhece a importância de observar o cenário para captar elementos sutis que, muitas vezes,
fazem a diferença em sua análise.

2. Foco
Não basta observar. É preciso focar para obter detalhes relevantes sobre uma situação.
Ter foco exige atenção e dedicação do pensador, que precisa selecionar aquilo em que vale a
pena se concentrar.

3. Raciocínio bem estruturado


Para pensar de forma crítica, é preciso estabelecer e seguir uma linha lógica de
raciocínio. Caso contrário, o indivíduo vai ficar perdido diante dos vários argumentos que possa
levantar para analisar um cenário.

4. Curiosidade
A curiosidade pode ser definida como a sede de saber. Está relacionada ao
inconformismo e à formulação de perguntas com frequência, que levam ao questionamento da
realidade e, em alguns casos, a soluções inovadoras.

5. Empatia
A empatia corresponde à habilidade de se colocar no lugar do outro para compreender
melhor seus desejos e necessidades. A empatia permite julgamentos bem fundamentados, dando
suporte à construção e ao exercício do pensamento crítico.

6. Autoconhecimento
É preciso deixar os preconceitos e crenças de lado para pensar de modo crítico, para
fazer isso, devemos nos conhecer, identificando as ideias pré-concebidas e mantendo a mente
aberta. Portanto, o autoconhecimento é uma das chaves para estimular o pensamento crítico.

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7. Avaliação objetiva
Se a abordagem crítica pede uma avaliação lógica, também se beneficia da capacidade
de analisar as situações com objetividade. Ou seja, é preciso eliminar fatores subjetivos, como as
emoções, perspectivas e os filtros de cada um, que são moldados pelas experiências pessoais.
Claro que o pensador crítico não vai se converter em uma máquina fria, desprezando suas
impressões e sentimentos, mas seu julgamento vai privilegiar argumentos racionais.

8. Habilidade analítica
Corresponde à competência para verificar um conteúdo ou cenário, estabelecer
conexões e tirar suas conclusões a respeito dele. Para tanto, é necessário recorrer ao seu
repertório (ao conhecimento prévio), junto à objetividade e à observação.

9. Criatividade
A criatividade costuma se manifestar com mais facilidade àqueles que exercitam o
pensamento crítico. E faz sentido, já que eles passam mais tempo observando e refletindo sobre
diversas situações, o que fornece alimento ao seu repertório. Também estão convencidos de que
sempre existem caminhos a descobrir, sendo motivados pela busca por novas – e criativas –
respostas.

10. Autonomia
A autonomia faz referência à independência, ao atributo de tomar as decisões por si
mesmo, sem ficar esperando um direcionamento. A dinâmica atual, pautada por um mundo
digital, fragmentado e em constante mudança, pede por profissionais arrojados, capazes de
assumir o controle de suas tarefas e propor formas melhores de execução.

11. Discernimento
Essa palavra é definida como “habilidade de separar o certo do errado” e “capacidade
de compreensão”. Quando serve ao pensamento crítico, o discernimento permite identificar os
vieses, que são noções ou julgamentos pessoais embutidos em uma ideia, facto ou conteúdo. Em
seguida, podem verificar se a fonte desse juízo é confiável, construindo sua própria opinião com
base em conceitos bem fundamentados.

Como estimular o pensamento crítico?

Como todo processo, o pensamento crítico pode ser aperfeiçoado a partir da prática
constante, desde que conte com repertório. Assim, a primeira dica é investir na ampliação do seu
repertório, o que pode ser feito entrando em contacto com coisas novas.

Experimente, por exemplo, ler uma publicação que não faz parte da sua rotina, assistir a
um documentário ou a uma peça de teatro que não conheça, visitar um lugar até então
desconhecido.

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SUJEITO CRÍTICO VERSUS SUJEITO AUTÔNOMO

Um sujeito autônomo é um indivíduo passivo, condicionado. Ao receber qualquer


sistema de conhecimento, seja intelectual, físico ou qualquer gênero que demande a sua atividade
física ou intelectual aceita em sujeição e certezas de qualquer que seja o “algo” recebido.

O crítico é o ativo. Análise seja por meio de conhecimentos já feitos ou a criação de


análises própria, o crítico não aceita em sujeição, faz a pesquisa para comprovar a validade ou
não do “algo recebido”. Indivíduos que desenvolvem o pensamento crítico se tornam mais
sábios, ganham autonomia e agregam benefícios para a sua atividade, assim como aos colegas,
departamento ou empresa.

Saber julgar as coisas é uma das principais responsabilidades do ser racional, neste
sentido, quando Goffredo Telles Júnior (1956, p. 234) afirma que “o homem não nasce livre”,
mas “se faz livre à medida que se torna racional”, reforça a ideia de imperfeição e necessidade
de
aperfeiçoamento a que todos os seres estão fadados a buscar, seja consciente ou
inconscientemente. Ao sustentar essa ideia, Goffredo Telles retoma os conceitos aristotélicos de
acto e potência, na medida que se entende acto por ser o que é e potência por poder ser algo. O
ser humano não nasce racional, mas com predisposição para sê-lo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.ex-isto.com/2020/04/autonomia-humanismo.html

https://sujeitoautonomo.blogspot.com/
https://www.significados.com.br/autonomo/#:~:text=Aut%C3%B4nomo
%20%C3%A9%20um%20adjetivo%20que%20qualifica%20algo%20ou,leis%20e
%20imposi%C3%A7%C3%B5es%20sem%20a%20interfer%C3%AAncia%20de
%20outrem.
https://www.epifaniaurbana.com.br/2020/02/o-sujeito-critico_20.html

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