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1 Corintios 15
1 Corintios 15
na ressurreição
1 Coríntios 15.1–58
Acampamento Harmonia
Gustavo Santos
Janeiro de 2020
Penso, logo creio... na ressurreição
1 Coríntios 15.1–58
C. S. Lewis, autor de vários livros, incluindo As Crônicas de Nárnia, disse a seguinte frase:
“Se o cristianismo for falso, não tem a menor importância; mas, se for verdadeiro, então não existe
nada mais importante no universo”. Hoje, nós vamos conversar sobre algo sem o qual não há
essencial a nossa fé. Alguns anos atrás eu comecei a organizar uma viagem para os Estados Unidos
com dois amigos. Nós sentamos e olhamos todos os parques que queríamos ir, os outlets, hotéis,
passagens, pra ter uma ideia de quanto íamos gastar e nos programar. Tudo certo, roteiro
programado. O que faltava era tirar o passaporte e o visto para conseguir ir viajar. O passaporte foi
tranquilo, mas quando chegou a hora de tirar o visto, a parada ficou ruim. Fui para São Paulo, fiquei
lá na fila, até que chegou minha vez. O cara perguntou meu nome, pra onde eu ia, e só. Ele não me
deu chance de falar nada, só me deu o papelzinho rosa—visto negado. Graças a Deus eu ainda não
tinha comprado nada—passagem, ingressos, etc. Mas o ponto é: sem o visto, não tem viagem. Eu
poderia ter tudo comprado, mas eu não ia entrar nos Estados Unidos. O visto é essencial para a
viagem, assim como a ressurreição é essencial para a nossa fé. Sem ela, não há cristianismo.
Paulo fala sobre isso em 1 Coríntios 15. Nós vamos ler todo o capítulo, conforme vamos
caminhando nas seções. Infelizmente não vamos conseguir falar sobre tudo o que está aí, porque tem
muita coisa mesmo que poderíamos falar. Mas vamos tratar sobre o principal: como a ressurreição
de Cristo é central a nossa fé, e quais as implicações disso para a nossa vida.
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Paulo começa o texto enfatizando a importância do evangelho na vida dos cristãos de
Corinto—e, consequentemente, da nossa. Ele faz isso usando quatro afirmações: (1) eu preguei o
evangelho, (2) vocês receberam o evangelho, (3) vocês permanecem firmes no evangelho, e (4) vocês
são salvos pelo evangelho. Essas quatro afirmações são, de certa forma, uma progressão que Paulo
está desenhando para afirmar a essencialidade do evangelho—não existe salvação sem o evangelho!
Depois, então, de ter afirmado a importância do evangelho, Paulo vai detalhar os principais pontos da
mensagem do evangelho, dando uma ênfase especial na ressurreição, que é o tema central do capítulo
Mas antes de entrar mais especificamente na ressurreição, quero ressaltar algo que Paulo
deixa claro aqui em 1 Coríntios 15. O evangelho não é sobre nós, é sobre Jesus Cristo. O evangelho é
uma mensagem que conta quem Cristo é e o que ele fez—sua vida, morte e ressurreição. Dá uma
olhada nos versos 3 e 4: “Eu lhes transmiti o que era mais importante e o que também me foi
transmitido: Cristo morreu por nossos pecados, como dizem as Escrituras. Ele foi sepultado e
ressuscitou no terceiro dia, como dizem as Escrituras”. Nós precisamos ter isso claro quando vamos
compartilhar o evangelho com as pessoas. Infelizmente, nós temos a tendência de colocar o homem
no centro de tudo, inclusive da mensagem do evangelho. Nós prometemos uma porção de coisas para
tentar “convencer” as pessoas de que vale a pena. Ou então nós transformamos o evangelho numa
série de regras que precisam ser cumpridas para conquistar nossa salvação. O evangelho não é uma
coisa nem outra. O evangelho é a mensagem simples—e poderosa—de que Jesus Cristo, Deus
homem, veio até nós, viveu a vida que nós não conseguimos viver, morreu a morte que nós
merecíamos, ressuscitou ao terceiro dia, e nos dá a oportunidade de ter uma nova vida.
ressurreição. Nós vamos gastar algum tempo aqui, falando sobre como a ressurreição é um evento
histórico. A gente já falou sobre a Bíblia e a Criação, que são dois grandes questionamentos que o
mundo faz sobre a nossa fé. Agora nós vamos falar de outro ponto de conflito—a ressurreição. As
pessoas têm dificuldade para aceitar isso, e eu consigo entender. Não é algo natural alguém
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ressuscitar—o natural seria alguém morrer. Nenhum outro deus das outras religiões diz ter
ressuscitado—somente Cristo diz isso de si mesmo. É uma ideia inédita, diferente... mas cheia de
evidências. Então, nós vamos ver algumas dessas evidências e argumentos que afirmam a ressurreição
Primeiro, por mais que seja óbvio, para que haja ressurreição é preciso haver... morte. De fato,
isso é óbvio, mas um dos grandes argumentos para tentar invalidar a ressurreição é dizer que Cristo
não morreu. Porém, falar que Cristo não morreu é impossível. “Os ferimentos de Jesus tornaram a
morte inevitável. Ele não dormiu na noite anterior a ser crucificado; ele foi espancado e açoitado e
desmaiou enquanto carregava a cruz. O que aconteceu antes da crucificação por si só foi devastador
para a vida de um homem”.1 Depois disso veio a crucificação. Ele ficou pendurado por praticamente 6
horas, sangrando das feridas dos açoites, dos pregos e da coroa de espinhos. A posição que ele ficava
na cruz tornava quase impossível a sua respiração. Além disso, embora os soldados romanos não
fossem médicos, eles eram assassinos muito bem treinados, que conseguiam identificar quando
alguém morreu. Finalmente, o lado de Jesus foi trespassado por uma lança. Dessa ferida, brotava uma
mistura de sangue e água (João 19.34), significando uma perfuração no pulmão direito, no pericárdio
e no coração, e uma prova de que a morte física havia ocorrido. De fato, há um artigo no Jornal da
A interpretação médica moderna das evidências históricas indica que Jesus estava
morto quando levado da cruz. [...] Consequentemente, interpretações baseadas na
suposição de que Jesus não morreu na cruz parecem estar em desacordo com o
conhecimento médico moderno.2
Segundo, e entrando agora na ressurreição, vamos para o argumento que Paulo usa no início
da sua defesa—testemunhas: Jesus apareceu aos doze, e depois a mais de quinhentas pessoas que
ainda eram vivas naquela época (vv. 5–6). Por que será que Paulo fala isso? Qual a importância de
1 Norman L. Geisler, The Big Book of Christian Apologetics: An A to Z Guide (Grand Rapids: Baker Books, 2012),
76.
2 William D. Edwards, Wesley J. Gabel, and Floyd E. Hosmer, “On the Physical Death of Jesus Christ,” J. Am.
Med. Assoc. 256 (1986).
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testemunhas? Elas são essenciais para comprovar qualquer coisa onde haja dois lados. Algo
interessante é que normalmente, para processos legais, não são necessárias mais do que 8
testemunhas. Aqui, Paulo fala sobre mais de 500 testemunhas, que estavam vivas naquela época para
Terceiro, essas testemunhas estavam dispostas a morrer por Cristo. Elas preferiam morrer a
negar a ressurreição de Cristo. Pessoal, ninguém se dispõe a morrer por algo que não acredita. Se os
discípulos de Jesus soubessem que a ressurreição era uma farsa, vocês acham mesmo que eles
estariam dispostos a morrer por isso? Você estaria disposto a morrer por uma mentira? Além disso, a
existência da igreja até os dias de hoje, o crescimento do cristianismo, a forma como o evangelho
transforma pessoas, tudo isso aponta para a realidade da ressurreição. Se a base da nossa fé é a
ressurreição, as pessoas só continuariam a crer nela se realmente fosse verdade. Várias ideias já
apareceram ao longo dos anos; e elas morreram justamente por falta de evidências, por não se
mostrarem verdadeiras. Não foi assim com o cristianismo—ele se mantém firme, porque não pode ser
questionado. As pessoas podem não concordar com o que cremos, mas elas não evidências ou
Finalmente, é importante lembrar que tudo isso foi narrado na Bíblia, o livro mais confiável
que o mundo já conheceu, como vimos no nosso primeiro estudo. Portanto, seria muito incoerente
ignorar as evidências dadas por esse livro, que desde o início falava sobre a vinda, a vida, a morte e a
ressurreição de Cristo. E só para constar, há pelo menos 9 outras fontes em documentos históricos,
fora da Bíblia, confirmando que os apóstolos e outras pessoas viram Jesus após a ressurreição.
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Galera, não há como negar que a ressurreição realmente aconteceu—ela é um fato
histórico. Agora, muito mais importante do que ser um fato histórico, é uma realidade
Repetidamente, e de formas diferentes, Paulo diz que sem ressurreição não há cristianismo—
não há perdão dos pecados, não há esperança, não há nada para nos agarrarmos. De fato, ele conclui
essa seção dizendo que sem a ressurreição os cristãos são as pessoas mais dignas de pena do mundo.
Portanto, precisamos crer na ressurreição e defende-la com todas as nossas forças, porque ela não é
um aspecto secundário a nossa fé. Num grupo grande como esse, é certo que nós pensaremos
diferente em diversos assuntos—dons espirituais, modelos de igreja, relação entre Israel e igreja,
milênio e tribulação, etc. No entanto, mesmo com essas diferenças, nós podemos e devemos trabalhar
juntos para expandir o Reino de Deus, levando a mensagem do evangelho as pessoas. Agora, se
alguém aqui decide dizer que a ressurreição não é mesmo verdade, aí nós estamos falando de algo
central a nossa fé, que não pode ser negado. Negar a ressurreição é negar o evangelho.
Depois de uma seção construída com uma argumentação negativa, Paulo começa uma
Paulo começa essa seção no verso 20, afirmando que “Cristo de fato ressuscitou dos mortos”.
A mensagem do evangelho é real, nossa esperança é real, a salvação que temos em Cristo é real. Nós
não estamos em uma situação lamentável e digna de pena, e sim numa situação desejável e invejável;
nós não estamos perdidos, mas salvos; nós não estamos condenados em nossos pecados, mas
perdoados e justificados; [...] nós não temos apenas esperança para esta vida, mas esperamos
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ansiosamente a glória eterna que acompanhará a nossa ressurreição dentre os mortos.4 E é exatamente
isso que Paulo começa a desenvolver, o significado da ressurreição de Cristo para nós.
que Paulo escreve aqui em 1 Coríntios 15, eu diria união com Cristo. A ressurreição de Cristo quebra
tudo aquilo que carregávamos por estar em Adão. Em Romanos 5.12, o próprio apóstolo Paulo diz:
“Quando Adão pecou, o pecado entrou no mundo, e com ele a morte, que se estendeu a todos, porque
todos pecaram”. Todos nascemos pecadores por causa do pecado de Adão. Não é uma escolha que
temos—nós nascemos assim, mortos em nossos pecados. Porém, a ressurreição de Cristo nos oferece
uma solução, uma saída. É verdade que por um só homem o pecado veio e nos destruiu. Mas também
é verdade que por um só homem a salvação veio. A ressurreição de Cristo marca a sua vitória sobre a
morte e o pecado, o que significa que todos aqueles que creem nele também recebem, entre outras
Sabe quando você ia fazer um trabalho em grupo, e tinha aquela pessoa que nunca fazia
nada, mas recebia a nota por causa do trabalho do grupo? Jesus faz a mesma conosco. Ele fez todo o
Então, a ressurreição de Cristo é o que garante nossa união com Cristo—com isso, nossa
salvação, santificação e futura glorificação. Olha o que Paulo diz nos versos 22 e 23: “Assim como
todos morremos em Adão, todos que são de Cristo receberão nova vida. Mas essa ressurreição tem
uma sequência: Cristo ressuscitou como o primeiro fruto da colheita, e depois todos que são de
Cristo ressuscitarão quando ele voltar”. É importante ressaltar aqui que a nossa união com Cristo
garante não só a nossa ressurreição futura para a vida eterna, mas também garante a realidade de uma
nova vida presente. Olha de novo o versículo 22: “Assim como todos morremos em Adão, todos que
são de Cristo receberão nova vida”. Essa afirmação de Paulo tem claramente aspectos presentes. Nós
4 Roy E. Ciampa and Brian S. Rosner, The First Letter to the Corinthians, The Pillar New Testament Commentary
(Grand Rapids: Eerdmans, 2010), 759–60.
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não podemos ignorar esse aspecto presente da ressurreição. Nós estávamos mortos, mas Cristo nos
deu vida (Efésios 2.4). “Se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Coríntios 5.17). “E ele morreu
por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles
morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5.15). Portanto, a ressurreição de Cristo significa, para os que
creem nele, sua união com Cristo—perdão dos pecados, justificação, santificação e glorificação. Nós
Paulo conclui essa seção falando sobre uma grande consequência de se negar a ressurreição:
Eu não sei quantos de vocês já foram em velórios. Eu já estive em velórios tanto de pessoas
incrédulas quanto de pessoas crentes, e é impressionante a diferença que vemos em cada um dos
casos. Para pessoas que não creem em Cristo, não há a esperança da ressurreição. As pessoas ficam
perto do corpo, não querendo deixar que seja enterrado, porque o que está acontecendo ali é o fim
para eles. Mais do que isso, elas se colocam naquela situação, pensando: “Isso é o que vai acontecer
comigo, não há como fugir, e eu não consigo enxergar um pingo de esperança ou uma saída”. Não
há nada para se agarrar. Por outro lado, o velório de um cristão é praticamente um culto de gratidão
a Deus pela vida da pessoa. É claro que as pessoas estão tristes, porque a perda para nós é real, mas
existe também a alegria e a esperança de que é só o começo, de que nos encontraremos novamente, e
de que a pessoa está num lugar muito melhor do que nós estamos.
Esse exemplo fala especificamente da morte, mas a esperança da ressurreição é o que nos
sustenta em meio a qualquer dificuldade. Por mais que tenhamos que lidar com tanto sofrimento, o
plano de Deus está em andamento e a nossa esperança não deve ser colocada no “aqui e agora”, mas
no momento em que Cristo voltará para consumar e restaurar todas as coisas. Isso é o que João
Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra já não
existiam, e o mar também não mais existia. E vi a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do céu, da parte de Deus, como uma noiva belamente vestida para seu
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marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Vejam, o tabernáculo de
Deus está no meio de seu povo! Deus habitará com eles, e eles serão seu povo. O
próprio Deus estará com eles. Ele lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não
haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. Todas essas coisas passaram
para sempre.
esperança cristã é uma esperança ligada à ressurreição dos mortos.5 Sem ressurreição, não há
esperança.
Depois de falar sobre a esperança que a ressurreição traz, Paulo volta a falar sobre como a
ressurreição impacta a nossa vida presente. Nos versos 35 a 57, o apóstolo enfatiza que nossos corpos
serão restaurados, que a ressurreição é de fato corpórea, e que isso impacta a nossa antropologia, a
forma como enxergamos o valor do homem—não pelo valor do homem em si, mas pelo fato do
A ressurreição nos mostra a importância e o valor da vida. Jesus poderia ter ressuscitado
simplesmente em espírito e voltado para a presença do Pai, mas ele ressuscitou corporalmente, e isso
nos diz algo sobre a dignidade do homem, que não está ligada necessariamente a nós, mas ao fato de
termos sido criados a imagem de Deus. Deus poderia ter enviado o seu Filho de alguma outra forma,
mas ele enviou o seu Filho como Homem. Deus poderia ter enviado Jesus simplesmente para morrer
na cruz, mas ele não o fez. Todos os aspectos da vida de Cristo como Homem são significantes e
essenciais para que a ressurreição de fato tivesse o valor e o impacto que ela tem. A morte e a
ressurreição de Cristo sem a sua vida perfeita não valeriam de nada. Por isso, Jesus vem ao mundo
através de uma virgem e experimenta todas as fases da vida humana de forma perfeita, nos mostrando,
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desde o momento da sua concepção, que a vida humana é digna de honra. O fato de Jesus Cristo ter
Paulo deixa claro nos versos 35–44 que a glória do homem é diferente da glória dos animais e
dos seres celestiais, e é interessante como nós reconhecemos isso. Nós não reagimos da mesma forma
ao vermos um cachorro atropelado na rua e um homem atropelado na rua. Nós não reagimos da
mesma forma ao vermos um vira-lata buscando comida no lixo e um mendigo procurando algo para
comer no lixo. Você pode estar rindo e conversando dentro do carro, mas ao ver um acidente,
instantaneamente essa alegria some, independente de você conhecer ou não as pessoas que estão
envolvidas no acidente. Há um valor e uma dignidade diferentes no homem que todos nós
reconhecemos.
Imagina a seguinte situação. Você tem uma família. Filhos. E um cachorro. Um cachorro
super querido, que passou muito tempo com vocês. Um dia, você passa por uma crise financeira, e é
obrigado a abrir mão de alguém. Quem vai ser? O cachorro! É lógico! Não há dúvida sobre isso.
Não estou dizendo que você não pode gostar de cachorro. O que eu estou querendo dizer é que nós
somos muito diferentes dos animais no mais profundo da nossa essência, e que nós sabemos isso—
Esse entendimento de que o homem possui um valor diferente traz grandes implicações para a
forma como nos relacionamos com outras pessoas e como iremos cuidar das outras pessoas—porque
todos nós, igualmente, carregamos a imagem de Deus. Entender o valor e a dignidade do homem à luz
das Escrituras é a base para a luta contra o racismo, aborto, homossexualidade, e qualquer outro
problema de relacionamento entre duas pessoas, porque nos mostra que todos temos exatamente o
mesmo valor, e que esse valor não tem nada a ver com a nossa capacidade, cor de pele,
comportamento, etc. Nosso valor está no fato de termos sido criados à imagem de Deus.
extremamente prática, inclusive para os dilemas que lidamos hoje. Se eu entendo o valor do
homem, como eu vou ignorar alguém que está passando por uma necessidade que eu posso
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qualquer forma que seja de preconceito? Se eu entendo o valor do homem, como eu posso ser a
favor do aborto? Se eu entendo o valor do homem como Deus o criou, como eu posso ser a favor
entendo o valor do homem, como eu vou continuar com o meu vício em pornografia, que
entendo o valor do homem, como eu vou olhar para alguém que está indo para o inferno e não
compartilhar o evangelho? As pessoas precisam saber que há uma saída para a vida sem
esperança que elas têm vivido, e essa esperança é Jesus Cristo, e a ressurreição que ele nos
oferece.
Então, depois de abordar todas essas coisas, depois de mostrar como a ressurreição é central a
mensagem do evangelho, depois de mostrar que a ressurreição de Cristo é a nossa ressurreição, depois
de mostrar que a ressurreição não impacta somente o nosso futuro, mas também deve impactar nosso
presente, depois de nos mostrar que a ressurreição revela a dignidade da vida por ter sido criada a
imagem de Deus, Paulo conclui de uma forma maravilhosa e, de certa forma, natural. Cristo
ressuscitou, a mensagem do evangelho é real, ele nos deu uma nova vida e a esperança de uma vida
eterna, portanto, sirva a esse Deus que já lhe deu tudo, sabendo que o seu trabalho, quando feito para
Se Cristo já fez tudo por nós, o mínimo que podemos fazer é servi-lo. E como tudo o que ele
promete para nós é certo, podemos servir com confiança e alegria, sabendo que nada do que fazemos
Agora, é importante pensar um pouco sobre o que são essas boas obras. Qual é esse trabalho
que não é em vão? Há dois aspectos aqui. Primeiro, está relacionado a proclamação do evangelho.
Segundo, o trabalho que não é em vão também inclui uma vida de santidade. Paulo fala sobre isso nos
versos 30–34: “E nós, por que arriscamos a vida o tempo todo? Pois eu afirmo, irmãos, que enfrento a
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morte diariamente, assim como afirmo meu orgulho daquilo que Cristo Jesus, nosso Senhor, fez em
vocês. E, se não haverá ressurreição dos mortos, de que me adiantou ter lutado contra feras, isto é,
aquela gente de Éfeso? Se não há ressurreição, ‘comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!’.
Não se deixem enganar pelos que dizem essas coisas, pois ‘as más companhias corrompem o bom
Galera, isso é um encorajamento para todos nós. Por vezes—e não poucas vezes—a vida
cristã pode parecer que não vale a pena. Você abre mão de tantas coisas e nada parece
acontecer. Você lê a Bíblia, ora, mas continua lutando com os mesmos pecados. Você é obediente
aos seus pais, frequenta a igreja todos os domingos, mas seus amigos do mundo parecem se
divertir muito mais do que você. Você não cola, não fica com as meninas, e tudo o que você
recebe é zombaria da galera. As vezes nós achamos que não dá mais, que não vale mais a pena,
que é muito pesado. Mas pessoal, nós não podemos nos esquecer do porquê nós fazemos o que
fazemos. Deus nos chama a perseverar e buscar uma vida de santidade, a nos esforçar e a
dedicar nossas vidas para fazer a sua obra, com a garantia de que nada disso será em vão.
Cristo veio, viveu uma vida perfeita no nosso lugar, e morreu... mas a história não acaba aí. Ele
venceu a morte, ressuscitou e voltará. Não há nada mais importante do que isso. E não há
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