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Justiça Federal da 6ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

17/11/2023

Número: 0026357-49.2010.4.01.3800
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: 13ª Vara Federal Cível da SSJ de Belo Horizonte
Última distribuição : 15/04/2010
Valor da causa: R$ 10.000,00
Processo referência: 0026357-49.2010.4.01.3800
Assuntos: Alíquota Progressiva, Seguro Acidentes do Trabalho
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (IMPETRANTE) ANDRE MUSSY DE SOUZA ALMEIDA (ADVOGADO)
LEONARDO GUEDES DE CARVALHO (ADVOGADO)
ABILIO MACHADO NETO (ADVOGADO)
DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE/MG (IMPETRADO)
ENTE NÃO CADASTRADO (REU)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (IMPETRADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10819 24/11/2019 05:20 Petição Inicial Petição inicial
41453
10819 24/11/2019 05:36 00263574920104013800_V001_001 Volume
41454
10819 24/11/2019 05:53 00263574920104013800_V999_0001_0288_Certidão Certidão de processo migrado
41455 de processo Migrado
10819 31/12/2019 12:41 Intimação - Usuário do Sistema Intimação - Usuário do Sistema
41456
10819 12/03/2020 13:58 Intimação de pauta Intimação de pauta
41457
10819 12/03/2020 16:55 Intimação de pauta Intimação de pauta
41458
10819 13/03/2020 15:49 Habilitação Procuração/Habilitação
41459
10819 16/03/2020 07:29 Manifestação Manifestação
41460
10819 01/04/2020 13:54 Certidão de julgamento Carta
41461
10819 02/04/2020 14:30 Acórdão Acórdão
41462
10819 02/04/2020 14:30 Relatório Relatório
41463
10819 02/04/2020 14:30 Ementa Ementa
41464
10819 02/04/2020 14:30 Voto Voto
41465
21640 11/04/2020 10:51 Petição inicial Petição inicial
2867
10819 16/04/2020 16:57 Intimação Intimação
41466
10819 16/04/2020 16:57 Intimação Intimação
41467
10819 16/04/2020 16:57 Intimação Intimação
41468
10819 16/04/2020 16:57 Intimação Intimação
41469
10819 17/04/2020 15:28 Petição intercorrente Petição intercorrente
41470
10819 25/05/2020 18:43 Recurso extraordinário Recurso extraordinário
41471
10819 25/05/2020 18:43 RE - CNR - FAP Recurso extraordinário
41472
10819 25/05/2020 18:43 Custas RE - CNR - Quitada Comprovante de recolhimento de preparo
41473
10819 10/08/2020 14:06 Intimação Intimação
41474
10819 13/08/2020 13:15 Contrarrazões Contrarrazões
41475
10819 03/08/2021 18:00 Decisão Decisão
41476
10819 03/08/2021 18:00 Intimação Intimação
41477
10819 03/08/2021 18:00 Intimação Intimação
41478
10819 03/08/2021 18:00 Intimação Intimação
41479
10819 04/08/2021 09:01 Manifestação Manifestação
41480
10819 13/08/2021 23:42 Manifestação Manifestação
41481
10819 14/10/2021 13:20 Certidão Certidão
41482
10819 11/03/2022 09:26 Decisão Decisão
41483
10819 11/03/2022 09:26 Intimação Intimação
41484
10819 11/03/2022 09:26 Intimação Intimação
41485
10819 11/03/2022 09:26 Intimação Intimação
41486
10819 11/03/2022 09:26 Certidão Certidão
41487
10819 14/03/2022 07:58 Manifestação Manifestação
41488
10819 16/05/2022 16:03 Certidão de trânsito em julgado Certidão de trânsito em julgado
41489
10819 16/05/2022 16:03 Informação Informação
41490
12483 02/08/2022 13:10 Ato ordinatório Ato ordinatório
79748
12555 05/08/2022 12:41 Intimação polo ativo Intimação polo ativo
53270
12555 05/08/2022 12:41 Intimação PFN Intimação PFN
53271
12579 08/08/2022 10:04 Manifestação Manifestação
14765
12612 09/08/2022 11:34 Manifestação Manifestação
20273
12828 15/09/2022 16:19 Certidão Certidão
41392
12828 15/09/2022 16:19 Deposito Judicial Comprovante de depósito judicial
46363
13528 24/03/2023 14:07 Intimação PFN Intimação PFN
15865
13547 28/03/2023 19:21 Manifestação Manifestação
34883
14560 27/10/2023 14:57 Despacho Despacho
60850
14567 27/10/2023 14:57 Certidão Certidão
18866
14571 30/10/2023 07:40 Habilitação Procuração/Habilitação
04857
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

FICA VEDADO O
PETICIONAMENTO
NESTE PROCESSO
POR MEIO DO PJE
D U R A N T E O
PROCEDIMENTO DE
MIGRAÇÃO

CERTIDÃO DE PROCESSO EM MIGRAÇÃO PARA O PJe

Certifico que os autos físicos deste processo estão em procedimento de digitalização,


nos termos da Lei n. 11.419/2006, da Resolução TRF1/Presi n. 22/2014 e da Portaria Presi
8052566/2019, com vistas à migração dos autos digitais para o sistema Processo Judicial
Eletrônico - PJe.

Advogados e procuradores ficam, desde já, cientes da vedação ao peticionamento neste


processo por meio do PJe durante o procedimento de migração.

Demandas urgentes formuladas nesse período deverão ser entregues em meio físico
diretamente ao órgão processante/gabinete. Oportunamente, quando da finalização da migração,
as petições e atos decisórios serão digitalizados e incluídos no PJe.

Brasília-DF.

(assinado eletronicamente)

Assinado eletronicamente por: Cintia Ferreira da Silva Amorim - 24/11/2019 05:19:54 Num. 1081941453 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19112405200400000001072213136
Número do documento: 19112405200400000001072213136
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o'T
(TC

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERA
-

ÇÃO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA

Processo:=2 - 49,2010.4.01.3800 prot.:19/04/?010 16:1500


Classe -:2100 - MANDADO DE SEGURANCA INDIVIDUAL
Obleto :03.04.02.06 - SEGURO ACIDENTES DO TRABALHO -
CONTRIBUICAO SOCIAL -. CONTRIBUICOES -•TEIBUTARTO -
DIREITO ir:IBUTARIO
Impte :CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS ITDA
Advg. :MO0004406S-ABIII0 MACHADO NETO
Impdo :DELEGADO RA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BEL .

HORIZONTE/MG
22A VARA FEDERAL DISTRIBUICAO AUTOMPICA em 15/04/2010

111111111
0295671-30
0111 1111 11111 111111101 1101 11111 11111
TRIBUNAL IRE
1 1 1 H 11111 11111 li i 11111 NINE 011111111 11111111
Gab. 2-2019-12-05
flEIRA REGIÃO
AUTU :ÃO 0137 20191121-113100

dg' p 026557 .s i .4. .3100/MG IN 1111111 111111E111111n1111


voi: 1 Proc. Orig: 263574920104013800 Vara: 22 Distribuido no TRF em 16111,2011
edistribuição por sucessão em 30/07/2012
• elator: DF NOVÉLY VILANOVA - OITAVA TURMA
• PELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
DVOGADO: LEONEL MARTINS BISPO
PELADO. FAZENDA NACIONAL
ROCURADOR: CRISTINA LUISA HEDLER
ss: 3112501 - Aliquota Progressiva - Aliquota - Crédito Tributário - Direito Tributário

Processo sobrestado aguardando


Julgamento da arguição de
Inconstitucionalidade, no que tange
A norma insculpida no art. 10 0 da
J. ei 10 666/700'4
f3j ,(40/

iU.50

Assinado eletronicamente por: ADRIANA DE BARROS MARQUES - 06/12/2019 09:01:00 Num. 1081941454 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19112405364500000001072213137
Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO Em 15/04/2010

iNG*A*FL.000002

TERMO DE AUTUAÇÃO

Em Belo Horizonte, 15 de Abril de 2010 a seção de Classificação e


Distribuição autua os documentos adiante, em folhas com apensos na
seguinte conformidade:
Processo: 263574920104013800
Classe: 2100 - MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
Objeto: SEGURO ACIDENTES DO TRABALHO - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CONTRIBUIÇÕES
- TRIBUTÁRIO - DIREITO TRIBUTÁRIO
Vara: 22 , VARA FEDERAL
DISTRIBUICAO AUTOMATICA EM 15/04/2010
O sistema gerou relatório de prevenção.

PARTES:
IMPTE CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA CNPJ :17.324.203/0001-36
IMPDO DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG

Para constar, lavro e assino o


presente

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
000003

VA E;

EXMO SENHOR JUIZ DA a VARA FEDERAL DE BELO HORIZONTE — SEÇÃO


JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS.

111 191 1 1 .1 1 1310111 11111111


eme ,DID 9
1111• I
le/li III 11111
os es I INRI 1
11111 III

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA, sociedade empresária


limitada, inscrita no CNPJ sob o n.o 17.324.203/0001-36, estabelecida na Av. Dom
Pedro II, n.° 2275, Bairro Pedro II, Município de Belo Horizonte — MG, CEP.: 30.710-
010 vem, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no artigo 7° da Lei n.o
12.016/09 e nas demais disposições ao caso aplicáveis, ajuizar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO


Com Requerimento de Liminar

em
,
...
Em face de ato perpetrado pelo Senhor Delegado da Receita Federal .t.
...
do Brasil em Belo Horizonte, de endereço notório, vinculado à União Federal,
igualmente de endereço notório, passando a fazê-lo conforme segue.

Tis
(

1 — DA ESPÉCIE

Cuida-se de Mandado de Segurança por meio do qual se pretende o


reconhecimento do direito ao não recolhimento do SAT na parcela majorada fruto da
(\-) aplicação, sobre tal tributo, do Fator Acidentário de Prevenção — FAP. Com efeito, uma
ç ■
vez sendo o FAP um multiplicador da alíquota do SAT e sendo, o FAP, ilegal e
inconstitucional, consoante será atestado neste writ, tem-se que a exigência do SAT
\RI
pelo FAP impactado fere direito da Impetrante, algo passível de censura via Mandado
de Segurança.

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a
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A 9VOO A 1) , )ti

A via mandamental, a teor do disposto na Lei n° 12.016/09 e na


Constituição Federal de 1988 (artigo 5°, incisos XXXV e LXIX) é o meio processual
adequado.sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo. Veja-
se que o alargamento da utilização do mandado de segurança resulta da presteza do
veículo processual, constituindo o único meio viável à pronta reparação e à proteção de
direitos prejudicados ou ameaçados.

O uso do writ na esfera tributária tem seu campo de abrangência


perfeitamente delineado pela doutrina e jurisprudência. Mesmo que não haja
necessidade de ato material objetivo por parte da autoridade fiscal, a ameaça da
autuação da autoridade no sentido de compelir o contribuinte a pagar tributo que
considera indevido, por si só, alberga a via mandamental.

A presente demanda visa à declaração, pelo Poder Judiciário, do


direito da Impetrante de não sofrer quaisquer constrangimentos por se desobrigar do
pagamento do SAT/RAT ajustado em razão do FAP. Pretende-se, ainda e por
conseguinte, a declaração do direito á recuperação, via compensação, dos valores
recolhidos indevidamente a esse título.

No tocante aos valores vincendos, desde já anota a Peticionária que


procederá ao depósito judicial dos mesmos, conforme o permite o artigo 151, II do
Código Tributário Nacional e de acordo com a sedimentada jurisprudência do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça.

Nas próximas linhas, cuidará a Impetrante de traçar o delineamento


fático, depois do que desenvolverá os fundamentos jurídicos que estão a respaldar esta
ação constitucional.

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„IrMntAPT! .000005

A I) V o c: A 1 ■ O5

II— DA LEGITIMIDADE PASSIVA

A Lei n. 11.457/07 unificou as Secretarias das Receitas Federal e


Previdenciária, criando a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Com isto, também as
contribuições previdenciárias passaram a ser da competência da nova Secretaria'.

Assim, passou a ser da competência da Autoridade indicada como


Coatora a sustação do ato impugnado, qual seja, exigência da majorada contribuição
ao SAT.

Demonstrada a adequação do pólo passivo, a seguir fará a Impetrante


um sintético relato dos fatos ensejadores deste Mandado de Segurança.

III — SUMA DOS FATOS

Consoante o artigo 202 do Decreto 3.048/99, Regulamento da


Previdência Social, as pessoas jurídicas devem recolher contribuição de 1% a 3%
sobre os valores pagos a qualquer título, ao longo do mês, ao segurado empregado e
trabalhador avulso. Esta contribuição, ainda de acordo com o aludido Decreto, se
destina ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho 2.

I "Art. 20 Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe à
Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação,
fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do
parágrafo único do art. 11 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título de
substituição. (Vide Decreto n°6.103, de 2007).

30 As obrigações previstas na Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, relativas às contribuições sociais de que trata o
caput deste artigo serão cumpridas perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil.
/4 4° Fica extinta a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social.”
à Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts.
"

64 a 70, e dos beneficios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade lalx)rativa decorrente dos

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
.ti 'J ti

Trata-se da contribuição ao Seguro contra Acidente do Trabalho, mas


que, ultimamente, como noticiado pela Impetrante, vem sendo chamada de
contribuição ao RAT. Portanto, a alíquota do SAT varia de 1% a 3% e incide sobre a
folha de pagamentos.

A previsão legal repousa na Lei n. 8.212/91, artigo 22, 11 3.

Aludidos percentuais (alíquotas) são multiplicados por um fator,


denominado Fator Acidentário de Prevenção — FAP. Este, de seu turno, varia de
0,5000 a 2.0000, de modo que, em termos práticos, reduz à metade ou duplica a
alíquota do SAT e, por conseguinte, impacta significativamente nos valores a serem
desembolsados a título da contribuição em tela.

O Ministério da Previdência Social, recentemente, divulgou o FAP


das empresas. No caso da Impetrante, seu índice foi 1,5773 (documento anexo).
Por ter sido maior que um, haverá aumento da aliquota de seu SAT e, por
decorrência, lhe está sendo exigido um tributo elevado desde de fevereiro de
2010, com referência a janeiro do mesmo ano e assim sucessivamente.

riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da
remuneração paga, devida ou creditada a qualquer titulo, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador
avulso:
I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
leve;


II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
médio; ou
III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
grave."
"Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
I — omissis;
II - para o financiamento do beneficio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, c daqueles
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho,
sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos: (Redação dada pela Lei n°9.732, de 1998).
a) I% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja
considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave."

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
O Decreto 3.048199, em seu artigo 303, I, previu a possibilidade de
questionamento por parte dos contribuintes. O julgamento se daria, segundo o Decreto,
por uma Junta integrante do Conselho de Recursos da Previdência Social.

Todavia, em 11 de dezembro de 2009, foi publicada a Portaria


Interministerial n. 329. O documento firmado pelos Ministérios da Fazenda e da
Previdência Social, estabelecia que a Contestação atinente ao FAP seria julgada em
caráter definitivo, ou seja, sem instância revisora, e sua análise se daria pelo
Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da
Previdência Social.

Uma vez não se dando o julgamento definitivo antes que principie a


cobrança do SAT com o impacto do FAP, restaria ao contribuinte buscar a
compensação, como aduz a mesma Portaria n. 329, o que atestava a inexistència,
segundo a Portaria, de efeito suspensivo por parte da Contestação.

Contudo, foi editado, em 03 de março de 2010, o Decreto Presidencial


de n. 7.126, que atribuiu efeito suspensivo às Contestações administrativas, mas
limitou os argumentos das contestações, exclusivamente, às razões relativas a
divergências quanto aos elementos previdenciários que compõem o cálculo do FAP.

Pois bem, nas linhas seguintes, a Impetrante fará breves comentários


• acerca do FAP, após o que demonstrará a pertinência jurídica da suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, mediante a concessão da liminar ou mesmo o
depósito do SAT impactado pelo FAP.

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ADVOGA DOS

IV — Do FATOR ACIDENTARIO DE PREVENÇÃO: PRINCIPAIS CONTORNOS

A Constituição Federal, em seu artigo 7°, inciso XXVII, assegurou a


todos os trabalhadores: "o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a possibilidade de haver indenização no caso de dolo ou
culpa."

A mesma Constituição, especificamente em seu artigo 195, inciso I,


alínea "a", com respaldo no artigo 149, previu, de forma genérica, a forma de custeio
dos benefícios concedidos pelo Regime Geral da Previdência Social no caso de
prestações acidentarias, ou seja, decorrentes de acidentes ou doenças do trabalho.

Foi com base nesse permissivo, que a Lei n° 8.212/91, através de seu
artigo 22, inciso II, previu outra espécie de contribuição a cargo das empresas sobre as
remunerações pagas mês a mês: a denominada contribuição ao SAT (Seguro Acidente
de Trabalho), hoje denominada RAT (Riscos Ambientais do Trabalho) — doravante
apenas SAT/RAT.

Em que pese diferentes e com destinos específicos, ambas as


contribuições assemelham-se, pois, devidas compulsoriamente por todas as empresas
e incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas durante o mês aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos, nas alíquotas: de 1% (para empresas em cuja
atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja leve), 2% (risco médio),
ou 3% (risco grave).

A taxação na alíquota correspondente depende da atividade


preponderante da empresa, o que não fora explicitado na Lei, mas tratou o Decreto n°
3.048/99 (Regulamento da Previdência Social) de preencher tal lacuna em seu artigo
202, § 3°, quando disciplinou que é atividade preponderante "aquela atividade que

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JrMn*A*FL.000009

CA

GADO

ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores


avulsos."

Assim, até a criação do FAP, bastava à empresa identificar sua


atividade preponderante e consultar a alíquota de SAT/RAT correspondente para aí
pagar o percentual respectivo. Nesse contexto, conclui-se que a contribuição ao SAT,
assim como as demais contribuições sociais, são lançadas por homologação, cabendo
ao sujeito passivo quantificar o valor devido e efetuar seu recolhimento.

Cabe destacar, ainda, que o mesmo artigo 22, da Lei n° 8.212/91 prevê
relevante dispositivo que permite ao Ministério da Previdência Social alterar, com base
• em estatísticas de acidentes de trabalho, o enquadramento da empresa para efeito da
contribuição ao SAT/RAT. Nesse diapasão, foi editada a Lei n° 10.666/2003, que em
seu artigo 10, assim disciplina:

"Art. 10. A allquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao
financiamento do beneficio de aposentadoria especial ou daqueles concedidos
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão
do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de


freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social."

Posteriormente, a Resolução MPS/CNPS n° 1.236/2004 (e depois a


Resolução MPS/CNPS n° 1.269/2006) aprovou a proposta que trata da flexibilização
das alíquotas do SAT/RAT com base na Lei n° 10.666/2003.

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Jrristatri .000010

A DO

ADVOGADOS

Essa Lei veio a ser regulamentada pelo Decreto n° 6.957/09, que


inseriu no Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048/99) o art. 202-A e
seus parágrafos, com a seguinte redação:

"A ri. 202-A. (omissis):


§1Q O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinco
décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais,
considerado o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado
à respectiva alíquota.
§ 22 Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput, proceder-
se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva
atividade econômica, a partir da criação de um índice composto pelos
índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos
percentis com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de
quinze por cento, respectivamente. (...)
§ 42 Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, levando-
se em conta:
I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do trabalho
informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e
de benefícios acidentários estabelecidos por nexos técnicos pela perícia médica
do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados;


11 - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-
acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de natureza
acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade da
ocorrência, como segue:
a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento;
b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e
c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e

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JFM(*AITI.000011

III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária


pagos ou devidos pela Previdência Social, apurados da seguinte forma:
a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do
trabalhador, em meses e fração de mês; e
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da
expectativa de sobrevida do segurado, na data de início do benefício, a partir da
tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística - IBGE para toda a população brasileira, considerando-se a média
nacional única para ambos os sexos. "(Decreto 3.048/99)

A Resolução n° 1.308/2009 (com posterior alteração pela Resolução n°


1.309/2009) sedimentou que o "objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condições
• de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as empresas a implementarem
políticas mais efetivas de saúde e segurança no trabalho para reduzir a
acidentalidade." "Assim, o FAP, que será recalculado periodicamente, individualizará a
alíquota de 1%, 2% ou 3% prevista no Anexo V do Regulamento da Previdência Social-
RPS majorando ou reduzindo o valor da aliquota conforme a quantidade, a
gravidade e o custo das ocorrências acidentárias em cada empresa. Portanto
com o FAP, as empresas com mais acidentes e acidentes mais graves em uma
subclasse CNAE passarão a contribuir com um valor maior, enquanto as
empresas com menor acidentalidade terão uma redução no valor de
contribuição."

• E é justamente através do resultado dessa verificação que se extrai os


respectivos índices que classificam a empresa na sua "CNAE-subclasse", senão
vejamos o que regula o parágrafo 5°, da mesma normativa:

"O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo


mês, no Diário Oficial da União, os róis dos percentis de frequência, gravidade e
custo por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas -

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A V

CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa,


com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos
que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho dentro da sua CNAE-
Subclasse."

Após essa classificação é extraído o FAP para cada contribuinte, com


base na seguinte metodologia de cálculos (Resolução 1.308/2009):

1. O CÁLCULO DO 1NDICE DE FREQÜÊNCIA é obtido da seguinte maneira:


índice de freqüência = número de acidentes registrados em cada
empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT vinculada, por nexo

• técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil);

2. O CÁLCULO DO 1NDICE DE GRAVIDADE é obtido da seguinte maneira:


índice de gravidade = (número de benefícios auxílio doença por
acidente (B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de
benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-acidente (B94) x
0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil);

3. O CÁLCULO DO INDICE DE CUSTO é obtido da seguinte maneira:


índice de custo = valor total de benefícios/valor total de remuneração
paga pelo estabelecimento aos segurados x 1.000 (mil);

• 4. GERAÇÃO DO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO- FAP POR EMPRESA

Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são atribuídos os


-

percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada um
desses índices. Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes
e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o
estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%. O percentil é
calculado com os dados ordenados de forma ascendente. O percentil de ordem para

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cada um desses índices para as empresas dessa Subclasse é dado pela fórmula
abaixo:
Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1)
Onde:
n = número de estabelecimentos na Subclasse;
Nordem=posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.

5. A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto,


atribuindo ponderações aos percentis de ordem de cada índice. O critério das
ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso maior para a
gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham maior influência no
índice composto. A freqüência recebe o segundo maior peso (0,35) garantindo que a
III freqüência da acidentalidade também seja relevante para a definição do índice
composto. Por último, o menor peso (0,15) é atribuído ao custo. Desse modo, o custo
que a acidentalidade representa faz parte do índice composto, mas sem se sobrepor à
freqüência e à gravidade. Entende-se que o elemento mais importante, preservado o
equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo social da acidentalidade. Assim, a morte ou a
invalidez de um trabalhador que recebe um benefício menor não pesará muito menos
que a morte ou a invalidez de um trabalhador que recebe um salário de benefício
maior. O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a
distribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar
de O a 2. Os valores inferiores a 0,5 receberão o valor de 0,5 que é o menor fator
acidentário. Então, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte: IC =
(0,50 x percentil de gravidade + 0,35 x percentil de freqüência + 0,15 x percentil de

custo) x 0,02;

6. O resultado obtido é o valor do FAP atribuído a essa empresa.

No caso da Impetrante, o FAP foi de 1,5773, o que representou um


acréscimo de 1,7319 na alíquota do RAT.

II

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1 C A RVA

Pelo exposto, imperioso reconhecer que, para a verificação do FAP


atribuído à Impetrante, é necessário que sejam disponibilizados pelos INSS todas as
informacões e índices que compõem o cálculo do fator, o que não vem acontecendo.

Isso porque o NORDEM (posição do índice no ordenamento da


empresa na Subclasse) — elemento indissociável da fórmula de cálculo é impossível de
ser verificado, eis que o Ministério da Previdência Social não divulga o ordenamento
completo das empresas de determinado setor, identificado pela Subclasse do CNAE,
para que a Impetrante possa proceder na verificação da exatidão do cálculo do FAP
aplicado, em que pese fixar fórmula especifica para isso.

Ora, o próprio Regulamento da Previdência Social, no parágrafo 5°, do


artigo 202-A, prevê que o "Ministério da Previdência Social publicará os elementos que
possibilitem às empresas verificar o respectivo desempenho dentro da sua CNAE-
Subclasse."

Entretanto, tais informações não foram liberadas pelo Ministério da


Previdência aos contribuintes, de modo a permitir que fossem ratificados, ou não, os
fatores lançados para cada uma das milhares de empresas no país.

V — DA INCONSTITUCIONALIDADE DO FAP — VIOLAÇÃO DO "PRINCIPIO DA ESTRITA

LEGALIDADE"

Primeiramente, importante reconhecer que a natureza jurídica tributária


das contribuições sociais é reconhecida pelos Tribunais com base na doutrina quase
unânime. Passou a ser reconhecida pelo STF, através do voto proferido pelo Ministro
Moreira Alves no julgamento do RE n° 146.733-9:

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,

"De efeito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria) a que se refere o artigo 145 para declarar que são
competentes para instituí-los a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, os artigos 148 e 149 aludem às outras duas modalidades tributárias,
para cuja instituição só a União é competente: o empréstimo compulsório e as
contribuições sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas. No tocante às
contribuições sociais - que dessas duas modalidades tributárias é a que nos
interessa para este julgamento, não só as referidas no artigo 149 — que se
subordina ao capítulo concernente ao sistema tributário nacional — têm natureza
tributária, como resulta, igualmente, da observância que devem ao disposto nos
artigos 146, III, e 150, I e III, mas também as relativas à seguridade social
previstas no artigo 195, que pertence ao título da Ordem Social. Por terem esta
natureza tributária é que o artigo 149, que determina que as contribuições
sociais observem o inciso III do artigo 150 (cuja letra b consagra o princípio da
anterioridade), exclui dessa observância as contribuições para a seguridade
social previstas no artigo 195, em conformidade com o disposto no § 6° deste
dispositivo, que, aliás, em seu § 4 0, ao admitir a instituição de outras fontes
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
determina se obedeça ao disposto no art. 154, I, norma tributária, o que reforça
o entendimento favorável à natureza tributária dessas contribuições sociais."

Assim, o caráter tributário das contribuições sociais é cristalino, por se


enquadrar no conceito de tributo.

Dentre as "contribuições sociais de seguridade social', a cargo das


empresas, podemos destacar aquela calcada no inciso II, do artigo 22, da Lei n°
8.212/91. Há três aliquotas previstas para essa contribuição social em especial, sendo
certo que as essas variam em função do grau de risco de acidentes do trabalho na

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JFMG*AtFL.000016

atividade preponderante da empresa: sendo o risco leve de 1%, risco médio de 2% e


risco grave de 3%.

Entretanto, de acordo com a Lei n° 10.666/2003 (que inaugurou o FAP


em nosso ordenamento jurídico), as alíquotas acima discriminadas poderão variar
(dependendo do multiplicador FAP que oscila num intervalo contínuo entre 0,5000 e
2,000), de acordo com o regulamento, em razão do desempenho da empresa em
relação à respectiva atividade econômica, consoante índices de freqüência, custo e
gravidade.

Assim, pode-se entender que o regulamento poderia estabelecer que a


contribuição ao RAT fosse devida, em determinados casos, à alíquota de 0,5% e, em
• outros casos, à alíquota de 6% de acordo com os índices antes citados.

Contudo, importante reconhecer que esse dispositivo é inconstitucional,


por delegar ao regulamento matéria que é reservada à Lei e, ainda que sejam
reconhecidos espaços para que o regulamento discipline a matéria, tal disciplina nunca
poderá ter o caráter vinculante das Leis.

Frisamos que, em relação ao FAP, o que ressalta aos olhos é a


previsão constitucional do inciso I, do artigo 150 da Constituição. Referido dispositivo,
abaixo transcrito, consagra o principio da legalidade estrita, fundamento basilar de
um Estado Democrático de Direito, pois, resguarda à Lei, e unicamente à Lei a

III possibilidade de instituir ou majorar tributos, de maneira que fica vedada qualquer outra
conduta nesse sentido. Vejamos:

"Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
1- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;" (destacou-se)

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• L •

OG A DO

A Constituição Federal, portanto, é clara quando dispõe que qualquer


aumento de tributo anseia por LEI que assim determine. No mesmo caminho, segue a
orientação constante do artigo 97, do Código Tributário Nacional.

E não se diga que esse dispositivo pode ser mitigado em face de


existir, no texto constitucional, determinadas previsões onde ficam consignadas a
desnecessidade de Lei para o aumento de tributos, eis que somente nos casos
expressamente previsto é que o aumento pode deixar de lado o que determina o
Inciso I, do artigo 150 acima transcrito. Esta mitigação ao principio constitucional da
legalidade, sob o ponto de vista dos tributos federais, está disposta na Constituição
Federal nos seguintes artigos:

62, 4 2° - o qual permite ao Chefe do Executivo Federal editar Medidas


Provisórias, ou seja, criar ou major tributo não por Lei, mas essa excepcional espécie
normativa;
153 § 1° - Que faculta ao Poder Executivo, nas condições
expressamente estabelecidas, alterar as allquotas do imposto de importação (153, I);
exportação (153, II); produtos industrializados — IPI (153, IV) - e IOF (153, V);
177, 4 4°. I, "b" — Que permite que o Poder Executivo reduza ou
restabeleça contribuições relativas á atividade de importação e comercialização de
petróleo, gás natural, álcool combustível e seus derivados.

Excetuando as previsões constitucionais acima indicadas, não


existem, em nosso ordenamento jurídico, outras atenuações ao Princípio da
Legalidade, pelo menos sob a ótica de Direito Tributário.

Por esse Princípio, é imperioso constarem da Lei todos os elementos


básicos para a apuração de tal índice, o que não se verifica na fixação do FAP.

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JFMG*AWL.000010

CI A VIA ACH D

ADVOGADOS

É nesse sentido que foi concedida a primeira medida liminar


suspendendo a exigibilidade da aplicação do FAP sobre o RAT, como se vê no trecho
abaixo transcrito:

"...É sob essa ótica que a Lei 10.666/03 deve ser apreciada, e, desde já, vejo
que no caso concreto, distintamente daquele meu julgamento anterior e da
decisão do STF no RE 343.446/SC, a Lei Ordinária em referência, ao delegar
fixação alíquota à fórmula variável de contribuinte para contribuinte, fixando-lhe
tão somente parâmetros máximos e mínimos que os localiza no amplo espectro
entre 0,5% e 6%, abriu o ensejo para, a partir da utilização de termos jurídicos
extremamente abertos, permitir que a imposição tributária advenha de ato
administrativo, e não legislativo, conferindo ao fisco o poder de majorar
verdadeiramente tributo por ação administrativa, e, com isso, ferindo de morte o
artigo 150, I, da Constituição Federal."

Há que se evidenciar, ainda, que pela simples análise do artigo 195, da


Constituição Federal, arquétipo do FAP (ARTIGO 22, INCISO II, DA LEI N° 8.212/92 E ARTIGO
10, DA LEI N° 10.666/2003), pode-se perceber que em nenhum momento restou
caracterizada qualquer possibilidade de alteração de alíquotas através atos infralegais.
Em não havendo previsão nesse sentido, ou seja, não constando na Constituição
Federal a possibilidade de manipulação das alíquotas por Decreto (ou regulamento),
como no caso das contribuições previstas no artigo 195, há que ser cumprida a regra
geral que é o estrito respeito à legalidade tributária, o que veda a majoração de
alíquota por outro ato legal que não seja uma Lei.
1111
Importante ressaltar, que de acordo com os argumentos tecidos até
aqui, perfeitamente afiançável que a mitigação ao princípio da legalidade estrita (no

Aça° Ordinária n° 2009.72.00.013653-9/SC — l' Vara Federal de Florianópolis/RS — Juiz red. Subst. Cláudio Roberto da Silva

j. em 03/12/2009

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, ■ A.1 ■ •■ •• •• OAN, à 7

A 11 V O C; A I) O 5

âmbito do direito tributário) diz respeito apenas a alguns casos expressamente


elencados na Constituição Federal.

Entretanto, parece claro que a contribuição social em trato não figura


dentre tais exceções a que se permite a atenuação à exigência de Lei para definição da
alíquota. Nessa esteira, desponta que a validade da remessa da tarefa de fixar a
alíquota efetiva do tributo a ato do Executivo dependeria imprescindivelmente de
previsão excepcional no bojo da Constituição.

E não se diga que a Lei n° 10.666/06, em seu artigo 10 0 , foi suficiente


em cumprir a missão da necessária veiculação da alíquota do tributo por meio da mera
estipulação de limites (máximo e mínimo) dentro dos quais há de vaguear o percentual
efetivo - ficando este ao sabor dos critérios porventura adotados pelo administrador.

O rigor do princípio constitucional da legalidade estrita, no Direito


Tributário, é tal que, para ser autorizada a exata mesma prática em que incide o artigo
10, da Lei n° 10.666/03 6 - de fixar-se por Lei formal uma alíquota básica e a partir dela
permitir ao Executivo operar majorações limitadas aos patamares da Lei - foi
necessário que a Constituição expressamente excepcionasse os respectivos casos,
precisamente como faz, por exemplo, seu artigo 153 6.

3 "Art. 10. A allquota de contribuiçâo de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do beneficio de aposentadoria
especial ou daqueles concedidos em razáo do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada, cm até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em raiá° do desempenho da empresa em relaçâo à respectiva atividade econômica. apurado em conformidade com
os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social."

6 "Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre:


1- importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
1V- produtos industrializados;
V - operações de crédito, cámbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de Lei complementar.
§1° - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condiçóes e os limites estabelecidos em lei, alterar as aliquotas dos impostos
enumerados nos incisos 1, II. IV e V.

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Isso demonstra, visivelmente, que o simples estabelecimento de limites
de flutuação da alíquota por Lei ordinária não é suficiente para atender a tipicidade
fechada exigida pela ordem constitucional vigente.

Nesse sentido, importante destacar que em caso análogo, referente à


validade da delegação efetuada pelo artigo 3° do Decreto-Lei n° 1.712/79 a órgão
administrativo para o estabelecimento de alíquota de contribuição ao IAA, assim
entendeu o Supremo Tribunal Federal:

"Contribuição devida ao Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA. - O Plenário desta

• Corte, ao julgar o RE 158.208, reconheceu a constitucionalidade, em face da


Constituição de 1967 e da Emenda Constitucional n° 1/69, da contribuição
instituída em favor do IAA pelo Decreto-Lei 308/67, alterado pelos Decretos-Leis
1.712/79 e 1.952182. - De outra parle, ao julgar o RE 214.206, esse mesmo
Plenário não só afastou, com relação a essa contribuição, a alegação de ofensa
ao artigo 149 da Constituição de 1988, mas também entendeu recebida por esta
em consonância com o disposto no artigo 34, § 5°, do ADCT, só se tendo por
incompatível com a referida Carta Magna a possibilidade de a aliquota
dessa contribuição variar ou ser fixada por autoridade administrativa, dado
o princípio da legalidade. Recurso extraordinário conhecido e provido."
(STF, RE 238.166/SP, Primeira Turma, Rel. Min° Moreira Alves, 05/06/2001)


(destacou-se)

Em outro caso, abaixo transcrito, o STF, analisando a delegação de


competência ao Executivo no caso do salário-educação (contribuição), assim ementou
seu entendimento no RE n° 290.079/SC:

"TRIBUTÁRIO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR A LEI N.°


9.424/96. ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE, EM FACE DA EC 01/69,

IR

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JFM 6 *A*FL.000021

'C H Ai HOi
5

VIGENTE QUANDO DA EDIÇÃO DO DECRETO-LEI N.° 1.422/75, POR


OFENSA AO PRINCIPIO DA ESTRITA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA,
CONSAGRADO NOS ARTS. 153, § 2°, E 178, E AO PRINCIPIO DA VEDAÇÃO
DA DELEGAÇÃO DE PODERES, PREVISTO NO ART. 6.°, PARÁGRAFO
ÚNICO. ALEGADA CONTRARIEDADE, AINDA, AO ART. 195, I, DA CF/88.
CONTRIBUIÇÃO QUE, DE RESTO, FORA REVOGADA PELO ART. 25 DO
ADCT/88. Contribuição que, na vigência da EC 01/69, foi considerada pela
jurisprudência do STF como de natureza não tributária, circunstância que a
subtraiu da incidência do princípio da legalidade estrita, não se encontrando,
então, na competência do Poder Legislativo a atribuição de fixar as alíquotas de
contribuições extratributárias. O art. 178 da Carta pretérita, por outro lado, nada
mais fez do que conferir natureza constitucional à contribuição, tal qual se
achava instituída pela Lei n° 4.440/64, cuja estipulação do respectivo quantum
debeatur por meio do sistema de compensação do custo atuarial não poderia ser
cumprida senão por meio de levantamentos feitos por agentes da Administração,
donde a fixação da allquota haver ficado a cargo do Chefe do Poder Executivo.
Critério que, todavia, não se revelava arbitrário, porque sujeito à
observância de condições e limites previstos em Lei. A CF/88 acolheu o
salário-educação, havendo mantido de forma expressa - e, portanto,
constitucionalizado -, a contribuição, então vigente, a exemplo do que fez com o
PIS-PASEP (art. 239) e com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT), valendo dizer que
a recepcionou nos termos em que a encontrou, em outubro/88. Conferiu-lhe,

• entretanto, caráter tributário, por sujeitá-la, como as demais contribuições


sociais, à norma do seu art. 149, sem prejuízo de havê-la mantido com a mesma
estrutura normativa do Decreto-Lei n .° 1.422/75 (mesma hipótese de incidência,
base de cálculo e alíquota), só não tendo subsistido à nova Carta a
delegação contida no § 2.° do seu art. 1. 0, em face de sua Incompatibilidade
com o principio da legalidade a que, de pronto, ficou circunscrita. Recurso
não conhecido." (STF, RE 290.079/SC, Pleno, ReL Min° limar Gaivão,
17/10/2001) (destacou-se)

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JFMGO*FL.000072

A DVOG A DO

Importante reconhecer, por oportuno, que o presente caso não se


equipara ao do RE n. 343.446/SC, onde o STF decidiu pela possibilidade de cometer-
se a regulamento a complementação dos conceitos de grau de risco leve, médio ou
grave para fins de enquadramento dos contribuintes do SAT nas hipóteses de
aplicação das alíquotas diferenciadas previstas na da Lei n°8.212/91, artigo 22, inciso
II. No caso citado o Tribunal considerou que teria havido a satisfatória e terminante
fixação por Lei da base de cálculo e alíquotas, impassíveis de qualquer modulação - o
que não ocorre no caso em tela.

Diferentemente, a fixação exata do valor do tributo, no caso do "RAT


• ajustado", embora encontre na Lei n° 10.666/2003 a demarcação máxima e mínima das
alíquotas, está afinal sujeita a manifestação do Poder Executivo, conforme critérios
inerentes à sua discricionariedade.

Portanto, pode-se afirmar com razão que não se está, no presente


caso, a discutir se tais normas atenderam o comando legal com maior ou menor acerto.
Cuida-se de coisa distinta: de se haver verificado que o exercício da delegação,
mediante edição de norma hierarquicamente inferior à Lei em sentido estrito, ao atuar
no estabelecimento da efetiva alíquota aplicável ao tributo em questão, invadiu o
campo da reserva absoluta de Lei ordinária, incidente especificamente na seara
tributária por força de regra constitucional. Ou seja, a Lei delegou, mesmo que não de


forma pura e ainda que estipulando limites, o que é vedado pela Constituição Federal.

Efetivamente, o que caracteriza a legalidade tributária, distinguindo-a


da legalidade geral, é exatamente seu caráter absoluto, de aversão a incompletudes e
delegações quanto aos aspectos substanciais da geração da obrigação tributária.

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JMUA*F1.000023

CARVALHO. MACHADO

O montante do tributo não é apurável segundo critérios fixados em Lei


formal, não permitindo que o contribuinte identifique o quantum da exação meramente
diante dos termos instituídos pela Lei.

Trata-se, pois, de violação à necessária completude da Lei tributária


impositiva e à imprescindibilidade do estabelecimento expresso do aspecto quantitativo
da hipótese de incidência. Evidentemente que, conforme diretrizes consignadas pelo
Princípio Estrito da Legalidade, a autoridade administrativa não pode ter o poder de
decidir o quanto é devido pelo contribuinte, haja vista que não estamos diante de algo
que possa ficar à margem da discricionariedade.

Para sedimentar, definitivamente, a assertiva supra, destaque-se o


julgado abaixo transcrito:

"CONTRIBUIÇÃO AO FUSEX. FIXAÇÃO DA ALIQUOTA POR LEI. PRINCIPIO


DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA. A Constituição concedeu às contribuições
natureza de tributo, aplicando-lhes as limitações constitucionais ao poder de
tributar, bem como as normas gerais de matéria tributária. A contribuição ao
FUSEX tem destinação específica para custear a assistência médico-hospitalar
militar, sendo cobrada compulsoriamente dos servidores militares, nos termos do
artigo 75 da Lei n° 8.237/1991. Dessa forma, a fixação da allquota dessa
contribuição por meio de Instrução Normativa ou Portaria fere o princípio


da legalidade tributária. A Constituição de 1988, a partir de 05/04/1989 (artigo
25 do ADCT) revogou tão-somente a delegação conferida pelo artigo 81 da
Lei n° 5.787/1972 ao Chefe do Poder Executivo para fixar a aliquota da
contribuição para o fundo de saúde dos militares, mantendo se aquela -

fixada pelo artigo 14 do Decreto n° 92.51211986, o qual foi recepcionado como


Lei ordinária. 14" (TRF4, AC 200771000004831, Primeira Turma, Rel. Álvaro
Eduardo Junqueira, 20/11/2007)

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V..

Nesse diapasão, cumpre enfatizar que a alíquota é uma ordem de grandeza,


estabelecida em Lei, que combinada à base imponível, estipula o quantum a recolher a
título de obrigação tributária. Daí, a conclusão que se tira é a de que só a base
imponível não é suficiente para determinar o montante devido, o que torna explícito que
a alíquota é integrante do núcleo do tributo, importando, eventualmente, aumento de
tributo, por isso que incidente o artigo 150, I, da Constituição Federal, o qual cuidou de
limitar o poder de tributar do Estado.

Nesse contexto, há que se enfatizar a inconstitucionalidade perpetrada pelo


Poder Público. Isso porque, analisando-se o artigo 10, da Lei n° 10.666/06, já citado,
constata-se que o mesmo não esgota a fixação da alíquota, a qual anseia por
complementação através de atos do Executivo, o que caracteriza a violação de campo
reservado exclusivamente à Lei ordinária.

Trata-se do princípio da estrita legalidade tributária que, nos ensinamentos de


Paulo de Barros Carvalho, em seu artigo denominado "Os princípios Constitucionais
Tributários no Sistema Positivo Brasileiro" 7 : assim refere-se ao dispositivo do inciso I,
do artigo 150: "Vejamos, por exemplo, o princípio da estrita legalidade, cravado na
redação do art. 150, I, da Lei Maior. Tal diretriz aponta para a necessidade
impostergável de que a entidade seja criada ou majorada por Lei."

Ora, as edições de diversos Decretos e Portarias no âmbito do FAP, pelo Poder


Executivo, extrapolaram os limites do poder de tributar, pois, tais Decretos e Portarias,
por encamparem em seu conteúdo disposições, ditas, praeter legam, acabaram a
configurar invasão imprópria do Poder executivo em seara de exclusiva competência
do Legislativo.

Na mesma linha de raciocínio, vale trazer à baila as lições de Roque Antonio


Carrazza 8: "No Estado de Direito o Legislativo detém a exclusividade de editar normas

7 Curso de Iniciação em Direito Tributário, Dialética, Sào Paulo: 2004, Coordenadores Aires F. Barreto c Eduardo Domingos
%nano, p. 26.
8 CARRAZA, Roque Antonio, Curso de Direito Constitucional Tributário. Malheiros, Sito Paulo: 2003, p. 215.

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jurídicas que fazem nascerem, para todas as pessoas, deveres e obrigações."
Continua, "no Brasil, só a Lei pode compelir as pessoas a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa." Por fim, termina nos ensinando: "O princípio da legalidade é uma das
mais importantes colunas sobre as quais se assenta o edifício do Direito Tributário. A
raiz de todo ato administrativo tributário deve encontrar-se numa norma legal, nos
termos expressos do art. 5°, II, da Constituição da república. Muito bem. Bastaria este
dispositivo constitucional para que tranquilamente pudéssemos afirmar que, no Brasil,
ninguém pode ser obrigado a pagar um tributo ou cumprir um dever instrumental
tributário que não tenha sido criado por meio de Lei, da pessoa política competente, é
obvio. Mas o legislador constituinte, empenhado em acautelar direitos dos
contribuintes, foi mais além: deixou estampada esta idéia noutra passagem da Carla
Magna, nomeadamente em seu artigo 150, I. " 9

"Não é por outro motivo que se tem sustentado que em nosso ordenamento
jurídico vige, mais do que o princípio da legalidade tributária, o princípio da estrita
legalidade. Aliás, hoje mais do que nunca, juristas de torno têm feito empenho no
sentido de que os tributos só podem ser criados ou aumentados por meio de Lei
ordinária, exceção feita aos empréstimos compulsórios, aos impostos residuais da
União e as contribuições sociais previstas no parágrafo 4° do art. 195 da CF que
demandam Lei complementar."

Sob esses termos, considerando os argumentos até aqui traçados,


concluí-se que a tipificação legal da hipótese de incidência da exação denominada FAP
é inconstitucional, notadamente pela ofensa às disposições constantes do artigo 5°, II e
150, I da Constituição Federal.

Assim, resta demonstrada a inconstitucionalidade da majoração da


contribuição prevista no inciso II, da Lei 8.212/91, através das Portarias, Resoluções e
Decretos que instituíram o FAP, o que justifica a concessão da segurança pretendida, a

9 CARRAZZA, Roque Antonio. Op cit. p. 219.

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A I)v AL Li5

fim de que, através do controle difuso de constitucionalidade, seja declarado


inconstitucional o fator em debate.

VI — Da Inconstitucionalidade do FAP em face da natureza jurídica de


sanção atribuída à Contribuição SAT/RAT ajustada

Conforme argumentos anteriormente tecidos, o RAT tem respaldo


constitucional, cuja natureza jurídica remete a contribuição social prevista no inciso II,
do artigo 22, da Lei n° 8.212/91.

Além disso, cabe frisar, mais uma vez, que a natureza jurídica
tributárias das contribuições sociais já foram definidas em nosso Tribunal Supremo, o
que nos leva a crer que as contribuições ao SAT/RAT (ajustadas pelo FAP) são
espécie de tributo. Como se sabe, porém, tributo não é sanção de ato ilícito e, destarte,
não poderia, a contribuição em comento, macular-se como sanção em matéria
acidentária.

Os contornos do conceito de tributo são constitucionais, sendo certo


que nenhuma Lei pode alargá-lo, reduzi-lo ou modificá-lo.

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 3 0 , preceituou TRIBUTO


como "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada." O conceito legal coincide com o
doutrinário, que é extraído do direito positivo, no caso, o constitucional, já que tributo é
conceito que decorrer da própria Constituição.

Ora, os tributos nascem independentemente da vontade das partes,


mediante ocorrência de um fato jurídico lícito que se define como obrigação tributária

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JFMG*Arl .000027
• 11,- ■-■

A It O A I) O

legal, pecuniária em favor de uma pessoa pública. Ou seja, tributo não é sanção por
violação de nenhum preceito, nem reparação patrimonial.

No caso do FAP, sabe-se que através do permissivo constante da Lei


n° 10.666/03, as alíquotas do SAT/RAT, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial, puderam ser reduzidas ou até aumentadas, em razão do
desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica.

Sabe-se, também, que esse desempenho para fins de redução ou


aumento da alíquota contributiva, é aferido pela quantidade de acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais que acometeram seus empregados e trabalhadores avulsos,
bem como o quanto tais fatos custaram para os cofres da Previdência.

A própria Resolução n° 1.308/2009 consignou que o "objetivo do FAP é


incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando
as empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e segurança no
trabalho para reduzir a acidentalidade."

Nesse contexto, notório reconhecer que a majoração das allquotas de


SAT/RAT, pelo FAP depende, ocorrer de forma diretamente proporcional A QUANTIDADE,

A GRAVIDADE E O CUSTO DAS OCORRÈNCIAS ACIDENTÁRIAS EM CADA EMPRESA EM

PARTICULAR.

Diante disto, pode-se dizer que as empresas com maior número de


acidentes de trabalho terão que contribuir com um valor maior, enquanto as empresas
com menor acidentalidade terão uma redução no valor de contribuição.

Cabe destacar, ainda, que na própria exposição de motivos da MP n°


83/02, o então Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social propôs a criação
do FAP para que as empresas pudessem ser responsabilizadas pelas conseqüências

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A OVO A O

das enfermidades contraídas e acidentes do trabalho sofridos pelos empregados_haja


vista que assumem elas os riscos da atividade econômica. E, para isso, o FAP é
determinado após uma avaliação individual, na qual serão observados índices de
freqüência, gravidade e custo dentro de cada empresa em particular.

Partindo da assertiva supra, importante reconhecer que o FAP, no


tocante ao acréscimo na alíquota de RAT, tem natureza jurídica de sanção. Isso
porque, é notória a determinação de fator agravante do tributo para fins de punição de
empresas que apresentam altos índices de freqüência, gravidade e custo. Isso é
inconstitucional, haja vista que a contribuição denominada SAT/RAT tem natureza
tributária e, portanto, não pode ser usada como meio de punição.

Assim, conclui-se que a instituição do FAP, para viabilizar a


progressividade das alíquotas da contribuição social, na forma de coeficiente a ser
multiplicado por suas alíquotas básicas, tem caráter meramente punitivo, o que
desnatura a natureza jurídica de tributo a chancela a contribuição ajustada pelo FAP de
inconstitucional, uma vez que viola o conceito constitucional de tributo.

Importante destacar, por oportuno, o ensinamento de GERALDO


ATALIBA" com relação à matéria posta em julgamento, vejamos:

"Juridicamente define-se tributo como obrigação jurídica pecuniária, ex lega, que


não se constitui em sanção de ato ilícito, cujo sujeito ativo é pessoa pública (ou
delegado por Lei desta), e cujo sujeito passivo é alguém nessa situação posta
pela vontade da Lei, obedecidos os desígnios constitucionais (explícitos ou
implícitos). O conceito formulado tem o mérito de — pela cláusula excludente das
obrigações que configurem sanção de ato ilícito — evitar a abrangência também
das multas, as quais, doutra forma, ver-se-iam nele compreendidas."

ATALIBA, Geraldo; Hipótese de Incidência Tributária. Malheiros: São Paulo, 6' edição, 2003, p. 3$.

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Ora, no Brasil a minuciosa e estrita disciplina constitucional do direito
tributário, e suas competências, retira toda a liberdade do legislador no fixar aspectos
das hipóteses de incidência tributária. Por conta disso, permitir que no caso concreto, a
contribuição ajustada pelo FAP guarde características de punição é o mesmo que
permear os padrões constitucionais, caracterizando desvio de poder.

E não se diga que o FAP não se reveste das características de sanção.


Isso, pois, pela simples Leitura do que explicita o Decreto n° 3.048/99 constata-se que
o fator a ser definido para cada empresa em particular leva em conta o "desempenho
da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, a partir da criaçâo de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo". Para a apuração dos
índices leva-se em conta a quantidade de acidentes e doenças do trabalho
(quanto mais, mais elevado o FAP); tipos de afastamentos (quando mais grave o fato,
mas alto o fator multiplicador); e o custo para o INSS (ou seja, quanto mais o INSS
gastou, mas a empresa terá que pagar a título de contribuição ajustada).

Mais uma vez, vale frisar que quando da edição da Medida Provisória
n° 83 de 2002, na exposição dos motivos, ficou consagrado que o aumento da
contribuição ajustada pelo FAP decorre de responsabilidade da empresa que "assume
o risco da atividade econômica e deve responsabilizar-se pelas conseqüências das
enfermidades contraídas e acidentes do trabalho sofridos pelos empregados."

• Ora, é evidente o caráter punitivo (sanção) do FAP, uma vez que sua
majoração é decorrência direta do desempenho da empresa na contabilização de
acidentes e doenças do trabalho. É resposta específica à violação, ou seja, reação do
ordenamento ante a violação do dever jurídico de prevenção dos acidentes de trabalho,
ou ainda no tocante a preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores.

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'

A 0

O próprio site da previdência social deixa claro o caráter sancionador


do FAP quando elege a seguinte explicação para conceituar o fator multiplicador:

"A metodologia aprovada busca bonificar aqueles empregadores que tenham


feito um trabalho intenso nas melhorias ambientais em seus postos de trabalho e
apresentado no último período menores índices de acidenta/idade e ao mesmo
tempo, aumentar a cobrança daquelas empresas que tenham apresentado
índices de acidentalidade superiores à média de seu setor econômico"
(destacou-se) 11

Destarte, considerando que o arquétipo do conceito de tributo é


constitucional, ou seja, sua definição se extrai do direito positivo constitucional, pode-se
concluir que a violação ao conceito desnatura sua estruturação acarretando, por
conseqüência, na inconstitucionalidade da exação denominada FAP.

VI.1 — Da indisponibilidade de informações para a conferência do FAP.

Com base na afirmação acima, pode-se dizer que um dos aspectos


mais controvertidos da metodologia de cálculo do FAP é o fato, justamente, de não ser
possível realizar a conferência dos "percentis de ordem" imputados à ora à
Impetrante, já que essa informação não é divulgada, o que se traduz em uma falta de
clareza e publicidade dos elementos do cálculo.

Na metodologia estabelecida pelas Resoluções n° 1.308 e 1.309,


ambas e 2009, temos que as regras para o cálculo dos índices de freqüência,
gravidade e custo são claras e passíveis de conferência com os dados internos, já que
as CAT's emitidas e os benefícios concedidos, bem como a massa salarial e o número

II http://www2.dataprev.gov.br/fap/fap.htm

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JFMG*Ar1.000031

médio de vínculos podem ser checados através dos controles e documentos emitidos
pelas própria Impetrante.

Não obstante, é impossível que se apure os reais "percentis de ordem"


aplicados à Impetrante, eis que esses dados, ou seja, a lista completa dos índices de
cada empresa integrante da CNAE, de onde se pode extrair o intitulado "Nordem" para
a apuração do FAP, não estão disponíveis para consulta.

Essa informação é fundamental para conferir clareza e precisão à


metodologia de cálculo, e sem ela é impossível alcançar o fim a que se destina o FAP
quando criado, que seria o incentivo fiscal às políticas de prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais no âmbito da empresa.

A importância da disponibilização do "Nordem", por empresa, para os


cálculos do FAP, pode ser demonstrada pelo que disciplina o item 2.4, da Resolução
MPS/CNPS n° 1.038/2009:

`2.4 Geração do Fator Acidentário de Prevenção- FAP por Empresa - Após o


cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são atribuídos os
percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada
um desses índices. Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de
acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor


percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%.
O percentil é calculado com os dados ordenados de forma ascendente. O
percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa
Subclasse é dado pela fórmula abaixo: Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1);
Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse; Nordem=posição do
índice no ordenamento da empresa na Subclasse.
A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto, atribuindo
ponderações aos percentis de ordem de cada índice. O critério das ponderações

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
JFMG*A*Ft.000032

para a criação do índice composto pretende dar o peso maior para a gravidade
(0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham maior influência no
índice composto. A freqüência recebe o segundo maior peso (0,35) garantindo
que a freqüência da acidenta/idade também seja relevante para a definição do
índice composto. Por último, o menor peso (0,15) é atribuído ao custo. Desse
modo, o custo que a acidenta/idade representa faz parte do índice composto,
mas sem se sobrepor à freqüência e à gravidade. Entende-se que o elemento
mais importante, preservado o equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo social da
acidenta/idade. Assim, a morte ou a invalidez de um trabalhador que recebe um
benefício menor não pesará muito menos que a morte ou a invalidez de um
trabalhador que recebe um salário de benefício maior."

• Como visto, a metodologia de cálculo do FAP tem como elemento o


número de ordem do contribuinte no uranking" das empresas da mesma subclasse da
CNAE (nordem). Para que a empresa possa ter conhecimento de sua posição nessa
classificação, e ainda se está em conformidade com a considerada pelo Ministério da
Previdência Social na determinação do FAP, precisa ter informações sobre o
desempenho das demais empresas da mesma subclasse da CNAE, o que não fora
disponibilizado.

Essa indisponibilidade dos índices de cada empresa que compõe a


mesma subclasse da CNAE desnatura a possibilidade de autenticação dos fatores


(FAP), eis que fica inviável contestar ou mesmo ter ciência do nordem atribuído.

Neste prisma, não há possibilidade para que o contribuinte verifique


sua subclasse da CNAE e também se é ela efetivamente composta pelo número de
empresas informado pelo Ministério da Previdência Social; se está correto o número de
ordem que lhe foi atribuído; e se todas as empresas contidas na subclasse
efetivamente desempenham a mesma atividade econômica.

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.06 ■ ai.....)

Cabe realçar o fato de que, como a composição de cada subclasse


CNAE é retirada da declaração feita por cada empresa, através da GFIP, existe o risco
de que empresas que não efetuam a mesma atividade econômica estejam sendo
comparadas.

Com efeito, se uma empresa, por equívoco, declara uma atividade


preponderante diferente da realmente vinculada a sua atividade, esta poderá estar
determinando de forma deturpada os parâmetros de classificação da subclasse.

Importante destacar, também, que essa deturpação pode ocorrer se


uma, ou mais empresas, forem negligentes na informação dos eventos acidentários
vinculados. Ou ainda, se no processamento das informações, a Previdência Social
tenha cometido algum erro, incluindo empresas numa subclasse que não a pertinente à
sua atividade.

A gravidade dessa possibilidade de deturpação por equívocos é


reconhecida, de forma indireta, pela própria Previdência Social, ao dispor que uma
empresa com números baixos de eventos pode ter um FAP majorado simplesmente
pelo critério de comparação com as outras empresas de sua subclasse. A assertiva
supra pode ser facilmente comprovada pela simples análise das "perguntas e
respostas" disponibilizadas pelo Ministério da Previdência Socia1 12:

• "44. Os elementos de cálculo do FAP apresentados para minha empresa


são relevantemente baixos e ainda assim o FAP calculado é superior a
1,0000. Isto é possível?
A metodologia do FAP pretende demonstrar como está o ambiente labora! de
cada empresa em relação às demais empresas que tenham a mesma atividade
preponderante. Podem existir empresas onde a acidentalidade e o número de

12 tato://wwwldataorev.gov.br/faa/FaqM P.odf

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SMG*A*FI.000034

benefícios acidentários não são elevados e apresentem valores de percentis de


ordem de freqüência, gravidade e custos acima da média, isso ocorre porque a
geração dos róis (cada índice ordenado de forma ascendente — do menor para o
maior) está diretamente relacionada à sua Subclasse da CNAE (enquadramento
da atividade preponderante), e portanto a empresa pode se posicionar nas
últimas posições por ter, nesta mesma Sub Classe, empresas com índices de
freqüência, gravidade e custo ainda mais baixos."

Nesse contexto, tendo em vista que o cálculo do FAP parte do


desempenho do contribuinte na sua subclasse da CNAE, por meio do cálculo
comparativo entre as empresas que desempenham a mesma atividade econômica, é
imprescindível a transparência nas informações, de forma que o contribuinte tenha
segurança de que a composição da subclasse e a sua classificação nesta estão
corretas.

E mais! Por esta metodologia de apuração, nem mesmo as empresas


com índices de acidentalidade zerados podem ser premiadas com a redução do
imposto pelo fato de estar empatada em primeiro lugar, o que destoa totalmente do
objetivo do instituto do FAP em si, como se vê outra resposta a perguntas extraída do
site da Previdência Social":

"67. Porque todos os elementos de cálculo (número de registros de

• acidentes, de doenças do trabalho, de auxilias-doença, aposentadoria por


invalidez, pensão por morte e auxilio-acidente) da empresa estão zerados e
aposição no rol de freqüência, gravidade e custo não é a primeira?
A posição da empresa em cada grupo de índices dentro de uma determinada
Sub Classe da CNAE é obtida a partir da ordenação de forma ascendente (do
menor para o maior).

htlp://muw2.dataorev.gov.br/faaffauFAP,Ddf

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JrMG*Arl .000035

A I) NI O G A I) O 5

Nos casos de empate, a posição no rol será calculada, de forma a promover a


distribuição bonus x malus (essência da metodologia do FAP), da seguinte
forma:

Hipótese - supondo uma CNAE Sub Classe com 2000 empresas,

Caso 1) 201 empresas empatadas na primeira posição (todos os elementos de


cálculo, correspondentes aos numerados das fórmulas de índice, estão zerados)
— A posição de cada uma destas empresas no rol de cada índice será igual e
dada pela posição média, ou seja, Nordem = (001 + 002 + + 201)1201 = 101.
É importante esclarecer que a próxima empresa, no rol, ocupará a posição 202;

Caso 2) Na ordenação das empresas em um dos índices, dentro da Sub Classe


da CNAE, houve empate de valores dos índices (seja freqüência, gravidade ou
custo) - Supondo que sejam 6 empresas empatadas na posição 801. Estas
empresas aglutinadas nesta posição implicarão que a próxima empresa esteja
na posição 807.

A posição das 6 empresas (Nordem) empatadas na posição 801 equivalerá à


posição média ((801+802+803+804+805+806)/6 = 803,5).

Exemplo de cálculo — Supondo uma Sub Classe da CNAE com 600 empresas e


que 400 delas tenham todos os índices calculados (freqüência, gravidade e
custo) iguais a O (zero), o cálculo dos Percentis de Ordem equivalerá a

a) Percentil de Ordem de Freqüência = 100 * (Nordem - 1)/(n-1) = 100 * (Nordem


- 1)1 (600 - 1). Neste caso o Nordem do quesito freqüência será dado pela
posição média da empresa = (001 + 002 + 003 + + 399 + 400)1400 =
80.200/400 = 200,5, então teremos - Percentil de Ordem de Freqüência = 100 *
(200,5- 1)1(600 - 1) = 19.950/599 = 33,31;

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b) Percentil de Ordem de Gravidade = 100 * (Nordem - 1)/(n-1) = 100 " (Nordem
- 1)/ (600 - 1), Neste caso o Nordem do quesito gravidade será dado pela
posição média da empresa = (001 + 002 + 003 + + 399 + 400)1400 =
80.200/400 = 200,5, então teremos Percentil de Ordem de Gravidade = 100 *
(200,5- 1)1 (600 - 1) = 19.950/599 = 33,31;

c) Percentil de Ordem de Custo = 100 * (Nordem - 1)/(n-1) = 100 * (Nordem - 1)/


(600 - 1). Neste caso o Nordem do quesito custo será dado pela posição média
da empresa = (001 + 002 + 003 + + 399 + 400)1400 = 80.200/400 = 200,5,
então teremos - Percentil de Ordem de Custo = 100 " (200,5 - 1)/ (600 - 1) =
19.950/599 = 33,31.

Todas as 400 empresas terão Percentis de Ordem de Freqüência, de Gravidade


e de Custo iguais e equivalente a 33,31, logo o valor do índice Composto
equivalerá a 1C = (Percentil de Ordem de Freqüência * 0,35 + Percentil de
Ordem de Gravidade * 0,50 + Percentil de Ordem de Custo * 0,15) * 0,02 =
(33,31'0,35 + 33,310,50 + 33, 31"0,15) *0,02 = (33,31)*0,02 = 0,66611. Como o
FAP deve flutuar entre 0,5 e 2,0 (exceto primeiro ano de vigência que será entre
0,5 e 1,75) temos: FAP = 0,5 + 0,5 * IC = 0,5 + 0,50,66611 = 0,8331. Ou seja,
as 400 empresas tem valor de FAP calculado igual a 0,8331 (bonus). (inserido
em 24/11/2009)

• Veja que, por esse critério, mesmo que a empresa tenha efetuado
todos os investimentos possíveis em termos de saúde e segurança do trabalhador,
jamais poderá receber a bonificação do FAP reduzido ao máximo, pelo simples fato de
que várias empresas também tiveram acidentalidade zero, sem que se saiba qual o
critério de desempate que considere esta ou aquela empresa como em primeiro lugar.

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ti
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JFMCM*FL.000037

De outra banda, temos que o espírito da Lei é premiar TODAS as


empresas que tiveram reduzida infortunística, não somente aquele que esteja em
primeiro lugar. Afinal, não se trata aqui de um concurso, mas sim de um incentivo fiscal
às boas práticas em termos de segurança do trabalho que visam reduzir o desembolso
compulsório com o custeio dos benefícios de natureza acidentária a quem pouco ou
nada custa ao INSS.

Dado esses fatos, é de se constatar que o FAP apontado à Impetrante


não é consistente e, portanto, carece de exigibilidade por afrontar os Princípios
inerentes à Administração Pública, esculpidos na Constituição Federal e no artigo 2°,
da Lei n° 9.784/99 que ora se transcreve:

"Art. 22 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, co^!raditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência."

Além disso, cabe frisar que o prévio conhecimento, pelo sujeito


passivo, dos fundamentos, da natureza e da extensão das prestações cujo
cumprimento lhe está sendo exigido constitui essencial condição de validade do
processo administrativo tributário, ou seja, o "direito do conhecimento" é algo
indispensável ao contribuinte e inerente à função administrativa, de modo que não se
pode admitir informações incompletas ou não prestadas de forma clara, como

• aceitáveis.

Observe-se, a propósito, que o dever de informar a cargo da


Administração assegura ao sujeito passivo o acesso a todos os elementos que
compõem a obrigação a ele imputada. E mais! Reflete-se na impossibilidade de levar
em conta dados e informações que não figurem no processo ou cujo conhecimento não
haja sido expressamente franqueado a quem o deva.

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CA RVA L

AO V O C A D O

Se a Administração Pública não revela seus arquivos sobre


determinado fato suscitado pelo interessado, não pode validamente tomar, contra ele,
providências com base em informação que o Administrado desconhece.

Ora, a obrigação de informar os dados de forma completa,


possibilitando, assim, aos contribuintes a oportunidade de verificar a veracidade do
FAP, é obrigação atribuída à Administração Pública pelo § 5 0 do art. 202-A do Decreto
n° 3.048/99.

Por tais argumentos, importante reconhecer que não havendo


condições da Impetrante atestar a exatidão dos "percentis de ordem" a ela
aplicados, uma vez que tal informação não fora disponibilizada pela autoridade
administrativa, a violação ao ordenamento jurídico é patente e merece guarida do
Poder Judiciário.

Isso porque, a simples informação dos indicadores da empresa não é


suficiente para garantir a lisura do FAP atribuído a Impetrante.

Ora, onde estão e quem são as outras empresas? Como estão


classificadas as demais empresas do mesmo CNAE? Em que lugar está a Impetrante?
Essas e outras respostas são indispensáveis para que o FAP seja
verdadeiramente aferido pela Impetrante.

• A metodologia de cálculo do fator, pelo que disciplina a Resolução


MPS/CNPS n° 1.308/2009, é a de que após o cálculo dos índices de freqüência,
gravidade e custo, são atribuídos os upercentis de ordem" para as empresas por setor
(subclasse da CNAE). A empresa com menor upercentil" de freqüência (por exemplo)
de acidentes e doenças do trabalho no setor recebe o menor percentual e o
estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%.

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JF1IG*A*FL.000039

Nesse contexto, a fórmula de cálculo elaborada pela Previdência tem


um início, que se dá pela verificação dos índices, um meio, que é a transformação
desses índices em percentis de ordem, e um fim, que é a transformação desses
percentis no Fator Acidentário de Prevenção, o FAP.

Não obstante, o meio do cálculo é impossível de ser realizado porque


não existe como saber a posição da empresa no ordenamento de sua subclasse do
CNAEI

Dessa forma, pode-se assentar que a desobediência a essas


exigências constitui causa de visceral nulidade do procedimento que culminou no FAP
• da Impetrante, a exemplo do que ocorre no Judiciário, como, aliás, o Supremo Tribunal
Federal (STF) já teve a oportunidade de se manifestar através do voto do Ministro
Marco Aurélio, no RE n° 1579051SP, destaque-se:

"0 maior vício que pode macular um processo, seja ele administrativo ou não, é
o da ausência de conhecimento pela parte envolvida. O exercício do lídimo
direito de defesa pressupõe a ciência do procedimento em curso, e esta, tanto
quanto possível, há de ocorrer observada a pessoalidade." (RE 157905, Relator
Min° MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/1997, DJ 25-09-1998
PP-00020 EMENT VOL-01924-02 PP-00221)

• Nesse diapasão, tem-se que o direito de defesa não poderia ter sido
excepcionado em face da não divulgação de informações indispensáveis ao cálculo do
FAP da Impetrante, até porque, qualquer equívoco acarreta a diminuição do patrimônio
da contribuinte.

Por conta disso, requer a Impetrante seja declarado nulo o


procedimento adotado pela Previdência Social para o cálculo do FAP, afastando, por
conseqüência, a obrigação de se pagar a contribuição ao SAT, com os ajustes

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
A VO G A

promovidos pelo FAP, por ser essa questão mais acertada em face dos erros
perpetrados pela Previdência Social.

VI - Dos REQUISITOS PARA O DEFERIMENTO DA LIMINAR

Consoante o artigo 7 0 da Lei n. 12.016/09, poderá o juízo suspender os


efeitos do ato impugnado sempre que estiverem presentes a relevância da
fundamentação (plausibilidade jurídica das razões aduzidas na exordial) e o risco
decorrente da demora. In casu, ambos os requisitos foram comprovados.

Quanto à plausibilidade jurídica, tem-se que o FAP é decisivo no


tocante ao aspecto quantitativo do tributo a ser recolhido (contribuição ao SAT) e que,
tal qual delineada, a sistemática do FAP contrarie uma série de alicerces jurídicos, algo
que, decerto, não será convalidado por este esclarecido juízo

No que pertine ao risco inerente ao transcurso do tempo, este


resplandece na inconveniência de desembolsos indevidos, que irão descapitalizar a
Impetrante. E mais, serão desembolsos sucessivos, pois mensalmente ocorrerão.
Assim, por se basearem na folha de pagamentos, quanto mais a Impetrante
empregarem, maiores serão os impactos, algo desestimulante à contratação formal e,
por isto, contrário a qualquer política de democratização do emprego.

Realmente, cabível anotar ser a busca do pleno emprego um dos


princípios da Ordem Econômica, não significando que não possa haver
• desempregados, embora seja desejável, mas sim que todos os esforços devam ser
empreendidos, por governos e sociedade, a fim de que mais pessoas estejam
empregadas e em situação cada vez mais digna.

38

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
Como a descrita sistemática do FAP constitui um desestímulo à
formalização dos postos de trabalho, tem-se que contraria a Constituição Federal,
especialmente em seu artigo 170, VI11 14.

Por outro lado, se a Impetrante, sem respaldo iudicial, se recusar a


recolher o SAT naquilo que restou majorado pelo FAP, não terá acesso à certidão de
regularidade fiscal, documento indispensável em seu cotidiano. Ademais, advirão
autuações, Execuções Fiscais, constrição de patrimônio, dentre outros efeitos danosos
aos quais a Impetrante não podem se expor, mesmo porque, trata-se de empresa que
negocia com órgãos públicos.

Deveras, conquanto indevida a cobrança da contribuição ajustada pelo


FAP, por força do poder/dever funcional previsto no artigo 142, do CTN, as autoridades
fiscais, caso a Impetrante deixe de recolher a contribuição em tela, irão imediatamente
exigir o crédito tributário e impor toda sorte de sanções e medidas coercitivas.

Dal porque o writ é impetrado em caráter preventivo, objetivando sejam


as autoridades fiscais impedidas de aplicar as temidas sanções e medidas coercitivas.


14 "Art. 170. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
VIII - busca do pleno emprego;"

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CIA

VIII— DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, a Impetrante requer a Vossa Excelência,


seja:

a) Concedida a MEDIDA LIMINAR, inaudita altera pars, assegurando-


se o direito líquido e certo de

I. ver suspenso a exigibilidade da aplicação do Fator Acidentário de


Prevenção sobre a alíquota do RAT devida pela Impetrante sobre as remunerações
pagas mensalmente a seus empregados e os trabalhadores avulsos eventualmente
contratados;

II. sucessivamente 15, seja deferido à Impetrante o direito de depositar


os valores controversos em juízo;

ill. não sofrer a aplicação de sanções fiscais e medidas coercitivas de


qualquer natureza por parte da Autoridade Coatora e seus agentes, em razão do não
recolhimento da contribuição denominada SAT/RAT, ajustada pelo FAP;

111 b) Notificada a Autoridade Impetrada para que preste as informações


necessárias e pertinentes;

c) Após, ouvido o Ministério Público Federal, e

15 Código de Processo Civil:


"Art. 289. É licito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, cm
no podendo acolher o anterior."

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d) Ao final, seja concedida a segurança pleiteada, reconhecendo-se,
assim, o direito da Impetrante de eximir-se do pagamento da contribuição denominada
SAT/RAT ajustada pelo FAP, em face das irregularidades e inconstitucionalidades
elencadas ao longo da presente peça, bem como o direito à compensação dos valores
recolhidos desde o início da cobrança do SAT/RAT impactado pelo FAP, devidamente
atualizados pelos índices oficiais.;

Requer, por fim, que as publicações processuais se realizem em


nome dos advogados Abílio Machado Neto (OAB/MG 44.068) e Leonardo Guedes
de Carvalho (OAB/MG 67.539), sob pena de nulidade.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Belo Horizonte, 13 de abril de 2010.

eto
MG 44.068

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FAP - Consulta Dados do Processamento por Empresa Page 1 of
JP16tt".1 .000044

Empresa

Nome Empresarial: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA


CNPJ Raiz: 17324203 FAP: 1,5773
Endereço: Dom Pedro Il 2275, Pedro Il
Belo Horizonte - Minas Gerais
CEP: 30710-010

Massa Salarial: R$ 7.685.883,39

Dados que compuseram o cálculo do FAP conforme resoluções CNPS 1308/ 2009 e
1309/2009

Registros de acidentes do trabalho: 19H Registros de doenças do trabalho:


Auxílio-doença por acidente de trabalho - Aposentadoria por Invalidez em acidente


B91: de trabalho - B92:
Pensão por morte por acidente de Auxílio-acidente por acidente de trabalho
trabalho - 893: OP - 894:
Valor Total de Benefícios Pagos: 0,00 Número Médio de Vinculos:
Total de empresas na CNAE subclasse: 5.077

Indicadores da Empresa

Freqüência: 52 Percentil de Ordem de Freqüência. 96,63


Gravidade: 1 Percentil de Ordem de Gravidade: 95,00
Custo: o Percentll de Ordem de Custo: 47,78
Taxa Média de Rotatividade: 49
I Voltar

Copyright 2008 - DATAPREV

http://www2.dataprev.gov.br/p1s/fap/pkg_cfc_geral.pr_exibe_empresa 25/03/21)10

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JFMG*WL.000045

PROCURAÇÃO

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o n. 17.324.203/0001-36, estabelecida na Av. Dom Pedro II,
2275, Município de Belo Horizonte— MG, CEP 30.710-010.

OUTORGADO(S): CARVALHO, MACHADO E MUSSY — ADVOGADOS,


sociedade de advogados regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do
Brasil, Seção de Minas Gerais, sob o n° 1.659, e no CNPJ/MF sob o n°
05.869.468/0001-30, com sede na cidade de Belo Horizonte, MG, na Rua Rio de
Janeiro, 2.702, 11° andar, Bairro de Lourdes, CEP 30.160-042, e os advogados
LEONARDO GUEDES DE CARVALHO, inscrito na OAB/MG, sob o n° 67.539,
ABÍLIO MACHADO NETO, inscrito na OAB/MG sob o n° 44.068, ANDRÉ MUSSY
DE SOUZA ALMEIDA, inscrito na OAB/MG sob o n° 83.131 e ANA ISABEL
CAMPOS PORTUGAL, inscrita na OAB/MG sob o n° 76.843.

PODERES: Por este instrumento particular de mandato, os outorgantes nomeiam


e constituem seus procuradores os advogados acima qualificados, concedendo-
lhes poderes ad e extra juditia, e mais os poderes de transigir, desistir, firmar
compromissos, fazer acordos, receber e dar quitação, recorrer para qualquer
instância ou Tribunal, podendo, ainda, substabelecer esta procuração com ou sem
reserva de poderes e, especialmente, ajuizarem ação com vistas à discussão
sobre o Fator Acidentário de Prevencão — FAP.

Pará de Minas/MG, 25 de março de 2010

CERÂMIC EUNIDA

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Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral - Impressão Page 1 of 1

Receita Federal
JFMG*A*FL.000046

Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral

Contribuinte,

Confira os dados de Identificação da Pessoa Jurídica e, se houver qualquer divergência, providencie junto à
RFB a sua atualização cadastral.

, REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JUR1DICA
NÚMERO DE INSCRIÇÃO DATA DE ABERTUFtA
17.324.203/0001-38
COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO E DE SITUAÇÃO 18/04/1988
MATRIZ CADASTRAL
NOME EMPRESARIAL
CEFtAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA

I TITULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA)


I

I CO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA PRINCIPAL


47.44-0-05 - Comércio varejista de materiais de construção não especificados anteriormente I

CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÓMICAS SECUNDÁRIAS


Não Informada

CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURIDICA


208-2 - SOCIEDADE EMPRESARIA LIMITADA

LOGRADOURO NÚMERO COMPLEMENTO


AV DOM PEDRO II 2275

CEP BAIRRO/DISTRITO MUNICIPIO UF


30.710-010 PEDRO II BELO HORIZONTE MG

SITUAÇÃO CADASTRAI. DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAI.


ATIVA 0311112005

MOTIVO DE SITUAÇÃO CADASTRAL

SITUAÇÃO ESPECIAL DATA DA SITUAÇÃO ESPECIAL

levado pela Instrução Normativa RFB n° 748, de 28 de junho de 2007.


Emitido no dia 12/04/2010 às 17:03:00 (data e hora de Brasília).

Voltar

Copyright Receita Federal do Brasil - 12/04/2010

http://www.receita.fazenda.gov.br/prepararImpressao/ImprimePagina.asp ' 12/4/2010

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o o , JFgGtA*Fl_ 00047

7a. ALTERAÇÃO CONTRATUAL

Empresa: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA


Matriz: Av. Dom Pedro 11, 2.275, Pedro II — Belo Horizonte/MG
Filial I: Av. Dom Pedro 11, 1.450, Carlos Prates — Belo Horizonte/MG
Filial II: Av. Nossa Senhora do Carmo, 1.250, Sion — Belo Horizonte/MG
Filial III: Av. Raja Gabaglia, 3.950,11D a 14D, Estoril — Belo Horizonte/MG
Filial IV: Av. Andradas, 3.846— Loja, Pompéia— Belo Horizonte/MG
Filial V: Av. Edméia Mattos 1-2,77arotti, 2661, Bairro Ingá — Betim/MG
Filial VI: Via Expressa de Contagem, 2525, Cinco/Perobas — Contagem/MG
Filial VII: Rod. MG-030 n. 8.625 loja, 15 Vale do Sereno—Nova Lima MG
Filial VIII Av. Dom Pedro II, 1.502, Carlos Prates — Belo Horizonte - MG
Capital: R.$ 10.600.000,00— (Dez milhões e seiscentos mil reais)
CNPJ: 17.324.203/0001-36

Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, as partes a


seguir nomeadas, qualificadas e assinadas, tem entre si, justa e contratada a alteração da
sociedade por quotas de responsabilidade limitada que gira sob a denominação de
CERÂMICAS NACIONAIS -REUNIDAS LTDA, conforme Contrato Social registrado na
JUCEMG sob o n° 3120605897-2 em 20/09/2000 e última alteração registrada sob o n°
3392301 em 08/08/2005, que se regerá pela presente alteração contratual, e nos casos
omissos pelos dispositivos da Lei 10.406 de 10/01/2002, ou simplesmente pela Lei
6.404176 conforme as seguintes cláusulas e condições:.

1 - DOS SÓCIOS COMPONENTES


As seguintes pessoas constituem a sociedade:
• Anselmo Vasconcelos Filho, brasileiro, casado em comunhão total de bens,
engenheiro civil, residente e domiciliado nesta Capital à rua Manoel Gomes Pereira,50
• apto.601, Bairro Serra, Cep:30220-220 carteira de identidade n° M-1.432.445 SSP/MG
e CPF n°001.441.776-68;
• Anselmo Vasconcelos Neto, brasileiro, casado em comunhão total de bens, engenheiro
civil, residente e domiciliado nesta Capital à Rua Bambuí, 25 Apto.1500, Bairro Serra,
Cep: 30310-320, carteira de identidade n° M-11.985.327 SSP/MG e CPF n°
090.905.926-87;
• Cristiano Lanna Vasconcelos, brasileiro, casado em parcial de bens, comerciante,
residente e domiciliado nesta Capital à rua Serranos, 145 apto 1.300, bairro Serra Cep:
30220-250, carteira de identidade n° M-747.024 SSP/MG e CPF n°245.611.776-04;
• Victor Lanna Vasconcelos, brasileiro, casado em comunhão parcial de bens,
economista, residente e domiciliado nesta Capital à Rua Espirito Santo, 2183
Apto.1301, Bairro Lourdes, Cep: 30160-032, carteira de identidade n° M-435.023
SSP/MG e CPF n°275.935.686-87;
• * 'Maria Auxiliadora Lana de Vasconcellos, brasileira, casada em comunhão total de
bens, do lar, residente e domiciliada nesta Capital à rua Manoel Gomes Pereira, 50
Apto.601 Bairro Serra, Cep:30220-220 carteira de identidade n° M-1.086.413 SSP/MG
e CPF n°056.610.246-30;
Página 1

.0TABELIONATO DE NOTAS
••• DE BELO HORIZONTE ---Wek
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BHC 33176

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
, IFMG*A *. FL MOO. 48

11—DO OBEJETIVO SOCIAL


Os objetivos e fins da sociedade é o comércio atacadista e vaajista de molejos, pisos,
artigos de louças, porcelanas, metais de acabamento e revestimento, materiais de
construção; incorporação, compra, venda, e aluguéis de imóveis próprios, podendo
participar no capital de outras empresas de ramos complementares, a fim de atingir o seu
objetivo social. E Serviços de Estacionamento de Veículos na filial 1 av Dom Pedro 11
1.450 bairro Carlos Prates, cep 30710-010, a partir desta Alteração Contratual.
Considerando que não foi possível concretizar o Serviço de Estacionamento, fica com
esta alteração contratual cancelada esta atividade. A filial VIII, funcionará apenas
como unidade auxiliar, escritório administrativo.

111—DA SEDE SOCIAL, FILIAL E INÍCIO DE ATIVIDADES

Fica com a presente alteração,constituída a Filial VII a Rod MG-030


número 8.625, loja 15 bairro Vale do Sereno cep. 34000-000 em
Nova Lima —MG e Filial VIII a ave Dom Pedro II, 1.502 bairro
Carlos Prates cep 30.710-010 em Belo Horizonte- MG.

CONSOLIDAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL


1- DOS Sócios COMPONENTES
As seguintes pessoas constituem a sociedade:
• Anselmo Vasconcelos Filho, brasileiro, casado em comunhão total de bens,
engenheiro civil, residente e domiciliado nesta Capital à rua Manoel Gomes Pereira,50
Apto.601, Bairro Serra, Cep:30220-220 carteira de identidade n° M-1.432.445 SSP/MG
e CPF n°001.441.776-68;
• Anselmo Vasconcelos Neto, brasileiro, casado em comunhão total de bens, engenheiro
civil, residente e domiciliado nesta Capital à Rua Bambui, 25 Apto.1500, Bairro Serra,
Cep: 30310-320, carteira de identidade n° M-11.985.327 SSP/MG e CPF n°
090.905.926-87;
• Cristiano Lanna Vasconcelos, brasileiro, casado em comunhão parcial de bens.
comerciante, residente e domiciliado nesta Capital à rua Serranos, 145 apto 1.300
Bairro Serra, Cep: 30220-250, carteira de identidade n° M-747.024 SSP/MG e CPF n°
245.611.776-04;
• Victor Lanna Vasconcelos, brasileiro, casado em comunhão parcial de bens,
economista, residente e domiciliado nesta Capital à Rua Espirito Santo, 2183
Apto.I301, Bairro Lourdes, Cep: 30160-032, carteira de identidade n° M-435.023
SSP/MG e CPF n°275.935.686-87;
• Maria Auxiliadora Lana de Vasconcellos, brasileira, casada em comunhão total de
bens, do lar, residente e domiciliada nesta Capital à rua Manoel Gomes Pereira ,50.
Apto.601 Bairro Serra, Cep:30220-220 carteira de identidade n° M-1 .086.413 SSP/MG
e CPF n° 056.610.246-30;
II - DA DENOMINAÇÃO SOCIAL.
A sociedade continua a girar sob a denominação social e CERÂMICAS NACIONAIS
REUNIDAS LTDA.
Página 2

TABEUONATO DE NOTAS! DE BELO HORIZONTE' eac


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Número do documento: 19112405364500000001072213137
-IFMG*A*F1.000049

III - DO OBJETIVO SOCIAL


Os objetivos e fins da sociedade, é o comércio atacanisto e varejista de ezuleicis, pisos,
artigos de louças, porcelanas, metais de acabamento e revestimento, materiais de
construção; incorporação, compra, venda, e aluguéis de imóveis próprios, podendo
participar no capital de outras empresas de ramos complementares, a fim de atingir o seu
objetivo social.

IV DA SEDE SOCIAL, FILIAL E INÍCIO DAS ATIVIDADES


-

A sociedade continua com sua sede nesta Capital na Av. Dom Pedro II, 2275 no Bairro
Pedro II, Cep 30710-010; Filial 1 na Av. Dom Pedro 11, 1450 no Bairro Carlos Prates,
C.ep: 30710-010; Filial 11 na Av. Nossa Senhora do Carmo, 1250, Bairro Sion, Cep 303 I O-
000; Filial III na Av. Raja Gabaglia, 3950, Lojas 11D A 14D no Bairro Estoril, Cep 30350-
540, e Filial IV à Avenida dos Andradas, 3846 — Loja, Bairro Pompéia, Cep: 30285-210,
Filial V na Av. Edméia Manos Lazzarotti, 2661 no Bairro Ingá CEP: 32632-090, em
Betim, Minas Gerais, Filial VI na Via Expressa de Contagem, 2525 no Bairro
Cinco/Perobas CEP: 32371-685 em Contagem, Minas Gerais.e Filial VII a Rod MG 030
n.8.625 Loja 15 no bairro Vale do Sereno, cep.34000-000 em Nova Lima, Minas Gerais.

• Filial VIII a ave Dom Pedro II, 1.502 bairro Carlos Prates cep 30710-010 Belo Horizonte
—MG. A Filial VIII, funcionará apenas como unidade auxiliar, Escritório Administrativo.
A sociedade poderá abrir outras filiais em qualquer parte ou localidade, quando lhe
convier. As atividades da matriz tiveram início em 25/03/1968, e são por tempo
indeterminado.

V- DO CAPITAL SOCIAL
O capital social é de R$ 10.600.000,00 (dez milhões e seiscentos mil reais) divididos em
1.060.000 (hum milhão e sessenta mil) quotas de RSI 0,00 (dez reais) cada uma, totalmente
subscrito e integralizados por todos os sócios, conforme segue:

Nome quotas Valor


Anselmo Vasconcelos Filho 956.918 9.569.180,00
Anselmo Vasconcellos Neto 31.443 314.430,00
Cristiano Lanna Vasconcelos 31.443 314.430,00 4/

Victor Lanna Vasconcelos 31.443 314.430,00


Maria A. Lana de Vasconcellos 8.753 87.530,00
Total =>> 1.060.000 10.600.000,00

PARÁGRAFO ÚNICO: A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas,


mas, todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, o que fica
expressamente declarado para os fins e efeitos do Art. 1052 da Lei10406/2002.

VI- DO CAPITAL DAS FILIAIS


Para fins fiscais fica destinado um Capital de R$ 1.000,00 (hum mil reais) para cada filial.

VII DA ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE


-

A administração e gerência da sociedade continuam sendo exercidas pelos sócios:


Anselmo Vasconcelos Filho, Anselmo Vasconcelos Neto, Cristiano Lanna Vasconcelos,

Página)

TABEIJOIMTO DE NOTAS DE BELO HORLZONTE / MG


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Victor Lanna Vasconcelos e Maria Auxiliadora Lans de Vasconcellos, porém a


responsabilidade social se positivará mediante a assinatura de dois sócios.

PARÁGRAFO ÚNICO: A sociedade não poderá sob pena de nulidade do ato respectivo
prestar fiança nem avalizar ou firmar outros títulos ou documentos que importem em
responsabilidade para ela e garantia de terceiros, a não ser que se trate de negócios em
que se ache envolvido o interesse exclusivo da sociedade..

VIII - DA CESSÃO DE QUOTAS


As quotas da sociedade são indivisíveis e não podem ser cedidas ou transferidas a terceiros
sem o consentimento do outro sócio, a quem fica assegurado, em igualdade de condições e
preço, direito de preferência para a sua aquisição se postas à venda, formalizando, se
realizada a cessão delas, a alteração contratual pertinente. (art.1.056, CC/2002)

IX- DA RETIRADA PRÓ-LABORE


A título de honorários, ficou estabelecido que os sócios Anselmo Vasconcelos Neto,
Cristiano Lanna Vasconcelos, Victor Lanna Vasconcelos, terão direito a uma retirada pró-
labore mensal, dentro do limite permitido pela Legislação do Imposto de Renda.

X - DO EXERCÍCIO SOCIAL E DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


• O Exercício social terminará em 31 de dezembro de cada ano, quando levantar-se-á o
Balanço Social, procedendo-se a demonstração da conta Resultado do Exercício, de acordo
com as normas contábeis e legislação do imposto de Renda e demais normas pertinentes.
Os lucros ou prejuízos que porventura se verificarem serão distribuídos aos sócios na
proporção do valor das respectivas quotas do capital, atendida a porcentagem de sua
integralização, pro-rata-tempore ou permanecer em suspensa para posterior distribuição ou
aumento de capital.

XI- DO FALECIMENTO OU INTERDIÇÃO DOS SÓCIOS


Havendo o falecimento de qualquer um dos sócios, a sociedade não se dissolverá. Os
herdeiros do sócio falecido exercerão em comum os direitos as quotas designando por
escrito, um dos co-proprietários que os represente, na sociedade. Porém, em caso de
herdeiros optarem pela venda, terão a preferência na aquisição das quotas os sócios
remanescentes.

PARÁGRAFO Na hipótese de ocorrer à opção prevista na parte da cláusula


acima, referente a falecimento de sócios e ainda para efeitos da cláusula oitava,
apuração dos haveres do "de cujus", ou sócio retirante, será feito com base em
balanço especial, tendo como referência à data do óbito ou da retirada, computados
para este fim, os bens da sociedade em seu valor real de acordo com a avaliação da
época, fazendo-se o reembolso pela divisão do ativo da sociedade pelo número de
quotas que compõe o capital social, atendida a porcentagem da realização
verificada.
PARA GRAFO 2 O pagamento aos herdeiros ou sucessores, ou ao sócio retirante
dos seus haveres, será feito em 12 (doze) meses, ou seja, em prestações mensais,
iguais e consecutivas, acrescidas de juros de 125 10(doze por cento) ao ano e devida
correção monetária.

Página 4

~TO DE NOTAS De BELO IBWITOBTE /


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XII - DA DISSOLUÇÃO SOCIAL


Considerar-se-á dissolvida a sociedade, além dos casos expressamente previstos em lei, nas
seguintes hipóteses:
1. Falência;
2. Desentendimento grave entre os sócios ;
3. Impossibilidade de consecução dos objetivos sociais;
4. Deliberação de sócio que represente pelo menos 75% do capital social;
Parágrafo único: Os casos omissos no presente contrato, bem como as dúvidas ou
divergência que porventura se surgirem, procurarão os sócios resolvê-las amigavelmente
entre si, não sendo possível nomearão um árbitro e em última instância recorrerão ao
judiciário.
XIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Os sócios que assinam declaram sob as penas da lei, que não incorrem nas proibições de
arquivamento previstas no artigo I 0 I I , parágrafo I°. CC/2002.

010 XIV- DO FORO CONTRATUAL


Fica eleito o foro de Belo Horizonte - MG como único competente para dirimir as ações,
procedimentos ou dúvidas decorrentes deste contrato.
E, por estarem assim justos e contratados, assinam o presente instrumento em 3 (três) vias
de igual teor e para um só efeito, rubricando as primeiras e subscrevendo as últimas,
comprometendo-se a cumprirem as suas normas e a faze-las cumprir por si e seus herdeiros
ou sucessores a qualquer título, tudo o que e feito na presença das testemunhas abaixo.

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Geraldo o Miranda Maricélia Lacerda da Silva


M-560.4 MG- Testemunha M-8.273.840 SSPMG -Testemunha

JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS I


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CERTIFICO O RO:ASTRO Página 5
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SCERAINCAS NACIONAIS RI:ONDAS LTDAS

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"G*AWL.000052

3083/2010 - BANCO DO BRASIL - 13:37:40


122819313 9091

COMPROVANTE DE PAGAMENTOS COM COD. BARRA

Convenio GRU-GUIA RECOLHIM. UNIA0


Codigo de Barras 8994000040-8 05320001010-8
95523161 2-9 60015222835-5
Data do pagamento 30/03/2010
NRO de Referencia 90032
Competencia HH/AAAA 03/2610
Data de Vencimento., 31/03/2010
CHPJ 17324203/0401-36
Valor Principal 5,32
Valor em Dinheiro 5,32
Valor em Cheque 0,00
Valor Total - 5,32
HR.AUTEHTICACAO B.257.EEE.7DF.707.012

SR. CONTRIBUINTE: ESTA GUIA NÃO PODERÁ SER LIQUIDADA COM CHEQUE
Código de Recolhimento
MINISTÉRIO DA FAZENDA 18826-3
4‘‘1. ‘ Número de Releatenda
.,,- .0 . vi: • 090032
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL
Competência
• 03/2010
',.!.4~
...-"r. Guia de Recolhimento da União - CRU Vencimento
31/03/2010
Nome do Contrnte / Recothedor CNPJ ou CP' do Contnbinte
Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda. 17.324.203(0001-36
Nome da Unidade Favorecida UG / Gestão
SECRETARIA DO T.R.F. DA 1A. REGIA() ORCAMENTARIA 090032 / 00001
siruçairx (a) Valor do Penzipal
ri As inTonnações inseridas nessa guia são de exclusiva respqnsaboidade
do Contribuinte, que deverá, em caso de dúvidas. consultar (-)DesconentAbatimento
5,32

a Unidade Favorecida dos recursos.


(-) Outras dechnOes
SR. CAIXA: NÃO RECEBER EM CHEQUE
( 4') MeX3 / Mula

(4.) Juros / Encargos

GRU SIMPLES (*) Outros Acréscimos


Pagamento exclusivo no Banco do Brasil S.A.
(.) Valem Total
[STN496AAA22F8947CAOC75E03B35A315B96]
5,32

89940000000-8 05320001010;8 95523161882-9 60015222835-5

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I °• GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. N0.„9 3511 —Lic14010. tit 01 3iC0 Fls.

RECEBIMENTO

Certifico haver recebido estes autos da


Distribuição. Dou fé.

Belo Horizonte, 16 de 0q de ZOO :

x /Dir ora de Secretaria-mat. 24O 3

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIARIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
2r VARA

PROCESSO : 26357 49.2010.4.01.3800


-

CONCLUSÃO
Faço os presentes a.itos conclusos nesta data.
Belo Horizonte,D de abril de 2010.
<7. 1 _ 4 0G9. 03
Diretora de Sécretaria da 22 Vara

DECISÃO

Consoante o disposto no § 3° da Lei 12.016/09 -


nova Lei do mandado de segurança - "considera-se autoridade coatora aquela
que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua
prática.
, , •,
Em relação à matéria debatida nos autos, considero
legitimado para a causa, na qualidade de fitisconsorte passivo necessário, o
Gerente Executivo do INSS cuja jurisdição abranja O domicilio da impetrante,
por ser ele a autoridade imediatamente responsável pela aplicação da
metodologia de cálculo dos índices de frequência, gravidade e custo previstos
no art. 202-A do Decreto n° 3.048/99, aprovados pelo Conselho Nacional de
Previdência Social.

• Sendo assim, intime-se a impetrante para que, no


prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento:

a) emende a inicial para incluir o litisconsorte


passivo necessário;

b) identifique os subscritores da procuração de fl.


45.

Cumpridas essas determinações, retornem-me os


autos conclusos para exame do pedido liminar.

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£1 de 20 10
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de Secretaria rnnt..:(0-tooS)—.

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JUNTADA
Faço
Faço juntada aos autos, Rada data, cio,.,
dp.f.tkr cLe •
Dsu fé.

1) táxi:1~111de 4e :

Je Secratada -

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EXMO SENHOR JUIZ DA 221 VARA FEDERAL EM BELO HORIZONTE — SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS

PROCESSO N.° 26357-49.2010.4.01.3800

• CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos autos


do Mandado de Segurança Preventivo em face de ato perpetrado pelo Senhor
Delegado da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte, vinculado à União Federal,
em atenção ao v. despacho de fl. 29, vem, por seu advogado infra-assinado, em
EMENDA À INICIAL expor e, ao final, requerer o que segue.

A ora Requerente impetrou o Mandado de Segurança Preventivo, com


pedido liminar, em face de ato praticado pelo Sr. Delegado da Receita Federal do Brasil
em Belo Horizonte,

No entanto, não incluiu no pólo passivo do aludido Mandado o Senhor


Gerente Executivo do INSS em Belo Horizonte, conforme despacho exarado nos autos
do processo em tela.

Com isso, ante a necessidade de sanar a omissão ocorrida, é a


presente para requerer a emenda da inicial, requerendo a inclusão do Gerente
Executivo do INSS em Belo Horizonte, com endereço notório, no polo passivo do
Mandado de Segurança Preventivo, reiterando, por oportuno, os pedidos
descritos na peça exordial.

Rua Rio de Janeiro, 2.702 - 11 0 andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500
contato@ccmmadvogados.com.br

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
;
EXMO SENHOR JUIZ DA 22a VARA FEDERAL EM BELO HORIZONTE — SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS

1.

9
r?
;-9

PROCESSO N.° 26357-49.2010.4.01.3800

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos autos


do Mandado de Segurança Preventivo em face de ato perpetrado pelo Senhor
Delegado da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte, vinculado à União Federal,
em atenção ao v. despacho de fl. 29, vem, por seu advogado infra-assinado, em
EMENDA À INICIAL, expor e, ao final, requerer o que segue.

A ora Requerente impetrou o Mandado de Segurança Preventivo, com


pedido liminar, em face de ato praticado pelo Sr. Delegado da Receita Federal do Brasil
em Belo Horizonte,

No entanto, não incluiu no pólo passivo do aludido Mandado o Senhor


Gerente Executivo do INSS em Belo Horizonte, conforme despacho exarado nos autos
• do processo em tela.

Com isso, ante a necessidade de sanar a omissão ocorrida, é a


presente para requerer a emenda da inicial, requerendo a inclusão do Gerente
Executivo do INSS em Belo Horizonte, com endereço notório, no polo passivo do
Mandado de Segurança Preventivo, reiterando, por oportuno, os pedidos
descritos na peça exordial.

Rua Rio de Janeiro, 2.702- 11 0 andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500
contato@ccmmadvogados.com.br

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
S6

No tocante à identificação dos subscritores da procuração de fls. 45, a


Impetrante informa que foram os Srs. Anselmo Vasconcellos Neto, C.P.F. 090.905.926-
87 e Victor Lanna Vasconcellos, C.P.F. 275.935.686-8 7 .

Requer, por fim, que as publicações processuais se realizem em


nome dos advogados Abílio Machado Neto (0ABIMG 44.068) e Leonardo Guedes
de Carvalho (OAB/MG 67.539), sob pena de nulidade.

Termos em que, pede deferimento.

Bel Horizonte, 29 de abril de 10.

t:

Leonardo Guedes de C malho


OAB/MG-67.5 39

andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500


Rua Rio de Janeiro, 2.702 - 11 0
contato@ccmmadvogados.com.br

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS
2r VARA

Fls.
Processo n° 26357-49.2010.4.0 1 .3800

CONCLUSÃO
Faço os presentes autos conclusos nesta data.
Belo Horizon , :,,06 de maio de 2010.
_ .104-P.o3
Diretora sí,, ecretaria da 22a Vara

Segue decisão, em separado, em 05 (cinco) laudas.

Belo Horizonte, 12 'o de 20

MATOS

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIARIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
22* VARA
PROCESSO N°: 26357-49.2010.4.01.3800

CLASSE: 2100- MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

IMPTE (S): CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.

IMPDO (S): DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM


BELO HORIZONTE

DECISÃO

A parte impetrante pretende obter ordem


determinando que o fisco federal se abstenha de lhe exigir a contribuição
social destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos
beneficios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, cujas aliquotas
foram fixadas pelo art. 22, II, da Lei n°. 8.212/91, de acordo com as
alterações prevista no Decreto n°. 6.957/2009, que alterou o Decreto n°.
3.048/99 no que concerne aos critérios para o cálculo do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP.

Decido.

Antes de examinar o pedido liminar, recebo em


aditamento ã inicial a petição de fls. 55/56.

Embora a impetrante tenha cumprido a


determinação fl. 54, revogo o item 'a' daquela decisão, em que
determinei a inclusão do Gerente Executivo do INSS no pólo passivo desta
ação, porque, do exame mais acurado das disposições previstas no art.
202-A do Decreto 3.048/99, cheguei à conclusão de que a legitimidade
para responder pela contribuição impugnada é exclusiva do Delegado da
Receita Federal, já que o Gerente Executivo do INSS não possui mais
competência em matéria tributária.

No que diz respeito ao pedido liminar, nos


termos do art. 7 0, III, da Lei 12.016/09, o juiz poderá suspender o ato que
deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente
deferida.

W: \ GAJUS \Assessoria \Alexandre AJJ 22 Vara - GAJUS \ 1.2-DECISÕES \ LIMINARES \ 2010 -SAT-
majoração de aliquota 26357-49.doc - A.11

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(o °
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIARIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS - 22 VARA
Proc. 26357-49.2010.4.01.3800

No caso dos autos, considero presentes tais


requisitos.

Efetivamente, o art. 10 da Lei n°. 10.666/2003


dispõe:

Art. 10. A aliquota de contribuição de um, dois ou três


por cento, destinada ao financiamento do beneficio de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá
ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser
o regulamento, em razão do desempenho da empresa
em relação à respectiva atividade econômica, apurado
em conformidade com os resultados obtidos a partir
dos índices de freqüência, gravidade e custo,
calculados segundo metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social.

Por sua vez, o Decreto n°. 6.042/2007, com o


objetivo de regular esse dispositivo legal, instituiu o Fator Acidentário de
Prevenção - FAP, acrescentando o art. 202-A ao Decreto n°. 3.048/99,
com os seguintes termos:

Art. 202-A. As aliquotas constantes nos incisos I a III


do art. 202 serão reduzidas em até cinqüenta por
cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão
do desempenho da empresa em relação à sua
respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentãrio de
Prevenção - FAP. fIncluido pelo Decreto n° 6.042_ de
2007).

Tal dispositivo, como se verifica do seu teor,


permitiu a redução (em até 50%) e a majoração (em até 100%), de acordo
com desempenho da empresa aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção
- FAP, das aliquotas da contribuição social a cargo da empresa destinada
ao financiamento da aposentadoria especial e dos beneficios concedidos
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
riscos ambientais do trabalho, fixadas pelo art. 22, II, da Lei n°. 8.212/91,
cujo teor foi repetido pelo art. 202 do Decreto n°. 3.048/99, transcritos a
seguir para conferência:

Lei II°. 8.212/91


Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada
à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:

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II - para o financiamento do beneficio previsto nos


arts. 57 e 58 da Lei n* 8.213, de 24 de julho de 1991, e
daqueles concedidos em razão do grau de incidência
de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos: fRedacão dada pela Lei n° 9.732. de 19981.

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja


atividade preponderante o risco de acidentes do
trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja


atividade preponderante esse risco seja considerado
médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja


atividade preponderante esse risco seja considerado
grave.

• Decreto no. 3.048/99


Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao
financiamento da aposentadoria especial, nos termos
dos arts. 64 a 70, e dos beneficios concedidos em
razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho
corresponde à aplicação dos seguintes percentuais,
incidentes sobre o total da remuneração paga, devida
ou creditada a qualquer titulo, no decorrer do mês, ao
segurado empregado e trabalhador avulso:

I - um por cento para a empresa em cuja atividade


preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado leve;

II - dois por cento para a empresa em cuja atividade


preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado médio; ou

• III - três por cento para a empresa em cuja atividade


preponderante o risco de acidente do trabalho seja
considerado grave.

Observa-se, dos dispositivos acima transcritos,


que a maioracão ou a redução das aliquotas da contribuição
previdenciaria serão efetivadas em função do desempenho da empresa,
"dentro da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera
os respectivos percentis com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por
cento e de quinze por cento, respectivamente - redação dada pelo Decreto
n°. 6.957/2009 ao §2°. do art. 202-A do Decreto n°. 3.048/99.

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Acontece, porém, que tais índices de freqüência,


gravidade e custo, os quais necessariamente implicarão e condicionarão a
majoracão ou a redução das aliquotas da contribuição social em tela, são
calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de
Previdência Social, nos termos do §4 0 • do art. 202-A do Decreto no.
3.048/99, com a redação dada pelo Decreto n°. 6.042/2007.
Em última análise: a majoracão ou redução das
aliquotas da contribuição social citada depende de ato administrativo a ser
veiculado por órgão do Poder Executivo, o Conselho Nacional de
Previdência Social, com a ajuda do Ministério da Previdência Social, que
publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da União,
os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e divulgará na
rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com as
respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos que
possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho dentro da sua CNAE-


Subclasse - §5°. do art. 202-A do Decreto n°. 3.048/99, com a redação
dada pelo Decreto n°. 6.957/2009.
A ilação a que se chega, diante de tal contextura
jurídica, é que o legislador ordinário - art. 10 da Lei n°. 10.666/2003 -,
desafiando a Lei Maior, que constituiu o Estado Brasileiro e instituiu o
regime democrático, colocou nas mãos do Executivo o poder para
aumentar ou diminuir as aliquotas de contribuição social por meio de ato
administrativo, o que viola de forma gravíssima o princípio da legalidade
tributária previsto no art. 150, I, da Constituição Federal de 1988, que
vaza:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à. União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Logo, fica claro e cristalino que o art. 10 da Lei


n°. 10.666/2003 e os referidos Decretos, originados da Presidência da
República com o fito de regulamentar aquela, transferiu a competência
para majorar as aliquotas do tributo em tela ao Poder Executivo em
prejuízo do mandamento constitucional acima, o que significa dizer, por
outro lado, que a cobrança da exação é totalmente inconstitucional, ilegal
e irregular.
Por sua vez, o periculum in mora se encontra
comprovado nos autos, haja vista o fato de que a impetrante está sofrendo
os efeitos tributários decorrentes de normas inconstitucionais e ilegais, o
que poderá acarretar-lhe(s) prejuízos consideráveis, pois a exigência
tributária afetará a sua folha salarial, privando-a de valores consideráveis

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que, à primeira vista, entendo são essenciais ao bom equilíbrio econômico-


financeiro das empresas.

1: Diante de tais fundamentos e presentes os


requisitos da espécie, revogo o item 'a' da decisão de fl. 54 e DEFIRO A
LIMINAR para determinar ao Delegado da Receita Federal do Brasil em
Belo Horizonte que se abstenha de exigir da(s) impetrante(s) a contribuição
social a cargo da empresa destinada ao financiamento da aposentadoria
,especial e dos beneficios concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho -
RAT, com as alterações trazidas pelo art. 10 da Lei n°. 10.666/2003, e
Decretos n's. 6.042/2007 e 6.957/2009, que instituíram e
regulamentaram o Fator Acidentário de Prevenção - FAP, a qual deverá ser
recolhida consoante a metodologia anterior, prevista no art. 22, II, da Lei
n°. 8.212/91 e Decreto n°. 3.048/99.

Intime-se com urgência o Delegado da Receita


Federal do Brasil em Belo Horizonte para que cumpra esta decisão, bem
como para prestar as informações que entender devidas no prazo legal.
3-
Intime-se também o representante judicial da
autoridade impetrada, nos termos do art. 7 0 , II, da Lei 12.016/2009.
-*
Prestadas ou não as informações, remetam-se
estes autos ao MPF, para que apresente seu parecer.

5-? Oportunamente, retornem-me conclusos para


sentença.

P.I.

Belo Horizonte, 12 de maio de 2010.

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I' GRAU EM MINAS GERAIS

Processo n° c2 35 (-1 • 2oJo .£1. 01.3 tf Do fl. 6 (Íil

CERTIDÃO

Certifico haver remetido, nesta data, à Central


cle Mandados o(s) mandad,o(s)/~s)
riLe CO -Q._ Ls.)
Dou Fé.

Belo Horizonte,)", de 01 —de 2010.


MG1245
( ra de Secretaria da 22a Vara Federal

CERTIDgr "...". "—

c2roct de,d% g•_ke foi pl.m.G.2: .1 2 -2, Q9-2 paRA:

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
JUNTADA
Faço juntadzi ri.u 4cs,

DOU fé.

O S' de 20-10 .

Dimtora s,.. ,,,
- mit.:
...11~1~2•0111•11•1~1~
t

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S
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS

MANDADO DE INTIMAÇÃO

O DOUTOR ANÍBAL
MAGALHÃES DA CRUZ MATOS, MM. JUIZ
FEDERAL SUBSTITUTO DA 22' VARA DA
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS
GERAIS, NA FORMA DA LEI, ETC.,

MANDA a qualquer Oficial de Justiça Avaliador


deste Juizo Federal, a quem este for apresentado, que, em seu cumprimento, nos autos do r
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL n° 26357-49.2010.4.01.38 00, 1
impetrado pela CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA contra ato do'
DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO,
na Av. Afonso
HORIZONTE/MG, INTIME o Procurador da Fazenda Nacional,


Pena n° 1500, Centro, nesta Capital, para ciência desta ação, conforme determinação do
art. 70 da Lei n° 12.016, de 07/08/09, nos termos da petição inicial e documentos e r.
decisão de fis. 59/63 , cujas cópias seguem anexas.

CUMPRA-SE, na forma e sob as penas da lei,


cientificado o interessado de que este Juizo funciona no Fórum da Justiça Federal,
localizado na Av. Álvares Cabral, 1741, Pilotis, Santo Agostinho, com expediente
externo das 9:00 às 18:00 horas.
EXPEDIDO nesta cidade de Belo Horizonte cm 14
de maio de 2010. Eu, MOSF, Téc. Jud., o digitei.

Mar a Cé Figueirá Sousa


Diretora de Se etaria da 22' Vara,

cem 9j_922__ HoilkIEJ


prtipaG.1_
MEDEIROS GAROA
‘)\ ( T1.110 DE
Procurador Chefe PROMG
/O)

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
CERTIFICO

CERTIFICO que, em cumprimento ao r. mandado retro, nesta data, às 16:20 horas,


dirigi-me ao endereço indicado, nesta Capital, onde INTIMEI o Procurador Chefe da
PFN/MG, Dr. Will° de Medeiros Garcia, para o inteiro teor do referido mandado, do
que ficou bem ciente, entreguei-lhe contrafé que aceitou e assinou o mandado. Dou fé.
Bhte-MG, 18 de maio de 2010.
4101"
Marcelo eira
Oficial 4002
4
- 123
8

4011111.1".

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PCTT: 92.100.04

URGENTE 66
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
22a VARA FEDERAL

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO E INTIMAÇÃO

PROCESSO: 26357-49.2010.4.01.3800 111111G11111111111911111111111


CLASSE: 2100- MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
AUTOR: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA

RÉU: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG

MANDADO: e

NOTIFICACÃO/INTIMACÃO DE: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG

• ENDEREÇO:

FINALIDADE:
AFONSO PENA, N° 1316, 3° ANDAR, CENTRO, BELO HORIZONTE MG (CEP:30130003)
-

Prestar informações ao Juízo, no prazo de 10 (dez) dias, bem como intimar da decisão que
DEFERIU o pedido de liminar.

ADVERTÊNCIA: Não há.

ANEXO: Cópia da petição inicial, documentos e da(o) decisão/despacho de fls. 59/63

SEDE DO JUÍZO: 22° VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AV. ALVARES CABRAL-AV. ALVARES CABRAL 1741,PILOTIS, BELO HORIZONTE-MG
BELO HORIZONTE-MG
CEP: 30.170-001

Expedi este mandado por ordem deste Juízo Federal.

BELO HORIZONTE, 14 de Maio de 2010.

MARIA GUEIRÓ SOUSA


Diretor(a) de da 22° VARA FEDERAL

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CERTIDÃO
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE
10 GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. n° 2.635 - 4q 20_10 4• . 38 00 Fls. 6

CERTIDÃO
Certifico que estes autos foram retirados com
carga pelo(a) P-Fid
em Oi
O — . Dou fé.
Belo Horizonte, 04 de 06 de 2.010
et •
--

Diretora de Secretaria da 22° Vara

,
.' MM.(a) Julz(a),

1 A UNIÃO FEDERAL, por seu PTOC11171Ck”;


manife.stou-se por pe.th;o em epartzdo.'Ã

Luz er:;lin3
aelor da Fazenda Nactonal
OAB/MG n° 60.655

RECEBIMENTO
Certifico haver necebido estes autos do (a)
F Dou fé.
Hortzonte,,b_de O de 2 012 . ..

Secretaria - mat.:/oodf.

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raçO juntada aos autos, nesta data,âk :D____

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Ministério da Fazenda Receita Federal

Oficio n2 715/2010/ DRF- BHE / SECAT /EQJUD

• 2Ehh00;S :91 OIOZ/I VW/ 9Z9Wá r nad 3SrYINQ335


Belo Horizonte, 25 de maio de 2010

A Sua Excelência ao Senhor Juiz


Aníbal Magalhães da Cruz Matos
Juiz Federal da 22° Vara
Seção Judiciária de Minas Gerais
Av. Álvares Cabral, 1.741, 12° andar— Bairro Santo Agostinho
Belo Horizonte - MG - CEP 30.170-001

Assunto: Informação — Mandado de Segurança


Processo n° 26357-49.2010.4.01.3800

Senhor Juiz,

Em atendimento ao mandado de notificação e intimação s/n°, dessa Vara da


Justiça Federal/SJMG, datado em 14/05/2010 e recebido às 16:40 h do dia 18/05/2010, a
Delegada da Receita Federal em Belo Horizonte/MG vem, perante V. Exa., prestar as
informações anexas, relativas ao mandado de segurança supracitado, impetrado por
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS, o qual deu origem ao processo administrativo
10833.000271/2010-04.

Atenciosamente,

Regina C4M Batista Cordeiro


Delegada da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte

Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte


Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário — Secat
Equipe de Informações Judiciais — Eqjud
Endereço: Rua Levindo Lopes, 357/713 - Funcionários
30140-170— Belo Horizonte — MG
Tel/fax: 31 3546-9209
www.receita.faz,enda.gov.br

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04
Receita Federal

DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE


SERVIÇO DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO TRIBUTÁRIO

Processo Administrativo n.°: 10833.000271/2010-04


Mandado de Segurança n.°: 26357-49.2010.4.01.3800
Impetrante: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS
Impetrado: DELEGADA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE
ASSUNTO: Contribuição Previdenciária. Contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria
especial e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho — RAT. Fator Acidentário de
Prevenção — FAP. Competência do Ministério da Previdência Social, por intermédio de
um de seus órgãos (Conselho Nacional de Previdência Social) ou da autarquia a ele
vinculada (Instituto Nacional do Seguro Social). Competência das Delegacias da Receita
Federal do Brasil. Ilegitimidade passiva da Delegacia da Receita Federal do Brasil em
• Belo Horizonte/MG.

Meritíssimo Juiz,

A Delegada da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte, em atendimento ao Mandado de


Notificação e Intimação s/n°, da 18a Vara da Justiça Federal, Seção Judiciária de Minas Gerais,
expedido em 11/05/2010, nos autos do mandado de segurança acima enumerado, vem prestar as
informações requeridas, nos termos adiante aduzidos.

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA, inscrita no CNPJ sob o n° 17.324.203/0001-36,


impetra, por seu procurador, mandado de segurança, por meio do qual pleiteia liminar para que seja
suspensa a exigibilidade da aplicação do fator acidentário de prevenção (FAT) sobre a alíquota do
riscos ambientais do trabalho (RAT) e que, na sentença, seja-lhe reconhecido o direito de eximir-se do
pagamento do RAT ajustado pelo FAP.
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 1/27

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

Notificada a autoridade coatora.

Liminar deferida.

Este é, em resumo, o relatório.

Em que pesem os argumentos suscitados na peça vestibular, esta autoridade impetrada entende
que seus atos estão pautados pelo princípio da estrita legalidade, o que corresponde a fazer
unicamente o que é determinado pela legislação de regência da matéria. Assim, com o fito de efetiva
elucidação dos fatos, procuramos demonstrar que não assiste razão à impetrante, não havendo como
dar acolhida à pretensão, vez que a mesma não encontra amparo no ordenamento jurídico vigente,
pelas razões a seguir expostas.

I - Da Inadequação da Via Eleita

Da análise da inicial resta evidenciado que a impetrante se insurge contra a lei em tese, uma vez.
que não demonstra a prática, por parte da autoridade apontada como coatora, de qualquer coação a
amparar o direito que alega possuir, ficando claro a impropriedade do veiculo procedimental escolhido,
o que, preliminarmente, nos obriga a alegar a inadequação da via mandamental.

O Mandado de Segurança é uma ação de conhecimento, classificada como mandamental, não


se prestando a tutelas meramente declaratórias, como é o reconhecimento de um eventual direito.
Afigura-se, assim, mais uma vez, a inadequação da via eleita, e, portanto, a falta de condição da ação.

Desta feita, a forma em que foi posta a pretensão em debate (insuficiente especificação do ato
dito coator), evidencia a natureza normativa perseguida e que não se compatibiliza com a via eleita,
faltando, em conseqüência, interesse processual ao feito.

Não se tratando de ato de autoridade, mas da discordância quanto a texto de lei que não se
encaixou nas pretensões da impetrante, patenteia-se que a impetração se levanta contra a lei em tese,
o que mostra a impropriedade do veículo procedimental ora escolhido.

Observa-se, portanto, que a impetrante não demonstrou qualquer indício de que estaria por
sofrer coação por parte da autoridade indicada na inicial. No plano fático, onde justamente reside o justo
receio configurador do mandado de segurança preventivo, inexiste qualquer dado objetivo e/ou real que
demonstre a iminência de ato ofensivo a direito líquido e certo que enseje a impetração do presente
writ Portanto, ausente o direito líquido e certo, ausente uma das condições da ação mandamental.

Mandado de segurança 26357-49'2010.4.01.3800


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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

Mencione-se a respeito da comprovação do direito líquido e certo, os comentários de Cássio


Scarpinella Bueno, em sua obra Mandado de Segurançal:

Essa interpretação da expressão "direito líquido e certo" relaciona-se intimamente ao


procedimento célere, ágil, expedito e especial do mandado de segurança, em que, por inspiração
direta do hábeas corpus, não é admitida qualquer dilação probatória. É dizer o impetrante deverá
demonstrar, já com a petição inicial, no que consiste a ilegalidade ou a abusividade que pretende
ver expungida do ordenamento jurídico, não havendo espaço para que demonstre sua ocorrência
no decorrer do procedimento grifamos.

Nesse contexto, o que se verifica é que a matéria em debate tem por objeto a discussão de fatos /
controvertidos, cuja elucidação necessita de extensa dilação probatória. Da análise dos autos, o que se
percebe é que a impetrante alega, indistinta e genericamente, que estaria sujeita ao FAP malus, ou
seja, ao acréscimo da contribuição ao SAT segundo o cálculo do FAP, sem fazer, contudo, qualquer
prova a respeito.


Veja-se que, por exemplo, para a impetrante afastar a incidência do FAP e da suposta
majoração de contribuição ao SAT, não comprova uma eventual descaracterização do Nexo Técnico
Epidemiológico (NTEP), instituto que goza de presunção legal (lutis tantum), pois permite a fixação da
doença como decorrente do trabalho, a partir da vinculação de determinadas patologias a certas
atividades econômicas, e influencia diretamente no cálculo da frequência de benefícios concedidos,
permitindo o reconhecimento automático de determinadas incapacidades como acidentárias, podendo
vir a elevar o FAP em razão da piora dos índices de freqüência das empresas.

Nesse sentido, o STJ vem entendendo de forma pacífica que a estreita via mandamental não é a
apropriada para discussões acerca do FAP e de sua forma de cálculo, consoante se verifica pelas
ementas dos julgados colacionadas a seguir:

MANDADO DE SEGURANÇA. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO. CRITÉRIOS DE CÁLCULO.


PORTARIA MINISTERIAL N. 457/2007. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. PRECEDENTES.
1. Entre os requisitos específicos da ação mandamental está a comprovação, mediante prova pré-constituída,
do direito subjetivo líquido e certo do impetrante.
2. Na hipótese, discute-se a respeito dos critérios de cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP. Trata-
se de discussão baseada em fatos controvertidos, para cuja elucidação seria Imprescindível extensa dilação
probatória, inviável em mandado de segurança.
Precedentes da 1' Seção: MS 13443 / DF, Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 06/10/2008; MS
13.438/DF, Eliana Calmon, Dje 1°10912008.
3. Mandado de segurança extinto sem julgamento do mérito. (STJ . MS 13445/DF, Primeira Seção.. Rel.
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe de 19/12/2008) (grifo no sso)

I SCARPINELLA BUENO, CÁSSIO. Mandado de Segurança, comentários às Leis n. 1.533/51, 4.348164 e 5.021/66, S'Ediplo, Ed. Saraiva: 2009, p. 15.
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 • 3/27

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP.


PORTARIA DO MINISTRO DE ESTADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL N. 457/2007. IMPOSSIBILIDADE DE
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA LEI EM TESE. APLICAÇÃO DA SÚMULA 266/STF. AUSÊNCIA DE
DIREITO LIQUIDO E CERTO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. MANDADO DE SEGURANÇA
DENEGADO.
1. A Portaria 457/2007, atacada no presente writ, é norma que se dirige, indistinta e genericamente, a todas
as empresas cujas atividades envolvem risco de acidente de trabalho, o que a inclui no conceito de "lei em
tese" a que se refere a Súmula 266/STF.
2. Para se acolher o pedido da impetrante, consubstanciado na revisão dos critérios adotados para o cálculo
do Fator Acidentário de Prevenção, e proceder às exclusões pleiteadas, seria necessária a dilação
probatória, com prova pericial, inclusive, o que é incabível na via eleita.
3. Mandado de Segurança denegado. (STJ - MS 13439/DF, Primeira Seção. Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, DJe de 24/11/2008; RDDT vol. 161 p. 170) (grifo nosso)

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP.


PORTARIA DO MINISTRO DE ESTADO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL N. 457/2007. IMPETRAÇÃO APÓS O
PRAZO DECADENCIAL DE 120 DIAS. EXTINÇÃO DO FEITO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
1. Nos termos do art. 18 da Lei 1.533/51, o direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-állp
decorridos cento e vinte dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
2. In casu, a Portaria Ministerial n. 457 foi publicada em 23/11/2007 e o presente mandamus foi protocolado
em 24/03/2008, quando já superado o prazo decadencial.
3. Ainda que fosse possível superar a decadência verificada, ad argumentandum tantum, denota-se que os
pedidos formulados pela impetrante impõem, necessariamente, dilação probatória, não se encontrando o
direito alegado revestido da liquidez e certeza exigidas pela via mandamental. Os procedimentos em tomo do
cálculo do fator acidentário de prevenção e os critérios professados pela impetrante demandam dilação
probatória, inclusive com prova pericial, impossível de realização na estreita via do mandado de segurança.
4. Mandado de segurança extinto, com resolução de mérito. (STJ - MS 13443/DF, Primeira Seção. Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 06/10/2008) (grifo nosso)

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA — DILAÇÃO PROBATÓRIA -


CÁLCULO DO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP)
1. Inadequabilidade da via eleita por ensejar a impetração dilação probatória.
2. Os questionamentos formulados na inicial em relação ao cálculo do FAP e as providências pleiteadas não.
podem ser resolvidas na estreita via mandamental.
3. Segurança denegada. (STJ - MS 13438/DF, Primeira Seção. Rel. Ministra ELIANA CALMON, DJe de
01/09/2008)

Assim, pelo fato de a matéria demandar extensa dilação probatória e devido a impetração
encontrar-se dirigida contra a lei em tese, resta impossível, por isso, demonstrar o justo receio de que
tenha havido algum ato coator proveniente da autoridade impetrada.

Destarte, em face da preliminar ora levantada, e em consonância com a pacífica jurisprudência


do STJ, a ação merece ser extinta sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC, de
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Mandado de segurança 26357-492010.4.0I.3800

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

outra forma, em consonância com o disposto no art. 6°, § 5° da Lei n° 12.016, de 10/08/2009, deverá ser
denegada a segurança.

II - Da ilegitimidade passiva do delegado da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte

Excelência, não há ato coator exarado pela Delegada da Receita Federal do Brasil em Belo
Horizonte. O procedimento perante o qual a impetrante se insurge se dá única e exclusivamente no
âmbito do INSS, conforme demonstraremos.

A unificação ocorrida entre as Receitas Federal e Previdenciária, promovida pela Lei n°


11.457/2007, transferiu para a Receita Federal do Brasil a competência para arrecadar e fiscalizar as
contribuições previdenciárias. Porém, o INSS continuou responsável pela administração e concessão
dos benefícios previdenciários, além de outras atribuições.

O parágrafo 3 0 do artigo 22 da Lei n° 8.212/1991 já determina que a alteração da alíquota RAT


"m razão .do FAP é competência do Ministério da Previdência Social (então Ministério do Trabalho e da
Previdência Social):

Lei n° 8.212/1991:
Art. 22. [...];
§ 3° O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá alterar, com base nas estatísticas de
acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento de empresas para efeito da
contribuição a que se refere o inciso li deste artigo, a fim de estimular investimentos em prevenção
de acidentes. (grifo nosso)_

Por sua vez, a Lei n° 10.666/2003, em seu artigo 10°, previu textualmente que o cálculo do FAP
é competência do CNPS — Conselho Nacional de Previdência Social:

Lei n° 10.666/2003:
Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do
benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade Iaborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até
cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em
razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade económica, apurado em
conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo,
calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social. (grifo
nosso)

Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800

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O artigo 202-A do Decreto n° 3.048/1999, que aprovou o Regulamento da Previdência Social -


RPS, traz diversas referências da competência no âmbito da Previdência Social para cálculo, fixação e
publicação de atos relativos ao FAP. Vejamos:

Decreto n°3.048/1999:
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até cinqüenta por cento
ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído pelo Decreto n° 6.042, de 2007).
§ 1 0 O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois
inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta
casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 20 Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput, proceder-se-á à discriminação do
desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis com
pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento, respectivamente. (Redação
dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 3° (Revogado pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 40 Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia aprovada pelo.
Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta: (Incluído pelo Decreto n° 6.042, de 2007).
I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio
de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e de benefícios acidentários estabelecidos por nexos
técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados; (Redação dada pelo Decreto n°
6.957, de 2009)
II - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por
invalidez e pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em
razão da gravidade da ocorrência, como segue: (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957,
de 2009)
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou devidos pela
Previdência Social, apurados da seguinte forma: (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fração de.
mês; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da expectativa de sobrevida do
segurado, na data de início do benefício, a partir da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE para toda a população brasileira, considerando-se a média
nacional única para ambos os sexos. (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 5° O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da
União, os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com
as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta verificar o
respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 9° Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP serão utilizados os dados de abril de 2007 a
dezembro de 2008. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)

Mandado de segurança 2635749.2010.4.01.3800 6/27

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social indicará a sistemática de
cálculo e a forma de aplicação de indicas e critérios acessórios à composição do índice composto do FAP.
(Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009) (grifo nosso)

Perceba-se, a exemplo dos parágrafos 4° ao 10 do artigo transcrito acima, que recentes


alterações na legislação (muito posteriores à Lei n° 11.457/2007, que criou a denominada "Super-
Receita") continuam remetendo a competência relativa ao FAP para a Previdência Social, e não para a
Receita Federal do Brasil.
h?"

Menciona-se, ainda, a Portaria Interministerial n° 254/2009 e a Resolução MPS/CNPS n°


1308/2009. Ambas não deixam pairar dúvidas que todos relativos ao FAP são de competência da
Previdência Social.

Em face do exposto, e cotejando os dispositivos atinentes, vê-se que a impetração dessa


eiemanda em desfavor da Delegada da Receita Federal do Brasil é Incorreta, posto que ela é autoridade
incompetente para cumprir eventual segurança que possa ser concedida, já que é Inquestionável que
não será ela quem, eventualmente, terá a prerrogativa de desfazer o ato combatido.

Se, entretanto, Vossa Excelência perseverar no entendimento que é esta Delegada a autoridade
coatora apta a figurar no polo passivo dessa ação, que pelo menos seja citada também a autoridade
apta a desfazer o ato combatido, autoridade esta do MPS/INSS, para a formação de litisconsórcio
passivo necessário.

III — Mérito

Em atenção ao princípio da eventualidade, apresentaremos breves razões defendendo a


fiponstitucionalidade da exação objeto do presente mandamus. Tais alegações somente deverão ser
consideradas caso Vossa Excelência entenda que a presente matéria comporta a apreciação do mérito,
não obstante a clara comprovação da ilegitimidade da Delegada da RFB para figurar no pólo passivo da
presente ação mandamental.

Excelência, a constitucionalidade da adoção de aliquotas diferenciadas da Contribuição ao


Seguro de Acidente do Trabalho constitui matéria há muito pacificada no âmbito de todos os tribunais
pátrios.

O seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4 8 Região confirma o acima exposto:

Mandado de segurança 26337-49.2010.4.01.3800 1/27

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Processo administrativo 10833.00027112010-04

Acórdão Classe: AMS - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Processo: 2002.70.01.028997-4 UF: PR

Data da Decisão: 04/10/2006 Orgão Julgador: PRIMEIRA TURMA

Fonte D.E. 14/02/2007

Relatora VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA

Decisão A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU DAR PROVIMENTO A APELAÇÃO DO INSS E A REMESSA OFICIAL, E
NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR

Ementa TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO.

CONSTITUCIONALIDADE. ERRO NO ENQUADRAMENTO DO EMPREGADOR NÃO


CARACTERIZADO. DILAÇÃO PROBATÓRIA RESTRITA NA VIA MANDAMENTAL.
1. A exigibilidade da contribuição ao seguro de acidentes de trabalho já mereceu ampla análise
pelas Cortes pátrias, já tendo sido reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal a
constitucionalidade da legislação de regência.
2. É assente na jurisprudência que o sistema de alíquotas proporcionais ao risco da atividade
exercida pelo contribuinte e a fixação desse grau de risco, por meio de decreto, com base na
atividade preponderante (e não na situação individual de cada empregado), são compatíveis
com os princípios da isonomia, da separação dos Poderes e da legalidade estrita, para fins de
cobrança da contribuição ao Seguro Acidente do Trabalho (arts. 2°, 5°, II, 150, I, 194 e 195, da
CF, art. 22, II, da Lei n° 8.212/91, e art. 97, IV, do CTN).
3. Na hipótese de existirem vários estabelecimentos com registro próprio no CNPJ (antigo
CGC), deve-se considerar a individualidade de cada um deles.
4. Reconhecida a exigibilidade da contribuição hostilizada, e à míngua de prova da existência
de erro no enquadramento da impetrante, para fins de definição da alíquota aplicável - até em
razão dos limites impostos à dilação probatória em sede de mandado de segurança - não há
como acolher o pleito de redução do percentual aplicado pela autarquia previdenciária.

Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800


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Processo admirestrethro 10833.00027112010-04

Processo: AMS 200561040115937


Relator: JUIZ PAULO SARNO
órgão Julgador 28 Turma
Fonte: DJU DATA:11/10/2007 PÁGINA: 643
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda
Turma do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, por votação unânime, negar provimento ao
recurso, nos termos do voto do Senhor Juiz Federal Convocado Relator, e na conformidade da ata de
julgamento, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Ementa:
fr
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO - SAT. ATIVIDADE
PREPONDERANTE E GRAU DE RISCO. ENQUADRAMENTO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. INADEQUAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA.
I - Nos termos dos artigos 26 do Decreto 2173/97 e 202 do Decreto 3048/99, muito embora seja de
responsabilidade da empresa o enquadramento no correspondente grau de risco, de acordo com a
*relação anexa ao regulamento, cabe ao INSS rever o auto-enquadramento a qualquer tempo, adotando
medidas necessárias à sua correção e à notificação dos valores devidos.
II - No caso em apreço, o impetrante sustenta que a maioria de seus funcionários trabalha na atividade
de lanchonete/restaurante e administração, sendo que um menor número trabalha na atividade de posto
de combustíveis. Pretende, com a ação, impedir o INSS de rever o auto-enquadramento na atividade de
risco médio com recolhimento da contribuição à alíquota de 2% (dois por cento).
III - Todavia, as guias de recolhimento acostadas e os documentos contábeis apresentados não se
mostram hábeis a comprovar o enquadramento da impetrante no correspondente grau de risco.
Ademais, é Impossível a realização de tal prova em sede de mandado de segurança, via em que a
liquidez e certeza do direito devem ser de pronto comprovadas, sem que haja necessidade de dilação
probatória.
„ej‘,/ - Recurso improvido. Sentença mantida.

Mandado de segurança 26357.49.2010.4.01.3800 9/27

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

O Tribunal Regional Federal da 5a Região segue esta mesma linha:

Processo: EDAMS 20028300012343001


Relator: Desembargador Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima
Órgão Julgador: 39 Turma
Fonte: DJ - Data::25107/2007 - Página::967 - N°::142
Decisão: Unânime
Ementa:
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA.
(...)
2. Hipótese em que a inicial, conquanto aluda ao fato de que a alíquota do SAT não poderia ser fixada pela atividade
preponderante da empresa, senão que deveria ser cotejado aquilo que se passa nos vários estabelecimentos que possui,
findou postulando que a cobrança se fizesse no patamar mínimo de 1%, sendo que o Regional, à falta de prova pré-constituída
sobre o grau de risco efetivo em que a impetrante opera, bem assim considerando a impropriedade do writ of mandamus para
proceder à realização da prova que elucidasse o fato, extinguiu o feito por inadequação da via eleita, o que não aparenta
conter qualquer vicio atacável pelos declaratórios, nos termos do item anterior;
3. Embargos de declaração improvidos.

Idêntico é o posicionamento do Tribunal Regional Federal da 3a Região no próximo julgado:

Processo: AMS 200061000505901


Relator: JUIZ JOHONSOM Dl SALVO
Órgão julgador: 1 8 Turma
Fonte: DJF3 CJ1 DATA:08/.07/2009 PÁGINA: 115
Decisão: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Primeira Turma do Tribunal
Regional Federal da 3° Região, por unanimidade, conhecer dos embargos de declaração e negar-lhes provimento, nos termos
do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - INOCORRÊNCIA DE OMISSÃO OU OBSCURIDADE - INTELIGÊNCIA DO
ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - IMPOSSIBILIDADE DE DESVIRTUAMENTO DOS DECLARATÓRIOS
PARA OUTRAS FINALIDADES QUE NÃO A DE APERFEIÇOAMENTO DO JULGADO - RECURSO IMPROVIDO.
(-.)
2. Não assiste razão à parte embargante quando alega a existência de omissão no julgado. Isso porque o cerne da presente
demanda reside no direito de recolher a contribuição social para custeio do Seguro de Acidentes do Trabalho - SAT por
alíquotas diferenciadas, na forma do Decreto n° 612/92, além do direito à compensação do indébito com outras contribuições
arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
3. Neste sentido, da atenta leitura do voto condutor e do v. acórdão depreende-se que esta E. Primeira Turma, analisando toda
a matéria posta a deslinde, adotou o entendimento de que a alíquota depende da atividade preponderante exercida pela
empresa, conforme traga maior ou menor risco para os empregados.
4. Ressalto, inclusive, que tal entendimento deu origem à Súmula 351 do Superior Tribunal de Justiça.
5. Da análise dos autos constato que a embargante não apresentou, no momento da impetração do presente mandamus,
documento hábil a comprovar a diversidade de estabelecimentos com atividades distintas em cada um deles, o que inviabiliza
o reconhecimento dos fatos alegados na inicial.
6. Em vista disso, sendo uma ação de rito especialissimo, o mandado de segurança exige como requisito indispensável ao
ajuizamento o da prova constituída. Sem a prova documental - única admitida em mandamus - toma-se difícil afirmar a
existência ictu oculli de direito líquido e certo a chancelar a tutela jurisdicional, razão pela qual se mostra evidente o acerto do
decisum embargado.

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.•

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Por fim, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça — STJ é similar ao anteriormente


exposto:

Processo: EDRESP 200400377635


Relator: FRANCIULLI NETTO
órgão Julgador: 21 Turma
Fonte: DJ DATA:05/09/2006 PG:00223
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do
Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do voto do Sr.
Ministro-Relator." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Peçanha Martins.
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL - SAT - GRAUS DE RISCO FIXADOS POR DECRETO -
POSSIBILIDADE - ALEGADA OMISSÃO DA DECISÃO EMBARGADA QUANTO A ALIQUOTA APLICÁVEL - AUSÊNCIA DE
EIVA NO JULGADO. Consoante restou consignado no v. acórdão embargado, "é pacífico o entendimento deste Sodalício de
que não ocorre afronta ao princípio da legalidade, previsto no artigo 97 do CTN, quando se estabelece, por meio de decreto, os
*graus de risco (leve, médio ou grave) para efeito de Seguro de Acidente do Trabalho, partindo da atividade preponderante da
empresa" (cf. REsp 415.269-RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 1.6.2002, e REsp 392.355-RS, Rel. Min. Humberto Gomes de
Barros, DJ 12.8.2002). A pretensão da embargante de que seja especificada a alíquota aplicável ao caso não tem pertinência
na espécie, pois demandaria o exame de provas, o que é vedado a este Sodalício em vista do óbice da Súmula 07 do STJ. A
par disso, como bem realçou o insigne magistrado de primeiro grau, "aquele que sentir-se lesado pela qualificação
determinada pelo regulamento pode pleitear sua alteração, comprovando a situação (...), a fim de alterar seu enquadramento
e, por conseguinte, a alíquota que deverá aplicar ao seu recolhimento". Tratando-se a presente ação de mandado de
segurança, no qual se requer a demonstração do direito líqüido e certo, inviável aferir qual a aliquota aplicável à recorrente, de
modo que deverá valer-se dos meios adequados para esse questionamento. Com esses esclarecimentos, é forçoso concluir
que não há, na decisão atacada, qualquer omissão, contradição ou obscuridade, pois apreciada toda a matéria recursal
devolvida. Embargos de declaração rejeitados.

Continuando no aspecto constitucional do assunto, relembramos que a Constituição Federal de


1988 reconhece a saúde como direito social fundamental2 de todos e dever do Estado. Este, portanto,
vara se desincumbir de mais essa responsabilidade constitucional necessita de recursos específicos e
da participação direta de toda a sociedade, por meio do custeio de contribuições sociais.

Em função desse comando constitucional, o legislador ordinário estabeleceu 3 que os benefícios


concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho e a aposentadoria especial sejam financiados por meio de contribuições sociais
específicas a cargo das empresas e entidades equiparadas (conhecida como contribuição do Seguro
Acidente do Trabalho - SAT) obtidas pelo produto de 1, 2 ou 3%, conforme a atividade econômica

2A saúde é parte integrante da Seguridade Social, que nos termos do art. 195 da CRFB/88, será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
Indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da Unillo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munlefplos, e de
contribuiçOes sociais específicas e novas.

3 É o que determina o art. 22, inciso II, letras "a", "b" e "e", da Lei n°8.212, de 24/07/1991.

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preponderante patronal, com a remuneração paga, devida ou creditada aos seus empregados e
trabalhadores avulsos.

No entanto, a contribuição previdenciária patronal do SAT é calculada independentemente da


qualidade do ambiente de trabalho ofertado pela empresa aos seus trabalhadores, sendo devida
igualmente por todas as empresas que se enquadrem concretamente ao fato gerador da exação
legalmente previsto, independentemente do investimento que ela tenha realizado na melhoria do seu
meio ambiente de trabalho.

Por isso, havia um relativo consenso de que era necessário conferir aos empregadores que
investissem em segurança e saúde do trabalho, reduzindo o custo da previdência social na concessão
de benefícios, um incentivo tributário que implicasse uma redução dos seus custos, quando comparado
aos encargos das empresas concorrentes, que negligenciassem tal dever de cuidado. Seria uma
espécie de retorno econômico, por meio de uma redução da carga tributária patronal, em homenagem à
gestão responsável da empresa em relação aos agentes ambientais químicos, físicos ou biológicos
existentes no meio ambiente de trabalho.

Vale ressaltar que desde a publicação da Lei n° 8.212, em 25/07/91, havia a autorização, por
meio do § 3° do seu art. 22, ao Ministério da Previdência Social para alterar, com base nas estatísticas
de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento de empresas para efeito da
contribuição do SAT, a fim de estimular investimentos em prevenção de acidentes.

Todavia, essa faculdade até então não fora concretizada e o desejo de estimular, mediante
incentivo tributário, as empresas a investirem espontaneamente na melhoria do meio ambiente de
trabalho ainda permanecia latente.

Nesse contexto, no intuito de materializar essa política extrafiscal, é que foi editada a MP n° 83,
de 12/12/2002, posteriormente convertida na Lei n° 10.666, de 09/05/2003, nos termos de seu art. 10°,•
cujo teor transcrevemos a seguir:

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa
em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir
dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social. (grifo nosso)

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Percebe-se, pois, que o aludido dispositivo legal estabeleceu a possibilidade de redução d )

alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de
aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), - em até cinqüenta por cento, ou seu
aumento, em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva
atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
freqüência, gravidade e custo calculados a partir dos benefícios acidentários concedidos pelo INSS,
segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Socia1 4.

Cumpre ressaltarmos que o implemento dessa sistemática ocorre pelo produto de um fator, que
variará num intervalo contínuo de 0,50 a 2,00, com a alíquota da empresa de contribuição do SAT de 1,
2 ou 3%, fator esse denominado de Fator Acidentário de Prevenção — FAP.

Por sua vez, o Poder Executivo entendeu por bem regulamentar o fator acidentário de prevenção
FAP, mediante a edição do Decreto n° 6.042, de 12/02/2007, inserindo o art. 202-A no RPS,
Wdeterminando as seguintes regras:

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos Incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até cinqüenta por cento
ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído pelo Decreto n°6.042, de 2007).
§ 1 0 O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois
Inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta
casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 20 Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput, proceder-se-á à discriminação do
desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade económica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis com
pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento, respectivamente. (Redação
dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 30 (Revogado pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 40 Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo metodologia aprovada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta: (Incluído pelo Decreto n° 6.042, de 2007).
I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio
de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e de benefícios acidentários estabelecidos por nexos
técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados; (Redação dada pelo Decreto n°
6.957, de 2009)
II - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por
Invalidez e pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em
razão da gravidade da ocorrência, como segue: (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)

4 Atualmente essa metodologia se encontra prevista na Resolucao n° 1.269 do Conselho Nacional da Previdência Social — CNPS (2006)

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c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957,
de 2009)
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária pagos ou devidos pela
Previdência Social, apurados da seguinte forma: (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fração de
mês; e (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da expectativa de sobrevida do
segurado, na data de início do benefício, a partir da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE para toda a população brasileira, considerando-se a média
nacional única para ambos os sexos. (Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 50 O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da
União, os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com
as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta verificar o
respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 7° Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até
completar o período de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos
dados anuais incorporados. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 8° Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de 1° de janeiro do ano.
ano seguinte ao que completar dois anos de constituição. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 9° Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP serão utilizados os dados de abril de 2007 a
dezembro de 2008. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009)
§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social indicará a sistemática de
cálculo e a forma de aplicação de índices e critérios acessórios à composição do índice composto do FAP.
(Incluído pelo Decreto n° 6.957, de 2009)

Assim, se uma determinada empresa que integra um ramo de atividade econômica considerado
de alto risco (cuja alíquota é de 3%), isoladamente, apresenta os menores indicadores de risco de
acidentes, graças ao seu bom desempenho em relação à segurança e saúde dos seus trabalhadores, e
consegue obter um FAP de 0,5, esse fator será multiplicado pela alíquota de 3% (do ramo de atividade)
e a empresa passará a recolher a contribuição do SAT com a alíquota, reduzida à metade,
correspondente a 1,5%. Por outro lado, se a empresa classificada no mesmo ramo de atividades.
possuir uma alta incidência de morbidade, terá um FAP equivalente a 2,0, que multiplicado pela mesma
alíquota de 3%, culminará para a empresa a obrigatoriedade de recolher a contribuição do SAT com a
alíquota de 6%. Resta evidente, portanto, que quanto mais próximo de 0,5 for o FAP, ou seja, quanto
menores forem os índices de freqüência, gravidade e custo, melhor será para a economia da empresa.

Vale mencionarmos ainda que, inicialmente, o FAP deveria produzir efeitos a partir de
01/01/2008, segundo o disposto no art. 5°, III, do Decreto n° 6.042/2007. Contudo, sua implementação
já foi adiada duas vezes, uma para 01/01/2008, de acordo com o disposto no Decreto n° 6.257/2007, e
outra pelo Decreto n° 6.577, de 25/09/08, postergando novamente o início dos efeitos tributários do FAP
para 01/01/2010, sob o argumento de permitir às empresas conhecerem e discutirem fartamente todo o

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cálculo de apuração do seu FAP. Contudo, o FAP se tornou efetivo a partir de 01/01/2010, em razão da
edição do Decreto n° 6.957, em 09/09/2009.

Temos também aqui argumentos fortemente contrários aos que entendem que o Decreto
6.957/09 estaria ferindo o princípio da irretroatividade, pois que o método de cálculo já estava previsto
no Decreto 6.042/07, o qual incluiu o art. 202-A no RPS (Regulamento da Previdência Social), aprovado
pelo Decreto 3.048/99. O Decreto 6.957/09 só aperfeiçoou a metodologia, sendo que o § 9 0 do art. 202-
A é só um método de cálculo que se utiliza de dados passados por uma questão meramente lógica: é
impossível fazer cálculos comparativos de empresas sem olhar o que aconteceu às mesmas no
passado. A lógica do § 9° é a mesma da do § 7 0 • E, ao não se admitir a constitucionalidade ou 4.
legalidade do § 9° e § 7°, não se está admitindo a própria cobrança do FAP. Aliás, a redação original do ,
§ 7 0 já dizia:
§ 72 Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a dezembro de
cada ano, a contar do ano de 2004, até completar o período de cinco anos, a partir do
qual os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos dados anuais incorporados.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também entendeu que não houve ofensa ao princípio da
legalidade tributária.

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO SAT. DEFINIÇÃO POR DECRETO DO GRAU


DE PERICULOSIDADE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS EMPRESAS.
OFENSA AO PRINCIPIO DA LEGALIDADE NÃO-CARACTERIZADA.
1. A definição do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas pelas empresas,
pelo Decreto n. 2.173/97 e pela Instrução Normativa n. 02/97, não extrapolou os
limites insertos no artigo 22, inciso II da Lei n. 8.212/91, com sua atual redação
constante na Lei n. 9.732/98, porquanto tenha tão somente detalhado o seu
conteúdo, sem, contudo, alterar qualquer dos elementos essenciais da hipótese de
incidência. Não há, portanto, ofensa ao princípio da legalidade, posto no art. 97 do
CTN, pela legislação que institui o SAT - Seguro de Acidente do Trabalho.
2. Embargos de divergência parcialmente conhecidos e não providos. (EREsp
297.215-PR, Rel. Min. Teori Albino Zasvascki, DJ 12.9.2005).

Da mesma forma, para que fosse melhor aplicada no caso concreto, a Lei 10.666/03, em seu art.
10, fixou parâmetros (redução em até 50% das alíquotas SAT/RAT de 1%, 2% e 3% previstas no art.
22, II da Lei 8.212/91; ou aumento em até 100%) e padrões (definição do desempenho da empresa em
sua atividade econômica por meio dos índices de frequência, gravidade e custo), deixando para o
regulamento (Decretos 6.042/07 e 6.957/09) a aferição dos dados e elementos por meio do Fator
Acidentário de Prevenção (FAP), nos termos do art. 202-A do RPS, e conforme a metodologia de
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cálculo detalhada pelas Resoluções n° 1.308/09 e 1.309/09 editadas pelo Conselho Nacional de
Previdência Social (CNPS).

Percebe-se, em ambas as situações, que não houve delegação pura cometida pela Lei ao Poder
Executivo, ofensiva ao princípio da legalidade tributária (CF188, art.150, I). A Lei 10.666/03, em seu art.
10, não cometeu ao Executivo o poder de fixar as alíquotas. Apenas atribuiu ao regulamento a aferição
de dados, em concreto, justamente para a boa aplicação da lei, tendo em vista a impossibilidade de a
Lei fazê-la adequadamente.

Em face da grande diversidade de atividades empresariais, seria praticamente impossível ao


legislador alcançar as inúmeras hipóteses fáticas aptas a indicar todos os respectivos índices de
frequência, gravidade e custo, variáveis empregadas no cálculo do FAP, não constituindo ofensa à Lei
10.666/03 o fato de que a metodologia para aferição desses índices ficasse a cargo do Executivo.

A complexidade envolvida pode ser verificada pela relação das empresas enquadradas nas
Subclasses da CNAE e os respectivos índices e percentis, imprescindíveis ao cálculo do FAP, objeto do.
Anexo I dá Portaria Interministerial n° 254 de 24/09/2009, conforme cópia juntada ao ANEXO 1 destas
Informações.
Assim, não há falar-se em ofensa aos princípios da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I; CTN,
art. 97), pois os Decretos 6.042/07 e 6.957/09, regulamentadores do art. 10 da Lei 10.666/03,
instituidora da mencionada exação, não ultrapassaram os limites da Lei.

Diante disso, percebe-se que, diversamente do que defende a impetrante na inicial, a exigência
do FAP não se confunde com sanção, uma vez que o legislador criou as alíquotas fixas da contribuição
patronal previdenciária para o SAT no art. 22, II, da Lei n° 8.212/91 e, posteriormente, mediante a
edição da Lei n° 10.66/2003, em seu art. 10 0 , a fim de promover maior justiça fiscal e em razão do
caráter extrafiscal atribuído à exação, bem como em atendimento aos princípios da isonomia (material)
e da razoabilidade, estabeleceu limites mínimos e máximos de variação dessas alíquotas, que podem.'
variar entre 0,5% e 6,0%, de acordo com o enquadramento da atividade econômica da empresa no
CNAE com o correspondente grau de risco acidentário da empresa no CNAE, multiplicado pelo FAP
aferido, mero adicional ou redutor das contribuições sociais previdenciárias, a depender da metodologia
adotada pela empresa.

Assim, o que ocorre agora é que houve uma diminuição do percentual mínimo da alíquota do
SAT (0,5%) e uma gradação do percentual máximo (6%), de acordo com a incidência do FAP para a
quantificação do SAT básico, de forma que a empresa que mais acarretar doenças ocupacionais ou
acidentes de trabalho pagará mais tributos previdenciários, enquanto que aquela que mais investir em
segurança e medicina do trabalho arcará com um percentual reduzido de alíquota.

" Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 16/27

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Nesse sentido, o que se verifica é que o fator acidentário de prevenção — FAP, por ter sido criado
efetivamente como um instrumento de política extrafiscal 5 do Estado, imporá às empresas uma
tributação mais ou menos onerosa, conforme o maior ou menor investimento, respectivamente, que fizer
na melhoria do meio ambiente de trabalho dos seus empregados.

Em verdade, o conceito de extrafiscalidade relaciona-se com a finalidade do tributo, cuja


preponderância é outra que não a meramente arrecadatória. Em regra, serve para estimular ou
desestimular determinada prática mediante intervenção Estatal, sendo este o caso do FAP incidente
sobre o SAT. Diante do exposto acima, e mormente pela possibilidade de redução de alíquotas no caso
de empresas que investem em segurança e saúde do trabalhador.

Nada obstante, o art. 195, § 9°, da Constituição Federal estabelece que as contribuições sociais
previstas em seu art. 195, I, poderão ter allquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade económica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição
•estrutural do mercado de trabalho.

Não se pode negar também que com o FAP o Estado busca dar a máxima efetividade ao direito
à saúde do trabalhador, direito social fundamental de segunda dimensão a um meio ambiente de
trabalho sadio e isento de agentes nocivos e incapacitantes. E é exatamente nessa oportunidade de
irradiação dos efeitos morais da dignidade da pessoa humana em todo ordenamento jurídico, que a
implementação do FAP encontra terreno bastante fértil para se desenvolver, pois esse fator combina o
direito tributário (pelo seu viés extrafiscal) com o previdenciário e o trabalhista em prol da redução dos
riscos inerentes ao trabalho (art. 7 0 , XXII da CR/88).

É bem verdade que qualquer medida que possa sugerir um Incremento na carga tributária é,
desde logo, vista com antipatia e como mais uma forma de saciar a voracidade arrecadatória da União,
°sobretudo com relação a criação de novas contribuições socais, pois como estas não se sujeitam a
repartição tributária, somente o orçamento da União é reforçado. Contudo, no caso em exame, esse
temor não se justifica. A criação do FAP não objetiva precipuamente arrecadar tributos para a União,
isso pode até ocorrer em um primeiro momento (de forma bastante sensível), enquanto as empresas
ainda não tiverem atentado para a relevância dessa questão.

5 Para TORRES, Ricardo Lobo, In Curso de direito financeiro e tributário; Rio de Janeiro: Renovar, 2001: "A extrafiscalidade é o princípio ontológico da
tributação e epistemológico do Direito Tributário, que justifica juridicamente a atividade tributante do Estado e a impele, com vistas na realização dos fins
estatais e dos valores constitucionais, conforme as políticas públicas constitucionalmente estabelecido, delimitada (a atividade estatal) pelos princípios que
revelam as garantias fundamentais do contribuinte."

Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 17/27

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No entanto, quando a atenção empresarial se traduzir em um maior controle dos riscos


ambientais, a arrecadação dessa contribuição poderá, conforme já mencionado, inclusive, vir a cair, o
que é desejável, pois quando isso ocorrer, é provável que retroceda igualmente o total das despesas do
INSS com a concessão de benefícios previdenciários acidentários. Como o empresariado está
acostumado a reagir em função da relação receita x despesa e uma parcela da carga tributária
empresarial passará a ser inversamente proporcional aos investimentos que a empresa fizer na
melhoria do meio ambiente de trabalho, a empresa previdente se verá cada vez mais incentivada a
investir em segurança e saúde do trabalhador, enquanto que a empresa imprudente terá que optar entre
passar a fazer o mesmo ou começar a perder gradativamente uma fatia do mercado para as suas
concorrentes previdentes (que terão encargos tributários cada vez menores).

Diante disso, percebe-se que o FAP é plenamente compatível com a Constituição da República
atual, que adota como fundamento a dignidade da pessoa humana (art. 1°, III) e os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa (art. 1°, IV), que tem como objetivos fundamentais, entre outros, construir
uma sociedade livre, justa e solidária (art. 3°, I); que reconhece como direitos mínimos dos
trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de.
saúde, higiene e segurança (art. 7°, XXII); que estabelece ser a ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, e ter por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observada a defesa do meio ambiente (art. 170, VI), no qual
indubitavelmente está o meio ambiente do trabalho.

Ademais, é plenamente razoável exigir da empresa que acarretar um custo maior a Previdência
Social com benefícios acidentários, um adicional na contribuição para financiar esse acréscimo de
custo. Trata-se de simples observância ao princípio da igualdade, visto que as empresas devem ser
tratadas desigualmente, na medida das suas diferenças. Assim, não tem cabimento uma empresa que
quase não onera a Previdência Social contribuir da mesma forma que outra, que não segue o mesmo
comportamento. Inclusive, a obrigatoriedade de contribuir de forma proporcional ao custo que acarretar,
além de ser medida de justiça social, encontra fundamento no princípio da eqüidade da participação do. --"
custeio6 (que além de só permitir uma carga de contribuição compatível com a capacidade de contribuir,
também reclama uma contribuição no montante compatível com o benefício que usufruir) e no próprio
princípio do equilíbrio financeiro e atuarial, que orienta desde 16/12/98 (data da publicação da Emenda
Constitucional n° 20) a Previdência Social pública e básica gerida pelo INSS. Tudo no sentido de tornar
o RGPS auto-sustentável, sem ao mesmo tempo, comprometer em demasia os recursos do
0
empregador. Além disso, como não se trata de nova fonte de custeio (art. 195, §4 da CR/88), mas, sim,
de mero adicional ou redutor, a depender do comportamento da empresa, de contribuições sociais
previdenciárias já previstas no art. 195 da CRFB/88, é plenamente possível a criação do FAP pela
União por meio de lei ordinária federal.

6 Esse princípio, embora expressamente previsto para a Seguridade Social, também é aplicável a Previdência Social, já que esta é espécie daquela
(art. 194, parágrafo único, da CRFB/88).
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Cabe destacarmos, ainda, que, a aplicação do FAP trará ganho: i) para todos os trabalhadores,
com sua efetiva valorização, já que as empresas estarão mais preocupadas em aplicar as medidas de
prevenção e com a melhoria da qualidade de vida. O trabalhador passará a ter maior expectativa de
vida e maior permanência no local de trabalho, com proteção de sua saúde; ii) para a Previdência Social
porque diminuirão no futuro os gastos com benefícios de natureza acidentária; iii) para os consumidores
e a população em geral, pois teremos menos custos nos processos produtivos para o Brasil e
conseqüentemente a produção com melhor qualidade; e iv) para as empresas que vão poder atuar de
forma mais tranqüila, pois o mecanismo de cálculo do FAP produzirá a competitividade sadia entre elas;
pagará mais quem deve e haverá redução tributária para quem faz o dever de casa da prevenção.

O que se verifica efetivamente é que, de acordo com as informações oficiais fornecidas pelo
Ministério da Previdência Social — MPS, desde o dia 30 de setembro estão disponíveis nos portais do
MPS e da Receita Federal do Brasil (RFB) os valores do FAP de 952.561 empresas — integrantes de
1.301 subclasses ou atividades econômicas, onde, além dos índices de freqüência, gravidade e custo
Oide toda a acidentalidade registrada dessas empresas nos anos de 2007 (a partir de abril) e 2008,
também poderão ser consultados os números de registros de acidentes e doenças do trabalho, de
auxílios-doença acidentários, de aposentadorias por invalidez e de pensão por morte e o valor total de
benefícios pagos.

No que tange à mudança de critério houve uma evolução deste. Antes, o trabalhador teria que
comprovar que foi vítima de acidente de trabalho (quando a empresa não emitia a CAT) e o INSS
deveria fazer perícia caso a caso. Agora, com o atual critério de causalidade presumida para algumas
doenças e relações laborais que a legislação especifica, cabe à empresa provar que a doença não foi
relacionada com o trabalho, invertendo o ônus da prova. Essa não foi uma inovação arbitrária, antes
disso, foi feita com base em estudos técnicos de peritos no assunto, com base no CIO-10 (Classificação
Internacional de Doenças). Assim, nas doenças elencadas abaixo a título exemplificativo, temos a
11"causalidade presumida quando correlaciondas a certas atividades laborais (CNAE), conforme anexo II
do RPS (Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, com redação dada pelo
Decreto 6.957/09):

a) nas atividades que trabalham com arbesto ou amianto, quando a doença


apresentada pelo funcionário for neoplasia maligna do estômago;
b) benzeno e leucemias;
c) benzeno e síndromes mielodisplásicas;
d) sulfeto de carbono e episódios depressivos;
e) acidente de trabalho grave ou catastrófico e stress pós-traumático;
f) "ar comprimido" e labirintite;
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 19/27

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g) chumbo e arritmias cardíacas;


h) chumbo e insuficiência renal crônica;
i) nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico e infarto agudo do miocárdio;
j) cromo e perfuração do septo nasal;
k) exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral e artrite reumatóide associada a
pneumoconiose dos trabalhadores do carvão.

Pegando o caso da letra i acima a fim de continuarmos a ilustração da norma, temos que, para o
CNAE 1621-8/00 (Fabricação de Madeira Laminada e de Chapas de Madeira Compensada, Prensada e
Aglomerada), apresentando o empregado infarto agudo do miocárdio, tendo havido contato com
nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico, fica estabelecida a causalidade presumida entre a
doença e a atividade labora!, sendo enquadrada, a princípio, como doença do trabalho, de acordo com
o Nexo Técnico Epidemiológico, na forma do § 32 do art. 337 do RPS.

E o que levou a essa evolução legislativa? Quais as motivações que levaram a esta mudança de
paradigma? Podemos citar apenas algumas das motivações. Uma delas foi a quantidade de casos delel
subnotificação de acidentes de trabalho (CAT) aos sindicatos de classe e ao INSS; a lei determina a
comunicação obrigatória, contudo, muitas vezes, esse dever não é cumprido pelas empresas. Outra
motivação foi a evolução da informática e do tratamento de informações, o que permite, com maior
*segurança e velocidade, a comparação de um banco de dados grande e variado.

Voltando ao FAP, do total de empresas, 92,37% (879.933) serão bonificadas na aplicação do


FAP em 2010. Somente 72.628 empresas, ou seja, 7,62%, terão aumento na alíquota de contribuição
ao SAT. Isso significa que estas empresas precisam ampliar os investimentos em saúde e segurança no
ambiente de trabalho

Vale mencionarmos, ainda, que o fator acidentário não vai trazer qualquer alteração na
contribuição de 3,328 milhões de pequenas e microempresas, que recolhem os tributos pelo sistema
simplificado, o Simples Nacional, e estão isentas da tributação do Seguro Acidente.

Com efeito, conforme restou patente, a criação do FAP pela MP n° 83/03, posteriormente
convertida na Lei n° 10.666/03, é plenamente compatível com o texto constitucional, notadamente em
função de concretizar o conteúdo normativo expresso nos princípios da igualdade, da eqüidade na
forma da participação do custeio e do equilíbrio financeiro e atuarial, além de ser um instrumento que
permite maximizar a efetividade do direito social fundamental do trabalhador à saúde do trabalhador,
direito social fundamental a um meio ambiente de trabalho sadio e isento de agentes nocivos e
incapacitantes, não havendo, por conseguinte, qualquer ilegalidade em sua regulamentação.

Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 20/27

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Processo administradvo 10833.000271/2010-04 r)

Finalizamos com o texto abaixo, devido à grande propriedade com que o tema é tratado pelos
seus autores; assim, colacionamos texto publicado no jornal Folha de São Paulo do dia 04/02/2010,
pág. A3, de autoria de Artur Henrique (Presidente Nacional da CUT -Central Única dos Trabalhadores) e
Manoel Messias Melo (Secretário Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT), com grifos nossos:

Segundo os registros oficiais da Previdência Social, entre 2003 e 2008 tivemos 3,4 milhões de
acidentes de trabalho no país, o que resultou em 16.700 mortes e 499 mil casos de doenças. Além
disso, 71.300 pessoas em plena idade produtiva foram aposentadas por invalidez, ou seja, foram
excluídas definitivamente do mercado de trabalho.
No mesmo período, o custo da Previdência Social para cobrir gastos com benefícios acidentários
e aposentadorias insalubres e penosas foi de R$ 72,7 bilhões. Desse total, as empresas pagaram
tão somente R$ 41,9 bilhões, gerando um rombo de R$ 30,8 bilhões para as contas públicas,
advindo de um problema a respeito do qual os empregadores têm toda a responsabilidade,
segundo definido pela nossa Constituição Federal e como admitido em todo o mundo.
Para além das perdas econômicas, esse quadro remete a dimensões éticas e sociais que revelam,
antes de tudo, o profundo descaso de parte dos empregadores com a vida e a saúde humanas,
diutumamente negligenciadas por condições de trabalho que impõem sofrimento físico e psíquico
muito além dos limites suportáveis.
A partir de 2006, esse quadro passou a ter mais visibilidade, quando acertadamente o Governo,
após pressão do movimento sindical e a partir de um processo negociai que incluiu os
empregadores, adotou o critério epidemiológico para o reconhecimento da relação de causalidade
entre o trabalho e o acidente - nele também compreendidas as doenças- por meio do cruzamento
entre o CID (Código Internacional de Doenças) e o Cnae (Código Nacional de Atividade
Económica).
Com o 'cruzamento, tornou-se muito mais fácil identificar a relação entre o tipo de atividade de
cada setor e a incidência de doenças ou acidentes de trabalho.
Em setembro de 2009, a sociedade conseguiu novo avanço: o chamado FAP (fator acidentário de
prevenção), que, na prática, estabelece a cobrança individual por empresa do seguro acidente. A
mudança foi estabelecida a partir do decreto 6.957, da Previdência Social, que finalmente
regulamenta a Lei 10.666/03.
Por causa do FAP, as empresas que apresentarem maior número de acidentes, doenças, mortes
e invalidez deverão pagar al(quotas maiores do seguro acidente, e as que mais bem protegem a
saúde dos trabalhadores, investindo em saúde e proteção, pagarão menos.
Premia-se, portanto, as boas práticas para com a saúde do trabalhador.
Pois agora vem a CNI (Confederação Nacional da indústria) tentar ludibriar a sociedade brasileira,
declarando que as empresas, de uma forma geral, serão submetidas a um seguro acidente mais
caro. Pior ao Combater a mudança, está somente defendendo as empresas que matam, invalidam
-
e fazem os trabalhadores adoecer.
Deixam de perceber que essas representam um número pequeno se comparadas aos milhares de
empresas que serão beneficiadas ao cumprir suas tarefas em matéria de saúde do trabalhador.
É uma atitude condenável, que procura ocultar da sociedade essa triste história de acidentes,
mortes e invalidez nos locais de trabalho.
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 21127

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

É preciso destacar a estranheza da reação da CNI, que participou de todo o processo de


negociação e elaboração entre as centrais sindicais e os representantes patronais, aprovado pelo
Conselho Nacional de Previdência Social. Como empregadora e como participe da elaboração do
projeto, a CNI quer se eximir duas vezes.
A CUT, desde o seu nascimento, em 1983, ao lado das demais centrais sindicais, vem cobrando o
aperfeiçoamento da legislação previdenciária.
Denunciamos insistentemente a subnotificação dos acidentes de trabalho, o não reconhecimento
constante das doenças profissionais e os entraves desse reconhecimento pelo INSS.
Conseguimos uma mudança profunda, que é o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico), em
dezembro de 2006, que, independentemente das comunicações de acidentes de trabalho feitas
pelos patrões, garante reconhecimento de diversas doenças profissionais e do trabalho.
Com esse conjunto de mudanças, complementares entre si, os patrões não poderão fugir dessa
responsabilidade, escondendo-se na faixa de contribuições de 1% a 3% lineares para todos os
setores econômicos, quando em diversos países já existe a cobrança individual por empresa.
Implementar as medidas necessárias para cumprir as novas regras vai estabelecer normas e
procedimentos mais modernos em nossas empresas, o que evidentemente não aumentará o custo
Brasil -ao contrário.
Mais importante, porém, é combater as mortes, adoecimentos e acidentes de trabalho. •
IV — Do pedido de compensação

A ora impetrante requer, também, o direito à compensação de valores que tenham sido
recolhidos em decorrência da aplicação do FAP.

Inicialmente, cabe destacar que a Lei n° 12.016, de 07 de agosto de 2009, ao disciplinar sobre o
mandado de segurança, em seu artigo 7 0 , §2°, expressa a vedação quanto à concessão de medida
liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários.

Cabe destacar que, apesar da criação da Secretaria da Receita Federal do Brasil, que unificou all ■
antiga Secretaria da Receita Federal e a extinta Secretaria da Receita Previdenciária, no que tange às
contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei n°8.212/91,
permanecem aplicáveis, até ulterior deliberação, a legislação vigente à época da Secretaria da
Receita Previdenciária, consoante o previsto nos arts. 27 e 48 da Lei n° 11.45712007, in verbis:

Art. 27. Observado o disposto no art. 25 desta Lei, os procedimentos fiscais e os processos
administrativo-fiscais referentes às contribuições sociais de que tratam os arts. 2o e 3o desta Lei
permanecem regidos pela legislação precedente. (g.n.)

Art. 48. Fica mantida, enquanto não modificados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a
vigência dos convênios celebrados e dos atos normativos e administrativos editados:
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800
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Processo administrativo 10833.00027112010-04

I - pela Secretaria da Receita Previdenciária;


II - pelo Ministério da Previdência Social e pelo INSS relativos à administração das contribuições a
que se referem os arts. 2o e 30 desta Lei;
III - pelo Ministério da Fazenda relativos à administração dos tributos e contribuições de
competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil;
IV - pela Secretaria da Receita Federal. (g.n.)

Em assim sendo, embora a contribuição para RAT/SAT com a majoração do FAP seja
constitucional/legal, jamais poder-se-ia autorizar que a impetrante realize compensação utilizando
créditos oriundo de contribuição previdenciária com débitos de outros tributos arrecadados pela Receita 4„,
Federal do Brasil, uma vez que tal pedido encontra vedação expressa no § 20 do art. 89 da Lei n°
8.212/91, que traz a seguinte dicção:

Art. 89 Somente poderá ser restituída ou compensada contribuição para a Seguridade Social
arrecadada pelo Instituto Nacional do Seguro Social-INSS na hipótese de pagamento ou
recolhimento indevido.

(...)
§ 2° Somente poderá ser restituído ou compensado, nas contribuições arrecadadas pelo INSS, o
valor decorrente das parcelas referidas nas alíneas ma", "b" e "c" do parágrafo único do art.
11 desta Lei. (original sem destaque)

Vale conferir, também, o disposto no citado parágrafo único do art. 11 da Lei n° 8.212/91, in
verbis:

Art. 11 (...)
Parágrafo único. Constituem contribuições sociais:
a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu
serviço; (g.n.)
b) as dos empregadores domésticos; (g.n.)
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição; (g.n.)
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.

Nota-se, pela leitura dos dispositivos supracitados, que a legislação previdenciária específica
não prevê compensação com valores decorrentes das alíneas "d" e "e", os quais se referem a tributos
da então Secretaria da Receita Federal.

A Lei n° 8.212/91, enquanto não for objeto de alteração, constitui legislação especial em relação
à Lei n° 9.430/96 e, pelo princípio da hierarquia das normas, ela se impõe com o respaldo dos arts. 27 e
48, transcritos acima, da Lei n° 11.457/2007.
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Por fim, registra-se, por ser de fundamental importância, que a própria Constituição Federal de
1988, em seu art. 167, XI, veda, expressamente, a utilização das contribuições previdenciárias para
pagamentos de despesas que não sejam as de benefícios da Previdência Social, conforme se pode
conferir, in verbis:

Art. 167 São vedados:


(..-)
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e
II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201(g.n.)

Da limitação legal dos valores a compensar

Por oportuno, ad argumentandum tantum, ainda vale lembrar que a eventual compensação de
valores recolhidos deverá ser analisada à luz da legislação pertinente.

É de se ver que a compensação é favor legal, de via rápida, que o legislador ordinário, de acordo
com o permissivo do artigo 170 Código Tributário Nacional, disponibilizou, em prol do contribuinte,
livrando-o da via crucis do sistema previsto no artigo 100 da Constituição, que é, em verdade, a regra
geral de pagamentos feitos pelo Estado.

Assim, tratando-se de favor legal, não se há de tolher a liberdade que tem o legislador, neste
caso, para impor requisitos e condições, porquanto o próprio Código Tributário Nacional expressamente
tratou dessa possibilidade, facultando ao legislador essa imposição.

Neste sentido ainda, deve ser observado o disposto na Instrução Normativa RFB n° 900, de
30/12/2008, que disciplina detalhadamente as restrições qué devem ser impostas à compensação de
contribuições previdenciárias. Seus artigos 44 e seguintes dizem:

"Art. 44. O sujeito passivo que apurar crédito relativo às contribuições previdenciárias previstas nas alíneas
me a "d" do inciso 1 do parágrafo único do art. 1°, passível de restituição ou de reembolso, poderá utilizá-lo na
compensação de contribuições previdenciárias correspondentes a períodos subseqüentes.
§ 1° Para efetuar a compensação o sujeito passivo deverá estar em situação regular relativa aos créditos
constituídos por meio de auto de infração ou notificação de lançamento, aos parcelados e aos débitos
declarados, considerando todos os seus estabelecimentos e obras de construção civil, ressalvados os
débitos cuja exigibilidade esteja suspensa.
§ 20 O crédito decorrente de pagamento ou de recolhimento indevido poderá ser utilizado entre os
•estabelecimentos da empresa, exceto obras de construção civil, para compensação com contribuições
previdenciárias devidas.

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§ 3° Caso haja pagamento Indevido relativo a obra de construção civil encerrada ou sem atividade, a
compensação poderá ser realizada pelo estabelecimento responsável pelo faturamento da obra.
§ 4 0 A compensação poderá ser realizada com as contribuições incidentes sobre o décimo terceiro salário.
§ 5 0 A empresa ou equiparada poderá efetuar a compensação de valor descontado Indevidamente de sujeito
passivo e efetivamente recolhido, desde que seja precedida do ressarcimento ao sujeito passivo.
§ 6° É vedada a compensação de contribuições previdenciárias com o valor recolhido indevidamente para o
Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar n° 123, de 2006, e o Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), instituído pela Lei n°
9.317, de 5 de dezembro de 1996.
§ 7° A compensação deve ser informada em GFIP na competência de sua efetivação.

Art. 45. No caso de compensação Indevida, o sujeito passivo deverá recolher o valor Indevidamente
compensado, acrescido de juros e multa de mora devidos.
Parágrafo único. Caso a compensação indevida decorra de Informação Incorreta em GFIP, deverá ser
apresentada declaração retificadora

Art. 46. A Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada
pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa Isolada aplicada no percentual previsto no Inciso I do
caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do
débito Indevidamente compensado.

Art. 47. É vedada a compensação pelo sujeito passivo das contribuições destinadas a outras entidades ou
fundos."

Da impossibilidade de se efetuar a compensação de tributos antes do trânsito em julgado

Cabe invocar, também, o artigo 170-A do Código Tributário Nacional, dispositivo inserido pela
Lei Complementar no 104, de 10 de janeiro de 2001:

"Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial
pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial."

Assim sendo, caso seja autorizada a compensação pretendida pela impetrante, o que não se
espera, a eficácia dessa decisão deverá ficar suspensa até o seu trânsito em julgado.

Da taxa SELIC

O art. 39, § 4°, da Lei n° 9.250, de 26112/1995, diz:

"Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da Lei n°8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação
dada pelo art. 58 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995, somente poderá ser efetuada com o recolhimento
de importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais de mesma
espécie e destinação constitucional, apurado em períodos subseqüentes.
Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800 25d7

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

§ 4 0 A partir de 1° de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à


taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da
compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada."

Dessa forma, caso a segurança seja concedida, a taxa SELIC deve ser aplicada sobre os
valores a serem compensados. A taxa SELIC abrange a recomposição do valor da moeda e os juros
propriamente ditos. Portanto, não deve ser aplicado qualquer outro índice de forma cumulativa à taxa
SELIC, seja a título de taxa de juros, seja como índice de correção monetária. A seguinte decisão do
STJ trata sobre o tema:

6. Nos casos de repetição de indébito tributário, a orientação prevalente no âmbito da 1 8 Seção quanto aos
juros pode ser sintetizada da seguinte forma: (a) antes do advento da Lei 9.250/95, incidia a correção
monetária desde o pagamento indevido até a restituição ou compensação (Súmula 162/STJ), acrescida de
juros de mora a partir do trânsito em julgado (Súmula 188/STJ), nos termos do art. 167, parágrafo único, do
CTN; (b) após a edição da Lei 9.250/95, aplica-se a taxa SELIC desde o recolhimento indevido, ou, se for o le,
caso, a partir de 1°.01.1996, não podendo ser cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de
atualização monetária, seja de juros, porque a SELIC inclui, a um só tempo, o índice de inflação do período e
a taxa de juros real.

(parte da ementa da 1a Turma do STJ, REsp n° 762.616/SC, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, data do
julgamento em 23/08/2005)

V- Conclusão

Por todo o exposto, é indiscutível que inexiste qualquer ato por parte desta Delegada ou de
autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte que caracterize ilegalidade ou
abuso de poder, que ofenda ou ameace de ofensa qualquer direito líquido e certo da impetrante.

Afigurando-se sem guarida a pretensão deduzida e, em face das preliminares apresentadas, ia


resta propugnar pela extinção do processo sem resolução do mérito ou, ainda, pela denegação da
segurança pretendida pela impetrante, de forma a prevalecer a relação jurídico-tributária que obrigue o
recolhimento regular da contribuição atacada (SAT/RAT e reflexos introduzidos pelo FAP), estando essa
contribuição em perfeita harmonia com a legislação que rege o assunto e, de igual forma, não
configurando qualquer ofensa aos ditames da Constituição, da legislação tributária ou previdenciária.

Estas as informações que nos compete prestar. A consideração superior.

MF/RF aRF/DRF/BHE/SECAT/Eqjud
Em 25/05/2b10
tte cwwukA,
Jussara Lacerda
ATRFB - 65.579
Mandado de segurança 26357-492010 481.3800 26/27

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Processo administrativo 10833.000271/2010-04

De acordo
Encaminhe-se ao MM. Juiz Federal Substituto da 22° Vara da Justiça Federal em Minas Gerais,
mediante ofício, conforme disposto no art. 1.° da Portaria Conjunta RFB/PGFN/PGF n° 4.069, de 02 de
maio de 2007.

Regina C ia atista eiro


Delegada da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte

Mandado de segurança 26357-49.2010.4.01.3800


27/27

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
Ministério da Fazenda
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional no Estado de Minas Gerais

EXM.°(') SR.(e) JUIZ(a) FEDERAL DA 18a VARA DE BELO HORIZONTE - SEÇÃO


JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS
Processo Judicial n°: 26357-49.2010.4.01.3800 - Mandado de Segurança g
Impetrante: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA é
Impetrado: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO W
HORIZONTE/MG
PFN/MG - ALSC/2010

f
?

. '

A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), por seu procurador infra-


assinado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, nos termos do art.
526 do Código de Processo Civil, requerer a juntada da cópia da petição do
agravo de instrumento interposto contra a r. decisão de fls. 59/63.

Outrossim, requer a juntada do recurso aludido a fim de


possibilitar o reexame de V. Exa., ante a faculdade do artigo 523, parágrafo
2° do CPC, para manter, ou não, a decisão agravada.

Termos em que.
Pede deferimento.

PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO ESTADO DE MINAS


GERAIS. Belo Horizonte. em 11 de junho de 2010.

André Silva Cristino


da Fazenda Nacional
OAB/MG n.60.655

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
25'1
QÕPIA PFNPVIG
Ministério da Fazenda ett5FriA pFNI41G
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional no Estado de Minas Gerais

EXMO. SR . JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL


DA ia REGIÃO

Agravo de Instrumento em Mandado de Segurança

Referente ao processo n°: 26357-49.2010.4.01.3800 em curso perante a 22' Vara


Federal de Belo Horizonte - MG
Agravante: União (FAZENDA NACIONAL)
Agravado: Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda.

TROLINAL FEDERAL DA 1 REGIÃO


CER.'".!S
ÍÏCOLO DESCE.U.....L12/2.0
EM lk /20

AC 20 01 00

A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), por seu representante "ex


leg e", vem à presen ça de Vossa Excelência para interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

contra decisão de primeira instância, em sede de mandado de se g uran ça, que


deferiu a liminar.

Req uer, pois, o provimento liminar do recurso, nos termos do


artigo 557, § 1° do CPC, ou q ue seja recebido o presente recurso com efeito
suspensivo, face à relevância dos fundamentos expostos nas "RAZÕES" anexas,
bem como à g rave lesão aos cofres públicos q ue deixarão de receber os valores
devidos, pedindo seja SUSPENSO O CUMPRIMENTO de decisão de 1° g rau nesse
sentido até pronunciamento definitivo desse E g régio Tribunal.

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
4g's
Ressalte-se, que muito embora as alterações promovidas pela
Lei 11.187/05 que alterou o regime do agravo, determinado que seja processado na
modalidade retida, in casu ocorre a previsão da segunda parte do art. 522, em virtude
da inegável lesão grave e de difícil reparação à UNIÃO.

Pede seja processado o presente recurso, acompanhado de


cópia do inteiro teor do processo judicial n°26357-492010.4.01.3800.

Informa, outrossim:

Endereço do Procurador da Agravante: André Luiz da Silva Cristino


Procuradoria da Fazenda Nacional em Minas Gerais
Av. Afonso Pena, 1500, 6° andar - Centro
CEP: 30.190-030 - Belo Horizonte - MG

Endereço do Advogado do Agravado:


Dr. Abílio Machado Neto
Rua Rio de Janeiro n° 2.702 — 11 0 andar — Bairro de Lourdes

• CEP 30.160-042 — Belo Horizonte — MG

P. Deferimento.

PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO ESTADO DE MINAS


GERAIS, Belo Horizonte, em 09 de junho de 2010.

da Silva Cristino
da Fazenda Nacional
OAB/MG n60.655

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
RAZOES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO p
Pela agravante: UNIÃO

Colenda Turma,

DOS FATOS

O juiz de primeiro grau, atendendo a requerimento do Autor deferiu a


liminar para "determinar ao Delegado da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte
que se abstenha-se de exigir do(s) impetrante(s) a contribuição social a cargo da
empresa destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios
concedidos em razão do grau de Incidência de incapacidade labora tiva decorrente dos
riscos ambientais do trabalho — RA7", com as alterações traz!~ pelo art. 10 da Lei n°
10.666/2003, e Decretos ncs. 6042/2007 e 6.957/2009, que Instituíram e regulamentaram
o Fator Acidentário de Prevenção — FAP, a qual deverá ser recolhida consoante a
metodologia anterior, prevista no art. 22, II, da Lei n° 8.212/91 e Decreto n° 3.048/99."

A União entende que a decisão judicial está a exigir reforma, conforme


fundamentos abaixo aduzidos.

DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO E DA NECESSIDADE DE


EFEITO SUSPENSIVO LIMINAR

Inicialmente, cabe observar que no presente caso, se processado o


agravo de forma retida, de nenhuma serventia será o recurso, pois seria inócua a apreciação
em sede de eventual apelação, já que se trata de deferimento de tutela liminar. Ou seja, o
objeto do agravo seria o mesmo da futura apelação. Assim, só há sentido lógico em se
admitir o presente agravo, por instrumento.

Outrossim, no presente caso, a decisão recorrida está a causar à


Agravante lesão grave e de difícil reparação, consistente na evasão fiscal de grande soma,
haja vista que impede a autoridade fiscal previdenciária de executar fielmente o comando de
seu chefe máximo, o Exmo. Sr. Presidente da República, externado pelos Decretos
n°6042/2007 e 6957/2009. Some-se ao fato a repercussão da referida decisão, cujos efeitos
deverão se propagar para o âmbito de outras empresas, as quais certamente tentarão obter o
mesmo ilegal benefício, aumentando ainda mais o déficit fiscal.

Além disso, são relevantes os fundamentos da demanda, visto que a


decisão agravada viola diretamente disposição expressa no Decretos de n° 6042/2007 e
6957/2009 e artigo 10 da Lei n° 10.666/03.

Portanto, não só é o caso de processamento do Agravo por


instrumento, com vistas a se reverter a tutela deferida liminarmente.

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DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP))

De início, insta registrar que a proteção contra o acidente de


trabalho é determinada pela Constituição Federal de 1988 (CF188), na medida em
que esta, no seu artigo 1°, inciso IV, estabelece como um dos princípios
fundamentais da República o valor do trabalho.

Veja-se:

"Art. 1°. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
( )
IV — os valores sociais do trabalho INF

Note-se que os valores sociais do trabalho envolvem o respeito a uma


gama variada de garantias sociais, cuja implementação está a depender da ação
social a ser levada a cabo pelo Poder Público, das quais se destacam o direito do
trabalhador à saúde, à segurança e à previdência social.

Tanto é que a Constituição Federal de 1988 (CF188) Inscreveu às


• expressas no inciso XXVIII do seu art. 7 0 como garantia social dos trabalhadores o
"seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador"

A propósito, de assinalar ainda que a proteção contra acidentes de


trabalho se insere no campo próprio da Previdência Social, sendo que a CF188
atribuiu ao legislador ordinário competência para institui-lo e discipliná-lo, observando
critérios de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial na sua mantença, a teor do
que dispõe o art. 201, inciso I, .510, in verbis:

"Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral,
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I — cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e Idade avancadas:

( )

§10 — Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente de trabalho, a ser


atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo
setor privado"

Em total sintonia com essa regra está a previsão do art. 195, da


CF/88 segundo a qual nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social será
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total,, assim
como o 9° desse mesmo adio:), o qual predica que as contribuições sociais poderão
ter alípuotas diferencidas em razão da atividade econômica e das condições
estruturais do mercado de trabalho. Confira-se:

"Art. 195 (...)

§5° Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
e

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_
§9° As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter allquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
h
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho."

__ Visando dar cumprimento a tais comandos constitucionais, o legislador


ordinário instituiu, por meio do inciso II do art. 22 da Lei 8.212/1991, a fonte de
custeio para a cobertura de eventos advindos dos riscos ambientais do trabalho -
acidentes e doenças do trabalho, assim como as aposentadorias especiais, nominada
de Sequro de Acidente do Trabalho (SAT), cujo recolhimento fica a cargo dos
empregadores, in verbis:

"Art. 22 ( )
( )
II — para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 a 58 da Lei 8.213,
de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer
do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o


risco de acidentes do trabalho seja considerada leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante


esse risco seja elevado"

Registre-se que essas alíquotas de contribuição ao SAT poderão ser


reduzidas ou maioradas, de acordo com o art. 10 da Lei 10.666/2003. Isto
representou a possibilidade de estabelecer a tributação individual das empresas
empregadoras, flexibilizando as alíquotas aplicáveis: reduzindo-as até a metade ou
elevando-as até o dobro.

Assim sendo, oportuno transcrever o indigitado dispositivo legal:

• "Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois.ou três por cento, destinada
ao benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do
grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais de trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em
razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade
econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos
índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia
aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social."

Seguindo nessa linha, oportuno se faz ainda transcrever o disposto no


art. 21-A da Lei 8.213/1991, acrescentado pela Lei 11.430/2006:

"Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza


acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico
epidemiolóqico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
5

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atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade
elencada na Classificação Internacional de Doenças -CID, em conformidade
com o que dispuser o regulamento.

§1° A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo


quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste
artigo.

§2° A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico


epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da
empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social."

Note-se que, com o objetivo de regulamentar tais comandos legais,


dando-lhes assim efetiva operacionalidade prática, o Governo Federal instituiu o
Fator Acidentário de Prevenção (FAP), por meio do Decreto n° 6.042/2007, o Qual
veio a ser a posteriori alterado pelo Decreto n° 6.957/2009, nos seguintes termos:

§ 22 Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput,


proceder-se-á Art.12 Os arts. 202-A, 303, 305 e 337 do Regulamento da
Previdência Social, aprovado pelo Decreto n2 3.048, de 6 de maio de 1999,

• passam a vigorar com as seguintes alterações:


"Art. 202-A.

§ 12 O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de


cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas
decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta casa decimal,
a ser aplicado à respectiva allquota.

à discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade


econômica, a partir da criação de um índice composto pelos índices de
gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentls
com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por
cento, respectivamente.

§ 42

I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do


trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do
Trabalho - CAT e de benefícios acidentários estabelecidos por nexos
técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados;

II- para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-


acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos danatureza
acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da
gravidade da ocorrência, como segue:

a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento;

b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e

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lo
c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e

III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza acidentária


pagos ou devidos pela Previdência Social, apurados da seguinte forma:

a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do


trabalhador, -em meses e fração de mês; e

b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da


expectativa de sobrevida do segurado, na data de início do benefício, a partir
da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE para toda a população brasileira,
considerando-se a média nacional única para ambos os sexos.

§ 52 O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no


mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis dos percentis de frequência,
gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de
cada empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e
demais elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho
dentro da sua CNAE-Subclasse.

§ 72 Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a


dezembro de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do
qual os dados do ano inicial serão substituldos pelos novos dados anuais
incorporados.

§ 82 Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será


calculado a partir de 12 de janeiro do ano ano seguinte ao que completar
dois anos de constituição.

§ 92 Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP serão utilizados


os dados de abril de 2007 a dezembro de 2008.

§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência


Social indicará a sistemática de cálculo e a forma de aplicação de índices e
critérios acessórios à composição do índice composto do FAP."(NR)

Como se vê, a flexibilização das alíquotas aplicadas para o


financiamento dos benefícios pagos pela Previdência Social decorrentes dos riscos
ambientais do trabalho foi materializada mediante a aplicação da metodologia do
Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Tal metodologia foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência


Social - CNPS, (instância quadripartite que conta com a representação de
trabalhadores, empregadores, associações de aposentados e pensionistas e do
Governo), mediante análise e avaliação da proposta metodológica e publicação das
Resoluções CNPS 1308 e 1309, ambas de 2009.

Feito esse breve apanhado legislativo acerca do tema sub judice,


convém rebater, ponto a ponto, as alegações desfiadas contra a metodologia do
FAP.
7

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DA CORRETA PUBLICIDADE DAS INFORMAÇÕES UTILIZADAS NO CÁLCULO
DO FAP

Improcede a afirmativa de que não houve a correta e transparente


divulgação dos dados utilizados para fins do cálculo do FAP.

Afinal, todos os dados relativos ao cálculo do FAP sempre estiveram


disponíveis de forma transparente a todas as empresas que a eles gusisessem ter
acesso.

Deveras, a partir de 30 de setembro de 2009, os dados básicos do


FAP estiveram à disposição iunto à Previdência e à Receita Federal com senha na
página da internet www.previclencia.gov.br .

Note-se que no sentido de dar mais publicidade foram detalhados a


cada uma das empresa, desde a segunda quinzena de novembro de 2009, a
especificação dos segurados acidentados e acometidos de doenças de trabalho,
mediante seu número de identificação (NIT), Comunicações de Acidentes de

Trabalho (CAT), Doenças do Trabalho (NTEP e demais nexoso aferidos pelo erícia
médica do INSS).

As regras que estabeleceram a posição de cada empresa, a partir de


todos os dados das Comunicações de Acidentes do Trabalho (CAT) e benefícios que
compuseram o cálculo do FAP, foram baseadas nas regras abaixo, aprovadas
unanimemente pelo CNPS, conforme Resolução N° 1308/2009:

2.4 Geração do Fator Acidentário de Prevenção— FAP por Empresa


Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são
atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da
CNAE) para cada um desses índices.
Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes e
doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o
estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%. Capercentil

• é calculado com os dados ordenados de forma ascendente.


O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa
Subclasse é dado pela fórmula abaixo:

Percentil = 100x(Nordem — 1)/(n — 1)

Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse;


No,dem=posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.
A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto, atribuindo
ponderações aos percentis de ordem de cada índice. O critério das
ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso maior
para a gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham
maior influência no índice composto. A freqüência recebe o segundo maior
peso (0,35) garantindo que a freqüência da acidentalidade também seja
relevante para a definição do índice composto. Por último, o menor peso
(0,15) é atribuído ao custo. Desse modo, o custo que a acidentalidade
representa faz parte do índice composto, mas sem se sobrepor à freqüência
e à gravidade. Entende-se que o elemento mais importante, preservado o
equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo social da acidenta/idade. Assim, a
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6P,
morte ou a invalidez de um trabalhador que recebe um benefício menor não
pesará muito menos que a morte ou a invalidez de um trabalhador que
recebe um salário de beneficio maior.

O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02


para a distribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-
Subclasse variar de O a 2. Os valores inferiores a 0,5 receberão o valor de
0,5 que é o menor fator acidentário."

Nem se diga que a falta de acesso à identificação das demais


empresas atuantes no mesmo setor econômico afronta o princípio da publicidade.

Tal não ocorre, na medida em que a posição de cada empresa se


reputa sigilosa, por imposição do art. 5°, inciso X, da Constituição Federal (CF/88),
aplicando-se aqui, por envolver matéria fiscal, o disposto no art. 198 do CTN, in
verbis:

"Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a


divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de

• informação obtida em razão do oficio sobre a situação econômica ou


financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado
de seus negócios ou atividade".

Demais disso, não há como se olvidar que os dados utilizados para o


cálculo do FAP por empresa originaram-se das comunicações de acidentes de
trabalho (CAC) e dos requerimentos de benefícios por incapacidade à Previdência
Social efetuados pelas próprias empresas, o que, é fora de dúvida, reforça a
conclusão do completo e absoluto descabimento da alegacão da autora de falta de
divuloação e publicidade desses dados.

Afinal, é de sabença geral que as empresas têm a obriqacão legal de


comunicarem à Previdência Social a eventual ocorrência de acidentes de trabalho
com seus empregados, sendo que a Previdência se utilizará legitimamente dessas
informações no cálculo do FAP.

Assinale-se que tal obrigação legal de comunicação deflui do art. 22


da Lei 8.213/91, in verbis:

"Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte,
de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o
limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social."

DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS


NO CÁLCULO DO FAP. DA NECESSIDADE DE SE INCLUIR NESSE CÁLCULO
OS BENEFÍCIOS DE ACIDENTE DE PERCURSO.

A metodologia aprovada do FAP busca bonificar aqueles


empregadores que tenham feito um trabalho intenso nas melhorias ambientais em
seus postos de trabalho e apresentado no último período menores índices de
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P)
acidentalidade e, ao mesmo tempo, aumentar a cobrança daquelas empresas que s.)
tenham apresentado índices de acidentes de trabalho superiores à média de seu
setor econômico.

A implementação da metodologia do FAP, portanto, servirá para


ampliar a cultura da prevenção dos acidentes e doenças do trabalho e auxiliar a
estruturação do Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador - PNSST que
vem sendo desenvolvido, fortalecendo assim as políticas públicas neste campo e
reforçando o diálogo social entre empregadores e trabalhadores, tudo a fim de se
alcançar avanços maiores rumo às melhorias ambientais no trabalho e à maior
qualidade de vida para todos os trabalhadores do país.

Importante destacar que o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho


(SAT) encontra-se ainda deficitário face aos seus custos. Em 2009 para custear os
benefícios acidentários e dos decorrentes das aposentadorias insalubres, penosas e
perigosas houve o dispêndio de 14,2 bilhões, ao passo que a arrecadação da
contribuição ao SAT, paga pelas empresas empregadoras, ficou em torno de 8, 1
bilhões.

De 2003 a 2009 o custeio desta conta da Previdência Social foi de


• 74,6 bilhões, enquanto que a contribuição dos empregadores foi próxima de 42,0
bilhões — portanto, averigua-se que a Previdência teve um déficit aproximado neste
período de 32,6 bilhões.
Logo, foi iustamente visando corrigir tais distorções de caixa na
Previdência Social, no que toca ao custeio dos benefícios acidentários e de
aposentadorias especiais por atividades insalubres, perigosas e penosas, que o
Poder Executivo introduziu a metodologia do Fator Acidentário de Previsão (FAP),
regulamentando assim o disposto no art. 10 da Lei 10.666/2003.
•••

A regulamentação do FAP, com base nas estatísticas acidentárias,


cabe ao Poder Executivo fazê-lo, conforme prevê o art. 103 da Lei 8212/1991.
Essa regulamentação feita periodicamente pela Previdência Social foi
estabelecida pelo Decreto 6.957, de 09 de setembro de 2009, em seu Anexo V para
as 1301 atividades econômicas existentes no Brasil.

• Os parâmetros desta classificação da nova tributação coletiva (FAP-


Fator Acidentário de Prevenção) tiveram como referencial analógico as Resoluções
1308 e 1309 do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Ou seja, foram
reclassificados para os índices de 1%, 2% ou 3%, todos os setores com base na
Freqüência, Gravidade e Custo de acidentalidade conforme as estatísticas e registros
junto ao INSS, cuios números médios foram divulgados na Portaria Interministerial n°
254 publicada no DOU de 25 de setembro de 2009
(http://www2.dataprev.gov.brgap/portmps254.pdf) . Junto a estes índices foi verificado
também, conforme os parâmetros das Resoluções 1308 e 1309, se havia em
determinados setores a taxa de mortalidade acima da média nacional, o que fazia
acrescer o índice. Esse procedimento é adotado na apuração das estatísticas das
mortes pela Organização Internacional do Trabalho como a preocupação mais
elevada dos países em coibir cada vez mais a mortalidade. No Brasil as Normas
Técnicas de registros estatísticos como a NBR 14.280/99 determinam procedimentos
no reconhecimento dos óbitos com o mais elevado grau de gravidade. Verificou-se
também em cada atividade econômica, a Taxa de Rotatividade superior a 75%, que
também era um indicador de acréscimo do mesmo índice, já que se tratava do dobro
da rotatividade média nacional. Isso ocorreu conforme a Resolução CNPS N°
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1309/2009 a qual entendeu que não caberia à Previdência ser mera receptora de)
benefícios acidentários daqueles poucos empregadores que, não agindo segundo os
ditames do valor social do trabalho e de responsabilidade social, incentivam a
rotatividade agravando o problema das contas da Previdência, e jogando a
responsabilidade aos demais empregadores com rotatividade mais baixa que
mantiveram os segurados após os acidentes e investiram mais pesadamente em
saúde e segurança do trabalho.
Com esse indicador foi reforçado o princípio da justa tributação,
dentro dos critérios de flexibilização do art. 10 da Lei 10.666/2003, entre os setores
econômicos, de forma a que os setores econômicos que causam mais acidentes,
doenças, mortes e invalidez e prejuízos em função da acidentalidade deverão arcar
com uma carga tributária maior, para fins de custeio do Seguro de Acidente do
Trabalho (SAT).
O re-enquadramento acompanhou as estatísticas de acidentes,
doenças, mortes e invalidez do trabalho no Brasil no último período.
Com a nova metodologia do NTER em virtude da Lei 11.430, de 27
de dezembro de 2006, cresceram substancialmente as notificações acidentárias em
relacão às estatísticas anteriores, quando havia uma forte sub-notificação sem a
• aplicação dessa metodologia. Em 2006 houve 512.232 acidentes e doenças de
trabalho registrados, enquanto que em 2007 e 2008, anos em que se baseou a
metodologia de enquadramento do FAP, houve o acréscimo de respectivamente
659.523 e 747.663 acidentes. Esse diferencial de acidentalidade no comparativo do
SAT-Antigo (de 1991 a junho de 2007) fez com que tivéssemos 730 sub-classes
classificadas no risco 3 ( RAT-2010), contra 676 classificadas (SAT-antigo):291 sub-
classes classificadas no risco 2 ( RAT- 2010). contra 463 classificações do( SAT-
antigo); e finalmente 180 sub-classes classificadas no risco 1( RAT-2010), contra 180
classificadas no período do SAT-Antigo. A comparabilidade direta entre o SAT de
'unho de 2007 a dezembro de 2009 ( Decreto 6042/2007) partiu de metodologia
fortemente contestada pelos empregadores, já que expurgava toda a acidentalidade
real que não tivesse embasada no NTEP presuntivo. Isso deixou de lado mais de 300
mil acidentes anuais, daí as profundas distorções da metodologia anterior.
Em estudo feito pela Secretaria de Previdência Social com a
Universidade de Brasília na comparação com 8 países (França, Itália, Argentina,
Colômbia, Espanha, México, Canadá (Alberta) e Chile) entre a tributação
previdenciária coletiva dos anos de 2004 a 2009, a média dessa tributação mínima

coletiva é de 0,51%, enquanto a média da tributação coletiva máxima é de 11,9%
sobre as respectivas folhas salariais, mostrando assim que a tributação coletiva
máxima no nosso ordenamento jurídico é quatro vezes menor mesmo depois da
criação do FAP.
Neste mesmo estudo há uma comparação desses 8 países e está
demonstrado que mesmo com o novo enquadramento, na maioria dos casos,
naqueles países estudados os percentuais de Seguro Acidente do Trabalho (SAT)
são maiores do que os do Decreto 6.957/2009 (Todeschini, R; Codo, W 2009. "O
novo Seguro de Acidente e o Novo FAP. São Paulo":LTR. Capítulo VI.
Comparabilidade entre o Seguro Acidente do Trabalho no Brasil e o de Oito países no
mundo. Págs. 100 a 176)
Como visto, os percentuais de 1%, 2% e 3% poderão ser reduzidos
ou majorados, de acordo com o art. 10 da Lei 10.666/2003.

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Tal metodologia já é aplicada em diversos países no mundo, através
do Sistema Bonus-Malus. O Sistema de Seguros Bonus-Malus, por definição, é um
ajuste de acordo com a história de registros de ocorrências que estão sendo
seguradas em que o cliente-segurado terá o Bônus, com descontos no prêmio se tiver
um histórico de não ocorrências ou baixas ocorrências, e terá o Malus, com
incremento de prêmios a pagar se tiver um número de ocorrências maiores. Essa
flexibilização do Bonus-Malus com tributação individual das empresas foi determinada
pela Lei 10.666/2003, reduzindo a contribuição até a metade ou elevando-a até o
dobro
Mas o Poder Executivo, através do Decreto N° 6.957, para dar mais
oportunidade às empresas se adaptarem a essas novas regras, acatando a
Resolução 1308 do CNPS, depois de 6 anos da promulgação da Lei 10.666/2003,
período este longo e suficiente de adaptação, estabeleceu um redutor de 25% para o
primeiro ano de aplicação do FAP, para os casos do Malus, conforme previsto no art.
3°, in verbis:

"Art. 3 0. No ano de 2010, o Fator Acidentário de Prevenção — FAP, na


redação dada por este Decreto, será aplicado, no que exceder a um inteiro,
com redução de vinte e cinco por cento, consistindo dessa forma num
multiplicador variável num intervalo contínuo de um inteiro a setenta e cinco
centésimos."

A flexibilização das alíquotas aplicadas para o financiamento dos


benefícios pagos pela Previdência Social decorrentes dos riscos ambientais do
trabalho foi materializada mediante a aplicação da metodologia do Fator Acidentário
de Prevenção - FAP. A metodologia foi aprovada pelo Conselho Nacional de
Previdência Social - CNPS, (instância quadripartite que conta com a representação
de trabalhadores, empregadores, associações de aposentados e pensionistas e do
Governo) mediante análise e avaliação da proposta metodológica e publicação das
Resoluções CNPS N° 1308 e 1309, ambas de 2009 (Anexos 1 e 2 da presente Nota
Técnica do DPSO). Todo esse processo de discussão com os atores sociais
envolvidos (representantes do Governo, dos trabalhadores, empregadores e
associações de aposentados e pensionistas) foi precedido de um estudo detalhado
apoiado pela Universidade de Brasília, mediante Termo de Cooperação Técnica
estabelecido entre o MPS e UnB através de seu Laboratório de Psicologia do
Trabalho. A discussão com os esses atores sociais ocorreu entre abril e iunho de
2009 e após amplo debate e negociações as resoluções foram aprovadas por
unanimidade.

A metodologia aprovada busca bonificar aqueles empregadores que


tenham feito um trabalho intenso e efetivo nas melhorias ambientais em seus postos
de trabalho e apresentado no último período menores índices de acidentalidade e, ao
mesmo tempo, aumentar a cobrança daquelas empresas que tenham apresentado
índices de acidentalidade superiores à média de seu setor econômico. Os parâmetros
da metodologia do cálculo referentes aos índices de Freqüência, Gravidade e Custo
partiram de todos os fundamentos legais existentes. Foram considerados todos os
acidentes registrados segundo os parâmetros da Lei 8.213, dos artigos 20 a 23, bem
como de todo o Regulamento da Previdência Social vigente conforme Decreto
3.048/1999 e sucessivas alterações. No custo só foram contabilizadas as despesas
relativas aos benefícios acidentários e não incluíram os benefícios decorrentes das
aposentadorias especiais insalubres, penosas e perigosas destas mesmas empresas,
não buscando assim calcular todo o custeio das empresas dentro das regras atuarias
no presente momento.
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O objetivo central desta nova metodologia é ter um instrumento mais
ágil de fortalecimento da cultura da prevenção dos acidentes de trabalho. Esse
procedimento tira da "vala comum" empresas com maior acidentalidade, portanto com
responsabilidades maiores diante de toda a sociedade e empresas com menor
acidentalidade e riscos que demonstraram maior afinco no cumprimento das normas
de saúde e sequrança do trabalho. Dentro do contexto da livre iniciativa estabelece-
se uma nova-competitividade em que a qualidade de vida e do trabalho ganhará mais
espaço, frente muitas vezes às formas predadoras de trabalhos, serviços e
ocupações que desgastam os trabalhadores e jogam toda a responsabilidade para o
Governo e a Previdência Social. Detalhes complementares desta metodologia e sua
aplicabilidade poderão ser consultados no livro: O Novo Seguro de Acidente e o novo
FAP, editado pela LTR em Novembro de 2009, tendo como organizadores Remígio
Todeschini (MPS) e Wanderley Codo (UnB).

O resultado da aplicação do FAP 2009, fruto da metodologia aprovada


pelo CNPS cujo processamento foi feito pela Dataprev, que mantém mensalmente
mais de 24 milhões de benefícios previdenciários no país, foi o seguinte: das
4.280.648 registradas em agosto de 2009, 3.328.07 ficaram isentas por não serem
contribuintes da alíquota RAT (1,2 ou 3%) entra elas as optantes do Simples Fiscal
(fundamentalmente de micro e pequenas empresas) e filantrópicas.

Das empresas que tiveram seu FAP calculado, 879.933 tiveram como
resultado um valor de FAP de 0,5000 até o 1,0000, portanto foram bonificadas, sendo
que somente 72.628 empresas do país, ou seja 8%, tiveram suas alíquotas
aumentadas em função de terem uma acidentalidade média maior do que o seu setor
econômico.

Logo, a implementação da metodologia do FAP servirá para ampliar a


cultura da prevenção dos acidentes e doenças do trabalho e auxiliar a estruturação
do Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador - PNSST que vem sendo
elaborado mediante a condução dos Ministérios da Previdência Social, Ministério do
Trabalho e Empreqo e Ministério da Saúde, fortalecendo as políticas públicas neste
campo e reforçando o diálogo social entre empregadores e trabalhadores.

Note-se que essa metodologia, ao estimular por meio da tributação a


cultura de prevenção de acidentes de trabalho, está em sintonia inclusive com o
espírito da nossa Constituição Federal (CF/88), a qual, por meio do seu art. 7°, inciso
XXII, preconiza que "são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (....) redução dos
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança."

Significará então não só preservar o valor social do trabalho,


conforme preconiza a nossa Constituição Federal, como ainda garantir avanços rumo
às melhorias ambientais no trabalho e à maior qualidade de vida para todos os
trabalhadores no Brasil.

De outra banda, saliente-se que a adoção desse novel procedimento


afiqura-se justa e legítima para a efetiva tutela do trabalhador segurado da
previdência social, parte hipossuficiente na relação de trabalho, na medida em que
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comete à empresa, que é a responsável pelo ambiente de trabalho e pela elaboração])
e implementação dos programas de prevenção e/ou controle médico de saúde
ocupacional, o ônus de provar que a caracterização pelo nexo técnico eventualmente
não se aplica ao seu caso em particular, partindo-se da demonstração concreta com
base em dados da monitoração do ambiente de trabalho.

É bom reforçar que tais medidas conferirão, como contrapartida, aos


empregadores uma possibilidade concreta da redução da carga tributária que sofrem,
no que se referem à contribuição para com o Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT),
haja vista a possibilidade de serem bonificados com a redução da alíquota da referida
contribuição em até cinquenta por cento (50%).

De resto, nunca é demasiado repisar que o advento dessa nova


metodologia certamente propiciará aos trabalhadores um ambiente de trabalho mais
salubre, assim como trará uma confiabilidade jurídica de que os agravos à sua saúde
ou integridade física serão adequadamente caracterizados pela Previdência Social,
para fins de acesso aos direitos previdenciários a que fazem jus.

Daí mostra-se absolutamente irrazoável e despropositada a pretensão


de excluir do cálculo do FAP os benefícios decorrentes de acidentes de trajeto ou
percurso.

Isso porque o art. 21, IV, "d", da Lei 8.213/1991 equipara a acidente
de trabalho o ocorrido no percurso da residência para o local de trabalho e vice e
versa qualquer que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado.

DA AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Nem se diga que a introdução da metodologia do FAP, por meio dos


Decretos n° 6.042/2007 e 6.957/2009, através dos quais o Poder Público possibilitou
a efetiva flexibilização das alíquotas do SAT devidas às empresas, seja redunzido-as
até a metade, seja majorando-as até o dobro, implique em violação ao princípio da
legalidade que, no campo tributário, encontra-se vazado tanto no art. 150, inciso I, da
CF188 como no art. 97 do Código Tributário Nacional (CTN).

Isso porque todos os elementos essenciais à cobrança do SAT


encontram-se previstos em Lei, mais especificamente no art. 22, inciso II, da Lei
8.212/1991 c/c o art. 10 da Lei 10.666/2003, os quais se consubstanciam: a) no fato
gerador — remuneração paga, no decorrer do mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulso; b) na base de cálculo — o total dessas remunerações; c) nas
alíquotas — percentuais progressivos (1%, 2% e 3%) em função do risco de acidentes
de trabalho, bem como nos fatores de redução (50%) e de majoração (100%) a
incidirem sobre elas, a depender "do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos
a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.", consoante
expressa redação do art. 10 da Lei 10.666/2003.

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.
4.

Pois bem, definidos em Lei todos esses elementos, forços


reconhecer que a estipulação da metodologia do FAP, por meio do Decret
6.042/2007, não incidiu em qualquer vicio de ilegalidade, posto que não extrapolou os
dispositivos legais em comento, uma vez que se limitou a regulamentar a
flexibilização das alíguotas do SAT, garantindo a aplicação prática dos fatores de
redução (50%) e de majoração (100%) a incidir sobre as alíquotas dessa contribuição,
nos exatos termos do art. 10 da Lei 10.666/2003:

É dizer, os Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009, ao introduzirem a


metodologia do FAP, não implicaram em qualquer alteração do art. 10 da Lei
10.666/2003, ficando assim adstrito ao seu papel de pura e simplesmente
regulamentá-lo, permitindo com isso a fiel execução daquele dispositivo legal.

Afinal, é perfeitamente factível que a definição de tal metodologia seja


elaborada pelo Poder Executivo, através de seus órgãos técnicos, mediante Decreto,
pois a este (Poder Executivo) incumbe a regulamentação dos comandos emanados
das Leis, em exata consonância, aliás, com a regra inserta no art.84, inciso IV, da
CF/88.

• De resto, a jurisprudência dos nossos tribunais reconhece a


possibilidade do estabelecimento de critérios de graduação do SAT por meio de
Decreto.

Nesse exato sentido a ementa do Superior Tribunal de Justiça (STJ)


abaixo transcrita:

"TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO SAT. DEFINICÃO POR DECRETO DO


GRAU DE PERICULOSIDADE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELAS EMPRESAS. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NÃO
CARACTERIZADA.
1. A definição do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas pelas
empresas, pelo Decreto n° 2.173/97 e pela Instrução Normativa n. 02/97,
não extrapolou os limites insertos no artigo 22, inciso II da Lei n° 8.212/91,
com sua atual redação constante na Lei n° 9.732/98, porquanto tenha tão
somente detalhado o seu conteúdo, sem, contudo, alterar qualquer dos
elementos essenciais da hipótese de incidência. Não há, portanto, ofensa
ao principio da legalidade, posto no art. 97 do CTN, pela legislação que
institui o SAT - Seguro de Acidente do Trabalho.
2. Embargos de divergência parcialmente conhecidos e não providos."
(EREsp 297215/PR, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 24/08/2005, DJ 12/09/2005 p. 196)

A propósito, atente-se para o julgado no RE 343.446/SC, em


que se decidiu caso análogo ao presente:

"Finalmente, esclareça-se que as leis em apreço definem, bem


registrou a Ministra Ellen Gracie, no voto, em que se embasa o
acórdão, 'satisfatoriamente todos os elementos capazes de fazer
nascer uma obrigação tributária válida.' O fato de a lei deixar para o
regulamento a complementação dos conceitos de 'atividade
preponderante' e 'grau de risco leve, médio ou grave', não implica
ofensa ao principio da legalidade tributária, C.F., art. 150, I.

Na verdade, tanto a base de cálculo, que Geraldo Ataliba denomina de


base imponivel, quanto 'outro critério quantitativo que - combinado
com a base imponivel - permita a fixação do débito tributário,
15

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
a25'
decorrente de cada fato imponíver, devem ser estabelecidos pela lei.
Esse critério quantitativo é a aliquota. (Geraldo Ataliba, 'Hipótese de
Incidência Tributária', 3' ed., págs. 106/107).

Em certos casos, entretanto, a aplicação da lei, no caso concreto,


exige a aferição de dados e elementos. Nesses casos, a lei, fixando
_parâmetros e padrões, comete ao regulamento essa aferição. Não há
falar, em casos assim, em delegação pura, que é ofensiva ao principio
da legalidade genérica (C.F., art. 5 0, II) e da legalidade tributária (C.F.,
art. 150, I).

C- )

No caso, o § 3° do art. 22 da Lei 8.212191, estabeleceu que o Ministério


do Trabalho e da Prev. Social 'poderá alterar, com base nas
estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o
enquadramento de empresas para efeito da contribuição a que se
refere o inciso II deste artigo, a fim de estimular investimentos em
prevenção de acidentes.' Da leitura conjugada do Inc. II, alíneas a, b e
c, do art. 22, com o § 3 0, do mesmo artigo, vê-se que a norma primária,

• fixando a aliquota, delegou ao regulamento alterar, com base em


estatística, o enquadramento referido nas mencionadas alíneas. A
norma primária, pois, fixou os padrões e, para a sua boa aplicação em
concreto, cometeu ao regulamento as atribuições mencionadas."

No voto, o próprio relator já aludido, Min. Carlos Velloso, fez


constar as palavras do acórdão recorrido, relatado pela atual Min. Ellen Grade:

"Ressalta-se que a Lel n° 8.212/91 define satisfatoriamente todos os


elementos capazes de fazer nascer uma obrigação tributária válida.
Basta ver que o sujeito passivo é a empresa e a base de cálculo, o
montante pago ou creditado mensalmente a título de remuneração dos
segurados empregados e trabalhadores avulsos. A aliquota, por sua
vez, fica definida em razão do grau de risco a que se sujeita a atividade
preponderante da empresa. A partir desses critérios, pode a norma
infralegal, dentro de seu campo de conformação, definir o que se
haveria de entender por atividade preponderante da empresa.
Assim agindo, desde que não se chegue a violentar o sentido emanado
do texto legal, exsurge legítimo o exercício do respectivo poder
regulamentar.

Em se tratando da hierarquia das fontes formais de Direito, uma norma


inferior tem seu pressuposto de validade preenchido quando criada na
forma prevista pela norma superior. O regulamento possui uma
finalidade normativa complementar, à medida que explicita uma lei,
desenvolvendo e especificando o pensamento legislativo. Isso não
significa ampliar ou restringir o texto da norma.

Os conceitos de 'atividade preponderante' e 'grau de risco leve, médio


ou grave' são passíveis de serem complementados por decreto, ao
regulamentar a previsão legislativa. Não se está modificando os
elementos essenciais da contribuição, mas delimitando conceitos
necessários à aplicação concreta da norma. Restaram observados,
portanto, os princípios da legalidade genérica (C.F., art. 5 0 , inciso II) e
especifica ou estrita (C.F., art. 150, inciso I e C.T.N., art. 97). Assim
sendo, face ao exercício regular do poder regulamentar, não há porque
ser afastada a exigência de alíquota superior a 1%, seguindo a

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qi
graduação prevista na própria Lei n° 8.212/91. Não há, portanto,
violação ao art. 84, IV, da Constituição."'

DO RESPEITO À ANTERIORIDADE NONAGESIMAL NA COBRANÇA DA-SAT DE


ACORDO COM O FAT

Em caráter subsidiário, argumenta-se o não respeito à anterioridade


nonagesimal, de que trata o art. 195, §6°, da CF/88, quanto à cobrança do SAT com
base no FAP que lhe foi atribuído.

Ocorre que o Poder Público está observando tal anterioridade de 90


(noventa) dias na cobrança do SAT de acordo com o FAP, conforme se pode
depreender do disposto no art. 202-A, §6°, do Regulamento da Previdência Social,
com a redação que lhe deu o Decreto 6.042/2007, in verbis:

"Art. 202-A. As allquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão


reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento,
em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção — FAP.

§6°. O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto


mês subsequente ao de sua divulgação."

JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL AO CASO

A jurisprudência corrobora a tese fazendária, conforme precedentes


abaixo transcritos:

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO -


ARTIGO 557, § 1°, DO CPC - CONTRIBUIÇÃO AO SAT. - ENQUADRAMENTO -
ART. 22, § 3°, DA LEI N° 8.212/91 - DECRETO N° 6.957/2009 - LEGALIDADE - 1-
O governo federal ratificou Resolução do Conselho Nacional de Previdência
Social (CNPS) ao definir a nova metodologia do Fator Acidentário de
Prevenção (FAP), que deve ser utilizado a partir de janeiro de 2010 para
calcular as alíquotas da tarifação individual por empresa do Seguro Acidente,
conforme o Decreto n° 6.957/2009. O decreto regulamenta as Resoluções n°s
1.308/2009 e 1.30912009, do CNPS e traz a relação das subclasses econômicas
- A partir da lista da Classificação Nacional de Atividades Econômicas -, com
o respectivo percentual de contribuição (1%, 2% e 3%) de cada atividade
econômica, determinando que sobre esses percentuais incidirá o FAP. 2- Não
se percebe à primeira vista infração aos princípios da legalidade genérica e
estrita (art. 5 0 , II e 150, I da CF), em qualquer de suas conseqüências. O FAP
está expressamente previsto no artigo 10 da Lei n° 10.666/2003. O Decreto n°
6.957/09 não inovou em relação ao que dispõe as Leis n°s 8.212/91 e
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to°
10.666/2003, apenas explicitando as condições concretas para o que tais
normas determinam. 3- Embora não seja legalmente vedada a concessão de
liminar ou antecipação de tutela em ação que discute o lançamento de crédito
tributário, a presunção de constitucionalidade das leis e de legalidade do ato
administrativo, aliás desdobrada na executoriedade da certidão de inscrição
em dívida ativa, impõe que a suspensão de sua exigibilidade por provimento
jurisdicional precário, sem o depósito do tributo, só possa ser deferida
quando a jurisprudência dos tribunais esteja remansosamente formada em
favor do contribuinte, ou quando o ato de lançamento se mostrar teratológico.
4- O Decreto n° 6.957/2009, observando o disposto no citado art. 22, § 3 0 , da
Lei n° 8.212/91, atualizou a Relação de Atividades Preponderantes e
Correspondentes Graus de Risco, constante do Anexo V ao Decreto n°
3.048/99, em conformidade com a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE. 5- Assim, o Decreto n° 6.957/2009 nada mais fez, ao
indicar as atividades econômicas relacionadas com o grau de risco, do que
explicitar e concretizar o comando da lei, para propiciar a sua aplicação, sem
extrapolar o seu contorno, não havendo violação ao principio da legalidade. 6-
Agravo a que se nega provimento. (TRF-3° R. - AG-Al 2010.03.00.006401-7/SP -
2a T. - Rel. Des. Fed. Henrique Herkenhoff - DJe 06.05.2010 - p. 168)

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO -


ARTIGO 557, § 1°, DO CPC - CONTRIBUIÇÃO AO SAT - FATOR ACIDENTÁRIO
DE PREVENÇÃO - FAP - 1- O Governo Federal ratificou Resolução do
Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) ao definir a nova
metodologia do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que deve ser utilizado
a partir de janeiro de 2010 para calcular as alíquotas da tarifação individual
por empresa do Seguro Acidente, conforme o Decreto n° 6.957/2009. O
decreto regulamenta as Resoluções ns. 1.308/2009 e 1.309/2009, do CNPS e
traz a relação das subclasses econômicas - A partir da lista da Classificação
Nacional de Atividades Econômicas - , com o respectivo percentual de
contribuição (1%, 2% e 3%) de cada atividade econômica, determinando que
sobre esses percentuais incidirá o FAP. 2- Não se percebe à primeira vista
Infração aos princípios da legalidade genérica e estrita (art. 5 0 , li e 150, 1 da
CF), em qualquer de suas conseqüências. O FAP está expressamente previsto
no artigo 10 da Lei n° 10.666/2003. O Decreto n° 6.957/09 não inovou em
relação ao que dispõe as Leis ns. 8.212/91 e 10.666/2003, apenas explicitando
as condições concretas para o que tais normas determinam. 3- Embora não
seja legalmente vedada a concessão de liminar ou antecipação de tutela em
ação que discute o lançamento de crédito tributário, a presunção de
constitucionalidade das leis e de legalidade do ato administrativo, aliás
desdobrada na executoriedade da certidão de inscrição em dívida ativa, impõe
que a suspensão de sua exigibilidade por provimento jurisdicional precário,
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•••

sem o depósito do tributo, só possa ser deferida quando a jurisprudência dos


tribunais esteja remansosamente formada em favor do contribuinte, ou
quando o ato de lançamento se mostrar teratológico. 4- Agravo a que se nega
provimento. (TRF-3 8 R. - AG-Al 2010.03.00.007537-4/SP - 2 8 T. - Rel. Des. Fed.
Henrique Herkenhoff - DJe 27.05.2010 - p. 170)

DOS PEDIDOS

Assim, resta demonstrado o desacerto da decisão recorrida, que


não deve prevalecer, pois à míngua de amparo jurídico-legal.

Nessas razões, requer a União:

a) o provimento liminar do recurso, nos termos do artigo 557, § 1° do CPC;


b) não adotando a providência pedida no item 'a', que seja concedido efeito
suspensivo ao recurso;
c) seja, ao final, dado provimento ao Agravo de Instrumento, para se reformar a r.
decisão recorrida.

Pede Deferimento.

PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO ESTADO DE MINAS


GERAIS, Belo Horizonte, em 09 de junho de 2010.

z da ilvãi. ¡Atino

da Fazenda Nacicnal
OAB/MG ir 60.655

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÁO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
224 Vara

PROCESSO : 26357-49.2010.4.01.3800

CONCLUSÃO
Faço os presentes autos conclusos nesta data.
Belo Horizon 2 de agosto de 2010.

Diretora (de Secretaria da 22' Vara

DECISÃO

Fl. 83 — Mantenho a decisão agravada por seus próprios


fundamentos.

Remetam-se os autos ao MPF para que apresente seu


• parecer.

Oportunamente, retornem-me conclusos para sentença.

P.I.

Belo Horizonte, 05 os to

ANÍBAL MAG

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JUNTADA
.Fa-;.'o;untada aos autos nesta data 1
ckg.L.0.<0._cuilm)

- siora de Secretaria da 22 8 Vara as1t,02

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO 111111111311j11 119 1118 111 111111 Uni III! 110111 10111 C1)
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA


AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR : LUIZ FERNANDO JUCA FILHO
AGRAVADO : CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
ADVOGADO : LEONARDO GUEDES DE CARVALHO
ADVOGADO : ABILIO MACHADO NETO
ADVOGADO : ANDRE MUSSY DE SOUZA ALMEIDA
ADVOGADO : ANA ISABEL CAMPOS PORTUGAL

DECISÃO

1) Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Fazenda Nacional em face de


decisão que deferiu o pedido de liminar, requerido para suspender a exigibilidade da "contribuição
social a cargo da empresa destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade labora tive decorrente dos riscos
ambientais do trabalho - RAT, com as alterações trazidas pelo art. 10 da Lei ri? 10.666/2003, e
Decretos nt. 6.042/2007 e 6.957/2009, que Instituíram e regulamentaram o Fator Acidentário de
Prevenção - FAP, a qual deverá ser recolhida consoante a metodologia anterior, prevista no art.
22, II, da Leirr. 8.212/91 e Decreto n. 3.048/99." (cf. fl. 25).

2) Ao exame do pleito recursal, tenho por autorizada, data venha, a censura


pretendida para a decisão agravada.
Quanto à contribuição para o SAT, bem como a regulação de sua Alíquota, assim
estabelece o verbete sumular 351/STJ:
"A allquota de contribuição para o Seguro de Acidente do
Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em
cada empresa, Individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau
de risco da atividade preponderante quando houver apenas
um registro."
Ressalte-se que, nos termos da jurisprudência pátria, a contribuição para o SAT,
bem como o modo de cálculo da alíquota revestem-se de legalidade. Nesse sentido, confira-se:

TRIBUTÁRIO - AÇÃO ORDINÁRIA - NFLD (LC N° 84/96, SAT,


SALÁRIO-EDUCAÇÃO) - SELIC - TÍTULOS DA DIVIDA PÚBLICA
(1926): PRESCRIÇÃO.
1 - A contribuição previdenciária "patronal" (da LC n° 84/96),
abonada pela jurisprudência (REsp n° 728.029/DF), é calculada
mediante a aplicação da allquota sobre o "total da remuneração",
sem qualquer escalonamento por classe profissional; não há dupla
tributação entre contribuição "patronal" e do "segurado".
2 - Contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho - SAT (RE n°
343.446): constitucional, bem como sua regulamentação, sendo sua
alíquota (SÚMULA STJ n° 351) aferida pelo grau de risco da
atividade de cada empresa (por CNPJ); o preponderante, se o caso,
legitimando-se que decreto fixe a intensidade do perigo laborai (STJ).
3 - Contribuição para o salário-educação: compatível com a EC n°
01/69 e recepcionada - como tributo - pela CF/88 (AgR-RE n°
393.036/MG c/c REsp n° 596.050/DF).
(..)." (TRF1, AC 1999.38.00.016369-O/MG, DESEMBARGADOR

Documento dee páginas assinado digitalmente. Pode ser consultado pelo cOdigo 1 .308.539.0100 2-28, no endereço twAy.tr(1.9ow.briatutenúcAl5de.

MI Lote: 2010025810 8_1 -AGRAVO 00 INSTRUMENTO N. 0035988-98.2010.4.01.0000/MG

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO fls.216
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, SÉTIMA TURMA,


12102/2010 e-DJF1 p.130).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO RECONHECIDA.


CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO ACIDENTE DE TRABALHO - SAT
(LEI 8.212/91). ELEMENTOS ESSENCIAIS DO TIPO TRIBUTÁRIO.
FIXAÇÃO DE CRITÉRIOS POR MEIO DE DECRETO
REGULAMENTAR. LEGALIDADE/CONSTITUCIONALIDADE.
ARBITRAMENTO: LEGITIMIDADE.
(..)
4. No que se refere à contribuição ao SAT, a Lei 8.212/1991 define
os elementos essenciais para exigibilidade do tributo, quais sejam: o
sujeito passivo (a empresa); o fato gerador (a atividade empresarial
na qual se desenvolvem, preponderantemente, funções com risco de
acidente de trabalho); a allquota (de 1% a 3%, dependendo do risco
de acidente); a base de cálculo (o total das remunerações pagas aos
empregados e avulsos); o aspecto temporal (o período mensal). O
decreto regulamentar não serve apenas para reproduzir aquilo que
se encontra delineado em lel. A observância ao princípio da
legalidade não pode impor limites tão rigorosos à execução
regulamentar das leis a ponto de lhe tolher qualquer capacidade
inovadora em relação à criação de deveres e obrigações. Os limites
delineados pela Lei 8.212/1991 não foram transbordados, assim, não
há ofensa aos princípios da legalidade e tipicidade tributária, nos
termos do art. 150, I, da Constituição Federal, e também do art. 9 0, I,
do CTN. (..)." (TRF1, AC 2004.38.00.032386-2/MG, JUIZA
FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS (CONV.), SÉTIMA
TURMA, 18/12/2009 E-DJF1 P.824).

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - AGRAVO DE


INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA - DECISÃO QUE ANTECIPOU
OS EFEITOS DA TUTEIA - CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO
ACIDENTE DO TRABALHO - SAT - ART. 7 0, XXVIII C.0 ART. 195, I,
DA CF/88 - CONSTITUCIONALIDADE - LEGALIDADE -
PRELIMINARES REJEITADAS - AGRAVO PROVIDO. 1. A Lei
10522/2002, em seu art. 24, dispensa as pessoas jurídicas de direito
público de autenticar cópias reprográ ficas de quaisquer documentos
que apresentem em juízo. 2. O CPC, no art. 273 e incisos, prevê a
antecipação dos efeitos da tutela, não impondo qualquer restrição se
presentes os requisitos que a autorizem. Não há, pois, que se falar
em inadequação de sua utilização para suspender a exigência
tributária, até porque, em 2001, foi editada a LC 104, que alterou o
art. 151 do CTN, para incluir a concessão de medida liminar ou de
antecipação da tutela como meio hábil para suspender a exigibilidade
do crédito tributário. 3. A contribuição ao seguro acidente do trabalho
está prevista no art. 7 0, XXVIII, da CF. 4. É sobre o pagamento
efetuado ao empregado que irá incidir a contribuição para o
financiamento das prestações de acidente do trabalho, que fica a
cargo do empregador (art. 195, I, da CF). 5. Estando o Seguro de
Acidente do Trabalho - SAT fundamentado no inciso Ido art. 195 da
CF, não há necessidade que seja ela cobrada mediante lei
complementar. 6. Inocorre violação ao princípio da igualdade eis que
o tratamento diferenciado motivado pela norma é a atividade
Documento de 6 páginas nanado ~mente. Rode ser consultado pelo c6digo 1.308.539 0100 2-28, no endereço WWW.1a1.90v.brieuienbad110e.

N° Lm: 2010025810. 8_1 -AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035988-98.2010.4.01.0000/MG

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO (18.3/6
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

preponderante da empresa, de acordo com o seu grau de risco, de


nada importando o fato de que os empregados com as mesmas
funções possam acarretar tributação distinta. 7. Não há ofensa aos
princípios insculpidos no art. 5°, II (legalidade genérica), no art. 150, I
(legalidade tributária) e II (igualdade), e no art. 154, I (competência
residual da União Federal), todos da atual CF. Precedente do
Egrégio STF (RE 343446, j. 20/02/2003). 8. O decreto nada mais fez,
ao indicar as atividades econômicas relacionadas com o grau de
risco, do que explicitar e concretizar o comando da lei, para propiciar
a sua aplicação, sem extrapolar o seu contorno. 9. Não verificada a
verossimilhança da alegação, vez que a contribuição ao SAT
reveste-se de legalidade e constitucionalidade, não colhendo a tese
que defende a suspensão de sua exigibilidade ou a redução da
alíquota, é de se reformar a decisão que antecipou os efeitos da
tutela. 10. Preliminares rejeitadas. Agravo provido. (TRF3, AG -
AGRAVO DE INSTRUMENTO - 122683 JUIZ ANDRE NA BARRETE
QUINTA TURMA DJF3 DATA:11/06/2008).

3) Registre-se que a discussão, nos autos, cinge-se às alterações promovidas pelo


Decreto n. 6.957/09. Contudo, nos termos da jurisprudência do eg. Supremo Tribunal Federal, o
fato de a lei deixar para o regulamento (In casu, o referido Decreto) a complementação dos
conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave" não implica em
ofensa ao princípio da legalidade.
Nesse sentido, confira-se:

EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO:


SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO — SAT. Lei 7.787/89, arts.
3° e 4 0; Lei 8.212/91, art. 22, II, redação da Lei 9.732/98. Decretos
612/92, 2.173/970 3.048/99. C.F., artigo 195, § 4 0; art. 154, II; art. 5 0,
II; art. 150, I. 1. — Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente
do Trabalho — SAT: Lei 7.787/89, art. 3 0, II; Lei 8.212191, art. 22, II:
alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4 0, c/c art.
154, I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de
observância da técnica da competência residual da União, C.F., art.
154, I. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da
contribuição para o SAT. II. - O art. 3 0, II, da Lei 7.787/89, não é
ofensivo ao principio da igualdade, por isso que o art. 4° da
mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos
desiguais. III. - As Leis 7.787/89, art. 3 0, II, e 8.212/91, art. 22, II,
definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer
nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o
regulamento a complementação dos conceitos de "atividade
preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica
ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5 0, II, e da
legalidade tributária, C.F., art. 150, I. IV. — Se o regulamento vai além
do conteúdo da lei, a questão não é de inconstitucionalidade, mas de
ilegalidade, matéria que não integra o contencioso constitucional. V.
Recurso extraordinário não conhecido.
(STF, RE343446/SC, MIN. CARLOS VELLOSO, DJ de 04/04/2003).

Ressalte-se, também, que a Lei n° 10.666/2003 dispõe que as aliquotas de


contribuição ao SAT poderão ser reduzidas ou majoradas. Senão vejamos:
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N° Lote: 2010025810- 8_1 -AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035988-98.2010.4.01.0000/MG

Assinado eletronicamente por: ADRIANA DE BARROS MARQUES - 06/12/2019 09:01:00 Num. 1081941454 - Pág. 126
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19112405364500000001072213137
Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO fls.4/6
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento,


destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial
ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência SociaL
(..)". (negritei).

4) Exatamente sobre o tema em discussão, o eg. TRF da 3 8 Região já se


manifestou, sintetizando bem o entendimento acerca da hipótese vertente.
Confira-se:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ARTIGO OZ, j2 DO CPC. CONTRIBUIÇÃO AO
SAT. FATOR ACIDENTARIO DE PREVENÇÃO-FAP. PEDIDO
LIMINAR.
1. O governo federei ratificou Resolução do Conselho Nacional de
Previdência Social (CNPS) ao definir a nova metodologia do Fator
Acidentário de Prevenção (FAP), que deve ser utilizado a partir de
Janeiro de 2010 para calcular as allquotas da tarifaçáo individual por
empresa do Seguro Acidente, conforme o Decreto n°6.957/2009. O
decreto regulamenta as Resoluções nos 1.308/2009 e 1.309/2009, do
CNPS e traz a relação das subclasses econômicas - a partir da lista
da Classificação Nacional de Atividades Econômicas -, com o
respectivo percentual de contribuição (1%, 2% e 3%) de cada
atividade econômica, determinando que sobre esses percentuais
incidirá o FAP.
2. Não se percebe à primeira vista infração aos princípios da
legalidade genérica e estrita (art. 5° LI e 150, 1 da W, em
qualquer de suas conseqüências. O FAP está expressamente
previsto no artigo 10 da Lei n.° 10.666/2003. O Decreto n°
6.957/09 não inovou em relação ao que dispõe as Leis n°s
8.212/91 e 10.666/2003, apenas explicitando as condições
concretas para o que tais normas determinam.
3. Embora não seja legalmente vedada a concessão de liminar ou
antecipação de tutela em ação que discute o lançamento de crédito
tributário, a presunção de constitucionalidade das leis e de legalidade
do ato administrativo, aliás desdobrada na executoriedade da
certidão de inscrição em dívida ativa, impõe que a suspensão de
sua exigibilidade por provimento Jurisdicional precário, sem o
depósito do tributo, só possa ser deferida quando a
jurisprudência dos tribunais esteia remansosamente formada

Documento de 8 páginas assinado Coesamente. Pode ser consultado pelo cedloo 1.308.539.0100.2-28, no endereço wenv.trftgov.brlautentleldede.

N. Lote: 2010025810- 8_1 -AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035988-98.2010.4.01.0000/MG

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

em favor do contribuinte, ou quando o ato de lançamento se


mostrar teratológico.
4. Agravo a que se nega provimento.
(TRF3, AI 22501SP, 2010.03.00.002250-3, DESEMBARGADOR
FEDERAL HENRIQUE HERKENHOFF, SEGUNDA TURMA,
06/04/2010). (negritei).
No mesmo diapasão:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA -


CONTRIBUIÇÃO AO RAT/SAT - ÍNDICE FAP (LEI N° 10.666/03;
RESOLUÇÃO MPS/CNPS N° 1.308/09, LEI N° 8.212191, ART. 22, II) -
SUSPENSÃO LIMINAR - FISCALIZAÇÃO/ARRECADAÇÃO:
INCOMPETÊNCIA DO INSS.
1. O cálculo do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), sua alteração e
o enquadramento das empresas conforme o risco da atividade são de
competência do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Conselho
Nacional da Previdência Social (CNPS) (Lei n° 10.666/03; Decreto n°
3.048/99; Resolução MPS/CNPS n° 1.308/2009). Compete à SRFB
arrecadar, fiscalizar e cobrar as contribuições sociais (art. 2° da Lei n°
11.457/07).
2. A ordem mandamental, em sede preambular (liminar) ou final
(sentença), só pode ter por destinatária a autoridade apontada "coatora" e
no que for de sua competência. Não pode subsistir a ordem judicial que
não pode ser cumprida pela autoridade apontada coatora, por absoluta
incompetência legal.
3- Em mandado de segurança impetrado contra o Gerente Executivo do
INSS em que contribuinte objetiva afastar a aplicação do índice FAP não é
possível liminar para a suspensão do SAT/RAT, pois o INSS não tem
como cumpri-Ia, porque não possui competência para fiscalizar, arrecadar
ou cobrar o SAT/RAT.
3. Agravo provido: cassada a liminar em relação ao Gerente Executivo
do INSS.
4. Peças liberadas pelo Relator, em 22/06/2010, para publicação do
acórdão.
(AG 0014403-57.2010.4.01.0000/BA, Rel. Desembargador Federal
Luciano Tolentino Amaral, Sétima Turma,e-DJF1 p.229 de 02/07/2010)
Por outro lado, a matéria é de reserva legal; e, nesse sentido, a jurisprudência não
respalda o temporário afastamento, via medida liminar, de norma legal (in casu Decreto Federal
N° 6.957/2009) salvo em ação própria perante a Corte Suprema ou em sede de controle difuso de
constitucionalidade, respeitada a regra prevista no art. 97 da CF/88 (reserva de plenário).

5) Assim sendo, DOU PROVIMENTO ao presente agravo de instrumento, nos


termos do art. 557, § 1°-A, CPC c/c o art. 30, XXVI, RI.
Int. Dil. legais.
Brasília, 2 de agosto de 2010.

Documento dee paginas assinado digitalmente. Pode ser consultado pelo código 1.308.539.0100.2-28. no endereço 0ww.td1.gow.brfautendeldade.

N• Lote: 2010025810 8_1 .AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 00359813-98.2010.4.01.0000/MG

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO fls.6/6
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035986-98.2010.4.01.0000/MG
Processo Orig.: 0026357-49.2010.4.01.3800

-s„ a- Ir esta

Desembargador Federal REYNALDO FONSECA


Relator
Documento contendo 6 páginas assinado digitalmente pelo(a) DESEMBARGADOR FEDERAL REYNALDO FONSECA,
conforme MP n° 2.200-2, de 24/08/2001, que instituiu a infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileiras. ICP-Brasil e Res. n°
397, de 18/10/2004, do Conselho da Justiça Federal. A autenticidade do documento pode ser verificada no sita
www.trftgov.br/autentIcidade, informando o código verificador 1.308.539.0100.2-26.

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R° Lote: 2010025810- 8_1 -AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0035988-98.2010.4.01.0000/MG

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
22 VARA
PROCESSO : 26357-49.2010.4.01.3800

CONCLUSÃO
Faço os presentes autos conclusos nesta data.
Belo Horizon 2 de agosto de 2010.
j4:0-a
Direto ecretaria da 22" Vara

DESPACHO

Remeta-se os autos ao MPF, tal como determinado


à fl. 102.

Oportunamente, retornem-me conclusos para


sentença.

P. 1.

Belo Horizo 010.

'---ANISAL MA MATOS

CERTIDÃO

na Edição Eletrônic dtSpiãrio,da jus ederal


da Primeiro Re4iAcC•k - G em
01°1 \:■;,4..y>

de 2010.

P/ Di ora de Secretaria da 22" Vara — matr.


..- •"; ;8••■ " •• ■ • OR

Remeto, nesta data, os presentes autos a(o)


ruor — Dou fé.

ae?o Horlzonte,2‘ de

,:tera de Secreta:1s - mat.:


()? de 20 /12.

I
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Número do documento: 19112405364500000001072213137
Distribuido ao Procurador da República

Belo Ho 'zome, / O r t) 110


SOTC / PRMG

0:.,^Rtação do MPF em e9_.


)iaudas.

Em2(
Wirian V4 m Lima
a da República

REC '. E, ri i" o


Certifico h.t:v2r •3 ,-;,utos do

nesta

Belo Hori;::;r,!: , , 02

LI
11b1 105f7
Dice:•.ra

JUNTADA
Faço juntadis aos autos, nesta data.,a6, w__
Xciamildr&jile o PP-
DM.
é.
otite, ..45-de //40 de 2OjQ

de Secretaria - mat.: zi3A-Q3

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL _
PROCURADORIA DA REPÚBLICA EM MINAS GERAIS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 22' VARA FEDERAL EM BELO


HORIZONTE/MG.

Mandado de Segurança n° 26357-49.2010.4.01.3800


Impetrante: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.
Impetrado: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE/MG. £ 4

Trata-se de Mandado de Segurança, com pedido de liminar,


impetrado por CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA. em face de ato do
DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE!:
MG, tendo por escopo, em síntese, Ordem que lhe garanta o 'direito ao não
recolhimento do SAT/RAT na parcela majorada fruto da aplicação, sobre tal tributo,
do Fator Acidentário de Prevenção — FAP, além do direito à compensação dos valores
recolhidos desde o início da cobrança do SAT/RAT impactado pelo FAP.

Com a inicial vieram os documentos de fls. 44/52.

Emenda à inicial para incluir o Gerente Executivo do INSS;


no pólo passivo da demanda às fls. 55/56.

• Liminar deferida às fls. 59/63, oportunidade.cm que o MM.


.Juiz decidiu-se por não mais incluir o Gerente Executivo do INSS no pólo passivo da
demanda.

Devidamente notificada, a Delegada da Receita Federal do


Brasil 'em Belo Horizonte prestou informações às fls. 69/82. ,

Cópia do Agravo de Instrumento interposto pela União às


fls. 84/101.

Cópia da decisão que deu provimento ao Agravo de


Instrumento às fls. 103/108.

Vieram os autos ao MINISTÉRIO PÚBLICO


FEDERAL.

Como se sabe, a Lei ng 12.016/2009 revogoU a Lei nn


' h553/1951"; que:até'cntão disciplinava ;o,Mandado.de Segurança.__

Dispõe' o artigo 12 da Lei n° 12.016/2009 que depois d

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA EM MINAS GERAIS

prestadas as informações pela autoridade coatora, o juiz ouvirá o representante do


Ministério Público, que opinará dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

Na formada referida lei, diversamente do CPC e da Lei da


Ação Civil Pública, que prevêem a sua intervenção,' o Ministério Público será ouvido.
Por óbvio, ouvir não é o mesmo 'que intervir, e nem atuar como fiscal da lei. Em
verdade, o disposto na referida norma legal determina que o processo seja
encaminhado ao Parquet, mas não diz nada sobre qual o conteúdo e forma de sua
manifestação. Tem-se, assim, que a leitura do disposto no artigo 12 da Lei n°
12.016/2009 deve ser realizada à luz da ordem constitucional e legal vigente.

Neste sentido, dispõe o artigo 6°. XV, da Lei •


Complementar n° 75/1993 que a análise do interesse justificador da intervenção
ministerial independe da natureza do processo, competindo ao Ministério Público da
União, "manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do juiz
ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que justifique a
intervenção".

A Constituição de 1988, igualmente sabido, alterou


profundamente o perfil da instituição ministerial, apartando-a expressamente das
atividades de consultoria e representação judicial das entidades públicas para vinculá-
la à defesa do regime democrático, da ordem jurídica e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (artigos 127, "caput" e 129, IX). Para desempenho daquelas
outras atribuições (consultoria e representação judicial das entidades públicas), criou-
se a Advocacia-Geral da União, que hoje responde, por meio dos seus órgãos
(Procuradoria-Geral da União, Procuradoria-Geral Federal e Procuradoria da Fazenda
• Nacional), pelas atividades de representação judicial de todos os órgãos e entidades
públicas federais.

Neste sentido, o artigo artigo 12 da Lei n° 12.016/2009


deve ser interpretado harmonicamente com os postulados constitucionais e legais
• vigentes relacionados à atuação ministerial, não havendo margem para interpretação
como se dele decorresse obrigatoriedade de manifestação do Ministério Público sobre
o mérito de todos os mandados de segurança, eis que vedado à instituição ministerial
o patrocínio dos interesses das entidades públidas cujos agentes sejam eventualmente
apontados, no writ, como reàponsáveis pelos atos acoimados de ilegais ou abusivos.
_
De fato, considerada a nova roupagem conferida ao
- ----Ministério Público-. pela Constituição.; de _,.1988, parece. ausente de dúvidas que os
u
dispositivos da legislação ordinária que tratam das atribei lo Parqu-e- t
-j-
de filtragem constitucional, a fim de que sejam interpretados sob a lente da
objeto de

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— MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA EM MINAS GERAIS

diretrizesnormativas traçadas pelo Magno Texto. É o texto constitucional, sem dúvida,


o ponto de partida para interpretação das leis que tocam às atribuições do Ministério
Público, e não o inverso.

Decorre daí que a intervenção do Ministério Público em


mandados •de segurança, com emissão de pronunciamento sobre o objeto da
controvérsia, somente será necessária nos casos em que ficar evidenciada a presença
de interesses cuja tutela se inserir no rol de atribuições cometidas constitucionalmente
ao Parquet. Nos demais, onde presentes interesses a cuja defesa não se dirige a

• atuação da instituição; indevida será, segundo parece, a emissão de pronunciamento


sobre o mérito da demanda.

Fosse de outro modo, a intervenção do Parquet fundar-se-


ia não na natureza do interesse em discussão (se de repercussão social ou meramente
individual, se disponível ou indisponível), mas em questão formal c meramente
secundária, atinente ao procedimento - que é meio, e não fim - escolhido pelas partes
da demanda. É dizer: se para deduzir a mesma pretensão, a parte elegesse o rito do
mandado de segurança, haveria intervenção do MP; se, ao contrário, optasse por uma
ação cautelar ou uma ordinária com pedido de antecipação de tutela, não haveria
intervenção ministerial.

Feitas essas ponderações, tenho que eventual intervenção


do Ministério Público Federal no caso concreto não se escoraria na presença de
interesse suscetível de ser tutelado pelo órgão, na condição de órgão interveniente.

Isso porque não está em jogo interesse social ou


indisponível, pois as partes são capazes e o direito em disputa é, no caso, individual e
disponível. Além do que, segundo copiosa jurisprudência, a presença de órgão público
na demanda não autoriza, tão-somente por isso, a intervenção do Ministério Público na
causa.

Pelo exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


deixa de se manifestar sobre o objeto do presente mandado de segurança, por entender
ausente o interesse públicb que assim o justifique.

Belo Horizonte, de setembro de 2010.

MIR1ANR. EIRA LI&_


Procurad9fa da República - •■■1•913~re■m■-•- ■—..-' ■-•

HAMIRIANTWagosedagbados Atuantes \ LudenaNiandado do So9urança1Matéria TrUládaN26357-49.010.4 01.313004w

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I" GRAU
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS

Processo n°: EG 9- °

CONCLUSÃO

Faço os presentes autos conclusos nesta


data.

Belo Horizonte, 1 z-1( . l'O

p/Diretora de ecre aria da 22a Vara


VISTOS EM INSPEÇÃO

Belo Horizonte, 16 de maio de 2011.

ar os o er
Juiz Federal da 22' Vara

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS
zr VARA -

PROCESSO : 26357-49.2010.4.01.3800
CLASSE : 2100 — MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
IMPETRANTE : CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.
IMPETRADO : DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE

SENTENÇA TIPO B

I — Relatório

Cuida-se de mandado de segurança impetrado por Cerâmicas


Nacionais Reunidas Ltda. objetivando a concessão de tutela mandamental que
lhe assegure o direito de eximir-se do pagamento da contribuição denominada
SAT/RAT ajustada pelo FAP, ou seja, recolher a contribuição para o RAT nos
moldes da redação original do artigo 22, II, da Lei n.° 8.212/91, bem como a
compensação dos valores recolhidos desde o início da cobrança do SAT/RAT
impactado pelo FAP.

Assevera que a contribuição social da empresa para o


financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em
decorrência de incapacidades laborativas (RAT), incidentes sobre a folha salarial,
instituída com fulcro no artigo 22, II, da Lei n.° 8.212/91, sofreu inovação legislativa
advinda da Lei n.° 10.666/03, que, em seu artigo 10, remeteu a regulamento a
disposição sobre a metodologia de cálculo da contribuição em comento, o que veio
a se instrumentalizar por força do art. 202-A do Decreto n.° 3048, na redação dada
pelo Decreto n.° 6.957/09 e das Resoluções n.°s 1.308 e 1.309, do Conselho
Nacional da Previdência Social — CNPS.

Alega que a Lei n.° 10.666/03 delegou a fixação da alíquota a


uma fórmula diferenciada para cada um dos contribuintes (Fator Acidentário de
Prevenção — FAP), de acordo com critérios de desempenho da empresa a partir da
respectiva atividade econômica mediante a criação de um índice composto pelos
índices de gravidade, de frequência e de custo calculados segundo metodologia
aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

Com isso, sustenta a inconstitucionalidade da metodologia,


porquanto implica, na verdade, verdadeira alteração de alíquota por meio de
instrumento infralegal, o que malfere o princípio da legalidade estrita (art. 150, I, da
CR/88).

MMGAJUS Maglatrado‘Cx.Saida 22' VaraNSENTENÇA \TRIBUTÁRIO \ 06-11. J MS. Contribuição social. RAT. FAT. Constituclonalldadol. Proa. 26357•40.2010.doo

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
22' VARA
PROC. 28357-49.2010.4.01,3800

Aduz, ainda, que a metodologia do novo FAP majora a alíquota


do FIAT devida pelas empresas com alto índice de acidente, criando verdadeira
punição de ordem tributária, contrariando o art. 3° do CTN, uma vez que nenhum
tributo pode constituir sanção de ato ilícito.

Decisão de fls. 59/63 deferiu o pedido liminar.

Prestadas as informações, a autoridade impetrada arguiu


inadequação da via eleita, vez que a impetrante se insurge contra a lei em tese, e
ilegitimidade passiva do Delegado da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte.
No mérito, pugnou pela denegação da segurança ao argumento de que inexiste
qualquer ilegalidade na alteração dos enquadramentos da contribuição ao RAT,
trazidos pelo Decreto n.° 6.957/09, porquanto há previsão legal para tanto (art. 10
da Lei n.° 10.666/03).

Interposto de agravo de instrumento perante o TRF — 1a Região


foi-lhe atribuído efeito suspensivo, restando cassada a decisão que deferiu o
pedido de liminar (fls. 103/108).

O Ministério Público Federal deixou de ofertar parecer por


entender ausente interesse público que justifique sua intervenção no feito.

Vieram os autos conclusos para sentença.

li - Fundamentação

Afasto a preliminar de ilegitimidade passiva do Delegado da


Receita Federal do Brasil — considerando que a impetrante não se insurge contra
lei em tese, mas contra ameaça de lesão a direito, decorrente de ato de efeitos
individuais e concretos, qual seja, o Decreto n° 6.957/2009, que a obriga a recolher
a contribuição para o RAT, com a incidência do FAP (Fator Acidentário de
Prevenção), a legitimidade passiva ad causam é do Delegado da Receita Federal
do Brasil do domicílio fiscal da impetrante, por ser o agente arrecadador da referida
exação, a teor da Lei n. 11.457/2007.

Por outro lado, não há que se falar em inadequação da via eleita


em razão de insurgir a impetrante contra lei em tese. Ressalte-se que a impetrante
se insurge contra ameaça de lesão a direito, decorrente de ato de efeitos
individuais e concretos, qual seja, o Decreto n° 6.957/2009, que a obriga a recolher
a contribuição para o RAT, com a incidência do FAP (Fator Acidentário de
Prevenção), requerendo, inclusive, a compensação dos valores recolhidos desde o
início da cobrança do SAT/RAT impactado pelo FAP.

Passo à análise do mérito.

A impetrante pretende obter a concessão de ordem que autorize


o recolhimento da contribuição social destinada ao financiamento do benefício de

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22° VARA
PROC. 28357-49.2010.4.01.3800

aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de


incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais, nos exatos termos do
art. 22, inciso II, da Lei n.° 8.212/91, que preconiza:

"Art. 22.

II- para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n° 8213,


de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos* (Redação dada
pela Lei n° 9732. de 1998)
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (trás por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado grave."

Por sua vez, a Lei 10.666/2003 autorizou a flutuação da alíquota


entre 0,5% e 6% de acordo com o desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica apurado segundo o Fator Acidentário de
Prevenção, in verbis:

Art. 10. A allquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao
financiamento do beneficio de aposentadoria especial ou daqueles concedidos
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por
cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva
atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a
partir dos índices de freqüéncia, gravidade e custo, calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

O Poder Executivo, com suporte legal no § 3°, do art. 22, da Lei


n° 8212, de 1991, houve por bem regulamentar o Fator Acidentário de Prevenção —
FAP, mediante a edição dos Decretos n°s 6042, de 2007 e 6957, de 2009, para
determinar a inclusão no Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3048, de
1999) do art. 202-A, que apresenta a seguinte redação:
"Art. 202-A. As allquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão
reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por cento,
em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído pelo Decreto n°
6042, de 2007).

§ 1° O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de


cinco décimos (0,5000) a dois inteires (2,0000), aplicado com quatro casas
decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a
ser aplicado à respectiva allquota.(Redação dada pelo Decreto n° 6957, de
2009)

§ 20 Para fins -de redução ou majoração a que se refere o caput, proceder-se-


á à discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade
econômica, a partir da criação de um índice composto pelos índices de

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Cri
22' VARA
PROC. 26357-49.2010.4.01.3800

gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis com


pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento,
respectivamente. (Redação dada pelo Decreto n°6957, de 2009)."

(...)
§ 50 O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no
mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis dos percentis de frequência,
gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas -CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de
cada empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e
demais elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho
dentro da sua CNAE-Subclasse. (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de
2009)

A Resolução MPS/CNPS n° 1308, de 27 de maio de 2009,


alterada pela Resolução MPS/CNPS n° 1309, de 24 de junho de 2009, por sua vez,
trouxe a metodologia para o cálculo do FAP, apresentando as definições adotadas
para os conceitos que envolvem o cálculo do índice e estabelecendo as formas
para a mensuração dos índices de frequência, gravidade e custo do próprio FAP.

De uma análise do escorço normativo apresentado, não


vislumbro a proclamada ofensa ao princípio da legalidade tributária.

Conquanto, de fato, somente a lei possa dispor acerca dos


elementos essenciais do tributo, na hipótese, não vislumbro tenha havido
usurpação de matéria de reserva legal pelos dos Decretos n°s 6042, de 2007 e
6957, de 2009 ou pela Resolução MPS/CNPS n° 1308, de 27 de maio de 2009,
alterada pela Resolução MPS/CNPS n° 1309, de 24 de junho de 2009.

Isso porque o artigo 22, inciso II da Lei n.° 8.212/91, combinado


com o artigo 10 da Lei n.° 10.666/03, definem todos os elementos da obrigação
tributária que devem ser fixados por lei, ou seja, fato gerador (pagamento de
remuneração a empregados e avulsos), sujeito passivo (empresa), base de cálculo
(a remuneração paga) e alíquota (1% a 3% sobre a base de cálculo, podendo ser
reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%).

Apenas a aferição do desempenho da empresa em relação à


sua respectiva atividade por meio do Fator Acidentário de Prevenção — FAP é que
ficou condicionada pela lei à apuração por critérios estabelecidos em regulamento.
E nem poderia ser diferente, porquanto o legislador ordinário não teria condições
de tecer em minúcias os critérios de freqüência, gravidade, custo e demais
elementos que possibilitam a aferição do FAP dentro da CNAE — Subclasse (§ 5 0 ,
art. 202-A, Decreto n.° 3.048/99).

Nesse esteio, a metodologia da Resolução MPS/CNPS n°


1308/2009, amparada no princípio da praticidade, pretendeu abranger a
generalidade das situações e, com as variáveis adotadas, albergar as
particularidades do contribuinte tanto quanto possível.

Como se vê, a lei fixou limites, ao regulamento coube


estabelecer os meios concretos para fazer valer a variação da alíquota. Há uma
predeterminação das alíquotas máxima e mínima pela lei ordinária, o que afasta a

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2r VARA
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contrariedade ao princípio da estrita legalidade. Frise-se, novamente, que a


alíquota — um dos elementos intrínsecos da contribuição — não está sendo fixada
pelo regulamento; a determinação vem da lei, a qual confere ao regulamento a
forma de se aferir o desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade por meio do Fator Acidentário de Prevenção — FAP.

Nesse mesmo sentido, confiram-se os seguintes julgados:

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO, TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL


CIVIL - LIMINAR EM MS - CONTRIBUIÇÃO AO RAT - INDICE FAP (LEI N°
10.666/03; RESOLUÇÃO MPS/CNPS N° 1.308/09, LEI N° 8.212/91, ART. 22,
II) - FLEXIBILIZA ÇÃO DE ALIQUOTA: EM REGULAMENTO - PRESUNÇÃO
DE LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE - SEGUIMENTO NEGADO -
AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1- É dado ao relator negar
seguimento ao recurso "manifestamente inadmissível, improcedente,
prejudicado ou em conformidade com súmula ou com jurisprudência
dominante do respectivo tribunal, do STF ou de Tribunal Superior" (art. 557,
caput, do CPC), sem que isso signifique afronta ao principio do contraditório
(ou à ampla defesa), porque atende à agilidade da prestação jurisdicional
Quando o relator assim age não ''usurpa" competência do colegiado, mas atua
dentro do permissivo legal. 2- A Lei 10.666, de 08 MAI 2003 (dispõe sobre a
concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de
trabalho ou de produção) previu que, em razão do grau de incidência de
Incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as
allquotas previstas na Lei n° 8.212/91, art. 22, 11 (1%, 2% ou 3%) podem ser
reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100% (o que redunda na
flutuação da allquota de 0,5% até 6%), em razão do desempenho da empresa
em relação à atividade econômica exercida, conforme dispuser regulamento
com cálculo segundo metodologia do Conselho Nacional de Previdência Social
(CNPS). 3- A flutuação de allquota (0,5% até 6%) e a regulamentação do FAP
segundo metodologia adotada pelo CNPS estão expressamente previstas na
Lei n° 10.666/03, razão por que não parece, em juizo de delibação, haver
Infringéncia à CF/88. A prerrogativa de o Poder Executivo adotar metodologia
de cálculo para a aplicação de allquotas diferenciadas do RAT (dentro do
limite legal) corresponde à dinâmica da realidade tática inerente à
complexidade da aferição dos critérios constantes da lei. 4- A lei goza, no
ordenamento jurídico brasileiro, da "presunção" de constitucionalidade que
nenhum julgador pode, monocraticamente, afastar com duas ou trás linhas em
exame de mera delibação. Como a matéria é de reserva legal ((ributária), a
jurisprudência não respalda o precário e temporário afastamento, por
antecipação de tutela (ou liminar em MS), de norma legal a não ser em ação
própria perante o STF. A presunção da constitucionalidade das leis é mais
forte e afasta a "eventual" relevância do fundamento, notadamente se o vicio
não é manifesto ou flagrante. 5- Agravo regimental não provido. 6- Peças
liberadas pelo Relator, em Brasília, 14 de março de 2011. , para publicação do
acórdão.
(TRF — la Região, AGA 0025822-74.2010.4.01.0000/BA 7a Turma, Relator
Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-DJF1 p.249 de
18/03/2011)

AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO.


MANIFESTA IMPROCEDÊNCIA. ART. 557, CAPUT, DO CPC.
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA. ANTECIPAÇÃO DOS
EFEITOS DA TUTELA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCMRIA. RISCOS
AMBIENTAIS DE TRABALHO. RAT. SEGURO DE ACIDENTE DE
TRABALHO. SAT. LEI N.° 10.66612006. DECRETO N.° 3.048/99. DECRETO
N.° 6.957/09. RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL CNPS N.° 1.308/2009. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO.
FAP. ALIQUOTA. FLEXIBILIZAÇÃO. ALEGAÇÃO DE

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22' VARA
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INCONSTITUCIONALIDADE. FALTA DE VEROSSIMILHANÇA DO DIREITO.


PRESUNÇÃO DE CONSTITUCONALIDADE. RECURSO INOMINADO
DESPROVIDO. 1 - O Seguro de Acidente de Trabalho, SAT, está previsto na
Lei n.° 8.212/91. Por seu turno, a flutuação de alíquota (0,5% até 6%) e a
regulamentação do FAP, segundo metodologia adotada pelo CNPS, estão
autorizadas na Lei n.° 10.666/03, art. 10, encontrando-se os Decretos n.os
3.048/99 e 6.957/09 em sintonia com os limites consagrados ao poder
regulamentar. 2 - A diferenciação de allquotas em razão da atividade da
empresa é albergada pela Constituição, em seu art. 195, PARÁGRAFO 9 0,
inexistindo verossimilhança do direito no caso concreto, em face da presunção
de constitucionalidade das normas. 3- Precedente: TRF da 5.• Região, Agravo
de instrumento n.° 105.978-PE, relator o Desembargador Federal Paulo
Roberto de Oliveira Lima, Terceira Turma, unânime, julgado em 17.06.2010.
Agravo regimental desprovido.
(TRF —5' Região, AGA 0014864182010405000001, 1° Turma, Desembargador
Federal José Maria Lucena, JE - Data:16/12/2010 - Página:565)

Com essas considerações, forçoso reconhecer que a exigência do


FAP não se confunde com sanção, uma vez que o legislador criou as alíquotas fixas
da contribuição patronal previdenciária para o RAT no art. 22, II, da Lei 8212/91 e
posteriormente, mediante a edição da Lei 10666/2003 em seu art. 10, a fim de
promover maior justiça fiscal e em razão do caráter extrafiscal atribuído à exação, de
forma que a empresa que mais acarretar doenças ocupacionais ou acidentes de
trabalho pagará mais tributos previdenciários, enquanto aquela que mais investir em
segurança e medicina do trabalho arcará com um percentual reduzido de alíquota, o
que atende, em seu fim último, o principio da isonomia.

Frise-se, por fim, que não há se falar em ofensa ao princípio da


publicidade ou segurança jurídica, pois, nos termos do §5° do art. 202-A do Decreto
3.048/99, o 'Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no
mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis dos percentis de frequência,
gravidade e custo por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas -CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada
empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais
elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho dentre da
sua CNAE-Subclasse." (Redação dada pelo Decreto n° 6.957, de 2009) No mais,
qualquer argumento de inidoneidade da divulgação do FAP não procede, eis que o
sítio do Ministério da Previdência e Assistência Social dá às empresas acesso aos
seus valores do FAP, de acordo com os dados informados pelas próprias
empresas.

Além disso, a Portaria Interministerial MPS n° 329, de 10 de


dezembro de 2009, que dispõe sobre o modo de apreciação das divergências
apresentadas pelas empresas na determinação do Fator Previdenciário de
Prevenção (FAP), autorizou a contestação do FAP perante o Departamento de
Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social
"por razões que versem sobre possíveis divergências dos elementos
previdenciários que compõem o cálculo do Fator" (art. 1°), providência não adotada
pela impetrante na esfera administrativa.

Ademais, a simples alegação aposta na inicial de que os fatores


utilizados para classificar uma empresa não foram explicitados, por si só, não

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demonstra violação a qualquer princípio a que se encontra jungida a


Administração, uma vez que a impetrante não logrou demonstrar nestes autos que
omissão quanto ao seu respectivo FAP lhe obstaria a real classificação de seu
desempnho dentro de sua CNAE-Subclasse.

III — Dispositivo

Ante o exposto, DENEGO A SEGURANÇA.

Custas pelo impetrante.

Incabíveis honorários na espécie (Súmula 512 do STF).

Oficie-se ao Exmo. Sr. Relator do agravo de instrumento


interposto, encaminhando-lhe cópia da presente decisão.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Belo Horizonte, 02 dejunf de 2011

Natália F1o11p0s lz
Juíza Federal 22a Vara

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS

Processo: 26357-49.2010.4.01.3800 Fls. 121

RECEBIMENTO

Certifico haver recebido estes autos do MM.


Juiz com sentença, registrando-a no CVD.

Belo Horizonte, 02 de junho de 2011.

Jui n uraFigueiredo
Téenie IJudiciário - zr Vara

CERTIDÃO

Certifico que a 5çzk,-re.,)5A (tuáxm-fo)


retro foi
publicada na edição eletrônica do Diário da Justiça
Federal da Primeira Região — SJMG em 09 06 .

Belo Horizonte,o,5 de Ot de 2011.

(0(0 o)"-'
r ora de Secretaria da 22a Vara

CE IDAO
Certifico que es 12 autos foram retiradot
com carga Me(a)
t)4
nide
em
Bel4„

Diretor de Secretaria da

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JUNTADA
'aço juntF:da P.es autos nesta data,.
ctv A r-Ad3

que se s.:: • _
9elo Hcro da LI

rsire:urz-i de %2a Vara

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Zz

NUCJU SEPRO/ JFMG 08/JUN/201 1 1 5 :29 0403 823


SUBSTABELECIMENTO

Substabeleço com reservas, ao estagiário


BRUNO
GONTIJO DE ANDRADE, inscrito na OAB sob n° 25.855-E, com escritório, na
Rua Rio de Janeiro, n° 2.702, 11° andar, Lourdes, CEP. 30.160-042, em Belo
Horizonte, os poderes a mim conferidos por CERÂMICAS NACIONAIS
REUNIDAS LTDA., em especial, para atuar nos autos de n° 26357-
49.2010.4.01.3800., que tramita perante a 22a Vara Federal.

Belo Horizonte, 09 de abril de 2011.

P.p. LÁ c Efjold•
O B/MG 44.068

Rua Rio de Janeiro, 2702- 11 0 andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500
contatoescmmadvogados.com.br

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I° GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. n° e2 G 36-4 . 1.4 .eoi O• zi 01 3 SO D Fls.

CERTIDÃO
Certifico que estes autos foram retirados com

carga pelo(a) rItic

em to / 06 / tt . Dou fé.

Belo Horizonte, (O de CG de 11

• \Ziretora de Secretaria d 22a Vara 7r-t--v—N

RECEPILIENTO
Certifien haver r , .: .)utos do (a)
Yciape¡reos•N¥_, _ __Dou fé.
Belo Horlossi...323,. 20 tç .

fliret° ra de kri}etçtlia rnat.:(04/M4E.1

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JUNTADA
Faço juntada aos autos nesta data,
Ptis A1.--%•<,:544:

que se seçue(m). Dou fé.
Beto Horiz.iii . de ‘ O‘ de 1

4
1/ t 0(00y,--
dr etora de Secretaria da 22 Vara

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EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) DA 22" VARA FEDERAL EM BELO HORIZONTE
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS

PROCESSO n° 26357-49.2010.4.01.3800

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos


autos do Mandado de Segurança impetrado contra ato do Senhor Delegado da
Secretaria da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte, em atenção à v.
sentença de fls. 114/120, publicada no Diário de Justiça de 09 de junho de 2011,
quinta-feira, vem, por seu advogado infra-assinado, nos termos do artigo 513 do
Código de Processo Civil e nas demais disposições ao caso aplicáveis, interpor o
presente RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo seja o mesmo, superadas as
formalidades legais, remetido ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 1a Região.

Requer, por fim, que todas as publicações sejam divulgadas


em nome do advogado Leonardo Guedes de Carvalho (OAB/MG 67.539), sob
pena de nulidade.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Ho 'zonte para Brasília, 21 de junho de 2011.

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. runo ontuo Andrade
OAB/MG 67.539 • B/MG 25.855-E

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Apelante: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.
Apelada: UNIÃO FEDERAL
Processo de origem: n°26357-49.2010.4.01.3800
Juizo de origem: 22 Vara Federal de Belo Horizonte/MG

RAZÕES DE APELAÇÃO

• Egrégio Tribunal,
ínclitos Desembargadores Federais.

1. DOS FATOS

A Apelante impetrou ação mandamental objetivando o


reconhecimento do direito de não recolher o SAT na parcela majorada pelo Fator
Acidentário de Prevenção — FAP.

Requereu ainda, a declaração de inconstitucionalidade do FAP,

• por afronta de diversos preceitos tributários.

A v. decisão de 10 Grau denegou a segurança, sob os


fundamentos, em apertada síntese, de que a majoração do RAT, pelo FAP, não
feriu o princípio da legalidade tributária, da isonomia, da publicidade ou segurança
jurídica, não tendo, ainda, a Apelante, demonstrado nos autos que a omissão
quanto ao seu respectivo FAP lhe obstaria a real classificação de seu
desempenho dentro da CNAE- Subclasse.

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A Apelante, contudo, não se conforma com o entendimento
consignado na v. decisão a quo, razão por que clama por sua reforma, com base
no que expõe a seguir, concessa venha.

2. DO DIREITO

Inicialmente cabe destacar que logo após o ajuizamento do


presente mandamus, que questiona a constitucionalidade e legalidade do FAP,
como já mencionado, o Conselho Nacional de Previdência Social editou nova
Resolução, alterando a metodologia do Fator Acidentário de Prevenção.

Dita norma regulamentar — Resolução CNPS n° 1.316/2010,


justifica a nova metodologia de cálculo do FAP da seguinte maneira:

Estes parâmetros foram testados e os resultados


sinalizaram para a necessidade de aperfeiçoar a
metodologia de modo a garantir Justiça na contribuição
do empregador e equilíbrio atuarial. Desse estudo resultou
a nova metodologia abaixo descrita, que altera parâmetros
e critérios para o cálculo da freqüência, da gravidade, do
custo e do próprio FAP, em relação à metodologia anterior.

Tal fato tem o condão de corroborar toda a tese defendida pela


Apelante, demonstrando que é de conhecimento público as irregularidades
cometidas na criação do FAP, cabendo ao sempre independente Poder Judiciário
afastar sua incidência no cálculo da contribuição previdenciária RAT (SAT), por
medida de justiça fiscal.

o 3

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2.1 - Fator Acidentado de Prevenção: Principais Contornos

A Constituição Federal, em seu artigo 7 0 , inciso XXVII, assegurou


a todos os trabalhadores: "o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do
empregador". Daí, a mesma Constituição, especificamente em seu artigo 195,
inciso I, alínea "a", com respaldo no artigo 149, previu, de modo genérico, a forma
de custeio dos benefícios concedidos pelo Regime Geral da Previdência Social no
caso de prestações acidentárias.

Foi com base nesse permissivo que a Lei n°8.212/91, através de


seu artigo 22, inciso II, previu outra espécie de contribuição a cargo das empresas

• sobre as remunerações pagas mês a mês: a denominada contribuição ao SAT


(Seguro Acidente de Trabalho), hoje denominada RAT (Riscos Ambientais do
Trabalho).

Em seguida, através do mesmo artigo 22, a citada Lei fixou


alíquotas da contribuição ao SAT/RAT em 1%, 2% e 3%, variável em razão dos
riscos de acidente de trabalho apresentados pela atividade preponderante da
empresa, o que não fora explicitado na Lei, mas tratou o Decreto n° 3.048/99 de
preencher tal lacuna em seu artigo 202, § 3°, quando disciplinou que é atividade
preponderante "aquela atividade que ocupa, na empresa. o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos."

• Assim, até a criação do FAP, bastava à empresa identificar sua


atividade preponderante e consultar a alíquota de SAT/RAT correspondente para
aí pagar o percentual respectivo.

Cabe destacar, ainda, que o próprio artigo 22, § 3°, da Lei n°


8.212/91, permite ao Ministério da Previdência Social alterar, com base em
estatísticas de acidentes de trabalho, o enquadramento da empresa para efeito da

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V

A t OG A t) O 5

contribuição ao SAT/RAT, como pode ser observado na Lei n? 10.666/2003, no


seu artigo 10 1 .

Posteriormente, a Resolução MPS/CNPS n° 1.269/2006 aprovou


a proposta que trata da flexibilização das aliquotas do SAT/RAT com base na Lei
n° 10.666/2003.

Essa Lei veio a ser regulamentada pelo Decreto n° 6.957/09, que


inseriu no Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048/99) o art. 202-A e
seus parágrafos, com a seguinte redação:

"Art. 202-A. (omissis):


§12 O FAP consiste num multiplicador variável num
intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros
(2,0000), aplicado com quatro casas decimais, considerado
o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser
aplicado à respectiva allquota.
§ 2° Para fins da redução ou majoração a que se refere o
caput, proceder-se-á à discriminação do desempenho da
empresa, dentro da respectiva atividade económica, a partir
da criação de um índice composto pelos índices de
gravidade, de frequência e de custo que pondera os
respectivos percentis com pesos de cinquenta por cento, de
trinta cinco por cento e de quinze por cento,
respectivamente. (..)
§ 4Q Os índices de freqüência, gravidade e custo serão
calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social, levando-se em conta:

1 Art. 10 — A aliquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do beneficio
de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa
em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir

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441,5-
14, \ A L Hk)

I- para o índice de freqüência, os registros de acidentes e


doenças do trabalho informados ao INSS por meio de
Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e de
benefícios acidentá rios estabelecidos por nexos técnicos
pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles
vinculados;
II- para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-
doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e
pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais
são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade da
ocorrência, como segue:

• a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento;


b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e
c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento
para cada um; e
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios de
natureza acidentá ria pagos ou devidos pela Previdência
Social, apurados da seguinte forma:
a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de
afastamento do trabalhador, em meses e fração de mês; e
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total,
mediante projeção da expectativa de sobrevida do segurado,
na data de início do benefício, a partir da tábua de

• mortalidade construída pela Fundação Instituto BrasiLeiro de


Geografia e Estatística - IBGE para toda a população
brasiLeira, considerando-se a média nacional única para
ambos os sexos. "(Decreto 3.048/99)

A Resolução n° 1.309/2009 sedimentou que o "objetivo do FAP é


incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador

dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social."

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o
t

estimulando as empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e


segurança no trabalho para reduzir a acidentalidade." Sendo assim, o Fator
Acidentário de Prevenção que será recalculado periodicamente, individualizará a
alíquota de 1%, 2% ou 3% prevista no Anexo V do Regulamento da Previdência
Social RPS
- majorando ou reduzindo o valor da aliquota conforme a
quantidade, a gravidade e o custo das ocorrências acidentárias em cada
empresa, sendo que as empresas com mais acidentes graves em uma
subclasse CNAE passarão a contribuir com um valor maior, enquanto as
empresas com menor acidentalldade terão uma redução no valor de
contribuição."

• E é justamente através do resultado dessa verificação que se


extrai os respectivos índices que classificam a empresa na sua "CNAE-
subclasse", senão vejamos o que regula o parágrafo 5°, da mesma normativa:

"O Ministério da Previdência Social publicará anualmente,


sempre no mesmo mês, no Diário Oficial da União, os róis
dos percentis de frequência, gravidade e custo por
Subclasse da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de
computadores o FAP de cada empresa, com as respectivas
ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos
que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho

• dentro da sua CNAE-Subclasse."

Após essa classificação é extraído o FAP para cada contribuinte,


com base na seguinte metodologia de cálculos:

1. O CÁLCULO DO ÍNDICE DE FREQÜÊNCIA é obtido da seguinte


maneira:

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índice de freqüência = número de acidentes registrados em cada
empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT vinculada, por nexo
técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil);

2. O CÁLCULO DO ÍNDICE DE GRAVIDADE é obtido da seguinte


maneira:
índice de gravidade = (número de benefícios auxílio doença por
acidente (B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (892) x 0,3 + número
de benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-acidente
(B94) x 0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil);

• 3. O CÁLCULO DO ÍNDICE DE cum é obtido da seguinte maneira:


índice de custo = valor total de benefícios/valor total de
remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados x 1.000 (mil);

4. GERAÇÃO DO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO- FAP POR

EMPRESA - Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são


atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da
CNAE) para cada um desses índices. Desse modo, a empresa com menor índice
de freqüência de acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o
menor percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe
100%. O percentil é calculado com os dados ordenados de forma ascendente. O
percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa
Subclasse é dado pela fórmula abaixo:

Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1)


Onde:
n = número de estabelecimentos na Subclasse;
Nordem=posição do índice no ordenamento da empresa na
Subclasse.

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A D t; A 11 O S

5. A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto,


atribuindo ponderações aos percentis de ordem de cada índice. O critério das
ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso maior para a
gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez tenham maior
influência no índice composto. A freqüência recebe o segundo maior peso (0,35)
garantindo que a freqüência da acidentalidade também seja relevante para a
definição do índice composto. Por último, o menor peso (0,15) é atribuído ao
custo. Desse modo, o custo que a acidentalidade representa faz parte do índice
composto, mas sem se sobrepor à freqüência e à gravidade. Entende-se que o
elemento mais importante, preservado o equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo
social da acidentalidade. Assim, a morte ou a invalidez de um trabalhador que
recebe um benefício menor não pesará muito menos que a morte ou a invalidez
de um trabalhador que recebe um salário de benefício maior. O índice composto
calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a distribuição dos
estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar de O a 2. Os
valores inferiores a 0,5 receberão o valor de 0,5 que é o menor fator acidentário.
Então, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte: IC = (0,50 x
percentil de gravidade + 0,35 x percentil de freqüência + 0,15 x percentil de custo)
x002;

6. O resultado obtido é o valor do FAP atribuído a essa empresa.

No caso da Apelante, o FAP foi de 4,5773, o que representou um


novo RAT de 1,7319%.

Pelo exposto, imperioso reconhecer que, para a verificação do


FAP atribuído à Apelante, é necessário que sejam disponibilizados pelos INSS
todas as informações e índices que compõem o cálculo do fator, o que não vem
acontecendo.

Ora, o próprio Regulamento da Previdência Social, no parágrafo


5°, do artigo 202-A, prevê que o "Ministério da Previdência Social publicará os
9

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elementos que possibilitem às empresas verificar o respectivo desempenho
dentro da sua CNAE-Subclasse."

Entretanto, tais informações não foram liberadas pelo Ministério


da Previdência aos contribuintes, de modo a permitir que fossem ratificados, ou
não, os fatores lançados para cada uma das milhares de empresas no país.

2.2 - Da Inconstitucionalidade e da ilegalidade do FAP — Violação do


"Principio da Estrita Legalidade"

• Primeiramente, importante reconhecer que a natureza jurídica


tributária das contribuições sociais é reconhecida pelos Tribunais com base na
doutrina quase unânime. Passou a ser reconhecida pelo STF, através do voto
proferido pelo Ministro Moreira Alves no julgamento do RE n° 146.733-9

Dentre as "contribuições sociais de seguridade social', a cargo


das empresas, podemos destacar aquela calcada no inciso II, do artigo 22, da Lei
n°8.212/91. Há três alíquotas previstas para essa contribuição social em especial,
sendo certo que as essas variam em função do grau de risco de acidentes do
trabalho na atividade preponderante da empresa: sendo o risco leve de 1%, risco
médio de 2% e risco grave de 3%.

• Entretanto, como pode ser observado na Lei n° 10.666/2003, as


alíquotas acima discriminadas poderão variar conforme multiplicação (0,5000 a
2,000), de acordo com o regulamento, em razão do desempenho da empresa em
relação à respectiva atividade econômica, consoante índices de frequência, custo
e gravidade.

Assim, pode-se entender que o regulamento poderia estabelecer


que a contribuição ao RAT seria em determinados casos, à alíquota de 0,5% e,
em outros casos, à alíquota de 6% de acordo com os índices antes citados.

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A It O

Contudo, importante reconhecer que esse dispositivo é


inconstitucional, por delegar ao regulamento matéria que é reservada à Lei,
conforme o inciso I, do artigo 150 2 da Constituição. Este dispositivo consagra o
principio da legalidade estrita, fundamento basilar de um Estado Democrático
de Direito, pois, resguarda à Lei, e unicamente à Lei a possibilidade de instituir
ou majorar tributos, de maneira que fica vedada qualquer outra conduta nesse
sentido. A Constituição Federal, portanto, é clara quando dispõe que qualquer
aumento de tributo anseia por LEI que assim determine.

Por esse Princípio, é imperioso constarem da Lei todos os


elementos básicos para a apuração de tal índice, o que não se verifica na fixação

• do FAP.

É nesse sentido que foi concedida a primeira medida liminar


suspendendo a exigibilidade da aplicação do FAP sobre o RAT, como se vê no
trecho abaixo transcrito:

`...É sob essa ótica que a Lei 10.666/03 deve ser apreciada,
e, desde já, vejo que no caso concreto, distintamente
daquele meu julgamento anterior e da decisão do STF no
RE 343.446/SC, a Lei Ordinária em referência, ao delegar
fixação allquota à fórmula variável de contribuinte para
contribuinte, fixando-lhe tão somente parâmetros máximos e
mínimos que os localiza no amplo espectro entre 0,5% e 6%,
abriu o ensejo para, a partir da utilização de termos jurídicos
extremamente abertos, permitir que a imposição tributária
advenha de ato administrativo, e não legislativo, conferindo
ao fisco o poder de majorar verdadeiramente tributo por

2 Art. 150— Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I — exigir ou aumentar tributo sem lei o que estabeleça.

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4
17

A rt V C) t. I)

ação administrativa, e, com isso, ferindo de morte o artigo


150, I, da Constituição Federal?"

Há que se evidenciar, ainda, que pela simples análise do artigo


195, da Constituição Federal, arquétipo do RAT, pode-se perceber que em
nenhum momento restou caracterizada qualquer possibilidade de alteração de
alíquotas através de atos infralegais. Em não havendo previsão nesse sentido, ou
seja, não constando da Constituição Federal a possibilidade de manipulação das
alíquotas por Decreto, como no caso das contribuições previstas no artigo 195, há
que ser cumprida a regra geral que é o estrito respeito à legalidade tributária, o
que veda a majoração de alíquota por outro ato legal que não seja uma Lei.

• Nessa esteira, desponta que a validade da remessa da tarefa de


fixar a alíquota efetiva do tributo a ato do Executivo dependeria
imprescindivelmente de previsão excepcional no bojo da Constituição.

E não se diga que a Lei n° 10.666/03, em seu artigo 10, foi


suficiente em cumprir a missão da necessária veiculação da alíquota do tributo
por meio da mera estipulação de limites (máximo e mínimo). Pois, a teor do
princípio constitucional da legalidade estrita, para ser autorizada a mesma prática
em que incide o artigo 10, da Lei n° 10.666/034 em fixar através de Lei formal uma
alíquota básica e a partir dela permitir ao Executivo operar majorações limitadas
aos patamares da Lei, foi necessário que a Constituição expressamente

• excepcionasse os respectivos casos, precisamente como faz, por exemplo, no


seu artigo 153 5.

3
Ação Ordinária n° 2009.72.00.013653-9/SC — 1' Vara Federal de Florianópolis/RS — Juiz Fed. Subst.
Claudio Roberto da Silva —j. em 03/12/2009
44Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao fi nanciamento do benefício
de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa
em relação à respectiva atividade económica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir
dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social."
5 * Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;

12

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O ti

Isso demonstra, que o simples estabelecimento por lei ordinária


de limites de flutuação da alíquota por Lei ordinária não é suficiente para atender
a tipicidade fechada exigida pela ordem constitucional vigente.

Nesse sentido, importante destacar que em caso análogo,


referente à validade da delegação efetuada pelo artigo 3° do Decreto-Lei n°
1.712/79 a órgão administrativo para o estabelecimento de alíquota de
contribuição ao IAA, assim entendeu o Supremo Tribunal Federal:

°Contribuição devida ao Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA.


- O Plenário desta Corte, ao julgar o RE 158.208,
reconheceu a constitucionalidade, em face da Constituição
de 1967 e da Emenda Constitucional n° 1/69, da contribuição
instituída em favor do IAA pelo Decreto-Lei 308/67, alterado
pelos Decretos-Leis 1.712/79 e 1.952/82. - De outra parte,
ao julgar o RE 214.206, esse mesmo Plenário não s6
afastou, com relação a essa contribuição, a alegação de
ofensa ao artigo 149 da Constituição de 1988, mas também
entendeu recebida por esta em consonância com o disposto
no artigo 34, § 5°, do ADCT, só se tendo por Incompatível
com a referida Carta Magna a possibilidade de a allquota
dessa contribuição variar ou ser fixada por autoridade
administrativa, dado o princípio da legalidade. Recurso
extraordinário conhecido e provido."
(STF, RE 238.166/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira
Alves, 05/06/2001) (destacou-se)

II - exportaçáo, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;


III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, cambio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliados;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de Lei complementar.
§ 1° - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em Lei, alterar as
allquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
s9.

A I)

Diferentemente, a fixação exata do valor do tributo, no caso do


"RAT ajustado", embora encontre na Lei n° 10.666/2003 a demarcação máxima a
mínima das alíquotas, está afinal sujeita à manifestação do Poder Executivo,
conforme critérios inerentes à sua discricionariedade. Daí, conclui-se, no presente
caso, que ao discutir se tais normas atenderam o comando legal com maior ou
menor acerto, mediante edição de norma hierarquicamente inferior à Lei em
sentido estrito, ao atuar no estabelecimento da efetiva alíquota aplicável ao tributo
em questão, invadiu o campo da reserva absoluta de Lei ordinária, ou seja, a Lei
delegou, mesmo que não de forma pura e ainda que estipulando limites, o que é
vedado pela Constituição Federal.

O montante do tributo não é apurável segundo critérios fixados


em Lei, não permitindo que o contribuinte identifique o quantum da exação
meramente diante dos termos instituídos pela Lei. Evidentemente que, conforme
diretrizes consignadas pelo Princípio Estrito da Legalidade, a autoridade
administrativa não pode ter o poder de decidir o quanto é devido pelo contribuinte,
haja vista que não estamos diante de algo que possa ficar à margem da
discricionariedade.

Nesse diapasão, cumpre enfatizar que a alíquota é uma ordem de


grandeza, estabelecida em Lei, que combinada à base imponível, estipula o
quantum a recolher a título de obrigação tributária.

Nesse contexto, há que se enfatizar a inconstitucionalidade


perpetrada pelo Poder Público. Isso porque, analisando-se o artigo 10, da Lei n°
10.666/06, já citado, constata-se que o mesmo não esgota a fixação da alíquota,
a qual anseia por complementação através de atos do Executivo, o que
caracteriza a violação de campo reservado exclusivamente à Lei ordinária.

Sob esses termos, considerando os argumentos até aqui


traçados, conclui-se que o FAP é inconstitucional, notadamente pela ofensa às
disposições constantes do artigo 5°, II e 150, I da Constituição Federal.
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N31)
1

O O 5

Assim, constata através do art. _ 97, —IV, do CTN 6 a


inconstitucionalidade da majoração da contribuição prevista no inciso II, da Lei
8.212/91, através das Portarias, Resoluções e Decretos que instituíram o FAP, o
que justifica a reforma da decisão a quo e a consequente concessão da
segurança pretendida, a fim de que, através do controle difuso de
constitucionalidade, seja declarado inconstitucional o fator em debate.

2.3 — Da Inconstitucionalidade do FAP em face da natureza jurídica de


sanção atribuída à Contribuição SAT/RAT ajustada

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 3 0 , preceituou


TRIBUTO como "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada." O conceito
legal coincide com o doutrinário, que é extraído do direito positivo, no caso, o
constitucional, já que tributo é conceito que decorrer da própria Constituição.

Ora, os tributos nascem independentemente da vontade das


partes, mediante ocorrência de um fato jurídico lícito que se define como
obrigação tributária legal, pecuniária em favor de uma pessoa pública.

No caso do FAP, sabe-se que através da Lei n° 10.666/03, as


alíquotas do SAT/RAT, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria
especial, puderam ser reduzidas ou até aumentadas, em razão do desempenho
da empresa em relação à respectiva atividade econômica.

Acrescenta ainda, que esse desempenho para fins de redução


ou aumento da alíquota contributiva, é aferido pela quantidade de acidentes do
trabalho e doenças ocupacionais que acometeram seus empregados e

8 Art. 97 — Somente a Lei pode estabelecer


(...)

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A O võ O

trabalhadores avulsos, bem como o quanto tais fatos custaram para os cofres da
Previdência. Sendo que a Resolução n° 1.308/2009 consignou que o "objetivo do
FAP é incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do
trabalhador."

Nesse contexto, notório reconhecer que a majoração das


alíquotas de SAT/RAT, pelo FAP, depende das melhorias no ambiente de
trabalho das empresas que é ligada diretamente a quantidade de acidentes,
combinada com a GRAVIDADE E O CUSTO DAS OCORRÊNCIAS ACIDENTÁRIAS EM CADA
EMPRESA EM PARTICULAR.

Diante disto, conclui-se que as empresas com maior número de


acidentes de trabalho terão que contribuir num montante maior, enquanto as
empresas com menor acidentalidade terão uma redução no valor de contribuição.

Daí, é importante reconhecer que o FAP, no tocante ao acréscimo


na alíquota de RAT, tem natureza jurídica de sanção, porque como já
demonstrado, existe para fins de punição de empresas que apresentam altos
índices de frequência, gravidade e custo. Assim, nota-se que é inconstitucional,
haja vista que a contribuicão denominada SAT/RAT tem natureza tributária e,
portanto, não pode ser usada como meio de punicão.

Assim, conclui-se que a instituição do FAP, para viabilizar a


progressividade das alíquotas da contribuição social, na forma de coeficiente a
ser multiplicado por suas alíquotas básicas, tem caráter meramente punitivo, o
que desnatura a natureza jurídica e constitucional de tributo.

Vale frisar que quando da edição da Medida Provisória n° 83 de


2002, na exposição dos motivos, ficou consagrado que o aumento da contribuição
ajustada pelo FAP decorre de responsabilidade da empresa que "assume o risco

IV — a fixação da allquota do tributo e da base de cálculo, resslvados o disposto nos artigos 21.26,39,57 e 65.

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da atividade econômica e deve responsabilizar-se pelas conseqüências das
enfermidades contraídas e acidentes do trabalho sofridos pelos empregados."

Ora, é evidente o caráter de sanção do FAP, tendo em vista que


sua majoração é decorrência direta do desempenho da empresa na
contabilização de acidentes e doenças do trabalho.

O próprio site da previdência social deixa claro o caráter


sancionador do FAP quando elege a seguinte explicação para conceituar o fator
multiplicador:

• 'A metodologia aprovada busca


empregadores que tenham feito um trabalho intenso nas
bonificar aqueles

melhorias ambientais em seus postos de trabalho e


apresentado no último período menores índices de
acidentalidade e, ao mesmo tempo, aumentar a cobranca
daquelas empresas que tenham apresentado índices de
acidentalidade superiores à média de seu setor
económico" (destacou-se) 7

Destarte, considerando que o arquétipo do conceito de tributo é


constitucional, ou seja, sua definição se extrai do direito positivo constitucional,
pode-se concluir que a violação a este mesmo conceito de tributo desnatura sua

• estruturação, visto que atribui à contribuição em caráter punitivo, acarretando, por


consequência, na inconstitucionalidade da exação denominada FAP.

2.3.4 — Da indisponibilidade de informações para a conferência do FAP.

Com base na afirmação acima, pode-se dizer que um dos


aspectos mais controvertidos da metodologia de cálculo do FAP é o fato,
justamente, de não ser possível realizar a conferência dos "percentis de

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O

ordem" Imputados à ora Apelante, já que essa informação não é divulgada, o


que se traduz em uma falta de clareza e publicidade dos elementos do cálculo.

Assim, tem-se que as regras para o cálculo dos índices de


freqüência, gravidade e custo são claras e passíveis de conferência com os dados
internos, bem como a massa salarial e o número médio de vínculos podem ser
checados através dos controles e documentos emitidos pela própria Apelante.

Não obstante, é impossível que se apure os reais "percentis de


ordem" aplicados à Apelante, pois esses dados, a lista completa dos índices de
cada empresa integrante da CNAE, de onde se pode extrair o intitulado 'Is/ordem"
para a apuracão do FAP, não estão disponíveis para consulta.

Essa informação é de grande importância para a conferência clara


e exatidão da metodologia de cálculo, e sem ela é impossível alcançar o fim a que
se destina o FAP, que seria o incentivo fiscal às políticas de prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais no âmbito da empresa.

Como visto, a metodologia de cálculo do FAP tem como elemento


o número de ordem do contribuinte no "ranking" das empresas da mesma
subclasse da CNAE. Daí, para que a empresa possa ter conhecimento de sua
posição nessa classificação, precisa ter informações sobre o desempenho das
demais empresas da mesma subclasse da CNAE, o que não foi disponibilizado.

Essa indisponibilidade dos índices de cada empresa que compõe


a mesma subclasse da CNAE deturpa a possibilidade de confirmação do FAP, eis
que fica inviável contestar ou mesmo ter ciência do nordem atribuído.

Neste prisma, não há possibilidade para que o contribuinte


verifique sua subclasse da CNAE, ou seja, se está correto o número de ordem

" http://www2.dataprev.gov.br/fap/fap.htrn
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A Et V o t.

que lhe foi atribuído; e se todas as empresas contidas na subclasse efetivamente


desempenham a mesma atividade econômica.

Cabe realçar o fato de que, como a composição de cada


subclasse CNAE é retirada da declaração feita por cada empresa, através da
GFIP, existe o risco de que empresas que não efetuam a mesma atividade
econômica estejam sendo comparadas.

Assim, se uma empresa, por equívoco, declara atividade


preponderante diferente da realmente vinculada a sua atividade, esta poderá
estar determinando de forma deturpada os parâmetros de classificação da
subclasse.

Importante observar que essa deturpação pode ocorrer se uma,


ou mais empresas, forem negligentes na informação dos eventos acidentários
vinculados, ou também, se no processamento das informações, a Previdência
Social tenha cometido algum erro, incluindo empresas numa subclasse que não a
pertinente à sua atividade.

A gravidade dessa possibilidade de deturpação por equívocos é


reconhecida, de forma indireta, pela própria Previdência Social, ao dispor que
uma empresa com números baixos de eventos pode ter um FAP majorado
simplesmente pelo critério de comparação com as outras empresas de sua
subclasse in verbis:

44. Os elementos de cálculo do FAP apresentados para


minha empresa são relevantemente baixos e ainda assim o
FAP calculado é superior a 1,0000. Isto é possível?
A metodologia do FAP pretende demonstrar como está o
ambiente laborai de cada empresa em relação às demais
empresas que tenham a mesma atividade preponderante.
Podem existir empresas onde a acidentalidade e o número
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de benefícios acidentários não são elevados e apresentem
valores de percentis de ordem de freqüência, gravidade e
custos acima da média, isso ocorre porque a geração dos
róis (cada índice ordenado de forma ascendente — do menor
para o maior) está diretamente relacionada à sua Subclasse
da CNAE (enquadramento da atividade preponderante), e
portanto a empresa pode se posicionar nas últimas posições
por ter, nesta mesma Sub Classe, empresas com índices de
freqüência, gravidade e custo ainda mais baixos. '8

Nesse contexto, tendo em vista que o cálculo do FAP parte do


desempenho do contribuinte na sua subclasse da CNAE, por meio do cálculo
comparativo entre as empresas que desempenham a mesma atividade
econômica, é imprescindível a transparência nas informações, de forma que o
contribuinte tenha segurança de que a composição da subclasse e a sua
classificação nesta estão corretas.

Pois, senão usar um método claro, a empresa, mesmo que tenha


efetuado todos os investimentos possíveis em termos de saúde e segurança do
trabalhador, jamais poderá receber a bonificação do FAP reduzida ao máximo,
pelo simples fato de que várias empresas também tiveram acidentalidade zero,
sem que se saiba qual o critério de desempate que considere esta ou aquela
empresa como em primeiro lugar.

• Por outro lado, temos que o espírito da Lei é premiar as empresas


que tiveram reduzida infortunística, não somente aquele que esteja em primeiro
lugar, pois o pagamento da menor contribuição, por força do menor FAP não é um
concurso, mas sim uma forma de incentivo fiscal às boas práticas em termos de
segurança do trabalho, que visam a reduzir o desembolso compulsório com o
custeio dos benefícios de natureza acidentária a quem pouco ou nada custa ao
INSS.

e Htt //www2 dataprev gov br/faa/FaaFAP pdf


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Dados os fatos, é de se constatar que o FAP apontado à Apelante
não é consistente e, portanto, carece de exigibilidade por afrontar os Princípios
inerentes à Administração Pública, esculpidos na Constituição Federal e no artigo
2°, da Lei n° 9.784/99 que ora se transcreve:

"Art. 22 A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência."

• Além disso, cabe frisar que o prévio conhecimento, pelo sujeito


passivo, dos fundamentos, da natureza e da extensão das prestações cujo
cumprimento lhe está sendo exigido constitui essencial condição de validade do
processo administrativo tributário, ou seja, o "direito do conhecimento" é algo
indispensável ao contribuinte e inerente à função administrativa, de modo que não
se pode admitir informações incompletas ou não prestadas de forma clara, como
aceitáveis.

Se a Administração Pública não revela seus arquivos sobre


determinado fato suscitado pelo Interessado, não pode validamente tomar,
contra ele, providências com base em informação que o Administrado

• desconhece.

Ora, a obrigação de informar os dados de modo completo,


possibilitando, assim, aos contribuintes a oportunidade de verificar a veracidade
do FAP, é obrigação atribuída à Administração Pública pelo § 5° do art. 202-A do
Decreto n° 3.048/99.

Por tais argumentos, importante reconhecer que não havendo


condições da Apelante atestar a exatidão dos "percentis de ordem" a ela
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aplicados, uma vez que tal informação não fora disponibilizada pela autoridade
administrativa, a violação ao ordenamento jurídico é patente e merece
guarida do Poder Judiciário.

Isso porque, a simples informação dos indicadores da empresa


não é suficiente para garantir a lisura do FAP atribuído à Apelante.

Não obstante, o meio do cálculo é impossível de ser realizado


porque não existe como saber a posição da empresa no ordenamento de sua
subclasse do CNAE1

• Desse modo, pode-se assentar que a desobediência a essas


exigências constitui causa de visceral nulidade do procedimento que culminou no
FAP da Apelante, a exemplo do que ocorre no Judiciário, como, aliás, o Supremo
Tribunal Federal (STF) já teve a oportunidade de se manifestar através do voto do
Ministro Marco Aurélio, no RE n° 157905/SP, destaque-se:

°O maior vício que pode macular um processo, seja ele


administrativo ou não, é o da ausência de conhecimento
pela parte envolvida. O exercício do lídimo direito de defesa
pressupõe a ciência do procedimento em curso, e esta, tanto
quanto possível, há de ocorrer observada a pessoalidade."
(RE 157905, Relator Min° MARCO AURÉLIO, Tribunal

• Pleno, julgado em 06108/1997, DJ 25-09-1998 PP-00020


EMENT VOL-01924-02 PP-00221)

Nesse diapasão, tem-se que o direito de defesa não poderia ter


sido excepcionado em face da não divulgação de informações indispensáveis ao
cálculo do FAP da Apelante, até porque, qualquer equívoco acarreta a diminuição
do patrimônio da contribuinte.

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III — Dos Pedidos

Em face de tudo quanto exposto, respeitosamente, requer a


Apelante a reforma da v. sentença, de modo que, provido o presente Apelo, seja
concedida a segurança, nos termos em que pleiteada na exordial.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Horizonte para Brasília, 16 de junho de 2011.

• 9.‘1)
P.p. Leonardo Gue e arvalho
OAB/MG 67.539

23

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
SR. CONTRIBUINTE:
CONTRIBUINTE: ESTA GUIA NÃO PODERÁ SER LI

MINISTÉRIO DA FAZENDA Códi go de Recolhimento


L.
18760-7
— SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL Número do ProcesscnReferêncla
263574920104013800
Gula de Recolhimento da União Competência
GRU Judicial 06/2011
Vencimento
30/06/2011
Nome do ContrIbuinte/Recolhedor. CNPJ ou CPF do Contribuinte
CEFtAMICAS NAC. REUNIDAS LTDA. 173.242.030-00
Nome da Unidade Favorecida: UG / Gestão
SECRETARIA DO T.R.F. DA 1A. REGIAO 090027 / 00001
Nome do Requerente/Autor ( n) Vaio'. do Principal
undetlned 43,60
CNPJ/CPF do Requerente/Autor. (-) Desconto/Abatimento
undeflned
Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras dedu ções

Base de Cálculo: (+) Mora / Multa

gi nueet11ci
J er
rai, .Airminfornur=das erzirpillaidsri
d.;]r,,,,,,,,d.siv. cr rovonsebilidede do contribuinte. (*) Juros / Encargos

SR. CAIXA: NÃO RECEBER EM CHEQUE (+) Outros Acréscimos

Pagamento Exclusivo na Caixa EconOmIca Federal ou no Banco do Brasil S/A (e) Valor Total
[STNC9D7319761AF4A0976242CEDE6998659
43,60
85890000000-0 43600280187-2 60001471000-3 17324203000-0

101 1 1 I I I 1 1 1 1 I 1 Il 11 I 1 II 1
85890000000043600280187260001 41710003173242030000 43,601/11001
117062122062011039 79000193

SR. CONTRIBUINTE: ESTA GUIA NÃO PODERÁ SER LIQUIDADA COM CHEQUE

Código de Recolhimento
MINISTÉRIO DA FAZENDA 18740-2
‘.... '4.3 SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL Número do Processo \ Referéncle
263574920104013800
. V.:
I •
Guia de Recolhimento da União Competência
06/2011
GRU Judicial
Vencimento
30/06/2011
Nome do Contribuinte/Recolhedor. CNPJ ou CPF do Contribuinte
CERAMICAS NAC. REUNIDAS LTDA. 17.324.203/0001-38
Nome de Unidade Favorecida: UG / Gestão
JUSTICA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU - MG 090013 / 00001
Nome do Requerente/Autor ( n) Valor do Principal
undeflned 50,52
CNPJ/CPF do Requerente/Autor. (-) Desconto/Abahmento
undeflned
i Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras dedu ções

i
Base de Cálculo: (+) More / Multa

gi n,setniabn
eará: .A:mintormir rúvird..
..."..
conLiar e d;:inclueiva d
essa mçstailenidte rearoneebledede do contribuinte. (+) Juros / Encargos
onso

(+) Outros Acréscimos


SR. CAIXA: NÃO RECEBER EM CHEQUE
Pagamento Exclusivo na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil S/A (e) Valor Total
[STN8F3DE685C787AC3E80AE049C834D38913] 50,52

85800000000-3 50520280187-2 40001432173-0 24203000136-4

1 1 I I 111 1 11 1 I 1 I 1I I II 1 III 1 I I I I 1
858000000003505202801872400014321730242030001364 CEF062122062011040790001200 50,52RD1001

Rua Rio de Janeiro, 2702 - 110 andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I °. GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. N°. .cict.20/0.11ü13 2 00 Fls. III g

(19
CERTIDÃO
Certifico haver procedido ao lançamento da
GUIA C.À) (L14 ) no sistema
processual informatizado. Dou fé.
Belo Horizonte, cÇv de ,o‘ de II

ora de Secretaria — mat. /0

CERTIDÃO
Certifico haver remetido, nesta data, à
CENTRAL DE MANDADOS 0(S) N1441~(S)/OFICIO
N° 46G Dou fé
Belo J4orlzonte, / 14 de Or de l
II
"Z( A-0.3
1/ O' oda) de Secretaria da 220 Vara da Justiça Federal Seção Minas GeralF

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1 9 GRAU EM MINAS GERAIS

Processo n° 2 35 7.9. 24/0- /.110-0


4:9

CERTIDÃO

Certlfiqo haver extraído G, .?


sop 2.p // • e rem Ido o(a)(s)
mesmo(a)(s) pelo =pato
Dou Fé.
Belo Horizonte, 025 de cq- de 2011.
MG1245
't ( Diretor e Secretaria da 22' Vara Federal

JUNT.ADA

Faço Juntada aos presentes autos nesta data


da(s) cópia(s) do (a)(s) documento (s) supra
mencionados. •

Dou Fé.

Belo Horizonte l t25 deo-i-- de 2011.

e b Fre MG1245
e.cr etaria da 228 Vara Federal

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS

Oficio n. 500-Sec. 22' Vara Belo Horizonte, 08 de julho de 2011.

Exmo. Desembargador,

Para ciência de Vossa Excelência


encaminho-lhe cópia da decisão de fls. 114/120, proferida no autos do MANDADO
DE SEGURANÇA INDIVIDUAL n. 2635749.20104.01.3800, impetrado por
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA contra ato do DELEGADO
DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE.

Respeitosame

NATÁLIA INIZ
Juíza Federal 22' Vara

Exmo. Sr.
Dr. Reynaldo Fonseca
Desembargador Federal Relator no
Agravo de Instrumento n. 0035986-98.2010.4.01.000
Tribunal Regional Federal-1' Região
BRASÍLIA - DF
mtm

Av. Álvares Cabral, 1741, 1° andar, B. Santo Antônio, BH/MG — CEP 30.170-001 — Fone (031)21296804

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
• JUSTIÇA FEDERAL DE I' GRAU EM MINAS GERAIS

Processo n° 26 95 g 9.


JUNTADA

Faço Juntada aos presentes autos nesta


data do(a) A"

Dou Fé.

Belo Horizonte, de o 8 de 2011.


M01245
Diretor cretaria da 22a Vara Federal

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS

Oficio n. 466— Sec. 22 Vara Belo Horizonte, 01 de julho de 2011.

Sr. Delegado,

De ordem da MM". Juiza Federal Substituta


da 22 Vara/MG, nos autos do MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL n.
26357-49.2010.4.01.3800, impetrado por CERAMICAS NACIONAIS
REUNIDAS LTDA contra ato de Vossa Senhoria, remeto-lhe cópia da r. sentença
de fls. 114/120, que denegou a segurança.

Atenciosamente,

GABINETR/DRF/BHE CRISTIANE G ABREU


Diretora Sub ítuta da 22 Vara
RECEBl AS15-: O H RAS
EM

Fen:alld0 Çiff n241EVSÉ10


DaloVIgoir • rsíz Fedcrd
oiEras; m ihrizor
• • Agá losn
Sr. Delegado da
Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte
Av. Afonso Pena, n 21500, Centro
BELO HORIZONTE/MG
rmts

Av. Alvares Cabral, 1741, 1° andar, B. Santo Antônio, BH/MG — CEP 30.170-001 — Fone (031)21296804

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
\I

CERTIDÃO

Certifico que na presente data entreguei o original deste oficio ao Delegado


Substituto da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte, conforme mandado.
Respeitosamente dou fé e devolvo esta via à sua origem.
Belo Horizonte, 18 de julho de 2011.

Oficiala Avaliadora Justiça Federal - Matrícula 946/3


Telefax 3467.7868 - Celular 9802.7868

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE I° GRAU EM MINAS GERAIS
)C3
Proc. n° 26357-49.2010.4.01.3800

CONCLUSÃO .

Faço os presentes autos conclusos nesta data.


Belo Horizonte, 25 de agosto de 2011.
4310V>
DDiretorad ecret ia da 2 2- vara

1. "A apelação contra sentença que denega segurança comporta


apenas efeito devolutivo" (RESP I 83054/SP, STJ, Primeira Turma,
Rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ 11/03/2002, p. 175).

Recebo a apelação de fls. 124/147 apenas no efeito devolutivo.

2. Vista ao impetrado para contrarrazbes.

3. Vista ao MPF (fls. 114/120).

4. Após, remetam-se os autos ao Eg. TRF- 1° Região, com as


cautelas de costume.

Belo Horizonte, 05 de sete ro de 2011.

Natáli
Juíza Fede

CERTIDÃO
Certifico e dou fé que foi publicado
PrzÁ5

na Edição Eletrônica do Diário da Justiça Federal da


Primeira Região — SJMG em IS / /11
Belo Horizonte, ,Ç / o 9 /

/0~12-,
ra de Secretaria da 22 Vara

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
REMESSA
Remeto, nesta data, os presentes autos a( o)

17RJ Dou fé.

Belo Horizonte de i° de 20j1.

de Secretaria - ma t: 10tg0p--

MM.(a) Juiz(a)
PROCURADORIADAFAZENDA 00268604/OUT/2011 17: 29

A UNIÃO FEDERAL, por seu procurador,


manifestou-se por petição, em apartado
Ui ryto.L. (1.451-ncuv‘ck.
em 11 10 /

Cássia iiiracks ferreira


Procuradora da Fazenda Nadonal
OAB/MG n° 80.969

RECEBIMENTO
Certifico havra recebido estes autos do

nesta data Dou Fé


Belo Horizonte, li de de 11

de Secretaria da 22° Vara zote-o'S

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PODER JUDICIÁRIO '
JUSTIÇA FEDERAL DE V. GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. N°. 0/. MOO J5- 4


4'

JUNTADA

Faço Juntada aos autos, nesta data, dr-


Cor,ler. rwcy:o2

• Dou fé.

Belo Horizonte, I tk de 10 d II.

ora de Secretaria — mat. turtk-c>3

• • ••
;

• -jb

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Minas Gerais

Exmo(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(íza) da 22a Vara Federal da Seção Judiciária de Minas
Gerais.

MANDADO DE SEGURANÇA N°: 26357-49.20104.01.3800


APELANTE: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.
APELADA: UNIÃO
Código n°: 730

A UNIÃO, por sua procuradora infra-assinada, nos autos em


epígrafe, vem, em atenção ao r. despacho de fls. 153, com fundamento no art.
518 do Código de Processo Civil, tempestivamente, apresentar RESPOSTA ao
recurso interposto, requerendo o recebimento da presente com as inclusas
CONTRARRAZÕES.

Pede deferimento.

Belo Horizonte, 11 de outubro de 2011.

CÁSSIA BRACKS FERREIRA


OAB/MG n° 80.969
PROCURADORA DA FAZENDA NACIONAL

- 1-

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CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Pela APELADA: UNIÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

Inconformada com a r. sentença de fls. 114/120, que denegou a


segurança pleiteada, recorre a Apelante, pugnando pela não utilização do FAP no
cálculo da contribuição previdenciária RAT (SAT), em face da existência das
irregularidades e inconstitucionalidades que aponta.

No entanto, há que ser mantida a v. decisão a quo, negando-se


provimento ao recurso aviado.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O RAT/SAT1

Inicialmente, cumpre tecer um breve e esclarecedor resgate da


legislação que disciplina a matéria, a fim de evidenciar o exato contexto em que
foi instituído o Fator Acidentário de Prevenção — FAP.

Mais do que propiciar a adequação do custeio dos benefícios


previdenciários de natureza acidentária, o FAP, como fator de redução e
aumento da aliquota do RAT (Risco Ambiental do Trabalho) devido pelo
contr,ibuinte, foi concebido pelo legislador a partir de aprofundados estudos
acerca da área de segurança e saúde do trabalho, sob uma conjuntura de

1 A presente manifestação foi elaborada a partir de elementos colhidos nas informações


elaboradas pela Advogada da União Adriana Pereira Franco (Mandado de Segurança n° 113-
22.2010.4.01.3400, 13° Vara Federal do Distrito Federal) e na contestação formulada pelo
Procurador da Fazenda Nacional Marcio Crejonias (Ação Ordinária n° 2010.61.00.000296-9, 26°
Vara Cível da Seção Judiciária de São Paulo/SP).
-2-

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
lir

acentuada preocupação com a diminuição dos riscos e acidentes no ambiente de


trabalho das empresas brasileiras.

Nesse particular, destaca-se o forte caráter pedagógico desse


instituto, na medida em que tem por escopo estimular as empresas a adotarem
políticas mais eficazes de saúde e segurança do trabalho para a efetiva redução
das mortes e acidentes dos obreiros. Ao mesmo tempo, o FAP tem o condão de
implementar a Justiça Fiscal, ao possibilitar a redução da alíquota do SAT (atual
RAT) para aquelas empresas com menor índice de acidentalidade, majorando, de
outra parte, a alíquota das empresas que não investem na prevenção de
acidentes do trabalho.

No plano constitucional, a proteção acidentária foi elevada como


fundamento do próprio Estado Democrático de Direito e deriva do art. 1° da

CF11988, in verbis:

Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem
como fundamentos:
(...)
III — a dignidade da pessoa humana;
IV — os valores sociais do trabalho e da livre Iniciativa;

O valor social do trabalho, por seu turno, densifica-se em


garantias materializadas no direito à saúde, à segurança, à previdência social e
ao trabalho, os quais estão igualmente insertos no texto constitucional de 1988,
precisamente, em seu art. 6°.

Ressalte-se que a CF/1988 estatui expressamente a obrigação do


empregador no que toca ao custeio do seguro de acidente do trabalho:

Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
XXVIII — seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

A propósito, de assinalar ainda que a proteção contra acidentes de


trabalho se insere no campo próprio da Previdência Social, sendo que a CF11988
atribuiu ao legislador ordinário competência para institui-lo e discipliná-lo,

-3-

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
observando critérios de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial na sua
mantença, a teor do que dispõe o art. 201, inciso I, §10, in verbis:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I — cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançadas;
(...)
§10 — Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente de trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.

Em total sintonia com essa regra está a previsão do art. 195, §5 0 , da


CF/1988, segundo a qual nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social será
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total, assim
como o §9° desse mesmo artigo, o qual predica que as contribuições sociais
poderão ter alíquotas diferencidas em razão da atividade econômica e das
,

• condições estruturais do mercado de trabalho. Confira-se:

Art. 195. omissis


(...)
§5° Nenhum beneficio ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
(...)
§9° As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
utilização Intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho.

Na legislação infraconstitucional, a fonte de custeio para a cobertura


de eventos advindos dos riscos ambientais do trabalho - aí incluídos acidentes e
doenças do trabalho, assim como aposentadorias especiais - funda-se na
tarifação coletiva das empresas conforme o enquadramento da atividade
• econômica preponderante estabelecida na Classificação Nacional de
Atividades Econômicas — CNAE.

A introdução do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) aprimorou o


sistema de classificação e identificação dos níveis de risco das empresas
para os trabalhadores, desde que passou a considerar elementos objetivos
particulares dessas empresas (índices de freqüência, gravidade e custo),
permitindo a apuração e fixação de aliquotas correspondentes ao exato risco
da atividade da empresa. Isto representou a possibilidade de estabelecer a
tributação individual das empresas empregadoras, flexibilizando as alíquotas
aplicáveis ao caso específico concreto.
-4-

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A implementação do FAP, portanto, servirá para ampliar a cultura
de prevenção dos acidentes e doenças do trabalho, fortalecendo, destarte, as
políticas públicas nestas searas e reforçando o diálogo social entre empregadores
e trabalhadores. Em última análise, a aplicação do FAP representará a
preservação do valor social do trabalho conforme preconiza a Constituição
Federal de 1988, com o conseqüente aprimoramento das condições ambientais
no trabalho e da qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros.

A outorga de competência ao Poder Regulamentar para definir a


metodologia de cálculo desse fator nada tem de inconstitucional, como será
demonstrado a seguir.

DO RESPEITO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS


TRIBUTÁRIOS

Com lastro nos artigos 7 0 , XXVIII, 195, I, "a", e §9°, e 201, I, e §10
da CF/1988, foi estatuída a contribuição a cargo da empresa para financiamento
dos benefícios concedidos em razão dos riscos ambientais do trabalho (antigo
SAT — Seguro Acidente de Trabalho), prevista no art. 22 da Lei 8.212, de 1991, e
que estabelece alíquotas de 1%, 2% e 3%, incidentes sobre o total das
remunerações pagas aos trabalhadores empregados e avulsos, nos seguintes
termos:

Lei n° 8.212/1991
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do
disposto no art. 23, é de:
(...)
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de
julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações
pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores
avulsos: (Redação dada pela Lei n°9.732, de 1998).

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


' acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco
seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja
considerado grave.
(...)
§ 3° O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá alterar, com base nas
estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento de
empresas para efeito da contribuição a que se refere o inciso II deste artigo, a fim de
estimular investimentos em prevenção de acidentes.
-5-

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t610(
6

A referida norma já enuncia a obrigatoriedade de custeio específico


dos benefícios acidentários e aposentadorias especiais e revela a preocupação
específica do legislador com o adequado enquadramento das empresas para
efeito do seu pagamento, ao relacioná-lo diretamente às estatísticas de acidentes
de trabalho apuradas em inspeção. E assim arremata: "a fim de estimular
investimentos em prevenção de acidentes".

Tendo em vista que a alíquota de contribuição para o SAT (atual


RAT-Risco Ambiental do Trabalho) varia segundo o grau de risco da atividade
preponderante desenvolvida pelas empresas, o Poder Legislativo houve por bem
autorizar o Poder Executivo a efetuar o enquadramento daquelas sociedades
empresárias, delegação que não representa qualquer ofensa ao princípio da

• legalidade tributária.

Conforme foi dito, a contribuição ao RAT (antigo SAT) visa ao


custeio dos benefícios acidentários e, à luz da sistemática contributiva do sistema
previdenciário prestigiada pela Constituição, é correta a imposição de aliquota
,
superior às empresas displicentes nas questões de segurança do trabalho,
idéia que possui lastro no art. 194, parágrafo único, inciso V, da Constituição
Federal, que trata do princípio da equidade no custeio.

Com suporte nesse fundamento e tendo em vista que as três faixas


de risco (leve, médio e grave) existentes no RAT são insuficientes para
ordenar, de modo ideal, o nível de gravidade de todas as empresas existentes no
• país, o Legislador vislumbrou uma nova metodologia como forma de
individualizar a aliquota das empresas, prestigiando-se, destarte, aquelas
sociedades empresárias com menor índice de acidentalidade, além de estimular
investimentos na efetiva prevenção de acidentes, consoante já orienta o §3° do
art. 22 da Lei n°8.212/1991.

Nesse sentido, o legislador definiu que essas aliquotas de


contribuição ao SAT poderão ser reduzidas ou majoradas, de acordo com o
art. 10 da Lei 10.666/2003.

-6-

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61
41/

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao
financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão
do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem
por cento, conforme dispuser o repulamento, em razão do desempenho da empresa
em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, pravidade e custo, calculados
segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

Assim, aludida regulamentação, a cargo do Poder Executivo, é


realizada pela Previdência Social por meio de Decreto, estando em vigor
atualmente o Anexo V do RPS, com alteração efetivada pelo Decreto n° 6.957,
de 9.9.2009, que lista as 1.301 atividades econômicas existentes no Brasil. Note-
se que, até dezembro de 2009, esteve em vigor o enquadramento realizado pelo
Decreto n° 6.042, de 12.2.2007 e, a partir de janeiro de 2010, entrou em vigor o
novo enquadramento realizado pelo Decreto n° 6.957/2009 2.

• Como se vê, a flexibilização das alíquotas aplicadas para o


financiamento dos benefícios pagos pela Previdência Social decorrentes dos
riscos ambientais do trabalho foi materializada mediante a aplicação da
metodologia do Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

A introdução da metodologia do FAP não implica violação ao


principio da legalidade que, no campo tributário, encontra-se assentado tanto
no art. 150, inciso 1, da CF/1988, como no art. 97 do Código Tributário Nacional
(CTN).

Isso porque todos os elementos essenciais à cobrança do SAT

4111 encontram-se previstos em Lei, mais especificamente no art. 22, inciso li, da Lei
8.212/1991 c/c o art. 10 da Lei 10.666/2003, os quais se consubstanciam: a) no
fato gerador — remuneração paga, no decorrer do mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulso; b) na base de cálculo — o total dessas
remunerações; c) nas aliquotas — percentuais progressivos (1%, 2% e 3%) em
função do risco de acidentes de trabalho, bem como nos fatores de redução
(50%) e de majoração (100%) a incidirem sobre elas, a depender "do
desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado
em conformidade com os resultados obtidos a partir dos indíces de frequência,

2Isso porque o art. 4° do Decreto n° 6.957, de 9.9.2009 dispôs que: °4 0 Este Decreto entra em
vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos, quanto à nova redação dada ao Anexo V

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7-

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t';ip

gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho


Nacional de Previdência Social", consoante expressa redação do art. 10 da Lei
10.666/2003.

Pois bem. Definidos em Lei todos esses elementos, forçoso


reconhecer que a estipulação da metodologia do FAP, por meio de Decreto, não
incidiu em qualquer vicio de ilegalidade, posto que não extrapolou os
dispositivos legais em comento, uma vez que se limitou a regulamentar a
flexibilização das alíquotas do SAT, garantindo a aplicação prática dos fatores de
redução (50%) e de majoração (100%) a incidir sobre as alíquotas dessa
contribuição, nos exatos termos do art. 10 da Lei 10.666/2003.

É dizer, os Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009, ao introduzirem a


• metodologia do FAP, não implicaram qualquer alteração do art. 10 da Lei
10.666/2003, ficando assim adstrito ao seu papel de pura e simplesmente
regulamentá-lo, permitindo com isso a fiel execução daquele dispositivo legal.

Afinal, é perfeitamente factível que a definição de tal metodologia


sela elaborada pelo Poder Executivo, através de seus órgãos técnicos, mediante
Decreto, pois a este (Poder Executivo) incumbe a regulamentação dos comandos
emanados das Leis, em exata consonância, aliás, com a regra inserta no art. 84,
inciso IV. da CF/1988.

A colmatação da lei pelo decreto regulamentar, na hipótese, emerge


do fato de restar impossível à lei estabelecer todos os pressupostos técnicos
4111 necessários a sua plena aplicabilidade. A propósito do permissivo estatuído no
art. 10 da Lei n° 10.666/2003, o doutrinador Fábio Zambitte Ibrahim defende
que "a delegação ao Poder Executivo é amplamente defensável pelo princípio da
razoabilidade, pois não haveria condições de o Poder Legislativo apreciar
questão de tamanha complexidade técnica" 3.

Da mesma forma, o art. 10 da Lei 10.666/2003 remeteu


expressamente ao CNPS a atribuição de aprovar a metodologia do FAP,

do Regulamento da Previdência Social, a partir do primeiro dia do mês de janeiro de 2010,


mantidas até essa data as contribuições devidas na forma da legislação precedente".
3 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 12. ed. Rio de Janeiro, Impetus, 2009,
p. 216.
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necessária à flexibilização da alíquota do RAT, o que foi efetivado com a
aprovação da Resolução CNPS n° 1.308/2009, alterada pela Resolução CNPS
n° 1.309/2009, as quais não extrapolaram os contornos delineados pelo preceito
legal referido, inexistindo qualquer contradição entre os termos da Lei e as
Resoluções emanadas do CNPS, assim como em relação ao Decreto editado
pelo Poder Executivo.

Com efeito, o fato de a Lei remeter ao regulamento a


complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "graus de risco
leve, médio e grave" não ofende a Constituição, porquanto a aplicação da lei no
caso do SAT (RAT) exige a aferição de dados e elementos intangíveis pelo
legislador, fator que justifica a necessidade da delegação ao Poder Executivo.
Assim é que o art. 22 da Lei n° 8.212/1991 fixou padrões e parâmetros, deixando
para o regulamento a delimitação dos conceitos necessários à aplicação concreta
le
da norma.

A questão ora debatida já foi enfrentada pelo Poder Judiciário.


Antes mesmo da previsão de alíquotas progressivas, os contribuintes já se
inst.úgiam contra a possibilidade de o Poder Executivo definir os parâmetros para
classificar as empresas segundo o grau de risco de acidentes do trabalho.

Examinando essa questão, a jurisprudência pacificou o


entendimento de que não havia qualquer violação ao principio da
legalidade, afinal a Lei já dispunha sobre todos os elementos da hipótese de
incidência, cabendo ao regulamento apenas complementar as disposições da lei.
4111 Nesse sentido, colhe-se o seguinte julgamento do STF:

As Leis 7.787/89, art. 3 0 , II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os
elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei
deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de 'atividade
preponderante' e 'grau de risco leve, médio e grave', não implica ofensa ao principio
da legalidade genérica, C.F., art. 5 0 , II, e da legalidade tributária, C.F., art. 150, 1. IV.
(Recurso Extraordinário n° 343.446/SC, rel. Mln. Carlos Velloso, março/2003)

Em relação às aliguotas progressivas, a questão é exatamente a


mesma. Senão, veiamos.

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Em um primeiro momento, o legislador estipulou três alíquotas
possíveis para calcular a contribuição devida pelas empresas: 1%, 2% e 3%,
confOrme o grau de risco de acidentes do trabalho que a atividade da empresa
representasse para o trabalhador. Ao Poder Executivo incumbia definir o grau de
risco das atividades econômicas. Assim, por exemplo, uma vez definido que
determinada atividade "X" representa um grau grave de risco de acidentes, então
todas as empresas que desenvolvessem essa atividade "X" estavam obrigadas
ao recolhimento da contribuição ao percentual máximo.

Perceba-se que o legislador não definiu o grau de risco das


atividades econômicas. E não o fez porque isso não é matéria de lei, norma
geral e abstrata por excelência. Como ensina Hely Lopes Meirelles, cabe ao
regulamento "explicitar a lei, dentro dos limites por ela traçados, ou completá-la z
fixando critérios técnicos e procedimentos necessários à sua aplicação".
1111
Daí porque o regulamento não serve simplesmente para reproduzir os termos da
lei. ,

Pois bem. A introdução de um redutor e de um aumentador dessas


três alíquotas não muda esse cenário. Apenas amplia o número de aliquotas
possíveis e os critérios para defini-las.

Inicialmente, eram apenas três aliquotas; agora, são até 55.001


aliquotas. Sim, porque esse é o número de possibilidades entre 0,5% (resultado
da aplicação do redutor de 50% sobre a menor alíquota, isto é, 1%) e 6%
(resultado da aplicação do aumentador de 100% sobre a maior alíquota, isto é,
411 3%), considerando-se apenas os números até a quarta casa decimal, conforme
disposto no regulamento (art. 202-A, § 1°, do Decreto 3.048/1999).

Por certo, o legislador poderia ter alterado a redação do art. 22, li,
da Lei 8.212/1991, listando as 55.001 alíquotas possíveis, numa interminável
seqüência de alíneas. Ao invés disso, em homenagem à boa técnica legislativa, o
legislador optou por simplesmente dizer que as alíquotas desse dispositivo legal
poderiam variar para menos em até 50% e para mais em até 100%.

4MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p.
129. Sem grifos no original.
10- -

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b. .

Pensando dessa maneira, conclui-se que a alteração foi apenas


numérica, isto é, ao invés de três alíquotas, agora há milhares de aliquotas
possíveis, rendendo homenagem ao caráter pessoal dos tributos (art. 145, §1°,
CF/1988).

A par da ampliação do número de alíquotas, a lei estipulou que não


apegas a atividade preponderante da empresa servirá de parâmetro para definir a
aliquota aplicável. Também deverão ser considerados os índices de freqüência,
gravidade e custo, os quais serão calculados segundo metodologia aprovada
pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

Quer dizer, aqui também há apenas uma ampliação dos critérios.


Antes, utilizava-se apenas um parâmetro para definir a alíquota (atividade
preponderante); agora, somam-se a esse outros elementos, como os índices de
III freqüência, gravidade e custo.

Da mesma forma como antes o grau de risco das atividades seria


definido pelo Poder Executivo, agora também os índices de freqüência, gravidade
e custo serão definidos pelo poder regulamentar.
,

A situação é exatamente a mesma. Não há qualquer ilegalidade na


delegação desse poder ao órgão regulador! Como se disse, a questão já foi
enfrentada pelo Poder Judiciário, que considerou absolutamente constitucional

• a regulamentação da lei pelo Poder Executivo. Não há fundamento novo que


justifique uma mudança de compreensão.

Nesse sentido, as recentes decisões desse Egrégio Tribunal:

PROCESSUAL CIVIL - TRIBUTÁRIO - CONTRIBUIÇÃO AO RAT - ÍNDICE FAP (LEI N°


10.666/03; RESOLUÇÕES MPS/CNPS N°s 1.308/09 E 1.309/09) - PRESUNÇÃO DE
LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE - DECISÃO MANTIDA - AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1- O FAP - Fator Acidentário de Prevenção, que leva em consideração os índices de
freqüência, gravidade e custos dos acidentes de trabalho, está previsto no artigo 10 da
Lei n.° 10.666/2003, que dispõe no sentido de que as aliquotas de contribuição ao RAT
poderão ser reduzidas ou majoradas.
, 2 - O STF entendeu constitucional a regulamentação do SAT. atual RAT. por
regulamento do Poder Executivo (STF, RE n° RE 343.446, DJ 20.3.2003, Rel. Min.
Carlos Venoso). princípio também aplicável aos regulamentos do FAP - Fator
AcIdentário de Prevencão.

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3 - Com efeito, nessa linha de raciocínio, a regulamentação do FAP, segundo


metodologia adotada pelo CNPS, expressamente previstas em lei. não demonstra
violação à Constituição Federal.
4- Registre-se que "a Lei N°10.666, de 08 MAI 2003 (dispõe sobre a concessão da
aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção) previu
que, em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, as alíquotas previstas na Lei n° 8.212/91, art. 22, 11 (1%, 2% ou
3%) podem ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100% (o que redunda na
flutuação da aliquota de 0,5% até 6%), em razão do desempenho da empresa em
relação à atividade económica exercida, conforme dispuser regulamento com cálculo
segundo metodologia do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). (...) A
flutuação de alíquota (0.5% até 6%) e a regulamentação do FAP segundo
metodologia adotada pelo CNPS estão expressamente previstas na Lei n°
10.666103, razão por que não parece, em luizo de dellbacão, haver infringència à
CF/88. A prerrogativa de o Poder Executivo adotar metodologia de cálculo para a
aplicação de aliquotas diferenciadas do RAT (dentro do limite legal) corresponde à
dinâmica da realidade fática Inerente à complexidade da aferição dos critérios
constantes da lei." (in AGA 0025822-74 2010.4.01.0000/BA, DESEMBARGADOR
FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, SÉTIMA TURMA, e-DJF1 p.249 de
18/03/2011).
5- Ademais, a matéria é de reserva legal e, nesse sentido, a jurisprudência não respalda
o temporário afastamento, via medida liminar, de norma legal salvo em ação própria

• perante a Corte Suprema ou em sede de controle difuso de constitucionalidade,


respeitada a regra prevista no art. 97 da CF/88 (reserva de plenário). "A presunção da
constitucionalidade das leis é mais forte e afasta a "eventual" relevância do fundamento,
notadamente se o vício não é manifesto ou flagrante." (AGA 0025022-
46 2010.4.01.0000/DF, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO AMARAL,
SÉTIMA TURMA, e-DJF1 p.672 de 19/11/2010). Ausente a verossimilhança das
alegações (art. 273 do CPC).
6- Agravo regimental improvido.
(AGA 0011118-22.2011.4.01.0000/DF, Rel. Desembargador Federal Reynaldo Fonseca,
Sétima Turma,e-DJF1 p.385 de 12/08/2011)

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO, TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO


ORDINÁRIA - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - CONTRIBUIÇÃO AO FtAT - INDICE FAP
(LEI N°10.666/03; RESOLUÇÃO MPS/CNPS N°1.308/09, LEI N°8.212/91, ART. 22, II) -
FLEXIBILIZAÇÃO DE AL1QUOTA: EM REGULAMENTO - PRESUNÇÃO DE
LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE - VEROSSIMILHANÇA AUSENTE -
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
1-A Lei 10.666, de 08 MAI 2003 (dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao
cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção) previu que, em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, as

• allquotas previstas na Lei n° 8.212/91, art. 22, 11 (1%, 2% ou 3%) podem ser reduzidas
em até 50% ou aumentadas em até 100% (o que redunda na flutuação da alíquota de
0,5% até 6%), em razão do desempenho da empresa em relação à atividade econômica
exercida, conforme dispuser regulamento com cálculo segundo metodologia do Conselho
Nacional de Previdência Social (CNPS).
2-A flutuação de alíquota (0,5% até 6%) e a regulamentação do FAP segundo
metodologia adotada pelo CNPS estão expressamente previstas na Lei n°
10.666/03, razão por que não parece, em princípio, haver infringência do poder
regulamentar nem violação à CF. porque a diferenciação de alíquotas em razão da
atividade da empresa é albergada pela Constituição (art. 195, 9°. CF).
3-A prerrogativa de o Poder Executivo adotar metodologia de cálculo para a
aplicação de alíquotas diferenciadas do RAT (dentro do limite legal) corresponde à
dinâmica da realidade Mica inerente à complexidade da aferição dos critérios
constantes da lei.
4-Havendo norma do Poder Executivo que classifique determinada atividade empresarial
como de risco, não compete ao Poder Judiciário, mormente em juízo de delibação,
alterar a classificação da atividade para fins de se alterar a alíquota da contribuição
devida ao SAT/RAT, interferindo na atividade regulatória do Poder Executivo.
5-A lei goza, no ordenamento jurídico brasileiro, da "presunção" de constitucionalidade
que nenhum julgador pode, monocraticamente, afastar com duas ou três linhas em
exame de mera delibação. Como a matéria é de reserva legal (tributária), a
jurisprudência não respalda o precário e temporário afastamento, por medida liminar, de
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norma legal a não ser em ação própria perante o STF. A presunção da
constitucionalidade das leis é mais forte e afasta a "eventual" relevância do fundamento,
notadamente se o vicio não é manifesto ou flagrante.
6-Ausentes os requisitos do art. 273 do CPC.
7-Agravo de instrumento provido. Antecipação de tutela cassada.
8-Peças liberadas pelo Relator, em Brasília, 19 de julho de 2011. , para publicação do
acórdão.
(AG 0030516-52.2011.4.01.0000/MA, Rel. Desembargador Federal Luciano Tolentino
Amaral, Sétima Turma,e-DJF1 p.235 de 05108/2011)

Como se vê, a questão trazida a baila pelo contribuinte é matéria há


muito pacificada, cuja pretensão já foi afastada pela jurisprudência pátria, não
havendo ofensa a qualquer principio constitucional.

Por fim, registre-se que, como bem consignado na r. sentença, "a


impetrante não logrou demonstrar nestes autos que omissão quanto ao seu
respectivo FAP lhe obstaria a real classificação de seu desempenho dentro de
sua CNAE-Subclasse" (fls. 120), o que também corrobora a necessidade de não
acolhimento desse recurso.

CONCLUSÃO

Isso posto, ratificando integralmente todas as manifestações


anteriores da União, requer a Apelada seja NEGADO PROVIMENTO ao recurso,
confirmando-se, in totum, a r. sentença proferida.

Belo Horizonte, 11 de outubro de 2011.

u9-cr
• CÁSSIA BRACKS FERREIRA
OAB/MG n° 80.969
PROCURADORA DA FAZENDA NACIONAL

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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 19, GRAU EM MINAS GERAIS

Proc. N°. 06.3s7.- 49. Poi0. 4.o I. agoo

REMESSA '
Remeto, nesta data, es presentes autos a(o)
p F-- . Dou fé.
Belo Horizonte, k' de / li.

/.0td• °>
Dlrétra de Secretaria

DIstrIbui.eaço)Procurador(a) da República
Dr(a). Y .fitud", JJ ferv4
Belo HoOzonte t
DITC/PRMG

Autos n.°112.1131.2.010.1,01-
MM. Juiz,
Ciente da decisão de fiSidi-
o e/o
Belo Horizonte,

Xinan oreira Lima


pROC e DA REPUBUcA

RECEBI MENTO

1
Certifico havw reCe::,'.*:o estes autos do
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nesta data c.ou FLI

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REMESSA
Remeto nesta data, os presentes auto rs no
rKi p
-
. Dou fé.
Be!o Horizonte23 de if deÂti,

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0;2

PC . 092.02.006-B

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

TERMO DE RECEBIMENTO, AUTUAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

Estes autos foram recebidos, registrados, autuados e a seguir distribuídos por


processamento informatizado, de acordo com as normas regimentais, na data e com as
observações abaixo:
• , tu tit.¡I,
(
Ap 0026357-49.2010.4.01.3800/MG (AI 200801000085346! DF)
Volumes: 1
55 L34.06

, -- Autuldo em 14/11/2011
Última folha registrada/n°: i168 Apenks: O
Processo Originário: 26357492Q104013800 -. I
Vare: 22
Distribuição por dependência m 16/11/2011 ( 200801000085346 ) I
\1
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE. OITAVA TURMA '1>
Ass.: Aliquota Progressiva - àiquota - Crédito Tributário - Direito Tributário \ /
\
Anotações: ART.163Caput, \,.._ ''.
..: i

Ap 0026357-49.2010.4.01.3800 ÍMG 200801000085346 L34.06
\..._. ,

..., CERTIDÃO


i —7
Este proc. foi distribuído pelo art. 163, caPtiLRITRF por depend. ao proc. 20080)0009,5346
-----,__ - ) J

Brasília-DF, 17 de novembro de 2011.

Coordenadoria de Reg. e Informações Processuais

Ap 0026357-49.2010.4.01.3800/MG (AI 200801000085346! DF)

VISTA
Vão estes autos com vista ao Ministério Público.

Brasília-DF, 17 de novembro de 2011.

Coordenadoria de Reg. e Informações Processuais

Página 690
TRF.1. REGIA0 / PRO.11401

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 0
'0

PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA 1 9 REGIÃO

CERTIDÃO
Processo n2 0026357-49.2010.4.01.3800
Certifico que, nesta data, os presentes autos foram recebidos nesta
Procuradoria e distribuídos ao Gabinete do(a) Procurador(a) Regional da
República
Dr(a). CARLOS FREDERICO SANTOS

Brasília-DF, 17 de novembro de 2011

Maria de G dr ardns de 11494U8


terverm„ wu
Técnico Administrativo, Divisão de Reçonc;— wipressas
Distribuição e informações Processtals_.. e_
v ° j
Mat. 20808-8/CJ-PRR 1 8 Região~ (67)so e

Cadas
Procuro 1 da República

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RECEBIMENTO
Ao(s) 18 de novembro de 2011 estes autos foram recebidos na
Coordenadoria da Oitava Turma-CTUR8. Do que eu,
TArn:res !atfrPi pctp tartnn

JUNTADA

Aos 23 de novembro de 2011, junto a estes autos a(s)


petição(ões) que se segue(m) do que eu,
p/Técnico Judiciário, lavrei este termo.

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14A

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA la REGIÃO

Ap N° 0026357-49.2010.4.01.3800/MG 8° Ttifiifa— —
RELATOR: Desembargador Federal SOUZA PRUDENTE
APELANTE: Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda.
APELADO: Fazenda Nacional
TRIBUNA'. REGIONAL FEDERAL - 1° REOIA0

• 2753548
PARECER N° 560/2011 — CFS IN
, 18/11/2011 10:21
PROTOCOLO
), SECRETARIA JUDICIARIA - CORIP
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÃO AO
SAT/RAT (SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO). ART. 10 DA LEI
N° 10.666/03 E ART. 202-A DO DECRETO N° 3.048/99, COM A
REDAÇÃO DADA PELO DECRETO N° 6.957/09. LEGALIDADE E
CONSTITUCIONALIDADE.

- As aliquotas previstas na Lei n° 8.212/91, art. 22, 11(1%, 2% ou 3%) podem


ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100% (o que redunda na
flutuação da alfquota de 0,5% até 6%), em razão do desempenho da empresa
em relação à atividade econômica exercida, conforme dispuser regulamento
com cálculo segundo metodologia do Conselho Nacional de Previdência
Social (CNPS).

- É pacifico o entendimento da jurisprudência pátria no sentido da legalidade


de estabelecer-se, por Decreto, o grau de risco leve, médio ou grave,
partindo-se da atividade preponderante da empresa,

- O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá alterar, com base


nas estatfstic,as de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o
enquadramento de empresas para efeito da contribuição do SAT a fim de
estimular investimentos em prevenção de acidentes. Art. 22, § 30 da Lei n.°
8.212/91.

- Tendo sido o FAP fixado pelo Poder Executivo dentro dos limites legais,
não resta evidenciada qualquer ilegalidade.

- Parecer pelo conhecimento e não provimento do recurso de apelação.

Egrégia Turma:
•.
01. Tratam os autos, originariamente, de mandado de *segurança
— com pedido de liminar impetrado por. èERÂMICAS.NACIONAIS.REUNIDAS,LTDA._

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL S60/2011
PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA P REGIÃO

em face de ato do DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO


HORIZONTE/MG objetivando provimento jurisdicional para que as autoridades
impetradas se abstenham de exigir contribuição previdenciária incidente sobre os Riscos
_ Ambientais (RAT) com alterações trazidas pelo Decreto n°6.957/2009.

2. Pedido liminar deferido iàs fls. 59/63.

3. Informações prestadas às fls. 68/82.

4. Comunicada, às fls. 83, a interposição de Agravo de Instrumento


(cópia às fls. 84/101) pela União Federal, face o decisum liminar proferido, ao qual o
TRF1 deu provimento, consoante se confere às fls. 103/108.

5. O Ministério Público Federal manifestou-se, às fls. 110/112,


deixando de ingressar no mérito da demanda, "por entender ausente o interesse público
que assim °justifique".

6. Em sentença, às fls. 114/120, o ínclito magistrado a quo, não


vislumbrando ilegalidade ou inconstitucionalidade relativa ao recolhimento de
contribuição previdenciária relativa ao Seguro de Acidentes de Trabalho — SAT
incidente com base no FAP, denegou a seáurança pleiteada.

7. Inconformado o Impetrante interpôs recurso de Apelação, às fls.


124/146, pugnando pela reforma in totum da sentença vergastada, ao argumento de
ilegalidade e inconstitucionalidade clO FAP, bem como violação ao princípio da estrita
legalidade.

8. Contrarrazões apresentadas pela Fazenda Nacional às fls.


155/167.

9. Vieram, então, os autos com vista ao Ministério Público Federal.


É o Relatório.

2 Ap. 0024357-0.2010.4.01.3300/MG—Pareter S60/2011 -CFS

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA l' REGIÃO
MO/20 II
11,_3
II

10. Não merece reparo o decisum hostilizado, porquanto se encontra


em conformidade com a legislação aplicável ao caso e a Jurisprudência deste e. Tribunal
Federal.
Com o advento da Lei n° 10.666/03, instituiu-se a redução das
alíquotas da contribuição ao SAT, previstas no artigo 22, inciso II, da Lei n° 8212/91, de
acordo com o FAP - Fator Acidentário de Prevenção, que leva em consideração os
índices de freqüência, gravidade e custos dos acidentes de trabalho, conforme dispõe o
art. 10 do referido dispositivo legal:

"Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada
ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até
cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser
o regulamento, em razão do desempenho da empresa cm relação à respectiva
atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a
partir dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social." •

Por sua vez, a metodologia para o cálculo e a forma de aplicação


de índices e critérios acessórios à composição do índice composto do FAP foram
aprovadas pela Resolução n°. 1.308/2009, do CNPS, e regulamentadas pelo Decreto n°
6.957/2009, que deu nova redação ao artigo 202-A do Decreto n° 3.049/99, in verbis:

"Art. 202-A - As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão
reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até cem por cento,
em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade,
aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (incluído pelo Decreto n°
6042/2007)
§ 1° - O FA13 consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de
cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro casas
decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta casa decimal, a
ser aplicado à respectiva alíquota. (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
§ 20 - Para fins da redução ou majoração a que se refere o "caput", proceder-
se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro da respectiva
atividade econômica, a partir da criação de um índice composto pelos índices
de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis
com pesos de cinquenta por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por
cento, respectivamente. (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
§ 40 - Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo
metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social,
levando-se em conta: (incluído pelo Decreto n° 6042/2007)
I - para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do
trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do
Trabalho - C.AT e de benefícios acidcntários estabelecidos por nexos técnicos - -

3 Ap a 0074337-49.1010.4.01.31100/MG — Parecer a• Seart0 I I -CFS

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544/10111 411)
pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados; (redação
dada pelo Decreto n° 6957/2009)
II - para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-
acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de natureza
acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade
da ocorrência, como segue: (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento; (incluído pelo Decreto n°
6957/2009)
b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e (incluído pelo
Decreto n° 6957/2009)
c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e
(incluído pelo Decreto n° 6957/2009)
III - para o índice de custo, os valores dos benefícios dc natureza acidentária
pagos ou devidos pela Previdência Social, apurados da seguinte forma:
(Redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do
trabalhador, em meses e fração de mês; e (incluído pelo Decreto n°
6957/2009)
b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da
expectativa de sobrevida do segurado, na data de início do benefício, a partir
da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE para toda a população brasileira,
considerando-se a média nacional única para ambos os sexos. (incluído pelo •
Decreto n° 6957/2009)
§ 5° - O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no
mesmo mês, no Diário Oficial da União, os réis dos percentis de frequência,
gravidade e custo poc Subclasse da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de
cada empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e
demais elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho
dentro da sua CNAE-Subclasse. (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
§ 7° - Para o cálculo anual do FAP, serão utilizados os dados de janeiro a
dezembro de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual
os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos dados anuais
incorporados. (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
§ 8° - Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP será calculado
a partir de 10 de janeiro do ano ano seguinte ao que completar dois anos de
constituição. (redação dada pelo Decreto n° 6957/2009)
§ 9° - Excepcionalmente, no primeiro processamento do FAP serão
utilizados os dados de abril de 2007 a dezembro de 2008. (redação dada pelo
Decreto n° 6957/2009)
II 10 - A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social indicará a sistemática de cálculo c a forma de aplicação de índices e
critérios acessórios à composição do índice composto do FAP. (incluído pelo
Decreto n° 6957/2009)"

'

Não se percebe, assim, qualquer infração a princípio


constitucional.
O FAP está expressamente previsto no artigo 10 da Lei n°
10.666/2003 e o Decreto n° 6.957/09 não inovou em relação ao que dispõe a Lei n°
10.666/2003, apenas expliCitando as condições concretas para o que tais normas
determinam, em consonância com a regra inserta no art. 84, IV, da Constituição Federal.
E mais, as empresas que investem na redução de acidentes de trabalho, reduzindo sua

4 A p 11. 0024,357-0.20 I 0.4.01.3$00/MG - Parecer e 5~011 -CFS

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA REGIONAL DA REPUBUCA DA I° REGIÃO
%MOI1 115
freqüência, gravidade e custos, apenas recebem uma bonificação mediante a redução
das alíquotas da contribuição ao SAT, de modo que há que se falar em violação ao
princípio da isonomia.
De igual modo, houve plena observância aos princípios da
anterioridade nonagesimal e da irretroatividade, já que a cobrança do SAT de acordo
com o FAT, nos termos do que dispõe o art. 202-A, §6°, do Decreto n° 3.049/99,
"somente produzirá efeitos tributários a partir do quarto mês subsequente ao de sua
divulgação".
A propósito, convém registrar que, em hipótese análoga, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE n.° 343.446, Relator o Ministro
Carlos Velloso, DJ de 04.04.04, declarou constitucional a contribuição social destinada
ao custeio do Seguro de Acidente de Trabalho — SAT, bem como sua regulamentação,

• refutando, dessa maneira, a alegação de inconstitucionalidade do artigo 3°, II da Lei n.


7.787/89, e do artigo 22, II da Lei n. 8.212191.
E no sentido da constitucionalidade e legalidade do FAP já
decidiu o TRF da 30 Região:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - CONTRIBUIÇÕES AO SAT -


FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) - ART. 10 DA LEI
10666/2003 - CONSTITUCIONALIDADE E LEGALIDADE - AGRAVO
REGIMENTAL PREJUDICADO - AGRAVO IMPROVIDO.
1. Tendo em vista o julgamento, nesta data, do Agravo de Instrumento, está
prejudicado o Agravo Regimental, onde se discute os efeitos em que o
recurso deve ser recebido.
2. O art. 10 da Lei 10666/2003 instituiu o Fator Acidentário de Prevenção -
FAP, permitindo o aumento ou a redução das alíquotas da contribuição ao
SAT, previstas no art. 22, II, da Lei 8212/91, de acordo com o desempenho
da empresa em relação à respectiva atividade econômica, a ser aferido com
base nos resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e

• custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo CNPS - Conselho


Nacional da Previdência Social. 3. Nos termos da Resolução 1308/2009, do
CNPS, o FAP foi instituído com' o objetivo de "incentivar a melhoria das
condições de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as empresas a
implementarem políticas mais efetivas de saúde e segurança no trabalho para
reduzir a acidentalidade".
4. A definição dos parâmetros e critérios para geração do fator multiplicador,
como determinou a lei, ficou para o regulamento, devendo o Poder Executivo
se ater ao desempenho da empresa em 'relação à respectiva atividade
econômica, a ser apurado com base nos resultados obtidos a partir dos índices
de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada
pelo CNPS.
5. Ante a impossibilidade de a lei prever todas as condições sociais,
econômicas e tecnológicas que emergem das atividades laborais, deixou para
o regulamento a tarefa que lhe é própria, ou seja, explicitar a lei. Não há,
assim, violação ao disposto no art. 97 do CTN e nos arts 5 0, II, e 150, I, da
CF/88, visto que é a lei ordinária que cria o FAP e sua base de cálculo e

Ap 0026357-49.2010.4.01.31100/MG— Parecer e' 54002011 -Cr3

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - 8110/2011
PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA REGIÃO

determina que as regras, para a sua apuração, seriam fixadas por


regulamento.
6. A atual metodologia para o cálculo c a forma de aplicação de índices e
critérios acessórios à composição do índice composto do FAP foi aprovada
pela Res. 1308/2009, do CNPS, e regulamentada pelo Dec. 6957/2009, que.
deu nova redação ao art. 202-A do Dec. 3049/99.
7. De acordo com a Res. 1308/2009, da CNPS, "após o cálculo dos índices de
frequência, gravidade c custo, são atribuídos os percentis de ordem para as
empresas por setor (subclasse da CNAE) para cada um desses índices", de
modo que "a empresa com menor índice de freqüência de acidentes c doenças
do trabalho no setor, por exemplo,, recebe o menor percentual e o
estabelecimento com maior frequência acidentária recebe 100%" (item
"2.4"?. Em seguida, é criado um índice composto, atribuindo ponderações aos
percentis de ordem de cada índice, com um peso maior à gravidade (0,50) e à
freqüência (0,35) c menor ao custo (0,15). Assim, o custo que a
acidentalidade representa fará parte do índice composto, mas sem se sobrepor
à freqüência e à gravidade. E para obter o valor do FAP para a empresa, o
índice composto "é multiplicado por 0,02 para distribuição dos
estabelecimentos dentro de um determinado CNAE-Subclasse variar de O a
2" (item "2.4"), devendo os valores inferiores a 0,5 receber o valor de 0,5 que
é o menor fator acidentário.
8. O item "3" da Res. 1308/2009, incluído pela Res. 130912009, do CNPS,
dispõe sobre a taxa de rotatividade para a aplicação do FAP, com a finalidade
de evitar que as empresas que mantêm por mais tempo seus trabalhadores
sejam prejudicadas por assumirem toda a acidentalidade.
9. E, da leitura do disposto no art. 10 da Lei 1066612003, no art. 202-A do
Dec. 3048/99, com redação dada pela Lei 6957/2009, e da Res. 1308/2009,.
do CNPS, é de se concluir que a metodologia para o cálculo e a forma de
aplicação de índices e critérios acessórios à composição do índice composto
do FAP não é arbitrária, mas tem como motivação a ampliação da cultura de
prevenção dos acidentes e doenças do trabalho, dando o mesmo tratamento às
empresas que se encontram cm condição equivalente, tudo em conformidade
com os arts. 150, II, 194, parágrafo único e inci. V, c 195, § 9°, da CF/88.
10. A Portaria 329/2009, dos Ministérios da Previdência Social e da Fazenda,
dispõe sobre o modo de apreciação das divergências apresentadas pelas
empresas na determinação do FAP, o que não afronta as regras contidas nos
arts. 142, 145 e 151 do CrN, que tratam da constituição e suspensão do
crédito tributário, nem contraria o devido processo legal, o contraditório e a
duração razoável do processo (art. 5°, LIV, LV e LXXVII, da CF/88).
11. Precedentes: TRF3, AG n° 0002472-03.2010.4.03.0000 / SP, 5' Turma,
Relatora Desembargadora Federal Ramza Tartuce, j. 03/05/2010; TRF3, AI
n° 0002250-35.2010.403.0000 / SP, 2° Turma, Relator Desembargador
Federal Henrique Herkenhoff, DE 16/04/2010; TRF4, AC n°
2005.71.00.018603-1 / RS, 2° Turma, Relatora Juíza Federal Vênia Hack de
Almeida, DE 24/02/2010. 12. Agravo regimental prejudicado. Agravo
improvido"

Verifica-se, portanto, a legalidade de estabelecer-se, por


Decreto, o grau de risco leve, médio ou grave, partindo-se da atividade preponderante
da empresa. Sobre a matéria, colaciono ainda os seguintes julgados:

1AI 397743; 2010.03.00.003526-1/SP; órgão Julgador: QUINTA TURMA; Data do Julgamento:


19/07/2010; Fonte: DJF3 C11 DATA:17/08/2010 PÁGINA: 150; Relator: DESEMBARGADORA.,—,—. -
-"FEDERAL RAMZA TARTUCE
6 Ap.' 0024357-411.2010.4.0 I .3100ANG - Parecer te S40/2011 -CFS

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5110/2011
143
"TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO DE ACIDENTES DO
TRABALHO — SAT. ART. 22,11, DA LEI N. 8.212/91. GRAUS DE RISCO.
ESTABELECIMENTO POR DECRETO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA.
1. Enquadramento das atividades perigosas desenvolvidas pela empresa,
escalonadas em graus de risco leve, médio ou grave. Decretos n. 356/91,
- 612/92 2.173197 e 3.048/99.
2. A fixação, via decreto, dos mencionados graus de risco, partindo-se da
atividade preponderante da empresa, não viola o princípio da legalidade.
3. Orientação pacificada na Primeira Seção desta Corte.
4. Recurso especial a que se nega provimento."

"ADMINISTRATIVO. SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO-SAT.


GRAU DE RISCO. ALÍQUOTA. APURAÇÃO. ATIVIDADE
PREPONDERANTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ART. 535 DO
CPC.
1. ...Onassis
3. A Lei n° 8.212191 define todos os elementos capazes de fazer nascer a
obrigação tributária válida, não havendo ofensa ao princípio da legalidade.
4. Os Decretos n°s 356/91, 612192 e 2.173/97, ao tratarem da atividade
econômica preponderante e do grau de risco acidentário, delimitaram
conceitos necessários à aplicação concreta da Lei n° 8.212191, não
exorbitando o poder regulamentar conferido pela norma, nem violando
princípios em matéria tributária.
5. É legítimo o estabelecimento, por decreto, do grau de risco com base na
atividade preponderante da empresa.
6. Recurso especial improvido."

Assim, "a Lei N°10.666, de 08 MAI 2003 (dispõe sobre a concessão


da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou de produção)
previu que, em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
riscos ambientais do trabalho, as alíquotas previstas na Lei n°8.212/91, art. 22, 11(1%,
2% ou 3%) podem ser reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100% (o que
redunda na flutuação da alíquota de 0,5% até 6%), em razão do desempenho da
'empresa em relação à atividade econômica exercida, conforme dispuser regulamento
com cálculo segundo metodologia do Conselho Nacional de Previdência Social
(CNPS). (.) A flutuação de aliquota (0,5% até 6%) e a regulamentação do FAP
segundo metodologia adotada pelo CNPS estão expressamente previstas na Lei n°
10.666/03, razão por que não parece, em juízo de delibação, haver infringência à
CF/88. A prerrogativa de o Poder Executivo adotar metodologia de cálculo para a
aplicação de aliquotas diftrenciadas do RAT (dentro do limite legal) corresponde à
dinâmica da realidade fática inerente à complexidade da aferição dos critérios
constantes da lei." (in AGÁ 0025822-74.2010.4.01.0000/BA, DESEMBARGADOR

-
STJ. RESP353649. Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA; 2° TURMA; DJ 11.10.2004 p. 251,
RESP 603393/PE ; Rel. Min. CASTRO MEIRA; 2° TURMA; DJ 09.05.2005; p. 339.
7 Ap.' 002057-49.2010.4.01.11100/MG— Parecer a• 540/2011 -CPS

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 544/201i
PROCURADORIA REGIONAL DA REPÚBLICA DA l' REGIÃO

FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, SÉTIMA TURMA, e-DJF1 p.249 de


18/03/2011).
Acrescente-se também ser irrelevante que tenha havido aumento
de alíquota para alguns contribuintes após a alteração do critério, na medida em que o
que importa é que o critério eleito pelo Regulamento não ultrapasse a margem
demarcada pela Lei, ou seja, não há que se falar em violação do artigo 150, inciso I, da
Constituição Federal, tampouco em ofensa ao . Princípio da Isonomia, vez, que tal
Princípio não pode ser entendido como absoluto, tendo em vista que não proíbe
diferenciações de tratamento, vedando apenas diferenciações estabelecidas de forma
arbitrária.

III

11. Posto isso, opina o Ministério Público Federal pelo


conhecimento e não provimento da apelação.
É o Parecer, s.m.j.

Brasília, 17 de nove bri de 2011.

CARLOS CO SANTOS
Procurador egioaal da República

8 Ap ee• 002435749.2010.4.01.3100/MG — Parecer lir 560/2011 -CTS

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1' REGIÃO

e)
Aos de: 11/00áfYla1W 2Q11,. faO'aétas autos
•. conclusos nao Exmo.. , Sr:, Desembargador Federal SOUZiVc,
PRUDENTE. ,, •

Jesus trvaeda Silva:,


ir! ti

Cdorderià i'diDita1/4/a Turma ri

TRIGI. RE01400111P.111.02-04 \ •flidõ•IACenidãO Cl* -LA.doo


VVAStephIFII0C
Criado por TR925E8

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RECEBIMENTO

Ao(s) 12 de janeiro de 2012 estes autos foram recebidos na Coordenadoria da Oitava


Turma-CTUR8. Do que eu, 1 1, , Técnico Judiciário, lavrei este termo.

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PODER JUDICIÁRIO
1 )
TRIBUNAL REGIONAL FEDÉRAL DA PRIMEERA REGIÃO
CERTIDÃO

Processo: Ap 263574920104013800/MG
Processo Origi. 263574920104p13800
(
APTE:CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
,ApDO:FAZENDA NACIONAL 3
1
r 1
JESUS NARVAEZ DA SILVA, Coordenador da Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 'I'a
„ ■ r
Região, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, certifica ■ que CERÂMICAS
NACIONAIS, REUNIDAS LTDA iinpetrdu oylandadO.m,degurahça, com pedido de' liminar, ) (
' cadastrado sob o n. 0026357-49.2010.411.3800-contra atd(50 ... Delegado da Receita Federal, do
Brasil em Belo Horizonte/MG, 1:iriivend -Co'-d 'âritcYVe- xi4res d.C.`• "pagamentO (de contribuição " -
denominada .SAT/RAT 'ajus 4ÁP, bte5,'ferrq si irei
ci'ts:ie'rc s‘
\..., omprsação 1 dos ' valores
( 1
inde vidamente recolhidos es4 ini,ÉJ—
j. devidamente afualizãdas ):ies,(nd à oficiais. O MM.
(' 1 r, -- ,/ k \":
Juiz Singular deferiu .a ir~pare-determinar' que a s mencionada ÕRXI-tpui o seja recolhida
fr. .1/4,
consoante a metodol a- norr.prevista no art. 22, II, da' L'el n. 8212/91 e -9ecr to n. 3.048/99 e,
,. r / ••-'l 4 ,, ----, ./1
em sentença, denego,u e%e urança. Interposto recurso de apelação pela I ()-etra te, recebido no
‘ , 1
,) efeito devolutivo, reg stradkiesta Corte sob o mesmo número de origem, ddistribuído ao Exmo.
( ) -.... ,, J
Sr., Desembargador . ederatiz'a Prudente, encontram-se os autos,conclusos>a ua Excelência
\.
/ - tom parecer do Mini ério i=lteRlico Federal. /////////////////////////////////////i////////k//5//////////////////////////////
) ,,.
O REF RIDt5 É VER DE E\ adà e passada aos 17 ) de Jarro de 20 em Brasília,
'r . . X , /
Distr aclarai. Eu, , Maciel Nunes' dos Santc; , écrii c. o J iciário, a lavrei.
I 'fl.—
E eu Jesus Narvaei da Silve- Cho clvador dbita4a Turma,
l 1
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450 •
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• 40:41'

Validadá: 30 (trinta) dias. ,

• .1

(
Tar-p i-de.

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REMESSA

Ao(s) 18 de janeiro de 2
2, faço remessa destes autos ao Gabinete do
Relator, do que eu,
Técnico Judiciário da Coordenadoria da
Oitava Turma, lavrei est rmo.

JUNTADA
Aos 2,0 de março de 2013, junto a estes autos a(s)
petição(ões) que se segue(m) do que eu,
p/Servidor(a) da Oitava Turma, lavrei
este termo.

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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1° REGIÃO

COLENDA OITAVA TURMA


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - 1' REGIA°

3047304
AMS n° 0026357-49.2010.4.01.3800 1111111111111111111111111111
__ 01/03/2013 15:26
sEcrZigifniriSI
NZAAVOIRms

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos


autos da Apelação em Mandado de Segurança em epígrafe, interposta contra a
FAZENDA NACIONAL, vem, por seus advogados infra-assinados, informar que
foi incorporada por CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA., conforme
documentação anexa.

Requer, por fim, que todas as publicações sejam divulgadas em


nome do advogado Leonel Martins Bispo (OAB/MG 97.449), sob pena de
nulidade.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Horizonte para Brasília, 27 de fevereiro de 2013.

P.p. Leonel artins Bispo P.p. Ana I . C 9õrtugal


OAB/MG 97.449 OAB/MG 76.843 f.t , 5

Rua Rio de Janeiro, 2.702 - IP andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500
contato@cmmadvogados.com.br
www.cmmadvogados.com.br

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
a
18a
Certimicas Nacionais Reunidas Ltda.
13' Alteração Contratual

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA..


cr4p.; ir 17.324.203/0001-36 .
t%; I R n° .3; 208.)5397-2 rim 20/09/2000

138 ALTERAÇÃO CONTRATUAL

ANSELMO VASCONCELLOSFILHO, brasileiro, casado em regime de comunhão universal


de bens, engenheiro civil, inscrito no CPF/MF - sob o n° 001.441.776-68, C.I. M 1.432.445,
expedida pela SSP/MG, residente na Rua Manoel Gomes Pereira, n° 50, apto. 801, Bairro
Serra, CEP 30.220-220, em Belo, Horizonte 7 MG;

ANSELMO VASCONCELLOS NETO,. brasileiro, casado em regime de comunhão universal


de bens, engenheiro:civil? inscrito noOPF/MF Sob o n° 090.905.926-87, C.I MG 11.985.327,
expedida pela • SSP/MG,,,residerite na Rua Bambui, n° 25,, apto. 1.500, - Bairro Serra, CEP
30.210-490,,.em Belo Horizonte -.MG;

CRISTIANO LANA VASCONCELOS, brasileiro, casado 'erri regime de comunhão parcial de ,


bens, economista, inscrito no CPF/MF. sob :o, n° 245.611.776-04, •C.1 .M 747.024, expedida.
pelaSSP/MG, residente na Rua Zodlaco, n° 584 apto..400, bairro Santa Lúcia, CEP 30.360-
430, em 'Belo Horizonte - MG;

VICTOR LANNA DE VASCONCELLOS, , brasileiro, casado em regime de comunhão parcial.


de bens, administrador de empresas,. Inscrito no CPF/MF ,sob o n° 275.935.686-87, C.I. M
435.023, expedida 'peia SSP/IVIG, residente na Rua Espirito Santo:" n° 2.183; apto. 1,301,
Bairro Lourdes; CEP 30.160-032, em Belo Horizonte - MG;

.Únicos sócios componentes da CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS 'LTDA.., Sociedade


empresária limitada; com Sede na Cidade de Belo Horizonte, MG, na Avenida Dom: Pedro II.,
n°2,275,: bairro Pedro II, CEP 30.710-010, insónia no CNPJ/MF sob o n° 17.324.203/0001-36
e com ato constitutivo arquivado na JUCEMG Sob o n ° 198910„ como Sociedade Anónima,
em 25/03/1968, tendO sido posteriormente transformada em Sociedade Limitada, com ato 'cie
transformação arquivado naJUCEMG sob o n°3120605897-2, em 20/09/2000, resolvem,
comurrr.acordo, 'efetuar a presente alteração, de acordo ,com as cláusulas e condiges: a
seguir

• 1- DA INCORPORAÇÃO DA SOCIEDADE
1.1 Fica aprovado o PROTOCOLO E .JUSTIFICAÇÃO datado de 15/02/2012 (anexo I),
concernente ao processo de Incorporação da CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS •
LTDA. pela CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA., sociedade empresária
Minada, com sede na cidade , de Belo Horizonte, MG, na Avenida Dom Pedro II; n °
,1.502, bairro Bonfim, CEP 30.710-010, Inscrita no CNPJ/MF sob o ri° 17.253.659/0001-
52, registrada na JUCEMG sob o n°'3120765135-9..com ato constitutivo arquivado 'na
antiga razão
. social. de CROMOS
. „ _ SIA na JUCEMG sob.o
n°;31300002527.

1.2 Para os devidos fins:

INCORPORADORA: CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA.

INCORPORADA: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.

1.3 Foi nomeada para proceder a avaliação da Sociedade, na forma do artigo 8°, da Lei
6.404/76, a empresa especializada M Paiva Consultores Ltda.. -sociedade Com sede na`
cidade de Sete lagoas, MG, na Rua Orlando Calazans Ribeiro, 205, sala 02, bairro
. Jardim Arizona inscrita no CNPJ/MF sob o n° 04.132.628/0001-00,.CRC/MG 6.666

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Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda,
13°Alteração Contratual

neste ato representada na forma de seu contrato social por Carlos Frederico Miranda .
Paiva, brasileiro, casado, cortador, residente e domiciliado na Rua José Alcides Costa,
391, bairro Vale dt.s Palmeiras, Sete Lagoas (MG), portador da cédula de identidade n°
M-3.868.632, exPedida Pela SSP/MG; CRC/MG n° 58.325, inscrito no CPF/MF sob o n° -
631.844.276-68, sendo ratificada, neste ato, a aprovação da norneaçâodesta empresa.

1.4 Foi aprovado o Laudo especifico elaborado pela referida empresa especializada, datado
de 14/02/2012 (Anexo II),

1.5 A incorporação . da CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA. é caracterizada pela


subscrição Integral do ,valor do seu património liquido, por parte dós seus quotistas, no
capital da CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA,.

1.6 Serão subscritas e integralizadas na sociedade incorporadora CROMOS ATACADO DA


CONSTRUÇÃO LTDA, 2.539.549 (dois milhões,, quinhentas ,e trinta e nove mil,
quinhentas e quarenta e nove) quotas, com valor- unitário de R$6,00 (seis reais), que
aumentarão o seu capitalern R$15.237294,00 (quinze milhões, duzentos e trinta e sete
mil, duzentos e noventa e quatro reais), e; estas quotas. serão entregues aos sócios da
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., em substituição às participações
societárias ora extintas, da seguinte forma:

O sócio ANSELMO VASCONCELLOS FILHO recebe 2.292.589 (dois milhões, ,


duzentas e noventa e duas mil, quinhentas e oitenta e nove) quotas, com valor
unitário de R$6,00 (seis reais) da CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA..
totalizando R$13.755.534,00 (treze milhões, setecentos e cinquenta e cinco mil,„
quinhentos e trinta e quatro reais);

O sócio ANSELMO VASCONCELLOS NETO recebe 82,320 (oitenta e duas mil,


trezentas e vinte) quotas, com valor unitário de R$6,00 (seis reais) da CROMOS '
ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando R$493.920,00 (quatrocentos e
noventa e três mil, novecentos e vinte reais);

O sócio CRISTIANO LANA VASCONCELOS recebe 82.320 (oitenta, e duas mil,


trezentas e vinte) quotas, com valor unitário de R$6,00 (seis reais) da CROMOS
ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando R$493.920,00 (quatrocentos e •
noventa e. três mil, novecentos e vinte reais); e

- O sócio VICTOR LANNA, DE VASCONCELLOS recebe 82.320 (oitenta e duat


trezentas e vinte) quotas, com valor unitário de R$6,00 (seis reais) da CROMOS
ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando R$493.920,00 (quatrocentos e'
noventa e três mil, novecentos e vinte reais).

1.7 A incorporação de 'que se trata , tem supedâneo nas Demonstrações Financeiras


elaboradas em 31/01/2012, sob o oficio do Sr. Geraldo da Consolação Miranda,
CRC/MG n°.31.132TC, CPF 074.668.976-49.

,1.8 Os sócios, á unanimidade, renunciam, em caráter irrevogável e Irretratável, ao seu


direito subjetivo de dissidência ao ato de incorporação ora realizado.

1.9 or força da incorporação operada, CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.


transmite à sociedade CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA todos os direitos
e obrigações sobre valores vertidos ao património desta.

.10 Ficam expressamente autorizadas, pelos sócios a implementação e execução de todas


as medidas necessárias eiou exigidas para a -CoMpleta instrução do ato de Incorporação

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184
Cerâmicas Nacionais Reunidas• Ltda.
131 Alteraçâo Contratual

e seus registros pertinentes.

1,11 Após concluídos todos os atub necessários para a concluso e formalização da


incorporação, extingue-se á sociedade CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA:.

Para os efeitos de direito, lavrou-se o presente instrumento em 3 (três) vias de igual teor e
forma, assinadas pelos sócios. eierrtes testemunhas abaixo, nos termos da Lei.

B lo Horlzonte Ye,t6verefrodé2.O

sconcellos Filho

Cristia ana Vasconc o or Lanna d

ando César Miranda Paiva


OAB/MG 113.788

Testemunhas:

C7VretCt. . _
Nome: -2C, LtYr•xDR vIR.CD34:4.1:1 ÃáciN60C5 Norne:- -• is rjmil
CPF: çz2(e ,ss3 5-* CPF: !cc
Cl:N.56 . .5. 7,4 Cl; ‘rt. o 4,tni-ut

JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS


~FICO O MOSTRO 501 WM1074843244
UM D310512012
OCIRAMICA1 WACIONAll REUNIDAS MA*
. . ,

pknociaD; 121221.532 4 4à20

49244714' 1

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CROMOS S.A
• CNP.Ii 17.253.659/0001-52

ATA DA .A5SEMBLÉ14•GERAE QUINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA


TCEAEIEAT/A•EM*31111E JULHO DE 206

LOCAL E ROItA: Sede social, na Av.Dom Pedro 11, n.° 2.275, nesta Capital, is 12 horas
PRESENÇA: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas
lançadas no livro de "Presença dos Acionistas".
CONVOCAÇÃO: Dispensada a publicação de Editais, conforme o disposto no parágrafo 4°
do artigo 124 da Lei n.° 6.404, de 15.12.76.
COMPOsiCÃO DA MESA: Presidente: Sr. Anselmo Vasconcellos Filho; Secretário: Sr.
Anselmo Vasconcelos Neto
DELIBERAÇÕES TOMADAS NA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA:
L Foram aprovados, por unanimidade, com as abstenções legais, o Relatório dos
Administradores, o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras, referentes
ao exercido social encerrado em 31 de dezembro de 2005 e mudança de endereço
para Av. Dom Pedro II n. 1.502 bairro Bomfim cep 30.710-010 Belo Horizonte MG

DELtatitAÇOES TOMADAS NA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA:


a) Aprovado por unanimidade a transformação da sociedade anônima, Cromos S/A, em
sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sob a denominação de Cromos
Atacado da Construção Ltda, tendo seu estatuto arquivado na Junta comercial sob o
e.31300002527.
b) A sociedade desenvolverá suas atividades com o objeto social em sua sede e
denominar-se-á CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA.
c) A sociedade com a nova constituição juridica manterá em • continuidade, todos os
direitos e obrigações de que se compae o patrimônio social da sociedade ora
transformada;
d) A sociedade transformada reger-se-á pelo presente Contrato Social.

CONTRATO SOCIAL
FIRMA: CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA.
END: AV DOM PEDRO 11,1.502 BONFIM BELO HORIZONTE MG -

o CANTAI,: R$ 300.000,00

• I.
CNPJ: 17.253.659/0001-52

DOS sóaos COMPONENTES


As seguintes pessoas constituem a,sociedade:

• Anselmo Visconeelos Filho, brasileiro, casado, Engenheiro Civil, residente e


domiciliado nesta capital á rua, Manoel Gomes Pereira, 50 apto. 601,
carteira de identidade M-1.432.445 SSP/MG e CPF: 001.441.776-68;
• Anselmo Vasconcelos Neto, brasileiro, casado, engenheiro civil, residente e
domiciliado nesta capital á rua,Bambui, 25 apto. 1500 • carteira de identidade
M- 11,985.327 SSP/MG e CPF: 090.905,926-87;

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
• Cristiana Lana Vasconcelos, brasileiro, casado, comerciante, residente e
domiciliado nesta capital à rua Serranos, 143 apt. 1.300 carteira de identidade
M-747.024 gsg.,190 141411.776-04 ;
• Victor Usina 'de +siacilo t. ellos,:bi:aslleiro, casado, economista, residente e
domiciliado nesta capital á rua EspfritoSanto, -2183 apto. 1301, carteira de
identidade M-435.023 SSP/MG e CPF: 275.935.686-87;
• CerAmicas Nacionais Reunidas Ltda. Sediada nesta Capital a av Dom
Pedro fi 2.275 cep 30.710.010 CNPJ 17.324.203/0001-36
Registrada na Jucemg sob n. 198910 em 25/03/68 neste ato representada
pelo seu Diretor Anselmo Vasconcelos -Neto; acima já identificado.

u. RESOLVEM; por transformaçAo da sociedade anónima CROMOS S/A.,


constituir uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sob a
denominação social de CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO
LTDA., a qual se,regerá peio presente contrato, de acordo com a Lei 10.406
de 10/01/2002, ou simplesmente pela Lei 6.404/76

m. DA NATUREZA JURIDIC.A, DENOMINAÇÃO SOCIAL


A sociedade será por quotas dc responsabilidade limitada e girará sob a
denominação de CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO ILTDA

IV. DO OBJETIVO SOCIAL


São objetivo e fins da sociedade, o comércio atacadista de azulejos, pisos, artigos
de louças, porcelanas, metais de acabamento e revestimento, materiais de
construçlio e incorporaçflo, compra, venda e aluguéis de imóveis.

V. DA SEDE SOCIAL, FILIAL E INICIO DAS ATIVIDADES


A sociedade tem sua sede nesta Capital à Av„ Dom Pedro ff, 1.502 bairro Bonfim
cep.30.710.010. A sociedade poderá abrir outras filiais em qualquer parte ou
localidade, quando lhe convier. Suas atividades tiveram inicio em 06/12/1996
sendo as mesmas por tempo indeterminado.

VI. DO CAPITAL SOCIAL; ALTERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO


O Capital -Social é de R$300.000,00 ( Trezentos mil reais) dividido em 50.000
quotas no valor de RS6,00 (seis reais) cada uma, totalmente subscrito e
integralizado pelos sócios, da seguinte maneira: •

N.E Participado OuOhlit


Anselmo Vasconcellos Filho. 0,862% 431 2.586,00
Anselmo Vasconcellos Neto 0,430% 215 1.290,00
Cristiano Lena Vasconcelos 0,430% .215 1.290,00
Victor Lanna de yaséoneellos 0,430% 215 1.290,00
Cerlimicas N. Reunidas Ltda. 97.848% 48.924 293.544,00
Total -» 100,0000% 50.000 300.000,00

filigna 2

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
PARÁGRAFO PNCO: A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas
quotas, todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, o
que fica expressarntnte.déclbradb.
•• para 61 fins e feitos do art. 1052 da Lei
10406/2002 •
• •• . •• .II • •• ••• ••
• .

-
VIL DA ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA SOCIEDADE
A administração e gerência da sociedade serão exercidas por todos os sócios
pessoas físicas, porém a responsabilidade social se , positivará mediante a
assinatura de dois sócios.

VIII DA CESSÃO DE QUOTAS


As quotas da sociedade são indivisíveis e não podem ser cedidas ou transferidas
antes de ser exercido o direito de preferência em igualdade de condições dos
quotistas remanescentes.

- DA RETIRADA PRO-LABORE ,
A título de honorários, ficou estabelecido que os sócios Anselmo Vasconcellos
Neto, Cristiana Lana Vasconcelos, Victor Lanna de Vasconcellos terão direito a
uma retirada Pró-Labore mensalmente dentro do limite permitido pela Legislação
do Imposto de Renda.

X. DO EXERCICIO SOCIAL E DO RESULTADO DO EXERCICIO


O Exercicio social terminará era 31 de dezembro de cada ano, quando levantame•
á o Balanço Social, procedendo-se a demonstração da conta Resultado do
Exercicio, de acordo com as normas contábeis e legislação do imposto de Renda e
demais normas pertinentes.
Os lucros ou prejuízos que porventura se verificarem serio distzibuidos aos sócios
na proporção do valor das respectivas quotas do capital, atendida a porcentagem
de sua integralização, pro-rata-tempore ou permanecer em suspensa para posterior
distribuição ou aumento de capital.
XI Do rALEamerfro ou INTERDIÇÃO DOS sócios
Havendo o falecimento de qualquer um dos sócios, a sociedade não se dissolverá.
Os herdeiros do sócia falecido exercerão em comum os direitos as quotas
designando por escrito, um dos ao-proprietários que os represente, na sociedade.
Porém, an caso de herdeiros optarem pela venda, terão a preferência na aquisição
das quotas os sócios remanescentes.
PARÁGRAFO rt Na hipótese de.oeorrer à opçlo prevista na parte da cláusula
acima, referente a falecimento de Sócios e.ainda para efeitos da cláusula oitava,
apuração dos haveres do "de cuJus", Ou sócio retirante, será feito com base em
balanço especial, tendo como referência à data do óbito ou da retirada,
computados para este fim, os bens da sociedade em seu valor real de acordo com a
avaliação da época, fazendo-se a reembolso pela divisão do ativo da sociedade
pelo númerór de quotas que compõe o capital social, atendida a porcentagem da
realização verificada.

••

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
•• • • •
PARAGRAPO .2", O fegatnentb aos hertJeiros ou sucessores, ou ao sócio retirante
dos seus haveres, awi feito eto IR (dozi),fneses, ou seja, em prestações mensais,
iguais e consecutivas, acrescidas de juros de I 2,5(doze por cento) ao ano e,devida
correção monetária.

XII. DA DISSOLUÇÃO SOCIAL


Não obstante ser a sociedade contratada por tempo indeterminado poderá
dissolver-se mediante consenso unanime dos sócios que representem no minimo
dois terços do capital social. Uma vez dissolvida a sociedade, o seu património
será liquidado e saldado todos os compromissos, o restante será dividido entre os
sócios, na proporção das respectivas quotas do Capital.

XIII. DO FORO CONTRATUAL


Os sócios que assinam declaram sob as penas da lei que não estilo incursos em
nenhum dos crimes previstos em lei• que os impeçam de exercer a atividade
mercantil.
Fica eleito o foro de Belo Horizonte - MG como único competente para dirimir as
ações, procedimentos ou dúvidas decorrentes deste contrato. E, por estarem assim
justos e contratados, assinam o presente instrumento em 3 (trás) vias de igual teor
e para um só efeito, rubricando as . primeiras e subscrevendo as últimas,
comprometendo-se a cumprirem as suas normas e a faze-las cumprir por si e seus
herdeiros ou sucessores a qualquer título, tudo o que e feito na presença das
testemunhas abaixo.

Belo Horizonte, 31 de Julho de 2006

SELMO VA CEL
LOS FILHO

CRISTIANO
1. t
NA VASCONCE

CE ICAS NACIONAIS IDA LTDA


RE / ANSE MO VASCONCE ETO

Testemunhas:

GERALDO SOL O MIRANDA IOLANDA V/RGINIA RUFINO MENDES


M-560.479 G M.5.371366 SSIVMO

Página

Cone 'Mamado.
OAB/MG 58094'

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9
Cromos Atacado da Construção Ltda.
la Alteração Contratual

CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA.

.CNN:n° 17.2p3.659/0001-52

NIRE n° 3120765135.9

1' ALTERAÇÃO CONTRATUAL

ANSELMO VASCONCELLOS FILHO, brasileiro, casado em regime de comunhão universal


de bens, engenheiro "civil; inscrito no CPF/MF sob o n° 001.441.776-68, Ci. M 1.432.445,
expedida pela :SSP/MG, residente na Rua Manoel Gomes Pereira, n° 50,•apto. 601, Bairro
Serra, CEP
. 30.220-220,
. _ . .em Belo Horizonte
. -; MG;

ANSELMO VASCONCELLOS NETO, brasileiro; casado em regime de comunhão universal


de bens; engenheiro civil, inscrito no CPF/N1F sob o ri° 090.805.926-87, C.I MG 11.985.327,
expedida pela. SSP/MG,. residente na Rua Bambu!, n°, 25, apto,, 1.500, Bairro Serra, CEP
30.210-490, em Belo Horizonte - MG;

CRISTIANO LANA VASCONCELOS, brasileiro,. casado em regime de comunhão parcial 'de


bens, economista, inscrito no CPF/MF sob o n° 245,611.776-04, Cl M 747.024, expedida
pela SSP/MG, residentErna Rua Zodíaco, n° 584,, apto. 400, bairro Santa Lúcia, CEP 30.360-
430; em Belo Horizonte - MG;

VICTOR LANNA DE VASCONCELLOS, brasileiro, casado em regime de comunhão parcial


de bens', ! administrador de empresas, inscrito no CpF/MF sob' o n° 275.935.686-87. M '
435,023; expedida Pela SSP/MG; residente na Rua Espirito , Santo n° 2.183, apto. 1.301,
Bairro LoUrdes, CEP 30.160-03Z-em Belo Horizonte - MG;

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDASLIDA, sociedade empresária limitada, com sede na,


cidade de Belo Horizonte, MG, na Av. Dom Pedro II, n° 2.275, bairro pedro;11, CEP 30.710 ,
010, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 17.324.203/000136 ( registrada na JUCEMG' sob 'o n°'
, 198910, 25/03/1968, neste ate: repreientada pelo Seu Diretor Ariselme Vasconcelioe.

NetO, acima já identificado. ,

Únicos sócios. da CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA. resolvem, de comum


acordo, efetuar a presente alteração, dkacordo ccieas . cláusulas'e condiçães a seguir:

I — DA INCORPOitAÇÂO DA SOCIEDADE CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.

, 1.1 Fica aprovado o PROTOCOLO. E JUSTIFICAÇÃO datado de 15102/2012 janexo, I);


concernente ao processe : de' 'incorporação da CERÃMICAS NACIONAIS REUNIDAS
LTDA.,, soCiedade.empresária Iiinitáda; com sede na cidade de. Belo.Horiztinte,, MG, ha ,
Av Dom Pedro II, 11o:2.275 i:bairro PedroiI; CEP 30710-010, Inscrita no CNPJ/MF,sob o ,
.n° 17324 203/0001-36, com ato .constitutivo arquivado na JUCÉMG sob o n ° 198910,
Cornb , Sociedade. Anónima, em :25/03/1968, tendo 'sido posteriormente transformada em
'Sociedade 'Limitada, cditil ato de . transformação arquivado na JUCEMG sob ,0;:i:: tf -

'3120605807 2, iarn 20/09/2000,: pela CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO, LTOÂ


-

1.2 ara os. deVidoà:fins:

I CORPORADORA: CROMOS ATACADO DACONSTRUÇÃO LTDA.

71 •
'. I CORPORADAf CERÃMICASNACIONAIS REUNIDAS, LTDA.

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
jcU
Cromos Atacado da Construção Ltda.
1 3 Alteração Contratual

1.3 Para proceder aos tratamos avaliaçáo foi nomeada a empresa especializada M
Paiva Consultores Ltda.', ,,Sociedade 'mim sede na cidade de Sete Lagoas -, MG4 na Rua
Qrlando CaláZárRibeiro,-205, tala02, bairro jardiffiAritoria, to,CNPJ/MF "Mb
n° 04,132.62810001-00CRC/MG 6.666, neste ato representada na forma de seu
contrato social pot. ..Carlos Frederico, Miranda Paiva,- brasileiro, casado, contador,
residente e domiciliado na Rua JosaAlcides Costa. 391, bairro Vale das Palmeiras, Seta
Lagoas (MG); portador da Cédula de identidade n° M-3.668.632, expedida Pela SSP/MO,
CRC/MG n° Z8,325, inscrito nó CPF/MF sob o n° 631.844.276-68, sendo ratificada,
nestaato, a aprovação da nomeação desta empresa;

1.4 Foi aprovado o Laudo especifico elaborado pela referida empresa especializada, datado ,
de 14/02/2012 (Anexo II)

1.5 A incorporação da CERÂMICAS, NACIONAIS , REUNIDAS LTDA, á .caracterizada pela..


subscrição integral do valor do, patrimônio liquido, por parte dos seus quotistas-no•.
capital dá CROMOS ATACADO'DA CONSTRUÇÃO LTDA.

'1£ Serão subscritas eintegralizadas na sociedade incorporadora 'CROMOS ATACADO DA ,

CONSTRUÇÃO LTDA, Z539.549, (dois milhões, quinhentas, e trinta e nove mil,


quinhentas e quarenta e nove) quotas, com .valor unitário de R$6,00 (seis reais), que
aumentarão o seu capitel em R$15.237.294,00 (quinze milhões, duzentos e trinta e sete ,
mil, duzentos e noventa e quatro reais), e, estas quotas, serão entregues aos sócios da i:
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS. LTDA., em substituição às participações
societárias ora extintaa, da teguintaforrna:

O siScio ANSELMO VASCONCELLOS FILHO recebe 2.292589 (dois milhões,


duzentas e noventa e duas mil, quinhentas e oitenta a nove) quotas, com valor
unitáriO daR$6,00 (seis reais) dá CROMOS ATACADO DA . CONSTRUÇÃO LTDA.,
totalizando. ft$13,755.534,00 '(treze milhões, Setecentos e,.;cinquenta e cinco mil.,
quinhentosa trintaa quatro reais);

'C) sacio ANSELMO' VASCONCELLOS NETO, recebe 82.326 (oitenta e duas mil,
trezentas e vinte) quotas; com valor unitário da R$6,00 (seis 'reais) da CROMOS' .
ATACADO', pk CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando FtS493.92900 -. (quatrocentos.
noventa e três Mil, noVecentos e vinte reais);

O sócio CRíSTIANO LANA VASCONCELOS recebe , 82‘.320 (oitenta e duas mil,


trezentas,a vinte) , quotas,- com valor unitário cie R$6,00 (seis reais) da CROMOS;
ATACADO., DA: CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando R$493.920,00 (quatrocentoá, e
'noventa:e três mil;, noVecentos e Vinte:reais)*;:e

,c) sócio VICTOR LANNA DE VASCONCELLOS recebe 82.320 (oitenta aduas mil,
trezentas e, vinte) quotas; com valor unitário : de; R$6,00 (saia reais) da cRI:NOW
ATACADO "DA CONSTRUÇÃO LTDA., totalizando R$493,920,00, (ILletntieentet e
noventa e três Mil, ,novecentos e vinte reais).

1.7 :A incorporação de que se trata tem supedánea, rias bemenstreções41nanceirás


,elaboradas em ,31/01/2012,, sob-a oficio 'do Sr.: Geraldo da ConSolação Miranda,:
CRC/TV1GTO 31.I32TC, CPF 074.688.978-49

; .8 iQS SÓCIOS' á unanimidade, i .enunciarri erit Caráter irrevogável ;e irretratáVet


. direitastibjetiVo dadissiciáncia sol ato de Incorporaçãora:reatizado.,

. -ibrça dá IncorporaçÊ operacta/tEiRAMCM NACioNdiS REUNIDAS LTDA.,

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
Mc2
Cromos Atacado da Construção Ltda.
ia Alteração Contratual

transmite 'ô sociedade CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA•todos os direitos


e obrigações:sobre valores ve:tidos co patrimônió desta,

110 eirpretsaMente—autórizadás oIos ióciõia in c ."-e)Wütão de todid-


ilement-ãçã-iT3
as medidas necessárias e/ou exigidas' para a completa instrUção do ato de
incorporaçâoe seus registros pertinentes.

LH Após concluídos todos os atos: necessários para a conclusão e formalização da


incorporação, extingue-se a Sociedade CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA. -

II — DA NOVA DISTRIBUIÇÃO DO , CAPITÃL SOCIAL ,APÓS A INCORPORAÇÃO DA


CERÂMICAS, NACIONAIS REUNIDAS LTDA..
2.1..Comó a Ceiáinicas Nacionéis Reunidas Ltda. possui párticipação societária na
Cromos Atacado da Construção Ltda., Cujo Investimento, avaliado ,pelo método de
equivalência patrimonial, é de R$895.027,88 (oitocentos e noventa e cinco mil, vinte esele
reais e oitenta e olto centavos) na data de 31/01/2012, este saldo será anulado;',no ato da
incorporação, em contra partida ao Patrimônio Liquido da Cromos Atacado da Construção
Ltda., onde tal investimento está representado da seguinte forma:

2.1.1. Parcela representativa do investimento da Ceramicas Nacionais Reunidas Ltda. no


património liquido da Cromos Atacado da Construção Ltda.:

Descrição Valor em R5
48.924 (quarenta e oito mil, novecentas e vinte e quatro) quotas do capital
social,da Cromos Atacado da Construção Ltda. ,293.544,00
- Lucros acumulados 601 483 88 i
Total 895,027,88
__

2.2. Como reflexo do aumento de capital da Cromos Atacado da Construção Ltda., devido
á substituição dàs quotas de capital da Cerámicas Nacionais Reunidas Ltda. por quotas
de capital da primeira, , conforme item 1.8, e, também, como consequência da anulação do
Investimento da Cerãmicas Nacionais Reunidas Ltda. na• Cromos Atacado da
Construção Ltda., conforme item 2.1, o capital social' da Cromos é alterado conforme
segue:

Quantidade de Quotas
•:Cromos Atacado da.Constrúção Ltda.
Saldo Movimentação Saldo
Sócios Final
Anterior Conf. 1.6 Conf. 2.1
Anselmo Vasconcellos Filho 431 2,292,589 O Z293.020
Anselmo: Vasconcellos Neto 215 82.320 O' 82.535
Cristiano Lana Vasconcelos 215 82320 O 82.535
Victor Lanna—de Vasconcellos 215 • 82.320 0 82.535
-- dertitrniC-ai NiáCionals Reunidas -Ltda. 48.924 O (48.924)
Totais --'50.000 2.639.549 (48.924) 2.540.625

•2.3. , 0 capital social da Cromos Atacado. da Construção Ltda passa a ter a seguinte
distribuição e por consequência. a. Cláusula Quarta do Contrato Social passa a ter ,a
se inte redação:

"CLÁUSULA QUARTA
Do Capital Social

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Cromos Atacado da Construção Ltda.,
13 Alteração Contratual

O capital social da °morosa é de R$ 15.243.750.00 (quinze milhões duzentos e quarenta


Pés mil, setecentos e .cinquent9 reais), eivideos em 2.540.625 (dois ntrihdes, , quinhentas e
quarenta mil, seiscentrs e vinte e cinco) quottbs RO valor de R$ 600 (sois reais) cada uma.
'totalmente subscrito.d integralizado petdá sócios; da soguinte manotta:

Quantidado de Participação,
Sócios Quota*
Valor em R$
Anselmo Vasconcellos Filho 2.293.020 90,2542 13.758.120,00
Anselmo Vasconcellos Neto 82.535 3,2488 495 210,00:
Cristiano Lana Vasconcelot 82.535 3, 24-8-d 495.210,00
Victor Lama de V8SConGellOS 82,535 3,2486 495.210,00
TOTAL . 2540.625 . 100,0000 15.243 7- 5ii,-00-
.

Parágrafo Único: A resPonaabilidadir dás iddhs,è reátliti ao Valor dei sues quáfás, todoá ,
'respondém sOlidariernente pele inlegralização do capital social, o que fica expressarnenta
;declarado para os fins dá rui 1,052 datei 10_406/200V'

III —Da alteração da,Clausula "Do Exercido Social e do Resultado do,Exercicio"

Os sócios deliberam, péla alteração da cláusula do exercido social e do resultado dó


exercido, com vistas a permitir que a distribuição de lucros seja realizada por critérios a
serem estabelecidos de comum acordo entre os sócios,

Assim, fica aprovada a ,Cláusula Oitava do Contrato ,.Social, que passa a , ter a seguinte
redação:

"CLÁUSULA OITAVA
Do exercido Social e do Resultado do Exercício
O exercício sodal 'tem início no dia 01 (primeiro) de janeiro e término em 31 (trinta e um) de,
dezembro de cada uno,, quando levantar-se-á o Balanço Social, procedendo-se ,a
demonstração da conta do' Resultado do Exercício, de,. acordo, com as normas contábeis
legislação do imposto de renda e demais normas pertinentes.
Os lucros ou prejúlzos que porventura .se. 'Verificarem serão chstribUldos aos &Idos na
proporção da participação societária de , cada um, , a porcentagenin de sua
integralização pra-rata tempore,; ou 'conforme critérios a serem estabelecidos de comum
acordo (min:1'os mosmos, Oif serão mentidos em suspenso por deliberação dos sócios."

IV — Da inclusão do Parágrafo único na Cláusula "Da Administração e Representação


da Sociedade" '

(,./
Fica incluído na Cláusula "Da Administração e Representação da Sociedade" , o 'parágrafo'
único, que trata da declaração de desimpedimento dos sócios e administradores.

•'P rágrofo Único: Os sócio*. e'adminittradoreS declaram, sob as penas da lel, de que no
tão impedidos ' de exercer :à administração da Sociedade; pdr; lei especial,. () Cl, ent.Viriúde'd6
' denação'criminal, ou por se encontrar ,sob'Os.efeitós Ma, s peita que vede, ainda:gr»
temporeriamento, o acesso à cargos públicos; ,ou por Crime falimentár,' de'prevariCaçãO; neila
/ou subOrnol ,conCussão,.,peculato,oU contra a economia popular; contra sistema financeiro
nacional, cortai trames aã'ilefesé Ciii-cáii-cbiideC contrio- as relações dê consumo+ fé
1

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cgf
Cromos'Atacado da Construção Ltda.
ia Alteração Contratual

pública, ou a proprindode:"

_ .1/ alteração .da CIAUSUiP 'Do F.010 Contralual" '

A Cláusula que trata do foro contratual é alterada, passando a ficar assim redigida:

^CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA


Do Foro Contratual
Fica eleko o foro da Belo i-forlionla-MG como único competente para - &tern,. às: voes,
procedimentos ou dOvidas d000rrentes deste contraio."

VI— Da Inclusão da CláusUlaDa Regência Legal Supletiva"

Inclui-se a Cláusula "Da Regèneia Legal Supletiva**, com o ftm de estabelecera Lei 6.404/76
como de- aplicação 'Supletiva ao Contrate Social e à legislação especifica das sociedades
!imitadas.

'CLÁUSULA* DÉCIMA PRIMEIRA.


."Da Reg4ncla Legal Supletlite

Os casos omissos do prosente contrato e na legislação que rege as sociedades limitadas


serão resolvidos com a aplicação supletiva das regras das sociedades anônimas, conforme a
Lei n* 6.404, de 15 de dezembro • da ,197C, e Ornais . dsposftivos topais 'que lhes sejam
aplicáveis."'

VII — DA CONSOLIDAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL

CONTRATO SOCIAL CONSOLIDADO

CLÁUSULA PRIMEIRA
Da natureza Jurídica e Denominação Social

A Sociedade será por quotas de'responsabilWade limitada e girará sob a denominação de


CROMOS ATACADO DA CONSTRUÇÃO LTDA.

CLÁUSULA SEGUNDA
Do Objetivo Social

São objetivo e fins da Sociedade, o comércio itacursta de azulejos, pisei . , artigos de


louças, porcelanas, metais de acabamento e revestimento, materiais de construção: e'
incorporação, compra, venda e aluguéis de imóveis.

CLÁUSULA TERCEIRA
Da'Sede, Filiai o Inicio das Atividades

A Sociedade tem sua sede mia capital á Av, Dom Pedro 11:1.502, tiair-ny Bontini, CEP
30310-010. A Sociedade poderá abrir outras !filais em qualquer pariri OU localidade,qUande
lhe convier. Suas atividades ilveram 'Inicio em 10/03/1982, sendo . as mesmas por tempo
indeterminado.

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/9 5
Cromos Atacado da Construção Ltda. .

1a Alteraçao,C.ontratuat

CLAUSULA QUARTA
Do Capital Social

O capital social da empresa é de R$ 15.243.750,00 (quinze milhões, duzentos e quarenta e


três mil, setecentos e cinquenta reais), divididos em 2540.625 (dois milhões, quinhentas e
quarenta mil, seiscentas e vinte ó cinco) quotas no valor de R$ 6,00 (seis reais) cada.uma,
totalmente subscrito e integralizado pelos sócios, da seguinte maneira:

Quantidade , Participação
Sócios de Quotas
Valor em R$
Anselmo Vasconcellos Filho 2293.020 90,2542 13.758.120.00
Anselmo Vasconcellos Neto 82.535 3,2486 495 210,00
Cristiano Lana Vasconcelos 82.535 3,2486 495.210,00
Victor Lerma de Vasconcellos 82.535 3,2486- —495.210,00-
_,.
TOTAL 2.540.625 100,0000 15.243.750,00

Parágiáfo Único: A resOcinsãbilidado dos sóc . os 4.restrità ao ,valOr de , suas quotas, todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social,, o que fica expressamente
declarado para os fins do art. 1.052 da Lei 10.406/2002.

CLÁUSULA QUINTA
Da Administração e Reprasentaçãoda Sociedade

A administração e gerência da Sociedade serão exercidas por todos os sócios pessoas


físicas, porém a responsabilidade social se positivará mediante a assinatura do dois sócios.

Parãgráfo Único: Os Sócios é Administradores' declaram, sob as penas da lei, de que não
estão impedidos de exercer a administração da Sociedade, por lei especial, ou em virtude de
condenação criminal, ou por se encontrar sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que
temporariamente, o gricessO a cargos públicos; ou por crime fallmentar, de prevaricação, peita
ou suborno, concussão ; peculato,. ou contra Ereconornia popular, contra o sistema financeiro
nacional, contra normas nde' defesa da ,concorrência, contra as relações de, consumo, fé
pública, Cu a'propriedede, ,

CLÁUSULA SEXTA
Da Cessão de.Quofas

As quOtas da Sciciedade são indivistvais e não podem ser cedidas ou transferidaS antes de
ser , exercido o direito de preferência, em , igualdade de condições, dos quotistas
remanescentes.

CLÁUSULA SÉTIMA
Da:Retira' a Pró-labore

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. o • igG
C.romosAtacado da Construção Ltda,
la'Alteração C,Ontratual

A titulo de honorários, .ficou estabelecido que os sócios Anselmo Vasconcellós Neto,


Cristiano Lana Vasconcelos, Victor !arma de Vesccncellos terão direito a uma retirada pró-
labore mensalmente dentro do 1:m:te permitido pela legislação do imposto, de renda.

• CLÁUSULA OITAVA
Do exercido Social e do Resultado do Exercido

O exerciciesocial tem início no dia 01 (primeiro) de janeiro: e término em 31 (trinta e um) de


dezembro de ,cada ano, !quando levantar-se-á o Balanço Social, procedendo-se a
demonstração da conta do Resultado do Exercido, de acordo com as normas contábeis.
legislação do,imposto de renda e demais normas pertinentes.

Os lucros ou prejuízos qye porventura se verificarem serão distribuídos aos sócios na


proporção da participação societária de dada um, atendida a porcentagem de sua
integralização pra-rafa lempore„ Ou conforme critérios 'a serem estabelecidos de comum
acordo entre os mesmos, ou serão mantidos em suspenso por deliberação dos sócios,

CLÁUSULA NONA
Do Falecimento ou Interdição dos Sócios

Havendo filecimenio de qualquer. um dos sócios, .a Sociedade não se dissolverá. Os


herdeiros do sócio falecido' exercerão em comum os direitos át quotas, designando, por
escrito, um dos co-proprietários que os represente, na 'Sociedade. Porém, em caso de
herdeiros optarem pela venda, 'terão e preferência; na aquisição das quotas, os sécios
remanescentes.

Parágrafo Primeiro —Na hipótese de ocorrer á. Opção.prevista na parte da cláusula acima.


referente a ' falecimento de sócios e ainda para efeitos da cláusula sexta, apuração dos
haveres do "de cujus",' ou ,Sócio retirante, será feito com, base em, balanço especial, tendo
como referência • á 'data do óbito ou da retirada; computados para este fim. os bens' da
Sociedade 'em seu valor real de acordo cem a avaliação da época, fazendo-Se o reembolse
pela divisão : ativo 'de. Sociedade 'pelo número de quotas que compõe .1) capital social;
atendida 'a porcentagem da-realização verificada.

Parágrafo Segundo — 0 pagamento aos herdeiros ou sucessores, ou ao sócio retirante; dos


seus haveres, será feito em 12 (doze) meses, mi seja,' , em, prestações mensais,. iguais e .
consecutivas, acrescidas de juros de 12% (doze por cento) ao , ano' e devida correção
monetária:

CLÁUSULA DÉCIMA
Da Dissolução Social

Não obstante ser a Sociedade contratada por tempo Indeterminado,. poderá dissolver-se
mediante consenso unànime dos sócios que representem, no mínimo, dois terços do capitai
social. Uma vez dissolvida a Sociedade, o seu patrimônio será liquidado e, saldedos iodai
os compromissos; o restante será dividido entre . os sócios, na proporção das
, , respectivas.
quotas de capital;

CLÁUSULA DEC- i3áimÉRÀ'


Da Regénciai.

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ler

Cromos Atacado da Construção Ltda.


Ia Alteração Contratual

Os casos omissos do presente contrato e na legislação que rege as sociedades hmitadas


serão resolvidos com a apiloac5o suplet!Va das regras das sociedades anônimas, conforme
a Lei n°6.404, de 15 de doze:litro
_ de 1976. e demais dispositivos legais que lhes sejam
aplicáveis:"

CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA


Do Foro Contratual

Fica eleito o foro de Belo Horizonte-MG como único competente para dirimir 138 ações,
procedimentos ou dúvidas decorrentes deste: contrato.

Por estarem justos e contratados, firmam a presente alteração , contratual em 03 (vias) vias
de igual teor e forma; à . Vista de: testemunhas de' tudo - dentea i Obrigando-se por Si, seus
herdeiros ou sucessores, a cumprirem fielmente : o "aqui paCtuadO,,,

Belo Horizonte, 29 ereiro de 2.012.

/‘ À
••" 7"n—ail Vas elo

Is eunidas Ltda.

Visto do Advl
o:

0
--\\ernancio César Miranda Paiva
OAB/MG 113.788 .

Testemunhas:

Nome:2~ Vi Q61 NTOR eur":114 m .


0‘tes r\lweGera:Co
DPF; te,ç, 5'53. G -23 CPF:
CI:1"6-5M-3GC1 cl:

_ • 1. 1
• C '
r JUNTA d011ERCIAL DO EiTADO oe MINAS GERAIS
0.4t f j cR1w,coosaisiiiogc.owRo4843245
, 83/8stroir• -• —,,-
1K410M0111 ATACADO OA CONITRUCAO MAI -• '4

N .51P
- ..rAprocour 17/221.8314 •.‘ —
11F0244rus ,

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1° REGIÃO
I 9.3
Ap 26357-49.2010.4.01.3800

CERTIDÃO
Certifico e dou fé que, deixa de ser efetuada a anotação solicitada à fl. 181, em
virtude de não constar nos presentes autos, procuração/substabelecimento ao
advogado Leonel Martins Bispo.

Brasília/DF, 3 de maio de 2013.

Servidor(a) da Oitava Turma

DESPACHO

De ordem do Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Relator, por


delegação, nos termos da IN 02 de 05.05.2005, publicada em 11.05.2005, no DJ
2, pág. 12, em face da certidão acima, intime-se a Apelante, via postal, para
regularizar sua representação processual nos autos em epígrafe, no prazo de 10
(dez) dias.
Brasília-DF, 3 de maio de 2013.

Jes s Narvaez da Silva


Coor enador da Oitava Turma

TRF.I. REGIAO1AP.15-0241 WAMerletela \despacho -Jesus \adv. renuncia procuração NV.doc


Criado por TR195903

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
11112 1 16111311 j1111 1! 11 1,1,1111 11! 111 1,111, I I! 1011 jsg

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Ofício n. 504/2013 - CTUR8 Brasília-DF, 03 de maio de 2013.

APELAÇÃO CIVEL 0026357-49.2010.4.01.3800/MG


Processo na Origem: 263574920104013800

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA


APELANTE : CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
ADVOGADO : LEONARDO GUEDES DE CARVALHO
APELADO : FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR : CRISTINA LUISA HEDLER

Prezado(a) Senhor(a),

De ordem do Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Relator, intimo


Vossa Senhoria para regularizar, no prazo de 10 (dez) dias, a representação processual
da Apelante, nos autos do processo em epígrafe.
Segue, em anexo, para melhor esclarecimento de Vossa Senhoria, cópia da
petição n. 3047304, da certidão e do despacho de fl. 198.
Atenciosamente,

J us Narvaez da Silva
Co denador da Oitava Turma

CERTIDÃO
Certifico que, em atenção ao
r. despacho retro, expedi o oficio
cuja cópia gdiz_ junto aos autos.

CTUR-8, 6 de maio de 2013.

Ilm° (a) Senhor(a)


LEONEL MARTINS BISPO
Rua Rio de Janeiro 2702, 11° andar, Lourdes
CEP — 30.160-042 — BELO HORIZONTE-MG

TRF 1 RE0IÃO/W.15.02-06 WAMarlatelablIcloN2013 \ 504 - regularizar representaçáo - Pessoa Juridica- NV.doc


Criado por tr40403

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Número do documento: 19112405364500000001072213137
JUNTADA

Aos n'b de &,(xpnh9" de 2013, junto a estes autos o


Aviso de Recebimento-AR que se segue do que eu,
tk,,e1Q o Técnico Judiciário, lavrei este termo.

...3 AVISO DE AGENCIA CONTRATO

ff 7 CORREIOÇ RECEBIMENTO 10.300.473 AC. CENTRAL n PD°


6BR
A
_
DESTINATARIO : RA 49700652 =REM) e UNIDADE
LEONEL MARTINS BISPO _A
TENTATIVAS DE ENTREGA

RUA RIO DE JANEIRO, 2702, 11° ANDAR - LOURDES 1a - / / •


30160-042 BELO HORIZONTE - MG •A
O 9 M AI 2013 r ______ /_____ /_____ .
.
C
33 /—/ 41 5 NAt 20 13

ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO DO AR


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1• REGIA
SHS ATENÇÃO
Após 3(três) tentativas de entrega, devolver o obje

1
MOTIVOS DA DEVOLUÇÃO
11 Mudou-se 1-51 Recusado
.

.
.,
SAU/SUL QUADRA 02, PRAÇA TRIB. SUP., BL K - ASA SUL
1 21 Endereço Insuficiente 6 Não Procurado
70070-900 BRASÍLIA RUBRICA E MATRICULA
1 31 Não Existe o Número I 71 Ausente DO CARTEIRO
DECLARAÇÃO DO CONTEÚDO I 81 Falecido
1 41 Desconhecido
:.TUR8 OFÍCIO - 504/2013 - Ref. Processo: 263574920104013800
1 91 Outros
.0

AS„StATU E BEDO DATA


..
NOME LEGIVEL DO RECEIr N DOCUMENTO DE IDENTIDADE
tÂgA
• -•",...:1.-1c111.. '•

JUNTADA
Em 0?) de junho de 2013, junto a estes autos
a(s) petição (ões) que se segue(m) do que eu,
Técnico Judiciário, lavrei este termo.

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o2z7
15

AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

RIBUNAL REGIONAL FEDERAL - V REGIÃO

16/0512013 15 13
PROTOCOLO DESCINTRALIZADO


SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS

PROCESSO N. 0026357-49.2010.4.01.3800
Oitava Turma

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos autos


da Apelação Cível em que contende com a União, vem, por seus advogados infra-
assinados, em atenção ao Ofício n. 504/2013 — CTUR8, requerer a juntada do
substabelecimento anexo, ratificando, por oportuno, os atos lá praticados.

• Requer, por derradeiro, que todas as publicações sejam


divulgadas em nome do advogado Leonel Martins Bispo (OAB/MG 97.449), sob
pena de nulidade.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Horizonte para Brasília, 15 de maio de 2013.

/1/
Neto P.p. Lesi Marfins Bispo
44.068 t Vt5) OAB/MG 97.449 ( aot)

Rua Rio de Janeiro, 2.702 - 11° andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 31 3221-0500 1
contato@cmmadvogados.com.br
www£rnmadvogados.com.br

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SUBSTABELECIMENTO

Substabeleço em favor do senhor Leonel Martins Bispo, inscrito na OAB/MG sob o


n. 97.449, com reserva de iguais poderes, os a mim conferidos por CERÂMICAS
NACIONAIS REUNIDAS LTDA., para atuar nos autos do Processo n. 0026357-
49.2010.4.01.3800, em trâmite perante este Egrégio Juízo.

De Belo Horizonte para Brasília, 15 de maio de 2013.

a eto
/MG 44.068 (tizi45)

Rua Rio de Janeiro, 2.702 - 11° andar - Lourdes - CEP 30160-042 - Belo Horizonte - MG - Telefax: 313221-0500
contato@cmmadvogados.com.br
www£rnmadvogados.com.br

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f>k)2

PODER JUDICIÁRIO ,„, ,•


TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 9 REGIÃO
263574920104013800
CERTIDÃO

Certifico que, conforme petição retro, foi procedida:

(x) a alteração, na capa dos autos, do nome do advogado/procurador; c -44-200)

) a alteração, na capa dos autos, do nome da parte;

) a anotação do(s) nome(s) do(s) estagiário(s)

) a alteração de exclusão/renúncia de advogado(s);

( a anotação do(s) nome(s) do(s) advogado(s) substabelecido(s);

) a anotação do novo endereço;

) a anotação de prioridade de tramitação;

) as intimações já estão sendo feitas conforme o requerido;

) a anotação de juntada de nova procuração.

Brasília, 03 de 4..,.."-IWS1 de 2013.

Té nico Judiciário

CONCLUSÃO

Aos 0?) de Vnr,i-v.9 de 2013, faço estes autos


conclusos ao Exmo. Sr. Desembargador Federal Novély
Vilanova da Silva Reis.

Jesus N aez da Silva


Coordenadór da Oitava Turma

TRF.I• RECIILOAMP.15~14 WAÉrlealSubs \Subs+Novily.doo


Criado por TR925ES

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Tribunal Regional Federal da 1ª Região

CERTIDÃO DE PROCESSO MIGRADO PARA O PJe


Certifico que os autos físicos deste processo foram digitalizados e migrados para o sistema
Processo Judicial Eletrônico (PJe), nos termos da Lei n. 11.419/2006, da Resolução TRF1/Presi
n. 22/2014 e da Portaria Presi 8052566.
Brasília-DF.
(assinado eletronicamente)

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Número do documento: 19112405532300000001072213138
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-


49.2010.4.01.3800
APELAÇÃO CÍVEL (198)
AUTOR: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogado do(a) AUTOR: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
RÉU: FAZENDA NACIONAL

FICA AUTORIZADO O
PETICIONAMENTO
NESTE PROCESSO
POR MEIO DO PJE

INTIMAÇÃO

Os autos deste processo foram migrados para o sistema Processo Judicial Eletrônico -
PJe, nos termos da Lei n. 11.419/2006, da Resolução TRF1/Presi n. 22/2014 e da Portaria Presi
8052566/2019.

Advogados e procuradores ficam, desde já, cientes da autorização ao peticionamento


neste processo por meio do PJe.

BRASíLIA, 31 de dezembro de 2019.

(assinado eletronicamente)

ADRIANA SARAIVA FERREIRA

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 31/12/2019 12:41:16, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 31/12/2019 12:41:16
Num. 1081941456 - Pág. 1
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Número do documento: 19123112411600000001072213139
Justiça Federal
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

, 12 de março de 2020.

Intimação da Pauta de Julgamentos

Destinatário: FAZENDA NACIONAL e Ministério Público Federal


O processo nº 0026357-49.2010.4.01.3800 (APELAÇÃO CÍVEL (198)) foi incluído na sessão de julgamento abaixo
indicada, podendo, entretanto, nesta ou nas subsequentes, serem julgados os processos adiados ou remanescentes.

Sessão de Julgamento
Data: 30-03-2020
Horário: 14:00
Local: sala 02, sobreloja Ed Sede I -

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 12/03/2020 13:58:32 Num. 1081941457 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20031213583200000001072213140
Número do documento: 20031213583200000001072213140
Justiça Federal
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

Brasília/DF, 12 de março de 2020.

Intimação da Pauta de Julgamentos

Destinatário: APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA


, Advogado do(a) APELANTE: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
. APELADO: FAZENDA NACIONAL
,.
O processo nº 0026357-49.2010.4.01.3800 APELAÇÃO CÍVEL (198), Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL NOVELY
VILANOVA DA SILVA REIS, foi incluído na Sessão abaixo indicada, podendo, entretanto, nesta ou nas subsequentes,
serem julgados os processos adiados ou remanescentes

Sessão de Julgamento
Data: 30/03/2020
Horário:14:00 horas
Local: Ed. sede I, sobreloja, sala 02 - Setor de Autarquias Sul, Quadra 1, Brasília-DF

Assinado eletronicamente por: SASSIA GONCALVES SANTOS - 12/03/2020 16:55:57 Num. 1081941458 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20031216555700000001072213141
Número do documento: 20031216555700000001072213141
Procuração já inserida nos autos.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 13/03/2020 15:49:48 Num. 1081941459 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20031315494800000001072213142
Número do documento: 20031315494800000001072213142
A contribuinte manifesta sua ciência quanto à inserção do feito em pauta de julgamento.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 16/03/2020 07:29:59 Num. 1081941460 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20031607295900000001072213143
Número do documento: 20031607295900000001072213143
01/04/2020 13:47
Certidão de julgamento

Tipo de documento: Carta


Descrição do documento: Certidão de julgamento
Id: 1081941461
Data da assinatura: 01/04/2020

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Num. 1081941461 - Pág. 1


JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

PROCESSO Nº 0026357-49.2010.4.01.3800
APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
APELADO: FAZENDA NACIONAL
RELATOR(A):NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 0026357-49.2010.4.01.3800

RELATÓRIO

A sentença recorrida (02.06.2011) denegou a segurança


requerida pela impetrante/Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda. para
desobrigar de recolher a contribuição para o RAT/SAT com alíquota
majorada pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP, bem assim compensar
o correspondente indébito.

A impetrante apelou alegando, em resumo, a


ilegalidade/inconstitucionalidade do art. 10 da Lei 10.666/2003.

A União respondeu postulando a manutenção da sentença


recorrida. O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento do recurso.

VOTO - VENCEDOR

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20040214300500000001072213145
Número do documento: 20040214300500000001072213145
PODER JUDICIÁRIO
Processo Judicial Eletrônico
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 0026357-49.2010.4.01.3800

VOTO

O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a


definição por decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de
risco leve, médio e grave” para fixação da alíquota da contribuição
previdenciária para o custeio do SAT/RAT - RE 343.446-SC, r. Ministro
Carlos Velloso, Plenário em 20.03.2003:

I. - Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho


- SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II; Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no
sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154, I, da
Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de
observância da técnica da competência residual da União, C.F.,
art. 154

II. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da


contribuição para o SAT.II. - O art. 3º, II, da Lei 7.787/89, não é
ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4º da
mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos
desiguais.

III. - As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem,
satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a
obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o
regulamento a complementação dos conceitos de "atividade
preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica
ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da
legalidade tributária, C.F., art. 150, I.

IV. - Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não


é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, matéria que não

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 2
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Número do documento: 20040214300500000001072213145
integra o contencioso constitucional...

O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da


contribuição para o SAT/RAT de 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3%
(risco grave), destinadas a financiar os benefícios acidentários e a
aposentadoria especial, poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas,
até 100%, conforme dispuser o regulamento:

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento,


destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial
ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.

O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009)


modificou o regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999),
definindo o Fator Acidentário de Prevenção – FAP como meio para aferir o
desempenho da empresa, conforme sua atividade econômica, relativamente
aos acidentes de trabalho ocorrido num determinado período, nos termos do
§ 3º do art. 22 da Lei 8.212/1991:

Decreto 6.042/2007

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202


serão reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até
cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação
à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de
Prevenção - FAP.

§ 1º O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo


contínuo de cinqüenta centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00),
desprezando-se as demais casas decimais, a ser aplicado à
respectiva alíquota.

§ 2º Para fins da redução ou majoração a que se refere o § 1o,


proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro
da respectiva atividade, por distanciamento de coordenadas

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 3
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20040214300500000001072213145
Número do documento: 20040214300500000001072213145
tridimensionais padronizadas (índices de frequência, gravidade e
custo), atribuindo-se o fator máximo dois inteiros (2,00) àquelas
empresas cuja soma das coordenadas for igual ou superior a seis
inteiros positivos (+6) e o fator mínimo cinquenta centésimos (0,50)
àquelas cuja soma resultar inferior ou igual a seis inteiros negativos
(-6).

Decreto 6.957/2009

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202


serão reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até
cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação
à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de
Prevenção - FAP.

§ 1º O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo


contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000),
aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de
arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado à
respectiva alíquota.

§ 2º Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput,


proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro
da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que
pondera os respectivos percentis com pesos de cinquenta por
cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento,
respectivamente.

Como se vê, os mencionados Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e


as Resoluções 1.308 e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência
Social apenas disciplinaram a metodologia de cálculo do FAP,
regulamentando o art. 10 da Lei 10.666/2003. Diante disso, não cabe ao
Judiciário interferir na atividade regulatória do Poder Executivo para alterar a
alíquota da contribuição previdenciária ou os critérios técnicos dos graus de
risco.

Nesse sentido: AgRg no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro Humberto


Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015:

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 4
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Número do documento: 20040214300500000001072213145
1. A jurisprudência do STJ e do STF reconhece a legalidade do
enquadramento das atividades perigosas desenvolvidas por
empresa por meio de decreto, escalonadas em graus de risco leve,
médio ou grave, com vistas a fixar a contribuição para o Seguro de
Acidentes do Trabalho - SAT/RAT (art. 22, II, da Lei n. 8.212/91).

2. O art. 22, § 3º, da Lei n. 8.212/91 estabelece que a alteração do


enquadramento da empresa, em atenção às estatísticas de
acidente de trabalho que reflitam investimentos realizados na
prevenção de sinistros, constitui ato atribuído pelo legislador
exclusivamente ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
de modo que não cabe ao Poder Judiciário corrigir eventuais
distorções na distribuição da carga tributária, redefinindo alíquotas
destinadas pelo legislador a determinados segmentos econômicos,
postura que implicaria indevida assunção, pelo Judiciário, do papel
de legislador positivo, contrariamente à repartição das
competências estabelecida na Constituição Federal. Precedentes.

3. "A necessidade de estudos estatísticos para fins de alteração da


alíquota relativa à Contribuição ao SAT decorre do disposto no art.
22, § 3º, da Lei 8.212/91 (norma primária). Ressalte-se que, em se
tratando de ato do Poder Público (sujeito ao regime de Direito
Público), milita em favor do regulamento a presunção de
conformidade com a norma primária. Nesse contexto, incumbe ao
ente inconformado com a alíquota fixada/alterada, seja pessoa
de direito público ou privado, comprovar a ausência de
observância de estudos estatísticos, na forma prevista no art.
22, § 3º, da Lei 8.212/91" (EDcl no AgRg no REsp 1.500.745/AL,
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em
23/6/2015, DJe 30/6/2015), hipótese não vislumbrada pela Corte
de origem, que reconheceu a legalidade da majoração porquanto
baseado em dados técnico-estatísticos.

Inexiste, portanto, ofensa a princípios constitucionais: AC 0001326-


51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, 8ª Turma
deste Tribunal em 11.03.2019:

1. Os elementos necessários à aplicação do Fator Acidentário de


Prevenção - FAP sobre o RAT - Riscos Ambientais de Trabalho
(antigo SAT - Seguro contra Acidente do Trabalho) encontram-se
previstos em lei, de forma que as alíquotas previstas na Lei nº

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Número do documento: 20040214300500000001072213145
8.212/1991, em seu art. 22, inciso II (1%, 2% ou 3%), podem ser
reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, conforme o
art. 10 da Lei 10.666/2003, em razão do desempenho da empresa
em relação à atividade econômica, conforme dispuser regulamento
com cálculo segundo metodologia do Conselho Nacional de
Previdência Social (CNPS).

2. Não há que se falar, in casu, na inconstitucionalidade do art. 10,


da Lei 10.666/2003, mormente quando se verifica não ser
necessária a edição de lei complementar para a instituição da
contribuição para o SAT, além da circunstância de que o fato de a
lei prever a edição de regulamento para a complementação dos
conceitos necessários a sua incidência não implica ofensa ao
princípio da legalidade. Aplicação de precedente jurisprudencial do
egrégio Supremo Tribunal Federal.

3. No caso, não há que se cogitar na violação ao princípio da


legalidade e, em consequência, na ofensa aos arts. 5º, II e 150, I,
ambos da Constituição Federal, pelo fato de a fixação de alíquotas
de contribuição do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, que
incidem sobre os Riscos Ambientais do Trabalho - RAT, poderem
ser alteradas por meio de decretos regulamentares. Aplicação de
precedentes jurisprudenciais deste Tribunal Regional Federal.

4. Não implica ofensa ao princípio constitucional da legalidade


o previsto no art. 10, da Lei nº 10.666/2003, especificamente no
que se refere à autorização para regulamentação do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP, realizado pelos Decretos nºs.
6.042/2007 e 6.957/09 e pelas Resoluções MPS/CNPS nº
1.308/09 e nº 1.309/09, do Conselho Nacional de Previdência
Social - CNPS.

5. Em relação ao princípio da irretroatividade (art. 150, III, "a" da


Constituição Federal e arts. 105 e 106 do Código Tributário
Nacional), de igual forma, o cálculo da alíquota do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP não viola tal princípio,
considerando que a utilização de dados estatísticos anteriores para
o cálculo da alíquota devida, não significa necessariamente a
incidência do tributo em período anterior à sua instituição por lei.

6. De igual forma, dado o reconhecimento da constitucionalidade


da Lei nº 10.666/2003, não merece acolhida a tese de tributação

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Número do documento: 20040214300500000001072213145
com efeito sancionatório ou caráter extrafiscal, nem tampouco da
violação ao art. 195, § 4º da Constituição Federal de 1988, tendo
em vista que o Fator Acidentário de Prevenção - FAP, como se
pode perceber, constitui-se em instrumento preventivo dos
acidentes e doenças do trabalho, calculado a partir de índices de
frequência, gravidade e custos dos acidentes do trabalho, cuja
metodologia de cálculo restou a cargo do Poder Executivo, através
do Conselho Nacional de Previdência Social (Resoluções
MPS/CNPS nº 1.308/09 e nº 1.309/09).

DISPOSITIVO

Nego provimento à apelação da impetrante, ficando mantida a


sentença denegatória da segurança.

Publicar e intimar a União/PFN: se não houver recurso, devolver


para o juízo de origem. É desnecessário intimar o MPF.

Brasília, 30.03.2020

NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REIS

Des. Federal Relator

DEMAIS VOTOS

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Número do documento: 20040214300500000001072213145
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) n.0026357-49.2010.4.01.3800


APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogado do(a) APELANTE: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
APELADO: FAZENDA NACIONAL

TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. FATOR


ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO – FAP. CONTRIBUIÇÃO PARA O
SAT/RAT. FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 10 DA LEI 10.666/2003:
LEGALIDADE. PODER JUDICIÁRIO. INTERFERÊNCIA NA ATIVIDADE
REGULATÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. PARÂMETROS ESTATÍSTICOS.
OBSERVÂNCIA.

1. O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a definição por


decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de risco leve,
médio e grave” para fixação da alíquota da contribuição previdenciária para
o custeio do SAT/RAT (RE 343.446-SC, r. Ministro Carlos Velloso, Plenário
em 20.03.2003).

2. O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da contribuição para o


SAT/RAT de 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave),
destinadas a financiar os benefícios acidentários e a aposentadoria especial,
poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas, até 100%, conforme
dispuser o regulamento.

3. O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009) modificou o


regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999), definindo o Fator
Acidentário de Prevenção – FAP como meio para aferir o desempenho da
empresa, conforme sua atividade econômica, relativamente aos acidentes de
trabalho ocorrido num determinado período, nos termos do § 3º do art. 22 da
Lei 8.212/1991.

4. Os mencionados Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e as Resoluções 1.308


e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência Social apenas

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Número do documento: 20040214300500000001072213145
estabeleceram a metodologia de cálculo do FAP, regulamentando, assim, o
art. 10 da Lei 10.666/2003. Diante disso, não cabe ao Judiciário interferir na
atividade regulatória do Poder Executivo para alterar a alíquota da
contribuição previdenciária ou os critérios técnicos dos graus de risco (AgRg
no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em
15.09.2015).

5. "A necessidade de estudos estatísticos para fins de alteração da alíquota


relativa à Contribuição ao SAT decorre do disposto no art. 22, § 3º, da Lei
8.212/91 (norma primária). Ressalte-se que, em se tratando de ato do Poder
Público (sujeito ao regime de Direito Público), milita em favor do regulamento
a presunção de conformidade com a norma primária. Nesse contexto,
incumbe ao ente inconformado com a alíquota fixada/alterada, seja pessoa de
direito público ou privado, comprovar a ausência de observância de estudos
estatísticos, na forma prevista no art. 22, § 3º, da Lei 8.212/91" (EDcl no AgRg
no REsp 1.500.745/AL, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma,
julgado em 23/6/2015, DJe 30/6/2015), hipótese não vislumbrada pela Corte
de origem, que reconheceu a legalidade da majoração porquanto baseado em
dados técnico-estatísticos” (AgRg no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro
Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015).

6. “Não implica ofensa ao princípio constitucional da legalidade o previsto no


art. 10, da Lei nº 10.666/2003, especificamente no que se refere à autorização
para regulamentação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, realizado
pelos Decretos nºs. 6.042/2007 e 6.957/09 e pelas Resoluções MPS/CNPS nº
1.308/09 e nº 1.309/09, do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS”
(AC 0001326-51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo
Mendes, 8ª Turma deste Tribunal em 11.03.2019).

7. Apelação da impetrante desprovida.

ACÓRDÃO

A 8ª Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação da impetrante,


nos termos do voto do relator.

Brasília, 30.03.2020

NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REIS

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 9
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20040214300500000001072213145
Número do documento: 20040214300500000001072213145
Des. Federal Relator

Assinado eletronicamente por: NOVELY VILANOVA DA SILVA REIS - 02/04/2020 14:30:05 Num. 1081941462 - Pág. 10
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Número do documento: 20040214300500000001072213145
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 0026357-49.2010.4.01.3800

RELATÓRIO

A sentença recorrida (02.06.2011) denegou a segurança


requerida pela impetrante/Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda. para
desobrigar de recolher a contribuição para o RAT/SAT com alíquota
majorada pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP, bem assim compensar
o correspondente indébito.

A impetrante apelou alegando, em resumo, a


ilegalidade/inconstitucionalidade do art. 10 da Lei 10.666/2003.

A União respondeu postulando a manutenção da sentença


recorrida. O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento do recurso.

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Número do documento: 20040214300800000001072213146
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA
Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198) n.0026357-49.2010.4.01.3800


APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogado do(a) APELANTE: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
APELADO: FAZENDA NACIONAL

TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. FATOR


ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO – FAP. CONTRIBUIÇÃO PARA O
SAT/RAT. FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 10 DA LEI 10.666/2003:
LEGALIDADE. PODER JUDICIÁRIO. INTERFERÊNCIA NA ATIVIDADE
REGULATÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. PARÂMETROS ESTATÍSTICOS.
OBSERVÂNCIA.

1. O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a definição por


decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de risco leve,
médio e grave” para fixação da alíquota da contribuição previdenciária para
o custeio do SAT/RAT (RE 343.446-SC, r. Ministro Carlos Velloso, Plenário
em 20.03.2003).

2. O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da contribuição para o


SAT/RAT de 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave),
destinadas a financiar os benefícios acidentários e a aposentadoria especial,
poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas, até 100%, conforme
dispuser o regulamento.

3. O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009) modificou o


regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999), definindo o Fator

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Num. 14:30:02
1081941464 - Pág. 1
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Número do documento: 20040214300700000001072213147
Acidentário de Prevenção – FAP como meio para aferir o desempenho da
empresa, conforme sua atividade econômica, relativamente aos acidentes de
trabalho ocorrido num determinado período, nos termos do § 3º do art. 22 da
Lei 8.212/1991.

4. Os mencionados Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e as Resoluções 1.308


e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência Social apenas
estabeleceram a metodologia de cálculo do FAP, regulamentando, assim, o
art. 10 da Lei 10.666/2003. Diante disso, não cabe ao Judiciário interferir na
atividade regulatória do Poder Executivo para alterar a alíquota da
contribuição previdenciária ou os critérios técnicos dos graus de risco (AgRg
no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em
15.09.2015).

5. "A necessidade de estudos estatísticos para fins de alteração da alíquota


relativa à Contribuição ao SAT decorre do disposto no art. 22, § 3º, da Lei
8.212/91 (norma primária). Ressalte-se que, em se tratando de ato do Poder
Público (sujeito ao regime de Direito Público), milita em favor do regulamento
a presunção de conformidade com a norma primária. Nesse contexto,
incumbe ao ente inconformado com a alíquota fixada/alterada, seja pessoa de
direito público ou privado, comprovar a ausência de observância de estudos
estatísticos, na forma prevista no art. 22, § 3º, da Lei 8.212/91" (EDcl no AgRg
no REsp 1.500.745/AL, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma,
julgado em 23/6/2015, DJe 30/6/2015), hipótese não vislumbrada pela Corte
de origem, que reconheceu a legalidade da majoração porquanto baseado em
dados técnico-estatísticos” (AgRg no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro
Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015).

6. “Não implica ofensa ao princípio constitucional da legalidade o previsto no


art. 10, da Lei nº 10.666/2003, especificamente no que se refere à autorização
para regulamentação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, realizado
pelos Decretos nºs. 6.042/2007 e 6.957/09 e pelas Resoluções MPS/CNPS nº
1.308/09 e nº 1.309/09, do Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS”
(AC 0001326-51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo
Mendes, 8ª Turma deste Tribunal em 11.03.2019).

7. Apelação da impetrante desprovida.

ACÓRDÃO

A 8ª Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação da impetrante,

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Num. 14:30:02
1081941464 - Pág. 2
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Número do documento: 20040214300700000001072213147
nos termos do voto do relator.

Brasília, 30.03.2020

NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REIS

Des. Federal Relator

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Num. 14:30:02
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PODER JUDICIÁRIO
Processo Judicial Eletrônico
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

APELAÇÃO CÍVEL (198) n. 0026357-49.2010.4.01.3800

VOTO

O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a


definição por decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de
risco leve, médio e grave” para fixação da alíquota da contribuição
previdenciária para o custeio do SAT/RAT - RE 343.446-SC, r. Ministro
Carlos Velloso, Plenário em 20.03.2003:

I. - Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho


- SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II; Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no
sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154, I, da
Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de
observância da técnica da competência residual da União, C.F.,
art. 154

II. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da


contribuição para o SAT.II. - O art. 3º, II, da Lei 7.787/89, não é
ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4º da
mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos
desiguais.

III. - As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem,
satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a
obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o
regulamento a complementação dos conceitos de "atividade
preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica
ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da
legalidade tributária, C.F., art. 150, I.

IV. - Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não


é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, matéria que não

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1081941465 - Pág. 1
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Número do documento: 20040214300600000001072213148
integra o contencioso constitucional...

O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da


contribuição para o SAT/RAT de 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3%
(risco grave), destinadas a financiar os benefícios acidentários e a
aposentadoria especial, poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas,
até 100%, conforme dispuser o regulamento:

Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento,


destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial
ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta por cento, ou
aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à
respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e
custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social.

O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009)


modificou o regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999),
definindo o Fator Acidentário de Prevenção – FAP como meio para aferir o
desempenho da empresa, conforme sua atividade econômica, relativamente
aos acidentes de trabalho ocorrido num determinado período, nos termos do
§ 3º do art. 22 da Lei 8.212/1991:

Decreto 6.042/2007

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202


serão reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até
cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação
à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de
Prevenção - FAP.

§ 1º O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo


contínuo de cinqüenta centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00),
desprezando-se as demais casas decimais, a ser aplicado à
respectiva alíquota.

§ 2º Para fins da redução ou majoração a que se refere o § 1o,


proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro
da respectiva atividade, por distanciamento de coordenadas

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Num. 14:30:03
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Número do documento: 20040214300600000001072213148
tridimensionais padronizadas (índices de frequência, gravidade e
custo), atribuindo-se o fator máximo dois inteiros (2,00) àquelas
empresas cuja soma das coordenadas for igual ou superior a seis
inteiros positivos (+6) e o fator mínimo cinquenta centésimos (0,50)
àquelas cuja soma resultar inferior ou igual a seis inteiros negativos
(-6).

Decreto 6.957/2009

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202


serão reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até
cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação
à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de
Prevenção - FAP.

§ 1º O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo


contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000),
aplicado com quatro casas decimais, considerado o critério de
arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado à
respectiva alíquota.

§ 2º Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput,


proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro
da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que
pondera os respectivos percentis com pesos de cinquenta por
cento, de trinta cinco por cento e de quinze por cento,
respectivamente.

Como se vê, os mencionados Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e


as Resoluções 1.308 e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência
Social apenas disciplinaram a metodologia de cálculo do FAP,
regulamentando o art. 10 da Lei 10.666/2003. Diante disso, não cabe ao
Judiciário interferir na atividade regulatória do Poder Executivo para alterar a
alíquota da contribuição previdenciária ou os critérios técnicos dos graus de
risco.

Nesse sentido: AgRg no REsp 1.538.487/RS, r. Ministro Humberto


Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015:

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Num. 14:30:03
1081941465 - Pág. 3
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Número do documento: 20040214300600000001072213148
1. A jurisprudência do STJ e do STF reconhece a legalidade do
enquadramento das atividades perigosas desenvolvidas por
empresa por meio de decreto, escalonadas em graus de risco leve,
médio ou grave, com vistas a fixar a contribuição para o Seguro de
Acidentes do Trabalho - SAT/RAT (art. 22, II, da Lei n. 8.212/91).

2. O art. 22, § 3º, da Lei n. 8.212/91 estabelece que a alteração do


enquadramento da empresa, em atenção às estatísticas de
acidente de trabalho que reflitam investimentos realizados na
prevenção de sinistros, constitui ato atribuído pelo legislador
exclusivamente ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
de modo que não cabe ao Poder Judiciário corrigir eventuais
distorções na distribuição da carga tributária, redefinindo alíquotas
destinadas pelo legislador a determinados segmentos econômicos,
postura que implicaria indevida assunção, pelo Judiciário, do papel
de legislador positivo, contrariamente à repartição das
competências estabelecida na Constituição Federal. Precedentes.

3. "A necessidade de estudos estatísticos para fins de alteração da


alíquota relativa à Contribuição ao SAT decorre do disposto no art.
22, § 3º, da Lei 8.212/91 (norma primária). Ressalte-se que, em se
tratando de ato do Poder Público (sujeito ao regime de Direito
Público), milita em favor do regulamento a presunção de
conformidade com a norma primária. Nesse contexto, incumbe ao
ente inconformado com a alíquota fixada/alterada, seja pessoa
de direito público ou privado, comprovar a ausência de
observância de estudos estatísticos, na forma prevista no art.
22, § 3º, da Lei 8.212/91" (EDcl no AgRg no REsp 1.500.745/AL,
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em
23/6/2015, DJe 30/6/2015), hipótese não vislumbrada pela Corte
de origem, que reconheceu a legalidade da majoração porquanto
baseado em dados técnico-estatísticos.

Inexiste, portanto, ofensa a princípios constitucionais: AC 0001326-


51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, 8ª Turma
deste Tribunal em 11.03.2019:

1. Os elementos necessários à aplicação do Fator Acidentário de


Prevenção - FAP sobre o RAT - Riscos Ambientais de Trabalho
(antigo SAT - Seguro contra Acidente do Trabalho) encontram-se
previstos em lei, de forma que as alíquotas previstas na Lei nº

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Num. 14:30:03
1081941465 - Pág. 4
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Número do documento: 20040214300600000001072213148
8.212/1991, em seu art. 22, inciso II (1%, 2% ou 3%), podem ser
reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, conforme o
art. 10 da Lei 10.666/2003, em razão do desempenho da empresa
em relação à atividade econômica, conforme dispuser regulamento
com cálculo segundo metodologia do Conselho Nacional de
Previdência Social (CNPS).

2. Não há que se falar, in casu, na inconstitucionalidade do art. 10,


da Lei 10.666/2003, mormente quando se verifica não ser
necessária a edição de lei complementar para a instituição da
contribuição para o SAT, além da circunstância de que o fato de a
lei prever a edição de regulamento para a complementação dos
conceitos necessários a sua incidência não implica ofensa ao
princípio da legalidade. Aplicação de precedente jurisprudencial do
egrégio Supremo Tribunal Federal.

3. No caso, não há que se cogitar na violação ao princípio da


legalidade e, em consequência, na ofensa aos arts. 5º, II e 150, I,
ambos da Constituição Federal, pelo fato de a fixação de alíquotas
de contribuição do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, que
incidem sobre os Riscos Ambientais do Trabalho - RAT, poderem
ser alteradas por meio de decretos regulamentares. Aplicação de
precedentes jurisprudenciais deste Tribunal Regional Federal.

4. Não implica ofensa ao princípio constitucional da legalidade


o previsto no art. 10, da Lei nº 10.666/2003, especificamente no
que se refere à autorização para regulamentação do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP, realizado pelos Decretos nºs.
6.042/2007 e 6.957/09 e pelas Resoluções MPS/CNPS nº
1.308/09 e nº 1.309/09, do Conselho Nacional de Previdência
Social - CNPS.

5. Em relação ao princípio da irretroatividade (art. 150, III, "a" da


Constituição Federal e arts. 105 e 106 do Código Tributário
Nacional), de igual forma, o cálculo da alíquota do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP não viola tal princípio,
considerando que a utilização de dados estatísticos anteriores para
o cálculo da alíquota devida, não significa necessariamente a
incidência do tributo em período anterior à sua instituição por lei.

6. De igual forma, dado o reconhecimento da constitucionalidade


da Lei nº 10.666/2003, não merece acolhida a tese de tributação

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Num. 14:30:03
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Número do documento: 20040214300600000001072213148
com efeito sancionatório ou caráter extrafiscal, nem tampouco da
violação ao art. 195, § 4º da Constituição Federal de 1988, tendo
em vista que o Fator Acidentário de Prevenção - FAP, como se
pode perceber, constitui-se em instrumento preventivo dos
acidentes e doenças do trabalho, calculado a partir de índices de
frequência, gravidade e custos dos acidentes do trabalho, cuja
metodologia de cálculo restou a cargo do Poder Executivo, através
do Conselho Nacional de Previdência Social (Resoluções
MPS/CNPS nº 1.308/09 e nº 1.309/09).

DISPOSITIVO

Nego provimento à apelação da impetrante, ficando mantida a


sentença denegatória da segurança.

Publicar e intimar a União/PFN: se não houver recurso, devolver


para o juízo de origem. É desnecessário intimar o MPF.

Brasília, 30.03.2020

NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REIS

Des. Federal Relator

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Tribunal Regional Federal da 1ª Região

CERTIDÃO DE PROCESSO EM MIGRAÇÃO PARA O PJe


NO SEGUNDO GRAU

Certifico que os autos físicos deste processo estão em procedimento de digitalização no


segundo grau de jurisdição, observando os termos da Lei n. 11.419/2006, da Resolução
TRF1/Presi n. 22/2014 e da Portaria Presi 8052566/2019, com vistas a realizar a migração dos
autos digitais para o Sistema de Processo Judicial Eletrônico – PJe.
A digitalização no 2º Grau abrange os documentos da primeira instância que integram os
autos recursais, passando a estar disponíveis para consulta e peticionamento no PJe com a sua
conclusão. A migração no primeiro grau só será concluída com a baixa dos autos, ocasião na
qual esta certidão será suprimida, uma vez que suplantada pela certidão lançada nos autos
digitalizados e migrados.
Advogados e procuradores ficam, desde já, cientes da vedação ao peticionamento neste
processo por meio do PJe durante o procedimento de migração.
Demandas urgentes formuladas até a conclusão da migração para o PJe deste processo
deverão ser entregues em meio físico diretamente ao órgão processante/gabinete.
Oportunamente, quando da finalização da migração, as petições e atos efetivados em meio físico
serão digitalizados e incluídos no PJe.
Brasília-DF.
(assinado eletronicamente)

Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 11/04/2020 10:51:34, Usuário do sistema - 11/04/2020 10:51:34 Num. 216402867 - Pág. 1
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Número do documento: 20041110513469600000212658448
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 8ª Turma
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A

APELADO: FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em epígrafe, via
sistema PJe, as partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

Outros participantes: [].

Intimar via sistema PJe o MPF acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em
epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 16 de abril de 2020.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941466 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213149
Número do documento: 20041616571700000001072213149
Coordenadoria da 8ª Turma

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941466 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213149
Número do documento: 20041616571700000001072213149
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 8ª Turma
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A

APELADO: FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em epígrafe, via
sistema PJe, as partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

Outros participantes: [].

Intimar via sistema PJe o MPF acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em
epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 16 de abril de 2020.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941467 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213150
Número do documento: 20041616571700000001072213150
Coordenadoria da 8ª Turma

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941467 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213150
Número do documento: 20041616571700000001072213150
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 8ª Turma
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A

APELADO: FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em epígrafe, via
sistema PJe, as partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

Outros participantes: [].

Intimar via sistema PJe o MPF acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em
epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 16 de abril de 2020.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941468 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213151
Número do documento: 20041616571700000001072213151
Coordenadoria da 8ª Turma

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:17
Num. 1081941468 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571700000001072213151
Número do documento: 20041616571700000001072213151
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Coordenadoria da 8ª Turma
Gab. 23 - DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A

APELADO: FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em epígrafe, via
sistema PJe, as partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

Outros participantes: [].

Intimar via sistema PJe o MPF acerca do inteiro teor do acórdão proferido nos autos do processo em
epígrafe.

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 16 de abril de 2020.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:19, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:19
Num. 1081941469 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571900000001072213152
Número do documento: 20041616571900000001072213152
Coordenadoria da 8ª Turma

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:19, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 16/04/2020 16:57:19
Num. 1081941469 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041616571900000001072213152
Número do documento: 20041616571900000001072213152
PRR1ª REGIÃO-MANIFESTAÇÃO-30888/2020

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Procuradoria Regional da República da 1ª Região

APELAÇÃO CÍVEL
TRF1/DF-0026357-49.2010.4.01.3800-AC

Documento assinado via Token digitalmente por MARCOS JOSE GOMES CORREA, em 17/04/2020 15:28. Para verificar a assinatura acesse
APELANTE: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
APELADO: DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE/MG
RELATOR(A): NOVÉLY VILANOVA DA SILVA REI
8ª TURMA

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave D9DD8404.A1E13B11.52F99783.1ACCD2C5


Excelentíssimo Desembargador Federal Relator,

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Procurador Regional da


República signatário, vem manifestar-se ciente do v. acórdão (Id. 50253074).

Brasília, 16 de abril de 2020.

Assinado eletronicamente
MARCOS JOSÉ GOMES CORRÊA
Procurador Regional da República

Página 1 de 1

Assinado eletronicamente por: MARCOS JOSE GOMES CORREA - 17/04/2020 15:28:28 Num. 1081941470 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20041715284500000001072213153
Número do documento: 20041715284500000001072213153
Inteiro teor em PDF anexo.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941471 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20052518435900000001072213154
Número do documento: 20052518435900000001072213154
AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

APELAÇÃO CÍVEL N. 0026357-49.2010.4.01.3800


Oitava Turma

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA., já qualificada nos


autos da Apelação Cível em epígrafe, em que contende com a UNIÃO, em atenção
ao v. acórdão retro, vem, por seus advogados infra-assinados, nos termos do artigo
102, III, ‘a’ da Constituição e das demais disposições ao caso aplicáveis, apresentar
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, requerendo seja o mesmo, após superadas as
formalidades legais, remetido ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Requer, por oportuno, a juntada do comprovante de recolhimento


do preparo.

Requer, igualmente, que todas as publicações sejam


divulgadas em nome dos advogados Leonel Martins Bispo (OAB/MG 97.449)
e Abílio Machado Neto (OAB/MG 44.068), com esteio no artigo 272, §5º do
Código de Processo Civil.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Horizonte/MG para Brasília/DF, 25 de maio de 2020.

Leonel Martins Bispo Bruno Tourino Damata


OAB/MG 97.449 OAB/MG 153.902

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941472 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20052518435900000001072213155
Número do documento: 20052518435900000001072213155
APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA N. 0026357-49.2010.4.01.3800 / OITAVA
TURMA DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

Recorrente: CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.


Recorrida: UNIÃO

RAZÕES RECURSAIS

I – DA ESPÉCIE

Cuida-se de Recurso Extraordinário ensejado pelo r. acórdão que


negou provimento à Apelação da ora Recorrente, mantendo, assim, a r. sentença
que denegara a segurança. Cumpre rememorar que a pretensão autoral diz
respeito ao reconhecimento do direito ao não pagamento da contribuição ao
SAT/RAT naquilo que for majorada pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP.

II – DA TEMPESTIVIDADE

A intimação do v. acórdão recorrido foi efetivada em 04 de maio de


2020, segunda-feira. Logo, o prazo de 15 (quinze) dias úteis findará no dia 25 de
maio de 2020, segunda-feira. Daí, constata-se a tempestividade deste
Extraordinário.

III – DA REPERCUSSÃO GERAL

Consoante o Regimento Interno deste Pretório Excelsior, para fins


de reconhecimento da repercussão geral, o tema versado no Extraordinário deve ir
além dos interesses subjetivos das partes envolvidas, apresentando, portanto,
repercussão dos pontos de vista econômico, político, social e jurídico1.

1 “Art. 322. O Tribunal recusará recurso extraordinário cuja questão constitucional não oferecer
repercussão geral, nos termos deste capítulo.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941472 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20052518435900000001072213155
Número do documento: 20052518435900000001072213155
In casu, busca-se afastar a majoração da contribuição ao
SAT/RAT, provocada pelo FAP, que é um multiplicador do mencionado tributo. Este
último é exigido da quase totalidade dos contribuintes. Cuida-se, então, de uma
questão tributária que alcança uma enorme quantidade de contribuintes,
impactando, em termos de carga tributária, tanto para os contribuintes quanto para
a União. Daí a repercussão econômica.

Como se está a tratar de um embate exegético que pode retumbar


no reconhecimento da inconstitucionalidade do FAP no que tange aos aumentos
do RAT, o expurgo do FAP do universo jurídico gerará repercussão jurídica, assim
como a sua manutenção.

A repercussão política é atestada a partir do questionamento de um


mecanismo impróprio utilizado pela União para interferir tributariamente no
cotidiano das empresas. Realmente, o que for decidido por esta Alta Corte servirá
inclusive como orientação aos legisladores e aos gestores públicos, no
delineamento de políticas tributárias. Será um parâmetro, uma referência.

Por fim, quanto à repercussão social, a importância do debate se


vincula à manutenção das empresas. Deveras, se estas últimas não mais
suportarem a carga tributária, sucumbindo à crise, terão que restringir empregos e
investimentos. A tributação, como sabido, impacta até mesmo na competitividade
do país, podendo ser um inibidor do desenvolvimento social, se asfixiar as fontes
produtivas.

Anota-se, ainda, ter sido reconhecida a repercussão geral da


matéria dos autos do RE 677.725 (tema 5542) perante esta i. Corte.

Parágrafo único. Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de
questões que, relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, ultrapassem os
interesses subjetivos das partes.”
2http://stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&Pesquis

aEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&
numeroTemaInicial=&numeroTemaFinal=&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFina

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941472 - Pág. 3
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20052518435900000001072213155
Número do documento: 20052518435900000001072213155
Assim sendo, tem-se por cumprido o requisito da demonstração da
repercussão geral.

IV – DA PERTINÊNCIA DO SOBRESTAMENTO DOS AUTOS

Da leitura do v. acórdão ora recorrido, verifica-se que o i. Relator


inaugura seu voto mencionando que este Excelsior STF já a temática. Cita-se
trecho do voto em assunto:

O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a definição por


decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de risco leve,
médio e grave” para fixação da alíquota da contribuição previdenciária
para o custeio do SAT/RAT - RE 343.446-SC, r. Ministro Carlos Velloso,
Plenário em 20.03.2003: (...)

Porém, permissa venia, a questão posta nestes autos não se


encontra pacificada pelo este ilustre Supremo Tribunal Federal.

Como narrado no tópico anterior, os argumentos jurídicos objetos


da presente ação estão sob discussão nos autos do RE 677.725, o qual fora afetado
pelo rito da repercussão geral no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Para melhor
didatismo, colaciona-se abaixo a descrição da tese de repercussão geral nº 554, a
qual será sedimentada quando do julgamento do paradigma supramencionado:

lJulgPV=&classeProcesso=RE&numeroProcesso=677725++++&ministro=&txtRamoDireito=&orde
nacao=asc&botao=

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941472 - Pág. 4
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20052518435900000001072213155
Número do documento: 20052518435900000001072213155
Quanto à sedimentação de entendimentos, estabelece o codex
processual:

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:


(...)
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos
extraordinário e especial repetitivos;

Isto posto, tendo em conta, mutatis mutandis, o art. 1.037, II do


CPC3, requer a Recorrente o sobrestamento do presente feito até o julgamento
do mencionado recurso paradigma (RE 677.725), ato que zelará pela Teoria de
Uniformização de Precedentes, positivada pelo Código de Processo Civil de 2015,
através dos artigos 926 e 927, supracitados.

3 Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do


pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
(...)
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 25/05/2020 18:43:59 Num. 1081941472 - Pág. 5
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Número do documento: 20052518435900000001072213155
V – DO MÉRITO PROPRIAMENTE DITO: CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E
INDEVIDA UTILIZAÇÃO DA EXTRAFISCALIDADE

Da leitura do acórdão objeto deste Extraordinário, verifica-se que,


em seu voto condutor, o d. Relator interpreta o art. 10 da Lei 10.666/2003 com as
normas infralegais, a saber, Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e as Resoluções
1.308 e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência Social, a fim de sustentar
a inexistência da inconstitucionalidade na instituição do FAP, in verbis:

O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da contribuição para


o SAT/RAT de 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave),
destinadas a financiar os benefícios acidentários e a aposentadoria
especial, poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas, até 100%,
conforme dispuser o regulamento:
(...)
O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009) modificou o
regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999), definindo o
Fator Acidentário de Prevenção – FAP como meio para aferir o
desempenho da empresa, conforme sua atividade econômica,
relativamente aos acidentes de trabalho ocorrido num determinado
período, nos termos do § 3º do art. 22 da Lei 8.212/1991:
(...)
Inexiste, portanto, ofensa a princípios constitucionais: AC 0001326-
51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, 8ª
Turma deste Tribunal em 11.03.2019: (...)

Verifica-se que o Egrégio Tribunal Regional Federal da Primeira


Região entendeu pela constitucionalidade das normas em comento, mas isto
distorceu, data maxima venia, princípios estabelecidos pela Carta Magna de 1988.
É o que se passa a demonstrar.

Para dar início à demonstração da infringência perpetrada à


Constituição Federal pelo r. acórdão recorrido, a Recorrente tecerá alguns
apontamentos, passando, após, aos dispositivos constitucionais em reclame.

Pois bem, o FAP foi criado pela Medida Provisória n. 83/2002,


posteriormente convertida na Lei n. 10.666/2003, cujo artigo 10 dispõe:

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Número do documento: 20052518435900000001072213155
Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento,
destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser
reduzida, em até cinquenta por cento, ou aumentada, em até cem por
cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da
empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em
conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de
frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada
pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

Já o Regulamento da Previdência Social passou a prever:

Art. 202-A. As alíquotas constantes nos incisos I a III do art. 202 serão
reduzidas em até cinquenta por cento ou aumentadas em até cem por
cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção - FAP.
§ 1º. O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo
de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com quatro
casas decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta
casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota.
§ 2º. Para fins da redução ou majoração a que se refere o caput,
proceder-se-á à discriminação do desempenho da empresa, dentro da
respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice
composto pelos índices de gravidade, de frequência e de custo que
pondera os respectivos percentis com pesos de cinquenta por cento, de
trinta cinco por cento e de quinze por cento, respectivamente. (...)
§ 4º. Os índices de frequência, gravidade e custo serão calculados
segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social, levando-se em conta: (...). Grifou-se.

O Conselho Nacional da Previdência Social – CNPS aprovou a


metodologia de cálculo dos índices citados, através da Resolução CNPS n. 1.308,
de 27 de maio de 20094. Dela consta:

2.3.1 Índice de Frequência


Indica a incidência da acidentalidade em cada empresa. Para esse índice
são computadas as ocorrências acidentárias registradas por meio de
CAT e os benefícios das espécies B91 e B93 sem registro de CAT, ou
seja, aqueles que foram estabelecidos por nexos técnicos, inclusive por
NTEP. Podem ocorrer casos de concessão de B92 e B94 sem a

4 http://sa.previdencia.gov.br/site/arquivos/office/3_090630-163432-957.pdf

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precedência de um B91 e sem a existência de CAT e nestes casos serão
contabilizados como registros de acidentes ou doenças do trabalho.
O cálculo do índice de frequência é obtido da seguinte maneira:
Índice de frequência = número de acidentes registrados em cada
empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT vinculada, por nexo
técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil).
2.3.2 Índice de gravidade
Indica a gravidade das ocorrências acidentárias em cada empresa. Para
esse índice são computados todos os casos de afastamento acidentário
por mais de 15 dias, os casos de invalidez e morte acidentárias, de
auxílio-doença acidentário e de auxílio-acidente. É atribuído peso
diferente para cada tipo de afastamento em função da gravidade da
ocorrência. Para morte o peso atribuído é de 0,50, para invalidez é 0,30,
para auxílio-doença o peso é de 0,10 e para auxílio acidente o peso é
0,10.
O cálculo do índice de gravidade é obtido da seguinte maneira:
Índice de gravidade = (número de benefícios auxílio doença por acidente
(B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de
benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-
acidente (B94) x 0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil).
2.3.3 Índice de custo
Representa o custo dos benefícios por afastamento cobertos pela
Previdência. Para esse índice são computados os valores pagos pela
Previdência em rendas mensais de benefícios. No caso do auxílio-
doença (B91), o custo é calculado pelo tempo de afastamento, em meses
e fração de mês, do trabalhador. Nos casos de invalidez, parcial ou total,
e morte, os custos são calculados fazendo uma projeção da expectativa
de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda
a população brasileira, considerando- se a média nacional única para
ambos os sexos.
O cálculo do índice de custo é obtido da seguinte maneira:
Índice de custo = valor total de benefícios/valor total de remuneração
paga pelo estabelecimento aos segurados x 1.000 (mil).

A análise da legislação demonstra que é indispensável o


conhecimento de determinados elementos atinentes ao contribuinte, para que se
possam definir os índices de Frequência, Gravidade e Custo, tais como:

1. O nº de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) no período;


2. O número de benefícios auxílio doença (“B91”);
3. O número de benefícios por invalidez (“B92”);
4. O número de benefícios por morte (“B93”);
5. O número de benefícios auxílio acidente (“B94”);
6. O número médio de vínculos no período;
7. O valor total de benefícios; e

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8. O valor total da remuneração paga pelo estabelecimento aos
segurados.

Seguindo no exame da legislação, nota-se que o Regulamento da


Previdência Social estabelece:

Art. 202-A (...)


§ 10. A metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social indicará a sistemática de cálculo e a forma de aplicação de índices
e critérios acessórios à composição do índice composto do FAP.

E o CNPS estabeleceu, através da já citada Resolução CNPS n.


1.308/2009, especificamente no item 2 do seu Anexo, que:

2.4. Geração do Fator Acidentário de Prevenção – FAP por Empresa


Após o cálculo dos índices de frequência, de gravidade e de custo, são
atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse
da CNAE) para cada um desses índices.
Desse modo, a empresa com menor índice de frequência de
acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o
menor percentual e o estabelecimento com maior frequência
acidentária recebe 100%. O percentil é calculado com os dados
ordenados de forma ascendente.
O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas
dessa Subclasse é dado pela fórmula abaixo:
Percentil = 100x(Nordem - 1)/(n - 1)
Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse;
Nordem=posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.
A partir dos percentis de ordem é criado um índice composto, atribuindo
ponderações aos percentis de ordem de cada índice. O critério das
ponderações para a criação do índice composto pretende dar o peso
maior para a gravidade (0,50), de modo que os eventos morte e invalidez
tenham maior influência no índice composto. A frequência recebe o
segundo maior peso (0,35) garantindo que a frequência da acidentalidade
também seja relevante para a definição do índice composto. Por último,
o menor peso (0,15) é atribuído ao custo. Desse modo, o custo que a
acidentalidade representa faz parte do índice composto, mas sem se
sobrepor à frequência e à gravidade. Entende-se que o elemento mais
importante, preservado o equilíbrio atuarial, é dar peso ao custo social da
acidentalidade. Assim, a morte ou a invalidez de um trabalhador que
recebe um benefício menor não pesará muito menos que a morte ou a
invalidez de um trabalhador que recebe um salário de benefício maior.
O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02
para a distribuição dos estabelecimentos dentro de um determinado

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CNAE-Subclasse variar de 0 a 2. Os valores inferiores a 0,5 receberão o
valor de 0,5 que é o menor fator acidentário.
Então, a fórmula para o cálculo do índice composto (IC) é a seguinte:
IC = (0,50 x percentil de gravidade + 0,35 x percentil de frequência + 0,15
x percentil de custo) x 0,02. Grifou-se.

Em outras palavras, depois dos cálculos dos índices de


Frequência, Gravidade e Custo, deve-se apurar os respectivos Percentis e, de
acordo com a metodologia aprovada pelo Conselho, deve-se conhecer o número
de estabelecimentos da subclasse e o chamado Nordem, que nada mais é do que
a posição do índice (frequência, gravidade ou custo) no ordenamento da empresa
na Subclasse CNAE.

Em conclusão, o Nordem representa a classificação do


contribuinte no ranking da subclasse.

Definidos os Percentis de Ordem de Frequência, Gravidade e


Custo, é feito o cálculo do Índice Composto.

Todavia, o acesso ao FAP de cada empresa ficou restrito à própria


empresa, sendo impossível a verificação do ranking de cada contribuinte – visto
que na página eletrônica do FAP, ou mesmo em todo o sítio do Ministério da
Previdência Social, não há o elenco (rol) das empresas em suas subclasses.

Observe-se desde já que o texto regulamentar não traz qualquer


menção à comparação de ranking entre as empresas, mas apenas ordena a
publicação dos índices para que cada contribuinte possa “verificar o respectivo
desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse”.

A omissão quanto à publicação impede, em última análise, a


conferência do próprio índice FAP, visto que este é fixado sob critério de
relativização, conforme previsão no item 2.4, do Anexo II, da Resolução CNPS n.

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1.308/2009, onde se tem que quanto menor o índice de frequência de acidentes e
doenças do trabalho no setor, menor o percentual FAP da empresa, comparada
com as outras do mesmo setor.

O quadro sumariado atesta que não há, em sede legal, todas as


informações necessárias relativas ao aspecto quantitativo do SAT/RAT, pois o FAP,
elemento determinante da alíquota, tem grande parte de sua configuração
estabelecida em atos infralegais e oscilantes, dos quais, igualmente como visto,
sequer é dado ao contribuinte o completo conhecimento. Esta deficiência
normativa acarreta infringência ao princípio da legalidade tributária, várias
vezes citado nos arestos transcritos no r. acórdão recorrido.

Deveras, o artigo 150, I, da Constituição, ao veicular o princípio da


legalidade, não tolera semelhante situação, in verbis:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”

E mais, a legislação não poderia ter se valido de níveis de


acidentalidade para fins de trabalhar extrafiscalmente, tendo em vista que
aludido critério, acidentalidade, jamais foi permitido pela Constituição para
manejo no terreno da extrafiscalidade.

De fato, a Constituição de 1988 prevê, em seu art. 195, que:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de


forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício; (...)

11

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§ 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
(...). Grifou-se.

Verifica-se, da leitura do dispositivo constitucional acima, que as


contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo alteradas em razão de fatores parafiscais.

Entretanto, estes fatores parafiscais limitam-se, exaustivamente, à


atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte, ou ao eventual uso intensivo
de mão-de-obra, ou ao porte da empresa ou, por fim, à condição estrutural do
mercado de trabalho (e desde logo diga-se que “acidente de trabalho” não é
estrutura de mercado).

De outro lado, as alterações da alíquota do RAT, com base nos


índices FAP, têm como objetivo incentivar a melhoria das condições de trabalho e
da saúde do trabalhador, estimulando as empresas a implementarem políticas mais
efetivas de saúde e segurança no trabalho para reduzir a acidentalidade, como
expressamente declarado pela Resolução CNPS n. 1.308/2009, o que torna
evidente o seu caráter parafiscal.

Em que pese o louvável objetivo vertido através da Resolução


CNPS n. 1.308/2009, o fundamento parafiscal adotado pela citada Resolução para
justificar as alterações de alíquotas do RAT não se harmoniza ao preceito
constitucional que autoriza o emprego de caráter parafiscal às alterações de
alíquotas das contribuições previdenciárias.

Isto porque a norma constitucional não traz qualquer


referência à alteração de alíquotas de contribuição social previdenciária com
base em fatores acidentários.

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Daí que há evidente ausência de fundamento normativo para a
perpetrada modificação das alíquotas da contribuição ao RAT, com base na fixação
do FAP, o que demonstra a inconstitucionalidade da exigência de tributo fundada
no referido Fator, por afronta direta ao art. 195, § 9º, da Carta Magna e, igualmente,
por contrariar a legalidade e a publicidade administrativas, princípios ditados pela
Carta Magna em seu art. 375.

Por fim, e não menos importante, cabe mencionar o seguinte trecho


do acórdão recorrido:

Como se vê, os mencionados Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e as


Resoluções 1.308 e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência
Social apenas disciplinaram a metodologia de cálculo do FAP,
regulamentando o art. 10 da Lei 10.666/2003. Diante disso, não cabe ao
Judiciário interferir na atividade regulatória do Poder Executivo para
alterar a alíquota da contribuição previdenciária ou os critérios
técnicos dos graus de risco. Grifou-se.

De fato existe a independência dos poderes (executivo, legislativo


e judiciário). De outra parte, a Lei Maior também garante a todos a possibilidade de
discutir-se a legalidade e, como no presente caso, a constitucionalidade de uma
lei/norma, como forma de preservar os direitos e garantias de seus jurisdicionados6.

Ademais, em face da inconstitucionalidade devidamente explanada


acima, a Recorrente está certa de que este ilustre Supremo Tribunal Federal
exercerá o seu papel de guardião da Constituição7, não deixando os contribuintes,
como a Recorrente, à mercê da autoridade fiscal.

5 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
6 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à


igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
7 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,

cabendo-lhe: (...)

13

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Sendo assim, robustas são as alegações para a reforma do
acórdão, tendo em vista a inconstitucionalidade na majoração do SAT/RAT, em
decorrência da fixação do FAP.

VI – DOS REQUERIMENTOS

Primeiramente, em consonância ao que fora exposto no “item IV”


deste Extraordinário, requer a Recorrente que seja determinado o sobrestamento
do presente feito, até o julgamento do RE 677.725, o qual sedimentará a
controvérsia aqui abordada através da definição do Tema nº 554.

Caso não se entenda pela concessão do pedido acima, requer,


quanto ao mérito em si, o provimento deste Recurso Extraordinário para que seja
reconhecido o direito da Recorrente ao não pagamento da Contribuição ao
SAT/RAT aumentada pela aplicação do FAP.

Como decorrência do pleito anterior, requer a Recorrente que lhe


seja declarado o direito à utilização, via compensação, dos montantes recolhidos
indevidamente por conta da elevação do SAT/RAT em virtude da aplicação do FAP.

Requer, igualmente, que todas as publicações sejam divulgadas


em nome dos advogados Leonel Martins Bispo (OAB/MG 97.449) e Abílio Machado
Neto (OAB/MG 44.068), com esteio no artigo 272, §5º do Código de Processo Civil.

Termos em que, pede deferimento.

De Belo Horizonte/MG para Brasília/DF, 258 de maio de 2020.

Leonel Martins Bispo Bruno Tourino Damata


OAB/MG 97.449 OAB/MG 153.902

14

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Supremo Tribunal Federal 4200-5 / 00333203-9 R$ 29416630000227948-3
Endereço
Praça dos Três Poderes, Brasília - DF, 70175-900
Número do documento CPF/CNPJ Vencimento Valor documento
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CNPJ: 17324203000136
Avenida Dom Pedro II , 2275
Pedro II / Belo Horizonte / MG - 30710010
Instruções
Governo Federal - Guia de Recolhimento da União - GRU Cobrança
Recolhimento de custas:Recursos Interpostos em Instância Inferior
Número do processo na origem: 00263574920104013800
Valor do Recurso Extraordinário: R$ 214,71
Código de controle para reimpressão: 1068661
Após o vencimento, esta GRU é automaticamente cancelada.
Emita uma nova no site do STF - www.stf.jus.br.
A GRU foi emitida com base nos dados informados pelo usuário e nos valores constantes da vigente
tabela de custas.
É de responsabilidade do usuário o eventual pagamento a menor do valor da guia. Autenticação mecânica

Corte na linha pontilhada

001-9 00190.00009 02941.663003 00227.948171 5 82840000021471


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Beneficiário CPF/CNPJ Agência/Código beneficiário
Supremo Tribunal Federal 00.531.640/0001-28 4200-5 / 00333203-9
Endereço
Praça dos Três Poderes, Brasília - DF, 70175-900
Data do documento No documento Espécie doc. Aceite Data process. Nosso número
13/05/2020 1068661 RC N 13/05/2020 29416630000227948-3
Uso do banco Carteira Espécie Quantidade Valor Doc. (=) Valor documento
17 R$ 214,71
Instruções (-) Desconto / Abatimentos
Governo Federal - Guia de Recolhimento da União - GRU Cobrança ******
Recolhimento de custas:Recursos Interpostos em Instância Inferior (-) Outras deduções
Número do processo na origem: 00263574920104013800
Valor do Recurso Extraordinário: R$ 214,71 ******
Código de controle para reimpressão: 1068661 (+) Mora / Multa
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vigente tabela de custas.
(=) Valor cobrado
É de responsabilidade do usuário o eventual pagamento a menor do valor da guia.
214,71

Nome do Pagador/CPF/CNPJ/Endereço
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA.
CNPJ: 17324203000136
Avenida Dom Pedro II , 2275
Pedro II / Belo Horizonte / MG - 30710010 Cód. baixa
Pagador Autenticação mecânica - Ficha de Compensação

Corte na linha pontilhada

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Número do documento: 20052518435900000001072213156
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Número do documento: 20052518435900000001072213156
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

Processo n.º: 0026357-49.2010.4.01.3800

INTIMAÇÃO

Aos 10 de agosto de 2020, INTIMO o(s) recorrido(s), no prazo legal, para manifestação ao RE/RESP.

LEONARDO OLIVEIRA DE ARAUJO

Servidor(a) da Oitava Turma

Assinado eletronicamente por: Leonardo Oliveira de Araujo - 10/08/2020 14:06:43 Num. 1081941474 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081014064300000001072213157
Número do documento: 20081014064300000001072213157
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) FEDERAL PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO.

Ap nº: 0026357-49.2010.4.01.3800

A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), pelo Procurador da Fazenda Nacional que


esta subscreve, nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, à vista do Recurso Extraordinário interposto pela parte e em atenção ao R.
Despacho de fls., apresentar tempestivamente, nos termos do artigo 1.030 do Código de
Processo Civil, as vertentes

CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

na forma do arrazoado em anexo, que deste fazem parte integrante, requerendo o seu
recebimento e regular processamento.

Termos em que,
pede deferimento.

Brasília-DF, 13 de agosto de 2020

Marcos Antonio de F. Costa


Procurador da Fazenda Nacional - PRFN 1ª Região

Assinado eletronicamente por: MARCOS ANTONIO DE FREITAS COSTA - 13/08/2020 13:15:26 Num. 1081941475 - Pág. 1
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Número do documento: 20081313152600000001072213158
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

CONTRA-RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

COLENDA TURMA.

EMINENTES JULGADORES.

1. DOS FATOS:

Cuida-se de Recurso Extraordinário, interposto em com fulcro na alínea “a”


do art. 102, III, da Constituição Federal, contra o v. acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região, que não acolheu a pretensão do recorrente.

Conforme se demonstrará, o recurso não reúne requisitos mínimos para


ultrapassar o juízo de admissibilidade, devendo ser inadmitido liminarmente.

2. DO DIREITO:

2.1. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DO RECURSO:

AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL NA LIDE

Preliminarmente, é preciso considerar que não restou demonstrada a ocorrência


de repercussão geral decorrente da relevância jurídica, econômica, política e social, e em
cumprimento ao disposto nos arts. 102, § 3º, da Constituição Federal, e 1.035 do Código de
Processo Civil, o que inviabiliza o processamento do recurso extraordinário.

A este respeito, prevê a legislação vigente que o Supremo Tribunal Federal, em


decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional
nele versada não oferecer repercussão geral, o que o é caso dos autos, visto que a prestação

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jurisdicional pretendida só terá relevância para as recorrentes.

DA AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

Vê-se que o R. Julgado regional não se manifestou sobre os dispositivos


constitucionais só agora levantados pela impetrante. Opostos Embargos de Declaração, foram
eles rejeitados, não tendo a E. Corte a quo se manifestado sobre a matéria constitucional
suscitada.

Se assim é, se não houve pronunciamento do E. TRF a respeito da questão constitucional


somente agora ventilada pela parte, forçoso é reconhecer ser incabível o presente recurso, pela
ausência completa de prequestionamento da matéria constitucional que daria ensejo ao
Recurso Extraordinário, restando ausente, destarte, o requisito primeiro de viabilidade desta
espécie de apelo recursal, conforme Súmulas STF 282 e 356, com os seguintes enunciados:
Súmula STF 282 “É inadmissível o recurso extraordinário quando não
ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”.

Súmula STF 356 “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”.

Se assim é, se o Tribunal não se manifestou sobre dispositivos constitucionais


suscitados somente agora, é reconhecer ser incabível o presente recurso, pela ausência
completa de prequestionamento da matéria constitucional que daria ensejo ao Recurso
Extraordinário.

Cite-se, nesse passo, V. Acórdão do Pretório Excelso:

“Ementa
CONSTITUCIONAL - ACAO EXPROPRIATORIA - INDENIZACAO - ATUALIZACAO DE
DEBITO - COMPUTO DA INFLACAO REAL MEDIDA PELO IPC - AUSENCIA DE
PREQUESTIONAMENTO - DELIMITACAO TEMATICA DO RECURSO EXTRAORDINARIO
- INCOGNOSCIBILIDADE DO APELO EXTREMO NA HIPOTESE DE CONFLITO
INDIRETO COM A CONSTITUICAO - INAPLICABILIDADE DA SUMULA 400 DO STF A
QUESTOES DE INDOLE CONSTITUCIONAL - AGRAVO IMPROVIDO.

- A ausência, no "thema decidendum", de situação configuradora de litigiosidade


constitucional inviabiliza, por completo, a cognoscibilidade do recurso
extraordinário. O domínio temático do apelo extremo restou substancialmente
restringido com a superveniência da nova Carta Política. Temas de índole comum ou

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de natureza infraconstitucional ou ordinária refogem, agora, ao âmbito do recurso
extraordinário. Sendo evidente a ausência de prequestionamento da matéria
constitucional, torna-se aplicável a Sumula 282 do Supremo Tribunal Federal.

- A inocorrência de conflito direto e frontal com o texto da Constituição torna inviável o


trânsito do recurso extraordinário perante o STF.

- Se a questão constitucional não houver sido apreciada pela decisão recorrida, e


contra esta não forem opostos embargos de declaração destinados a suprir a
omissão constatada, torna-se inadmissível a utilização da via recursal extraordinária.

- A jurisprudência do STF, mesmo sob a égide da Constituição de 1988, continua a


exigir o prequestionamento explícito da matéria constitucional. A ofensa a Lei
Fundamental da Republica - que se supõe direta e imediata - não dispensa o requisito
essencial do prequestionamento, que não se admite implícito.

- Temas de índole constitucional não se expõem, em função da própria natureza de que se


revestem, à incidência do enunciado 400 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Essa
formulação sumular não tem qualquer pertinência e aplicabilidade às causas que veiculem,
perante o Supremo Tribunal Federal, em sede recursal extraordinária, questões de direito
constitucional positivo. Em uma palavra: em matéria constitucional não há que cogitar de
interpretação razoável. A exegese de preceito inscrito na Constituição da Republica, muito
mais do que simplesmente razoável, ha de ser juridicamente correta.

- A eventual inobservância, pelo órgão judiciário, do dever juridico-processual de proferir


sentença certa (CPC, art. 461) não se erige a condição de tema constitucional e nem se
confunde, para efeito de acesso a via do recurso extraordinário, com a ausência de
prestação jurisdicional”. (grifos nossos)

(STF, AI 145680 AgR/SP, Relator Min. CELSO DE MELLO, PRIMEIRA TURMA, DJ 30-04-
93, PP-07567)

DO NÃO-CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA ALÍNEA “A”


DO INCISO III DO ART. 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Ora, o cabimento do Recurso Extraordinário tem os contornos definidos pelo art.


102, inciso III, da Constituição Federal, que determina:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constituição, cabendo-lhe:

(...)

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III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição”.

Vê-se, pois, que, na hipótese da alínea “a” do permissivo constitucional, deve o


Recorrente demonstrar que o R. Julgado regional contrariou dispositivo da Carta Constitucional.

Como se verifica da peça recursal, o(s) Recorrente(s) limitou(aram)-se a aduzir razões, sem
indicar precisamente onde os dispositivos constitucionais que menciona teriam sido vulnerados.

De outro lado, a teor de pacífica jurisprudência do Pretório Excelso, somente a afronta direta e
frontal a preceito constitucional autoriza Recurso Extraordinário, estando excluída a
alegação de infringência que seja indireta, reflexa ou oblíqua.

Ausente, assim, a demonstração da violação do Texto Constitucional,


inadmissível o Apelo Extraordinário ofertado, até porque se trata de recurso cuja vocação não é
propriamente a rediscussão da matéria e, sim, a preservação da ordem constitucional e a
uniformização de sua interpretação.

Por pertinente, cite-se o seguinte V. Aresto do C. Supremo Tribunal Federal:

“EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO


EXTRAORDINÁRIO: PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO.
AGRAVO.

1. Não conseguiu a agravante abalar os fundamentos da decisão agravada, segundo os


quais não se focalizou, no aresto do T.S.T., questão constitucional, que pudesse ser
reexaminada em R.E.

2. De resto, é pacífica a jurisprudência do S.T.F., no sentido de não admitir em R.E.,


alegação de ofensa indireta à C.F., por má interpretação e/ou aplicação e mesmo
inobservância de normas infraconstitucionais. 3. E jurisdição foi prestada, ainda que
contrariamente aos interesses da agravante. 4. Agravo improvido”.

(STF, AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 204133/SP,


Relator Min. SYDNEY SANCHES, Primeira Turma)

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Ademais, as razões recursais alinham fundamentos de ordem
infraconstitucional, que não têm qualquer cabimento em sede de Apelo Extraordinário.
Neste sentido, cumpre aduzir que, em diversos casos, o Pretório Excelso chegou à inarredável
conclusão de que “ a interpretação de norma infraconstitucional -- interpretação razoável ou até
desarrazoada -- exaure-se no âmbito do recurso especial” (AI 156165 AgR/DF, Relator Min.
CARLOS VELLOSO, SEGUNDA TURMA, DJ 29-09-95, p. 31909).

2.2. DO MÉRITO RECURSAL

Verifica-se que o recorrente trata não só de questões fáticas, como também


invoca em sua defesa fundamentos de ordem legal, sem apontar qual teria sido a ofensa à
Constituição de molde a viabilizar o processamento do presente recurso extraordinário.

Todavia, se ultrapassadas as preliminares, quanto ao mérito o recurso não deve ser provido,
porquanto a jurisprudência desse e. STF já se encontra assentada em sentido oposto à pretensão
do recorrente.
Manifestamente improcedente, destarte, o Apelo Extraordinário, como se demonstrou.

3. DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer a Fazenda Nacional seja INADMITIDO o Recurso


Extraordinário interposto, por absoluta falta de pressupostos, com fulcro na Súmula STF 322, e,
se assim não for entendido, o que se admite ad argumentadum, seja ele, perante o Egrégio
Supremo Tribunal Federal, JULGADO DESPROVIDO, mantendo-se o V. Acórdão recorrido por
seus próprios e bem lançados fundamentos, com o que será feita lídima Justiça.

Termos em que, pede deferimento.

Brasília-DF, 13 de agosto de 2020

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Número do documento: 20081313152600000001072213158
Marcos Antonio de F. Costa
Procurador da Fazenda Nacional - PRFN 1ª Região

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Número do documento: 20081313152600000001072213158
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

Vice-Presidência

Processo Judicial Eletrônico

APELAÇÃO CÍVEL (198)0026357-49.2010.4.01.3800


APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
APELADO: FAZENDA NACIONAL

DECISÃO

Trata-se de recurso extraordinário interposto por CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA contra acórdão
deste Tribunal Regional Federal que negou provimento à apelação, conforme decisão abaixo ementada:

TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO – FAP.


CONTRIBUIÇÃO PARA O SAT/RAT. FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA. ART. 10 DA LEI 10.666/2003: LEGALIDADE.
PODER JUDICIÁRIO. INTERFERÊNCIA NA ATIVIDADE REGULATÓRIA: IMPOSSIBILIDADE. PARÂMETROS
ESTATÍSTICOS. OBSERVÂNCIA. 1. O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional a definição por
decreto dos conceitos de “atividade preponderante, graus de risco leve, médio e grave” para fixação da alíquota
da contribuição previdenciária para o custeio do SAT/RAT (RE 343.446-SC, r. Ministro Carlos Velloso, Plenário
em 20.03.2003). 2. O art. 10 da Lei 10.666/2003 previu que as alíquotas da contribuição para o SAT/RAT de
1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave), destinadas a financiar os benefícios acidentários e a
aposentadoria especial, poderão ser reduzidas, em até 50%, ou majoradas, até 100%, conforme dispuser o
regulamento. 3. O Decreto 6.042/2007 (alterado pelo Decreto 6.957/2009) modificou o regulamento da
Previdência Social (Decreto 3.048/1999), definindo o Fator Acidentário de Prevenção – FAP como meio para
aferir o desempenho da empresa, conforme sua atividade econômica, relativamente aos acidentes de trabalho
ocorrido num determinado período, nos termos do § 3º do art. 22 da Lei 8.212/1991. 4. Os mencionados
Decretos 6.042/2007 e 6.957/2009 e as Resoluções 1.308 e 1.309/2009 do Conselho Nacional da Previdência
Social apenas estabeleceram a metodologia de cálculo do FAP, regulamentando, assim, o art. 10 da Lei
10.666/2003. Diante disso, não cabe ao Judiciário interferir na atividade regulatória do Poder Executivo
para alterar a alíquota da contribuição previdenciária ou os critérios técnicos dos graus de risco (AgRg no REsp
1.538.487/RS, r. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015). 5. "A necessidade de estudos
estatísticos para fins de alteração da alíquota relativa à Contribuição ao SAT decorre do disposto no art. 22, §
3º, da Lei 8.212/91 (norma primária). Ressalte-se que, em se tratando de ato do Poder Público (sujeito ao
regime de Direito Público), milita em favor do regulamento a presunção de conformidade com a norma primária.
Nesse contexto, incumbe ao ente inconformado com a alíquota fixada/alterada, seja pessoa de direito público
ou privado, comprovar a ausência de observância de estudos estatísticos, na forma prevista no art. 22, § 3º, da
Lei 8.212/91" (EDcl no AgRg no REsp 1.500.745/AL, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado
em 23/6/2015, DJe 30/6/2015), hipótese não vislumbrada pela Corte de origem, que reconheceu a legalidade
da majoração porquanto baseado em dados técnico-estatísticos” (AgRg no REsp 1.538.487/RS, r.
Ministro Humberto Martins, 2ª Turma do STJ em 15.09.2015). 6. “Não implica ofensa ao princípio constitucional
da legalidade o previsto no art. 10, da Lei nº 10.666/2003, especificamente no que se refere à autorização para
regulamentação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP, realizado pelos Decretos nºs. 6.042/2007 e 6.957/09
e pelas Resoluções MPS/CNPS nº 1.308/09 e nº 1.309/09, do Conselho Nacional de Previdência Social –
CNPS” (AC 0001326-51.2010.4.01.3307, r. Des. Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, 8ª Turma deste
Tribunal em 11.03.2019). 7. Apelação da impetrante desprovida.

Alega, o Recorrente, à CRFB/88. Aduz, em síntese, o seguinte:

O quadro sumariado atesta que não há, em sede legal, todas as informações necessárias relativas ao aspecto
quantitativo do SAT/RAT, pois o FAP, elemento determinante da alíquota, tem grande parte de sua
configuração estabelecida em atos infralegais e oscilantes, dos quais, igualmente como visto, sequer é dado ao
contribuinte o completo conhecimento. Esta deficiência normativa acarreta infringência ao princípio da
legalidade tributária, várias vezes citado nos arestos transcritos no r. acórdão recorrido. [...] E mais, a legislação
não poderia ter se valido de níveis de acidentalidade para fins de trabalhar extrafiscalmente, tendo em vista que
aludido critério, acidentalidade, jamais foi permitido pela Constituição para manejo no terreno da
extrafiscalidade.

Assinado eletronicamente por: FRANCISCO DE ASSIS BETTI - 03/08/2021 18:00:15 Num. 1081941476 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080318001500000001072213159
Número do documento: 21080318001500000001072213159
É o breve relatório. Decido.

Considerando que o Supremo Tribunal Federal considerou haver repercussão geral na discussão aventada pelo
Recorrente (Tema 554 – “Recurso extraordinário em que se discute, à luz do inciso II do art. 5º, do § 1º do art. 37, do § 1º do art.
145, bem como dos incisos I, II, III (alínea a) e IV do art. 150, todos da Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não, do art.
10 da Lei 10.666/2003 e de sua regulamentação pelo art. 202-A do Decreto 3.048/99, com a redação conferida pelo Decreto
6.957/2009. Dispositivos que disciplinaram a redução ou a majoração das alíquotas de contribuição ao Seguro do Acidente do
Trabalho – SAT, atualmente denominado Riscos Ambientais do Trabalho - RAT, em razão do desempenho da empresa, a ser
aferido de acordo com o Fator Acidentário de Prevenção - FAP, fixado a partir de índices calculados segundo metodologia
aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, órgão integrante do Poder Executivo”), determino o sobrestamento do
presente recurso extraordinário, nos termos do que dispõe o art. 1.030, inciso III, do Código de Processo Civil de 2015, até o
pronunciamento daquela Corte sobre o tema.

Publique-se. Intimem-se.

Desembargador Federal FRANCISCO DE ASSIS BETTI

Vice-Presidente

Assinado eletronicamente por: FRANCISCO DE ASSIS BETTI - 03/08/2021 18:00:15 Num. 1081941476 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080318001500000001072213159
Número do documento: 21080318001500000001072213159
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 3 de agosto de 2021.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16
Num. 1081941477 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080318001600000001072213160
Número do documento: 21080318001600000001072213160
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 3 de agosto de 2021.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16
Num. 1081941478 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080318001600000001072213161
Número do documento: 21080318001600000001072213161
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 3 de agosto de 2021.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 03/08/2021 18:00:16
Num. 1081941479 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080318001600000001072213162
Número do documento: 21080318001600000001072213162
A contribuinte manifesta sua ciência quanto à r. decisão de ID 144602047, que sobrestou o seu Recurso
Extraordinário.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 04/08/2021 09:01:56 Num. 1081941480 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21080409015600000001072213163
Número do documento: 21080409015600000001072213163
A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), por sua Procuradoria da Fazenda Nacional, vem, nos autos do
processo em epígrafe, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, manifestar ciência do(a) r.
despacho/decisão/sentença retro proferido(a).
Local e data do protocolo.

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRE MONNERAT SOLON DE PONTES PINHEIRO REIS - 13/08/2021 23:42:59 Num. 1081941481 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21081323425900000001072213164
Número do documento: 21081323425900000001072213164
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800

CERTIDÃO

Certifico que os presentes autos ficarão sobrestados nesta Divisão de Sobrestamento e


Arquivo Judicial - DISAR, em cumprimento à decisão ID 144602047, aguardando julgamento do
Recurso Extraordinário (Repercussão Geral), pelo Supremo Tribunal Federal.

Brasília, 14 de outubro de 2021.

Albertina da Conceição Tibúrcio Mariano

Divisão de Sobrestamento e Arquivo Judicial - Disar

Assinado eletronicamente por: Albertina da Conceicao Tiburcio Mariano - 14/10/2021 13:20:50 Num. 1081941482 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21101413205000000001072213165
Número do documento: 21101413205000000001072213165
Tribunal Regional Federal da 1ª Região

Vice-Presidência

APELAÇÃO CÍVEL (198)0026357-49.2010.4.01.3800


APELANTE: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Advogados do(a) APELANTE: ABILIO MACHADO NETO - MG44068-A, LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A
APELADO: FAZENDA NACIONAL

DECISÃO

Trata-se de recurso extraordinário interposto pela parte autora, com fundamento no art. 102, III, a, da
Constituição Federal, que objetivava o reconhecimento da inexigibilidade da contribuição por Risco de Acidente do Trabalho
(RAT) com a aplicação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Em suas razões recursais, tece considerações sobre a repercussão geral que gira em torno do tema. Alega,
ainda, ofensa ao art. 150, I, da CF/88.

É o breve relatório. Decido.

Sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, no julgamento do Recurso
Extraordinário – RE nº 677725 (Tema 554) , firmou a tese de que o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), previsto no art. 10 da
Lei nº 10.666/2003, nos moldes do regulamento promovido pelo Decreto 3.048/99 (RPS), atende ao princípio da legalidade
tributária (art. 150, I, CRFB/88) (Recurso Extraordinário Relator(a): Min. Luiz Fux Julgamento: 11/11/2021 Publicação:
16/12/2021 Órgão julgador: Tribunal Pleno Publicação Processo Eletrônico Repercussão Geral - Mérito DJe-247; Divulg 15-
12-2021 PUBLIC 16-12-2021).

Ante o exposto, com fundamento na alínea b do inciso I do art. 1.030 do Código de Processo Civil, nego
seguimento ao recurso extraordinário.

Intime-se. Publique-se.

Brasília-DF, 11 de março de 2022.

Desembargadora Federal ÂNGELA CATÃO


Corregedora Regional no exercício da Vice-Presidência do TRF1

Assinado eletronicamente por: Angela Maria Catao Alves - 11/03/2022 09:26:50 Num. 1081941483 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031109265000000001072213166
Número do documento: 22031109265000000001072213166
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 11 de março de 2022.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51
Num. 1081941484 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031109265100000001072213167
Número do documento: 22031109265100000001072213167
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 11 de março de 2022.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51
Num. 1081941485 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031109265100000001072213168
Número do documento: 22031109265100000001072213168
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Divisão de Processamento dos Feitos da Presidência

INTIMAÇÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

FINALIDADE: Intimar acerca do último ato proferido nos autos do processo em epígrafe, via sistema PJe, as
partes:

Polo ativo: [CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA - CNPJ: 17.324.203/0001-36 (APELANTE)].

Polo passivo: [FAZENDA NACIONAL - CNPJ: 00.394.460/0160-64 (APELADO)].

OBSERVAÇÃO 1 (INTIMAÇÕES VIA SISTEMA): DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS


(art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)
dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente
realizada na data do término desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere
no campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não
vincular a petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores
informações, favor consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Brasília-DF, 11 de março de 2022.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:51
Num. 1081941486 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031109265100000001072213169
Número do documento: 22031109265100000001072213169
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gabinete da Vice Presidência

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800 PROCESSO REFERÊNCIA: 0026357-49.2010.4.01.3800


CLASSE: APELAÇÃO CÍVEL (198)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONEL MARTINS BISPO - MG97449-A e ABILIO MACHADO NETO - MG44068-
A
POLO PASSIVO:FAZENDA NACIONAL

INTIMAÇÃO DAS PARTES DO ÚLTIMO ATO JUDICIAL PROFERIDO

Partes intimadas do ato proferido:

CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA:


Meio: Sistema
Prazo: 15 dias

FAZENDA NACIONAL:
Meio: Sistema
Prazo: 30 dias

BRASÍLIA, 11 de março de 2022.

Gabinete da Vice Presidência

Assinado eletronicamente por: Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:52, Processo Judicial Eletronico PJe 1.4.3 - 11/03/2022 09:26:52
Num. 1081941487 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031109265200000001072213170
Número do documento: 22031109265200000001072213170
A contribuinte manifesta ciência quanto à v. decisão de ID 195275589, que negou seguimento ao seu
Recurso Extraordinário.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 14/03/2022 07:58:46 Num. 1081941488 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22031407584600000001072213171
Número do documento: 22031407584600000001072213171
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO
SECRETARIA JUDICIÁRIA
COORDENADORIA DA CORTE ESPECIAL, DAS SEÇÕES E DE FEITOS DA PRESIDÊNCIA
DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DOS FEITOS DA PRESIDÊNCIA

APELAÇÃO CÍVEL (198) 0026357-49.2010.4.01.3800

CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO

Certifico e dou fé que transcorreu o prazo legal sem que nada fosse arguido em relação à(s)
decisão(ões) retro e que o v. acórdão transitou em julgado.

Faço BAIXA DEFINITIVA ao Juízo de origem.

Brasília-DF, 16 de maio de 2022.

MARLI GOMES DE SOUSA

Diretora da DIFEP

Assinado eletronicamente por: Tania Petrucia Dantas Ferreira - 16/05/2022 16:03:32 Num. 1081941489 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22051616033200000001072213172
Número do documento: 22051616033200000001072213172
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800

INFORMAÇÃO AUTOMÁTICA
EXPEDIENTES DO PROCESSO

O sistema Processo Judicial Eletrônico informa que até a presente data (16 de maio de 2022) foram expedidos os
seguintes atos de comunicação neste processo:

Identificador do expediente: 31579932


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: FAZENDA NACIONAL
Representante: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Expedição eletrônica (11/03/2022 09:26:51)
O sistema registrou ciência em 2022-03-21 23:59:59.0
Prazo: 30 dias
Data limite prevista para manifestação: 06/05/2022 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 31579931


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Expedição eletrônica (11/03/2022 09:26:51)
ABILIO MACHADO NETO registrou ciência em 2022-03-14 07:57:37.944
Prazo: 15 dias
Data limite prevista para manifestação: 04/04/2022 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 23582302


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: FAZENDA NACIONAL
Representante: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Expedição eletrônica (03/08/2021 18:00:16)
ALEXANDRE MONNERAT SOLON DE PONTES PINHEIRO REIS registrou ciência em 2021-
08-13 23:42:59.662
Prazo: 30 dias
Data limite prevista para manifestação: 27/09/2021 23:59:59
Expediente fechado

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 REGIAO - 16/05/2022 16:03:46, TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 1081941490
Num. REGIAO - 16/05/2022
- Pág.16:03
1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22051616034600000001072213173
Número do documento: 22051616034600000001072213173
Identificador do expediente: 23582303
Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Expedição eletrônica (03/08/2021 18:00:16)
ABILIO MACHADO NETO registrou ciência em 2021-08-04 08:56:34.217
Prazo: 15 dias
Data limite prevista para manifestação: 26/08/2021 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 4797824


Tipo de documento utilizado: Intimação - Usuário do Sistema
Destinatário: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Diário Eletrônico (31/12/2019 12:41:16)
Prazo: sem prazo
Expediente fechado

Identificador do expediente: 5937790


Tipo de documento utilizado: Intimação de pauta
Destinatário: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Diário Eletrônico (12/03/2020 16:55:57)
O sistema registrou ciência em 2020-03-16 00:00:00.0
Prazo: 5 dias
Data limite prevista para manifestação: 23/03/2020 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 6578449


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: Ministério Público Federal
Representante: Procuradoria-Regional da República da 1ª Região
Expedição eletrônica (16/04/2020 16:57:19)
Ministério Público Federal registrou ciência em 2020-04-17 15:28:39.178
Prazo: 30 dias
Data limite prevista para manifestação: 15/06/2020 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 6578447


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: FAZENDA NACIONAL
Representante: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Expedição eletrônica (16/04/2020 16:57:19)
O sistema registrou ciência em 2020-05-04 23:59:59.999
Prazo: 30 dias
Data limite prevista para manifestação: 16/06/2020 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 5930824


Tipo de documento utilizado: Intimação de pauta
Destinatário: FAZENDA NACIONAL
Representante: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Expedição eletrônica (12/03/2020 13:58:32)
Prazo: sem prazo
Data limite prevista para ciência expressa: 04/05/2020 23:59:59

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 REGIAO - 16/05/2022 16:03:46, TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 1081941490
Num. REGIAO - 16/05/2022
- Pág.16:03
2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22051616034600000001072213173
Número do documento: 22051616034600000001072213173
Expediente fechado

Identificador do expediente: 5930825


Tipo de documento utilizado: Intimação de pauta
Destinatário: Ministério Público Federal
Representante: Procuradoria-Regional da República da 1ª Região
Expedição eletrônica (12/03/2020 13:58:32)
Prazo: sem prazo
Data limite prevista para ciência expressa: 04/05/2020 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 6578448


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
Expedição eletrônica (16/04/2020 16:57:19)
O sistema registrou ciência em 2020-05-04 23:59:59.999
Prazo: 15 dias
Data limite prevista para manifestação: 25/05/2020 23:59:59
Expediente fechado

Identificador do expediente: 10387317


Tipo de documento utilizado: Intimação
Destinatário: FAZENDA NACIONAL
Representante: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 1ª Região
Expedição eletrônica (10/08/2020 14:06:43)
MARCOS ANTONIO DE FREITAS COSTA registrou ciência em 2020-08-13 13:15:26.723
Prazo: 30 dias
Data limite prevista para manifestação: 25/09/2020 23:59:59
Expediente fechado

BRASÃLIA, 16 de maio de 2022.

(assinado eletronicamente)

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 REGIAO - 16/05/2022 16:03:46, TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 1081941490
Num. REGIAO - 16/05/2022
- Pág.16:03
3
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22051616034600000001072213173
Número do documento: 22051616034600000001072213173
Seção Judiciária de Minas Gerais
22ª Vara Federal Cível da SJMG
Processo: 0026357-49.2010.4.01.3800
ATO ORDINATÓRIO

Intimem-se as partes para ciência do retorno dos autos do TRF bem como para
requererem o que entender de direito no prazo de 05 (cinco) dias.

Belo Horizonte, 2 de agosto de 2022


PAULO SOUZA LOPES

Assinado eletronicamente por: PAULO SOUZA LOPES - 02/08/2022 13:10:43 Num. 1248379748 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080213101400900001237862930
Número do documento: 22080213101400900001237862930
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Minas Gerais
22ª Vara Federal Cível da SJMG

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe

(ADVOGADO)

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONARDO GUEDES DE CARVALHO - MG67539 e ABILIO MACHADO NETO -
MG44068
POLO PASSIVO:DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG e outros

FINALIDADE: Intimar o advogado da parte AUTORA acerca do(a) ato ordinatório proferido(a) nos autos do
processo em epígrafe.

OBSERVAÇÃO: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06: A
consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do
envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse
prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

BELO HORIZONTE, 5 de agosto de 2022.

(assinado digitalmente)

Diretor(a) de Secretaria do(a) 22ª Vara Federal Cível da SJMG

Assinado eletronicamente por: MARCIO OTAVIANO DE SOUZA FABRI - 05/08/2022 12:41:16 Num. 1255553270 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080512404391300001244981931
Número do documento: 22080512404391300001244981931
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Minas Gerais
22ª Vara Federal Cível da SJMG

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe


(FAZENDA NACIONAL)

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONARDO GUEDES DE CARVALHO - MG67539 e ABILIO MACHADO NETO -
MG44068
POLO PASSIVO:DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG e outros

FINALIDADE: Dar ciência dos termos do(a) ato ordinatório proferido(a).

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06:
A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data
do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

BELO HORIZONTE, 5 de agosto de 2022.

(assinado digitalmente)

Diretor(a) de Secretaria do(a) 22ª Vara Federal Cível da SJMG

Assinado eletronicamente por: MARCIO OTAVIANO DE SOUZA FABRI - 05/08/2022 12:41:17 Num. 1255553271 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080512401895500001244981932
Número do documento: 22080512401895500001244981932
A Impetrante manifesta ciência quanto ao r. Ato Ordinatório de ID 1248379748, nada tendo a
requerer.

Assinado eletronicamente por: ABILIO MACHADO NETO - 08/08/2022 10:04:06 Num. 1257914765 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080810034784600001247321445
Número do documento: 22080810034784600001247321445
A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), por sua Procuradoria da Fazenda Nacional, vem, nos autos do
processno em epígrafe, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, vem manifestar ciência do
retorno dos autos e requerer seja certificada a existência de depósito.
Local e data do protocolo.

LÍGIA FERREIRA NETTO CARAZZA


Procuradora da Fazenda Nacional
Procurador(a) da Fazenda Nacional
(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: LIGIA FERREIRA NETTO CARAZZA - 09/08/2022 11:34:42 Num. 1261220273 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080911342974200001250593939
Número do documento: 22080911342974200001250593939
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Minas Gerais
22ª Vara Federal Cível da SJMG

PROCESSO Nº 0026357-49.2010.4.01.3800

CERTIDÃO

Certifico que foram efetuados depósitos à disposição deste juízo na conta 0621.280.00511805-8,
vinculado a este processo, conforme documento que junto a seguir.

BELO HORIZONTE, 15 de setembro de 2022.

MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS

Servidor

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282841392 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091515584188400001271981567
Número do documento: 22091515584188400001271981567
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito


0621 280.00511_805-8 0204_ _____
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31)3261-7877
|04 - Seção | 0 5 - Comarca 06 - UF 14 - Numero do DEBCAD, CNPJ, CEI, NIT/PIS/PASEP, CPFÍ
JMG _ _ JBELO HORIZONTE _ [MG 17324203/0001-36 __ _ ____
07 - Vara 108 - Ação 1 5 - Data do vencimento
022 [00120 1 9/08/20 1J
O O 09 - Autor 16 - Valor do principal
ro m iCERÀMICAS NACIONAIS REUNIDAS_LTDA _ 2.567,94
10 - Réu 17 - Alm /multa e |uros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
11 - Número do processo J18 - V a l o r total
263574920104013800 Í2.567.94

Código de barra

37 031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTí RIO L>A PRLVIULNCIA t. ASSISTi NCIA SÓCIA! - MI-AS
I N S M I U I O NACIONAL. DO SFGURO SOCIAL l MSS CAI\A
PflEVIOENCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação cio deposito na CAIXA


0621 ?80 0051 180í) 8
O? - Nome do contribuinte; 03 Telefono
;CERÀMICAS NACIONAIS REUNIDAS l IDA
04 - Seção 05 - Comarca M Numero do DEBCAD CNRJ Chi NIT/PIS/PASEP. CA1
MG Belo Horizonte M :>>?A 203/0001 -;i(i
07 - V a r a '08 Ação l') D;it;s do vencimento
022 |001>rj 70/1 l / 1 l
09 - Autor 11G • \Ailor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LIDA |7 7 1 1 O?
10 - Réu ! 1 '/ - A t r n /multa e juros
DELEGACIA DA RLCEHA I-EDLIÍAL DO BRASIL EM BELO
HORI/ONIL
1 l - Numero do processo

^635 /492 0104 0138 00

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 2
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
&"-•-•"
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOÍ l AL
Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do deposito


0621_28p_00511805-8 0204
02 - Nome do contribuinte 103 -Telefone J13 - Competência do deposito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA 1^31)3261-7877 108/2011
04 - Seção 05 - Comarca 06 - UF | 114 - Numero do DEBCAD, CNPJ, CEI, NIT/PIS/PASEP. CPF,
MG BELO HORIZONTE MG. _ _ ! í 1 7 324_203/Q001-36 _ ,'
07 - Vara 108 - Acão l ! 1 5 - Data do vencimento '
(20/09/2011
02?
l _ . .
)09 - Autor 116 - Valor do principal
[CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA J2 600.2_9
10 - Réu ,H7 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
11 - Número do processo •18 - Valor total
26357492.0104013800 |2600.29
m S
O </>
O) UJ

Código de barra

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 3
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do deposito na CAIXA h? - Código do deposito


0621 280.00511805-8 J0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone |13 - Competência do depósito '
CE_RÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31)3761-7877 |09/2011 l
104 • Seção (05 - Comarca '06 - UF j M Numero do DEBCAD. CNPJ, CLI, NIT/PIS/PASEP. CPF,
IMG [BELO HORIZONTE 'MG ' l 7 32-1 203/0001-36
|07 - Vara J08 - Ação 11S - Uata do vencimento |
(20/10/2011 i
022 00120
>. . _ _ . _ . !
[09 - Autor 16 - Valor do principal
[CERÂMICAS NACIONAJS REUNIDAS LTDA 271826 _ ;
10-Réu |17 - Atm /multa e |uros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
[HORIZONTE _ _
11 - Número do processo 18 - Valor total
[263574920104 0138.00 [2 718 26

Código de baria

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 4
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVÍOENCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal
itosdaCAIX/

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito


0621.28000511805-8 0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31) 3261-7877 05/2011
04 - Seção 05 - Comarca 1 06 - UF 14 - Numero do DEBCAD, CNPJ; CEI, NIT/PIS/PASEP; CPF
2a via - Controle de Depôs

MG Belo Horizonte MG 17.324203/0001-36


07 - Vara 08 - Ação 15 - Data do vencimento
ia - Vara Federal/Estadual ou INSS 4a via - Contnbuinte

022 00120 20/06/2011


09 -Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA 2.451,83
19- Autenticação Bancária

10- Réu 1 7 - Atm /multa e juros


DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
1 1 - Número do processo 18- Valor total
2635.7492.0104.013800 2451,83
ia - Documento de caixa

Código de barra

37.031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 5
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 1 2 - Código do depósito


2a via - Controle de Depósitos da CAIXA

0621.280.00511805-8 0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone j 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31) 3261-7877 05/2011
04 - Seção 05 - Comarca 06 -UF 14 - Numero do DEBCAD, CNPJ, CEI, NIT/PIS/PASEP; CPF
MG Belo Horizonte MG 17 324.203/0001-36
07 - Vara 08 - Ação 1 5 - Data do vencimento
a -Vara Federal/Esta uai ou INSS 4a via - Contribuinte

022 00120 20/07/2011


09 - Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA 2446,56
19 - Autenticação Bancária

10- Réu 17 - Atm /multa e juros


DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
1 1 - Número do processo 18 -Valor total
2635 7492,0104.013800 2446.56
a - Documento de oai a

Código de barra

37 031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 6
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PilEViDENCtA SOCIAL
Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito


0621.280.00511805-8 0204 „-
02 - Nome do contribuinte J03 - Telefone 13 - Competência do depósito CO

CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA ((31)3261-7877 11/2010 -o


04 - Seção 05 - Comarca 06 - UF 14 - Numero do DEBCAD; CNPJ; CEI; NIT/PIS/PASEP, CPF
MG BELO HORIZONTE MG 17.324.203/0001-36
07 - Vara |OB - Ação 1 5 - Data do vencimento .--J
022 00120 20/12/2010
• u
O O 0 9 - Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA 6.805,52 CO •*•

10 - Réu 17 - Atm /multa e juros '3*xi


DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO S. r
CO '£
HORIZONTE
1 1 - Número do processo 18- Valor total
263574920104013800 6.805,52
'§•*
o n-1
Si ru
< 'T-
, "S*

*~ LU

Código de barra

37.031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 7
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal
ÚC
f

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito -O


0621 200.00511805-8 0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31)3261-7877 1_3/20JO
04 - Seção 05 - Comarca 14 - Numero do DEBCAD, CNPJ; CEI; NIT/PIS/PASEP, CPF
MG BELO HORIZONTE •l 7.324.203/000 j-36
07 - Vara 08 - Ação 15 - Data do vencimenlo
022 ______ |0012Q 20/12/2010
09-Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTPA 5.665,64
10- Réu 17 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
11 - Número do processo 1 8 - V a l o r total
263574920104013800 5.665,64

Código de barra

37.031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 8
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito


0621 28000511805-8 _ _____ 0204
I02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone [13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA. (31) 3261:7877 [12/20 i_o
J04 - Seção 05 - Comarca 106-UF 114 - Numero do DEBCAD; CNPJ, CEI; NIT/PIS/PASEP. CPF,
|MG_ ___ [B_e]o Horizonte ____ MG L 1 Z_ 3 2f203_/0_0_01-_36_
07 -Vara 08 - Ação 15 - Data do vencimento
022 20/01/2011
o o 09 - Autor J16 - Valor do principal
tv m CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA ________ [7J97.24 ___
|10 - Réu 17 - Atm /multa e juros
[DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
[HORIZONTE _ __ _____ __ _____ _ __
1 1 - Número do processo 18 - Valor total
7197,24
2635 7492.0104.0138.00

Código de barra

37 031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 9
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais
^ J 0 1 - Identificação do deposito na CAIXA '12 (Judicjo un tk-pDs.xj
<J [0621 28000511805-8 l '.020-1
"^ |02 - Nome do contribuinte '03 - Telefone '• '13 Compelcncu] do deposito
% (CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS l-TDA J ( 3 1 ) 3 2 6 1 - 7 8 7 7 j |o2/2011
y ' 0 4 - Seção 105 - Comarca |06 - UF , ]14 Numuro do DE1BCAD CNP.) C l " l NI l .•'PISíPAnn :
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j 11 - Numero do processo
[2635 7492_01_04 0138.00

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 10
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS *\'
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS -**•» *•

PttEVIOÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da


Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal
a - Controle de Depósitos da CAIXA

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do depósito


0621.280.00511805-8 0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31) 3261-7877 04/2011
04 - Seção 05 - Comarca 06 - UF 14 - Numero do DEBCAD; CNPJ; CEI; NlT/PIS/PASEP; CPF
MG Belo Horizonte MG 17.324.203/0001-36
4a va - Contribuinte

07 - Vara 08 - Ação 15 - Data do vencimento


022 00120 20/05/201 1
09 - Autor 16 -Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA 2.746,34
10- Réu 1 7 - Atm /multa e juros
£
2a v

J
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
a Federal/Estadual ou INSS

1 1 - Número do processo 18- Valor total


2,746,34
2635.7492.0104.0138.00
aumento de caixa

Código de barra

37.031 v03 micro

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Operação exclusiva ;!H
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Forh;ral

01 - Identificação do depósito na CAIXA . 112 - Código do depósito


062128000511805-8 _ _ j |0204 _
J02 - Nome do contribuinte 103 - "telefone j |13 - Competência do deposito
[CERÂMICAS. NACIONAIS REUNIDAS LTDA J(31J3261-7877_| [01/2CM1
04 - Seção 05 - Comarca 06 - UF 14 - Numero do DEBCAD, CNPJ, CEI. NIT/PIS/PASFP. Cf
MG _ BELO HORIZONTE MG 17 324 203/00_01-3_6 _
07 -Vara 08 - Ação 15 - Data do vencimento
022 _ 00120 _ 18/02/2011 __ _ __
j 09 - Autor 16 - Valor do principal
[CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA _ 2 343.22 _ _ _ ...
10 - Réu J17 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
w [HORIZONTE __
-[11 - Número do processo 18 - Valor total
5 263574920104013800 2 343.22

Código de barra

37.031 v03 micro

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

x J01 - Identificação do depósito na CAIXA |12 - Código do deposito


[0204 _

I02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone j 13 - Competência do deposito


[CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31) 3261-7877 [07/2010
|04 - Seção 05 - Comarca [06 - UF 114 - Numero do DEBCAD, CNPJ CEI, NIT/PIS/PASEP; CPF'
ai ?í i-
Belo Horizonte __ _ í MG \ 324 203/0001-36
|Q7 - Vara ',08 - Ação j 15 - Data do vencimento
Í022_ ___ __ __ _ |00120 [20/08/2010
J09 -Autor Í16 - Valor do principal
[C_ERÃMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTPA (6608.48 __ _
J 1 0 - Réu j 17 - At m /multa e juros
IDELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
[HORIZONTE __________ _ _ ____
j 1 1 - Número do processo |18 - Valor total
|26357492_01_p4 013800 _ '6608.48

m 2
o ut
(U LU

Código de barra

37 031 v03 micra


ó 608,48RD1954

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINIST DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS Al X A
peração Exclusiva da
INSTIT ACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PREVIDÊNCIA SOCIAL Caixa Económica Federal
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais
01 - Identificação do depósito na Caixa O^il • Jlo. OOb U T£ S - ^ 1 2 - Código do depósito

02 - Nome do Contribuinte 03-Teleibne 13 - Competência do depósito

04 - Seção 05 - Comarca 06 - U F 14 - Número do DEBCAD; CNPJ, CE1; N1T; PIS/P ASEP; CPF
19 - Autenticação bancária

Mk ^U Uouío^vre MG
07 - Vara 08 - Açâo 1 5 - Data do vencimento
r\ , i r r
OJIJ_ CC-Uo
09 ~ Autor 16 - Valor do Principal
k-^^iO^ R$ °-00
1 0 - Réu 1 7 - Atm multa e juros
R$ 0,00
1 1 - Número do processo 1 8 - Valor total
JG3,S^^o}oHomoo C 13^,0 S R$ 0,00

37.031 v03 micro

A.r.3 •* /

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA F A S S I S T Ê N C I A SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL UO SLGUKO GOCIAL - INSí^ CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL, Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

101 - Identificação do depósito na CAIXA 112 - Código do depósito


j0621_28OCi05;n_805-8 _ __ __ _ |0204
'02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do deposito
[CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA (31)3261-7877 [05/2010
04 - Seção 05 - Comarca OG - UF U - Numero do DEBCAD, CNPJ, CEI, NIl/PIS/PAShP, CPF
JVIG _ _ BELO HORJZONTE MG 17_324 203/0001-36
.07 - Vara |08 - Açao 1 5 - Data do vencimento
[022 _ _ !° 0 1 2 _0 20^06/201 O
|09 - A u t o r 16 - Valor do principal
[CERÂMICAS NACIONAIS REJJNIDAS LTDA 45_03
10 - Réu 17 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE _ _
11 - Número do processo
2G357492010401380U

Código de barra

LU
37 031 v03 micro CJ

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA t ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUIO NACIONAL DO SEGUlíO SOCIAL INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

'01 - Identificação do deposito na CAIXA 12 - Código do deposito


|0621.280.0051Jl8g5I8_ 0204
'02 - Nome do contribuinte '03 - Telefone 1 3 - Competência do deposito
[CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA _ j(_31) 3261-7877 05/2010_ _
|04-Seção 05-Comarca 106 - UF 114 - Numero do DEBCAD CNPJ, CEI. NIT/PIS/PASEP. CPF,
!MG _ ÍBeloJHqrjzonte _ MG |17 324.203/0001-36
07 - Vara 11 5 - Data do vencimento
C '
022 -
,20/06/10
o I09 - Autor l 16 Valor do principal
rá [CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS L TOA |6_601 22
? 10 - Réu i 1 7 Atm /multa p j u r o s
•DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
^o> IHORIZONTE
i — — — -. -—
^ 11 - Numero do processo 18 Valor totdl
o 263574920104013800

Código de barra

37 031 v03 micro

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PREVIDÊNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA '12 - Código do deposito


0621 280 00511805-8_ |0204
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA ; (_31 [3261-7877 07/2010 J
04 - Seção 05 - Comarca |06 - UF 14 - Numero do DEBCAD; CNPJ, CEI, NIT/PIS/PASEP; CPF
MG BELO HORIZONTE _ ,MG 17_3_24 203/0001-36
07 - Vara |08 - Ação 15 - Data do vencimento
02_2_ _ 00120 20/08/2010
09 -Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA _ _ 2073
10- Réu 17 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE _ _ _
11 - Número do processo 18 - Valor total
263574920104013800 20.73

m S
O trt

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£ u.
Código de barra

37 031 v03 micro

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INS riTUTO NACIONA1 DO STGURO SOCIAL - INSS CAI\A
PIIEVIOENCIA SOCIAL
Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

|12 - Código do depósito


J 0704
O;1 Ncrne dn contribuinte i:; - Gomptitun^id do deposito
Jl K/.MICA^ NACIONAIS KL-UNIDA IDA •, j ,10/2010
'"* :-,L-Gao 05 Coniaica 14 - Numero do DEBCAD CNPJ CEI NI 1/PIS/PASHP CPF 1
,MU jBELO HOfílZONI l | l / 324 203/0001 3_6
J.' Vara Oíi Açao 1 15 - Data do vencimento
i'J-.>:> __ ;00120 i l í J / t 1/2010
O r -i Autor IO - Valor do principal
' C L KÂIVliCAS NACIONAIS REUNIDAS l TDA ' l 0_61 .1 3_
10 Réu 17 - Atm /multa e juros
Dí l rGACIA DA RECEITA FEDbRAL DO BRASIL EM BI LO
,1-IORI/ONTE
111 Numero do processo
2G3574920104013800

Código de barra

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS CAI\A
SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 12 - Código do deposito


0621.280 00511805-S 0204 _ _
02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 13 - Competência do depósito
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LIDA (31) 3261-7877_ 04/20 1 O _
06-UF 14 - Numero do DÊBCAD, CNPJ, CEI, NIT/PIS/PASEP. CPF
MG UJ324 203/0001-36 _
15 - Data do vencimento
20/05/2010
09 - Autor 16 - Valor do principal
CERÂMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDÂ 3V1_7
10 - Réu 1 7 - Atm /multa e juros
DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO
HORIZONTE
11 - Número do processo 18 - Valor total
263574920104013800 31.17

< J-1

Código de barra

37.031 v03 micro

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Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - 1NSS CAI\A
PflEVIOÉNCIA SOCIAL Operação exclusiva da
Guia de Depósitos Judiciais e Extrajudiciais Caixa Económica Federal

01 - Identificação do depósito na CAIXA 1 2 - Código do depósito


2a via - Controle de Depósitos da CAIXA

0621.280.00511805-8 0204
ó. 3s4,^6RDi953

02 - Nome do contribuinte 03 - Telefone 1 3 - Competência do depósito


Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda (31)3412-3485 04/2010
04 - Seca o 05 - Comarca 06- UF 14 - Numero do DEBCAD; CNPJ; CEI, NIT/PIS/PASEP; CPF
4a via - Contribuinte

MG Belo Horizonte MG 17.324.203/0001-36


07 - Vara 08 - Ação 1 5 - Data do vencimento
022 00120 20/05/2010
09 - Autor 16 - Valor do principal
Cerâmicas Nacionais Reunidas Ltda
1 9 - Autenticação Bancária

6.384,46
Í52&Í0H874&9Ô3434

10 - Réu 17 - Atm /multa e juros


Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte
via - Vara Federal/Estadual ou INSS

1 1 - Número do processo 18- Valor total


263574920104013800 6384,46
via - Documento de caixa

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Código de barra nj
•SP
o-
•s>
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37.031 v03 micro u_
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1
1

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 20
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS
fc^-r-i-k" INSTITUTO NACIONAL DO SEGUR O SOCIAL -INSS W^Mf^ià^» ft
c-
PREVIDÊNCIA SOCIAL ,_ . . ,. - . Operação exclusiva da S
Guia de Depósitos JudiciaiS e Extrajudiciais Caixa Económica FL-deral o:
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12 - Código do depósito •C
§ |01 - Identificação do depósito na CAIXA
0204 o-
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Código de barra

37.031 v03 micro

Assinado eletronicamente por: MARIA EDUARDA CIRELLI DOS SANTOS - 15/09/2022 16:19:20 Num. 1282846363 - Pág. 21
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22091516183324000001271988538
Número do documento: 22091516183324000001271988538
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
Subseção Judiciária de Belo Horizonte
13ª Vara Federal Cível da SSJ de Belo Horizonte

INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJe


(FAZENDA NACIONAL)

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONARDO GUEDES DE CARVALHO - MG67539 e ABILIO MACHADO NETO -
MG44068
POLO PASSIVO:DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG e outros

FINALIDADE: Dar ciência do comprovante de depósito judicial.

OBSERVAÇÃO 1: DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS (art. 5º, § 3º, da Lei n. 11.419/06:
A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data
do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término
desse prazo).

OBSERVAÇÃO 2: Quando da resposta a este expediente, deve ser selecionada a intimação a que ela se refere no
campo “Marque os expedientes que pretende responder com esta petição”, sob pena de o sistema não vincular a
petição de resposta à intimação, com o consequente lançamento de decurso de prazo. Para maiores informações, favor
consultar o Manual do PJe para Advogados e Procuradores em http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/processual/processo-
judicial-eletronico/pje/tutoriais.

Belo Horizonte, 24 de março de 2023.

(assinado digitalmente)

Assinado eletronicamente por: IVALDA MARIA MARTINS - 24/03/2023 14:07:00 Num. 1352815865 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23032414054872000001341122072
Número do documento: 23032414054872000001341122072
A União - Fazenda Nacional vem requerer que os depósitos efetuados nos autos sejam
transformados em pagamento definitivo da União, nos termos da Lei nº 9.703/98.

Pede deferimento.

(Assinado digitalmente)

Procurador(a) da Fazenda Nacional

Assinado eletronicamente por: DANIELA DA COSTA MARQUES - 28/03/2023 19:21:33 Num. 1354734883 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23032819194506600001343034066
Número do documento: 23032819194506600001343034066
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Subseção Judiciária de Belo Horizonte
13ª Vara Federal Cível da SSJ de Belo Horizonte

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONARDO GUEDES DE CARVALHO - MG67539 e ABILIO MACHADO NETO -
MG44068
POLO PASSIVO:DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG e outros

DESPACHO

1. Vista à parte impetrante sobre petição ID 1354734883, no prazo de 15 (quinze) dias.

2. Não havendo oposição, oficie-se a Caixa Econômica Federal – PAB TRF6 solicitando a
transformação em pagamento definitivo da União dos depósitos judiciais vinculados a estes
autos, solicitando-lhe comprovação nos autos, no prazo de 15 (quinze) dias.

3. Após a comprovação da transformação em pagamento da União, vista às partes, por 15


(quinze) dias.

4. Por fim, nada mais requerido, remeter os autos ao arquivo.

BELO HORIZONTE, data do sistema.

FERNANDA MARTINEZ SILVA SCHORR

JUÍZA FEDERAL SUBSTITUTA DA 13ª VARA

Assinado eletronicamente por: FERNANDA MARTINEZ SILVA SCHORR - 27/10/2023 14:57:56 Num. 1456060850 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23102614304124900001443384543
Número do documento: 23102614304124900001443384543
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Subseção Judiciária de Belo Horizonte
13ª Vara Federal Cível da SSJ de Belo Horizonte

PROCESSO: 0026357-49.2010.4.01.3800
CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)
POLO ATIVO: CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA
REPRESENTANTES POLO ATIVO: LEONARDO GUEDES DE CARVALHO - MG67539 e ABILIO MACHADO NETO -
MG44068
POLO PASSIVO:DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BELO HORIZONTE/MG e outros

INTIMAÇÃO DAS PARTES

Despacho de ID 1456060850

Partes intimadas do ato proferido:

CERAMICAS NACIONAIS REUNIDAS LTDA:


Meio: Sistema
Prazo: 15 dias

Despacho ficará disponível para visualização pelo(s) destinatário(s) acima somente após
o registro da ciência (tácita ou expressa) - Lei 11.419/2006.
Para os demais usuários (não indicados acima), o documento ficará disponível após o
registro de ciência por todos os destinatários indicados.

, 27 de outubro de 2023.

13ª Vara Federal Cível da SSJ de Belo Horizonte

Assinado eletronicamente por: Usuário do sistema - 27/10/2023 14:57:57, Usuário do sistema - 27/10/2023 14:57:57 Num. 1456718866 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23102714575743000001444036034
Número do documento: 23102714575743000001444036034
Instrumento de mandato já inserido nos autos.

Assinado eletronicamente por: ANDRE MUSSY DE SOUZA ALMEIDA - 30/10/2023 07:40:51 Num. 1457104857 - Pág. 1
https://pje1g.trf6.jus.br:443/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23103007393302000001444412534
Número do documento: 23103007393302000001444412534

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