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EM CASA

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Este material didático gratuito foi produzido pelo Curso Sapientia e todos os direitos
estão reservados. É permitida a distribuição gratuita do material em sua integralidade,
apenas, e está vedada qualquer tipo de comercialização ou utilização indevida.
Em casa com o Sapi | Live #09
Professores Fernanda Magnotta e Guilherme Casarões

Resumo da Live de Política Internacional no


Instagram @curso_sapientia

TEMA: Desafios do coronavírus na política internacional

POLÍTICA INTERNACIONAL E CORONAVÍRUS

• A atual crise provocada pela pandemia do coronavírus


trouxe à tona a rediscussão do antiglobalismo.

• Tem-se acompanhado, nos últimos anos, sobretudo


com o Brexit e com a eleição de Donald Trump e de Jair
Bolsonaro, uma descrença no multilateralismo, nas
instituições internacionais e na mídia, além de uma
certa descredibilidade no que pudesse representar
uma elite intelectual e científica.

• Na atual crise transnacional, busca-se justamente a


certeza das informações advindas da comunidade
científica e da própria Organização Mundial da Saúde.

• Fica o debate: Qual ordem internacional irá emergir


após a pandemia do coronavírus?

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• Historicamente, o que se acompanhou em termos de
ascensão e de queda de ordens internacionais é que
toda ordem está relacionada a algum tipo de liderança
de determinado país, o qual assume o protagonismo
de consolidação dessa nova ordem.

• Em geral, essas ordens estão orientadas com a


harmonização de interesses compartilhados e com a
organização de poder em uma determinada época.

• As ordens internacionais sofreram alterações radicais,


ou em função de guerras generalizadas (como nas
Guerras Mundiais), ou em função de crises sistêmicas
profundas, a exemplo da crise de 1929.

• Portanto, geralmente esses são os episódios que


alteram a balança de poder e a percepção de
interesses compartilhados.

• Assim, pela primeira vez, está-se diante de um desafio


que tem a proporção de desestruturar sistemicamente a
ordem internacional, mas que, de certa forma, não tem os
mesmos contornos das rupturas havidas anteriormente,
visto que envolve uma ameaça transnacional não
combatida da maneira mais tradicional.

• Na medida em que a ordem liberal vigente está

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passando por essa crise, surgem duas hipóteses: ou a
atual ordem irá se reorganizar, com um reavivamento
de algumas estruturas liberais que já estavam caindo
em descrédito, ou irá migrar para um momento de
restrição das liberdades, de aumento dos
nacionalismos e de reforço dessas narrativas.

• Em matéria veiculada nesta semana por Martin Wolf,


no Financial Times, o autor faz uma reflexão no sentido
de que, nesse contexto de crise gerada pela pandemia
da COVID-19, o que se vê é um diagnóstico de que as
atuais superpotências, Estados Unidos e China, vivem
uma tragédia. A China ainda tem lidado melhor com
essa situação do que os o país norte-americano, de
modo que a atual crise estaria acelerando um processo
de transição de ascensão e declínio de potências já de
outras épocas.

• Já no dia 20/03, a revista Foreign policy entrevistou


12 figuras da área de política internacional,
questionando-os sobre o mundo pós coronavírus.

• Os especialistas dividiram-se em, pelo menos, dois


grupos bem demarcados: um grupo apresentou uma
visão pessimista de ruptura, pois defendem que o atual
momento proporciona uma reestruturação total da
ordem – John Allen, Laurie Garrett, Richard N. Haass,
Robin Niblett, Stephen Walt.

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• Dentre os otimistas, por sua vez, estão Nicholas
Burns, G. John Ikenberry, Shivshankar Menon e
Shannon K. O’Neil.

• Vê-se, assim, que os próprios especialistas da área de


política internacional estão bastante divididos sobre os
rumos da ordem internacional.

• Outra questão para ser refletida: Qual o futuro dessa


estratégia populista de governar diante de uma
pandemia como essa?

• O especialista Cas Mudde, em entrevista no jornal The


Guardian, afirmou que não há precedente na história que
demonstre que o populismo irá acabar após a pandemia
do coronavírus.

• O que se vê, no entanto, é o populismo indo de encontro


aos próprios populistas na atual gestão da crise.

• Na parte ocidental, temos os populistas Donald Trump,


Jair Bolsonaro e Andrés Manuel López Obrador. Os três, à
sua própria maneira, acabaram revisando a sua posição
em relação ao combate da doença do coronavírus.

• Trump e López Obrador, embora tenham inicialmente


negligenciado a gravidade da doença, alteraram

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radicalmente seus posicionamentos com o
agravamento da situação da pandemia.

• Jair Bolsonaro foi o presidente que mais demorou


para conceder uma resposta racional à crise, mas
parece ter compreendido ser necessário atentar-se
para as populações mais vulneráveis no combate
à atual crise.

• Portanto, o populismo ocidental foi, de fato,


minimizado no processo de enfrentamento da doença.

• Em contrapartida, a situação da Hungria - em que o


Parlamento concedeu a Viktor Orbán o poder de
governar por decreto - expressa um exemplo de
atuação política que se aproveitou da situação para
suprimir liberdades individuais.

• Assim, se, por um lado, o coronavírus moderou um


populismo no lado ocidental, por outro lado, em
lugares onde a democracia era mais fácil ou, até
mesmo, inexistente, o coronavírus abriu espaço
para uma supressão das liberdades individuais
e institucionais.

• Nesse sentido, Cas Mudde alerta para o fato de que


não se pode subestimar a capacidade e habilidade de

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líderes populistas utilizaram-se do populismo para
uma transição final de uma democracia frágil para
uma ditadura plena.

• Assim, se, de um lado, o Coronavírus demanda mais


cooperação internacional, de outro, fortalece as
fronteiras nacionais e, sobretudo, o poder do Estado,
tanto como indutor do crescimento econômico como
de políticas de saúde coletivas, o cenário tem de ser
levado em conta.

• A ordem internacional liberal certamente irá sair


diferente após essa crise, talvez com um novo tipo de
multilateralismo, menos transnacional e mais
estadocêntrico. No entanto, independentemente da
ordem internacional futura, devemos nos atentar
para o fato de que seguimos vivenciando as disputas
tradicionais de poder, com a criação de narrativas
sobre a pandemia.

• A denominação de “vírus chinês” tornou-se


instrumento de política internacional utilizado tanto por
Donald Trump como Eduardo Bolsonaro, como forma
de responsabilizar a China pela crise global. Representa
um inconformismo com a transição de poder, para a
qual a pandemia é mais um pretexto para mostrar que
a China tem interesses em dominar o mundo.

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• Por outro lado, o enfrentamento da doença
aparece tanto como um desafio para a China, como
uma oportunidade para demonstrar sua capacidade
para gerir a crise global.

• Os Estados Unidos têm tentado mudar a sua


narrativa, ao abandonar a retórica populista e se
posicionar mais alinhado à comunidade científica.

• Na América Latina, já há uma hostilização do


Brasil por parte da Argentina.

• O Paraguai tem sido cauteloso com o Brasil em


razão da extensa fronteira por onde transitam
muitos brasileiros e paraguaios.

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