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Capitulo 35; O mal nos persegue

~Perspectiva de Stacy.

Helen me disse que esse castelo é perigoso, não acho que um lugar que tenha a missão de
guardar arquivos do reino inteiro seja tão perigoso assim, afinal o que vão fazer comigo? ME
bater com fatos? Haha. Só de imaginar isso me sinto menor nervosa, o estranho é que nunca
ouvi falar dessa tal Rainha Veronica, na verdade tem muitos mistérios nesse reino que eu não
sei, é como se tivesse um tipo de conspiração nesse lugar, talvez seja melhor eu não saber, por
que se soubesse eu nem conseguiria sair de casa direito. Mesmo que aquilo não tenha sido
exatamente culpa minha, eu ainda não consigo parar de pensar nas coisas horríveis que fiz
com Cadimus ontem e na possibilidade de ele contar para alguém, a violência não é a melhor
solução mesmo que em alguns casos seja... a única saída, eu não quero ferir mais ninguém, só
vou usar essa minha outra metade quando for necessário. Agora vejamos nesse mapa... hum,
aparentemente a o Reino dos arquivos deve estar depois dessa floresta perto de um lago, vou
tentar causar uma boa impressão, quem sabe assim não consigo mais facilmente o que vou
buscar.

Stacy caminhava pensando em como iria se apresentar para aquela pessoa desconhecida na
qual nunca tinha ouvido falar, quando chegou próxima ao reino ela viu o tamanho daquele
castelo, era enorme e muito bem iluminado, um brilho azul saia dele como se fosse magica, os
elfos de lá tinham uma aparência seria e andavam de um lado para o outro depressa como se
estivessem atrasados. Ao chegar na porta ela nota uma mesinha com uma luminária e uma
mulher bem atrás usando uns óculos pequeno chamando o nome de pessoas que estavam
sentadas em algumas cadeiras ali.

-Próximo Senhor Larry! -Grita a mulher.

Stacy se aproxima dela e pede licença a pessoa que estava chegando.

-Perdão passar na frente nesta fila, eu nunca vim aqui e não sei exatamente como funciona. -
Diz Stacy.

-Você escreve seu nome e espera até eu te chamar.

-Posso saber seu nome?

-Meu nome é Olinda, agora escreva seu nome e aguarde sua vez.

-Tudo bem, obrigada Sra. Olinda.

Stacy escreve seu nome na lista que parecia bem curta, logo logo ela seria chamada. As
pessoas lá pareciam meio nervosas, a parte da frente do castelo parecia de fato uma enorme
recepção, era possível ver outros elfos andando de um lado para outro dentro do castelo,
segurando pastas e livros, outros segurando xicaras com alguma coisa dentro, parecia que
estavam com muita pressa. Um tempo depois finalmente chega a vez de Stacy.

-Próximo, Senhorita Stacy! -Grita Olinda.

-Com licença, sou eu mesma.

-O que deseja no reino dos arquivos? Alguma pasta, documento...?


-Gostaria de alguns livros sobre feitiços e maldiçoes.

-Esses arquivos estão sob o controle da Rainha Veronica, teria que pedir permissão a ela.

-Então eu gostaria de falar com a rainha Veronica.

-Não é tão simples assim, ela é uma mulher ocupada e não gosta de ser incomodada por
besteiras, a menos que seja urgente eu não posso lhe dar permissão, então sugiro que vá
embora e deixe que eu atenda os próximos.

-Mas eu preciso disso, a conselheira da Rainha Ursula me pediu isso com extrema urgência.

-Rainha Ursula? Esta se referindo a Helen?

-Isso, ela mesma me pediu para vir aqui.

-Se Helen quer esses arquivos, deve ser importante mesmo. -A mulher abre uma gaveta e
retira um cartão de dentro. -Coloque isso no pescoço e vá até a sala de portões dourados no
segundo andar a esquerda, bata antes de entrar e a Rainha vai permitir sua entrada.

-Muito obrigada. -Stacy diz colocando o cartão.

-Mas não se esqueça, a Rainha Veronica é uma pessoa muito... excêntrica, então tente falar o
que deseja da melhor maneira.

-Tudo bem, até outro momento.

Stacy passa pela recepção e sobe as escadas admirando cada detalhe, o corrimão tinha uma
cor dourada como se fosse ouro, as pareces com pilastras de gesso e detalhes em azul, um
enorme lustre bem no meio com cristais que brilhavam. Ao terminar de subir as escadas ela
percebe que naquele andar não tinha tanto movimento, aparentemente era uma área mais
reservada, ao chegar na porta dourada ela bate com delicadeza para não soar grosseira. Um
tempo depois ela escuta uma voz falar animada e cantarolando.

-Estou indooo! -Diz a mulher e alguns segundo depois ela abre a porta com uma animação que
era perceptível pela maneira que abriu a porta e o sorriso em seu rosto. -Ohh o que temos
aqui? Se não é a princesa Stacy, seu cabelo mudou um pouco... venha preciso atualizar sua
foto do documento. -Ela diz segurando Stacy pelo braço com delicadeza e a puxando para
dentro.

-Ah me desculpe a pergunta, mas como sabe quem eu sou?

-Minha querida, eu sei tudo sobre todos, se tem algo que não sei eu descubro.

-Então você conhece tudo e todos?

-Sim, todos os Elementais de gerações a gerações, agora fique bem quietinha, preciso captar
seu melhor ângulo... só mais um segundo. -Ela dizia segurando uma câmera e apontando para
Stacy. -Perfeita como sempre, finalmente pude ter uma foto sua tirada por mim mesma, essa
vai ser enquadrada haha.

-Fico lisonjeada, mas sem querer soar rude eu vim aqui com um proposito importante.

-Ah sim claro claro, todos que vem em meu castelo tem algo importante para descobrir,
pequenas mentes repletas de perguntas e questionamentos, alguns apenas buscando saber
mais outros querendo o que não podem ter... de fato muito intrigante a curiosidade de todos,
mas quem sou eu para dizer alguma coisa não é? Sei de tudo e o que não sei eu procuro saber.

-Como faz para saber de tudo? É tipo sua magia especial?

-Sim e não, Não sou tão poderosa quanto as outras rainhas afinal meu reino só tem a missão
de guardar arquivos sobre todos e tudo, nhe... não é tão importante como ser uma guardiã do
tempo ou trazer o caos.

-Eu acho seu trabalho importante, pessoas como eu buscando saber algo para ajudar outras
pessoas, vem ao seu reino em busca de conhecimento, não acha isso importante?

-Talvez tenha razão... agora aproveitando sua chegada ao meu reino, me permite fazer
algumas perguntas? Serei rápida prometo. -Veronica diz animada, ela falava muito rápido
como se tivesse pressa.

-Ah sim claro, mas só se me ajudar com o que preciso.

-Vou te ajudar com o que precisar, agora... vamos a primeira pergunta. -Veronica se senta na
mesa que tinha naquela sala e segura um papel e uma caneta. -Tem medo de alguma coisa?

-Ahh em que essa pergunta vai ser útil?

-São para minhas curiosidades especiais.

-Sim... medo do escuro.

-Minha querida, não adianta tentar me enganar, após tantos anos estudando e aprendendo eu
consegui desenvolver uma habilidade em identificar sinais de manipulação de
comportamento, agora me diga, do que você realmente tem medo?

Stacy para pra pensar por alguns segundo e decide responder.

-Tenho medo do que sou capaz.

-Intrigante e muito interessante... Qual seu maior sonho?

-Cultivar uma flor celestial.

-Essas flores são perigosas, quem sabe um dia não terá essa chance... qual a pior coisa que já
fez?

-Torturei uma pessoa.

-Essa resposta foi surpreendente rápida e vindo de você uma pessoa tão gentil, me faz
questionar a veracidade disso, mas já vi tanta coisa nessa vida haha.

Veronica continua fazendo perguntas, uma mais estranha que a outra até que finalmente
decide terminar o interrogatório e Stacy respira aliviada.

-Posso te fazer algumas perguntas? -Stacy pergunta na esperança de obter algumas respostas
para suas dúvidas.

-Acho justo, pode perguntar.

-Porque todos no seu reino parecem ter muita pressa?


-Por que a cada minuto uma nova noticia aparece em algum lugar desse mundo e de alguns
outros e temos que nos atualizar, se ficarmos parados nunca vamos conseguir guardar todas as
informações, então estamos sempre com pressa.

-Por isso você fala rápido e não consegue ficar muito quieta?

-Também, eu falo rápido e não fico quieta pois minha adrenalina está sempre agitada, tanto é
que eu nunca durmo nem um minuto se quer.

-Você nunca dorme?? Como consegue ficar assim?

-Não preciso dormir, minha energia é como de uma bateria infinita, nunca paro e isso me faz
ser eficiente no meu trabalho, pode perceber que não tem nenhuma cama no meu castelo,
tenho uma energia que nunca termina.

-Queria ser assim, você tem quantos anos?

-Que pergunta peculiar, tenho milhares, sou quase tão velha quanto as deusas e até conheci a
mãe delas antes de vir a se juntar na eternidade desse vasto universo.

-Você sabe tudo até mesmo sobre as deusas? Você já contou algo que descobriu para alguém?

-Eu sei de tantas coisas, não posso simplesmente contar para as pessoas pois seria arriscado,
mas já contei algo importante para uma pessoa a muito tempo atrás.

-Você me contaria um segredo? Um sobre as deusas?

-Contaria, mas em troca você teria que me contar um segredo que eu ainda não saiba.

-Humm então é assim que consegue informações tão sigilosas, e como vou saber que não
sabe?

-Simples, dês de o momento que entrou aqui eu não li sua mente em momento algum, então
qualquer coisa que apenas você saiba, eu não tenho conhecimento.

-Espera... você lê mentes?

-Sim, mas não costumo usar essa habilidade pois existem coisas que é melhor não saber, até
mesmo eu.

-Acho que tenho um segredo então, mas tem que prometer que vai contar um grande
segredo.

-Tudo bem, eu prometo e se eu descumprir que minha cabeça que eu seja degolada e dada de
comer aos demônios.

-Minha nossa! Ok ok, meu maior segredo é que sou amaldiçoada tendo uma metade psicótica
vivendo dentro de mim, que é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que quer.

-Intrigante, acho que é daí que vem seu medo de si mesma, e como recebeu essa maldição.

-Resumindo... -Stacy cinta como consegui aquela maldição depois de ajudar uma mulher na
floresta.

-Muito interessante, de fato eu não tinha nenhum conhecimento sobre isso, estou precisando
visitar a nova geração de princesas. Agora um segredo muito grande... As deusas não são como
pensa, nem todas são aptas a receber ordens e ajudar a cuidar desse mundo, algumas são
muito ambiciosas e acabam sendo punidas por isso e foi o que aconteceu com a deusa do
poder, ela era conhecida como deusa do carisma. Todos a adoravam e faziam tudo o que pedia
por gostarem muito dela, mas um dia ela mostrou sua verdadeira face, não satisfeita com o
que tinha ela queria mais e mais se tornando mais forte que suas irmãs o que preocupada Uriel
e Pandora que ao perceber o que estava fazendo a prenderam em uma masmorra e mudaram
sua função para Deusa do poder, pois o carisma era apenas uma fachada.

-E o que aconteceu com ela depois de ser presa? -Stacy pergunta intrigada com o rumo
daquela história.

-Ela não aceitou ser presa, conseguiu se soltar e trazer grande transtorno para as deusas, e
assim foi tomada a decisão final, Pandora e Uriel baniram ela para que nunca mais pudesse
voltar, ela foi a primeira deusa a ser banida o que trouxe grande medo entre suas irmãs, Cintia
sua irmã mais velha foi mandada para cuidar do mundo dos mortos pois as Sky fez as outras
deusas acreditarem que ela poderia ser como sua irmã, mas para Cintia ela disse que era
necessário e sua função seria mais útil lá.

-Essa deusa é irmã de Sky?

-Não, Sky só tem 3 irmãs, Dayana, Freya e a outra que seu nome não deve ser mencionado
aqui, nem todas as Deusas são irmãs... mas acho que já falei demais, nossa dívida está quitada.
Ahh por que não vem conhecer meu castelo, temos muitas coisas divertidas aqui dentro, tem
muitos meses que não recebo uma visita...

-Rainha Veronica eu preciso dos...

-Eu sei eu sei, mas primeiro vamos conversar um pouco, e pode me chamar apenas de
Veronica não é necessária tanta formalidade.

Veronica abre a porta e caminha dessa com Stacy logo atrás tentando acompanhar seus
passos, era incrível como ela mudava de assunto conta facilidade, era como se sua mente
quisesse falar sobre diversas coisas ao mesmo tempo. Ela chega em uma porta com madeira
branca e maçaneta dourada e a abre mostrando várias estantes cheias de livros, parecia uma
biblioteca, ela estende a mão e um livro vai magicamente até ela.

-Olha aqui, está vendo esse livro? É sobre o seu reino, tudo que está nele fui eu mesma quem
escrevi, apenas um de diversas edições.

-Por que escreve tantos?

-Alguns são mandados para os humanos, para que tenham conhecimento do que está por trás
da cerca, para que nunca a ultrapassem, por isso escrevemos dizendo como tudo aqui é
perigoso.

-Então você vê os humanos?

-Eu? Não, minha elfa fiel vai até lá disfarçada e entrega as novas edições todos os anos, ahhh
esse aqui é um dos meus melhores trabalhos. -Ela diz novamente pegando outro livro com
magia. -O reino do tempo, passei muito tempo escrevendo e “nem dormi” haha.

-Como consegue ter um humor tão bom?


-Quando se sabe tudo sobre todos, você descobre o pior nas pessoas e como esse mundo é
perigoso e um pouco terrível... aí você toma uma poção especial e enxerga tudo com novos
olhos, muito simples.

-Ah... entendi.

-Não fique assim princesa, está tudo como deve ser. Agora me conte, o que quer saber sobre o
reino elemental?

-Preciso de arquivos sobre maldiçoes que envolvam troca de personalidade ou... acho que era
algo como “olhos de vidro” ... “olhos espelhados”, alguma coisa assim.

-Hum... -Novamente ela pega outro livro usando magia. -Esse aqui fala sobre maldiçoes de
personalidade, o que exatamente quer no livro?

-Não sei direito, Helen apenas me disse que precisava de livros com essas informações.

-Helen... minha velha amiga ou nova né, acho que a velha aqui sou eu haha. Bom, então leve
esses livros. -Ela usa mais uma vez sua magia fazendo uma pequena torre com 5 livros e os
entrega para Stacy. -Um deles deve ter o que ela procura.

-Muito obrigada, tem algo que eu possa fazer como agradecimento?

-Apenas quero que volte mais vezes, esse lugar pode ser muito solitário.

-Tudo bem, você é uma mulher divertida, será um prazer voltar aqui novamente.

-E vê se traz novas novidades hein, e agora me despeço da princesa que vos fala, Stacy a
princesa das flores. -A Rainha se reverencia e desaparece lentamente como se estivesse
ficando transparente e depois some por completo.

Stacy se surpreende e continua seu caminho saindo de lá, aquele reino não era nada perigoso
como pensava, a Rainha conseguia ser mais gentil que qualquer uma das outras. Contente com
missão bem sucedida, ela passa pela recepção se despedindo de Olinda e segue seu caminho,
seus pés já estavam doendo então usou de sua magia para fazer com que as arvores a
levassem até onde queria, como se cada uma passasse Stacy adiante para a próxima arvore.
Depois de um longo tempo ela finalmente chega próxima ao reino do tempo, Helen
conversava com um elfo que mostrava um papel para ela e apontava para a fonte.

-Com licença, Helen eu consegui o que me pediu. -Diz Stacy.

-Ah que ótimo, com Nestor, pode continuar com o seu trabalho, acho que dessa maneira vai
ficar melhor e bem mais bonito. Stacy venha comigo. -Ela acena se despedindo do elfo e
caminha com Stacy para dentro do Castelo pegando os livros em sua mão. -Oh você conseguiu
vários, como fez para ela te entregar tantos?

-Ela apenas me entregou quando eu disse que precisava, foi bem simples.

-Espera... ela apenas te entregou? Não lhe pediu nada em troca?

-Não, quando cheguei ela me fez algumas perguntas, em contou algumas coisas e tirou uma
foto, nada de ma...

-O que!? Você permitiu que ela tirasse uma foto sua? Stacy não sabe como isso é perigoso.
-Como uma foto pode ser perigosa? Ela foi tão gentil comigo, até me contou um segredo, me
deu os livros que pediu e nem quis nada em troca.

-A foto é o preço Stacy, uma foto tirada por ela pode fazer bem mais do que pensa, agora você
está nas mãos dela e ela vai poder mandar que faça o que ela quiser, contar um segredo em
troca de outro faz parte do joguinho dela, você não pode ver ela novamente entendeu?

-Espera, por que não me disse nada disso antes?

-Não estava me recordando disso, bem que senti que algo poderia acontecer, mas se você não
ficar perto dela enquanto estiver com a foto você vai ficar bem, depois dou um jeito de
destruir a foto.

-Ela parecia tão boa, por que está tão preocupada?

-Ela faz de tudo para conseguir as informações que quer, até mesmo sacrificar a vida de
pessoas inocentes como você, então apenas não volte lá e vai ficar bem, obrigada pelos
arquivos e não se preocupe, vou tomar conta de você para que não seja levada por ela.

-Ah tudo bem, eu vou me cuidar, mas agora eu preciso ir.

-Tudo bem, tenho que estudar esses livros agora e me desculpe por não ter avisado, eu
realmente não me lembrava disso.

-Não tem problema, sei que não fez por mal.

Helen balança a cabeça como agradecimento e sai do grande salão, Stacy resolve voltar para o
seu castelo e refletir sobre o que tinha acabado de acontecer, Ladyne não tinha voltado da
coleta de flores ainda então ela não tinha com quem conversar sobre aquilo.

~Perspectiva de Mirela.

Adora sumiu por muito tempo e agora simplesmente bate na minha porta para pedir ajuda?
Mesmo sabendo que a culpa de seu sumiço não é dela, não estou pronta para lidar com ela
agora, mal dormi anoite e estou morta de cansaço, vou dormir mais um pouco e ir ver como
Regina está.

Mirela sobe as escadas novamente e se deita na cama com o quarto em completa escuridão,
seu cansaço era tanto que assim que se deitou acabou dormindo, em seus sonhos ela estava
em uma época passada ainda jovem, e em meio a tantas lembranças em seus sonhos, ela
acaba despertando com o som de alguém batendo na porta, irritada por ser acordada
novamente ela amarra seu roupão novamente e desce as escadas depressa. Estava pronta
para xingar quem quer que estivesse ali, porém ao abrir e ver que era Regina e Morgana ela
contem seus nervos.

-Ah, Regina e Morgana que surpresa, o que fazem aqui tão cedo? -Pergunta Mirela.

-Cedo? Já esta atarde espera... você estava dormindo? -Regina olha pra ela vendo seu cabelo
um pouco bagunçado e suas vestimentas.

-Estava, mal dormi anoite oh fiscal de sono, e além disso sou uma mulher aposentada, tenho
todo o tempo do mundo para fazer o que quiser.
-Sim senhora, não está mais aqui quem falou e por falar em sono, você estava tão ocupada
dormindo que nem ficou sabendo que eu estive enfeitiçada ironicamente em um feitiço do
sono.

-E como eu iria saber disso, vejo que está acordada então não tenho com o que me preocupar.

-Como se você se preocupasse comigo né? Se alguém ameaçasse me matar tenho certeza que
iria apenas observar.

-Claro, iria acabar com um dos meus pequenos problemas. -Mirela se recorda do incidente no
colégio e sente um pequeno aperto no coração. -Entrem meninas, não estou vestida para ficar
aqui fora.

Morgana e Regina entram na casa e se sentam no sofá.

-Por que vieram? -Pergunta Mirela.

-Estou bem, obrigada por perguntar. -Diz Morgana em um tom sarcástico.

-Não vejo pra que tanta formalidade se é evidente que não vieram aqui saber como estou,
agora digam por que vieram.

-Queremos saber como chegar no mundo do desastre onde Abigail está.

-E por que querem ir para um lugar como esse?

-Por que preciso falar com ela, é muito importante e não posso esperar.

-Posso saber o assunto dessa conversa?

-Ângela foi atacada e Abigail pode saber alguma coisa sobre o que aconteceu com ela, mas foi
levada para outro mundo antes que pudéssemos perguntar alguma coisa, então quero falar
com ela e descobrir o que ela sabe.

-Para a sua sorte, seu reino é ligado a ele, no subsolo do seu castelo contem um portal que só
pode ser aberto com magia de sangue.

-E como posso abrir esse portal?

-Corte sua mão e passe o sangue nele, é muito simples. Mas esse reino é um lugar perigoso,
principalmente para um ser com asas de penas, vão te confundir com uma Deusa e isso vai te
causar problemas.

-Tem algum feitiço que disfarce minhas asas?

-Humm para a sua sorte tem sim, vai te fazer parecer uma demônia, mas isso tem um preço no
qual não sei dizer.

-Por que está nos ajudando se é algo que parece perigoso. -Pergunta Regina.

-Conheço vocês, se parecem comigo então sei que não vão desistir até pra lá, e pode ser bem
mais perigoso se eu não ajudar, então prefiro ser a pessoa que vai ajudar vocês da maneira
mais segura.

-Ela tem razão. -Diz Morgana.

-Venha comigo, vou fazer a poção que você precisa, mas antes me dê uma de suas penas.
-Aqui está. -Diz Morgana abrindo suas asas e tirando uma de suas penas entregando para
Mirela.

-Isso pode ser perigoso, tem certeza que quer passar por isso por um cupido?

-Ela não é qualquer cupido, jurei proteger ela de tudo e vou cumprir nem que leve a minha
morte.

-Arriscado, mas entendo seu ponto de vista, vamos.

As três vão andando até um cômodo nos fundos da casa, tinha vários frascos e livros de
feitiços, Mirela começa a mexer nos frascos e despejar em um caldeirão pequeno.

-Como sabe tanto de magia? E essa que está fazendo não parece ser uma magia que
aprendemos no colégio. -Diz Morgana.

-Essa magia vocês vão aprender no clube de magia oculta, sei que ainda existe e que vocês não
ficariam de fora de algo assim, lá nós aprendemos as magias mais perigosas e escondidas. -Diz
Mirela adicionando mais algumas coisas e por fim ela coloca a pena lá dentro fazendo com que
a cor passasse para um roxo tão escuro que se assemelhava ao preto. -Agora beba.

-O que essa poção vai fazer com ela? -Pergunta Regina.

-Vai dar a ela asas de demônio e um chifre temporário, assim vai conseguir se disfarçar até
encontrar Abigail.

-E elas vão sumir depois?

-Possivelmente, mas podem surgir efeitos colaterais.

-Não gostei desse “possivelmente” , acho que é melhor não fazer isso Morgana.

-É necessário, Ângela pode estar correndo perigo e eu não vou ficar parada apenas esperando
pelo pior. -Morgana pega o frasco e bebe tudo de uma só vez. -Argh que coisa horrível, não
estou sentindo nada.

-Que estranho, era para fazer efeito imediato. -Mirela abre o livro novamente e relê a parte do
feitiço.

-Vai ver deu... ahhh. -Morgana dá um grito de dor e suas asas surgem, porém suas penas
começam a mudar para uma asa demoníaca com algumas falhas e pela sua reação aquilo
parecia estar doendo muito. -Esta... ahh.. dando certo. -Chifres começam a surgir e logo a
transformação termina, Morgana cai no chão e Regina segura seu braço a ajudando a levanta.

-Você está bem? -Pergunta Regina.

-Sim... só doeu na hora que estava transformando, como ficou?

-Se eu não te conhecesse juraria que é uma demônia, só tem um problema suas orelhas não
estão pontudas, melhor eu concertar isso. -Diz Mirela.

-Não vai me dar outra poção não né?

-Não, vou usar essa massa magica para modelar sua orelha... prontinho, agora sim parece uma
demônia de verdade, só precisa mudar sua roupa.

-Qual o problema da minha roupa?


-Parece uma garota rebelde que fugiu do castelo e rasgou o vestido para irritar suas ancestrais,
precisa colocar algo mais decotado e... perfeito, leva esse chicote especial, ele era meu, mas
pode ficar com ele.

-Sabe que depois que eu usar ele como “fantasia” ele vai ficar guardado pra sempre né?

-Sim, mas pelo menos não vai poder dizer que não te dei nada, agora vou com vocês para me
certificar de que vão fazer tudo certo, esconda suas asas, não queremos alarmar isso para
ninguém, e se cubra com essa capa. -Diz Mirela pegando uma capa em baixo da estante.

-Por que eu sinto que você já fez isso antes? -Pergunta Regina.

-Por que já fiz, a curiosidade parece ser coisa das princesas da morte, agora vamos.

-Ui ui Minerva aventureira, vou me lembrar disso quando me repreender por algum
comportamento.

Mirela dá um tapinha em regina e morgana ri, as três saem da mansão e sobem na carruagem
de Mirela, o reino estava pouco movimentado o que era ótimo já que elas não queriam ser
notadas, ao chegar no reino do desprezo elas entram e percebem que não tinha ninguém lá
dentro, todos seguiam a risca as ordens de Morgana e não entravam lá dentro sem sua
permissão. As três caminharam até o subsolo onde Mirela disse que estaria o portal, parecia
que ela conhecia aquele castelo com a palma de sua mão.

-Mirela, como você conhece mais meu castelo do que eu, eu nem sabia da existência desse
portal. -Diz Morgana.

-Eu tenho um passado com a ex-princesa desse lugar, éramos amigas, ironicamente assim
como você e Regina. -Diz Mirela segurando um lampião e caminhando por aqueles corredores
escuros.

-E o que aconteceu? Ela morreu?

-Não, não sei o que aconteceu com ela depois do colégio, ela abdicou e sumiu, abriu suas asas
como um passarinho e foi embora sem me dizer para onde.

-Ela deve ter te dito alguma coisa, não é possível que ela tenha ido embora sem nenhum aviso
prévio. -Diz Regina.

-Ela disse algo alguns dias antes de sumir “Existem coisas que devem ser evitadas”.

-O que ela quis dizer com isso? Você estava em perigo?

-Eu e ela fizemos uma besteira juntas, pensávamos que seria apenas uma brincadeira de
criança, mas ela começou a levar muito a serio, fizemos um acordo com uma mulher que em
troca de sermos poderosas, faríamos o que ela pedisse. No começo ela agiu como se
tivéssemos feito um acordo bobo, mas com o passar dos anos ficou cada vez mais obcecada
com as consequências do que fizemos, até que pouco tempo depois que nos formamos ela me
deu um espelho especial e depois sumiu, não tive mais noticias dela.

-Parece até que ela se ma...

-Não diga uma coisa dessas, eu ainda não consigo acreditar que ela possa ter morrido.

-EU posso averiguar isso para você, ir até o mundo dos mortos e ver se ela está lá.
-Não é necessário, vamos voltar ao que viemos fazer. -Mirela fala com um tom nervoso como
se estivesse escondendo alguma coisa e quisesse mudar de assunto. -É aqui, trouxe a adaga?

-Sim, está bem aqui. -Morgana diz entregando para Mirela.

-Estenda a mão, será necessário o seu sangue. -E assim Morgana faz, Mirela faz um corte
preciso no meio. -Agora passe o sangue na parede.

Morgana passa vigorosamente sua mão na parede espalhando todo o sangue e sentindo muita
dor, assim que terminou a parede começou a brilhar e um portal se abriu.

-Agora é com você, encontre Abigail e fale com ela o mais breve possível, estaremos
esperando aqui impedindo que o portal se feche. -Diz Mirela.

-Tudo bem, eu vou ser breve.

-Boa sorte Morgana, vê se não morre. -Diz Regina.

Morgana sorri e entra no portal, Mirela se senta no cão e Regina faz o mesmo.

-Quanto tempo acha que ela vai demorar? -Pergunta Regina.

-Nâo sei, o tempo lá dentro é diferente daqui, não sei dizer com certeza.

-Quando disse que já tinha ido pra lá, você estava falando serio?

-Sim, porque? É tão difícil assim acreditar?

-NA minha cabeça você não é uma pessoa muito propicia a aventuras, então nunca imaginei
que fosse capaz de algo legal assim.

-Eu era bem divertida como a minha amiga dizia, mas agora sou essa mulher rabugenta que
todos evitam.

-Eu sou a princesa maldosa que todos tem medo, acho que estamos no mesmo time.

-Você e eu somos parecidas pestinha, mas um dia você vai ser diferente de mim, e vai ser
admirada por todos, só precisa parar de querer se isolar, as vezes muda rum pouco a rotina é
uma coisa boa.

-Esta falando sobre eu ser rainha? Não acho que seja o melhor pra mim, vou virar uma
aposentada como você.

-E você acha que ser aposentada é divertido? A única coisa que faz minha vida ser menos
tediosa e vigiar você para não fazer burrices e concertar seus erros, é o que muda minha rotina
chata.

-Então eu sou o que torna sua vida melhor, estou entendendo haha.

-Não foi o que eu disse espertinha, mas é verdade, você torna meus dias menos ruins. -Mirela
olha para Regina e as duas dão um sorriso.

-Você nunca tinha me dito que teve uma amiga, pensei que fosse solitária dês de sempre.

-Eu tive, Diane era a ex princesa do desprezo e minha melhor amiga, talvez a única amiga de
verdade.

-Sinto muito por isso.


-Jà tem bastante tempo, mas eu ainda me lembro exatamente da sua ultima expressão... Eu
menti, eu sei exatamente o que aconteceu com ela por que fui eu quem a levou para o mundo
dos mortos no dia do incidente.

-O que aconteceu?

~Voltando no passado.

Mirela conversava com Diane em seu quarto, as duas falavam feitiços que encontravam nos
livros para aprender novas habilidades.

-Espera! Que livro é esse?-Pergunta Diane.

-Deia eu ver. -Mirela pega o livro na mão de diana, ele era pequeno e verde com alguns
detalhes em dourado, tinha o desenho de uma silhueta de uma mulher com chapéu na capa. -
Não sei, nem sabia que tinha esse livro, onde pegou esse?

-Devemos ter pego na biblioteca e não lembramos, abre ai.

-Tabom... pelo que está escrito aqui é um livro sobre uma lenda, uma mulher no espelho capaz
de realizar seus desejos.

-Uhhh e tem escrito como invocar ela?

-Você fala como se ela fosse um demônio, mas espera. -Mirela continua lendo mais um pouco.
-Aqui, aparentemente tem um jeito de chamar ela, quer mesmo fazer isso?

-Claro, imagina se ela realmente existe e poderíamos pedir qualquer coisa, eu iria pedir para
ser super poderosa e adorada pelo reino todo.

-Acho um desperdício de desejo, mas isso parece perigoso.

-Não seja medrosa Mirela, vai ser legal.

-Eu não sou medrosa... tudo bem eu topo, mas se algo der errado a culpa é sua.

-Nada vai dar errado, é só uma brincadeira. Vem vamos ver o que precisamos para esse ritual.

Mirela e Diane leem atentamente cada detalhe e procuram pelo castelo por três espelhos,
assim que encontram elas se juntam no quarto de Mirela e começam a recitar o juramento
para chamar pela mulher do espelho. Nada acontece, elas se olham e Mirela se prepara para
dizer alguma coisa até que surge a silhueta de uma mulher no espelho e logo ela aprece mais
nitidamente.

-Você é real?! -Diane diz assustada.

-Mais real do que qualquer coisa que possa imaginar. -Diz a mulher.

-Eu sou... -Mirela é interrompida.

-Mirela e ela é Diane, conheço bem vocês duas, crianças adoráveis.

-Como nos conhece? E quem é você?

-Conheço todos nesse reino, sou Jezebel e vim realizar um desejo seus, porém devem me dar
algo em troca.
-O que você quer?

-Quero poder cuidar de vocês e em troca lhes darei qualquer coisa que quiserem.

-Como assim cuidar da gente? Tipo uma babá? -Pergunta Diane.

-Não, cuidar como se fossem minhas filhas, lhes darei um espelho especial para que quando
precisarem eu irei vir salvar vocês, meu acordo é esse, poderei cuidar de vocês da minha
maneira e em troca realizo um desejo para as duas.

-Não me parece algo ruim Mirela, teremos uma mãe que cuida da gente e um desejo, espera!
É um desejo para as duas?

-Exatamente, por isso escolham com cuidado.

-Ah.. tudo bem, eu já sei o que eu quero, você concorda com isso Mirela.

Mirela olha para Diane em seguida para a mulher, ela não podia negar que estava com medo,
porém aquela mulher não parecia perigosa, ela falava de uma maneira tão doce e tinha um
olhar gentil, incapaz de ser alguém ruim.

-Eu aceito, Diane e eu desejamos ser muito poderosas. -Diz Mirela.

-Você concorda com esse desejo meu bem? -Jezebel pergunta olhando para Diane.

-Sim, quero ser poderosa assim como Mirela. -Diz Diane determinada.

-Pois bem, aquele será o espelho especial que devem cuidar com muito amor. -Diz Jezebel
apontando para o quarto de Mirela onde um espelho apareceu como magica. -Assim que eu
partir o desejo de vocês será realizado, até breve meus amores.

Jezebel some e dois dos espelhos se quebram caindo ao chão, as duas se olham ainda
incrédulas do que acabam de ver.

-Eu consigo sentir algo mudar. -Os olhos amarelos de Diane brilham momentaneamente
demonstrando poder.

-Seus olhos! – Mirela diz e em seguida seus olhos fazem o mesmo, porem com um brilho roxo.

-Os seus também! Vem, vamos testar isso lá fora.

As duas saem do castelo e começa a jogar vários de seus feitiços pela floresta, ainda estava
anoite então não seriam facilmente vistas. O tempo foi passando depois daquele dia, muitos
notaram que as habilidades delas tinham evoluído grandemente e estavam superando muitas
das demais colegas. Diane começou a agir estranho, como se algo estivesse mexendo com ela,
falando sempre do espelho que Jezebel deixou para elas, ela nunca apareceu depois daquele
dia e Diane decidiu deixar o espelho no seu castelo pois queria muito vê-la novamente. Anos
se passaram e aquela era de princesas estava pronta para se formar no colégio elemental, e
pouco antes disso Diane decide fazer uma visita para Mirela.

-Ah, oi Diane pensei que só fosse te ver amanhã. -Diz Mirela abrindo a porta.

-Mirela precisamos conversar, Jezebel falou comigo. -Diane diz completamente seria.

-espera, a mulher do espelho?

-Ela mesma.
-Mas tem anos que não a vemos, tem certeza que era ela?

-Sim, ela apareceu naquele espelho especial, posso entrar? Não acho que seja bom conversar
sobre isso aqui fora.

-Tudo bem, entra.

As duas vão até a sala e se sentam no sofá, Diane estava agindo estranho, parecia muito
nervosa.

-O que ela disse para te deixar tão nervosa?

-Ela quer nos levar para o espelho, eu disse que não queria ir para um lugar como aquele e ela
disse... ela disse que é o melhor para nós, e que lá dentro ela vai poder cuidar da gente e
remover nossa dor.

-Você contou para ela o que aconteceu com a gente?

-Não, parece que ela sempre sabe de tudo, se lembra quando ela disse que conhecia todos
nós? E disse nossos nomes. Eu não consegui dormir ontem pensando que ela estava nos
observando, eu acho que é aquele espelho.

-Então vamos destruir ele.

-Eu tentei, assim que ela disse isso e eu neguei, ela disse que não tínhamos escolha pois foi
uma decisão nossa e que ela cuidaria de nós pois sabe o que é melhor, ela disse para que eu te
chamasse e então nós seriamos uma família.

-e?

-Depois que ela entrou no espelho, eu me assustei e tentei quebrar ele, ela voltou e disse em
um tom mais serio que me assustou “Esse espelho é magico, jamais pode ser destruído, ele é p
que me liga a vocês”, ela entrou e eu não a vi dês de então.

-Eu não vou sair daqui, temos que fazer alguma coisa a respeito, traga o espelho e eu vou
lacrar ele com uma magia especial.

E assim elas fizeram, Mirela conseguiu lacrar o espelho e as proteger de Jezebel, ou era o que
as duas pensavam. Diane começou a ficar neurótica com aquilo, sentindo sempre ser
observada, não dormia ou comia mesmo com Mirela tentando a ajudar, se afastou de todos
com medo de que alguém estivesse ali para ajudar Jezebel. Isso durou até o dia que Mirela
sentiu algo, um aperto no peito e ela sabia exatamente o que significava, estava na hora. Ela se
foi até a casa de Diane e abriu a porta que não tinha sido trancada, se aproximou do quarto
dela e teve a visão mais perturbadora de sua vida, Diane estava pendurada pelo pescoço em
frente a janela do seu quarto, Mirela a tirou de lá e levou em seus braços até o mundo dos
mortos, em toda sua vida ela nunca tinha sentido dor maior, do que ter sua melhor amiga
morta em seus braços tendo que a levar para um mundo como aquele.

~Voltando ao presente.

-Ela morreu, e eu tive que a levar em meus braços. -Diz Mirela.

-Mas...
-Prefiro não falar sobre isso, vamos esperar até a Morgana voltar.

-Ah... tudo bem, já que prefere assim.

~Perspectiva de Vanilla.

Liam está ali a bastante tempo, será que deu alguma coisa errada? Melhor ir buscar um café e
voltar pra cá, meus olhos já estão se fechando sozinhos.

Vanilla sai do quarto de Perola e anda saindo dos dormitórios e indo para dentro do colégio,
tudo estava silencioso e vazio, porém o silencio para quando ela escuta o som de saltos
passando pelo corredor a sua frente e logo que dobra a esquina ela vê Adora.

-Adora?! -Vanilla pergunta meio incrédula.

-Vanilla, que surpresa... espera, você sabe que sou eu?

-Presumi, não acho que aquela demônia se disfarçaria da mesma pessoa novamente, mas
como você está aqui? Onde você estava esse tempo todo? -Vanilla pergunta com um olhar
evidentemente confuso e surpreso.

-Ela me prendeu para tomar meu lugar, estive presa dês do dia que abdiquei do reino.

-Você esteve esse tempo toda presa??? Me admira você não ter ficado maluca, eu passei 1 dia
presa e nem consegui dar aula direito, como você está?

Adora tem uma breve lembrança do incidente no banheiro e sente um aperto em seu peito.

-Ehh.. eu estou bem, acho que só preciso me atualizar de tudo que perdi, eu tente conversar
com nossas antigas colegas... mas aparamente não sou bem quista em nenhum lugar, vou
esperar até que Leonor saia do trabalho.

-Eu posso te ajudar, não estou fazendo nada no momento e seria bom ter alguém para
conversar enquanto vigio alguns alunos, será bom para me manter acordada.

-Serio? Nunca pensei que fosse querer me ajudar, eu não fui muito agradável com você no
passado.

-O passado deve ser deixado para trás, e você deve ter melhorado nesse tempo que ficou
presa assim como eu mudei bastante, vai ser bom conversamos e deixarmos as desavenças
para trás.

-Fico feliz com isso, nossa eu estou perdidíssima com tudo, muita coisa aconteceu e eu não
estou entendendo nada, e esses alunos que falou, o que aconteceu com eles.

-Longa história, vem comigo vou ir te contando no caminho...

Vanilla foi com Adora até o refeitório e pegou uma xicara de café, ela ia contando todo o
transtorno que as demônias fizeram no reino e como afetou os alunos, quando retornou para
o quanto ela mostrou o estado de Perola e contou o que liam estava fazendo para ajudar ela a
sair do coma.
-Esses comas podem ser perigosos, ainda mais se forem causados por magias especificas, é
possível que ao adormecer sua alma fique tão confusa que acaba vagando e sendo mandada
para um mundo diferente. -Diz Adora.

-Esta dizendo que Perola pode estar em outro mundo? Mas como isso é possível se o corpo
dela está aqui?

-É como se apenas uma parte dela estivesse aqui e a outra está presa em algum mundo por ai,
algum que provavelmente não tenhamos conhecimento de sua existência, nos livros que
estudei sobre comas, eles falavam que esses mundos para onde vão, são tão complexos que
quando o paciente acorda “se acordar”, ele conta coisas sem relação com a realidade.

-E como tiramos ela de lá?

-Da mesma maneira que ela entrou, com magia e por sorte o Liam é um príncipe com bastante
magia, vai dar tudo certo.

-Assim eu espero, mas e você, pretende ser enfermeira do colégio de novo?

-Sim, mas preciso ajustar minha vida primeiro, está tudo acontecendo rápido demais para
mim.

-Você tem que ir com calma, minha vida também está uma bagunça eu nem queria estar aqui,
mas preciso ajudar eles, são a esperança desse reino e eu quero que tenham a vida menos
conturbada possível.

-Te entendo, também não quero que eles passem pelo que passamos. Mas aonde queria
estar? Se não tivesse que cuidar deles.

-Queria ir falar com a Eclipsa, da ultima vez que conversamos as coisas não correram como o
esperado e eu não quero que ela fique brigada comigo, eu...

-Você gosta dela, isso é evidente, então por que não fala pra ela?

-Eu vou falar, mas preciso do momento certo para isso e com certeza não é com ela irritada
comigo.

-Entendo, boa sorte com isso e se quiser pode ir que eu fico cuidando deles pra você.

-Obrigada, Cassandra vai ajudar por um tempo até que tudo esteja “normal” por mais que as
coisas não vão voltar ao normal tão cedo.

-Acho que esse reino nunca vai ser normal de fato, nosso normal é o anormal e eu já me
acostumei com isso, eu tenho esperanças de poder voltar a minha vida de antes, por mais que
seja mais difícil por conta de tudo que perdi aqui, mas com o tempo vou conseguir me ajustar
e quem sabe não fazemos alguma coisa juntas.

-Isso seria ótimo, eu acho que vai ser bom para você conversar com suas amigas do passado e
é claro que pretendo te ajudar a se ajustar novamente.

-Quer ir falar com a Eclipsa? Não tenho nada de importante para fazer, posso ficar de olho
neles e qualquer coisa eu te aviso, posso ir voando até você.

-Acho que vou aceitar sua proposta, tem certeza que dá conta?

-Sim, pode deixar comigo e boa sorte.


-Obrigada Adora, eu vou tentar não demorar e qualquer coisa você me fala.

-Ok, até depois.

Vanilla olha uma ultima vez para Perola e Liam e sai da sala, ela queria ver Eclipsa o quanto
antes para resolver os assuntos pendentes. Ela passa pela secretaria para falar com Olivia
antes de sair, ela parecia não estar ocupada, olhava para o relógio na parede quase sem nem
piscar como se estivesse hipnotizada.

-Olivia? -Vanilla chama por ela a fazendo sair daquela hipnose.

-Ah Vanilla, o que você quer? -Pergunta olivia se ajeitando na cadeira.

-Queria avisar que vou sair por um tempo e volto mais tarde, caso Leonor procure por mim.

-Não acha meio inconveniente sair no meio do horário?

-Eu sei, mas é um assunto de extrema urgência e...

-Tanto faz, o problema é seu e eu não estou interessada em saber seus motivos.

-Você pode avisar para Leonor se ela vier perguntar alguma coisa?

-Se isso te fizer sair daqui. -Olivia diz pegando seus Oculos na pesa e os colocando no rosto.

-Obrigada eu acho, não vou te incomodar novamente.

Vanilla sai da secretaria e caminha para fora do colégio procurando por seu cavalo, ao montar
nele ela sente algo estranho como se estivesse tendo um pressentimento de alguma coisa. Ela
pensava no que iria dizer para Eclipsa, todas as frases pareciam não ter sentido com o que ela
queria falar, nada parecia suficiente e ela estava cogitando a possibilidade de desistir, mesmo
com todos aqueles pensamentos ela se manteve firme com sua decisão e resolveu deixar seu
coração falar por ela naquele momento. Assim que chegou na floresta de arvores brancas, ela
pega uma poção em seu bolso e bebe a fazendo flutuar até as nuvens, uma nuvem vai até seus
pés a trazendo para o reino dos céus, próximo dali ela consegue avistar o reino de Eclipsa, seu
coração batia tão forte que parecia querer sair da boca. OS portões se abrem e ela pode ver
Luz saindo de lá com uma bolsa.

-Oi professora Vanilla, tudo bem? -Luz diz simpática.

-Oi Luz, pode me chamar apenas de Vanilla, não é necessária tanta formalidade. Estou bem
minha querida e você?

-Estou bem também, tem noticias dos alunos que estão machucados?

-Sim, a maioria deles já se recuperaram e estão em suas casas novamente, só falta Perola qe
não acorda e Liam que foi tentar acorda-la.

-Espero que eles consigam, desculpe-me a intromissão, mas o que faz aqui no reino dos céus?

-Eu gostaria de falar com a Eclipsa, ela está?

-Está sim, antes de sair eu a vi conversando com sua amiga na cozinha, pode avisar os guardas
que sua entrada está permitida.

-Eclipsa tem uma amiga? Esta se referindo a Monna? -Vanilla pergunta com um tom de voz
mais aflito.
-Acho que é esse no nome dela mesmo, eu não consigo memorizar direito, ela é bem divertida
o que não combina com a Eclipsa haha, agora eu vou indo, Sara já está me esperando, até
depois Vanilla.

-Até Luz, te vejo na escola amanhã.

As duas acenam se despedindo e cada uma segue seu rumo, Vanilla pede passagem para os
guardas e eles concedem, assim que entrou viu os elfos trabalhando como de costume, cada
um com suas vidas desconhecidas aos olhos de Vanilla, a entrada do castelo estava fechada a
fazendo bater na porta, alguns longos minutos depois a porta é aberta por Eclipsa.

-Vanilla? -Eclipsa pergunta com um ar de surpresa.

-OI Eclipsa, eu... eu vim aqui saber se poderíamos conversar. -Diz Vanilla ansiosa.

Eclipsa olha para dentro do castelo e depois volta sua atenção para Vanilla.

-Tudo bem, mas seja breve pois tenho outras coisas para fazer. -Eclipsa diz abrindo a porta e
permitindo a passagem de Vanilla.

-Eu vou ser o mais breve possível e...

-Eclipsa posso comer esse bolo estranho. -Monna diz andando até eclipsa olhando para um
prato que estava em sua mão até que vê Vanilla e sua expressão muda completamente.

-Isso não é um bolo, é uma torta de limão, mas Luz colocou corante vermelho, pode comer.
Monna acho que já se conhecem, essa é Vanilla uma colega de muitos anos. -Diz Eclipsa
apontando para Vanilla.

-*Fui rebaixada de amiga para COLEGA?! Essa situação não poderia ficar pior*- Vanilla se
torturava com pensamentos.

-E Vanilla essa é Monna, uma...

-Uma amiga próxima. -Monna diz olhando de maneira irritada para Vanilla. -Eu e ela já nos
conhecemos, vou ir comer na cozinha e deixar vocês duas conversando. -Monna diz dando as
costas e indo para cozinha.

-Algo aconteceu com vocês duas? Era possível cortar a tensão com uma faca. -Diz Eclipsa.

-Não... não aconteceu nada, acho que ela só está em um dia ruim, podemos conversar em um
local mais reservado.

-Podemos conversar na sala de leitura, venha comigo.

Eclipsa caminha com Vanilla a seguindo, aquele castelo era enorme e silencioso, Eclipsa não
gostava da presença de outras pessoas enquanto ela estivesse no castelo, a maioria de seus
servos ficavam nos fundos do castelo na área de serviço. A rainha abre uma porta e entra
esperando até que Vanilla entrasse, em seguida fecha a porta e se senta em um sofá que tinha
ali.

-Então, o que queria falar comigo? -Pergunta Eclipsa olhando atentamente para Vanilla.

-Queria conversar com você sobre aquele breve dialogo na minha casa...

-Não acho que seja necessário falar sobre isso, eu entendi seu recado.
-Não você não entendeu, eu não quis te chatear foi um mal entendido.

-Vanilla você praticamente me mandou embora, me diz qual parte disso foi um mal
entendido?

-Eu não estava passando bem, na noite anterior aquela eu... eu fui atacada e aquilo mexeu
com a minha cabeça, eu estava assustada e com medo de acontecer novamente, muitas coisas
estavam passando pela minha cabeça e eu mal consegui dormir. Quando você apareceu eu
quis te ajudar, queria muito abrir aquela porta e te ajudar com o que você precisasse, mas eu
estava com medo de abrir a porta, no outro dia eu mal consegui dar aula, tive que voltar para
casa e se não acredita em mim pode perguntar para a Leonor, ela viu meu estado naquele dia.

-E por que não me disse? Ou não veio até mim depois? Queria que eu adivinhasse que não
estava brava comigo, as pessoas sempre ficam assim comigo e quando vi você daquele jeito
parte de mim já esperava por isso, então foi fácil presumir o pior.

-Não quis que se sentisse assim, eu jamais faria alguma coisa para te chatear Eclipsa, pelo
contrario eu quero fazer tudo para te ver bem, se fosse necessário ir na floresta dos sonhos
que é a floresta mais perigosa, só para pegar uma flor que te deixaria feliz, eu faria isso por
você.

-E porque faria algo estupido assim por mim?

-Por que... -Vanilla sentiu seu coração bater cada vez mais forte, respirou fundo e disse. -Por
que eu te amo Eclipsa, é como se meu coração não pertencesse mais a mim e sim a você, cada
partezinha dele bate mais forte ao te ver, e imploram para que eu demonstre meu amor por
você. -Vanilla se aproxima de Eclipsa e coloca as mãos delicadamente em seu rosto e
aproximando seus lábios, Eclipsa não recua e aproxima seu rosto ao dela fazendo com que
seus lábios se tocassem em um beijo doce, ela separa seus lábios. -É por isso que eu faria algo
estupido por você.

Eclipsa olha para ela com brilho nos olhos e coloca a mão em seu pescoço a puxando para
outro beijo.

~Perspectiva de Hadria.

Hadria andava por seu castelo olhando todos os cantos, ela se sentia sem rumo depois que
Sofia foi embora, era como se parte dela também tivesse partido, aquele lugar parecia mais
vazio do que antes, ela se senta em uma cadeira perto da sala e logo uma visão vem em sua
cabeça.
Ela olha ao seu redor e nota duas pessoas adormecidas em uma cama, ela não conseguia
identificar direito seus rostos, até que ambas abrem os olhos e respiram fundo como se
tivessem acabado de ser salvas de se afogar, quando Hadria tenta se aproximar a visão some.

-Sofia saberia me dizer o que isso significa. Você mentiu pra mim, eu não estou pronta para
viver sem você. -Hadria diz com lagrimas nos olhos.

Ela se levanta e decide caminhar para esclarecer seus pensamentos, tudo parecia não ter
sentido para ela, aquelas ruas do reino pareciam enormes estragas que não levavam a lugar
algum, a única pessoa que poderia a compreender naquele momento não estava com ela, tudo
que Hadria precisava era alguém para conversar e se sentir menos só. Enquanto andava ela
tinha algumas visões e ouvia vozes falando com ela, a todo momento ela aprecia estar em uma
luta constante para não deixar que as vozes controlassem seu corpo, mesmo que muitas vezes
aquela luta era perdida. Depois de bastante tempo caminhando ela olha para o lado e vê o
castelo de Filomena, talvez seu inconsciente tivesse a levado para lá, sabendo da sua
necessidade em ter alguém para conversar, as roseiras estavam em um tom de rosa bem claro
misturado com um cinza. Ela passa pelo portão e vai direto para o castelo, Dayse não estava lá
para a recepcionar então Hadria decide entrar já que a porta estava aberta, Filomena estava
conversando com Margareth, pareciam preocupadas.

-Hadria! Que surpresa você vindo aqui, está precisando de alguma coisa? -Pergunta Filomena.

-Uma alma fria e solitária em busca de um sentido, sentido esse que parece ter se perdido
junto com uma parte do seu eu verdadeiro, apenas precisando de um consolo em meio a tanto
desespero. -Diz Hadria.

-Eu não... -Margareth é interrompida.

-Humm deixe-me pensar, esse parece complicado... Está se sentindo sozinha e não sabe o que
fazer, então veio até mim para que eu pudesse conversar com você, certo?

Hadria consente com a cabeça.

-Como consegue entender ela? -Pergunta Margareth impressionada com o que Filomena fez.

-Sou boa em enigmas, e nós princesas do amor temos a habilidade de conseguir compreender
qualquer língua, não com tanta clareza, mas conseguimos o essencial.

-Isso é incrível, eu nunca entendo o que ela quer dizer.

-Hadria as vezes fala normalmente, mas são raros esses momentos e devem ser muito bem
aproveitados, então minha querida, o que posso fazer por você?

-Hadria não quer incomodar a princesa, sua mente está em um completo caos em meio a
tantas informações. -Diz Hadria parecendo ser outra pessoa naquele momento.

-Você não me incomoda, eu e Margareth estamos esperando por notícias para ajudar Ângela,
enquanto isso você pode falar conosco, espera... suas habilidades podem nos ajudar?

Hadria dá de ombros indicando que não sabia.

-Eu vou comprar pizza para comermos agora atarde, enquanto isso vocês duas podem ir
conversando e se resolvendo. -Diz Margareth.

-Vai naquele restaurante que te falei, a pizza de lá é ótima, fica perto da cafeteria. -Diz
Filomena.

-Ok, eu não devo demorar muito se a fila não estiver grande, então até depois.

Hadria acena se despedindo e Filomena manda um beijo no ar, Margareth sai de onde estavam
e come do campo de visão das duas.

-Então Hadria, o que aconteceu para te deixar assim?

-A perda é um sentimento que pode correr seu coração, deixando um vazio incapaz de se
preencher.
-Você perdeu alguém? OH meu bem, eu sinto muito.

Filomena abraça Hadria que começa a chorar, aquela tinha sido provavelmente a primeira vez
que Filomena a viu chorar, enquanto usou sua magia ela pode sentir que o coração de Hadria
estava machucado, elas ficaram abraçadas por um tempo, Filomena sabia que aquela
demonstração de afeto poderia ajudar ela naquele momento.

-Hadria não quer ficar sozinha. -Hadria diz em meio ao seu choro.

-Eu não vou te deixar sozinha, vai ficar tudo bem. -Filomena diz acariciando os cabelos de
Hadria.

-Uma mente atormentada com pensamentos, com seu destino fadado ao fim.

-Posso ver seus pensamentos novamente?

Hadria consente com a cabeça e Filomena beija delicadamente seus lábios, e novamente uma
explosão de pensamentos vem a sua cabeça, frases como “A morte lhe cai bem” “Vou cuidar
de você” e a visão de uma pessoa sendo morta, Filomena não pode ver seu rosto apenas viu o
sangue escorrer pelo corpo. Depois ela vê uma mulher sorrindo e sumindo aos poucos.

-Amanhã eu vou na biblioteca da escola e vou buscar saber sobre sua maldição, nem que eu
revire toda a biblioteca. -Diz Filomena.

-Hadria não quer te dar trabalho com isso, a princesa tem mais com o que se preocupar.

-Eu não vou conseguir fazer nada sabendo que minha amiga precisa da minha ajuda, e não se
preocupe pois vou encontrar essa cura.

Hadria sorri para Filomena que faz o mesmo, ela abraça novamente Hadria e as duas ficam
sentadas com Filomena tentando entender o que Hadria estava falando, ela contava várias
coisas que aconteceram com ela por causa das visões, algumas engraçadas e outras muito
estranhas. Pela primeira vez ela não se sentia esquisita conversando com outra pessoa além de
Sofia, e naquele momento ela se sentiu menos sozinha.

~Perspectiva de Ursula.

Assim que Adele foi embora Ursula voltou para a biblioteca e começou a estudar sobre outros
mundos, depois da conversa que teve com a Rainha do caos, ela começou a pensar que o reino
poderia estar em ameaça novamente e só de pensar em outro desastre como aquele, ela não
conseguia se manter quieta.

-E se Adele estiver certa? Esses outros mundos são desconhecidos aos meus olhos, podemos
estar sendo invadidas nesse momento e eu nem sei, não quero ter que passar por tudo isso de
novo, e ela disse que me ajudaria com essas pesquisas... confesso que não preciso da ajuda
dela nisso, mas ter ela do meu lado me faz ficar mais calma e feliz, e é uma ótima desculpa
para passar mais tempo com ela, não vou desperdiçar essa oportunidade.

-Conversando sozinha novamente Ursula? -Pergunta Helen de maneira irônica entrando na


biblioteca.

-A-ah... ou Helen, não sabia que já tinha voltado. -Diz Úrsula envergonhada.
-Não precisa ficar tímida, eu sei que você gosta da Rainha Adele, só não entendo por que não
fala logo pra ela, está esperando o que?

-Por que não é o momento, não quero que ela se afaste de mim, vou esperar até que ela
demonstre gostar de mim também, ai sim vou saber que é a hora certa haha.

-A rainha Adele odeio sair de seu castelo, a alguns meses ela não saia nunca praticamente e
agora está saindo quase todos os dias para vir justamente para cá, o que tem a me dizer sobre
isso?

-Ela e eu somos amigas a anos, sou a única amiga próxima dela então é normal que ela venha
aqui, não acha?

-Vou dizer da maneira mais gentil possível majestade, você é muito tardia para uma rainha do
tempo.

-Está me chamando de lerda? Olha que fala, não foi você quem perdeu a Rachel por perceber
tarde demais que ela gostava de você.

-Isso não cabe ao momento, foi uma escolha minha agora se não tiver mais nada para me
pedir, eu vou para o meu quarto me deitar.

-Não precisa ficar irritada com isso, estou apenas brincando com você, mas de fato esta tarde
para ficar acordada, amanhã temos trabalho a afazer, eu vou continuar pesquisando algumas
coisas e depois eu vou me deitar, pode ir.

-Boa noite Ursula, não fique muito acordada, pode prejudicar seu sono.

-Tudo bem Helen, Boa noite.

Helen sai da biblioteca deixando Ursula sozinha enquanto ela lia alguns livros. Tudo estava
bem mais silencioso que o normal, Ursula lia e relia várias frases, chegou perto de seu globo
dourado e começou a olhar por ele, tudo parecia perfeitamente alinhado.

-Não parece ter nada de errado aqui, deixe-me ver o que está acontecendo com o tempo dos
outros mundos.

Ursula resolve descer as escadas e ir em direção ao local dos relógios, todos estavam normais
e o tempo parecia rodar normalmente, Ursula passa pelo local do relógio do reino dos
espelhos e olha para ele que permanecia parado e fica com uma feição seria. Ao terminar de
olhar todos os relógios Ursula vai até a frente de uma porta dourada que ficava bem ali e a
destranca usando magia, era uma sala com várias gavetas e prateleiras de rodeavam a sala, ela
chega até uma que ficava no final da sala, tinha uma etiqueta com o desenho de um relógio,
Ursula novamente abre usando sua magia especial e retira de lá um relógio semelhante aos
que ela estava vendo na sala de relógios, ele girava meio desorganizado, com os ponteiros
bem rápidos.

-Se souberem que o tempo no reino dos espelhos está girando novamente, isso poderia ser
uma catástrofe, eu não entendo o motivo de estar girando tão rapidamente, é como se lá
tivesse seu próprio tempo e eu não tivesse controle sobre isso, se souberem que a Rainha do
tempo não tem controle sob o tempo em um lugar como esse, isso o poderia trazer seria
consequências. Preciso dar um jeito de ver o que está acontecendo lá dentro... é isso! Preciso
da ajuda de Alice.
Ursula coloca o relógio na gaveta novamente e a sela com magia, após trancar tudo e subir
para o seu quarto, Ursula começa a organizar algumas coisas em uma bolsa e a deixa em cima
da cômoda. A noite estava bem silenciosa, amanhã os alunos voltariam para as aulas
normalmente, seria o momento para Ursula ir até Alice e descobrir se ela tinha algum poder
que a ajudasse com o problema do tempo no espelho. A rainha toma seu banho relaxante para
acalmar seus nervos e em seguida se deita na cama. O tempo passa depressa e logo
amanhece, após sua higiene Ursula desce as escadas e se senta na mesa da copa onde estava
tudo preparado para o seu café da manhã, Helen estava terminando de colocar algumas coisas
na mesa.

-Bom dia Helen, vem cá... me conta seu segredo. -Diz Ursula colocando a mão em seu queixo e
olhando com os olhos entreabertos.

-Que segredo? -Pergunta Helen puxando uma cadeira e se sentando.

-Como consegue levantar tão cedo e arrumar tudo isso?

-Fácil, eu não preciso dormir tanto quanto as outras pessoas, princesas da escuridão dormem
pouco normalmente e preferimos dormir de dia.

-Nunca te vi dormindo de dia, como consegue ficar tanto tempo acordada?

-Tenho meus truques. O que pretende fazer hoje?

-Vou no colégio falar com a princesa Alice, preciso fazer algumas perguntas para ela.

-Ela fez alguma coisa?

-Não, mas vai me ajudar a resolver um problema.

-Boa sorte com isso, ela é uma pestinha.

-Sei lidar com crianças, eu sou Ursula a rainha mais divertida do reino.

-Bom, disso eu não posso discordar.

As duas continuam conversando enquanto comem, Ursula sobe para seu quarto e troca suas
vestimentas para um vestido mais confortável, pega sua bolsa e desce indo para a carruagem
que a esperava na entrada.

~Perspectiva de Liam.

A noite logo chegou, todos os alunos se direcionaram para seus respectivos dormitórios,
enquanto passava pelos corredores Liam notou que tinha uma supervisora em cada corredor,
seria impossível passar por elas. Ele fecha a porta de seu dormitório e se senta na cama.

-Não acho que Magda vai conseguir passar por eles, esse plano pode dar muito errado e eu
não quero causar problemas a ela, pelo que ela me disse sua vida não é nada fácil. Eu só
preciso encontrar uma fonte de magia e posso nos tirar daqui, pelo que ela me falou a tal da
Imperatriz tem magia, se eu conseguir pegar um pouco já seria suficiente.

Liam arruma a cama e deita olhando para o teto, o tempo vai passando enquanto ele pensava
em uma maneira de falar coma imperatriz, ele escuta um som vindo da porta e olha para
baixo, um papel foi passado para ele. O príncipe caminha até lá e pega o papel.
“Liam eu não consegui levar Perola, ela se recusa a sair do quarto, até o momento ninguém me
viu e eu vou tentar voltar para o meu quarto, amanhã nós tentamos novamente falar com ela
sem que a Diretora nos veja. Ass; Magda. “

Liam amassa o papel e joga na lixeira que tinha ali, se deita na cama e tenta dormir. Por mais
que tentasse ele não conseguia, não estava acostumado em de fato dormir, ele passa a noite
cuidando dos sonhos das pessoas e nunca de fato dormia, após muito se revirar na cama Liam
decide ler as regras até o dia amanhecer, já que não conseguiria dormir. Um sinal tocou
indicando que os alunos deveriam se direcionar ao banheiro e assim ele faz, o mesmo garoto
que tinha o provocado quando chegou estava lá escovando os dentes junto com outros
garotos.

-Ih olha só que apareceu, galera esse é o moleque que falei, todo engomadinho e esquisito. -
Diz o garoto.

-Carinha de play boy isso sim, vem de onde? Terra dos filhinhos de papai?

-Eu não tenho pai. -Diz Liam.

-E sua mãe te teve como? Aposto que seu pai fugiu para não ter que olhar pra sua cara. -Diz o
garoto loiro.

-Eu também não tenho mãe, nunca tive.

-Deixem-no em paz. -Um garoto de cabelo preto e alto diz se colocando a frente de Liam. -
Vocês mexem com ele por que estão espelhando suas inseguranças nele, a culpa não é dele se
vocês são dois idiotas que invejam qualquer um que pareça minimamente ser melhor que
vocês, o que não é difícil já que são tão inteligentes quanto uma mosca. Vem cara, vamos sair
daqui. -O garoto diz segurando a mão de Liam.

-Agora as duas bixinhas estão saindo de mãos dadas? Hahaha.

Liam e o garoto saem do banheiro, Liam olhava para aquela pessoa que estava o ajudando
mesmo sem o conhecer, não era como as outras pessoas daquela escola que pareciam se
preocupar demais com suas próprias vidas. Eles param em frente a um bebedouro.

-Você está bem? -Pergunta o garoto.

-Estou, eu não entendo muito o que aquele garoto estava falando, mas obrigado por me tirar
de lá.

-Não me agradeça, eles são uns idiotas que só sabem implicar com os outros, a proposito meu
nome é Nathaniel, e o seu?

-Eu me chamo Liam, prazer em conhece-lo Nathaniel.

-Você é novo certo? Vem de onde, qual unidade?

-Eu não sou daqui, sou de um lugar bem distante, você não deve conhecer.

-Eu nunca sai daqui de belo horizonte, então de fato não conheço nada além daqui.

-O lugar que venho é muito diferente daqui, estou tentando entender esse lugar novo por mais
que seja bem difícil.
-Posso te mostrar algumas coisas, vou te contar por que parece ser confiável, me responda
uma coisa antes de eu te contar isso. mas tem que ser super sincero ok?

-Claro.

-O que acha da Imperatriz?

-Bom, eu nem a conheço para falar a verdade, não sei o que dizer sobre ela.

-Humm parece estar dizendo a verdade, vem comigo quero te mostrar um lugar, vai ser bem
rápido.

Nathaniel segurou a mão de Liam e o puxou pelos corredores levando até uma sala mais
afastada, não tinha ninguém lá por perto, Nathaniel deu duas batidas em uma parede.

-Por que quer me mostrar essa sala? -Pergunta Liam.

-Shiii. -Nathaniel coloca o dedo em sua boca indicando que Liam deveria ficar quieto.

Logo a parede se abriu e Nathaniel o puxou para dentro fechando novamente a parede. Liam
olhou em volta e notou outros alunos lá dentro e a supervisora que ele conheceu quando
chegou.

-Nathaniel, já conversamos sobre isso! Não pode ficar trazendo pessoas estranhas pra cá. -Diz
Sara.

-Ele é de confiança, eu confio nele. -Diz Nathaniel.

-Ele entrou ontem, não tem como conhecermos anda dele, pode ser mais um que está sendo
manipulado pela Imperatriz.

-Não acho que esteja, olha nos olhos dele. -Nathaniel diz se aproximando de Liam e apontando
para os seus olhos. -Nem um pingo de magia vermelha, se estivesse sob o controle dela
poderíamos ver um pouco da magia passando pela sua íris.

-Tudo bem, mas nada de trazer outras pessoas pra cá, esse é para ser um local seguro.

-O que é esse lugar afinal? -Pergunta Liam.

-Aqui é onde nós que não fomos afetados pela magia da Imperatriz ficamos, planejamos fugir
daqui para um lugar mais seguro. -Diz Nathaniel.

-Acreditamos que existem outros mundos além desse que podem ser mais seguros, mas não
entendemos nada disso e nem como ir pra lá. -Diz Sara.

-Nem sabemos se existe realmente.

-Existe, eu venho de um deles chamado reino Elemental, é completamente diferente de tudo


aqui, eu vim dele para salvar uma amiga minha que veio para cá por engano, seu nome é
perola. -Diz Liam.

-Perola? Não acho que ela pertença a outro reino, ela também está sob o controle da
Imperatriz.

-Perola está sendo manipulada para ficar aqui, é como no meu mundo, existe uma floresta dos
sonhos a mais perigosa do reino, tudo que acontece nela é para te obrigar a ficar dentro dela e
nunca mais sair, você acaba se tornando parte da floresta.
-Como uma floresta com o nome “dos sonhos” pode ser perigosa?

-Ela tem esse nome pois projeta seus maiores sonhos lá dentro como se fossem reais, te
manipulando para ficar lá dentro até que não consiga mais sair, eu sou o príncipe dos sonhos
na minha terra, podem não acreditar em mim, mas eu estou falando a verdade.

-Não é tão difícil de acreditar, mas então você consegue nos levar pra esse seu mundo?

-Consigo, mas preciso de magia e a minha simplesmente sumiu, planejo roubar um pouco da
imperatriz.

-Se está falando a verdade, vamos te ajudar nisso.

-Mas como faríamos isso? -Pergunta Sara.

-Como você rouba magia?

-Preciso pegar algo dela que contenha Magia ou tocar nela, mas tocar seria mais difícil então
vamos para a 1° opção.

-Espera... recebi uma mensagem, a Imperatriz adentrou os portões do colégio, ela está vindo e
todos devem se direcionar a sala de apresentações.

-Vamos rápido, ela não deve demorar a chegar aqui e eu devo recepciona-la.

Nathaniel abre a parede e todos saem de lá, Sara vai na frente depressa e os outros alunos
também deixando apenas Liam e Nathaniel ali.

-Eu posso te mostrar onde fica a sala de apresentações, vem comigo.

-Obrigado. -Liam agradece e segue Nathaniel.

Os dois caminham em silencio pelos corredores, todos andavam em linhas retas, em um lado
eles andavam segundo em frente e no outro lado do corredor os alunos seguiam o caminho
contrário, tudo perfeitamente organizado assim como ditava nas regras. Liam olhava para
Nathaniel com brilho nos olhos, ele nunca tinha conhecido um garoto como ele, na sua escola
os elfos eram muito bárbaros ou quietos, alguns muito submissos aos príncipes e os príncipes
ou eram muito egocêntricos ou tinham uma personalidade difícil de lidar, Nathaniel era
diferente disso, algo nele despertava um interessem em Liam de o conhecer melhor. Conhecer
o garoto que como um passe de mágica apareceu em sua vida.
Após uma pequena caminhada eles chegaram em uma sala enorme com varias cadeiras
direcionadas ao palco, vários alunos estavam sentados, uma fileira sentava apenas meninos,
atrás apenas meninas e assim por diante, Magda estava sentada nos fundos, ela olha para
Liam e acena indicando que ele se sentasse na fileira a frente da dela, ele puxa Nathaniel e os
dois vão até lá se sentando a frente de Magda.

-Onde você estava... eh Oi Nathaniel. -Diz Magda com um olhar não muito simpático.

-Oi Magda, melhorou a perna?

-O que você acha?

-Você sabe que foi um acidente, eu não queria que a bola tivesse te acertado.

-Já disse, só te perdoo depois que minha perna melhorar.


-EU estava conversando com Nathaniel, fiz um novo amigo aqui e ele me ajudou com um
problema no banheiro. -Diz Liam.

-Que isso hein Nathaniel, já dando em cima do novato.

-Nâo foi nada disso, pare de brincar assim ele pode ter namorada. -Diz Nathaniel tímido.

-Não tenho namorada.

-Hummm. -Magda provoca os dois.

-Pare com isso, vejo que já conhece a peça rara, Magda pode ser bem rude as vezes, mas com
o tempo se acostuma. -Diz Nathaniel se virando para frente.

-Acho o jeito dela divertido, me lembra uma colega minha chamada Dayse. -Diz Liam.

-Então ela deve ser bem temperamental.

-Hey! -Magda reclama.

-De fato ela é...

A conversa deles é interrompido quando a Diretora sobe ao palco, todos se calam e prestam
atenção dela.

-Bom dia alunos, como sabem hoje é o dia de recebermos a visita da nossa amada Imperatriz. -
Magda e Nathaniel reviram os olhos. -Ela veio ver como está o progresso do nosso colégio e
como de costume, após a sua palestra rápida, iremos convidar 1 alunos para ter a honra de
conversar com ela e isso pode ajudar imensamente em seu futuro, portanto peço que se
comportem. Agora deem as boas vindas a Imperatriz Isadora Florença.

A porta se abre e uma mulher alta usando um vestido vermelho bem justo caminha com
passos delicados, era possível escutar o sol de seus saltos passando pela sala até chegar no
palco, a diretora entrega o microfone para ela.

-Liam não escuta o que ela diz, coloca esses tampões, ela usa sua voz para mexer com a cabeça
dos alunos. -Nathaniel fala cochichando e entrega dois tampões para ele.

-Alunos do setor 23, é com muito prazer que venho até aqui dispondo do meu tempo, para
presentear vocês com a minha presença, eu poderia estar em diversos lugares nesse
momento, resolvendo inúmeros outros compromissos, mas resolvi vir aqui apenas para ver
como estão se saindo com os regulamentos que coloquei para vocês, é importante que sigam
todas as regras para o bem de vocês, eu dediquei muito do meu tempo para planejar tudo
perfeitamente como deve ser para proporcionar o melhor para o futuro de vocês, para que um
dia tenham a honra de trabalhar comigo fora desse colégio. Com a minha ajuda vocês vão ter
um futuro brilhante, eu sou uma pessoa muito empática por isso estou pensando no melhor
para vocês, as regras não foram feitas para dominar vocês e sim ensinar vocês a como se
portar em meio a sociedade, trazendo um melhor convívio social e otimizando nossas vidas.
Espero que sigam estritamente tudo que lhes foi imposto, não quero ter que lidar com alunos
problemáticos novamente, sabem que faço isso para o bem de vocês, não é? Eu só quero o
melhor para meus futuros cidadãos. Estou orgulhosa em ver os ótimos resultados que tem
saído desse colégio e espero que consigam melhorar suas notas, podem fazer isso para sua
imperatriz?

-Sim senhora. -Todos falam em sincronia exceto Liam, Nathaniel e Magda.


-Ótimo, não sabem o quanto fico feliz em ouvir isso, acho que é só isso por hoje.

-O que vocês te a dizer para a imperatriz? -A Diretora Pergunta mantendo sua voz rígida.

-Obrigado por tudo, nós te amamos. -Todos dizem novamente em sincronia e Liam olha meio
confuso.

-Que gracinhas, agora a Diretora vai mencionar o nome do aluno que vai me acompanhar. -Diz
a imperatriz saindo da frente do microfone.

-Eu chamo até a frente, o aluno Liam a sala 1.

-Eu? Mas eu entrei ontem no colégio. -Liam olha confuso, a luz de um holofote é direcionada a
ele e seus colegas que estavam próximos começam a puxar ele até que chegasse na ponta.

-Meus parabéns Liam, você terá a honra de falar com a Imperatriz. – A supervisora sara fala
com ele dando um olhar de que era pra ele seguir em frente, ela anda logo ao lado dele e fala
em um tom baixo para que apenas ele escutasse. -É sua chance, veja se ela tem algo com
magia.

-Mas eu nem sei o que dizer a ela.

-Deixe que ela fale e faça perguntas sobre ela, ela ama falar sobre si mesma, vai se sair bem.

Assim que chega perto da Imperatriz ela aponta para a porta indicando que ele deveria sair
junto com ela, enquanto caminhavam pelos corredores ela se mantinha em silencio e olhando
fixamente para frente, Liam hora ou outra olhava para ela e tentava disfarçar, ela mantinha
um sorriso simpático no rosto mesmo sem nem olhar para ele. Quando ela finalmente parou,
Liam olhou para onde estavam e ela abriu uma porta dando espaço para que ele entrasse em
seguida a fechou e trancou, quando olhou para o rosto dela novamente, rapidamente seu
sorriso se desfez e um olhar sério se formou em seu rosto fazendo Liam engolir seco.

-Olha o que temos aqui, Liam o garoto novo no setor 23. -Ela diz caminhando até a mesa e se
apoiando nela de costas com as mãos na borda da mesa.

-É um prazer conhece-la Imperatriz...

-Não permiti que falasse, não precisa usar esse truque fútil comigo, você não pertence a esse
mundo.

-Claro que pertenço eu...

-Calado! Sei que não pertence, eu sei de tudo que acontece nesse mundo inteiro, se um
grãozinho de areia mudar de percurso eu vou saber, você está no meu território, não no reino
Elemental. -Ela diz e os olhos de Liam se abrem mostrando seu espanto. – Eu sei sobre esse
lugar assim como sei sobre os outros vários mundos, e de todos eles eu tinha que ser banida
para esse lugar miserável, um mundo sem magia..., mas elas se esqueceram de uma coisa,
mandaram um ser com magia para um mundo sem magia, e olha só o que consegui com isso,
um mundo inteiro aos meus pés.

-E por que me trouxe aqui, se já tem o que quer me deixe ir embora.

-Ah mas não é só isso que eu quero, um mundo como esse não é o suficiente, eu quero um
mundo com magia para que eu possa pega-la para mim assim como fiz com você e perola
assim que pisaram aqui, e eu vou ter minha vingança por ser mandada para cá.
-Como você sabe sobre isso tudo? Ninguém mais aqui sabe.

-Por que eu venho de lá. E se não fosse minha querida Magda eu não saberia que você se
lembra de tudo que tem lá e de como sair daqui. -Liam olha para ela se lembrando do que
disse para ela. -Ahh mas não a culpe, ela não pode evitar, ontem quando ela voltava do quarto
a diretora colocou uma coisinha especial nela para que ela fizesse o que eu mandar, e agora
tenho ela nas minhas mãos e se não fizer o que eu quero, ela vai sofrer as consequências.

-Não pode fazer isso!

-Ai que você se engana. -Ela caminha até a frente de Liam e olha fixamente em seus olhos. -Eu
posso fazer o que eu quiser.

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