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Curso de Liderança Cristã - 2023 Corrigido
Curso de Liderança Cristã - 2023 Corrigido
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Liderança Crista
Sumário
Introdução ....................................................................................03
Módulo 1 – Princípios Bíblicos de Liderança Cristã .......................04
1. Mas, Afinal: O Que é Liderança? | 05
2. Aspectos Bíblicos da Liderança Cristã | 12
3. O Líder Que Deus Procura | 21
4. Aprendendo o Conceito de Liderança com Jetro e Moisés | 30
5. Neemias: O Líder Eficaz | 42
Conclusão ....................................................................................131
Apêndice: O Papel da Mulher na Igreja Reformada Calvinista......132
Bibliografia .................................................................................144
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Liderança Crista
Introdução
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Liderança Crista
Módulo 1
Princípios Bíblicos de
Liderança Cristã
Capítulo 1
Mas Afinal, o que é
Liderança?
1
in "The 17 Indiscutible Laws of Teamwork: Embrace Them and Empower Your Team"
(Thomas Nelson, 2001), p. 47.
2
, citado em "The Leadership Secrets of Colin Powell" de Oren Harari (McGraw-Hill, 2002), p.
52.
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2. O que é um ‘Líder’?
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“Líder é aquele que estabelece direção ao trabalho de um
grupo de pessoas, obtendo o compromisso delas de
seguir essa direção, motivando os sócios a alcançar os
resultados de tal direcionamento. Isto é algo que os sócios
não poderiam fazer por si”.3
3
MAXWELL, J. C. (1998). As 21 Irrefuta veis Leis da Liderança: Siga estas leis, e as
pessoas ira o seguir voce . Nashville, TN: Thomas Nelson. (Tí tulo original em ingle s: The
21 Irrefutable Laws of Leadership: Follow Them and People Will Follow You). 4 BASS, B.
M., & Riggio, R. E. (2006). Liderança Transformacional (2ª ed.). Nova York, NY: Psychology
Press.
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Líderes negociantes aceitam o que pode ser conversado;
líderes transformadores mudam o que pode ser
conversado.
Líderes negociantes aceitam as regras e valores; líderes
transformadores os mudam.
Líderes negociantes falam de acertos de contas; líderes
transformadores falam de objetivos.
Líderes negociantes barganham; líderes transformadores
simbolizam.
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probabilidade de as pessoas darem uma oportunidade a
você.
▪ Êxitos passados – o que eles fizeram. Nada passa uma
boa impressão do que uma boa folha corrida.
▪ Capacidade – o que eles podem fazer. O decisivo para as
pessoas é o que o líder é capaz de fazer. Em última
análise, é por isso que as pessoas dão ouvidos a você e o
reconhecem como líder.
4. Liderança é Influência
5. Liderança é Habilidade
É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem
entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como
sendo para o bem comum. Habilidade pode ser aprendida e
desenvolvida por alguém que tenha o desejo e pratique as ações
adequadas.
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6. Liderar é Amar
Eu não preciso gostar de você, mas, como seu líder, tenho de
amá-lo. Tenho de querer que você seja o melhor que você pode
ser e ajudá-lo a fazer isso. Tenho de ouvi-lo, respeitá-lo,
reconhecê-lo, inspirá-lo a agir.
O conceito de amor, aqui, significa o que você faz, não o que
você sente. Você pode agir com amor, mesmo que tenha
vontade de estrangular seu colega de trabalho. A chave para a
liderança é executar as tarefas enquanto se constroem os
relacionamentos.
7. Refletindo e aprendendo
Os princípios e as teorias sobre liderança estão por toda
parte. Todos nós sabemos alguma coisa teórica sobre como
liderar. Mas, também, todos nós sabemos que a essência da
liderança se conquista com a prática.
Temos que nos perguntar: “Sabemos realmente o que
significa liderança? Há alguma característica em nós que nos
permita ser chamados de ‘líderes’”? Pergunte-se:
▪ Minha liderança é influenciadora?
▪ Sou um líder servidor?
▪ Levo as pessoas a trabalharem entusiasticamente na obra
de Deus?
▪ Adoro a Deus, amo as pessoas e gosto das coisas (esta
ordem pode estar invertida na vida de muitas pessoas)?
▪ Tenho algum dos sete aspectos fundamentais para a
liderança?
Conclusão
Nenhum de nós está passeando por este mundo. Estamos
todos numa missão. Você está aqui em missão. Sua missão na
terra é resolver um problema para alguém, em algum lugar, e
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receber uma recompensa por isso. Veja 10 fatos sobre sua
missão:
1. Sua missão sempre será a favor de uma pessoa ou de
um povo – serviço.
2. Sua missão determina os sofrimentos e os ataques que
você irá enfrentar – sacrifício.
3. O que o aflige indica a missão que lhe foi atribuída –
visão. 4. O que você mais ama revela seus maiores dons
– propósito.
5. Sua missão é geográfica – específico.
6. Você somente será bem-sucedido quando sua missão se
tornar uma obsessão – prioridade.
7. Sua missão exigirá fases de preparação – cuidado.
8. Sua missão pode ser mal compreendida pela sua família
e por aqueles próximos de você – renúncia.
9. Sua missão sempre terá um inimigo – coragem.
10. Sua missão coincide com o único lugar em que sua
provisão financeira está garantida – confiança.
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Resumo
O capítulo começa desvendando a essência da liderança,
enfatizando que a liderança é sobre influenciar e inspirar as
pessoas a agirem voluntariamente, e não por coação. A
liderança é apresentada como uma habilidade que pode ser
aprendida e desenvolvida, e não apenas um dom inato.
A liderança também é descrita como um ato de amor, no
sentido de se dedicar ao crescimento e ao sucesso dos outros,
mesmo em situações desafiadoras. No contexto cristão, a
liderança é definida como a capacidade de inspirar as pessoas a
agir segundo os ensinamentos de Deus e da Igreja.
O capítulo destaca que um líder eficaz é aquele que
estabelece a direção do grupo, obtém o comprometimento dos
membros e os motiva a alcançar os objetivos. Um líder não é
necessariamente alguém que é "bonzinho", mas alguém que faz
o que é necessário, seja confortável ou não.
A formação de um líder é um processo lento e muitas vezes
doloroso, que inclui o desenvolvimento de sete aspectos
fundamentais: caráter, relações, conhecimento, intuição,
experiência, êxitos passados e capacidade.
Por fim, o capítulo conclui com uma reflexão sobre a
importância da missão de cada indivíduo, apontando que cada
um de nós está aqui para resolver um problema específico e ser
recompensado por isso. A missão, nesse contexto, inclui serviço,
sacrifício, visão, propósito e confiança, entre outras coisas.
Capítulo 2
Aspectos Bíblicos da Liderança Cristã
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A Bíblia oferece várias perspectivas sobre liderança que
podem ser aplicadas na igreja cristã. Algumas delas incluem:
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25Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os
governadores dos povos os dominam e que os maiorais
exercem autoridade sobre eles. 26Não é assim entre vós;
pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós,
será esse o que vos sirva; 27e quem quiser ser o primeiro
entre vós será vosso servo; 28tal como o Filho do
Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos.
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c) Jesus como exemplo supremo de liderança servidora
(20.28)
Para ilustrar seu ensino, Jesus aponta para si como o
exemplo supremo de liderança servidora. Ele, sendo o Filho de
Deus e o Messias, veio para servir e não para ser servido. Jesus
destaca sua missão de dar sua vida em resgate por muitos,
demonstrando a natureza sacrificial e humilde de sua liderança.
A passagem de Mateus 20.25-28 mostra que a liderança no
Reino de Deus é caracterizada pelo serviço, humildade e
sacrifício, em contraste com a busca por poder e autoridade
típicas do mundo. Jesus oferece seu próprio exemplo como um
modelo a ser seguido pelos discípulos e pelos líderes cristãos de
todas as gerações.
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a) A exortação de Paulo à humildade e unidade na igreja
(Filipenses 2.1-4)
Paulo começa essa seção de sua carta aos Filipenses
incentivando os crentes a viverem em unidade e humildade. Ele
os exorta a terem o mesmo amor, estarem unidos em espírito e
propósito e a não agirem por ambição egoísta ou vaidade. Ao
invés disso, eles devem considerar os interesses dos outros
como mais importantes que os seus próprios, seguindo o
exemplo de Jesus.
5. Liderança Servidora
Conclusão
Ao concluirmos este capítulo, podemos afirmar que a
liderança dentro do contexto cristão é um chamado divino que
requer compromisso, dedicação e uma vida centrada em Cristo.
Através das Escrituras, vemos que a liderança cristã é marcada
por características como serviço, humildade, integridade,
temperança e amor.
Entendemos que liderar na igreja não é meramente uma
questão de ocupar um cargo, mas de influenciar positivamente a
vida dos outros através de um comportamento piedoso e de um
compromisso inabalável com a verdade do Evangelho.
Em suma, a liderança cristã, conforme apresentada na Bíblia,
é uma jornada de fé e serviço, que visa glorificar a Deus e
contribuir para o crescimento espiritual e a edificação do corpo
de Cristo.
Resumo
A liderança dentro do contexto cristão, oferecendo várias
perspectivas bíblicas que podem ser aplicadas na igreja. A
liderança cristã é caracterizada pela integridade, dependência de
Deus, visão clara, desenvolvimento de líderes, coragem,
responsabilidade e amor.
Sua ideia central é que um líder cristão deve ser um servo em
primeiro lugar, colocando as necessidades dos outros acima das
suas. A liderança servidora, exemplificada por Jesus, é reforçada
em várias passagens bíblicas, como Marcos 10.42-45, João
13.1-17, e Filipenses 2.1-11.
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No contexto da liderança cristã, humildade, serviço,
compaixão e disposição para enfrentar adversidades são
essenciais. Líderes cristãos devem ser responsáveis por suas
ações e estar dispostos a prestar contas, além de serem
movidos pelo amor de Deus e pela compaixão pelos outros.
Além disso, os líderes cristãos são chamados a desenvolver
outros líderes e discípulos, inspirando e motivando os membros
da igreja a trabalhar juntos em direção a objetivos comuns.
Conclui-se que a liderança cristã é uma jornada de fé e serviço,
que visa glorificar a Deus e contribuir para o crescimento
espiritual e a edificação do corpo de Cristo.
Capítulo 3
O líder que Deus Procura
Um líder que impactou sua geração foi Martin Luther King
5
Jr . (1929-1968), um pastor batista e ativista americano que se
5
"A Autobiografia de Martin Luther King, Jr.", editado por Clayborne Carson. Editora
Grand Central, 2001. Este livro apresenta uma visão abrangente da vida e obra de
Martin Luther King Jr., com base em seus próprios escritos, discursos e sermões.
"Parting the Waters: America in the King Years 1954–63", por Taylor Branch. Simon
& Schuster, 1988. Este livro é o primeiro de uma trilogia que narra o movimento dos
direitos civis nos Estados Unidos durante o período em que Martin Luther King Jr.
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tornou a figura mais proeminente do movimento dos direitos civis
nos Estados Unidos durante a década de 1960. Ele lutou pela
igualdade racial e pelo fim da segregação racial através da não
violência e da desobediência civil, inspirado pelas crenças cristãs
e pelos ensinamentos de Mahatma Gandhi.
A liderança de Martin Luther King Jr. inspirou muitos afro-
americanos a lutarem pacificamente pelos seus direitos e, ao
mesmo tempo, atraiu a atenção e o apoio de milhões de pessoas
em todo o mundo. Sua habilidade em comunicar sua mensagem
e mobilizar as massas foi crucial para a aprovação de leis
importantes, como a Lei dos Direitos Civis de 1964 e a Lei de
Direitos de Voto de 1965, que baniram a discriminação racial e
garantiram o direito de voto para afro-americanos nos Estados
Unidos.
King também é lembrado por seu famoso discurso “Eu Tenho
um Sonho” (I Have a Dream), realizado durante a Marcha em
Washington por Empregos e Liberdade em 1963. Nele, ele
expressou sua visão de um futuro em que todos os americanos,
independentemente de sua cor de pele, viveriam juntos em
harmonia e igualdade.
A liderança e o legado de Martin Luther King Jr. tiveram um
impacto duradouro na luta pelos direitos civis e igualdade, não
apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Ele foi
assassinado em 4 de abril de 1968, mas suas ideias e seu
estava ativo.
"Carregando a Cruz: Martin Luther King Jr. e a Conferência de Liderança Cristã do
Sul", por David Garrow. HarperCollins, 1986. Este livro examina a vida de Martin
Luther King Jr. e sua liderança no movimento dos direitos civis.
Além desses recursos, informações adicionais sobre Martin Luther King Jr. e seu
impacto podem ser encontradas em documentários, filmes, artigos de revistas e
periódicos, bem como em websites confiáveis que abordam a história dos direitos civis
nos Estados Unidos.
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exemplo de liderança continuam a inspirar e influenciar as
gerações seguintes na busca por justiça e igualdade.
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A integridade é fundamental para ganhar o respeito e a
confiança daqueles que estão sendo liderados.
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“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e
amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de
humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12).
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prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se”
(Tiago 1.19).
Liderar uma geração que não quer ser liderada pode ser um
desafio, mas não é impossível. Aqui estão algumas dicas e
sugestões para liderar efetivamente uma geração resistente à
liderança:
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treinamentos, workshops e oportunidades de mentoria para
ajudar os membros da equipe a desenvolver habilidades e
competências relevantes para suas funções e carreiras.
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desafios e obter sucesso em suas metas e objetivos
compartilhados.
Conclusão
Ao final do Capítulo 3 - O líder que Deus Procura, é evidente
que a liderança que agrada a Deus vai muito além das
habilidades naturais ou do carisma pessoal. O líder que Deus
procura é aquele que, antes de tudo, possui um coração
transformado e moldado à imagem de Cristo.
A Bíblia retrata esse líder como alguém que exerce seu
papel com humildade, integridade, amor, paciência e sabedoria.
Este líder entende que seu papel é servir ao invés de ser
servido, seguindo o exemplo do próprio Cristo.
Ele também reconhece que o verdadeiro sucesso na
liderança não é medido pelo número de seguidores ou pelo
reconhecimento humano, mas pela fidelidade a Deus e à Sua
Palavra. Este líder é comprometido com a verdade, guiado pela
justiça e conduzido pelo amor ao próximo.
Portanto, o líder que Deus procura é aquele que reflete o
caráter de Cristo em suas palavras e ações, que prioriza o
serviço e a edificação do corpo de Cristo acima de interesses
pessoais, e que se esforça para glorificar a Deus em tudo o que
faz. Este é o tipo de liderança que a igreja precisa para nutrir
uma comunidade de fé forte e saudável.
Resumo
Martin Luther King Jr. como um exemplo de líder que
impactou sua geração. King, com seu compromisso com a
igualdade racial e a paz, é um modelo de liderança
comprometida e eficaz.
O capítulo destaca características bíblicas que Deus valoriza
em um líder, incluindo humildade, integridade, coragem,
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sabedoria, compaixão, fé, visão, comunicação eficaz,
perseverança e oração. Estas são características que, quando
cultivadas, podem tornar um líder mais eficaz e mais alinhado
com o propósito de Deus.
O capítulo também aborda o desafio de liderar uma geração
que é resistente à liderança, fornecendo sugestões sobre como
abordar esta situação. As dicas incluem a adoção de uma
abordagem colaborativa, ser flexível e adaptável, estabelecer um
propósito compartilhado, investir no desenvolvimento pessoal e
profissional, liderar pelo exemplo e celebrar conquistas e
esforços. A conclusão do capítulo reforça que a liderança que
agrada a Deus vai além de habilidades naturais ou carisma
pessoal. O líder ideal é aquele com um coração transformado,
que reflete o caráter de Cristo em suas palavras e ações, que
busca glorificar a Deus em tudo o que faz.
Capítulo 4
Aprendendo o Conceito de Liderança
com Jetro e Moisés
Êxodo 18.13-27 fornece uma visão valiosa sobre liderança
cristã, destacando a interação entre Moisés e seu sogro, Jetro.
Neste estudo bíblico, examinaremos os princípios de liderança
extraídos dessa passagem e como eles podem ser aplicados à
igreja cristã hoje.
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“Jetro, sogro de Moisés, foi visitá-lo no deserto, levando
consigo a mulher e os dois filhos de Moisés. Quando
chegaram, Moisés e o povo estavam acampados perto do
monte de Deus” (v.5)
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b) Moisés julgando o povo de Israel (v.13)
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evitar a exaustão de Moisés e garantir o bem-estar do povo de
Israel.
6
COLE, R. Alan. Êxodo: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova,
2009.
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seriam responsáveis por julgar casos menores e trazer apenas
casos mais difíceis a Moisés (v. 22).
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a) Moisés ouve e aplica o conselho de Jetro (v.24)
“Moisés atendeu às palavras de seu sogro e fez tudo
quanto este lhe dissera”.
a) Sabedoria na delegação
Reconhecimento das limitações humanas. Moisés admitiu
sua própria fraqueza e cansaço. Ele entendeu a importância de
delegar responsabilidades para líderes capacitados e de caráter,
que sejam tementes a Deus, homens de verdade e que
aborreçam a avareza.
Ele percebeu que não podia fazer tudo sozinho e reconheceu
a necessidade de delegar responsabilidades a outros líderes, o
que permitiu uma distribuição mais equitativa do trabalho e
evitou o esgotamento.
A Igreja primitiva encontrou pessoas para auxiliar os
apóstolos, aliviando-os de deveres secundários, e esses
assistentes deviam ter boa reputação, ser cheios do Espírito e de
sabedoria e ter a aprovação do povo.
Distribuição de responsabilidades. Moisés dividiu a liderança
e o julgamento entre líderes de diferentes níveis, garantindo que
todos tivessem responsabilidades adequadas e gerenciáveis. Ele
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também compartilhou o conselho de Jetro com o povo, Quando
Israel entrou na terra prometida, indicaram líderes para cada
cidade a fim de assistir na resolução de conflitos, seguindo a
vontade do Senhor de trazer segurança e justiça ao seu povo.
d) Foco no serviço
Priorização do bem-estar do povo. Ao delegar
responsabilidades e estabelecer uma estrutura de liderança
eficiente, Moisés demonstrou um compromisso com o bem-estar
do povo de Israel, garantindo que suas necessidades fossem
atendidas e que a justiça fosse aplicada de maneira eficaz.
Evitar a centralização do poder. Ao delegar responsabilidades
e compartilhar a liderança com outros, Moisés evitou concentrar
o poder em suas mãos e promoveu uma abordagem mais
colaborativa e descentralizada na liderança.
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e) Confiança em Deus
Moisés confiou em Deus para tomar decisões sábias e justas
em sua liderança. Ele reconheceu a importância de depender de
Deus e buscou Sua orientação. Além disso, Moisés confiou na
provisão divina ao delegar responsabilidades e estabelecer
líderes. Ele tinha certeza de que Deus supriria as necessidades
do povo de Israel e lhes daria sabedoria para enfrentar os
desafios que surgissem.
f) Crescimento e expansão
De acordo com Atos 6.7, quando o ministério e a organização
entram em choque e o ministério é dificultado, o povo de Deus
deve fazer ajustes na organização para que o ministério possa
crescer. A flexibilidade é importante para resolver problemas e
aproveitar oportunidades, enquanto organizações destinadas ao
fracasso se recusam a mudar. Ministérios abertos a mudanças e
que obedecem aos princípios da Palavra de Deus são
abençoados por Ele.
Conclusão
Os princípios da liderança cristã encontrados em Êxodo
18.1327 nos mostra como Moisés e Jetro aplicaram princípios
importantes de liderança que ainda são relevantes para a igreja
cristã hoje. Eles servem como um guia valioso para líderes
cristãos, enfatizando a importância da delegação, busca de
conselhos sábios, estabelecimento de líderes qualificados, foco
no serviço e confiança em Deus.
Como líderes na igreja, devemos buscar a sabedoria na
delegação, estar dispostos a ouvir conselhos sábios, estabelecer
líderes qualificados e manter nosso foco no serviço, sempre
confiando em Deus para nos guiar e prover. Ao aplicar esses
princípios, podemos melhorar a liderança dentro de nossas
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comunidades de fé e promover a saúde espiritual e o
crescimento do corpo de Cristo.
Resumo
O capítulo 4 se aprofunda na análise de Êxodo 18.13-27, que
fornece uma visão valiosa sobre a liderança cristã a partir da
interação entre Moisés e Jetro. Moisés, como líder de Israel,
estava sobrecarregado com a responsabilidade de resolver todas
as disputas entre os israelitas.
Jetro, ao observar a situação, sugere que Moisés delegue
responsabilidades para líderes capazes dentro do povo,
permitindo que ele se concentre em questões de maior
importância e em sua função como mediador entre Deus e o
povo.
Moisés aceita o conselho de Jetro, demonstrando humildade
e disposição para aprender. Este capítulo ressalta princípios de
liderança cristã como a sabedoria na delegação, a busca de
conselhos sábios, o estabelecimento de líderes qualificados, o
foco no serviço e a confiança em Deus.
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Capítulo 5
Neemias: o Líder Eficaz
Neste capítulo, iremos explorar a figura de Neemias, um líder
extraordinário que exemplifica a eficácia no cumprimento de sua
missão. Sua história, contida no Antigo Testamento, nos traz
lições preciosas sobre liderança, foco, determinação e habilidade
em motivar e unir pessoas em prol de um objetivo comum.
Vamos analisar de perto as ações de Neemias, entender
como ele superou desafios e adversidades e como sua liderança
trouxe reformas significativas para seu povo, destacando assim,
os atributos que o tornaram um líder eficaz.
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Neemias é um excelente exemplo de líder eficaz no Antigo
Testamento. Ele demonstrou habilidades excepcionais em
organização, motivação, administração e resolução de
problemas.
Sua liderança foi marcada pela oração, coragem, compaixão,
integridade e foco no bem-estar do povo. Ele também enfrentou
e superou a oposição e os desafios, mostrando determinação e
persistência na busca de seus objetivos.
Ao longo do livro, Neemias exemplifica as qualidades e as
práticas essenciais para a liderança eficaz, sendo um modelo a
ser seguido por líderes cristãos de todas as épocas.
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Neemias responde com oração, pedindo a intervenção de
Deus, e toma medidas práticas para proteger o povo e garantir a
continuidade da obra (Neemias 4.4-5, 13-23). Apesar dos
desafios, eles persistem na reconstrução, trabalhando com
determinação e resiliência (Neemias 4.6, 21-23).
Neemias exorta o povo a se lembrar do Senhor e a continuar
trabalhando juntos em unidade (Neemias 4.14). A liderança
eficaz requer enfrentar a oposição com coragem, confiar em
Deus, tomar medidas práticas e perseverar diante dos desafios.
9. Motivos de celebração
Conclusão
As lições de liderança eficaz a partir do exemplo de Neemias:
A importância de identificar e compreender os problemas
enfrentados.
A necessidade de oração e planejamento antes de agir.
A coragem para enfrentar desafios e tomar decisões
difíceis.
A habilidade de inspirar e motivar outros a trabalhar em
conjunto por um objetivo comum.
A persistência e resiliência diante da oposição e dos
desafios.
A busca pela justiça e integridade na liderança e nas
ações.
O compromisso com o crescimento espiritual e bem-estar
da comunidade.
Ao estudar o exemplo de Neemias, líderes cristãos podem
aprender a aplicar esses princípios em suas próprias vidas e
ministérios, buscando liderar de forma eficaz e honrando a Deus
em suas ações e decisões.
Resumo
Analisamos a liderança exemplar de Neemias, um servo de
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Deus do Antigo Testamento. Como líder, Neemias mostrou
eficácia na restauração de Jerusalém após o exílio babilônico, ao
mesmo tempo, em que fortaleceu a fé do povo judeu.
Neemias é retratado como um líder eficaz que conseguiu
identificar e entender os problemas enfrentados por seu povo.
Ele usou a oração como ferramenta para buscar a orientação de
Deus e planejar a ação. Mostrou coragem ao enfrentar o rei
Artaxerxes e solicitar seu apoio para o projeto de reconstrução
de Jerusalém.
Neemias também demonstrou uma habilidade excepcional
para inspirar e motivar outros. Ele liderou o povo na reconstrução
das muralhas de Jerusalém e enfrentou a oposição com
determinação e resiliência. Ele promoveu a justiça e a
integridade, confrontando a exploração dos pobres e usando
seus próprios recursos para auxiliar os necessitados.
Finalmente, a liderança de Neemias foi marcada por
celebrações significativas, incluindo a conclusão bem-sucedida
da reconstrução das muralhas e um tempo de fortalecimento
espiritual do povo.
Em resumo, Neemias é um exemplo de líder eficaz que
combina a oração, o planejamento, a coragem, a capacidade de
inspirar, a determinação, a justiça, a integridade e o cuidado com
o bem-estar espiritual de sua comunidade.
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Módulo 2
O Ofício do Presbítero
Uma Análise Bíblia
Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu,
presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de
Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser
revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre
vós, não por constrangimento, mas espontaneamente,
como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de
boa vontade; nem como dominadores dos que vos
foram confiados, antes, tornando-vos modelos do
rebanho – 1Pedro 5.1-3
8
Institutas da Religião Cristã, 4.3.1.
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Capítulo 1
A Origem do Presbiterato na
Bíblia
A origem do presbiterato na Bíblia pode ser rastreada até o
Novo Testamento, onde a palavra grega πρεσβύ τερος é usada
para se referir aos anciãos ou líderes das igrejas locais. O
conceito de liderança baseada em anciãos também tem raízes
no Antigo Testamento, onde os anciãos desempenhavam papéis
importantes nas comunidades israelitas.
No Novo Testamento, a função do presbítero começa a
tomar forma no contexto da igreja primitiva. Após a ascensão de
Jesus e a efusão do Espírito Santo no Pentecostes, a igreja
primitiva começou a crescer rapidamente. À medida que o
cristianismo se expandia, era necessário estabelecer uma
estrutura de liderança para orientar e governar as comunidades
cristãs emergentes.
Os apóstolos, como líderes da igreja primitiva, nomearam
anciãos em várias igrejas locais para supervisionar e cuidar dos
crentes. Por exemplo, Paulo e Barnabé nomearam anciãos em
cada uma das igrejas que fundaram durante suas viagens
missionárias (Atos 14.23). Além disso, tanto as cartas de Paulo a
Timóteo e Tito quanto a primeira carta de Pedro mencionam o
papel dos anciãos (ou presbíteros) na igreja.
As funções e responsabilidades dos presbíteros na igreja
primitiva incluíam ensinar e pregar a Palavra de Deus, orar pelos
doentes, liderar na adoração e administrar a disciplina na igreja.
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Eles também eram responsáveis pela supervisão geral da vida e
do ministério da igreja local.
A origem do presbiterato na Bíblia, portanto, pode ser
encontrada no desenvolvimento da estrutura de liderança da
igreja primitiva no Novo Testamento. Com base nos princípios de
liderança estabelecidos pelos apóstolos e na necessidade de
governar e orientar as comunidades cristãs em crescimento, o
presbiterato surgiu como uma função vital na vida e ministério da
igreja.
1. O Episcopado
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado,
excelente obra almeja” - 1Timóteo 3.1 (ARA)
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pois envolve dedicar-se ao cuidado e edificação do povo de
Deus. A liderança na igreja é considerada uma “excelente obra”
porque é uma oportunidade de servir e contribuir para o
crescimento espiritual dos membros da comunidade.
Paulo, então, passa a descrever as qualificações necessárias
para os líderes da igreja em 1Timóteo 3.2-7, enfatizando a
importância de um caráter íntegro e maduro para aqueles que
desejam servir no episcopado. Essa passagem destaca o valor e
a responsabilidade da liderança na igreja e encoraja aqueles que
têm o desejo de servir como líderes a buscar as qualificações e o
caráter necessários para cumprir esse papel de maneira eficaz e
honrosa.
Conclusão
O presbiterato, como um ministério de liderança estabelecido
por Deus, continua a desempenhar um papel vital na
comunidade de fé, guiando, pastoreando e fortalecendo o povo
de Deus.
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Liderança Crista
Em resumo, o presbiterato é um ministério crucial na vida da
igreja, proporcionando liderança espiritual, cuidado pastoral e
orientação doutrinária. Os presbíteros são chamados a seguir o
exemplo de Cristo, amando e servindo o povo de Deus,
promovendo a unidade e o crescimento espiritual da comunidade
de fé.
Que esses líderes sejam capacitados e encorajados a
cumprir fielmente sua vocação, buscando sempre a glória de
Deus e o bem-estar daqueles a quem servem.
Resumo
Este capítulo discute a origem do presbiterato na Bíblia,
traçando-a de volta ao Novo Testamento, onde "presbíteros" é
usado para se referir aos líderes da igreja. O papel dos
presbíteros começa a tomar forma na igreja primitiva após a
ascensão de Jesus e o Pentecostes, com os apóstolos
nomeando anciãos para liderar as comunidades cristãs
emergentes. Eles tinham várias responsabilidades, incluindo
ensinar e pregar a Palavra de Deus, orar pelos doentes, liderar a
adoração e administrar a disciplina na igreja.
Paulo considerava a aspiração ao episcopado, uma posição
de liderança na igreja, uma obra excelente e nobre. Ele destaca
a importância de um caráter íntegro e maduro para aqueles que
servem no episcopado.
A liderança na igreja primitiva foi crucial para o crescimento
do cristianismo, com presbíteros desempenhando papéis
importantes na resolução de conflitos e na administração da
igreja. As epístolas paulinas também mencionam os presbíteros
e destacam seu papel na pregação, ensino e governo da igreja.
Em conclusão, o presbiterato é um ministério de liderança
estabelecido por Deus que continua a desempenhar um papel
vital na orientação, pastoreio e fortalecimento do povo de Deus.
-53-
Liderança Crista
Capítulo 2
O Ministério do Presbiterato na História
Existem várias citações dos Pais da Igreja que tratam do
ministério do presbítero. Abaixo estão algumas delas:
-54-
Liderança Crista
Cipriano de Cartago (c. 200-258 d.C.) vê os presbíteros como
sucessores dos apóstolos, dando continuidade ao trabalho de
ensino e liderança após a morte dos apóstolos originais.
João Crisóstomo (c. 349-407 d.C.) ressalta que os
presbíteros, além de administrar os sacramentos, devem ser
guardiões da tradição apostólica e ensinamentos da Igreja,
garantindo a transmissão da fé cristã de geração em geração.
Essas citações evidenciam a importância e a autoridade dos
presbíteros na liderança espiritual, ensino e preservação da fé na
igreja primitiva.
-56-
Liderança Crista
Pastoral. Os presbíteros têm a responsabilidade de cuidar do
bem-estar espiritual e emocional dos membros da igreja. Eles
oferecem aconselhamento, apoio e orientação aos crentes,
ajudando-os a enfrentar os desafios da vida e a crescer em sua
fé.
Disciplina eclesiástica. A disciplina é vista como um meio de
manter a pureza e a integridade da igreja. Os presbíteros são
responsáveis por administrar a disciplina na igreja, confrontando
e corrigindo aqueles que se desviam do ensino e da prática
bíblicos.
Governo da Igreja. O sistema de governo das Igrejas
Reformadas é presbiteriano, com liderança e supervisão dos
presbíteros. Os presbíteros são eleitos pelos membros da igreja
e servem em conselhos ou sessões que governam a vida e o
ministério da igreja local.
A visão reformada do ministério do presbítero é
fundamentada na interpretação das Escrituras e nos princípios
teológicos da tradição reformada. Os textos bíblicos, como
1Timóteo 3.1-7, Tito 1.5-9 e 1Pedro 5.1-3, fornecem orientações
para o papel e as responsabilidades dos presbíteros na igreja.
As Igrejas Reformadas buscam aplicar essas orientações,
enfatizando a importância de uma liderança madura,
comprometida e colaborativa na supervisão e no cuidado da
comunidade cristã. Além disso, a visão reformada do ministério
do presbítero também é influenciada pelos ensinamentos e
escritos dos líderes da Reforma, como João Calvino.
Em última análise, a visão reformada do ministério do
presbítero visa promover a saúde espiritual, a unidade e a
maturidade da igreja, garantindo que os líderes estejam
comprometidos com a verdade das Escrituras e com a edificação
e o cuidado do povo de Deus.
-57-
Liderança Crista
4. Os Símbolos de Fé e o Presbiterato
Confissão de Fé de Westminster
O Capítulo 30 trata do governo da igreja e fornece
informações sobre o ministério do presbítero.
A Seção I afirma que há três ofícios instituídos por Deus na
igreja: pastor, presbítero e diácono.
A Seção II descreve as qualificações necessárias para ser
ordenado como presbítero, incluindo conhecimento das
Escrituras e aptidão para o ministério.
A Seção III afirma que o governo da igreja deve ser
presbiteriano, com o papel dos presbíteros na administração dos
sacramentos e na disciplina dos membros da igreja.
Catecismos de Westminster
Breve Catecismo: Pergunta 37 destaca as funções dos
presbíteros na igreja, como governo, administração dos
sacramentos e ensino da Palavra.
Breve Catecismo: Pergunta 45 aborda as qualificações
necessárias para ser ordenado como presbítero, incluindo
piedade, habilidade para ensinar e conhecimento das Escrituras.
Catecismo Maior: Pergunta 30 destaca que os presbíteros
exercem autoridade na igreja por meio da pregação,
administração dos sacramentos e disciplina eclesiástica.
Catecismo Maior: Perguntas 57 e 158 abordam a natureza
da ordenação do presbítero, enfatizando a habilidade para
ensinar a Palavra, a vida piedosa e a escolha pela igreja.
-58-
Liderança Crista
Em resumo, os Símbolos de Fé, como a Confissão de Fé de
Westminster e os Catecismos de Westminster, afirmam que o
presbítero é um dos três ofícios divinamente instituídos para
governar a igreja. Eles são responsáveis pelo governo,
administração dos sacramentos, ensino da Palavra e disciplina
eclesiástica.
Os presbíteros devem possuir qualificações morais,
espirituais e teológicas, e sua ordenação é vista como um ato
solene de reconhecimento da chamada divina e da chamada da
igreja ao ministério.
13
J.I. Packer, "Teologia Concisa: Um Guia para Crenças Cristãs Históricas", p. 191.
14
Teologia Sistemática, p. 957.
15
Santo, Santo, Santo: A Doutrina de Deus, p. 313.
-60-
Liderança Crista
No Brasil, os teólogos brasileiros da tradição reformada,
como Augustus Nicodemus Lopes16 e Hernandes Dias Lopes17,
também enfatizam a importância do ministério do presbítero na
liderança espiritual da igreja. Eles destacam que os presbíteros
são chamados a liderar, pastorear, ensinar o povo de Deus,
administrar os sacramentos e proteger a igreja da falsidade.
Conclusão
Os presbíteros são chamados a ser homens piedosos,
sábios e comprometidos com a Palavra de Deus, tendo como
objetivo a edificação da igreja. A ordenação é vista como uma
16
Teologia Sistemática, p. 706.
17
Comentário Expositivo do Novo Testamento, p. 489.
-61-
Liderança Crista
confirmação pública da chamada divina, e não como uma
concessão de poderes especiais. Os teólogos e líderes da
tradição reformada no Brasil enfatizam a importância do
ministério dos presbíteros, destacando sua liderança espiritual,
preparação e treinamento, bem como a importância da
comunhão entre os líderes da igreja.
Resumo
Este capítulo examina a função e importância dos
presbíteros ao longo da história da Igreja, desde a era dos Pais
da Igreja até os teólogos modernos.
Os Pais da Igreja, como Inácio de Antioquia e João
Crisóstomo, enfatizaram a autoridade e a responsabilidade dos
presbíteros como líderes espirituais e guardiões da fé cristã. Eles
eram encarregados de ensinar, orientar e pastorear a
comunidade cristã, além de administrar os sacramentos e
preservar a tradição apostólica.
Durante a Reforma do século XVI, líderes como João Calvino
e Martinho Lutero reafirmaram o papel vital dos presbíteros na
liderança da Igreja, ensinando, orientando e protegendo o povo
de Deus de ensinamentos errôneos.
As Igrejas Reformadas, por sua vez, enfatizaram a
necessidade de uma liderança compartilhada, com os
presbíteros desempenhando um papel crucial na supervisão e
cuidado da comunidade cristã. Os presbíteros eram
responsáveis pelo ensino da Palavra de Deus, pela
administração dos sacramentos, pela orientação pastoral e pela
disciplina eclesiástica.
Os Símbolos de Fé, como a Confissão de Fé de Westminster
e os Catecismos de Westminster, reiteraram a importância do
presbiterato como um dos ofícios divinamente instituídos na
-62-
Liderança Crista
Igreja, com responsabilidades específicas no ensino, governo,
administração dos sacramentos e disciplina eclesiástica.
Teólogos sistemáticos como Louis Berkhof e Herman
Bavinck enfatizaram a necessidade de os presbíteros serem
líderes espirituais dedicados, chamados por Deus para exercer o
ministério da Palavra e dos sacramentos.
Finalmente, os teólogos modernos, incluindo J.I. Packer e
John Frame, continuaram a sublinhar a importância do
presbiterato na manutenção da ortodoxia cristã e na liderança
espiritual da igreja.
Em suma, o papel e a responsabilidade dos presbíteros são
uma constante ao longo da história da Igreja, destacando sua
grande importância na liderança, ensino, pastoreio e proteção do
povo de Deus.
Capítulo 3
As Qualificações do Presbítero a partir de
1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9
-63-
Liderança Crista
1Timóteo 3.2-7
1É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível,
esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto,
hospitaleiro, apto para ensinar; 3não dado ao vinho, não
violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento;
4e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob
disciplina, com todo o respeito 5(pois, se alguém não sabe
governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);
6não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e
incorra na condenação do diabo. 7Pelo contrário, é necessário
que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair
no opróbrio e no laço do diabo.
Tito 1.5-9
5 Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em
ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade,
constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: 6alguém que
seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos
crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados. 7Porque é indispensável que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não
irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso, de
torpe ganância; 8antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio,
justo, piedoso, que tenha domínio de si, 9apegado à palavra
fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto
para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o
contradizem.
-64-
Liderança Crista
1. Qualificações necessárias para o presbiterato
-65-
Liderança Crista
e) Ordem na própria casa (1Timóteo 3.4-5; Tito 1.6)
Um presbítero deve governar bem sua família, demonstrando
habilidades de liderança e cuidado para com sua esposa e filhos.
-66-
Liderança Crista
j) Possuir domínio próprio (Tito 1.8)
Os presbíteros devem ser capazes de controlar suas
emoções, impulsos e desejos, evitando, comportamentos
impulsivos ou prejudiciais. A moderação refere-se ao
autocontrole e equilíbrio em todas as áreas da vida.
k) Sensatos
Os presbíteros devem possuir sabedoria e discernimento
para tomar decisões sábias e orientar os outros em questões
espirituais e práticas.
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Liderança Crista
o) Não ser acusado de dissolução ou insubordinação
Um presbítero não deve ser conhecido por envolver-se em
comportamentos imorais ou desrespeitar a autoridade
estabelecida na igreja.
d) Iracundo
Um líder iracundo é alguém que se irrita facilmente,
demonstrando falta de controle emocional. Um presbítero não
-68-
Liderança Crista
deve ser iracundo, pois a raiva pode prejudicar relacionamentos,
criar conflitos e causar divisão dentro da comunidade cristã.
e) Dado ao vinho
A expressão “dado ao vinho” se refere a alguém que
consome álcool em excesso ou que é viciado em bebidas
alcoólicas. Um presbítero não deve ter problemas com o álcool,
pois isso pode afetar seu julgamento, sua capacidade de tomar
decisões e o exemplo que ele estabelece para os membros da
igreja.
A fim de garantir o bem-estar espiritual e moral da
comunidade cristã, a liderança da Igreja deve estar atenta às
pessoas que possuem as características negativas listadas em
Tito 1.7, por exemplo por exemplo. Líderes que exibem essas
características indesejáveis podem causar danos significativos à
igreja e prejudicar seu testemunho perante os de fora.
Portanto, é fundamental que os presbíteros sejam escolhidos
com base em seu caráter e retidão moral, e que eles se
esforcem para evitar essas características negativas em sua vida
e ministério.
Conclusão
Em conclusão, no Capítulo 3, investigamos as qualificações
do presbítero com base nos textos de 1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-
9. Estes versículos bíblicos nos deram uma visão clara dos
padrões morais, éticos e comportamentais que devem ser
buscados em um presbítero, destacando valores como a
integridade, a temperança e a habilidade de ensinar.
Essa análise nos permite entender a seriedade e a dignidade
do papel do presbítero, reafirmando a importância da virtude e
do caráter na liderança eclesiástica. Este entendimento
proporciona uma base sólida para apreciar a responsabilidade e
-69-
Liderança Crista
a importância dos presbíteros na condução de suas
comunidades.
Resumo
No Capítulo 3, analisamos as qualificações necessárias para
o papel do presbítero na igreja cristã, conforme estabelecido em
1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9. A lista de qualificações é
abrangente e salienta a importância de um comportamento
exemplar, uma vida de integridade e uma postura de serviço
amoroso. Entre as qualificações, destacam-se a
irrepreensibilidade, a fidelidade matrimonial, a sobriedade, a
capacidade de ensinar e a manutenção de uma família crente.
Também analisamos as características que um presbítero
deve evitar, tais como a violência, a ganância desmedida, a
arrogância, a ira e o vício em álcool. Estas características podem
ser prejudiciais à igreja e ao testemunho dos presbíteros.
Este capítulo reforça a importância da virtude e do caráter na
liderança eclesiástica, destacando a seriedade e a dignidade do
papel do presbítero. Ao compreendermos plenamente essas
qualificações e expectativas, podemos apreciar a
responsabilidade que os presbíteros têm em guiar suas
comunidades com sabedoria e integridade.
Capítulo 4
Qualificações Fundamentais
Neste capítulo, “Qualificações Específicas”, iremos
aprofundar nossa exploração das qualificações necessárias para
-70-
Liderança Crista
líderes eclesiásticos, concentrando-nos em atributos e
habilidades particulares essenciais para o desempenho eficaz de
suas funções.
Esta análise detalhada irá realçar a complexidade e a
multidimensionalidade do papel de um líder religioso, enfatizando
como cada qualificação contribui para a capacidade de liderar,
orientar e inspirar uma comunidade de fé.
Vamos examinar tanto as qualificações explicitamente
mencionadas nos textos sagrados, como aquelas que são
inferidas a partir de exemplos e contextos históricos.
-71-
Liderança Crista
conceitos complexos de maneira simples e aplicá-los à vida
cotidiana dos fiéis.
-72-
Liderança Crista
vida espiritual e do caráter de um líder. Vamos examinar alguns
aspectos dessa afirmação:
-73-
Liderança Crista
um líder em administrar sua família é vista como um indicador de
como ele administrará e liderará a igreja.
Portanto, governar bem a própria casa é uma qualificação
essencial para os presbíteros, pois demonstra a capacidade de
liderar e cuidar efetivamente dos membros da comunidade cristã.
-74-
Liderança Crista
ataques e tentações do diabo, levando a possíveis
comprometimentos de sua integridade e liderança espiritual.
Portanto, Paulo estava destacando a importância de os
líderes da igreja serem pessoas íntegras e respeitáveis, não
apenas na comunidade cristã, mas também na sociedade em
geral. Ao manter uma boa reputação entre os de for a, os
presbíteros protegem a si e à igreja das armadilhas do diabo e
fortalecem a posição da igreja como um exemplo de retidão e
amor cristão para o mundo ao seu redor.
-75-
Liderança Crista
Conclusão
Neste capítulo 4, “Qualificações Específicas”, mergulhamos
profundamente nas particularidades das qualificações exigidas
para líderes eclesiásticos. Identificamos uma variedade de
atributos e habilidades, todos fundamentais para o exercício
efetivo da liderança religiosa.
Esta análise detalhada reforçou a importância de cada uma
dessas qualificações na formação de líderes capazes de guiar,
aconselhar e inspirar uma comunidade de fé.
Além disso, ao explorar tanto as qualificações explicitamente
mencionadas nos textos sagrados quanto aquelas inferidas dos
exemplos e contextos históricos, ganhamos uma compreensão
mais rica e matizada do papel vital que um líder religioso
desempenha em sua comunidade.
Com essa base, estamos mais preparados para entender e
apreciar o impacto e a responsabilidade desses líderes na vida
de suas comunidades.
Portanto, é crucial que esses líderes sejam pessoas de
integridade e retidão moral, capazes de administrar sabiamente
os assuntos da igreja e de representar Deus de maneira digna e
honrosa.
Resumo
Este capítulo explora as habilidades e atributos essenciais
para líderes eclesiásticos. São identificadas quatro qualificações
principais.
Aptidão para Ensinar: Segundo 1Timóteo 3.2, líderes devem
ser capazes de ensinar as Escrituras e as doutrinas cristãs. Isso
implica possuir um conhecimento sólido das Escrituras,
habilidade de comunicar claramente, capacidade de instruir e
corrigir, paciência, empatia e exemplificar a vida cristã.
-76-
Liderança Crista
Governar bem a Própria Casa: Baseado em 1Timóteo 3.4, os
líderes devem exercer uma liderança eficaz em seu próprio lar,
refletindo sua vida espiritual e caráter. Isso inclui
responsabilidade familiar, manutenção de um relacionamento
conjugal saudável, educação e disciplina dos filhos, exemplo de
caráter cristão e manutenção de ordem e harmonia na casa.
Ter bom Testemunho: De acordo com 1Timóteo 3.7, os
líderes devem manter uma boa reputação, dentro e fora da
igreja. Isso ajuda a proteger a igreja e fortalece sua posição
como um exemplo de retidão e amor cristão para a sociedade
em geral.
Irrepreensível como Despenseiro de Deus: Segundo Tito 1.7,
os líderes devem ter um caráter e comportamento exemplares,
pois representam Deus e administram os assuntos da Igreja.
Em conclusão, essas qualificações enfatizam a importância
de os líderes eclesiásticos serem pessoas de integridade e
retidão moral, capazes de administrar os assuntos da igreja e
representar Deus de maneira digna e honrosa.
Capítulo 5
O Ministério Prático do
Presbítero
Em resumo, enquanto os presbíteros são líderes espirituais
que governam, pastoreiam e ensinam a igreja, os diáconos são
líderes que servem a igreja em suas necessidades práticas e
-77-
Liderança Crista
materiais. Ambos são ofícios importantes e complementares na
liderança da igreja.
-78-
Liderança Crista
Neste versículo, Pedro se identifica como um dos presbíteros
e testemunha dos sofrimentos de Cristo, estabelecendo assim
uma conexão direta e pessoal com seus leitores. Ele apela à sua
experiência e autoridade para enfatizar a importância do que
está prestes a ensinar.
O uso do termo “coparticipante da glória que há de ser
revelada” indica uma esperança futura, sugerindo que o trabalho
do presbítero está conectado a uma recompensa eterna.
Líderes da igreja devem se lembrar que eles compartilham a
mesma vocação e responsabilidade dos primeiros presbíteros,
incluindo o próprio Pedro. Eles são chamados a participar dos
sofrimentos e desafios de sua comunidade, assim como a
partilhar na esperança da glória futura.
-79-
Liderança Crista
O chamado para pastorear o rebanho de Deus implica em
cuidar, orientar e proteger a congregação. Isso deve ser feito
voluntariamente e com boa vontade, nunca por compulsão ou
por ganho pessoal. Líderes de igreja devem estar atentos às
necessidades de sua congregação e servir com um coração
generoso.
-80-
Liderança Crista
Os líderes da igreja devem manter uma perspectiva eterna.
Embora haja desafios e dificuldades no presente, há uma
promessa de recompensa futura para aqueles que permanecem
fiéis e cumprem bem seus deveres. Isso pode servir como uma
fonte de encorajamento e motivação em tempos difíceis.
-82-
Liderança Crista
Ao estudar o papel dos presbíteros no Novo Testamento,
somos lembrados da importância da liderança na igreja e da
responsabilidade que os líderes têm em servir e cuidar da
comunidade cristã. Os princípios estabelecidos no Novo
Testamento sobre a função e qualificações dos presbíteros
fornecem uma base sólida para a liderança eclesiástica.
Conclusão
O ministério prático do presbítero, destacando a importância
de homens piedosos, sábios e comprometidos com a Palavra de
Deus nesse papel de liderança. Foi ressaltado que a ordenação
é uma confirmação pública da chamada divina para o ministério,
e não uma concessão de poderes especiais.
A ênfase foi colocada na liderança espiritual, na preparação
e no treinamento dos presbíteros, assim como na importância da
comunhão entre os líderes da igreja.
Em resumo, o ministério prático do presbítero é essencial
para a edificação da igreja, proporcionando orientação espiritual,
cuidado pastoral e um exemplo de vida piedosa. Os presbíteros
desempenham um papel crucial na condução da igreja, seguindo
os princípios bíblicos e buscando a glória de Deus em tudo o que
fazem.
Resumo
O Capítulo 5, intitulado "O Ministério Prático do Presbítero",
discute o papel crucial dos presbíteros na liderança da Igreja.
São líderes espirituais responsáveis por governar, ensinar e
pastorear a igreja, em contraste com os diáconos, que atendem
às necessidades práticas e materiais da igreja.
Este capítulo analisa as funções do presbítero por meio de
vários versículos bíblicos, destacando a importância de suas
responsabilidades e a maneira como devem exercer seu
-83-
Liderança Crista
ministério. Os presbíteros devem liderar pelo exemplo, pastorear
o rebanho de Deus com amor e boa vontade, sem ganância ou
autoritarismo.
O texto também explora a harmonia entre as instruções
dadas a Timóteo, Tito e Pedro sobre o ministério do presbítero.
As qualificações dos presbíteros incluem integridade, maturidade
espiritual e habilidade para ensinar e guiar a comunidade cristã.
Eles devem servir de forma altruísta e humilde, defendendo a
verdade e servindo como modelos para a comunidade.
Além disso, o capítulo destaca a estrutura de liderança
compartilhada na igreja, com presbíteros, bispos e diáconos
trabalhando juntos para atender às necessidades da
congregação.
Por fim, o capítulo reafirma a importância do ministério
prático do presbítero na edificação da igreja, destacando a
necessidade de líderes piedosos e sábios que estão
comprometidos com a Palavra de Deus. A ordenação é vista
como uma confirmação pública da chamada divina para o
ministério, e não como uma concessão de poderes especiais. O
treinamento adequado e a comunhão entre os líderes da igreja
são enfatizados como componentes essenciais para uma
liderança eficaz.
Módulo 3
O Ofício do Diaconato no
-84-
Liderança Crista
Novo Testamento
Uma Análise Bíblica e Histórica
Capítulo 1
O Ofício do Diácono
-85-
Liderança Crista
Os diáconos desempenham um papel essencial na vida da
comunidade de fé, pois são responsáveis por servir e cuidar das
necessidades práticas do povo de Deus.
Examinaremos as qualificações e responsabilidades dos
diáconos, conforme descrito nas Escrituras, e como eles são
chamados a ser exemplos de serviço e amor sacrificial. Além
disso, abordaremos a importância da cooperação entre os
diáconos e outros líderes da igreja, buscando a unidade e a
edificação do corpo de Cristo.
Ao longo deste capítulo, veremos como o ofício dos diáconos
é um reflexo do exemplo de Jesus Cristo, que veio para servir e
dar sua vida como um sacrifício pelos outros.
1. Definição de termos
-86-
Liderança Crista
Devido a isso, surgiu a necessidade de líderes para
cuidarem das necessidades materiais dos crentes (Atos 6.2-4):
-87-
Liderança Crista
sejam dados a muito vinho, nem cobiçosos de sórdida
ganância” (1Tm 3.8).
-88-
Liderança Crista
Conclusão
O Capítulo 1 nos proporcionou uma compreensão mais
profunda do ofício dos diáconos no Novo Testamento. Ficou
evidente que os diáconos desempenham um papel crucial na
igreja, servindo e cuidando das necessidades práticas do povo
de Deus.
-89-
Liderança Crista
Suas qualificações e responsabilidades são claramente
delineadas nas Escrituras, destacando a importância de serem
exemplos de serviço e amor sacrificial.
Ao seguir o exemplo de Jesus, os diáconos buscam imitar
seu espírito de serviço humilde e generoso. Além disso, o
trabalho conjunto entre os diáconos e outros líderes da igreja é
essencial para promover a unidade e a edificação do corpo de
Cristo.
O ofício dos diáconos é uma expressão tangível do amor de
Deus em ação, à medida que eles servem e cuidam das
necessidades daqueles que estão ao seu redor.
Que possamos valorizar e apreciar o ministério dos
diáconos, reconhecendo seu papel vital na construção de uma
comunidade de fé saudável e vibrante.
Resumo
Este capítulo explora a função dos diáconos no contexto do
Novo Testamento. O papel de um diácono é prestar serviços e
atender às necessidades práticas da comunidade cristã,
refletindo o exemplo de serviço e sacrifício de Jesus Cristo.
A origem da palavra "diácono" vem do termo grego
"diáconos", que significa "servo" ou "ministro". A função do
diácono é distinta daquela do pastor ou presbítero, cujas
responsabilidades estão mais ligadas ao ensino e liderança
espiritual.
O capítulo destaca a importância do serviço na igreja, uma
prática exemplificada por Jesus Cristo, que veio para servir, não
para ser servido. O serviço dentro da igreja promove a unidade,
a comunhão e a cooperação entre os membros, além de ser uma
forma tangível de demonstrar o amor de Cristo à comunidade e
ao mundo.
-90-
Liderança Crista
A necessidade de estabelecer o cargo de diácono surgiu da
necessidade de líderes que poderiam atender às necessidades
práticas da crescente comunidade cristã. A presença de
diáconos permite que pastores e presbíteros se concentrem em
suas responsabilidades espirituais.
O capítulo também aborda a origem do ofício de diácono,
como descrito em Atos 6.1-6, e destaca as qualificações para ser
diácono, conforme estabelecido em 1Timóteo 3.8-13. Para ser
um diácono, a pessoa deve ser respeitável, sincera, temperante,
fiel à sã doutrina e à fé, e ter uma vida familiar exemplar.
Em conclusão, os diáconos desempenham um papel crucial
na igreja, servindo e cuidando das necessidades práticas do
povo de Deus. Eles são um exemplo tangível do amor de Deus
em ação e desempenham um papel vital na construção de uma
comunidade de fé saudável e vibrante.
Capítulo 2
A função dos Diáconos na Igreja
A função dos Diáconos é de grande importância para a vida
da Igreja. Ele ajuda na administração da igreja e nas suas
atividades, como também, apoia o ministério dos pastores e
presbíteros.
-91-
Liderança Crista
O diácono é aquele responsável por cuidar dos órfãos e das
viúvas, assistir aos necessitados e cuidar das ofertas da Igreja:
-92-
Liderança Crista
o seu rosto como o rosto de um anjo. Então, o sumo
sacerdote perguntou: São estas coisas assim? [...] Então, se
levantaram e arrastaram-no para for a da cidade e
começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram suas
vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejaram
Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu
espírito!”.
-93-
Liderança Crista
a) Promovendo Unidade e Paz: Através do serviço dos
diáconos, a igreja experimenta um aumento na unidade e na paz
na comunidade, como mencionado em Atos 6.7.
b) Permitindo a Focalização no Ministério Espiritual: Os
diáconos facilitam a concentração dos líderes espirituais no
ministério da Palavra e da oração, conforme Atos 6.4.
c) Demonstrando o Amor de Cristo: Através de seu
serviço, os diáconos demonstram o amor e cuidado de Cristo
por aqueles em necessidade.
Assim, os diáconos promovem a unidade e a paz, permitem
que os líderes espirituais se concentrem no ministério da Palavra
e da oração, e testemunham o amor de Cristo aos necessitados.
A importância de seu papel na igreja cristã é reafirmada em
1Timóteo 3.13. Este chamado para servir requer humildade,
conforme Mateus 20.26-28, e todos na igreja devem respeitar,
apoiar e encorajar os diáconos em seu ministério, seguindo
Gálatas 6.9-10: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a
seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso,
enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé”.
Conclusão
Nos dias atuais, a função dos diáconos na igreja continua
sendo de fundamental importância. Numa era marcada por
rápidas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, o papel
dos diáconos na manutenção da unidade e paz na igreja é mais
vital do que nunca. Eles são essenciais para a construção de
uma comunidade eclesiástica forte, que responda efetivamente
às necessidades de seus membros e do mundo à sua volta.
Com a crescente complexidade das necessidades sociais, os
diáconos têm a responsabilidade de identificar e responder às
demandas materiais e espirituais de seus membros,
-94-
Liderança Crista
especialmente os mais vulneráveis. Seja no cuidado com idosos,
auxílio a famílias em dificuldades, ou orientação a jovens, a
sensibilidade e a ação dos diáconos podem fazer uma grande
diferença.
Além disso, o papel do diácono como um apoiador do
ministério dos pastores e presbíteros é crucial. Em um tempo em
que os desafios ministeriais são cada vez maiores, os diáconos
liberam os líderes espirituais para se concentrarem mais
plenamente na oração e na ministração da Palavra.
No mundo de hoje, onde as pessoas buscam autenticidade e
ações concretas, o serviço dos diáconos pode ser uma poderosa
testemunha do amor de Cristo. Através de seu trabalho prático e
de sua atitude de serviço, eles demonstram o coração de Deus e
Seu cuidado para com todos.
Portanto, a igreja moderna deve valorizar seus diáconos,
apoiando-os e encorajando-os em seu ministério. Cada membro
da igreja tem a responsabilidade de contribuir para um ambiente
que reconheça e celebre o trabalho vital que os diáconos
desempenham. A igreja como um todo será fortalecida quando o
ministério dos diáconos for plenamente apreciado e apoiado.
Resumo
O capítulo 2 foca na função vital dos diáconos na Igreja,
retratando o papel essencial que desempenham na
administração eclesiástica e no apoio aos ministérios dos
pastores e presbíteros.
A função dos diáconos, conforme descrita na Bíblia, estende-
se para além da gestão da igreja, envolvendo também o cuidado
com os membros mais vulneráveis da comunidade, como os
órfãos, viúvas e necessitados. O capítulo apresenta exemplos
notáveis de diáconos do Novo Testamento, como Estêvão e
Filipe, destacando o impacto significativo do serviço diaconal na
vida da Igreja.
-95-
Liderança Crista
O papel dos diáconos na promoção da unidade e da paz na
Igreja é enfatizado, assim como a sua função em permitir que os
líderes espirituais se concentrem mais plenamente no ministério
da Palavra e da oração. Através de seu serviço, os diáconos
demonstram o amor e o cuidado de Cristo por aqueles em
necessidade.
O capítulo também explora as qualificações bíblicas para os
diáconos, que incluem integridade moral e devoção espiritual,
sublinhando a seriedade do ofício diaconal. Além disso, ressalta
a responsabilidade da igreja como um todo em valorizar,
respeitar e apoiar seus diáconos, seguindo as exortações de
Paulo em Gálatas.
Em suma, o capítulo 2 enfatiza a importância dos diáconos
para a vida e o ministério da Igreja, e encoraja todos os
membros da igreja a reconhecer e apoiar o valioso serviço que
os diáconos prestam.
Capítulo 3
A Igreja Reformada e o
Diaconato
A Igreja Reformada valoriza o diaconato como um ofício
importante na vida da igreja, baseado nas Escrituras. Os
diáconos são responsáveis por atender às necessidades práticas
e materiais da comunidade cristã, cuidando dos pobres, doentes,
idosos e viúvas. Eles também administram os recursos
financeiros da igreja e auxiliam na organização de atividades.
-96-
Liderança Crista
Trabalham em conjunto com presbíteros e pastores, buscando
um governo equilibrado e colaborativo.
A seleção para o diaconato é baseada em qualificações
morais e espirituais, incluindo integridade, fé genuína,
autocontrole, hospitalidade e habilidade de gerenciar a própria
família.
1. Os Símbolos de Fé e o Diaconato
a) Confissão de Fé de Westminster:
A Confissão de Fé de Westminster reconhece o diaconato
como um dos ofícios instituídos por Cristo na Igreja, destacando
que os diáconos têm a responsabilidade de promover a paz e a
edificação da igreja, segundo a Bíblia Sagrada.
Conclusão
No contexto atual, o papel dos diáconos na Igreja Reformada
continua a ser um pilar essencial na manutenção e promoção do
bem-estar da comunidade cristã. A sua responsabilidade de
cuidar dos necessitados, gerir os recursos da igreja e apoiar na
organização de atividades é ainda mais relevante em um mundo
que enfrenta desafios sociais e econômicos significativos.
A pandemia de COVID-19, por exemplo, aumentou as
necessidades materiais e espirituais dentro das comunidades, e
os diáconos têm sido fundamentais para responder a essas
demandas. Eles têm servido como pontos de ligação entre a
igreja e as pessoas em situação de vulnerabilidade,
coordenando a distribuição de alimentos e assistência financeira,
oferecendo apoio emocional e espiritual, e trabalhando em
conjunto com outras organizações para maximizar o impacto da
ajuda.
Além disso, o avanço da tecnologia tem desafiado a Igreja
Reformada a adaptar seus métodos de trabalho e ministério. Os
diáconos têm um papel crucial nesse processo, pois podem
liderar iniciativas para utilizar a tecnologia de maneira eficaz na
igreja, como a implementação de plataformas digitais para
doações e comunicação com a comunidade, e o
-99-
Liderança Crista
desenvolvimento de programas online para educação cristã e
discipulado.
O diaconato também tem uma importância simbólica na
atualidade. A presença e o trabalho dos diáconos na igreja
demonstram o compromisso da Igreja Reformada com a justiça
social e a compaixão, valores centrais do Evangelho de Cristo.
Eles são um lembrete vivo da vocação da igreja para servir ao
próximo, especialmente aos mais vulneráveis.
Em conclusão, o diaconato na Igreja Reformada tem um
papel crucial nos dias de hoje, tanto na prática do cuidado
comunitário quanto na demonstração do amor de Cristo através
do serviço. Assim, é fundamental que as igrejas continuem a
valorizar, apoiar e investir neste ofício, para que possam cumprir
sua missão da melhor maneira possível.
Resumo
O Capítulo 3 enfoca o papel dos diáconos dentro do contexto
da Igreja Reformada. Ele destaca a importância do diaconato
como um ofício essencial que atende às necessidades práticas e
materiais da comunidade cristã. O diácono não apenas
administra os recursos financeiros da igreja e auxilia na
organização de atividades, mas também se dedica ao cuidado
dos mais vulneráveis, como os pobres, doentes, idosos e viúvas.
Os diáconos trabalham em harmonia com presbíteros e
pastores, buscando um governo equilibrado e colaborativo
dentro da igreja. Sua seleção baseia-se em qualificações morais
e espirituais, que incluem integridade, fé genuína, autocontrole,
hospitalidade e habilidade de gerenciar a própria família.
O capítulo também destaca o reconhecimento do diaconato
em documentos importantes da Igreja Reformada, como a
Confissão de Fé de Westminster e o Catecismo Maior de
-100-
Liderança Crista
Westminster. O diaconato é reconhecido como um ofício
instituído por Cristo na Igreja, cujo objetivo é promover a paz e a
edificação da igreja.
Além disso, o capítulo examina a Constituição da Igreja
Presbiteriana do Brasil, que detalha o ofício do diácono, suas
responsabilidades, funções e o processo de eleição e
ordenação.
No contexto atual, o papel dos diáconos é ainda mais
relevante, principalmente devido aos desafios sociais e
econômicos significativos que o mundo enfrenta. Eles têm
servido como pontos de ligação entre a igreja e as pessoas em
situação de vulnerabilidade, coordenando a distribuição de
assistência, oferecendo apoio emocional e espiritual e
trabalhando em conjunto com outras organizações para
maximizar o impacto da ajuda. O diaconato é crucial para
demonstrar o compromisso da Igreja Reformada com a justiça
social e a compaixão, valores centrais do Evangelho de Cristo.
Conclusão
Em conclusão, o curso de liderança cristã que
desenvolvemos juntos abordou vários aspectos importantes da
liderança na igreja, focando no exemplo bíblico, na prática desse
ministério atualmente. Ao longo do curso, analisamos a vida e o
ministério de Neemias, um líder que demonstrou grande
habilidade e sabedoria no processo de reconstrução de
Jerusalém. Também examinamos o exemplo de liderança
servidora de Jesus Cristo e como Ele encorajou seus discípulos
a seguirem esse modelo.
Discutimos também o papel dos oficiais na Igreja
Presbiteriana do Brasil, incluindo os presbíteros e diáconos, e
como suas funções contribuem para o funcionamento eficiente e
harmonioso da igreja. Adicionalmente, abordamos as
-101-
Liderança Crista
qualificações e responsabilidades desses oficiais, bem como a
importância de serem fiéis dizimistas.
Ao longo do curso, vimos que a liderança cristã envolve uma
combinação de habilidades, conhecimento bíblico, humildade e
serviço aos outros. Líderes cristãos devem estar dispostos a
aprender, crescer e se adaptar, a fim de conduzir efetivamente
suas congregações em um mundo em constante mudança. Além
disso, líderes devem ser exemplos de integridade, justiça e
amor, refletindo o caráter de Cristo em suas ações e atitudes.
Esperamos que este curso de liderança cristã tenha
fornecido aos participantes uma base sólida para seu
desenvolvimento contínuo como líderes em suas igrejas e
comunidades. Que todos possam aplicar os princípios e lições
aprendidas neste curso para exercer uma liderança eficaz,
impactando positivamente as vidas daqueles que servem e
glorificando a Deus em tudo que fizerem.
Módulo 4
A IPB e os
Ofícios Bíblicos
Uma Visão Denominacional
-102-
Liderança Crista
Capítulo 1
Uma Análise Histórica e
Denominacional
Compreenderemos o papel e a importância desses líderes
na estrutura e no funcionamento da igreja. A Igreja Presbiteriana
do Brasil tem uma rica tradição e história, e os presbíteros
desempenham um papel vital nessa comunidade de fé.
Veremos como a liderança dos presbíteros é exercida, suas
responsabilidades e a importância de seu ministério para o
crescimento espiritual e a edificação da igreja.
Vamos explorar os princípios teológicos e práticos que
fundamentam o ministério dos presbíteros na Igreja Presbiteriana
do Brasil, destacando o compromisso com a Palavra de Deus, a
oração, o discipulado e o cuidado pastoral.
-103-
Liderança Crista
Ao longo deste capítulo, iremos examinar como os
presbíteros se envolvem na vida da igreja, orientando, ensinando
e liderando o povo de Deus em seu caminho de fé.
1. A Origem do Presbiterianismo
-105-
Liderança Crista
espiritual e material de suas congregações e o avanço do Reino
de Deus.
A IPB adota um sistema representativo e escalonado de
governo, em que os membros da igreja local elegem seus
presbíteros, que por sua vez participam das instâncias regionais
e nacionais de governo da igreja. Isso garante a participação e a
representatividade das igrejas locais em todos os níveis de
decisão.
O sistema de governo presbiteriano da IPB busca promover
a colaboração, a responsabilidade compartilhada e a supervisão
mútua entre os líderes da igreja, buscando sempre o bem-estar
espiritual e material de suas congregações e a fidelidade à
Palavra de Deus e aos princípios reformados que fundamentam
sua fé e prática.
Esse modelo de governo enfatiza a importância do trabalho
em equipe e do comprometimento conjunto dos líderes na
tomada de decisões e na condução das atividades da igreja. Os
pastores e presbíteros, juntos no conselho da igreja local,
colaboram e compartilham responsabilidades no planejamento,
na organização e na supervisão de todos os aspectos da vida da
igreja.
Através das instâncias regionais e nacionais (presbitérios,
sínodos e Assembleia Geral), a Igreja Presbiteriana do Brasil
garante que a liderança e a administração da igreja sejam
conduzidas de maneira democrática e representativa, permitindo
a participação dos membros e a comunicação entre as diferentes
igrejas locais.
b) Conselho da Igreja
Em cada igreja local, há um conselho formado pelo pastor e
pelos presbíteros regentes. Esse conselho é responsável por
-106-
Liderança Crista
administrar a igreja, cuidar de sua vida espiritual e exercer a
disciplina quando necessário.
c) Presbitério
As igrejas locais são agrupadas em presbitérios, que são
órgãos regionais compostos por pastores e presbíteros regentes
das igrejas sob sua jurisdição. O presbitério tem a
responsabilidade de supervisionar as igrejas locais, cuidar da
formação e ordenação de novos ministros e presbíteros, e zelar
pela doutrina e prática das igrejas em sua região.
d) Sínodo
Os presbitérios são agrupados em sínodos, que são órgãos
de abrangência estadual ou regional. Os sínodos são compostos
por pastores e presbíteros regentes com a função de
supervisionar os presbitérios, promover a cooperação entre eles
e cuidar de questões administrativas e doutrinárias em seu
âmbito.
e) Supremo Concílio
Na IPB a Assembleia Geral é o órgão máximo da Igreja,
composto por pastores e presbíteros regentes de todo o país.
Essa Assembleia Geral se reúne a cada quatro anos para tomar
decisões importantes para a igreja na totalidade, revisar a
Constituição, tratar de questões doutrinárias e administrativas e
coordenar a atuação da IPB em âmbito (inter)nacional.
A supervisão mútua entre os líderes da igreja e as instâncias
de governo contribui para a manutenção da integridade
doutrinária, a promoção da justiça e a prevenção de abusos de
poder ou de desvios na condução dos ministérios. Essa
supervisão é exercida por meio de visitas pastorais, relatórios e
-107-
Liderança Crista
encontros regulares entre os líderes das igrejas locais,
presbitérios, sínodos e da Assembleia Geral.
Conclusão
Ficou claro que os presbíteros desempenham um papel vital
nessa comunidade de fé, exercendo liderança, orientação e
ensino fundamentados nos princípios teológicos e práticos da
Palavra de Deus.
Sua responsabilidade vai além de meramente ocupar uma
posição, mas envolve um compromisso com o cuidado pastoral,
o discipulado e o crescimento espiritual dos membros da igreja.
Os presbíteros se engajam ativamente na vida da igreja,
promovendo a edificação do corpo de Cristo através do ensino
da Palavra, da oração e do pastoreio do povo de Deus. É por
meio desse ministério dos presbíteros que a igreja se fortalece e
caminha em direção à maturidade espiritual.
Resumo
O Capítulo 1 apresenta uma análise histórica e
denominacional do papel dos presbíteros na Igreja Presbiteriana
do Brasil. Esses líderes têm funções vitais na comunidade,
incluindo ensino, orientação e liderança, fundamentadas nos
princípios teológicos e práticos da Palavra de Deus. Além disso,
eles têm responsabilidades que incluem o cuidado pastoral,
discipulado e promoção do crescimento espiritual dos membros
da igreja.
O texto diferencia os papéis de presbíteros e diáconos,
destacando que os primeiros são líderes espirituais
encarregados de ensinar a Palavra de Deus, pastorear o povo e
governar a igreja, enquanto os diáconos são responsáveis pelo
cuidado prático e material da comunidade.
-108-
Liderança Crista
A origem do presbiterianismo é rastreada até a Reforma
Protestante do século XVI, com raízes específicas na Reforma
Escocesa liderada por John Knox, um discípulo de João Calvino.
O presbiterianismo se espalhou a partir da Escócia para muitos
outros países, incluindo o Brasil.
O sistema de governo da Igreja Presbiteriana do Brasil é
conciliar, baseado na colaboração, na tomada de decisões em
conjunto e na supervisão mútua entre os líderes da igreja em
diferentes níveis. Esse sistema de governo presbiteriano destaca
a autoridade coletiva e a responsabilidade compartilhada entre
os líderes da igreja. A estrutura de governo é representativa e
escalonada, envolvendo conselhos locais da igreja, presbitérios,
sínodos e a Assembleia Geral, a qual é o órgão máximo da IPB.
O papel dos presbíteros, portanto, é crucial na Igreja
Presbiteriana do Brasil, não apenas como ocupantes de uma
posição, mas como comprometidos com o cuidado pastoral e o
crescimento espiritual da igreja.
Capítulo 2
Classificação dos Oficiais na Igreja
Presbiteriana do Brasil
Neste capítulo, exploraremos a classificação dos oficiais na
Igreja Presbiteriana do Brasil. A Igreja Presbiteriana do Brasil
tem uma estrutura organizacional bem definida, baseada em
princípios e valores reformados.
Dentro dessa estrutura, existem diferentes oficiais que
desempenham papéis distintos na liderança e na administração
da igreja. Esses oficiais incluem presbíteros, diáconos e ministros
do evangelho.
Cada um desses oficiais tem responsabilidades específicas,
definidas pela Palavra de Deus e pelos princípios
-109-
Liderança Crista
denominacionais. Nesta exploração, veremos como esses oficiais
são classificados, suas funções e como trabalham juntos para
promover o crescimento espiritual e a edificação da igreja.
A classificação dos oficiais na Igreja Presbiteriana do Brasil é
uma parte importante de sua estrutura organizacional e contribui
para a efetividade do ministério e do serviço cristão.
a) Os Presbíteros
Os presbíteros são líderes espirituais e administrativos com a
responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus, pastorear o povo
de Deus, administrar os sacramentos e governar a igreja. Eles são
chamados a guiar a igreja na verdade e protegê-la de falsos
ensinamentos e ensinamentos heréticos.
Os presbíteros são descritos como “aqueles que governam
bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda
a modéstia” (1Timóteo 3.4-5) e como “aqueles que trabalham na
palavra e no ensino” (1Timóteo 5.17). Os presbíteros são
divididos em presbíteros docentes (pastores) e presbíteros
regentes
(anciãos).
b) Os Diáconos
Já os diáconos são líderes com a responsabilidade de servir a
igreja em suas necessidades práticas e materiais. Eles são
-110-
Liderança Crista
chamados a cuidar dos pobres e necessitados, distribuir recursos
e ajudar em outras questões práticas da Igreja (ver Módulo 3).
Eles são descritos como “homens de boa reputação, cheios do
Espírito Santo e de sabedoria” (Atos 6.3) e como “ministradores
dos diversos dons de Deus” (1Pedro 4.10); membros leigos eleitos
para servir na assistência e no cuidado dos necessitados,
coordenando atividades de caridade, ajuda mútua e promoção da
comunhão entre os membros da igreja, além de auxiliarem em
questões administrativas e de manutenção das instalações da
igreja.
2. O Presbítero Docente
-111-
Liderança Crista
d) No governo da igreja, o pastor trabalha em parceria
com os presbíteros regentes para supervisionar o ministério e as
atividades da congregação, garantindo a aderência aos princípios
e práticas da Constituição da IPB.
e) Com os presbíteros regentes, o pastor é responsável
por manter a disciplina na igreja, promovendo a santidade, a
unidade e a saúde espiritual da congregação.
Em resumo, o papel do presbítero docente é essencial para
nutrir, guiar e cuidar da congregação, promovendo a saúde
espiritual, a unidade e o crescimento da igreja.
3. O Presbítero Regente
-112-
Liderança Crista
c) Juntamente com os presbíteros docentes, os
presbíteros regentes mantêm a disciplina na igreja, lidando com
questões de disciplina eclesiástica conforme necessário.
d) Podem ser eleitos como representantes de sua igreja
local em tribunais superiores, contribuindo para a tomada de
decisões e supervisão das igrejas em níveis regionais e nacionais.
e) Auxiliam os presbíteros docentes no culto público e na
administração dos sacramentos, e podem ser chamados a liderar
a adoração, orar, ler as Escrituras e participar de outras
atividades relacionadas ao culto.
f) Podem desempenhar um papel na educação cristã e no
discipulado, ensinando classes da Escola Dominical, liderando
estudos bíblicos e ajudando a treinar e equipar os membros da
igreja.
Em resumo, as funções do presbítero regente refletem o
compromisso da Igreja Presbiteriana do Brasil com um sistema
de governo presbiteriano e a importância de uma liderança
compartilhada e responsável. Juntos, os presbíteros regentes e
docentes trabalham para promover a saúde espiritual, a unidade
e o crescimento da Igreja.
-113-
Liderança Crista
Após uma avaliação teológica e pastoral, os candidatos são
apresentados à igreja para a eleição. Os oficiais eleitos são então
ordenados em uma cerimônia pública, reconhecendo sua
chamada divina e conferindo autoridade para exercer o
ministério na igreja.
Conclusão
A classificação dos oficiais na Igreja Presbiteriana do Brasil é
um aspecto fundamental de sua estrutura organizacional. Os
presbíteros regentes e docentes desempenham papéis vitais na
liderança e na administração da igreja, enquanto os diáconos têm
a responsabilidade de servir e cuidar das necessidades práticas do
povo de Deus.
A classificação desses oficiais é baseada em princípios
bíblicos e é conduzida por meio de um processo que envolve a
indicação, eleição e ordenação. Os oficiais são escolhidos pela
comunidade da igreja, que busca candidatos piedosos, sábios e
qualificados para o ministério.
Através dessa classificação dos oficiais, a Igreja Presbiteriana
do Brasil busca seguir os princípios bíblicos e promover a
efetividade do ministério e serviço cristão.
Resumo
O Capítulo 2 descreve a classificação dos oficiais na Igreja
Presbiteriana do Brasil, destacando sua estrutura organizacional
baseada em princípios reformados. Os oficiais são divididos em
presbíteros e diáconos, cada um com funções específicas.
Os presbíteros são subdivididos em docentes (pastores) e
regentes (anciãos), ambos com papéis de liderança espiritual e
administrativa, mas com responsabilidades diferenciadas. Tem os
presbíteros docentes que focam em pregação, ensino, orientação
espiritual e administração dos sacramentos. Os presbíteros
-114-
Liderança Crista
regentes, membros leigos eleitos, colaboram na governança da
igreja local, participam de conselhos e presbitérios, e orientam e
cuidam pastoralmente dos membros.
Diáconos são membros leigos eleitos para assistir e cuidar dos
necessitados, coordenando atividades de caridade, ajuda mútua e
promoção da comunhão, além de auxiliar em questões
administrativas e de manutenção da igreja.
O processo de seleção dos presbíteros envolve indicação,
eleição e ordenação, com candidatos selecionados pelos membros
da igreja com base em requisitos bíblicos. A classificação de
oficiais é um aspecto fundamental da estrutura organizacional da
Igreja Presbiteriana do Brasil, focada em seguir princípios
bíblicos e promover a efetividade do ministério e serviço cristão.
Capítulo 3
Os Oficiais da Igreja e a
Doutrina da Mordomia Cristã
Na Igreja Presbiteriana do Brasil, os oficiais, incluindo
pastores (presbíteros docentes) e anciãos (presbíteros regentes),
são chamados a ser exemplos de vida cristã e compromisso com a
igreja.
Como oficiais da IPB, os pastores e anciãos têm a
responsabilidade de liderar a igreja e promover o crescimento do
Reino de Deus, sendo exemplos de mordomia para os demais
membros da Igreja.
-115-
Liderança Crista
A doutrina da mordomia cristã, em sua essência, é o
entendimento de que tudo que temos e somos pertence a Deus e
somos administradores temporários desses recursos na terra. Ela
inclui nossas habilidades, tempo, dinheiro, posses e até mesmo
nossas vidas.
Nesse contexto, os oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil
(IPB), sejam eles presbíteros ou diáconos, podem ser exemplo
para os demais membros da igreja de diversas maneiras.
a) Vida pessoal
Os oficiais devem buscar viver uma vida que reflita a doutrina
da mordomia cristã. Isso envolve ser generoso, usar bem o tempo,
cuidar de sua saúde física e mental, desenvolver seus dons e
talentos para a glória de Deus, e ser um bom administrador de
suas posses.
b) Ensino
Como líderes da igreja, os oficiais têm a responsabilidade de
ensinar sobre a doutrina da mordomia cristã. Eles podem fazer
isso por meio de sermões, estudos bíblicos, grupos pequenos, e
outros contextos de ensino.
c) Discipulado
Os oficiais também podem modelar a mordomia cristã por
meio do discipulado pessoal. Ao gastar tempo com outros
membros da igreja, eles podem demonstrar como viver essa
doutrina no dia a dia.
d) Serviço
O serviço é uma parte importante da mordomia cristã. Os
oficiais podem mostrar como servir aos outros em amor e
humildade, seja dentro da igreja ou na comunidade mais ampla.
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Liderança Crista
e) Generosidade
Os oficiais podem dar o exemplo de generosidade financeira,
contribuindo para a igreja e para outras causas de maneira
sacrificial e alegre.
f) Administração da Igreja
Como administradores da igreja, os oficiais podem modelar a
boa mordomia cuidando bem dos recursos da igreja, sejam eles
financeiros, materiais ou humanos.
g) Oração
A mordomia cristã também envolve a oração. Os oficiais
podem encorajar e modelar uma vida de oração, lembrando-se de
que nosso tempo e nossas preocupações também pertencem a
Deus.
Por fim, é importante lembrar que ninguém é perfeito e todos
estamos em um processo de crescimento. Os oficiais da igreja,
como todos os cristãos, precisam da graça de Deus e do poder do
Espírito Santo para viver a mordomia cristã de maneira fiel.
a) Dízimos e ofertas
A IPB ensina que o dízimo é um princípio bíblico e uma
prática que deve ser seguida pelos cristãos. Ser um dizimista fiel é
-117-
Liderança Crista
uma forma de os oficiais permanecerem coerentes com essa
teologia e aplicá-la em suas próprias vidas.
Ao serem dizimistas fiéis, os oficiais contribuem para o
suprimento das necessidades da igreja, como a manutenção do
templo, os projetos evangelísticos, o apoio a missionários, a
educação cristã, o ministério pastoral e o auxilia aos necessitados.
O dízimo, mais as ofertas, são a única fonte de recursos para a
igreja. Através dos dízimos e ofertas, a Igreja mantém seu
funcionamento e sua expansão.
O dízimo é uma forma prática de investir no avanço da obra de
Deus. Ser um dizimista fiel mostra aos membros da congregação
a importância de apoiar financeiramente a igreja e suas
atividades. Fazendo assim o oficial demonstra de forma prática o
seu compromisso e fidelidade a Deus.
Além disso, ao dar o dízimo, o oficial da IPB demonstra uma
vida de integridade, obediência e confiança nas promessas de
Deus; uma expressão de gratidão a Deus pelo que Ele tem
proporcionado e um reconhecimento de que tudo o que temos
vem d'Ele.
-118-
Liderança Crista
c) Assiduidade nos trabalhos da Igreja
Assiduidade nas atividades da igreja é uma parte fundamental
da mordomia cristã, pois reflete o compromisso do indivíduo com
a comunidade de fé. Isso inclui não apenas os cultos dominicais,
mas também outras atividades, como estudos bíblicos, reuniões
de oração, ensaios de música, atividades de serviço e eventos
sociais.
Os oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), como
presbíteros e diáconos, têm um papel importante ao modelar a
assiduidade nas atividades da igreja para os demais membros:
Participação nos cultos. Os oficiais devem ser um
exemplo de frequência regular e participação ativa nos cultos da
igreja.
Envolvimento em outras atividades. Além dos cultos,
os oficiais devem estar envolvidos em outras atividades da igreja,
seja um estudo bíblico, um grupo de oração, ou um evento de
serviço.
Compromisso com a pontualidade. A pontualidade
demonstra respeito pelos outros e pelo tempo deles. Os oficiais
devem se esforçar para chegar no horário em todas as atividades
da igreja.
Encorajamento dos outros. Os oficiais podem encorajar
os demais membros da igreja a serem assíduos, seja por meio de
palavras de incentivo, seja pelo próprio exemplo.
Flexibilidade. Embora a assiduidade seja importante,
também é essencial reconhecer que as pessoas têm diferentes
capacidades e compromissos. Os oficiais podem modelar uma
abordagem flexível e compreensiva, que valoriza a participação de
cada pessoa de acordo com suas possibilidades.
Portanto, a assiduidade nas atividades da igreja é uma
maneira importante de os oficiais da IPB modelarem a mordomia
cristã para os demais membros da igreja.
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Liderança Crista
Conclusão
Neste capítulo, exploramos a influência vital e o papel
modelador que os oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) -
presbíteros e diáconos - têm na prática e na compreensão da
doutrina da mordomia cristã.
Por meio de suas ações, ensinamentos e compromisso com a
vida da igreja, esses líderes são chamados a exemplificar a
mordomia de tempo, talentos, recursos e participação regular na
vida da comunidade de fé.
Como modelos de mordomia cristã, os oficiais da IPB têm a
oportunidade de guiar outros membros da igreja para uma
relação mais profunda e responsável com os dons de Deus.
Assim, a doutrina da mordomia cristã não apenas se torna
um elemento fundamental da vida da igreja, mas também uma
expressão prática do amor de Deus vivido em comunidade.
Resumo
O Capítulo 3 aborda os papéis dos oficiais na Igreja
Presbiteriana do Brasil (IPB), focando na doutrina da mordomia
cristã. Os oficiais, incluindo pastores e anciãos, são responsáveis
por liderar a igreja e promover o crescimento do Reino de Deus,
sendo exemplos de mordomia cristã para os membros da igreja.
A mordomia cristã envolve o entendimento de que tudo
pertence a Deus e somos apenas administradores temporários
desses recursos na Terra. Os oficiais da IPB devem exemplificar
essa doutrina através de sua vida pessoal, ensino, discipulado,
serviço, generosidade, administração da igreja e vida de oração.
Além disso, os oficiais devem ser exemplos de vida cristã em
vários aspectos. Eles são incentivados a serem fiéis, na prática do
dízimo, contribuindo para as necessidades da igreja e investindo
-120-
Liderança Crista
na obra de Deus. O dízimo também é visto como uma expressão
de integridade, obediência, confiança e gratidão a Deus.
O exercício da confiança em Deus é ressaltado, especialmente
através do ato de dizimar. Os oficiais
A assiduidade nos trabalhos da igreja é outro aspecto
importante da mordomia cristã. Os oficiais devem ser exemplos
de frequência regular e participação ativa nos cultos e outras
atividades da igreja, comprometimento com a pontualidade,
encorajamento dos outros membros e flexibilidade para
acomodar diferentes capacidades e compromissos.
Em resumo, os oficiais da IPB têm a tarefa de liderar pelo
exemplo, demonstrando o compromisso com a igreja e a prática
da mordomia cristã em todas as áreas de suas vidas.
Capítulo 4
O papel da Igreja para com os Oficiais
O papel da igreja em relação aos oficiais da igreja - pastores,
presbíteros e diáconos - deve ser baseado na Palavra de Deus. A
Bíblia nos dá orientações claras sobre como a igreja deve interagir
e apoiar esses líderes em seu ministério.
-121-
Liderança Crista
Tenham-nos em mais alta estima com amor, por causa do
trabalho deles” (1Tessalonicenses 5.12-13a).
O autor de Hebreus também ressalta a importância de honrar
e obedecer aos líderes da igreja. Ele declara: “Obedeçam aos seus
líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês
como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o
trabalho deles seja uma alegria, não um peso, pois isso não seria
proveitoso para vocês” (Hebreus 13.17).
Ao praticarmos esse princípio, contribuímos para um
ambiente saudável de liderança e crescimento espiritual na
comunidade cristã, demonstrando nossa obediência a Deus e
valorizando o papel desses líderes na edificação da igreja.
-122-
Liderança Crista
Evangelho: “Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam
agradecidos. E orem também por nós, para que Deus abra uma
porta para a nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar
o mistério de Cristo” (Colossenses 4.2-3).
Além da oração, a Igreja deve manifestar seu apoio aos seus
líderes. Os líderes da igreja enfrentam desafios e pressões, e é
importante que a igreja esteja ao lado deles, oferecendo
encorajamento e apoio constante.
Em conclusão, a oração e o apoio espiritual são elementos
essenciais no relacionamento entre a igreja e seus líderes. Ao orar
por eles e oferecer encorajamento e apoio em seu crescimento
espiritual, a igreja demonstra seu compromisso em fortalecer e
equipar seus líderes para o cumprimento de sua missão.
3. Cooperação e unidade
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Liderança Crista
talentos diversos. Essa diversidade deve ser valorizada e
direcionada para a edificação e o serviço mútuo.
Quando a igreja trabalha em cooperação e unidade, reflete o
amor de Cristo e cumpre sua missão de impactar o mundo com o
Evangelho.
-124-
Liderança Crista
Cuidar das necessidades materiais e financeiras dos líderes
permite que eles se dediquem ao ministério sem preocupações
financeiras. É um ato de amor e gratidão da igreja em
reconhecimento ao trabalho e dedicação dos líderes.
Ao cuidar dos líderes dessa forma, a igreja fortalece o
ministério e demonstra seu compromisso em apoiar aqueles que
servem a Deus e à comunidade cristã.
5. Responsabilização e correção
-125-
Liderança Crista
acompanhado de um plano de restauração. Ao seguir essas
diretrizes, a igreja preserva a credibilidade e a eficácia do
testemunho cristão, fortalecendo o ministério dos líderes e
promovendo um ambiente saudável para o crescimento espiritual
e o avanço do Evangelho.
Conclusão
Em conclusão, o papel da igreja em relação aos seus oficiais é
amplo e abrangente. Envolve honrar e respeitar os líderes da
igreja, apoiá-los por meio da oração e do suporte espiritual,
cooperar e buscar a unidade com eles, cuidar de suas
necessidades materiais e financeiras, e, quando necessário,
exercer a responsabilização e correção de acordo com os
princípios bíblicos.
Ao seguir essas diretrizes, a igreja fortalece seus líderes,
promove um ambiente saudável e propício para o crescimento
espiritual e o avanço do Evangelho. O relacionamento entre a
igreja e seus líderes é essencial para o cumprimento da missão de
Deus e para o testemunho eficaz do amor e da graça de Cristo.
Que cada igreja seja encorajada a viver esses princípios,
baseando-se nas orientações bíblicas, para que os oficiais da
igreja sejam capacitados, a igreja seja edificada e o nome de Deus
seja glorificado.
Resumo
No capítulo 4, a função dos Diáconos na Igreja Reformada é
explorada em detalhes. Diáconos, conforme descritos na Bíblia,
têm um papel fundamental na administração da igreja, apoiando
os ministérios dos pastores e presbíteros, e cuidando dos órfãos,
viúvas e necessitados. Foram apresentados exemplos de diáconos
do Novo Testamento, como Estêvão e Filipe, destacando seu
impacto na igreja.
-126-
Liderança Crista
O papel dos diáconos em promover a unidade e a paz,
permitir uma maior concentração no ministério espiritual e
demonstrar o amor de Cristo, também é enfatizado. A Igreja
Reformada vê o diaconato como um ofício importante e os
diáconos são escolhidos com base em qualificações morais e
espirituais.
Os Símbolos de Fé, como a Confissão de Fé de Westminster e
o Catecismo Maior de Westminster, valorizam o diaconato, assim
como a Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil, que
fornece orientações detalhadas sobre o papel e as
responsabilidades dos diáconos.
Por fim, o capítulo aborda a responsabilidade da igreja em
honrar, apoiar e cooperar com seus oficiais, incluindo diáconos,
reconhecendo a importância de seu papel na promoção do bem-
estar da comunidade, na manutenção da harmonia dentro da
igreja e no apoio aos ministérios essenciais para o crescimento e a
vitalidade da fé cristã.
Conclusão
Em conclusão, o curso de liderança cristã que desenvolvemos
juntos abordou vários aspectos importantes da liderança na
igreja, focando no exemplo bíblico, na prática desse ministério
atualmente. Ao longo do curso, analisamos a vida e o ministério
de Neemias, um líder que demonstrou grande habilidade e
sabedoria no processo de reconstrução de Jerusalém. Também
examinamos o exemplo de liderança servidora de Jesus Cristo e
como Ele encorajou seus discípulos a seguirem esse modelo.
Discutimos também o papel dos oficiais na Igreja
Presbiteriana do Brasil, incluindo os presbíteros e diáconos, e
como suas funções contribuem para o funcionamento eficiente e
harmonioso da igreja. Adicionalmente, abordamos as
-127-
Liderança Crista
qualificações e responsabilidades desses oficiais, bem como a
importância de serem fiéis dizimistas.
Ao longo do curso, vimos que a liderança cristã envolve uma
combinação de habilidades, conhecimento bíblico, humildade e
serviço aos outros. Líderes cristãos devem estar dispostos a
aprender, crescer e se adaptar, a fim de conduzir efetivamente
suas congregações em um mundo em constante mudança. Além
disso, líderes devem ser exemplos de integridade, justiça e amor,
refletindo o caráter de Cristo em suas ações e atitudes.
Esperamos que este curso de liderança cristã tenha fornecido
aos participantes uma base sólida para seu desenvolvimento
contínuo como líderes em suas igrejas e comunidades. Que todos
possam aplicar os princípios e lições aprendidas neste curso para
exercer uma liderança eficaz, impactando positivamente as vidas
daqueles que servem e glorificando a Deus em tudo que fizerem.
Apêndice
A Mulher na Igreja Reformada Calvinista:
Contribuições, Desafios e Cooperação
Introdução
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Liderança Crista
1. A Importância da Mulher no Plano da Redenção
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Liderança Crista
prometeram proteger ela e sua família quando Jericó fosse
conquistada. A inclusão de Raabe na genealogia de Jesus
ressalta a universalidade da graça divina.
Rute, uma mulher moabita, também exemplifica a
importância da mulher no plano de Deus. Apesar de ser
estrangeira, Rute decidiu seguir sua sogra Noemi e adotar o
Deus de Israel como seu próprio. Sua lealdade e devoção
fizeram dela a bisavó do rei Davi (Rute 4.13-17), estabelecendo
assim a linhagem que culminaria em Jesus.
A rainha Ester também exerceu um papel crucial na salvação
do povo judeu, e por extensão, no plano da redenção. Ester
arriscou sua vida para salvar seu povo da exterminação,
demonstrando coragem e fé inabaláveis. Por sua intercessão, a
linhagem do povo de Deus foi preservada (Ester 4.14).
Por fim, Maria, a mãe de Jesus, ocupa um lugar
incomparável nesse plano redentor. Ela foi escolhida para
conceber e dar à luz o Filho de Deus, o Salvador da
humanidade. Sua aceitação e submissão à vontade de Deus são
retratadas em Lucas 1.26-38: “Não temas, Maria, porque achaste
graça diante de Deus; eis que conceberás em teu ventre e darás
à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus”. Maria
responde com fé e submissão, dizendo: “Aqui está a serva do
Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”. Ela
desempenha um papel crucial como mãe de Jesus, o Salvador
do mundo.
Estas mulheres, juntamente com muitas outras nas
Escrituras, demonstram a grande importância da mulher no
plano da redenção de Deus. Elas desempenharam papéis
significativos e únicos, que contribuíram para a realização da
promessa divina de salvação.
-130-
Liderança Crista
2. A visão dos Pais da Igreja quanto ao papel das
mulheres na Igreja
-131-
Liderança Crista
enxergassem como iguais aos homens em termos de autoridade
eclesiástica.
20
Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 4.
21
Catecismo Maior, Pergunta 18.
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Liderança Crista
De acordo com Mateus 28.1-10, “No findar do sábado, ao
entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria
foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto;
porque um anjo do Senhor desceu do céu e, chegando ao
sepulcro, rolou a pedra e assentou-se sobre ela… Então, disse
às mulheres: Não temais; pois sei que buscais a Jesus,
crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito.
Vinde ver o lugar onde ele jazia”.
No Novo Testamento, mulheres como Priscila, Lídia e Febe
são mencionadas como colaboradoras importantes na missão da
igreja. Em Atos 16.14-15, Lídia, uma negociante de púrpura, foi
convertida e batizada, com a sua casa, oferecendo hospitalidade
a Paulo e seus companheiros: “Certa mulher, chamada Lídia, da
cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos
escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas
que Paulo dizia. Depois de se batizar, ela e a sua casa, nos
rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em
minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso”.
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Liderança Crista
5. Limitações à Ordenação de Mulheres
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Liderança Crista
particularmente aqueles que exercem autoridade doutrinária e
pastoral, como o pastor e o presbítero, devem ser reservados
apenas para os homens. Essa visão é baseada em passagens
como 1Timóteo 2.1112 e 1Co 14.34-35.
Embora homens e mulheres possam ter papéis diferentes no
complementarismo, é importante ressaltar que esses papéis não
são considerados intrinsecamente melhores ou piores, mais
importantes ou menos importantes. Em vez disso, eles são vistos
como diferentes maneiras de servir a Deus e à igreja, cada uma
com seu próprio valor e importância.
-135-
Liderança Crista
Augustus Nicodemus, teólogo presbiteriano, se posiciona
contrário à ordenação feminina. Em seu artigo “A Ordenação de
Mulheres para o Ministério Pastoral”, publicado no blog
“Tempora-Mores” em 14 de janeiro de 2010, ele argumenta que
a ordenação feminina não é permitida pela Bíblia, com base
1Timóteo 2.12, quando Paulo proíbe as mulheres de “exercer
autoridade sobre os homens”. Além disso, que Jesus escolheu
apenas homens para serem seus apóstolos, e que isso deve
servir como modelo para a Igreja.
Hernandes Dias Lopes, também se posiciona contrariamente
à ordenação de mulheres para o pastorado. Ele argumenta que,
enquanto as mulheres desempenham muitos papéis importantes
na Igreja, a liderança pastoral foi reservada por Deus para os
homens. Em uma entrevista em seu canal no YouTube em 25 de
julho de 2019, Dias Lopes afirmou: “A Bíblia não permite a
ordenação de mulheres ao pastorado. Isso não significa
inferioridade, mas sim diferença de papel”. Ele citou as
passagens de 1Timóteo 2.12 e 1Coríntios 14.34-35, para
respaldar seu ponto de vista.
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Liderança Crista
c) Posições Moderadas
Além disso, há aqueles que adotam uma posição moderada,
permitindo que as mulheres sirvam em certos ofícios
eclesiásticos, mas não em todos. Por exemplo, alguns podem
permitir que as mulheres sejam diaconisas, mas não pastoras ou
presbíteras.
Em resumo, a questão da ordenação feminina é complexa e
continua sendo um assunto de intenso debate entre os teólogos
calvinistas modernos. Cada lado apresenta argumentos bíblicos,
teológicos e históricos para apoiar sua posição. A decisão final
sobre essa questão, em última análise, depende de como uma
determinada igreja ou denominação interpreta a Bíblia e aplica
seus ensinamentos à prática contemporânea.
Conclusão
Em resumo, o papel das mulheres na Igreja Reformada
Calvinista é complexo e multifacetado. Apesar das restrições à
ordenação em cargos de liderança, as mulheres desempenham
papéis vitais e contribuem significativamente para a vida e a
missão da igreja. Através de seu serviço, ensino e oração, elas
demonstram o amor de Cristo e ajudam a edificar o corpo de
Cristo. É essencial que a igreja continue a reconhecer e valorizar
as diversas maneiras pelas quais as mulheres contribuem para a
vida da igreja.
Na era moderna, o diálogo sobre o papel da mulher na igreja
deve continuar, sempre com a Escritura como guia principal. O
desafio é reconhecer as contribuições valiosas das mulheres,
enquanto se adere à interpretação bíblica tradicional. Embora
possa haver desacordo sobre certos papéis, a necessidade de
cooperação, amor mútuo e respeito é fundamental para a saúde
e o crescimento da igreja.
A Igreja Reformada Calvinista, como qualquer comunidade
de crentes, é composta de membros com uma variedade de
dons e habilidades. As mulheres, com seus talentos e
habilidades únicos, são uma parte indispensável do corpo de
Cristo. Através de seu compromisso com o serviço, o ensino e a
assistência aos necessitados, as mulheres demonstram o amor
de Cristo e exemplificam o chamado de todos os crentes para
servir uns aos outros em amor.
Embora o debate sobre a ordenação de mulheres possa
continuar, é crucial que as igrejas reformadas calvinistas
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Liderança Crista
continuem a afirmar a dignidade, o valor e a importância das
mulheres em todos os aspectos da vida da igreja. Ao fazer isso,
elas refletirão mais plenamente a imagem de Cristo, que
valorizava todas as pessoas, independentemente de gênero, e
deu a todos nós o mandamento de amar e servir uns aos outros.
Resumo
O papel da mulher na Igreja Reformada Calvinista é um tema
debatido e complexo. Este apêndice explorou essa questão à luz
das Escrituras, considerando as contribuições das mulheres, as
limitações à sua ordenação e as visões dos principais teólogos
modernos.
O apêndice começou destacando que a discussão sobre o
papel das mulheres na igreja deve ser baseada na autoridade da
Palavra de Deus. Em seguida, analisou a visão dos Pais da
Igreja, que variava desde uma visão complementarista até uma
valorização do envolvimento das mulheres na igreja.
Os Símbolos de Fé da Igreja Reformada foram mencionados,
destacando que embora não abordem especificamente o papel
das mulheres na igreja, eles afirmam a igualdade fundamental de
todos os seres humanos perante Deus.
Em seguida, o apêndice abordou as contribuições das
mulheres na igreja ao longo da história, desde as mulheres na
igreja primitiva até as mulheres na tradição reformada calvinista
atual. Destacou-se que as mulheres têm desempenhado papéis
cruciais, especialmente no serviço, no ensino e no cuidado dos
necessitados.
Em relação à ordenação de mulheres, o apêndice
apresentou diferentes posições teológicas, desde aqueles que se
opõem à ordenação feminina com base na interpretação de
passagens bíblicas até aqueles que a defendem, argumentando
-139-
Liderança Crista
que as restrições do Novo Testamento eram contingentes ao
contexto cultural da época.
Por fim, o apêndice concluiu que, independentemente das
diferentes posições teológicas, é essencial que a igreja
reconheça e valorize as contribuições das mulheres em todos os
aspectos da vida da igreja. A cooperação, o amor mútuo e o
respeito são fundamentais para o crescimento saudável da
igreja.
Em última análise, o objetivo é refletir a imagem de Cristo,
valorizando todas as pessoas, independentemente de seu
gênero, e cumprindo o mandamento de amar e servir uns aos
outros.
Bibliografia
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