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Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Programa de Pós-Graduação em Inovação Tecnológica

Tenisziara de Moura Ferreira

Estratégias de estudo divulgadas no YouTube: uma análise sob a ótica


das teorias de aprendizagem aplicadas ao ensino superior.

Uberaba - MG
Fevereiro de 2018
1

Tenisziara de Moura Ferreira

Estratégias de estudo divulgadas no YouTube: uma análise sob a ótica


das teorias de aprendizagem aplicadas ao ensino superior.

Dissertação apresentada ao Programa de


Mestrado Profissional em Inovação
Tecnológica da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro, como requisito para
obtenção do título de Mestra.

Linha de pesquisa: Gestão de Operações

Orientadora: Profa. Dra. Beatriz


Gaydeczka

Uberaba - MG
Fevereiro de 2018
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3
4

Dedico este trabalho a: Pedro Henrique de


Oliveira, meu esposo, por compreender os
momentos de minha ausência, e meus
queridos pais Telson Alves Ferreira e
Maria Gildete de Moura Ferreira, que
sempre estiveram presentes em minha
caminhada. À Profa. Beatriz Gaydeczka,
minha orientadora que, com seu
profissionalismo e sabedoria, me
transmitiu a energia e confiança
necessárias à construção desta
dissertação.
5

AGRADECIMENTOS

Quando nascemos nosso Deus nos entrega um caderno de desenhos,


a vida. Aos poucos nossos pais vão adicionando canetas coloridas, lápis de cor,
canetinhas, gizes de cera, glitters, lantejoulas e confetes. Cada item representa um
passo em nossa formação humana e profissional.
Inicialmente, temos dificuldades em manusear todos esses materiais. Então
nos apresentam uma moça muito gentil que pega em nossas mãozinhas e nos
ajudam a fazer os primeiros desenhos: nossa primeira professora, que aos poucos
vai nos soltando e começamos a fazer nossos primeiros rabiscos sozinhos.
Nestes tempos os desenhos ainda parecem sem forma e as cores
desconexas. Mas nossos pais sabem que estamos fazendo o nosso melhor e
conseguem ver, no abstrato, as imagens mais lindas. Isto é possível porque
enxergam com o coração.
São os primeiros a acreditarem em nosso potencial. Os únicos a depositarem
em nós suas maiores riquezas: suas próprias vidas. Aos poucos nossos desenhos
vão tomando formas e, então, são os primeiros a exclamarem orgulhosamente: eu
sabia!
O tempo vai passando e vamos aprendendo a arte de viver. Cada
ensinamento vai sendo utilizado nos momentos certos. E até aquelas coisinhas que
achávamos que nunca seriam úteis, se revelam como grandes sabedorias
existenciais.
É quando descobrimos que tudo o que somos e tudo o que temos só foi
possível graças a Deus e a eles. Nossos primeiros investidores. Nossos primeiros
fãs e torcedores. Deus e nossos pais!
Desta forma, quero agradecer primeiramente a Deus por ter me
proporcionado a vida e permitir que tudo isto acontecesse. Aos meus queridos pais
Telson Alves Ferreira e Maria Gildete de Moura Ferreira, por todas as ferramentas
necessárias que me permitiram chegar até aqui.
Agradecer também ao meu querido esposo Pedro Henrique de Oliveira, que
passou a fazer parte de minha vida em meio ao processo de mestrado. Pelo carinho
e compreensão nas noites mal dormidas, nos momentos de estresse e dificuldades.
6

Especialmente à minha orientadora Beatriz Gaydeczka, que aceitou


prontamente me orientar, que mesmo em processo de gestação e, posteriormente,
com o Francisco nos braços, passou horas a fio me auxiliando, sempre com seu jeito
calmo, profissional e compreensivo. Agradecer também por ter respeitado meu
desejo de pesquisa e ter me permitido estudar uma temática de meu interesse.
Agradecer a todos os professores do Programa de Mestrado Profissional em
Inovação Tecnológica, pois foram fundamentais na construção deste trabalho. Ao
secretário do mestrado, Enio Umberto Alves dos Santos, que sempre prestativo e
educado, me atendeu.
Às professoras Daniervelim Renata Marques Pereira e Graziela Giusti
Pachane, que deram suas contribuições fundamentais no exame de qualificação.
À banca examinadora desta dissertação: Graziela Giusti Pachane, Geovana
Ferreira Melo, Orlando Fernández Aquino e Sandra Eleutério Campos Martins.
Aos colegas de trabalho, pela compreensão e colaboração neste momento
complexo de minha vida.
E a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para que eu
chegasse até aqui.
7

“A tarefa não é tanto ver aquilo que


ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo
mundo vê.”

Arthur Schopenhauer
8

FERREIRA, T. M. Estratégias de estudo divulgadas no YouTube: uma análise


sob a ótica das teorias de aprendizagem aplicadas ao ensino superior. 2017.
143 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Inovação Tecnológica) – Universidade
Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2017.

RESUMO
Esta pesquisa faz análise de estratégias de estudo divulgadas por estudantes em
vídeos de depoimentos do YouTube sob a ótica de teorias de aprendizagem
voltadas ao ensino superior, a fim de contribuir, por meio da produção de um
material didático audiovisual, com o desenvolvimento da capacidade de
compreensão, apreensão e fixação de conhecimentos no ensino superior. A
problemática da pesquisa decorre ao baixo desempenho de estudantes do ensino
superior por não conhecerem e aplicarem estratégias de estudo.
Metodologicamente, foi empregada análise de conteúdo, Bardin (2010), a fim de
identificar e categorizar os comportamentos estratégicos utilizados por estudantes
em 50 vídeos selecionados. Estes comportamentos foram agrupados em seis
categorias de análise, depreendidas da recorrência temática dos vídeos, sendo elas:
(1) Estudo individual. (2) Organização para os estudos. (3) Interação. (4)
Comportamento durante as aulas. (5) Bem estar físico e mental e (6) Preparação
para as avaliações. Do total de vídeos analisados, seis foram transcritos para
análise, relacionando com as teorias de aprendizagem e os estudos que tratam
sobre o tema. Observou-se que ainda são incipientes as pesquisas referentes ao
desenvolvimento e aplicabilidade de estratégias de estudo no ensino superior.
Os Youtubers apresentaram conhecimento superficial e empírico sobre a temática,
reproduzindo modelos comumente praticados nas instituições ensino. Suas
estratégias estão baseadas em experiências pessoais e são apresentadas como
verdades absolutas, que podem ser reproduzidas de forma generalizada,
desconsiderando contextos e peculiaridades. Embora se possa identificar relação
dessas estratégias de estudo com as teorias de aprendizagem, fica evidente que os
autores dos vídeos as desconhecem. Apresentam certa consciência com relação à
importância de ser organizado, cuidar da saúde física e mental,ser frequente e
prestar atenção nas aulas, estudar regularmente e ser comprometido. A questão é
como tornar essas percepções estratégicas, eficientes e eficazes. Dessa forma,
identifica-se a necessidade de mais pesquisas referentes à temática, no sentido de
contribuir na orientação aos estudantes desde os anos iniciais da vida escolar, uma
vez que, no que se refere a estratégias de estudo, o universitário carrega referências
da educação básica e o que foi construído anteriormente tenderá a ser reproduzido
e aperfeiçoado no ensino superior.

Palavras-Chave: Aprendizagem. Teorias de Aprendizagem. Estratégias de


Estudo. YouTube. Ensino Superior.
9

FERREIRA, T. M. Study strategies released on YouTube: an analysis from the


perspective of learning theories applied to higher education. 2017. 143 p.
Dissertation (Master in Technological Innovation) – Postgraduate Program in
Technological Innovation, Federal University of the Triângulo Mineiro. Uberaba,
2017.

ABSTRACT

This research examines study strategies published by students in YouTube


testimonials videos from the perspective of the learning theories dedicated to higher
education. It aims at contributing, through the production of audiovisual teaching
material, to the development of the ability of understanding, apprehending and
internalizing knowledge at higher education. The research problem is due to the low
performance of academic students because they don't have background knowledges
and don't know how to apply the study strategies With respect to the Methodology,
content analysis was used, Bardin (2010), in order to identify and categorize the
strategic behaviors adopted by students in 50 selected videos. Such behaviors were
grouped into six categories comprising the thematic recurrence of the videos: (1)
Individual study; (2) Organization for studies; (3) Interaction; (4) Behavior during
class; (5) Physical and mental well-being and (6) Preparation for evaluations. Of the
total videos examined, six were transcribed for analysis and were related to the
learning theories and to the studies on the theme. It could be observed that research
on the development and applicability of study strategies in higher education is still
incipient. The Youtubers presented superficial and empirical knowledge on the
subject, reproducing models commonly practiced at the educational institutions.
Their strategies are based on personal experiences and are introduced as absolute
truths that can be reproduced on a general basis, disregarding contexts and
peculiarities. Although it is possible to identify the relationship between these study
strategies and the learning theories, it is evident that the authors of the videos are not
aware of them. They have a certain awareness regarding the importance of being
organized, of taking care of physical and mental health, of attending and paying
attention at classes, of studying regularly and being committed. The matter is how to
make these perceptions strategic, efficient and effective. In this way, it is identified
the need for more research on this subject in order to contribute at mentoring
students from the early years of school life. As far as study strategies are concerned,
university students carry references from elementary education in a way that what
was built earlier tends to be reproduced and improved in higher education.

Keywords: Learning. Learning Theories. Study Strategies. YouTube. Higher


Education.
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LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS

Figura 1: Critérios utilizados para busca dos vídeos no YouTube.


Figura 2: Estudante mostrando o novo computador.
Figura 3: Estudante explicando sobre o ensino no CNA.
Figura 4: Estudante demonstrando as consequências de estudar em ambiente
inadequado.
Figura 5: Cronograma de atividades para organização.

Quadro 1: COMPORTAMENTALISMO POR WATSON


Quadro 2: COMPORTAMENTALISMO POR GUTHRIE
Quadro 3: COMPORTAMENTALISMO POR THORNDIKE
Quadro 4: NEOBEHAVIORISMO DE HULL
Quadro 5: COMPORTAMENTALISMO DE SKINNER
Quadro 6: COMPORTAMENTALISMO DE BLOOM
Quadro 7: CONSTRUTIVISMO DE PIAGET
Quadro 8: SOCIOINTERACIONISMO DE VYGOSTSKY
Quadro 9: COGNITIVISMO DE AUSUBEL
Quadro 10: CONSTRUTIVISMO DE VERGNAUD
Quadro 11: HUMANISMO DE ROGERS
Quadro 12: CONSTRUTIVISMO DE BRUNER
Quadro 13: CONSTRUTIVISMO DE GARDNER
Quadro 14: SOCIOCULTURALISMO DE FREIRE
Quadro 15: Fases do processo de aprendizagem.
Quadro 16: APRENDIZAGEM POR KOLB
Quadro 17: APRENDIZAGEM POR FELDER E SILVERMAN
Quadro 18: Número de publicações encontradas nas plataformas de busca.
Quadro 19: Descrição dos 6 vídeos selecionados para análise de conteúdo.

Tabela 1: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Estudo


individual”.
Tabela 2: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Interação”.
Tabela 3: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Organização
para os estudos”.
Tabela 4: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Comportamento
durante as aulas”.
Tabela 5: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Preparação para
avaliações”.
Tabela 6: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Bem estar físico
e mental”.
11

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 MEMORIAL DESCRITIVO ............................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ...................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 21
2.1 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO NO ENSINO SUPERIOR .................................. 21
2.1.1 Estratégia de estudo versus método ou técnica. ................................. 21
2.1.2 A diferença entre aula e estudo. ............................................................ 23
2.1.3 A diferença entre aluno e estudante...................................................... 24
2.1.4 O ensino superior e construção da expertise....................................... 25
2.2 TEORIAS E CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM: ABORDAGENS GERAIS26
2.3 APLICABILIDADE DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO
SUPERIOR ............................................................................................................ 38
2.4 APRENDIZAGEM ............................................................................................ 39
2.4.1 Teoria das hierarquias de aprendizagem de Gagné e Piazzi ............... 40
2.4.2 Aprendizagem subordinada, superordenada e combinatória de
Ausubel ............................................................................................................. 43
2.4.3 Estilos de aprendizagem ........................................................................ 43
2.4.4 Aprender a aprender ............................................................................... 46
2.5 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO NO ENSINO SUPERIOR .................................. 47
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 48
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 49
3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ............................................ 51
3.3 CRITÉRIOS DE LEVANTAMENTO E SELEÇÃO DOS VÍDEOS ...................... 51
3.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO ............................................................................... 53
4 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS ............................................................... 55
4.1 ANÁLISE DE TÓPICOS PRESENTES NOS CINQUENTA VÍDEOS ................ 55
4.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS 6 (SEIS) VÍDEOS SELECIONADOS ............. 69
4.2.1 Os contextos de desenvolvimento e estilo dos vídeos ....................... 71
4.3 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO IDENTIFICADAS EM CADA CATEGORIA ........ 75
4.3.1 Modelo de ensino e de estudo ............................................................... 75
4.3.2 Organização para os estudos ................................................................ 78
4.3.2.1 Ambiente de estudos .......................................................................... 78
4.3.2.2 Agenda/Cronograma/Organização ..................................................... 79
4.3.3 Bem estar físico e mental ....................................................................... 81
4.3.3.1 Alimentação ........................................................................................ 81
4.3.3.2 Atividade Física .................................................................................. 82
4.3.3.3 Descanso ............................................................................................ 83
4.3.4 Comportamento durante as aulas ......................................................... 84
4.3.4.1 Frequência às Aulas ........................................................................... 84
4.3.5 Estudo individual .................................................................................... 86
4.3.5.1 Autorregulação/Procrastinação/Distração .......................................... 86
5.3.5.2 Materiais para estudo ......................................................................... 89
4.3.5.3 Estudar a matéria logo após a aula .................................................... 90
4.3.5.4 Foco na dificuldade ............................................................................. 91
12

4.3.5.5 Pesquisa online .................................................................................. 92


4.3.5.6 Resumos ............................................................................................ 93
4.3.5.7 Responder questões........................................................................... 95
4.3.5.8 Recursos para associação ................................................................. 95
4.3.6 Interação .................................................................................................. 96
4.3.6.1 Estratégias de estudo individual ......................................................... 96
4.3.6.2 Leitura ................................................................................................. 98
4.3.6.3 Assistir a Vídeos ............................................................................... 100
4.3.6.4 Grupo de estudos ............................................................................. 101
4.3.7 Preparação para avaliações ................................................................. 102
4.3.7.1 Avaliações e concepções de aprendizagem ..................................... 102
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 105
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 110
APÊNDICE A .......................................................................................................... 114
APÊNDICE B .......................................................................................................... 117
APÊNDICE C (TRANSCRIÇÃO DOS VÍDEOS) ..................................................... 118
T 1 - MAISERA - SEMANA DE PROVAS ................................................................ 118
T 2 - DEPOIS EU ESTUDO. QUEM NUNCA? ...................................................... 119
T 3 - COMO EU ESTUDO+ DICAS PARA SE DAR BEM NAS PROVAS .............. 120
T 4 - COMO EU ESTUDO/ ME ORGANIZO PARA AS PROVAS (NAATI W EILER) . 122
T 5 - COMO EU PASSEI EM MEDICINA - ROTINA DE ESTUDOS ...................... 123
T 6 - POR QUE EU ESTUDO ISSO? FALA AI. ..................................................... 127
APÊNDICE D (ROTEIRO DOS VÍDEOS) ............................................................... 130
13

1 INTRODUÇÃO

1.1 MEMORIAL DESCRITIVO

Ao longo de minha jornada profissional, tive a oportunidade de estar na


condição de estudante que busca aprender a aprender melhor e na condição de
facilitadora para que outros estudantes aprendam com qualidade.
Nascida no ano de 1984, em São Paulo, capital, ali permaneci até os 11 anos
de idade, quando minha família mudou-se para Uberaba – MG. Meus três primeiros
anos de escola, até o antigo “prezinho”, foram cursados em instituição particular e, a
partir da 1.ª série até o Ensino Médio, sempre estive em instituições públicas.
Em 2003, iniciei o curso de Licenciatura em Letras Port./Ingl. na Universidade
de Uberaba – UNIUBE e, paralelamente, o curso Técnico em Informática no antigo
Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET, hoje intitulado Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM.
Em 2006, já formada no curso Técnico em Informática e cursando meu último
ano de faculdade no curso de Letras, comecei a trabalhar na Superintendência
Regional de Ensino de Uberaba - MG como Assistente Técnico Educacional. Já
concursada, atuei na área de informática, gestão de projetos educacionais,
participação no Programa de Intervenção Pedagógica e organização de eventos
educacionais. Essa experiência me oportunizou amadurecimento profissional e
contato direto com professores, diretores e estudantes de várias escolas de muitas
cidades da região, bem como, da Secretaria de Estado de Educação.
Durante esse processo, sempre fui estudando, aperfeiçoando e me
preparando para outros concursos. A preparação para concurso público requer
dedicação, disciplina e profissionalismo. Nessa busca constante por melhores
resultados nas avaliações, experimentava várias estratégias de estudo e buscava
aperfeiçoar minha capacidade de aprendizagem.
Foi quando descobri que, assim como eu, milhares de outros estudantes
estavam preocupados com essa temática e muitos divulgavam suas experiências
pessoais na Internet, na tentativa de ajudar outros estudantes. Observei que,
aparentemente, não apresentavam fundamento científico em suas “dicas”,
baseando-se fundamentalmente em conhecimento empírico, de tentativas e erros
pessoais.
14

Como minha formação era na área de educação, sempre questionava se


essas estratégias funcionavam para todas as pessoas e em que situações e
concepções de aprendizagem elas eram eficientes.
Com o tempo, percebi que nem eu mesma sabia quais estratégias
funcionavam melhor para minha aprendizagem. Foram horas, dias, meses e anos de
estudo utilizando estratégias ineficientes, que não me garantiam um resultado
proporcional ao esforço investido.
Em 2009, fui aprovada no concurso para o cargo de Técnica em Assuntos
Educacionais na Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, onde
permaneço até os dias atuais. Esse trabalho me proporcionou uma nova experiência
em outro nível educacional: o ensino superior. Nesse contexto, descobri que muitos
jovens chegam à universidade sem considerável autoconhecimento sobre as
estratégias de estudo mais eficientes para si. Simplesmente não sabem estudar, de
forma a atingir os resultados almejados.
Muitos possuem concepção superficial de aprendizagem, com alto potencial
cognitivo, porém, pouca capacidade de autorregulação1.
Essa situação traz como consequência altos índices de retenção, evasão e
desequilíbrios emocionais. Há alunos que chegam a cursar a mesma disciplina
quatro ou cinco vezes e, em casos mais extremos, jubilam.
Como é possível uma pessoa, em plena sanidade, estudar o mesmo
conteúdo, por quatro ou cinco semestres, sem êxito? Se há todas as condições
favoráveis ao aprendizado, pode haver alguma falha relacionada às estratégias de
estudo.
Assim, a proposta desta pesquisa surgiu a partir da preocupação em relação
aos altos índices de retenção identificados nos cursos de graduação da UFTM. Essa
questão vem sendo uma das propostas de estudo do grupo de pesquisa em
Ingresso Permanência e Conclusão nos Cursos de Graduação da UFTM - GEIPeC,
do qual sou integrante, bem como do Serviço de Acompanhamento Pedagógico da
Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis - PROACE, onde trabalho.

1
A autorregulação é a capacidade que o estudante tem de monitorar/controlar fatores que
podem influenciar seus objetivos acadêmicos (ROSÁRIO, 2005).
15

Em princípio, pretendeu-se realizar uma pesquisa de campo na própria


universidade, a fim de diagnosticar como esses alunos estudam. Para isso, seria
necessário um instrumento de pesquisa validado que contemplasse os
questionamentos. No entanto, após investigação, foram identificados apenas três
instrumentos e esses não atenderiam à demanda da pesquisa.
Assim, elaborar um questionário e validá-lo já seria objeto para uma
dissertação de mestrado, sem contar toda a burocracia administrativa em seu
processo de aplicação.
Então buscou-se outra perspectiva para a análise de informações que já
foram tornadas públicas. Dessa forma, escolheu-se buscar essas informações na
Internet, mais especificamente, no YouTube, que é um ambiente interativo de
comunicação. O YouTube permite que pessoas comuns tenham seus próprios
canais de vídeos, tornem-se celebridades e conquistem uma legião de seguidores.
As mais variadas temáticas são tratadas nesse ambiente digital e, dentre elas,
os hábitos de estudos dos estudantes. Um estudante que, em sala de aula pode ser
considerado apenas um número, passivo e desconhecido, no YouTube torna-se
protagonista, tem a liberdade de se expressar, ensinar e compartilhar experiências
com outras pessoas. Observou-se que as informações extraídas desse ambiente
construiria uma representação do comportamento de milhares de estudantes do
país, em vários níveis de formação. Dessa maneira, esta pesquisa, partindo das
partes para o todo, identificou estratégias de estudo individuais e a relação delas
para o comportamento coletivo.
O uso de estratégias de estudo é uma questão complexa e multifacetada, no
entanto, devido às limitações do tempo de uma dissertação de mestrado, o foco será
a aprendizagem dos estudantes.
Outra questão a ser ressaltada é a perspectiva com que tratamos o termo
"aprender a aprender". É um termo polêmico, pois, do ponto de vista das políticas
neoliberais, a responsabilidade de aprender é atribuída ao estudante. Nesse
trabalho, por outro lado, o termo é empregado no sentido de resgatar as
responsabilidades do estudante com relação à participação efetiva em seu processo
de aprendizagem, buscando estratégias e alternativas para superar dificuldades,
junto ao professor.
16

A construção deste trabalho me permitiu desenvolver a capacidade de realizar


pesquisas científicas, compreender um pouco mais as teorias de aprendizagem e
como têm sido aplicadas no cotidiano acadêmico, bem como, possibilidades de
estratégias de estudo que podem contribuir para a aprendizagem.

1.2 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Uma das maiores problemáticas que as universidades públicas e particulares


enfrentam hoje no Brasil é a questão do elevado número de retenções em alguns
cursos de graduação. Há casos em que o aluno repete a mesma disciplina até cinco
vezes ou mais. Isso pode levá-lo à desmotivação, ao jubilamento e ao abandono.
Um estado preocupante quando se pensa na qualidade do ensino superior no
país. Em alguns casos, o problema acontece devido à falta de base (Ensino
Fundamental e Médio) para cursar algumas disciplinas, como por exemplo,
disciplinas da área de exatas como Cálculo, Programação Computacional e
Geometria Analítica.
No entanto, a partir do momento em que o estudante ingressa na
universidade pressupõe-se que o mesmo cumpriu os pré-requisitos de educação
básica exigidos e o mesmo passa a ser de responsabilidade da instituição superior.
O papel da universidade, a partir de então, é proporcionar condições
favoráveis para que seus estudantes consigam superar as dificuldades, permanecer
e concluir seus cursos no tempo estimado.
No entanto, muitas vezes, não é possível se adaptar ao contexto universitário
rapidamente. É necessário que as escolas e Universidades incentivem seus alunos
a se tornarem estudantes, levando o aluno a aprender a aprender, pois, quem sabe
aprender, aprende em qualquer circunstância, em qualquer ocasião, dentro ou fora
da sala de aula.
Gum (2016) afirma que devemos formar "aprendedores", nesse sentido diz
que um dos problemas são as instituições, chamadas de ensino, mas que deveriam
ser de aprendizagem.
Nesse contexto, evidencia-se-se as diferenças entre ser universitário e ser
estudante universitário. O primeiro está apenas na condição de matriculado,
17

enquanto que o último considera o curso superior como uma profissão que exige
responsabilidade, comprometimento, disciplina, foco, autonomia e perseverança.
A universidade é um espaço que exige do aluno maturidade estudantil, uma
vez que, na transição da educação básica para a educação superior, ocorrem muitas
mudanças na vida do estudante. Nessa nova realidade, ele precisa buscar sozinho
alternativas para superar muitas de suas dificuldades.
Com o surgimento das tecnologias digitais e introdução da mídia World Wide
Web, alguns alunos mais preocupados com seu desempenho acadêmico, têm
buscado por conta própria ampliar seus potenciais em espaços não formais de
aprendizagem. Dessa forma, muitos procuram na Internet materiais, profissionais ou
depoimentos de internautas, que possam contribuir para o desenvolvimento de
estratégias eficazes de estudo e aprendizagem.
No mundo da Internet, milhares de pessoas, a partir de suas experiências
pessoais, vêm assumindo o papel de pseudo “especialistas” em diversos assuntos, o
que não é diferente com o tema estratégias de estudo. Assim, ocorre a difusão de
suas “teorias” como verdades absolutas, muitas das vezes, sem embasamento
teórico, metodológico ou confirmação científica.
E estes "especialistas" conquistam milhares de seguidores em blogs, canais
do YouTube, sites e redes sociais. Isto se deve ao fato de que, na sociedade da
informação, com o avanço tecnológico e a democratização das informações, em que
a busca pelo conhecimento se renova cotidianamente, aprender mais e melhor, em
menos tempo, torna-se uma necessidade essencial das pessoas. Aprender deixa de
ser a atividade própria de uma época da vida para converter-se em algo permanente
na vida do ser humano.
Criado no ano 2000, o YouTube é um site interativo de compartilhamento de
vídeos enviados pelos usuários por meio da Internet. Esses vídeos podem conter
conteúdos profissionais ou amadores, extensos ou curtos. Um ambiente virtual que
se popularizou em pouco tempo no mundo inteiro. O termo vem do Inglês “you” que
significa “você” e “tube” que significa “tubo” ou “canal”, mas é usado na gíria para
designar “televisão”. Portanto, o significado do termo “YouTube” poderia ser “você
transmite” ou “canal feito por você”. Nessa conjuntura, o YouTuber é o sujeito
enunciador e, ao mesmo tempo, protagonista do conteúdo produzido.
18

Sendo assim, pessoas e empresas, em vários cenários e sobre vários


assuntos, produzem seus vídeos e publicam gratuitamente no YouTube.
Compartilham suas experiências pessoais, profissionais e opiniões acerca das mais
variadas temáticas; dentre elas, e como recorte de interesse nesta pesquisa,
estratégias que experimentaram e consideraram mais eficientes para a
aprendizagem.
Mesmo se tratando de orientações, muitas vezes, não científicas, esses
ambientes instrucionais são apontados por Badia e Monereo (2010) como úteis para
o ensino de estratégias. É um movimento recente do paradigma tecnológico que
instaura e modifica tanto as práticas sociais quanto as educacionais.
Estamos vivenciando a terceira revolução educacional. A primeira aconteceu
na Grécia Antiga, nos Séculos V e IV a.C., com a criação da escola. A segunda se
deu com a criação do livro impresso, no Século XV, na Europa, e a terceira
aconteceu com o desenvolvimento das tecnologias digitais no Século XXI (MOTA;
SCOTT, 2013).
Antigamente as transformações ocorriam de forma lenta. No entanto, desde a
revolução científica, ocorrida a partir do Século XVII, o conhecimento tem avançado
em ritmo acelerado. Estima-se que, nos últimos 20 anos, a humanidade evoluiu mais
que nos últimos séculos e, nos próximos 30 anos, toda esta realidade estará
obsoleta.
As crianças do Século XXI nascem e crescem num contexto em que o
letramento digital2 acontece naturalmente. Não hesitam, não estranham, não temem,
transitam e interagem nas redes com familiaridade.
No entanto, os jovens do Século XXI têm apresentado uma grande dificuldade
de concentração. Há certa incapacidade de mapeamento, seleção, tabulação e
transformação de informações em conhecimentos. E os poucos conhecimentos
construídos têm se tornado cada vez mais superficiais. De acordo com Pimenta
(2002) "conhecimento não se reduz a informação. Este é um primeiro estágio
daquele. Conhecer implica um segundo estágio, o de trabalhar com as informações
classificando-as, analisando-as e contextualizando-as."

2
Letramento digital inclui as habilidades de localizar, organizar, entender, avaliar e analisar
informações usando tecnologias digitais (MOTA; SCOTT, 2013).
19

Esse descompasso, mais evidente recentemente, prejudica a qualidade do


ensino e, por conseguinte, da aprendizagem. Uma vez que, esse novo aluno anseia
por mais independência e autonomia na forma de pensar. E, por que não, na forma
de estudar?
Assim, há a necessidade de desenvolver ferramentas inovadoras de estudo,
de pensar estratégias de estudo que se adaptem a um novo conceito de estudante
em um novo contexto de mundo, sem desconsiderar a importância das instituições
de ensino e dos profissionais da educação.
O ensino de estratégias de aprendizagem aos alunos pode promover maior
autonomia pessoal e aumentar sua consciência e responsabilidade sobre o próprio
processo de aprendizagem, o que pode levar a melhorar seu desempenho
acadêmico, embora, muito pouco se tem estudado sobre esta temática no âmbito
universitário.
Um estudo realizado por Martins e Zerbini (2014), identificou apenas três
instrumentos validados na literatura internacional para mensurar o uso de
estratégias de aprendizagem em contextos escolares: Self-Regulated Learning
Interview Schedule (SRLIS) de Zimmerman e Martinez-Pons (1986), Learning and
Study Strategies Inventory (LASSI) desenvolvido por Weinstein, Zimmerman e
Palmer (1988) e Motivated Strategies for Learning Questionnaire (MSLQ) de Pintrich
e Groot (1989). Esses questionários não serão utilizados nesta pesquisa, porém, a
título de conhecimento, demonstra que, apenas a partir da década de 80, o mundo
começou a reconhecer a importância do desenvolvimento de estratégias para uma
aprendizagem mais eficiente e eficaz.
Mesmo diante de tais iniciativas, pouco se tem desenvolvido e aprofundado
nessa temática. Após levantamento em cinco repositórios digitais de publicação de
artigos, teses e dissertações (SCIELO, BDTD, ERIC, SCIENCE DIRECT e
PUBMED)3, apenas 403 publicações relacionadas ao tema foram identificadas nos
últimos cinco anos. Com a realização de uma triagem, avaliando os títulos e os
resumos das publicações, apenas 16 (6 em língua portuguesa, 3 em língua
espanhola e 7 em língua inglesa) apresentaram relevância para esta pesquisa por

3
Levantamento feito em 26/09/2016 e detalhado na seção 4.1, desta dissertação.
20

se tratarem especificamente das temáticas: “teorias de aprendizagem” e “estratégias


de estudo” no “ensino superior”.
O baixo número de pesquisas relacionadas à temática revela uma grande
lacuna do conhecimento. Isso sinaliza a necessidade de desenvolvimento de
pesquisas voltadas para a melhoraria e diversidade das formas de estudar, pensar e
discutir as estratégias de estudo individual que são ou poderiam ser utilizadas por
alunos para levar à aprendizagem efetiva. O aprofundamento no conhecimento
dessas estratégias poderia contribuir para uma educação de maior qualidade, bem
como a redução dos altos índices de retenção e reprovação em cursos de
graduação.
Foram encontrados menos de dez trabalhos que adaptaram e aplicaram
instrumentos de pesquisa em escolas e universidades no Brasil. Não foi detectada
nenhuma pesquisa que se propusesse a analisar publicações do YouTube de
depoimentos pessoais de estudantes, tratando a respeito de estratégias de estudo.
Neste contexto, lançou-se os seguintes questionamentos:
 Quais estratégias de estudo são popularmente divulgadas e utilizadas
pelos estudantes Youtubers brasileiros?
 Quais as principais abordagens de teorias de aprendizagem aplicadas
ao ensino superior são reconhecidas na literatura científica do campo da
educação?
 É possível identificar as abordagens de teorias de aprendizagem
aplicadas ao ensino superior presentes (mesmo que implicitamente) nos
depoimentos dos estudantes Youtubers?
Dessa maneira, a partir da identificação das principais abordagens de teorias
de aprendizagem aplicadas ao ensino superior, esta pesquisa objetiva analisar as
estratégias de estudo divulgadas em vídeos de depoimentos do YouTube sob a ótica
dessas teorias, a fim de contribuir, por meio da produção de um material didático
pedagógico, com o desenvolvimento da capacidade de compreensão, apreensão e
fixação de novos conhecimentos.
Assim, foram selecionados 50 vídeos do YouTube que tratam de experiências
pessoais de estudantes com as estratégias de estudo, para identificação e
agrupamento dos conteúdos por categorias.
21

A partir destes, selecionou-se seis vídeos com maior número de visualizações


para a análise de conteúdo, segundo a teoria de Bardin (2010), sob a ótica das
teorias de aprendizagem e publicações científicas aplicadas ao ensino superior.
E, finalmente, foi realizada a construção do produto final desta pesquisa,
contemplando uma relação entre teorias de aprendizagem, experiências pessoais
dos estudantes e publicações científicas aplicadas ao ensino superior.
A seguir, esta dissertação está organizada em quatro seções. A primeira é a
fundamentação teórica, na qual estão sistematizados aspectos conceituais a
respeito de estratégias de estudo, as características ativas do papel do estudante,
durante as aulas e o estudo. Em seguida, são apresentadas sínteses a respeito da
principais correntes teóricas sobre processos de aprendizagem, bem com definições
de aprendizagem e sua relação com a aprendizagem no ensino superior. A outra
seção trata dos procedimentos metodológicos empregados para o desenvolvimento
desta pesquisa. A seção "análise de dados e resultados" apresenta a categorização
desenvolvida a partir do exame preliminar dos vídeos, seguida de análise de
conteúdo de excetos transcritos dos vídeos e sua triangulação com abordagens da
fundamentação teórica.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO NO ENSINO SUPERIOR

Nesta seção apresentamos as diferenças entre conceitos que, embora façam


parte do repertório de definições largamente empregado no contexto da educação
superior, nem sempre são compreendidas com clareza.

2.1.1 Estratégia de estudo versus método ou técnica.

O termo "estratégia" constitui a expressão mais adequada para esta pesquisa,


uma vez que, o conceito de “estratégia” é delineado por Badia e Monereo (2010),
como a tomada consciente e intencional de decisões, adaptadas às condições do
contexto em que se realizará a ação e consistente na ativação de conhecimentos de
natureza diversa, para alcançar um objetivo de aprendizagem.
22

Weinstein e Mayer (1986) citados por Galvão, Câmara e Jordão (2012)


relacionam “estratégias de estudo” a ensaio, elaboração, organização e
monitoramento.
Para Haugen (2015), as “estratégias de estudo” podem ser descritas como
maneiras específicas de pensar e agir em relação ao conhecimento escolar.
Complementa que comportamentos e abordagens de bons aprendizes podem ser
ensinados aos alunos com comportamentos não estratégicos, o que pode torná-los
alunos melhores.
A literatura tem empregado o termo “estratégia de estudo” referindo-se tanto
às estratégias cognitivas (destinada a levar o estudante a um objetivo cognitivo)
quanto às estratégias metacognitivas (que se propõem avaliar a eficácia da primeira)
(TEIXEIRA; ALLIPRANDINI, 2013).
Assim, o ensino e aperfeiçoamento dessas estratégias implicariam, não
necessariamente, a mudança dos procedimentos instrucionais, mas afetariam a
maneira como os aprendizes procedem ao aprender, podendo melhorar seu
aproveitamento nos cursos. Quando o aluno melhora o seu desempenho, passa a
acreditar em suas potencialidades e, dessa forma, passa a desenvolvê-las.
Ao destacarmos o conceito de estratégia4 e não técnica ou método de estudo,
queremos enfocar que não se trata de técnica, por não se referir a um conjunto de
regras, normas ou protocolos. Também não se trata de método, pois não se pode
garantir que determinadas ações determinarão a aprendizagem.
O caminho do estudo é tortuoso, instável, surpreendente. Desta forma, não é
possível definir um único caminho para chegar até ele. Há que se pensar em um
universo de possibilidades, sem normas ou protocolos singulares sistemáticos.
Possibilidades de ações que podem culminar em aprendizagens.

4
De acordo com Pozo (2002), estratégias são procedimentos que se aplicam de modo
controlado, dentro de um plano projetado deliberadamente com o objetivo de se obter uma meta. Por
outro lado, técnicas são um conjunto de regras, normas ou protocolos que se utiliza como meio para
chegar a uma certa meta e, de acordo com Lakatos e Marconi (2010), método é um conjunto de
atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar objetivo.
23

2.1.2 A diferença entre aula e estudo.

A aula pode ser considerada uma etapa do processo de aprendizagem. A


oportunidade que o estudante tem para compreender os conteúdos, tirar dúvidas,
compartilhar experiências. É possível aprender durante as aulas, se forem utilizadas
metodologias de ensino adequadas, em que o estudante exerça participação ativa.
De acordo com Rays (2002) a aula tem vários interlocutores além dos
educandos: a ciência, os saberes do cotidiano, a prática social, a realidade
sociocultural. Portanto, a aula passa a ser sinônimo de concepções políticas
possíveis e conscientes, por meio de intencionalidades e intervenções pedagógico-
científicas, que tem como características a problematização dos conteúdos, as
múltiplas relações entre os saberes, o que exige intenso movimento dos estudantes
em situação de aprendizagem.
Durante as aulas, o estudante entende o conteúdo que está sendo ensinado e
essa informação fica armazenada na memória de curto prazo (PIAZZI, 2013). Para
que a mesma seja transferida para a memória de longo prazo é necessário leituras,
revisões, resolução de questões, participação de grupos de estudo, dentre outras
atividades que requerem atuação protagonista do estudante. É com o estudo que o
estudante aprofunda, reconstrói, revisa, retifica, ratifica e aprende efetivamente.
O sistema educacional brasileiro tem se fundamentado na carga horária
presencial em aula. Nesse contexto, acredita-se que quanto maior o número de
aulas, maior a qualidade do ensino. E assim persistem as constantes discussões e
projetos que visam fazer com que o aluno passe o maior número possível de horas
dentro da escola. Crucial seria aumentar o estudo. Não as aulas (DEMO, 2008).
É preciso entender o processo de aprendizagem como uma oportunidade de
interação em que o aluno é o centro e o professor exerce papel fundamental como
mediador e facilitador da aprendizagem. É preciso reconhecer que em uma
sociedade conectada em rede, a informação está à disposição. Dessa forma, a mera
reprodução de conteúdos não é mais suficiente. É necessário que o professor
estimule o estudante a pensar.
Espera-se de um professor que o mesmo seja um intermediário entre os
estudantes e a informação. Que desperte nos aprendizes a curiosidade em buscar.
24

Que norteie esse processo de pesquisa. Que ensine a aprender a aprender, para
que, saindo da condição de aluno, esse torne-se um aprendiz em qualquer situação.
Assim, há que se pensar na formação dos profissionais da educação superior,
a fim de conhecerem as diferenças entre as formas de estudar e, por conseguinte,
de aprender, para preparar os graduandos, por meio de aulas específicas, de
abordagens explicativas durante as aulas, de cursos, de materiais pedagógicos,
dentre outros.
A ação de ensinar está incontestavelmente ligada à ação de aprender, por
isso é preciso respeitar o movimento do pensamento, pois, a aprendizagem está
sujeita à influência de fatores internos e externos, individuais e coletivos.
O simples fato de assistir às aulas pode não consolidar o aprendizado. É
lendo, revisando, exercitando, fazendo resumos e discutindo sobre os conteúdos
que se faz um aprendizado consistente. O professor sozinho pode não se fazer
suficiente. Auxilia o aluno a compreender e construir o conhecimento. Para isso,
utiliza métodos de ensino. Mas o aluno precisa conhecer as estratégias de estudo,
porque, saindo da sala de aula, inicia-se outra etapa do processo.
Outro fator importante a se observar é o ambiente de aprendizagem. Quando
se fala de ambiente, costuma-se fazer referência apenas às questões externas como
iluminação, assentos, temperatura, etc. Apesar de esses elementos serem
considerados, é importante ressaltar as condições internas necessárias para criar
um clima mental que melhore a capacidade de aprendizagem (MOLINA; ONTORIA;
GÓMEZ, 2004).

Durante a aula o aluno escuta, gesticula, lê, movimenta-se na classe,


manipula objetos, executa operações, associa, compara, avalia, interpreta,
classifica, estabelece hipóteses, compreende, imagina, julga, reflete,
memoriza, reconhece, recorda (NETTO, 1987, p.1).
O segredo da boa memória é o exercício contínuo. Assim, o assistir ou dar
aulas precisa ser substituído pela ação conjunta do fazer aulas (ANASTASIOU;
ALVES, 2012; NETTO, 1987). E fazer aulas requer preparação para a aula, atuação
durante a aula e dedicação após a aula, por parte do professor e do aluno.

2.1.3 A diferença entre aluno e estudante

Nem todo aluno é estudante e nem todo estudante é aluno. O simples fato de
frequentar a sala de aula não faz do indivíduo um estudante. Estudar requer
25

iniciativa, atitude, foco, determinação, autoria, motivação e perseverança. Torna-se


necessário fazer-se um profissional do estudo com planejamento, estratégias
fundamentadas e compromisso cotidiano. Segundo Piazzi (2013), o Brasil possui
milhões de alunos e pouquíssimos estudantes.
Não há aqui a intenção de desconsiderar ou desvalorizar a importância de se
frequentar um curso para a formação ou a aula para a compreensão dos conteúdos
no processo de aprendizagem, mas sim esclarecer o perfil de um estudante e o
verdadeiro papel da aula. A aula é a oportunidade que o estudante possui para
compreender, esclarecer, tirar dúvidas e socializar os novos conhecimentos. Mas ela
por si só certamente não é suficiente.
Dessa forma, é necessário que o estudante se torne protagonista em seu
processo de aprendizagem, o que requer autoria (DEMO, 2008). Assim, a leitura, o
hábito de pesquisa, a realização regular de exercícios e revisões são
imprescindíveis para quem quer aprender.
Aprender, neste contexto, não se trata da reprodução automática e passiva de
informações para as provas. É preciso que haja um processamento dessas
informações por meio de análises, questionamentos e pesquisas que oportunizem a
construção de conhecimentos consistentes.

2.1.4 O ensino superior e construção da expertise.

Adquirir a expertise em determinado assunto é o mesmo que especializar-se,


em determinada área do conhecimento. É tornar-se competente em determinada
área do saber. De acordo com Galvão, Câmara e Jordão (2012, p.628), “para a
maior parte das áreas acadêmicas o desenvolvimento da aprendizagem para a
expertise começa com a entrada do aprendiz no ensino superior”.
O estudo focalizado é indispensável para se alcançar a expertise em
determinado conhecimento. Estima-se, por exemplo, que para se tornar um expert
no jogo de xadrez, sejam necessários dez anos de dedicação intensa. No ramo da
composição musical, 20 anos e na música instrumental dez mil horas de estudo e
treino. Isso se deve à "Lei de potência de aprendizagem", que explica o estudo
individual deliberado como sendo a base do processamento automático. O tempo
que se leva para realizar uma performance diminui à medida que a prática se
desenvolve (GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012).
26

Apesar disso, muitos estudantes, por falta de conhecimento costumam utilizar


estratégias de estudo superficiais, qualitativa e quantitativamente ineficientes, que
tendem a ser influenciadas pelo tipo de aula que vivenciam e pela dinâmica
curricular que orienta a ação pedagógica nos cursos (idem, 2012).
Para que a aprendizagem efetivamente ocorra é necessário conhecer e
desenvolver estratégias eficientes de estudo, que partem desde a organização
prévia, cuidados com a saúde e outros fatores influenciadores, até o ato efetivo de
estudar. Essas estratégias são ainda pouco pesquisadas e difundidas nas
instituições de ensino e, na maior parte das vezes, ficam sob a discricionariedade do
aluno.

2.2 TEORIAS E CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM:


ABORDAGENS GERAIS

Ao abordar o tema teorias de aprendizagem, não se faz com a intenção de


explicar o funcionamento da mente humana, mas de limitar apenas um dos seus
aspectos: os processos de construção do conhecimento. É um ramo da psicologia
em educação que explica os processos de aprendizagem, realizados pelos
indivíduos.
Acredita-se que a compreensão das teorias de aprendizagem, no sentido de
adaptar estratégias para melhorar o processo de aprendizagem dos estudantes, o
que tem reflexos no trabalhos do professor.
As teorias de aprendizagem são tentativas humanas de interpretar
sistematicamente a área do conhecimento denominada aprendizagem (MOREIRA,
1999). Em uma primeira abordagem, foram identificados, na literatura, alguns
estudiosos que marcaram historicamente as revoluções no ramo da aprendizagem,
como Watson, Guthrie, Thorndike, Hull, Skinner, Piaget, Vygotsky, Ausubel,
Vergnaud, Rogers, Brunner, Gardner, Freire e Bloom.
Netto (1987) apresentou, inicialmente, o comportamentalismo e o
cognitivismo, mas observou um crescente ecletismo, que contrasta com as posturas
rígidas e extremistas da primeira metade do Século XX. Segundo o autor, não
haveria a necessidade de propor teorias dominantes. Nesse sentido, nenhuma teoria
da aprendizagem seria capaz de cobrir mais do que uma pequena fração dos
27

fenômenos da aprendizagem. Apenas nos ajudam a encontrar soluções para


problemas práticos de aprendizagem com os quais temos que lidar.
Já, Moreira (1999), trouxe à discussão três principais correntes teóricas,
sendo elas:
 Comportamentalismo: também conhecido como behavorismo,
conexionismo ou associacionismo: teve como principais representantes
Pavlov, Watson, Guthrie e Skinner. Alguns conceitos básicos referentes a esta
teoria são o estímulo-resposta, condicionamento, reforço, objetivo-
comportamental.
 Cognitivismo: teve como principais pioneiros Piaget, Vygotsky e
Ausubel. Tem como conceitos básicos esquema, signo, modelo mental,
subsunçor5 e construto pessoal.
 Humanismo: Seu pioneiro foi Rogers. Algumas ideias básicas são
aprender a aprender, liberdade para aprender, ensino centrado no aluno e
crescimento pessoal.
Por outro lado, Messeder (2014) identifica dois grandes grupos de teorias do
conhecimento, detalhados a seguir:
 O primeiro é denominado ambientalismo, também conhecido como
empirismo ou associacionismo (John Lock: o ser humano constrói o
conhecimento por intermédio da sua interação com o ambiente, com os cinco
sentidos).
 O segundo é denominado racionalismo (René Descartes: negligencia a
importância dos sentidos para a aquisição do conhecimento. A aprendizagem
somente é alcançada pela análise de proposições lógicas e possíveis de
serem analisadas pelo ser humano). Sabe-se que uma teoria complementa a
outra, apesar de terem sido consideradas antagônicas.
Messeder (2014) complementa que as teorias ambientalistas se dividem em
teorias Behavioristas (comportamentalistas ou associacionistas) e teorias
conexionistas. Já as teorias racionalistas se subdividem em inatismo (nativismo ou

5
Os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento prévio que o
aluno possui. Ausubel define este conhecimento prévio como "conceito subsunçor" ou simplesmente
"subsunçor" (MOREIRA, 1999).
28

apriorismo) e interacionismo (construtivismo). O interacionismo se subdivide em


interacionismo cognitivista (Jean Piaget) e interacionismo sociointeracionista (Lev
Vygotsky).
Segundo ele, há pontos de convergência entre as duas principais correntes
ambientalista e racionalista. Para os ambientalistas, as experiências e o contato com
o ambiente externo são fundamentais para a aquisição do conhecimento. Esta
também é uma característica comum ao interacionismo da corrente racionalista
(Jean Piaget – ambiente físico e Vygotsky – ambiente social). Também, de acordo
com os ambientalistas, condições presentes no meio influenciam o desenvolvimento
humano e é importante ter o planejamento de condições ambientais para a
aprendizagem de comportamentos pré-determinados, o que converge com o
racionalismo.
Não obstante, há as correntes: humanista (Carl Roger), aprendizagem
significativa (Ausubel), Gestalt (Dr. Fritz), socioafetiva (Henri Wallon) e o
conectivismo (relacionado à ciência da computação).
A literatura é vasta, seus pensadores trouxeram grandes contribuições à
educação e ao processo de aprendizagem. Dessa forma, segue um breve resumo
dos principais conceitos e teóricos clássicos das principais correntes identificadas:
Quadro 1: COMPORTAMENTALISMO POR WATSON
TEÓRICO: JOHN B. WATSON PERÍODO: 1878-1958
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Comportamentalismo, também conhecido como Behaviorismo ou
TEÓRICA: Conexionismo
CONCEPÇÕES
O comportamentalismo, também conhecido como behaviorismo, conexionismo ou associacionismo,
foi fundado no mundo ocidental pelo norte americano Watson como uma reação à psicologia de até
então, a qual se ocupava em estudar o que as pessoas pensavam e sentiam. Sua preocupação era
com os aspectos observáveis do comportamento. A ideia era se ocupar do que as pessoas fazem.
Supôs que o comportamento inclui respostas que podem ser observadas. Estava bastante
influenciado pelo condicionamento clássico do russo Ivan Pavlov (1849-1936).
Watson fez experimentos com animais e seres humanos. Para ele, comportamento significava
movimento muscular. Por exemplo, espirrar como resposta a uma irritação no nariz. Ao contrário de
Skinner, outro estudioso que seguiu a mesma corrente anos mais tarde, Watson não se interessava
pelo reforço ou pela punição como causas da aprendizagem. Considerava este conceito muito
subjetivo para uma teoria objetiva. Acreditava que aprendemos a conectar o estímulo a uma
resposta simplesmente porque os dois ocorrem juntos.
Dois princípios foram utilizados por Watson: frequência e recentividade. O primeiro explica que
quanto mais frequentemente associamos uma dada resposta a um dado estímulo, mais
provavelmente os associaremos outra vez. E o segundo, quanto mais recentemente associamos
uma dada resposta a um dado estímulo, mais provavelmente associaremos outra vez.
O pesquisador não organizou suas propostas em uma teoria clara e consistente, mas teve grande
29

influência na psicologia e instrução.


Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999).

Quadro 2: COMPORTAMENTALISMO POR GUTHRIE


TEÓRICO: EDWIN R. GUTHRIE PERÍODO: 1886-1959
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Comportamentalismo, também conhecido como Behaviorismo ou
TEÓRICA: Conexionismo
CONCEPÇÕES
O norte-americano Guthrie foi influenciado pelo condicionamento clássico de Watson. Pensava que
se alguma coisa for feita em uma dada situação, certamente será feita novamente frente à mesma
situação. Ou seja, o hábito é atingido na ocasião do primeiro pareamento. O que contrasta com o
princípio da frequência de Watson, ou a ideia de que a prática melhora o desempenho. Assim como
Watson, apoiou-se no princípio da recentividade, pois acreditava que quando o indivíduo apresenta
diferentes movimentos em uma situação, é o último movimento que será associado a tal situação
quando ela ocorrer outra vez.
Para Guthrie, a quebra de hábitos também é possível e estabeleceu três técnicas que podem ser
utilizadas para substituir um hábito indesejável por outro desejável:
- Método da fadiga: repetir o sinal até que a resposta original canse e nova resposta desejada seja
dada.
- Método do limiar: introduzir o estímulo que se deseja desconsiderar num grau tão fraco que não
provoque a resposta.
- Método do estímulo incompatível: apresentar o estímulo quando a resposta não pode ocorrer.
Watson e Guthrie não deram atenção ao conceito de reforço. O que dificultou a aceitação dessas
teorias. Desta forma, coube a Thorndike introduzir a noção de reforço ao comportamentalismo.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999).

Quadro 3: COMPORTAMENTALISMO POR THORNDIKE


TEÓRICO: EDWARD L. PERÍODO: 1874-1949
THORNDIKE
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Comportamentalismo, também conhecido como Behaviorismo ou
TEÓRICA: Conexionismo
CONCEPÇÕES
Influenciou grandemente a psicologia educacional norte-americana. Não entrou em detalhes
neuroanatômicos, mas falava em conexões neurais para deixar claro que não se referia a
consciência ou a ideias e sim a impulsos diretos para a ação. Para Thorndike, a aprendizagem
consiste na formação de ligações estímulo-resposta, que assumem a forma de conexões neurais.
Colocou ênfase nas consequências do comportamento como determinantes das conexões. Neste
caso, as conexões eram entre estímulo e resposta e não entre resposta e recompensa, como propôs
Skinner.
Para Thorndike a concepção de aprendizagem está ligada a três leis principais e cinco subsidiárias.
Principais:
- Lei do efeito: consequência satisfatória fortalece e consequência irritante enfraquece.
-Lei do exercício: fortalecimento com a prática e esquecimento com a descontinuidade.
- Lei da prontidão: preparação para a ação.
Subsidiárias:
- Resposta múltipla: diante de um problema (estímulo) deve-se apresentar respostas variadas
(solução) encontrar a adequada. Ensaio-e-erro.
- "Set": Atitude. Predisposição para reagir de uma certa maneira, influenciado pela cultura.
30

- Prepotência de elementos: a capacidade de lidar compartes relevantes da situação torna


possível a aprendizagem analítica e de insight.
- Resposta por analogia: a transferência de respostas de uma situação para outra depende da
similaridade entre as duas.
- Mudança associativa: é possível mudar a resposta de um estímulo para outro.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999).

Quadro 4: NEOBEHAVIORISMO DE HULL


TEÓRICO: CLARK L. HULL PERÍODO: 1884-1952
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Neobehaviorismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
O também norte-americano Hull difundiu a teoria do reforço. Foi o mais formal dos teóricos
behavioristas. Sua teoria é um sistema dedutivo-hipotético. Pode ser dita do tipo E-O-R: estímulo E,
que afeta o organismo O, tendo como consequência a resposta R.
Diferencia-se dos demais teóricos comportamentalistas por acreditar que o que acontece no
organismo, entre o estímulo e a resposta, é importante e estas variáveis são chamadas
intervenientes. Hull pode ser considerado um neobehaviorista.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999).

Quadro 5: COMPORTAMENTALISMO DE SKINNER


TEÓRICO: BURRHUS F. SKINNER PERÍODO: 1904-1990
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Comportamentalismo, também conhecido como Behaviorismo ou
TEÓRICA: Conexionismo
CONCEPÇÕES
Embora o norte-americano Skinner não tenha se considerado um teórico da aprendizagem, exerceu
enorme influência nos procedimentos e materiais usados em sala de aula. O pensamento de Skinner
não se preocupa com o que acontece na mente do indivíduo durante o processo de aprendizagem.
O que interessa é o comportamento observável.
Concentra-se no controle e predição das relações entre as variáveis e imput (estímulo) e output
(resposta). Sendo que as principais variáveis de imput são: estímulo (evento que afeta os sentidos
do aprendiz), reforço (evento que resulta no aumento da probabilidade da ocorrência de um ato que
imediatamente o procedeu) e contingências de reforço (arranjo de uma situação para o aprendiz, na
qual a ocorrência de reforço é tornada contingente à ocorrência imediatamente anterior de uma
resposta a ser aprendida). Já as variáveis de output são as respostas, que podem ser operantes
(indivíduo atua sobre o meio) e respondentes (reflexo ou involuntário).
O ser humano tende a evitar punições e se comportar de modo a obter recompensas. Desta forma,
o comportamento pode ser controlado por suas consequências: recompensas e punições. Esta é a
teoria do reforço. Desta forma, é possível utilizar recompensas para modificar, implantar ou extinguir
comportamentos. Uma recompensa pode funcionar como um reforço positivo ou não, depende de
como é aplicada.
Ocorre o condicionamento quando é introduzido um reforçador positivo imediatamente após uma
resposta, resultando um aumento na frequência daquela resposta. No entanto, não se deve
confundir condicionamento com aprendizagem, uma vez que esta última é muito mais ampla e a
primeira é específica e pontual.
Já o condicionamento operante é quando um reforçador vem imediatamente após uma resposta. Ou
seja, um evento ou objeto que aumenta a frequência de uma resposta à qual se seguiu. Por outro
lado, o condicionamento respondente acontece quando um estímulo reforçador é aquele que
31

seguramente elicia uma dada resposta, mas não precisa aumentar a frequência da resposta à qual
segue. Por exemplo, quando um feixe de luz é incidido sobre o olho de uma pessoa, a pupila dilata.
Agora, se um estímulo reforçador é emparelhado com um estímulo neutro, após repetidos
emparelhamentos dos dois estímulos, o neutro adquire as características do reforçador, e passa,
então a eliciar a resposta. Desta forma, se uma campainha é sempre tocada imediatamente antes
de um feixe de luz incidir sobre o olho, a campainha acabará eliciando a pupila independente do
feixe.
Todos estes teóricos do behaviorismo inspiraram-se de alguma maneira no pensamento de Ivan
Pavlov (1849-1936), um Fisiologista Russo conhecido por seu condicionamento clássico. O mesmo
falava de estímulo incondicionado e estímulo condicionado. Desta forma, de acordo com esta
perspectiva, o som da campainha era um estímulo incondicionado para alguma outra resposta. Sua
teoria aplicava-se especialmente à atividade glandular da saliva, pupilas dilatadas, contração dos
vasos sanguíneos, atividades motoras, atividades musculares e arrepio dos pelos da pele. Mais
tarde, considerou-se que esta teoria tratava-se exclusivamente de condicionamentos respondentes.
Quando ocorre a suspensão do reforço de uma resposta condicionada, dá se nome de extinção. Já
o esquecimento acontece quando uma resposta não foi emitida por tempo suficiente, diminuindo a
probabilidade de que determinada resposta ocorra. Este último ocorre devido à falta de oportunidade
para responder e o primeiro devido à resposta sem esforço.
A teoria skinneriana abrange uma infinidade de desdobramento. Além de observar o comportamento
infanto-juvenil, desenvolveu inúmeras pesquisas com animais, como ratos e pombos. Ficou
conhecido como o criador da caixa de Skinner. Nesta caixa era colocado um rato sem alimentos.
Desta forma, o rato emitia vários comportamentos aleatoriamente e quando ele se aproximava de
uma barrinha perto da parede, Skinner introduzia uma gota d’água na caixa através de um
mecanismo e o rato a bebia. As próximas gotas eram apresentadas quando o rato se aproximava
um pouco mais da barra. As outras quando o rato encostava o nariz na barra. Depois as patas. E
assim em diante até que o rato estava pressionando a barra dezenas de vezes até saciar
completamente sua sede. Foi observado que os comportamentos do rato que eram seguidos de um
estímulo reforçador (a água) aumentavam de frequência, enquanto outros diminuíam.
Skinner acreditava que a aprendizagem ocorria dependendo do reforço aplicado às respostas. Ou
seja, importante não é concentrar-se no lado dos estímulos, mas sim do lado do reforço. A partir do
reforço estabelecido para cada resposta é que aumenta ou diminui a probabilidade da resposta
ocorrer novamente. Nesta linha de pensamento, o papel do professor seria dar reforço apropriado no
momento apropriado.
Sua teoria pode ser aplicada em diversas abordagens, dentre elas:
- Instrução programada: a informação é apresentada em pequenas e fáceis etapas, facilitando a
emissão de respostas a serem reforçadas e diminuindo a probabilidade de se cometer erros. Neste
caso, o aluno aprende melhor se participa da aprendizagem, em seu próprio ritmo, sendo testado
periodicamente. Na prática são textos programados, o estudante vai respondendo as questões em
próprio ritmo e imediatamente verificando o que acertou. A resposta correta está de alguma maneira
oculta, mas facilmente verificável. Ao acertar o estudante é reforçado.
- Método killer: segue o princípio da instrução programada. Neste método o curso é dividido em
unidades, ou seja, pequenas etapas. O aluno trabalha em seu próprio ritmo, prepara-se e faz testes.
Os testes são corrigidos pelo monitor imediatamente, na frente do estudante e as respostas erradas
são analisadas junto ao mesmo. Elogios do professor são usados como reforço positivo.
- Objetivos operacionais: considerada a mais clara manifestação do comportamentalismo, dá
ênfase na definição operacional de objetivos claramente definidos, que explicitam com exatidão
aquilo que o estudante deveria ser capaz de fazer. Quando vêm os resultados positivos, considera-
se que o mesmo aprendeu.
Do ponto de vista instrucional, a teoria comportamental sofreu muitas críticas, pois diz-se que esse
enfoque promove muito mais a aprendizagem mecânica, automática, do que a aprendizagem
significativa. No entanto, não se pretende com esta pesquisa valorizar ou desvalorizar métodos, mas
sim verificar a aplicabilidade dos mesmos no cotidiano dos estudantes.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999).
Quadro 6: COMPORTAMENTALISMO DE BLOOM
TEÓRICO: BENJAMIN S. BLOOM PERÍODO: 1913-1999
ORIGEM: Estados Unidos
32

CORRENTE Comportamentalismo, também conhecido como conexionismo ou


TEÓRICA: behaviorismo
CONCEPÇÕES
De acordo com Ferraz e Belhot (2010), a Taxonomia de Bloom, publicada em 1956, foi criada por
Benjamin S. Bloom, em parceria com vários outros estudiosos. Ele liderou um projeto, proposto
pela Associação Norte Americana de Psicologia em 1948, que tinha por finalidade discutir, definir
e criar uma taxonomia dos objetivos de processos educacionais.
Trata-se de um instrumento para apoiar o planejamento didático-pedagógico. Auxilia a
identificação e a declaração dos objetivos ligados ao desenvolvimento cognitivo, visando facilitar
o planejamento do processo de ensino e aprendizagem. De acordo com esta teoria, a escolha do
conteúdo, procedimentos, atividades, recursos, estratégias e instrumentos de avaliação devem
ser decididos ao início da disciplina (FERRAZ; BELHOT, 2010).
Uma das grandes descobertas de Bloom e seus colegas foi que todos os alunos, nas mesmas
condições de ensino, aprendem, porém se diferenciam em nível de profundidade. Esta
particularidade poderia ser caracterizada pelas estratégias utilizadas e pela organização dos
processos de aprendizagem para estimular o desenvolvimento cognitivo. Isto posto, a Taxonomia
de Bloom é estruturada em níveis de complexidade crescente. Para adquirir uma nova habilidade
pertencente ao próximo nível, o aluno deve ter dominado e adquirido a habilidade do nível
anterior (FERRAZ; BELHOT, 2010).
Tal teoria foi influente na organização do currículo e ensino de conteúdos no Brasil,
principalmente na década de 1970, estando presente a tendência à operacionalização dos
6
objetivos comportamentais nas propostas curriculares consequentes da Lei Nº 5.692/71 (SILVA,
1989).
A princípio, as categorias do domínio cognitivo proposto por Bloom foram: (1) Conhecimento, (2)
Compreensão, (3) Aplicação, (4) Análise, (5) Síntese e (6) Avaliação. Mas, em 2001, David
Krathwohl e outro grupo de especialistas lançou algumas atualizações na Taxonomia de Bloom.
Teorizaram que geralmente os objetivos declaram o que é esperado que os discentes aprendam,
mas esqueceram de explicitar, de forma coerente, aquilo que deverão ser capazes de realizar
com o conhecimento. Desta forma, substituiu os substantivos por verbos nas categorias
anteriormente definidas por Bloom. Assim, ficou: (1) Lembrar, (2) Entender, (3) Aplicar, (4)
Analisar, (5) Sintetizar e (6) Criar (FERRAZ; BELHOT, 2010).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Ferraz e Belhot (2010), Silva (1989).

Quadro 7: CONSTRUTIVISMO DE PIAGET


TEÓRICO: JEAN PIAGET PERÍODO: 1896-1980
ORIGEM: Suíça
CORRENTE Cognitivismo, construtivismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
Um dos maiores representantes do cognitivismo é Jean Piaget. Biólogo, nascido na Suíça, teve
como foco a natureza do conhecimento humano. Dedicou a vida à observação científica do
processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. Elaborou a
teoria da “inteligência sensório-motriz” que descreve o desenvolvimento espontâneo de uma
inteligência prática, baseada na ação (PRÄSS, 2012).
Para Piaget, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de
absorver. O conhecimento acontece por descobertas que a própria criança faz. Dessa forma, o
conhecimento é construído pelo aluno e educar é estimular a procura do conhecimento. Este
pensamento inaugura a corrente construtivista (FERRARI, 2008a).

6
Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências.
33

A teoria de Piaget envolve vários termos específicos. Moreira (1999) explica melhor cada um
deles:
- Método psicogenético: termo empregado para descrever a pedagogia criada a partir das
teorias e pesquisas piagetianas. Cada estágio do desenvolvimento da criança tem uma maneira
diferente de aprender. Assim, o nível mental da criança determina a didática do professor. Assim,
o método psicogenético é o processo pedagógico que se modifica de acordo com o estágio do
desenvolvimento mental. Guia-se em quatro linhas (Situação problema, dinâmica de grupo,
tomada de consciência e avaliação).
- Estrutura e função: as junções permanecem invariáveis e as estruturas mudam conforme a
criança se desenvolve. O termo “estrutura” refere-se às propriedades sistemáticas de um
acontecimento. Por outro lado, “função” refere-se a modos biologicamente herdados de interagir
com o ambiente.
- Invariantes funcionais: assimilação e acomodação. O comportamento é mais adaptável
quando a acomodação e a assimilação estão equilibradas.
- Assimilação: ocorre sempre que um organismo utiliza algo do ambiente e o incorpora. Em
suma, o que entra é transformado para se ajustar ao processo mediador existente.
- Acomodação: consiste na modificação das estruturas ou esquemas aos novos dados.
- Esquemas: o desenvolvimento cognitivo consiste numa sucessão de mudanças e essas são
estruturais. Esquemas são estruturas mentais, ou cognitivas (padrão de comportamento ou
pensamento), pelas quais os indivíduos se adaptam intelectualmente e organizam o meio. São
conjuntos de processos dentro do sistema nervoso, que mudam continuamente ou tornam-se
mais refinados. Uma criança, quando nasce, possui poucos esquemas. Os esquemas cognitivos
do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança. Estes são utilizados para
processar e identificar a entrada de estímulos. Podemos comparar os esquemas que a criança já
possui à fichas de um arquivo. De ante de um estímulo, a criança tenta “encaixar” o estímulo em
um esquema disponível.
- Equilibração: o processo pelo qual as estruturas mudam de um estado para outro. Os
resultados deste processo é um estado de equilíbrio.
- Construção do conhecimento: ocorre quando acontecem ações físicas ou mentais sobre
objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação e assimilação
dessas ações e, assim em construção de esquemas ou de conhecimento.
- Unidades de desenvolvimento: para Piaget desenvolvimento intelectual é o processo
sucessivo de organização e reorganização de uma estrutura. Mas embora o processo seja
contínuo, seus resultados são descontínuos (são qualitativamente diferentes de tempos em
tempos). Desta forma, Piaget dividiu o curso total do desenvolvimento em estágios (sensório-
motor, pré-operacional, operações concretas e operações formais).
Ferrari (2008a) e Moreira (1999) explicam melhor os quatro estágios do desenvolvimento
da criança identificados por Piaget:
a) Estágio sensório-motor (0 a 2 anos): a atividade intelectual da criança é de natureza
sensorial e motora. Ausência de função semiótica, isto é, a criança não representa
mentalmente os objetos. A estimulação ambiental interferirá na passagem de um estágio para
outro.
b) Estágio pré-operacional (2 a 6 anos): a criança desenvolve a capacidade semiótica. Período
marcado pelo egocentrismo, ou seja, incapacidade de se colocar na perspectiva do outro.
Incapacidade, também, de relacionar as partes com um todo. Há uma predominância de
acomodação e não assimilação. A criança parece incapaz de compreender a existência de
fenômenos reversíveis, como, por exemplo, a água que se transforma em gelo e volta a se
transformar em água se aquecida.
c) Estágio das operações concretas (7 aos 11 anos): a criança já possui uma organização
mental integrada. É capaz de ver a totalidade em diferentes ângulos. Conclui e consolida
conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos,
agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite inúmeras aprendizagens.
d) Estágio das operações formais (12 anos em diante): ocorre o desenvolvimento das
operações de raciocínio abstrato, libertando-se inteiramente do objeto, inclusive o
representado. Torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não
acredita, ou que ainda considera hipóteses. É capaz de inferir consequências. Inicia-se os
processos de pensamento hipotético-dedutivo. Tanto para Piaget quanto para Vygotsky o
aprendizado depende de interação entre contextos internos e externos. No entanto, o último
acreditava que o aprendizado depende fundamentalmente da influência ativa do meio social,
34

que Piaget considerava apenas como uma interferência no processo de aprendizagem


(FERRARI, 2008a). Pode-se concluir, a partir da teoria de Piaget, que a aprendizagem
depende dos conhecimentos e experiências adquiridas anteriormente por cada pessoa
(FERNANDES, 2011).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999), Präss (2012), Ferrari (2008a), Fernandes
(2011).

Quadro 8: SOCIOINTERACIONISMO DE VYGOSTSKY


TEÓRICO: LEV SEMENOVICH PERÍODO: 1896-1934
VYGOTSKY
ORIGEM: Rússia
CORRENTE Cognitivismo, construtivismo, socioconstrutivismo, sociointeracionismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
Vygotsky considera a aprendizagem como um processo social. Depende do contexto social,
histórico e cultural em que o indivíduo está inserido. Oposto a Piaget, que atribui mais
importância aos processos internos em detrimento dos interpessoais. A corrente pedagógica que
originou do pensamento de Vygotsky é chamada socioconstrutivismo ou sociointeracionismo
(FERRARI, 2008b). Para Moreira (1999) sua teoria é construtivista e em seu mapa conceitual
apresenta Vygotsky na corrente cognitivista.
Segundo a teoria de Vygotsky o homem se forma em contato com a sociedade, numa relação
dialética. Seu método reflete raízes marxistas. Para Vygotsky o homem modifica o ambiente e o
ambiente modifica o homem. Sua unidade de análise não é nem o indivíduo nem o contexto, mas
a interação entre eles. Rejeita as teorias inatistas (o ser humano já carrega ao nascer as
características que desenvolverá ao longo da vida).Também rejeitava as empiristas e
comportamentais (ser humano como produto de estímulos externos). O que interessa para
Vygotsky é a interação das pessoas com o ambiente. Desta forma, mediação é o conceito chave
de sua teoria (MOREIRA, 1999).
A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Para ele,
desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais. Um dos
principais conceitos de Vygotsky é a zona de desenvolvimento proximal (distância entre o
desenvolvimento real da criança e aquilo que ela tem o potencial para aprender), ou seja, o que a
criança consegue desenvolver sozinha e o que ela está perto de desenvolver sozinha. Desta
forma, é preciso detectar as condições da criança antes de lhe apresentar novas formas de
pensamento (FERRARI, 2008b).
Todo aprendizado amplia o universo mental do aluno e é necessariamente mediado ou por algum
instrumento ou signo. Instrumento é algo que pode ser usado para fazer alguma coisa. Signo é
algo que significa alguma outra coisa. Os signos podem ser indicadores (têm uma relação de
causa e efeito com aquilo que significam), icônicos (imagens ou desenhos) e simbólicos (relação
abstrata com o que significam). Palavras são signos linguísticos. Números são signos
matemáticos. A linguagem (fala e escrita) e a matemática são sistemas de signos. Através da
apropriação e interação destas construções, via interação social, o sujeito se desenvolve
cognitivamente, uma vez que os significados dos signos são construídos socialmente
(MOREIRA, 1999).
Segundo Vygotsky, a análise dos signos é o único método adequado para investigar a
consciência humana. Para internalizar signos, a pessoa precisa captar os significados já
convencionados socialmente. Daí a importância das relações sociais para a aprendizagem.
Desta forma, considera o professor como mediador. O ensino se consuma quando aluno e
professor compartilham significados (MOREIRA, 1999).
De acordo com as concepções de Vydotsky para haver desenvolvimento é preciso que antes
ocorra o aprendizado. As funções psicológicas superiores só se formam e se desenvolvem pelo
aprendizado. O aprendizado amplia o universo mental (FERRARI, 2008b).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999), Ferrari (2008b).
35

Quadro 9: COGNITIVISMO DE AUSUBEL


TEÓRICO: DAVID AUSUBEL PERÍODO: 1918-2008
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Cognitivismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
Criador da teoria da aprendizagem significativa, Ausubel acreditava na influência das relações
sociais sobre o sujeito e priorizava a Aprendizagem Cognitiva. De acordo com Moreira (1999),
de uma maneira ainda mais específica, pode-se afirmar que ele enfatizou a aprendizagem
verbal significativa receptiva, por considerar a linguagem e a aprendizagem receptiva (que não
é sinônimo de passiva) importantes para facilitar a aprendizagem.
Filho de imigrantes judeus, sofreu ao longo da vida na escola por não ter a sua história pessoal
considerada pelos professores. Seu pensamento era de que o conhecimento prévio do aluno é
fundamental para a aprendizagem significativa. De acordo com Fernandes (2011), para
Ausubel, aprender significativamente é ampliar e reconfigurar ideias existentes na estrutura
mental. Ou seja, quanto mais se sabe, mais se aprende. Moreira (1999) explica que a
aprendizagem significativa é um processo que envolve a interação da nova informação com
uma estrutura de conhecimento específica, a qual Ausubel denomina conceito subsunçor. Os
subsunçores podem ser mais ou menos desenvolvidos, dependendo da frequência com que
ocorre a aprendizagem significativa em conjunção com um dado subsunçor.
Para que a aprendizagem significativa ocorra é necessário que o conteúdo a ser ensinado seja
potencialmente revelador, mantendo suas características socioculturais reais, e a pré-
disposição do estudante em relacionar o material de forma consistente. Por outro lado, Ausubel
definiu a aprendizagem mecânica. Segundo Moreira (1999), a aprendizagem mecânica é a
aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma interação com conceitos
relevantes na estrutura cognitiva. No entanto a aprendizagem mecânica é necessária quando o
estudante adquire informações em uma área de conhecimento completamente nova.
Ausubel também classificou a aprendizagem por descoberta (o conteúdo a ser aprendido deve
ser descoberto pelo aprendiz) e aprendizagem por recepção (o que deve ser aprendido é
apresentado ao estudante em sua forma final). Recomendou o uso de organizadores prévios
(materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido), que servem de
âncora para a nova aprendizagem. Também propôs a teoria da assimilação ou ancoragem, que
ocorre após a aprendizagem significativa (MOREIRA, 1999).
Para evitar respostas mecanicamente memorizadas nas avaliações, Ausubel recomenda
formular questões de maneira nova e não familiar, que exija máxima transformação do
conhecimento adquirido.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Moreira (1999); Fernandes (2011).

Quadro 10: CONSTRUTIVISMO DE VERGNAUD


TEÓRICO: GÉRARD VERGNAUD PERÍODO:
1933 até os dias atuais
ORIGEM: França
CORRENTE Cognitivismo, construtivismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
Pesquisador francês se ocupa dos estudos referentes nas ciências matemáticas. Criador da
Teoria dos Campos Conceituais (TCC), cujo objetivo é proporcionar um enquadramento teórico
sobre atividades cognitivas complexas, especialmente às atividades científicas e técnicas. Esta
teoria ajuda a entender como as crianças constroem os conhecimentos matemáticos (PRÄSS,
2012).
Segundo Vergnaud, é preciso compreender como os alunos aprendem para poder ensinar.
36

Formado em Psicologia, teve como orientador de doutorado o conceituado teórico Jean Piaget.
Mas sua teoria se baseia em Lev Vygotsky (relações entre pensamento e linguagem), Jean
Piaget (conceito de esquema) e Gotlob Frege (filosofia da linguagem e lógica contemporânea)
(GROSSI, 2008; PRÄSS, 2012).
Para Vergnaud há uma tendência dos professores em resistir às novidades no mundo da
ciência. Muitos ficam impressionados com as novas descobertas, mas encontram grande
dificuldade em aplicar a teoria em sala de aula. Só com muita formação é possível transcender
este obstáculo. O grande desafio do professor é ampliar as dificuldades para os alunos, mas
sabendo o que está fazendo e aonde quer chegar (PRÄSS, 2012).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Präss (2012), Grossi (2008).

Quadro 11: HUMANISMO DE ROGERS


TEÓRICO: CARL ROGERS PERÍODO: 1902-1987
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Humanismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
O norte americano Carl Rogers recebeu uma educação rígida quando criança. Formou-se em
História e doutorou-se em Psicologia Educacional. Enquanto psicólogo, acreditava que o
terapeuta era um facilitador do processo.
Trouxe várias contribuições para o ramo da educação, aplicando conceitos semelhantes aos da
psicologia. Neste caso, o aluno é visto como o centro do processo e o professor como um
facilitador da aprendizagem, interferindo o mínimo possível e garantindo total liberdade para o
aluno aprender o que quiser.
Sua teoria ficou conhecida como humanista, pois resgata a espontaneidade, a liberdade e a
responsabilidade no ato de aprender. Considera, primordialmente, o aluno como pessoa. Todo
o processo de ensino deve estar centrado no aluno e suas necessidades. Assim, ensinar é
ensinar a aprender, evitando impor práticas, explicações, exames ou críticas, fortalecendo a
autoconfiança do aluno. O professor fica à disposição do grupo, não participa das decisões, a
menos que seja consultado.
Para Rogers o professor precisa ter empatia, aceitar incondicionalmente o aluno e ser
autêntico. É uma relação que busca a igualdade e parceria na relação professor aluno.
De acordo com Präss (2012), Rogers estabeleceu dez princípios fundamentais à
aprendizagem. Dentre eles:
- Os seres humanos tem um potencial natural para aprender;
- A aprendizagem significativa ocorre quando o aluno percebe o conteúdo como relevante para
seus objetivos;
- A aprendizagem que provoca mudança na organização do eu, na percepção de si, é
ameaçadora e tende a provocar resistência;
- Boa parte da aprendizagem significativa é adquirida através da ação;
- A aprendizagem é facilitada quando o aluno participa de seu processo de forma responsável;
- A aprendizagem iniciada pelo próprio aluno e que envolve toda a sua pessoa - sentimentos e
intelecto - é a mais abrangente e duradoura.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Präss (2012).

Quadro 12: CONSTRUTIVISMO DE BRUNER


TEÓRICO: JEROME SEYMOUR PERÍODO: 1915-2016
BRUNER
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Construtivismo
37

TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
De acordo com Präss (2012), Bruner é um norte americano que nasceu em 1915 e doutorou-se
em Psicologia em 1941. Este teórico propõe a participação ativa do aluno em seu processo de
aprendizagem. A concepção de desenvolvimento está dentro da linha construtivista. Neste
contexto, o professor gera condições para que os alunos conheçam uma meta a ser alcançada
ao invés de expor os conteúdos e serve como mediador para que os próprios alunos percorram
o caminho em busca dos objetivos propostos. Trata-se da teoria da aprendizagem por
descoberta. Esta teoria também trata da aprendizagem em espiral, trabalhando periodicamente
os mesmos conteúdos e se aprofundando cada vez mais. Estabelece alguns princípios, sendo
eles:
- Motivação: todas as crianças nascem com desejo de aprender;
- Estrutura: Qualquer conteúdo pode ser organizado para ser trabalhado e entendido por
qualquer estudante;
- Sequência: a sequência em que os conteúdos vão ser ensinados é determinante em relação
ao nível de dificuldade do assunto para o estudante;
- Reforçamento: é importante reforçar o processo, principalmente no início da aprendizagem,
mas com o tempo o aluno vai conquistando a autossuficiência.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Präss (2012).

Quadro 13: CONSTRUTIVISMO DE GARDNER


TEÓRICO: HOWARD GARDNER PERÍODO: 1943 até os dias atuais.
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE Construtivismo
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
De acordo com este teórico existem várias aptidões além do raciocínio lógico-matemático. Na
pós-graduação realizou estudos sobre as descobertas de Jean Piaget. No entanto, devido à
sua dedicação à música e às artes o levou a supor que as noções consagradas a respeito das
aptidões intelectuais humanas eram parciais e insuficientes.
Então, estudou as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas. Ficou claro
que a manifestação da genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez
que bem poucos gênios o são em todas as áreas.
Concluiu que existem talentos diferenciados para atividades específicas. O que leva as
pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades
que encontram. Segundo ele, cada pessoa nasce com potenciais de talentos ainda não
moldado pela cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos. É comum essas
aptidões serem sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Ferrari (2008c).

Quadro 14: SOCIOCULTURALISMO DE FREIRE


TEÓRICO: PAULO REGLUS PERÍODO: 1921-1997
NEVES FREIRE
ORIGEM: Brasil
CORRENTE Sociocultural
TEÓRICA:
CONCEPÇÕES
Mais conhecido como Paulo Freire, o brasileiro, nascido no Recife trouxe grandes contribuições
38

para a educação de jovens e adultos. Formou-se em direito, lecionou Língua Portuguesa e


atuou como advogado sindical. Participava de movimentos laicos da Igreja Católica e tinha
simpatia pelos ideais marxistas. Originário de família de classe média, interessou-se pela
educação dos pobres (PRÄSS, 2012).
Uma de suas obras mais conhecidas é "Pedagogia do oprimido" escrita em 1968. Por esta obra
é possível identificar muitas de suas concepções a respeito da educação, mostrando a
opressão contida na sociedade e no universo educativo. Paulo Freire afirmava que as camadas
menos favorecidas são oprimidas e terminam por aceitar o que lhes é imposto. Desta forma, é
cômodo para o opressor que o oprimido continue em sua condição de aceitação e a superação
da opressão exige abandono da condição servil (FREIRE, 2010).
Paulo Freire apresentou a educação bancária, em que o aluno é visto como sujeito que nada
sabe e o professor como o responsável por "depositar" o conteúdo na mente dos alunos, que o
recebe como forma de armazenamento, sem criticidade. A superação desta situação depende
de se trabalhar a educação como prática de liberdade (PRÄSS, 2012).
Este teórico propõe que o conteúdo programático seja construído a partir de temas geradores,
uma metodologia pautada no universo do educando, enfatizando-se o trabalho em equipe de
forma interdisciplinar. Dizia Paulo Freire que "assim como o opressor, para oprimir, precisa de
uma teoria da ação opressora, os oprimidos, para se libertarem, igualmente necessitam de
uma teoria de sua ação" (FREIRE, 2010).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Präss (2012), Freire (2010).

2.3 APLICABILIDADE DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM NO


ENSINO SUPERIOR

Conforme se pôde observar, ao longo do tempo, vários estudiosos da


aprendizagem humana desenvolveram teorias sobre a forma como o ser humano
aprende e se desenvolve. Alguns enfatizaram abordagens voltadas ao
comportamento (comportamentalismo ou behaviorismo), outros se aprofundaram
nas questões cognitivas (cognitivismo) e outros na construção do conhecimento a
partir das relações humanas (construtivismo, humanismo, sociointeracionismo).
Não se pode afirmar que uma teoria seja melhor ou pior à outra. Em muitos
casos, uma teoria influenciou a outra positiva ou negativamente (Vygotsky
discordava da teoria de Piaget). Em outros casos, os termos se modificam, mas o
sentido é semelhante (Organizador Prévio de Ausubel e Zona de Desenvolvimento
Proximal de Vygotsky).
Cada teoria encontra sua aplicabilidade em fases da vida ou em situações de
aprendizagem específicas. Piaget enfatizou as fases do desenvolvimento da criança
e trouxe grandes contribuições para a educação básica. Já, Vygotsky, com sua
teoria, além de contribuir para a fase inicial do desenvolvimento humano, trouxe a
concepção da importância da mediação para o aprendizado e isto serve para
qualquer etapa da vida.
39

A teoria comportamentalista de Skinner, embora tenha desconsiderado


diversos fatores internos do ser humano, exerceu e exerce grande influência na
educação escolar, desde a pré-escola até o ensino superior. Em várias situações do
processo de ensino, utiliza-se o recurso do reforço positivo e negativo.
A aprendizagem significativa de Ausubel também pode ser aplicada em todos
os estágios do desenvolvimento e tem semelhança com a assimilação, acomodação
e equilibração de Piaget. Uma vez que ambos acreditam que uma nova informação,
de alguma forma, se relaciona com outra informação existente, gerando um
desequilíbrio, transformação e nova equilibração.
As fases da aprendizagem de Gagné em parceria com a aprendizagem
significativa de Ausubel e a interação social de Vygotsky, sem descartar as
contribuições de outros teóricos de forma pontual, são teorias que encontram
aplicabilidade no ensino superior.
De modo geral, todos estes teóricos trazem contribuições que podem ser
aplicadas no ensino superior. Dessa forma, procederemos às análises nesta
pesquisa, buscando explorar, em cada teoria, o que melhor explica ou pode explicar
as estratégias de estudo utilizadas por estudantes para a aprendizagem.

2.4 APRENDIZAGEM

É importante considerar que as aprendizagens não se dão todas da mesma


forma. Há vários tipos de aprendizagem. Como, por exemplo, as aprendizagens por
imitação de um modelo, por repetição, por ensaio e erro ou descoberta
(ANASTASIOU; ALVES, 2012). Cada uma dessas formas seguem tendências,
menos ou mais próximas de cada teoria.
Ao fazer o levantamento conceitual, foram encontradas várias definições para
o termo aprendizagem. Algumas definições identificadas para esta revisão teórica
foram: aquisição de informação ou de habilidades e mudança, relativamente
permanente, de comportamento devido à experiência (MOREIRA, 1999). Esses
conceitos, na prática, se complementam.
O termo aprendizagem também pode sofrer desdobramentos:
 Aprendizagem psicomotora: respostas musculares adquiridas por meio
de treino ou prática.
40

 Aprendizagem cognitiva: armazenamento de informações.


 Aprendizagem afetiva: prazer, dor, satisfação, descontentamento,
alegria, ansiedade.
A literatura é vasta e os autores criam termos próprios para se referirem a
questões específicas da aprendizagem. Dessa forma, também foram identificados os
termos:
 Aprendizagem significativa (os novos conhecimentos que se adquirem
relacionam-se com o conhecimento prévio que o aluno possui – David
Ausubel);
 Aprendizagem significante (a matéria ensinada deve ter algum
significado para a vida do aluno – Carl Rogers); e
 Aprendizagem por descoberta (o aluno tem oportunidade de ver o
mesmo tópico mais de uma vez, em diferentes níveis de profundidade e em
diferentes modos de representação - Jerome S. Bruner).

2.4.1 Teoria das hierarquias de aprendizagem de Gagné e Piazzi

Moreira (1999) traz a teoria das hierarquias de aprendizagem de Gagné


(1916-2002). Gagné procura relacionar princípios de aprendizagem, de modo a
explicar fatos específicos observados. A base de sua teoria é o processamento de
informações. Ao longo do tempo, evoluiu de uma perspectiva behaviorista para outra
predominantemente cognitivista.
Para Gagné, aprendizagem é uma mudança comportamental persistente
observável, advinda de estimulações do ambiente externo. Ao contrário da teoria de
Skinner, para Gagné, a aprendizagem é algo que acontece na mente da pessoa
(teoria de processamento da informação).
Para imput, denominou insumo, ou seja, estímulo. Para output, denominou
exsumo, ou seja, resposta. A essas formas diferentes de transformação deu o nome
de processos de aprendizagem, e se constitui no que acontece internamente, “na
cabeça do estudante”.

Esse modelo propõe que o “fluxo de informação” afeta os “receptores” do


aprendiz e entra no sistema nervoso através de um “registrador sensorial”.
Após ser considerada no “registrador sensorial”, a informação sofre nova
41

codificação ao entrar na “memória de curta duração”. A permanência na


“memória de curta duração” é relativamente breve, da ordem de segundos,
de modo que, se a informação é para ser lembrada, ela deve ser novamente
transformada e entrar “na memória de longa duração”. A informação
proveniente, tanto da “memória de breve duração” quanto da de “longa
duração”, passa para um “gerador de resposta” que tem a função de
transformar a informação em ação (MOREIRA, 1999).
Para Piazzi (2013), o cérebro aprende por associação. Um novo
conhecimento é relacionado com outros que já existem. Para que haja um
aprendizado efetivo, os novos conhecimentos adquiridos precisam transitar da
memória temporária para a memória permanente. Esse processo se dá por meio da
criação e reforço dos caminhos neurais. Quanto mais o estudante estabelece
contato com aquele novo conhecimento, mais familiar ele se torna para a memória
de longo prazo. É como aprender a escovar os dentes, amarrar os cadarços, dirigir,
andar de bicicleta e tocar um instrumento musical. No começo, é preciso muita
concentração e esforço. Com o tempo torna-se um procedimento natural e sentimos
como se já tivéssemos nascido com aquela habilidade.
O autor complementa essa teoria, buscando fundamentação na Neurociência.
Compara o cérebro a um quebra-cabeça. Assim, se os conhecimentos anteriores
não estiverem presentes em seu cérebro, o entendimento será impossível. Dessa
forma, o ato de entender corresponde a identificar a posição em que a nova peça se
encaixa em relação às outras que já estão fixas no cérebro. Durante o estudo, as
redes neurais trabalham, de forma a aproximar, cada vez mais a peça da posição
que ela deverá ocupar.
Gagné analisa a aprendizagem em oito fases e explica o processo interno
ocorrido em cada uma delas, conforme Quadro 1 a seguir:
42

Quadro 15: Fases do processo de aprendizagem.


FASE DA PROCESSO INTERNO
APRENDIZAGEM
Motivação Expectativa
Apreensão Atenção; percepção seletiva
Aquisição Codificação; entrada de
armazenamento
Retenção Armazenamento na memória
Rememoração Recuperação
Generalização Transferência
Desempenho Resposta
Retroalimentação Reforço
Fonte: Moreira (1999).

Ou seja, para Gagné a motivação é fase preparatória para a aprendizagem. É


nessa fase que surgem as expectativas a respeito do que será estudado. Logo
depois vem a fase da apreensão. Para que ela ocorra, o estudante deve prestar
atenção e observar atentamente o que está sendo estudado. Então, segue a fase da
aquisição, que é quando a informação recebida entra na memória de curta duração
por meio da codificação, que transforma a informação recebida para uma forma que
é mais facilmente armazenada. Esse armazenamento na memória ocorre na fase da
retenção. Mas o que foi aprendido precisa ser relembrado. Isso ocorre na fase da
rememoração, quando acontece uma recuperação da informação que foi codificada
e armazenada na memória de curto prazo. Vem, então, a fase da generalização, que
é quando a informação é transferida da memória de curto prazo para a de longo
prazo e espera-se que o aprendiz seja capaz de usar o que foi aprendido em
contextos diferentes. A fase seguinte é a do desempenho. Nessa fase, ocorre a
resposta do estudante, que prepara caminho para a fase da retroalimentação
(feedback ou conhecimento dos resultados da aprendizagem). É quando o professor
é capaz de observar mudanças no comportamento do aprendiz, que exibe novo
desempenho. O ciclo da aprendizagem é fechado pelo processo de reforço.
Nessa linha de pensamento, a aprendizagem estabelece estados persistentes
no aprendiz, ou seja, capacidades. Gagné propõe que existem cinco categorias de
capacidades humanas:
43

- Informação verbal: o aprendiz pode dizer, escrever ou representar a


informação aprendida na forma de sentença.
- Habilidades intelectuais: constituem o “saber como”, em comparação com
o “saber o quê” da informação. Habilidades mais complexas requerem
aprendizagem prévia de habilidades mais simples. Esse processo revela o que se
chama de uma “hierarquia de aprendizagem”.
- Estratégias cognitivas: capacidades internamente organizadas, das quais
o estudante faz uso para guiar a sua própria atenção, aprendizagem, rememoração
e pensamento.
- Atitudes: escolhas de ações pessoais. Estão geralmente relacionadas a
valores.
- Habilidades motoras: capacidades humanas que podem ser aprendidas.
Ex.: dirigir, digitar, tocar um instrumento.

2.4.2 Aprendizagem subordinada, superordenada e combinatória de


Ausubel

De acordo com Moreira (1999), o criador das teoria das aprendizagens


significativas, Ausubel, classifica a aprendizagem em três categorias:
 a) Aprendizagem subordinada: a nova informação adquire significado
por meio da interação com subsunçores, o que reflete uma relação de
subordinação em relação aos conhecimentos preexistentes;
 b) Aprendizagem superordenada: quando a informação nova é ampla
demais para ser assimilada por qualquer subsunçor existente, sendo mais
abrangente que esses.
 c) Aprendizagem combinatória: aprendizagem de proposições.

2.4.3 Estilos de aprendizagem

Cada estudante utiliza diferentes estratégias para solucionar problemas,


elaborar conclusões e assimilar conteúdos. De acordo com Saldanha, Zamproni e
Batista (2016), estilos de aprendizagem, não é mais uma nova teoria de
aprendizagem, mas estudos que demonstram que cada pessoa tem uma forma
própria para ensinar e aprender.
44

Alguns estudantes são mais visuais, outros mais auditivos e outros mais
sinestésicos e há também aqueles que possuem a mistura mais equilibrada dos três
estilos. Essa teoria, denominada VAC (Visual, Auditivo, Sinestésico) foi desenvolvida
por Fernald e Keller e Orton-Gilingham.
 a) Estilo visual: estudantes que possuem habilidades de conhecer,
interpretar e diferenciar os estímulos recebidos visualmente. A partir da
visualização das imagens, é possível estabelecer relações entre ideias e
abstrair conceitos.
 b) Estilo Auditivo: possuem habilidades de conhecer, interpretar e
diferenciar os estímulos recebidos pela palavra falada, sons e ruídos,
organizando suas ideias, conceitos e abstrações a partir da linguagem falada.
 c) Estilo Sinestésico: estudantes que possuem habilidades de
conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pelo movimento
corporal.
David Kolb e a dupla Richard Felder e Linda Silverman também realizaram
pesquisas referentes a estilos de aprendizagem:

Quadro 16: APRENDIZAGEM POR KOLB


TEÓRICO: David A. Kolb PERÍODO: 1939 até os dias atuais
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE comportamental, também conhecida como conexionismo ou
TEÓRICA: behaviorismo
CONCEPÇÕES
Kolb é um teórico da educação norte-americano que, na década de 70, desenvolveu o modelo
de aprendizagem experiencial. Realiza pesquisas referentes à mudança individual e social, no
desenvolvimento de carreira e na educação executiva e profissional. Atualmente é professor
em comportamento organizacional.
Esse modelo de aprendizagem experiencial é composto por quatro elementos: experiência
concreta, observação e reflexão sobre essa experiência, formação de conceitos abstratos
baseados na reflexão, teste dos novos conceitos e repetição.
A essência da aprendizagem experiencial é que ela funciona como uma espiral de
aprendizagem, que geralmente começa na experiência concreta.
Baseia-se na ideia de que as preferências de aprendizagem podem ser descritas usando dois
contínuos:
Experimentação ativa ↔ Observação reflexiva;
Concepção abstrata ↔ Experiência concreta.
Desta forma criou o inventário de estilo de aprendizagem, que pretende determinar o estilo de
aprendizagem do estudante. O resultado é quatro tipos de aprendizes: convergentes
(experimentação ativa - conceituação abstrata), acomodadores (experimentação ativa -
experiência concreta), assimiladores (observação reflexiva - conceituação abstrata) e
divergentes (observação reflexiva - experiência concreta).
Fonte: Elaborado pela autora com base em Wikipedia (2017).
45

Quadro 17: APRENDIZAGEM POR FELDER E SILVERMAN


TEÓRICO: Richard M. Felder e PERÍODO: Richard M. Felder nasceu em
Linda Kreger Silver 1939 e vive até os dias atuais; Não foi
man identificado o ano de nascimento de
Linda Kreger Silverman, no entanto pode-se
afirmar que é da primeira metade do século
XX.
ORIGEM: Estados Unidos
CORRENTE TEÓRICA: Comportamentalismo
CONCEPÇÕES
Richard M. Felder, professor de engenharia química na Universidade Estadual de Carolina do
Norte e Linda Kreger Silverman, psicóloga educacional, criaram o modelo Felder-Silverman. O
professor Felder estava preocupado com o número de repetências e desistências dos alunos
para quem lecionava. Então, a partir da década de 80, passou a pesquisar esta área e
publicou mais de 200 artigos sobre educação. Desta forma, em 1988, identificou práticas de
ensino de acordo com os estilos de aprendizagem dos alunos e publicou o trabalho que ficou
conhecido como Modelo Felder-Silverman.
Estes teóricos entendem o processo de aprendizagem como um processo que envolve duas
etapas: a recepção e o processamento da informação. Na etapa da recepção, a informação
externa, a qual é captada pelos sentidos, e a informação interna, a qual surge da
introspecção, ficam à disposição do indivíduo para que este selecione o que vai ser
processado e ignore o restante.
Esse modelo considera cinco dimensões de estilo de aprendizagem: 1) Processamento (que
pode ser ativo ou reflexivo), 2) Percepção (que pode ser sensorial ou intuitiva), 3)
Entrada/Retenção (que pode ser visual ou verbal), 4) Compreensão (que pode ser sequencial
ou global) e 5) Organização (que pode ser indutiva ou dedutiva).
De acordo com Felder (2002) apud Bertelli et al. (2016), alguns estudantes tendem a focar
fatos, datas e algoritmos, outros se sentem mais confortáveis com teorias e modelos
matemáticos. Alguns respondem fortemente a formas visuais de informação, gostam de
gravuras, diagramas e esquemas; outros aprendem mais através de formas verbais,
escrevendo e explicando. Alguns preferem aprender ativamente e interativamente; outros
funcionam melhor introspectivamente e individualmente.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Bertelli et al. (2016).

O conhecimento desses estilos é importante tanto para o professor, que


prepara e conduz as aulas utilizando diversas metodologias de ensino, como para o
aluno, que precisa traçar suas estratégias de estudo.
Existem vários questionários validados que auxiliam o aluno a identificar seus
estilos de aprendizagem, como é o caso do teste de Kolb e o Index of Learning
Styles Questionnaire (ILS), desenvolvido por Richard M. Felder e Linda K. Silverman.
46

2.4.4 Aprender a aprender

Aprender a aprender é uma expressão nova e polêmica no mundo


acadêmico, uma vez que alguns acreditam que esse aprendizado se daria sem a
necessidade do professor, excluindo as suas atribuições e o seu valor.
De fato Rogers afirmou, em 1973, que "Ensinar é função exageradamente
valorizada". Mas, com isso, não teve a intenção de descartar o professor. Apenas fez
uma crítica à forma como o ensino era conduzido, esquecendo-se do foco principal,
que é a aprendizagem do aluno. Rogers falava sobre o desenvolvimento do mundo
e a necessidade de se estar em constante aprendizado. Para isso, o professor teria
o papel de mediador.

Enfrentamos, a meu ver, situação inteiramente nova em matéria de


educação, cujo objetivo, se quisermos sobreviver, é o de facilitar
a mudança e a aprendizagem. O único homem que se educa é aquele que
aprendeu como aprender; que aprendeu como se adaptar e mudar; que se
capacitou de que nenhum conhecimento é seguro (ROGERS, 1973, p. 104).
Observa-se que não importa acumular informações, mas aprender de fato. E
isso só ocorre quando há uma real significação daquilo que se está aprendendo.
O grau de importância desta temática torna-se evidente por se tornar uma
questão de interesse em uma perspectiva internacional. A União Européia, por
exemplo, define aprender a aprender como uma das oito competências-chave da
educação.
Estratégias de aprendizagem são avaliadas no PISA (Programme for
International Student Assessment) da OECD (Organization for Economic Co-
operation and Development) (HAUGEN, 2015). Os Estados Unidos, preocupados em
aumentar a qualidade da educação, em 2001, criou o Projeto CRISS (Creating
Independent Through Student-owned Strategies). Descrito como um programa
interdisciplinar, embasado nos princípios da psicologia cognitiva e em pesquisas
sobre o cérebro, tem como meta melhorar a aprendizagem de alunos da 3.ª a 12.ª
série em escolas de educação básica de seu país. Este projeto é apoiado pela
National Reading Panel nos EUA e também foi implantado na Dinamarca e Noruega,
onde a meta é construir uma identidade treinável por meio de um conhecimento
neutro. O projeto recebe algumas críticas pelos que acreditam que o método nunca
pode ser considerado neutro. Ou seja, não é possível afirmar que uma estratégia
47

funcionará para todos da mesma forma. No entanto, precisa ser considerado como
uma tentativa de pesquisa e desenvolvimento a respeito do tema.

2.5 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO NO ENSINO SUPERIOR

Galvão, Câmara e Jordão (2012) apresentam uma pesquisa com dados


interessantes a respeito das estratégias de estudo voltadas ao ensino superior.
Segundo essa referência, estudantes universitários trazem compreensões e
experiências desenvolvidas em suas vivências educacionais e informais anteriores
que influenciam o modo como fazem sentido do assunto presente e seu estudo
individual. Ingressam na universidade com hábitos de estudo já estabelecidos,
alguns dos quais inapropriados para a educação superior.
Como foi destacado anteriormente, estima-se que, na maioria das áreas do
conhecimento, são necessários pelo menos dez anos de estudo individual
deliberado para que a expertise seja alcançada. No entanto, pesquisas realizadas
com estudantes de vários cursos de graduação (Matemática, Psicologia, Letras-
inglês e Pedagogia) demonstram que a maioria dos acadêmicos tem dedicado
pouco tempo para a aprendizagem fora da sala de aula. No geral, 39% dos
estudantes participantes da pesquisa dedicam de uma a duas horas de estudo
diárias e 24,5% dedicam apenas uma hora do dia para o estudo extra classe (ibid.,
p.630-631).
Outra questão a ser observada é a mensuração da profundidade em que se é
estudado um conteúdo. Há procedimentos superficiais e procedimentos profundos
de estudo. Enquanto abordagens profundas envolvem buscar significação,
relacionar ideias, usar evidências e interessar-se por ideias, abordagens superficiais
dizem respeito à falta de entendimento, falta de propósito de estudo e motivação
relacionada apenas a medo de fracasso (ibid., p. 632).
Alunos com estratégias “superficiais” geralmente apresentam concepções de
aprendizagem quantitativas (aumento do conhecimento, memorização, reprodução
para aplicar), enquanto que alunos que optam pela abordagem profunda apresentam
concepções qualitativas (compreensão, reflexão, transformação) (ibid., p. 633).
O professor não é o centro do processo, mas é considerado um ponto
essencial no contexto de aprendizagem. Cabe a ele coordenar o processo
48

educativo, incluindo estratégias de ensino e de avaliação fundamentadas na


metacognição e na autorregulação (ibid., p. 633).
Professores que se colocam como o centro do processo e o conteúdo como
foco tendem a influenciar seus alunos a adotarem estratégias superficiais de
aprendizagem. Ao contrário, quando o estudante é posto como o foco, a
aprendizagem gera transformação e estimula a utilização de estratégias
profundas(ibid., p. 634).
De acordo com os autores, as práticas pedagógicas desenvolvidas nos cursos
de graduação têm colocado a avaliação como encorajadora da memorização
mecânica e do relembrar, sem relevância social e pessoal, tendendo a estimular
estratégias de estudo mais superficiais.
Há também que se diferenciar entendimento alvo de entendimento pessoal. O
primeiro diz respeito ao tipo de entendimento que professores, examinadores e
elaboradores de currículo têm em mente quando organizam um currículo para ser
estudado. O segundo diz respeito àquilo que na verdade os estudantes
desenvolvem ou alcançam (ibid., p. 632).
A estrutura curricular também é outro item que precisa ser revisto, pois parece
não suscitar o raciocínio crítico e a reflexão sistemática. A aprendizagem, para ser
eficiente, precisa ser reconstrutiva e ressignificativa. O ambiente universitário deve
encaminhar o aluno a aprender a aprender, uma vez que, ao tornarem-se
profissionais, nunca estarão acabados (ibid., p. 639).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O objeto de estudo desta pesquisa foram vídeos publicados no YouTube, cujo
conteúdo são depoimentos pessoais de estudantes sobre as estratégias
consideradas mais eficientes no ato de estudar.
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, porque contabilizou o número de
incidência das estratégias de estudo nos vídeos e qualitativa, uma vez que foi
desenvolvida uma revisão bibliográfica e análise de conteúdo do objeto da pesquisa.
Assim, este trabalho foi organizado em 5 (cinco) etapas, resumidamente
apresentadas a seguir:
49

 Pesquisa bibliográfica a respeito das teorias de aprendizagem, a fim de


confrontá-las com os conteúdos publicados nos vídeos de depoimentos
pessoais de estudantes do YouTube sobre as estratégias de estudo mais
utilizadas pelos Youtubers (sujeitos enunciadores dos vídeos no YouTube).
 Levantamento de 50 vídeos do YouTube sobre experiências pessoais
de estudantes Youtubers com as estratégias de estudo, para identificar e
agrupar o conteúdo presente, de acordo com as categorias7 selecionadas em
uma pré-análise;
 Seleção dos seis vídeos que foram utilizados para a análise de
conteúdo, segundo o critério de maior número de visualizações indicadas pelo
YouTube.
 Análise de conteúdo dos vídeos, segundo Bardin (2010), sob a ótica
das teorias de aprendizagem.
 Desenvolvimento do Material Didático Pedagógico Audiovisual do
Estudante Universitário, contemplando uma relação entre teorias de
aprendizagem, experiências pessoais dos estudantes Youtubers e estratégias
de estudo aplicadas ao ensino superior.

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), a pesquisa bibliográfica pode


abranger toda bibliografia publicada em relação a um tema de estudo. No campo
das publicações, metodologicamente são considerados: livros, teses, monografias,
publicações avulsas, revistas, pesquisas etc., até meios de comunicação oral como
rádio, filmes e televisão podem ser considerados.
Sendo assim, para o levantamento da revisão bibliográfica utilizada na
pesquisa, foram consideradas referências sobre a temática "teorias de
aprendizagem", pesquisadas em cinco repositórios de pesquisa (listados no Quadro
1). Foram consideradas teses e dissertações da Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações (BDTD) e apenas artigos científicos das demais, publicados
nos últimos cinco anos, ou seja, de 2012 a 2016, de acordo com as palavras-chave

7
Maiores detalhes na seção 5.3.
50

relacionadas: 1) Teorias de aprendizagem; 2) Estratégias de estudo x Ensino


superior; 3) Learning theory; 4) Learning strategies; 5) Study strategies.
Cada repositório possui uma forma de pesquisa. Algumas com muitas opções
de filtros e outras com poucas. Procurou-se, então, delimitar o máximo possível, de
acordo com as ferramentas disponibilizadas em cada situação.

Quadro 18: Número de publicações encontradas nas plataformas de busca.


1 2 3
Palavras-chave SCIELO BDTD ERIC SCIENCE PUBMED
DIRECT
4
1) Teorias de aprendizagem 2 1 0 5 0
5
2) Estratégias de estudo x 11 2 0 3 0
Ensino Superior
6 7
3) Learning theory 7 0 2 18 88
8 9
4) Learning strategies 13 1 6 22 129
10 11
5) Study strategies 3 0 16 57 17
Total Parcial 36 4 24 105 234
Total Geral 403
Fonte: Elaborado pela autora, 2016. Autor.

Notas: Filtros de busca das produções.


1
Coleções: Brasil. Idiomas: Inglês, Português e Espanhol. De 2012 a 2016. Ciências Humanas.
Artigos científicos. Educação e Pesquisa Educacional. Psicologia Multidisciplinar. Entre aspas.
2
Opção: Título. Entre aspas. Tipos de acesso: Open Access. Assunto: Aprendizagem, Learning. De
2012 a 2016.
3
De 2012 a 2016. Livre acesso. Ciências Humanas. Termo entre aspas.
4, 5 e 7
De 2012 a 2016. Journal Articles. Entre aspas. Livre acesso.
6
De 2012 a 2016. Descritores: Adult Learning, Higher Education, Learning Theories. Journal Articles.
Adult Education. Higher Education. Entre Aspas.
8
De 2012 a 2016. Learning Strategies. Journal Articles. Adult Education. Higher Education. Tipos de
acesso: Open Access. Entre aspas.
9
De 2012 a 2016. Journal Articles. Termo entre aspas. Tópico aprendizagem. Livre acesso.
10
De 2012 a 2016. Learning Process. Learning Strategies. Journal Articles. Adult Education. Higher
Education. Entre aspas.
11
De 2012 a 2016. Journal Articles. Termo entre aspas. Tópico aprendizagem. Livre acesso.

Após a identificação de 403 publicações, foi realizada uma triagem a partir de


seus títulos e resumos. As publicações que fugiam ao tema ou eram repetidas foram
descartadas. Assim, 16 artigos científicos de livre acesso (sendo 6 em língua
portuguesa, 3 em língua espanhola e 7 em língua inglesa), foram considerados mais
relevantes para a realização da leitura e fichamento nesta pesquisa.
51

Também foram selecionados, inicialmente, 12 (doze) livros, porém, conforme


a necessidade, outras referências foram acrescentadas.

3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

A metodologia de Análise do Conteúdo foi escolhida para esta pesquisa


devido à variedade de temas contidos nos vídeos do YouTube e à necessidade de
se extrair a essência e a incidência que os conteúdos são citados.
Dessa forma, os seis vídeos selecionados (tiveram como critério o maior
número de visualizações dentre os demais) foram transcritos para a realização da
análise de conteúdo, tomando como parâmetro a metodologia de Bardin (2010),
relacionando os resultados com as principais teorias de aprendizagem aplicadas ao
ensino superior. Pretendeu-se, com isto, verificar de que maneira estas teorias
ficaram evidentes na representação dos estudantes.

3.3 CRITÉRIOS DE LEVANTAMENTO E SELEÇÃO DOS VÍDEOS

Com relação ao objeto de estudo da pesquisa, em um primeiro levantamento,


realizado em 05/10/2016, foi identificada uma população de 44.300 (quarenta e
quatro mil e trezentos) vídeos publicados no YouTube, considerando 6 (seis)
critérios de seleção:
 Relacionados com as palavras-chave "como eu estudo".
 Brasileiros.
 Idioma: Português.
 Publicados em 2016.
 Do tipo vídeo.
 Classificados por relevância8.
O critério de seleção "duração", disponibilizado pelo YouTube, não foi
utilizado porque muitos vídeos eram maiores que quatro e menores que 20 minutos.

8
O YouTube considera diversos fatores para estabelecer a relevância. Não foi possível
encontrar uma lista única. Mas em pesquisas na Internet observou-se que o número de visualizações,
o tempo de postagem, a interatividade dos expectadores, o número de inscritos no canal e um título
que expresse claramente o tema do vídeo são determinantes para se tornarem relevantes.
52

Assim, poderia ser prejudicial à pesquisa. O critério "características" também não foi
considerado por se tratar apenas da versão técnica do vídeo.
A Figura 1, a seguir, apresenta os critérios utilizados para busca dos vídeos,
objeto da pesquisa, de acordo com as ferramentas disponibilizadas pelo YouTube.

Figura 1: Critérios utilizados para busca dos vídeos no YouTube.

Fonte: www.youtube.com

Foram considerados como objeto desta pesquisa apenas vídeos amadores e


de depoimentos pessoais. Os vídeos profissionais, que fugiam à temática estudada
ou que não eram depoimentos pessoais, foram desconsiderados.
De acordo com Lakatos e Marconi (2010), a pesquisa de publicações
compreende quatro fases: identificação, localização, compilação e fichamento.
Dessa forma, torna-se necessário analisar aspectos como independência da fonte,
conteúdo e orientação, difusão e influência, grupos de interesse, bem como
questões referentes às características do conteúdo, aos criadores ou às causas do
conteúdo e à audiência ou efeitos de conteúdo.
Assim, a análise dos dados desta pesquisa consistiu em momentos
descritivos e interpretativos. Para isso, foi tomado como base as principais teorias de
aprendizagem: comportamentalismo, cognitivismo e humanismo, bem como nos
conceitos de Bardin (2010) sobre análise de conteúdo.
53

Dessa forma, foi eleita para esta pesquisa uma amostra composta pelos 50
primeiros vídeos, relacionados no Apêndice A (deste projeto), classificados pelo
YouTube como os mais relevantes.
Assistiu-se a todos e seus tópicos foram listados em fichamentos individuais,
seguindo o modelo do Apêndice B (deste projeto). Esses conteúdos foram, então,
organizados por categorias, que foram criadas com base no índice de recorrência:
 Estudo individual
 Interação
 Organização para os estudos
 Comportamento durante as aulas
 Preparação para as avaliações
 Bem estar físico e mental

3.4 ANÁLISE DE CONTEÚDO

De acordo com Bardin (2010), análise de conteúdo é um conjunto de técnicas


de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens. A análise de conteúdo pode ser uma análise
dos significados, embora possa ser também uma análise dos significantes. A
intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção (ou, eventualmente, de recepção), inferência essa que
recorre a indicadores (quantitativos ou não).
No processo de pesquisa, é necessário que o investigador use a sua
criatividade, intuição, imaginação, principalmente quando for definir as categorias de
análise. Trata-se da reunião de técnicas de análise das comunicações. Para isso, é
necessário que o pesquisador sistematize e objetive os procedimentos na descrição
do conteúdo que será analisado. O que vai importar é a inferência dos
conhecimentos baseados nas condições de produção e de recepção. Esta técnica
permite tanto a abordagem quantitativa quanto a qualitativa ou as duas (BARDIN,
2010).
A análise de conteúdo, nos dias atuais, é auxiliada pelas tecnologias tanto na
coleta quanto na análise de dados. Os programas de análise de dados também são
utilizados na pesquisa qualitativa. Alguns softwares que podem ser encontrados, por
54

exemplo, são o SPSS (utilizado em pesquisas quantitativas), NVIVO (utilizado em


pesquisas qualitativas) e o ManyEyes (que analisa os dados e cria infográficos
personalizados), porém, nenhum desses foi utilizado nesta pesquisa. O processo de
análise de dados, na análise de conteúdo, consiste em algumas etapas que dão
significação aos mesmos. As terminologias são diferentes, de acordo com os
autores que as empregam, mas, em geral, se assemelham.
Bardin (2010) planeja esse processo em três fases:
1. Pré-análise: organização do material, tornando as ideias operacionalizadas e
sistemáticas. Esta fase é caracterizada por cinco etapas:
A. Contato com o material bruto.
B. Demarcação do que será analisado nos documentos.
C. Formulação das hipóteses e dos objetivos do que será analisado.
D. Referenciação dos índices e elaboração dos indicadores em que estes se
referenciam no recorte do objeto de estudo.
E. Preparação do material.
2. Exploratória: definição das categorias e identificação das unidades de registro. É
a fase das interpretações, inferências e descrições analíticas do objeto. A
codificação, a classificação e a categorização são características desta fase.
3. Tratamento dos resultados, inferências e interpretação: nessa fase, a intuição e
a crítica são protagonistas. É a fase mais subjetiva do processo.
Uma das vantagens do método é que ele reduz a complexidade de uma
conexão de textos. A classificação sistemática e a contagem de unidades de texto,
destilam uma grande quantidade de material e uma descrição curta de algumas de
suas características. Uma desvantagem é que ela carrega um componente de
metodologia quantitativa, assim, pode haver detalhes mais importantes que possam
passar despercebidos, por haver uma minimização de uma visão geral do conteúdo.
Dessa forma, diante dos conteúdos identificados nos seis vídeos, realizou-se
um paralelo entre itens que se repetiram nos vídeos e o referencial teórico. As
temáticas identificadas nos vídeos estão organizadas em seis categorias (Estudo
individual; Interação; Organização para os estudos; Comportamento durante as
aulas; Preparação para as avaliações; Bem estar físico e mental), referentes às
estratégias de estudo e aprendizagem. Para facilitar a identificação das transcrições
dos vídeos, utilizamos o seguinte padrão de referência, conforme Apêndice C:
55

T1 para transcrição do vídeo 1: Maisera – SEMANA DE PROVAS


T2 para transcrição do vídeo 2: DEPOIS EU ESTUDO. QUEM NUNCA?
T3 para transcrição do vídeo 3: COMO EU ESTUDO + DICAS PARA SE DAR
BEM NAS PROVAS.
T4 para transcrição do vídeo 4: COMO EU ESTUDO / ME ORGANIZO PARA
AS PROVAS.
T5 para transcrição do vídeo 5: COMO EU PASSEI EM MEDICINA.
T6 para transcrição do vídeo 6: POR QUE EU ESTUDO ISSO? FALA AI.

4 ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DE TÓPICOS PRESENTES NOS CINQUENTA


VÍDEOS

Após tabulação realizada, a partir dos conteúdos dos 50 vídeos previamente


selecionados para a pesquisa, foram identificadas 6 (seis) categorias nas quais os
dados se agrupam: organização para os estudos, bem estar físico e mental,
comportamento durante as aulas, estudo individual, interação e preparação para as
avaliações.
Essas categorias foram observadas após transcrição dos conteúdos e
observação da frequência com que apareciam, ou seja, em quantos vídeos um
determinado tipo de estratégia se repetiu.
Dessa forma, foram analisados 50 vídeos, perfazendo um total de cinco horas
e cinquenta e nove minutos de gravação. Do total de vídeos assistidos, 40 foram
publicados por pessoas do sexo feminino; 9, do sexo masculino e 1 não foi
identificado. Desses, 8 apresentavam aparência de criança, 17 de adolescente, 24
de adulto e 1 não identificado. Esse dado não foi possível identificar precisamente
porque o YouTube não traz essa informação.
Com relação ao ambiente de gravação, ou seja, os espaços em que são
filmados os vídeos:
 25 na sala;
 23 no quarto;
 2 em estúdio.
56

Com relação ao público-alvo (esse aspecto foi observado por meio da


contextualização, referenciação e dedução das pistas textuais):
 18 vídeos referiam-se a estudantes do ensino fundamental e médio;
 10 vídeos referiam-se aos estudantes em geral;
 6 vídeos referiam-se a universitários;
 6 vídeos referiam-se a estudantes de concursos;
 5 vídeos referiam-se ao público religioso;
 4 vídeos referiam-se a vestibulandos;
 1 vídeo referia-se a estudantes de música.
Com relação aos tópicos dos conteúdos, esses foram agrupados em seis
categorias, apresentadas a seguir:
 57 se enquadraram na categoria “Estudo individual”;
 26 se enquadraram na categoria “Organização para os estudos”;
 13 se enquadram na categoria "Interação";
 9 se enquadraram na categoria “Comportamento durante as aulas”;
 8 itens se enquadraram na categoria “Bem estar físico e mental”;
 5 se enquadraram na categoria “Preparação para avaliações”.
Na sequência, são apresentadas as Tabelas 1 a 6 com a síntese e frequência
com que determinados tópicos são sugeridos pelos YouTubers.
A Tabela 1, que trata da temática "Estudo individual", é a que abarca maior
número de itens, sendo constituída por 57 estratégias indicadas pelos estudantes
YouTubers.
É possível observar diversos itens rotineiros da vida estudantil, como, por
exemplo, entre os mais citados, estudar fazendo resumos, destacar textos, estudar
cotidianamente e resolver questões. 34% deles recomendam "utilizar caderno de
resumos". A produção de resumos tem a função de sintetizar, organizar e
sistematizar a informação, conferindo sentido àquilo que é estudado. No entanto,
pesquisa realizada nos Estados Unidos, por Dunlosky et al. (2013), avaliou centenas
de estudos científicos que investigaram dez das estratégias de revisão mais
populares e verificaram que oito delas não funcionam ou mesmo, em alguns casos,
atrapalham o aprendizado. O resumo, sozinho, foi classificado como uma estratégia
com avaliação de baixa utilidade.
57

A utilização de resumos e imagens para aprendizagem de texto mostrou


ajudar alguns alunos em algumas tarefas de critério, mas as condições em que
essas técnicas produzem benefícios são limitadas e ainda é necessária muita
pesquisa para explorar completamente sua eficácia geral. Porém, certamente o
resumo seria melhor que as estratégias de estudo geralmente utilizadas pelos
alunos, como destacar e reler. Nesse caso, seria necessário capacitar os alunos a
desenvolverem resumos consistentes, demonstrando capacidade de síntese e
concisão.
Quase 20% dos estudantes YouTubers recomendam o uso de marca texto,
que exerce a mesma função de sublinhar ou destacar. Essa é uma estratégia de
estudo que se relaciona a busca de foco na leitura e na memória de curto prazo, a
fim de identificar rapidamente a informação que considera relevante. Porém, a
pesquisa de Dunlosky et al. (2013) também considerou uma estratégia de baixa
utilidade. Sozinha, não aumenta consistentemente o desempenho dos alunos.
Explicam que essa estratégia geralmente atrai estudantes porque é simples de usar,
não implica treinamento e não exige que os estudantes invistam muito tempo além
do que já é necessário para ler o material. Ainda assim, a seleção de informações
deve beneficiar a memória mais do que simplesmente ler texto já marcado. Isso se
deve a um fenômeno cognitivo básico conhecido como efeito de isolamento, pelo
qual um item semanticamente ou fonologicamente único em uma lista é muito
melhor lembrado do que suas contrapartes menos distintivas.
De toda forma, destacar partes importantes é mais significativo que apenas
realizar uma leitura e o destaque realizado pelo próprio estudante é mais eficiente
que receber o material que já foi destacado.
16% dos estudantes YouTubers recomendam estudar, escrevendo. Sabe-se
que uma das funções da escrita é organizar e sistematizar o pensamento, isso pode
fazer sentido quando se trata de estratégia de estudo. A escrita, mesmo que seja
parafrástica (reprodução do já dito) e não autoral (produção) é uma forma importante
de fixação de conceitos. Estudar fazendo anotações é uma estratégia tida como
bastante eficiente por diferentes autores em aprendizagem (GALVÃO; CÂMARA;
JORDÃO, 2012). Essa estratégia é condizente com uma teoria influente em
pesquisas cognitivas da memória – a dos níveis de processamento (CRAIK;
LOCKHART, 1975 apud GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012). Pesquisa de Galvão
58

(1999) mostrou as implicações dessa teoria para a aprendizagem, ao demonstrar


que a leitura de textos, fazendo anotações, reforça significantemente o traço de
memória do conteúdo textual. Uma possível explicação para isso é que esta
estratégia de aprendizagem envolve processamento ortográfico e fonológico, o que
remete a domínios auditivos e visuais.
16% dos YouTubers recomendam estudar diariamente. O estudo diário é
hábito a ser construído, é trabalho a ser desenvolvido de maneira autorregulada pelo
estudante. A pesquisa realizada por Dunlosky et al. (2013) identificou que a
distribuição do aprendizado ao longo do tempo, geralmente beneficia a retenção de
longo prazo em detrimento do estudo intenso de curto prazo. Constatou-se que o
desempenho é melhor, quando o intervalo entre as sessões é de aproximadamente
10 a 20% do intervalo de retenção desejado. Por exemplo, para lembrar de algo por
1 semana, os episódios de aprendizagem devem estar espaçados de 12 a 24 horas
de intervalo; para lembrar de algo por 5 anos, os episódios de aprendizagem devem
estar espaçados de 6 a 12 meses de intervalo. Claro que, quando os alunos estão
se preparando para exames, o grau em que eles podem espaçar suas sessões de
estudo pode ser limitado.
De forma geral, há uma grande diversidade de tópicos abordados na Tabela
1. É a mais extensa e talvez isso se deva ao fato de se tratar especificamente do ato
de estudar, enquanto as demais remetem-se a fatores que se relacionam ao ato de
estudar.
Embora alguns tópicos apresentem certa similaridade entre si, mesmo assim,
optou-se por manter a especificidade dada uma função distinta que possa se
adaptar mais a um tipo de área do conhecimento do que a outra. Mesmo que, no
que se refere à frequência, se repita apenas uma vez, ela ocorreu e isso é
importante para a visualização da variedade de estratégias utilizadas.
Alguns desses tópicos exercem grande influência na aprendizagem, como é o
caso de "ler e tentar compreender", "levantar questionamentos sobre o texto e tentar
responder". Esses tópicos tem sua eficiência comprovada tal como mostrado no
estudo de Dunlosky et al. (2013). Já a simples releitura foi classificada como de
baixa utilidade, embora tenham sido comprovados vários benefícios na utilização
dessa estratégia. Isto se deve à quantidade insuficiente de pesquisas que
59

examinaram sistematicamente até que ponto os efeitos de releitura dependem de


outras características dos alunos, como conhecimento ou habilidade prévia.

Tabela 1: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Estudo


Individual”
(1)
N° Estudo Individual n %
1 Utilizar caderno de resumos. 17 34
2 Utilizar marca texto. 9 18
3 Estudar escrevendo. 8 16
4 Estudar cotidianamente. 8 16
5 Utilizar post-it. 7 14
6 Utilizar livros. 7 14
7 Utilizar canetas coloridas. 6 12
8 Resolver questões (exercícios). 6 12
9 Fazer fichamentos com esquemas, desenhos, setas, quadros, 4 8
cores etc.
10 Línguas estrangeiras: utilizar post-its nos objetos para fixar 3 6
vocabulário.
11 Estudar o conteúdo da aula no dia que teve a aula. 3 6
12 Utilizar apostilas. 3 6
13 Matemática: resolver exercícios (questões). 3 6
14 Inglês: utilizar o aplicativo de celular DUOLINGO. 3 6
15 Reler fichamentos várias vezes. 3 6
16 Fazer tarefas de casa. 2 4
17 Fazer mural com conteúdos importantes que precisam ser 2 4
fixados.
18 Não postergar. 2 4
19 Legislação: compreender a estrutura da lei (títulos, capítulos, 2 4
sessões).
20 Inglês: procurar se familiarizar com a língua. 2 4
21 Inglês: ler materiais em Inglês. 2 4
22 Inglês: ver vídeos em Inglês. 2 4
23 Inglês: ler literatura em Inglês. 2 4
24 Inglês: ouvir músicas em Inglês. 2 4
25 Inglês: utilizar aplicativos de celular que treinam a língua. 2 4
26 Fazer uma primeira leitura do texto e depois voltar marcando as 2 4
partes mais importantes.
27 Corrigir questões resolvidas e revisar o que errou. 2 4
28 Destacar, no material de estudo, conteúdos que errou ao resolver 3 6
exercícios.
29 Utilizar fones de ouvido para aumentar a concentração. 2 4
30 Matemática: pular linhas, utilizar letras grandes. 1 2
31 Não há uma única forma de estudar. Cada um aprende de um 1 2
jeito.
32 Procurar ver a aplicação dos conteúdos no dia a dia. 1 2
33 Procurar curiosidades sobre os conteúdos que estão sendo 1 2
estudados.
34 Concursos: estudar conteúdos do edital. 1 2
35 Legislação: conferir o que não entendeu da lei em outras fontes. 1 2
36 Tentar decorar. 1 2
37 Estudar revistas. 1 2
38 Estudar jornais. 1 2
60

39 Inglês: é preciso querer aprender. 1 2


40 Inglês: escrever letras de músicas. 1 2
41 Inglês: decorar verbos. 1 2
42 Inglês: decorar verbo to be. 1 2
43 Inglês: anotar em um caderno as palavras que você já sabe, sem 1 2
colocar significados.
44 Inglês: pronunciar palavras em voz alta. 1 2
45 Inglês: ler textos em voz alta. 1 2
46 Comparar resumo com os materiais para verificar se não 1 2
esqueceu nada importante.
47 Utilizar audio-book. 1 2
48 Utilizar PDFs de conteúdos. 1 2
49 Tentar compreender o que se lê. 1 2
50 Procurar resolver exercícios de múltipla escolha por exclusão. 1 2
51 Português: não estudar a gramática pura. 1 2
52 Ler e tentar compreender. 1 2
53 Religioso: estudar os personagens e não os livros da bíblia. 1 2
54 Ler sobre o assunto antes da aula. 1 2
55 Fazer resumo do resumo com conteúdos que encontrou mais 1 2
dificuldades.
56 Utilizar clips coloridos. 1 2
57 Levantar questionamentos sobre o texto e tentar responder. 1 2
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

A Tabela 2 está constituída de itens relacionados à "Interação". Lev Vygotsky


afirmava que o desenvolvimento cognitivo do aluno acontece por meio da interação
social, ou seja, sua interação com outros indivíduos e com o meio.
Dessa forma, nessa tabela, pode-se observar interações entre o estudante e
as tecnologias digitais, o estudante e o professor, assim como, entre o estudante e
outros estudantes.
Os itens 1, 2, 7, 11, 12 e 13, tratam da interação entre o estudante e as
tecnologias digitais. O item número 2 apresenta essa interação como um aspecto
negativo, que prejudica os estudos. Já os demais apresentam o uso da Internet
como uma ferramenta de aprendizagem. Dessa forma, 24% dos estudantes
pesquisados acreditam que tirar dúvidas na Internet é uma estratégia eficiente.
Isso demonstra a interação do jovem com a Internet e as redes de
comunicação difundidas na atualidade, confirmando que a sala de aula já não é o
único meio de se obter informação. Muitos estudantes já reconhecem a Internet
como uma alternativa de ambiente de aprendizagem.
Por outro lado, no tópico 2, 12% acreditam que o uso de celular, Internet,
televisão e redes sociais durante os períodos de estudo é prejudicial, porque
61

atrapalha a concentração, um dos pré-requisitos para quem quer aprender. Quando


os próprios youtubers falam que isso leva à distração, há uma comprovação de que
é necessária concentração e foco para o estudo.
Procrastinadores tendem a não resistir a distratores, sendo mais propensos a
substituir a execução de tarefas acadêmicas por alternativas mais atrativas e que
oferecem retorno imediato, como ocorre com o uso de redes sociais da Internet. De
modo geral, a procrastinação é um fenômeno relativamente comum entre os
estudantes, sendo, geralmente, tido como prejudicial à vida acadêmica
(SCHOUWENBURG, 2004 apud SAMPAIO et al., 2012).
Pesquisas recentes têm compreendido a procrastinação como uma falha no
processo de autorregulação da aprendizagem (SAMPAIO et al., 2012). No entanto, à
medida que o indivíduo autorregula sua aprendizagem com eficiência, tende a
procrastinar menos e vice-versa.
Há uma dualidade no uso de tecnologias digitais para os estudos. Trata-se de
ferramentas que podem ser benéficas para as atividades de estudo se bem
utilizadas e prejudiciais se não houver um direcionamento e autorregulação.
“Explicar para alguém ou para si mesmo em frente ao espelho o que
estudou.” foi citado em 4% dos vídeos. Essa estratégia evidenciou nos estudos de
Dunlosky et al.(2013) como de eficiência moderada. Aprender requer autoria, torna-
se necessário ser protagonista do processo, assumir tarefas em vez de receber tudo
pronto. Construir um novo material a partir dos estudos, levantar hipóteses,
questionamentos e, se possível, ensinar alguém.
A autoexplicação pode melhorar a aprendizagem, apoiando a integração de
novas informações com o conhecimento prévio existente. Aparentemente, a maioria
dos estudantes podem se beneficiar da autoexplicação com prática mínima. No
entanto, alguns alunos podem exigir mais instruções para implementar com sucesso
esta estratégia.
Vygotsky considerava o domínio do sistemas de signos fundamental para a
aprendizagem, uma vez que por meio da apropriação e interação com a linguagem
(fala e escrita), via interação social, o sujeito se desenvolve cognitivamente, uma vez
que os significados dos signos são construídos socialmente (MOREIRA, 1999).
62

Esse teórico dedicou anos de estudo para compreender as relações entre o


pensamento e a linguagem. Para Vygotsky, é o pensamento verbal que nos ajuda a
organizar a realidade em que vivemos.
O item 6, "Participar de grupos de estudo", também merece destaque. Demo
(2008) considera o estudo em grupo como importante, porém, para que seja efetivo,
é necessário que cada um estude o conteúdo com antecedência, posteriormente,
cada estudante desenvolva seu próprio material, além do construído pelo grupo.

Tabela 2: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Interação”


Nº Interação n(1) %
1 Ver vídeo aulas no youtube para tirar dúvidas. 7 14
2 Evitar distrações com celular, Internet, TV e redes sociais 6 12
durante os períodos de estudo.
3 Tirar dúvidas com o professor. 3 6
4 Prestar atenção no que o professor enfatiza e destacar no 2 4
caderno.
5 Explicar para alguém ou para si mesmo em frente ao 2 4
espelho o que estudou.
6 Participar de grupos de estudo. 2 4
7 Pesquisar o que não sabe na Internet. 2 4
8 Matemática: pesquisar o que não sabe na Internet. 1 2
9 Inglês: praticar a língua falando com estrangeiros. 1 2
10 Inglês: pesquisar no YouTube pessoas que ensinam como 1 2
aprender a língua.
11 Estudar por vídeo aulas. 1 2
12 Assistir vídeo aulas antes de iniciar o estudo de um 1 2
conteúdo, para contextualizar.
13 Na véspera das provas, assistir vídeos referentes ao 1 2
conteúdo estudado.
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

A Tabela 3 está constituída por subcategorias relacionadas à temática


"Organização para os estudos". 22% dos estudantes consideram importante "Ter um
cronograma de estudos", 20% recomendam "utilizar agenda física ou digital para se
organizar" e 8% orientam os estudantes a "Buscar ser organizado".
Os três itens, 1, 2 e 3, bem como o item 5, "Manter o caderno organizado"; o
item 8, "Utilizar pasta sanfonada para organizar os materiais"; o item 15, "Ter um
controle de notas"; o item 16, "Ter um relatório das atividades já desenvolvidas"; o
item 19, "Usar cadernos ao invés de fichário” e o item 20, "Fazer cronogramas
realistas e buscar cumpri-los", estão relacionados à temática organização, e, dessa
63

forma, essa temática foi citada 36 vezes, em um universo de 44 videos, o que


representa 81,8% da tabela.
Isso evidencia que o estudante, por não ter este tipo de estratégia, pode se
perder ou esquecer de coisas importantes na rotina de estudo. A organização ajuda
o estudante a manter o foco no que está sendo estudado. A desorganização pode
desencadear distração e procrastinação. Uma boa gestão do tempo e dos materiais
auxiliam no estabelecimento de rotinas de estudo, com maior economia de tempo,
evitando prejuízos na vida acadêmica.
Outras questões que envolvem a organização, porém, do ambiente de
estudos, estão relacionadas no item 6 "Procurar um ambiente adequado para
estudar", no item 9 "Não estudar no sofá, na cama, etc.", no item 17 "Procurar
estudar em ambientes com pouca poluição visual" e no item 26, "Deixar tudo que irá
precisar perto de si, evitando ter que interromper os estudos para buscá-los". Dessa
forma, pode-se observar que itens relacionados com a organização do ambiente de
estudos foram citados 8 vezes. Isto significa 18,18% em um universo de 44 citações.
De acordo com Alves (2014), a poluição visual se dá quando as informações visuais
estão em excesso ou algum fator que cause algum estresse estético no ambiente,
afetando a qualidade de vida dos seres humanos. A sua exposição prolongada afeta
a saúde humana provocando desconforto visual, estresse e até transtornos à saúde
mental. Assim, pode-se considerar a organização do ambiente de estudos um
aspecto positivo para a aprendizagem. Embora não tenha sido encontrada pesquisa
que comprove sua efetividade no ramo da educação, um ambiente visualmente
poluído pode desviar o foco e a atenção.
Outra questão, abordada na Tabela 3, é a gestão do tempo e conteúdo de
estudos, que pode ser observada no item 4, "Fazer pequenos intervalos entre os
períodos de estudo"; no item 7, "Dedicar mais tempo de estudo aos conteúdos que
possui mais dificuldade em aprender"; no item 14, "Estudar até uma hora seguida
cada disciplina. Não mais"; no item 18, "Mesclar conteúdos de humanas com
conteúdos de exatas"; no item 21, "Prever sempre meia hora a mais para cada
período de estudo devido às pausas"; no item 22, "Intercalar conteúdos mais difíceis
com conteúdos mais fáceis" e no item 24, "Procurar fazer coisas que descansem o
cérebro durante as pausas".
64

Galvão, Câmara e Jordão (2012) afirmam que a aprendizagem se beneficia


mais da prática distribuída do que da prática concentrada. Intervalos prolongados de
descanso, seguidos de sessões curtas de estudo, são mais eficientes para a
aprendizagem. As pausas e os revezamentos de conteúdos podem ser positivos,
bem como o foco em conteúdos de maiores dificuldades. Aprender efetivamente
exige tempo para o amadurecimento das ideias. Fazer pequenas pausas de estudo
também é positivo.

Tabela 3: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Organização


para os estudos”
Nº Organização para os estudos n %
1 Ter um cronograma de estudos. 11 22
2 Utilizar agenda física ou digital para se organizar. 10 20
3 Buscar ser organizado. 4 8
4 Fazer pequenos intervalos entre os períodos de estudo. 4 8
5 Manter o caderno organizado. 4 8
6 Procurar um ambiente adequado para estudar. 3 6
7 Dedicar mais tempo de estudo aos conteúdos que possui 3 6
mais dificuldade em aprender.
8 Utilizar pasta sanfonada para organizar os materiais. 3 6
9 Não estudar no sofá, na cama, etc. 2 4
10 Listar as disciplinas/conteúdos que você estuda, destacando 2 4
o que tem mais dificuldade.
11 Criar uma legenda de cores para marcações no texto. 2 4
12 Ter foco. 1 2
13 Ser comprometido. 1 2
14 Estudar até uma hora seguida cada disciplina. Não mais. 1 2
15 Ter um controle de notas. 1 2
16 Ter um relatório das atividades já desenvolvidas. 1 2
17 Procurar estudar em ambientes com pouca poluição visual. 1 2
18 Mesclar conteúdos de humanas com conteúdos de exatas. 1 2
19 Usar cadernos ao invés de fichário. 1 2
20 Fazer cronogramas realistas e buscar cumpri-los. 1 2
21 Prever sempre meia hora a mais para cada período de 1 2
estudo devido às pausas.
22 Intercalar conteúdos mais difíceis com conteúdos mais 1 2
fáceis.
23 Ter um HD externo para organizar e gravar materiais de 1 2
estudo.
24 Procurar fazer coisas que descansem o cérebro durante as 1 2
pausas.
65

25 Fazer levantamento das disciplinas que serão cursadas no 1 2


próximo semestre e procurar conhecer o perfil de seus
professores e o nível de dificuldade de cada uma.
26 Deixar tudo que irá precisar perto de si, evitando ter que 2 4
interromper os estudos para buscá-los.
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

A Tabela 4 trata sobre o "comportamento dos estudantes durante as aulas".


Observa-se que, ao destacarem essa temática, os estudantes estão evidenciando a
importância de valorizar e aproveitar o que é apresentado em sala de aula. Hoje em
dia, é muito frequente observar as pessoas tirando fotos de slides e conteúdos, uma
vez que nem sempre estarão disponíveis novamente, dada a velocidade e
quantidade de conteúdos que são apresentados.
A aula é a oportunidade que o estudante tem de socializar o novo
conhecimento, tirar dúvidas, debater e amadurecer ideias. Prestar atenção ao que
está sendo explicado pelo professor é a alavanca para aprofundar-se
posteriormente. Dessa forma, "ser frequente às aulas", item 5, é pré-requisito
mínimo para um bom estudante.
Embora a aula não seja o único ambiente de aprendizagem na vida de um
estudante, a participação durante as aulas e a autoria na construção de materiais, a
partir das atividades e explicações do professor, podem ser decisivos para a
aprendizagem.
Itens como o número 1, 6 e 8 são relativamente polêmicos e vão depender do
perfil do professor, assim como do perfil do aluno. Mesmo tendo a autorização do
professor para gravar aulas ou tirar fotos dos slides, é preciso que se faça algo
produtivo com este material e que outras estratégias estejam associadas.

Tabela 4: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Comportamento


durante as aulas”
Nº Comportamento durante as aulas
n(1) %
1 Gravar as aulas do professor para ouvir no momento do 5 10
estudo individual.
2 Anotar tudo o que o professor fala. 3 6
3 Tirar dúvidas com o professor. 3 6
4 Prestar atenção no que o professor enfatiza e destacar no 2 4
caderno.
5 Não faltar às aulas. 1 2
66

6 Tirar fotos dos slides do professor e organizar em pastas 1 2


digitais.
7 Anotar, com as próprias palavras, o que o professor fala. 1 2
8 Imprimir os slides do professor. 1 2
9 Fazer um relatório das aulas para se organizar para as 1 2
próximas aulas.
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

Cabe destacar, na Tabela 5, "Preparação para as avaliações", a percepção


que os estudantes têm das avaliações e, por meio da recorrência daquilo que eles
falam, infere-se a forma como as instituições lidam com os processos de
aprendizagem. Ou seja, estuda-se para se preparar para as provas e testes, não
para uma verdadeira aprendizagem.
Sabe-se que estudar para um teste é diferente de estudar para a formação
humana e profissional. Primeiramente, é necessário identificar o objetivo do estudo
para, então, escolher as estratégias que serão utilizadas.
“Estudar para as provas com antecedência” está relacionado a vários fatores
como a quantidade de conteúdo e evitar imprevistos, por exemplo.
O item 1, "estudar para as provas com antecedência", parece positivo, uma
vez que a aprendizagem exige tempo para amadurecimento. Conforme já foi dito,
estudar cotidianamente, homeopaticamente e constantemente é mais efetivo que
estudar intensamente em um curto espaço de tempo. No entanto, há um equívoco
no objetivo do estudo, uma vez que se o objetivo é a aprendizagem, a avaliação
torna-se uma etapa do processo e não um fim em si mesma.
Dependendo da finalidade que se objetiva, por exemplo, estudar para um
processo seletivo, "Resolver provas anteriores" podem auxiliar o estudante a
compreender o estilo da banca e talvez prever algumas questões ou conteúdos que
podem ocorrer. Em alguns casos, a resolução de provas anteriores pode funcionar
como um treinamento e fixação de conteúdos.
"Estudar os resumos (não apenas) na véspera das avaliações (como
constantemente)" pode ajudar a recordar e fixar alguns conhecimentos ou identificar
lacunas que precisam ser superadas. A revisão constante é positiva para a
passagem da informação da memória de curto prazo para a memória de longo
prazo, transformando-se, assim, em conhecimento permanente.
67

O item 4, "focar em perguntas discursivas", pode ser positivo se a avaliação


tiver este formato. Mas não evidencia uma estratégia de alta eficiência, uma vez que
há avaliações de múltipla escolha ou de resolução de cálculos, por exemplo.
Criar associações para decorar fórmulas ou conceitos, conforme citado no
item 5, pode gerar resultados positivos para alguns estudantes, uma vez que a
aprendizagem pode ocorrer por associação, conforme explicam as teorias
associacionistas. Os alunos, muitas vezes, têm que aprender grandes quantidades
de informações, o que exige que eles identifiquem o que é importante e acabam por
criar associações entre si.

Tabela 5: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Preparação para


avaliações”
Nº Preparação para avaliações n(1) %
1 Estudar para as provas com antecedência. 4 8
2 Resolver provas anteriores. 3 6
3 Na véspera das provas, estudar os resumos. 1 2
4 Focar em perguntas discursivas. 1 2
5 Se precisar decorar alguma fórmula ou conceito, o melhor é 1 2
associar a alguma coisa.
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

É preciso considerar o estado emocional do aprendiz e sua pré-disposição em


aprender. Os tópicos relacionados na Tabela 6, "Bem estar físico e mental",
evidenciam questões relacionadas à saúde, como a qualidade do sono, alimentação
e prática de atividades físicas afetam o desempenho do estudante. Podendo
beneficiar ou prejudicar sua aprendizagem. O bem estar e o relaxamento são pré-
requisitos. Não há aprendizagem efetiva, se o estudante está cansado, adoentado
ou sob pressão.
Os hábitos de "ingerir água", "alimentar-se bem", "praticar atividade física" e
"dormir bem" previnem uma série de prejuízos à saúde que podem prejudicar o
desempenho na aprendizagem.
Da mesma forma, "ter momentos de lazer" é fundamental para o descanso
físico e mental. Todo ser humano precisa de pausas para a renovação.
68

É evidente que "utilizar roupas confortáveis" é positivo para os momentos de


estudo. Uma vez que roupas que apertam ou pinicam atrapalham a concentração,
desviando o foco do que se objetiva.
Os estudantes são diferentes, possuem particularidades específicas. Há
estudantes que se adaptam melhor estudando pela manhã, outros à tarde, outros à
noite ou, ainda, pela madrugada. Isso vai depender da rotina de vida e do horário
biológico de cada um. Assim, é importante buscar o autoconhecimento, a fim de
cada um extrair o seu melhor potencial de aprendizagem.

Tabela 6: Distribuição de subcategorias de acordo com a temática “Bem estar físico


e mental”

Nº Bem estar físico e mental n(1) %


1 Tomar água durante o período de estudo 4 8
2 Ter uma alimentação saudável 4 8
3 Praticar atividade física regularmente 3 6
4 Observar o horário do dia que seu organismo reage melhor 3 6
aos estudos
5 Ter momentos de lazer 2 4
6 Dormir bem 2 4
7 Respeitar o horário de lazer como se respeita os horários 1 2
dos estudos
8 Usar roupa confortável durante os períodos de estudo 1 2
Fonte: Da autora, 2017.
(1)
Nota: O n destas variáveis se refere ao número de vídeos em que o conteúdo foi citado.

De modo geral, com relação à frequência em que os conteúdos aparecem nas


6 categorias, os conteúdos mais citados foram:
1º Utilizar caderno de resumos;
2º Ter um cronograma de estudos;
3º Utilizar agenda física ou digital para se organizar;
4º Utilizar marca texto;
5º Estudar escrevendo e
6º Estudar cotidianamente;
A forma como os estudantes do YouTube percebem e utilizam as estratégias
de estudo pode representar o modelo de ensino das instituições de ensino do país.
69

No entanto, o fato de muitos estudantes aplicarem determinadas estratégias não


significa que haja comprovação científica sobre sua eficiência para a aprendizagem.
Além disso, de acordo com Dunlosky et al. (2013), o aprendizado vem da
compreensão geral de um conteúdo, da seleção dos itens importantes, da elaboração
desses itens pelo estudante e da testagem dessa elaboração. Cada estratégia utilizada é
apenas uma etapa desse processo.

4.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS 6 (SEIS) VÍDEOS


SELECIONADOS

Após análise geral dos 50 vídeos, foram selecionados 6 vídeos, que


apresentam maior número de visualizações, segundo o YouTube, mais visualizados
para realização de análise.
Quadro 19: Descrição dos 6 vídeos selecionados para análise de conteúdo.
Caracterização Imagem do vídeo
VÍDEO 1:
Maisera – SEMANA DE PROVAS

Data de publicação: 22/06/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 260.677
Sexo: feminino.
Faixa etária: adolescente.
Ambiente: escritório.
Público-alvo: Ensino fundamental e médio.

Fonte: encurtador.com.br/ksFMW
VÍDEO 2:
DEPOIS EU ESTUDO. QUEM NUNCA?

Data de publicação: 17/04/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 291.183
Sexo: feminino.
Faixa etária: criança.
Ambiente:sala.
Público-alvo: Ensino fundamental.

Fonte: encurtador.com.br/mosBH
70

VÍDEO 3:
COMO EU ESTUDO + DICAS PARA SE DAR
BEM NAS PROVAS

Data de publicação: 15/10/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 38.061
Sexo: feminino.
Faixa etária: adulta.
Ambiente: closet.
Público-alvo: Ensino superior.
Fonte: encurtador.com.br/gmtE6
VÍDEO 4:
COMO EU ESTUDO / ME ORGANIZO PARA AS
PROVAS

Data de publicação: 17/04/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 291.183
Sexo: feminino.
Faixa etária: criança.
Ambiente:quarto.
Público-alvo: Ensino fundamental.

Fonte: o link não está mais disponível.


VÍDEO 5:
COMO EU PASSEI EM MEDICINA - ROTINA DE
ESTUDOS

Data de publicação: 15/02/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 15.134
Sexo: feminino.
Faixa etária: adulta.
Ambiente: quarto.
Público-alvo: Ensino superior.

Fonte: encurtador.com.br/bgMZ0
VÍDEO 6:
POR QUE EU ESTUDO ISSO? FALA AI

Data de publicação: 09/03/2016


Nº de visualizações em 05/10/2016: 181.531
Sexo: feminino.
Faixa etária: adulta.
Ambiente: sala.
Público-alvo: Estudantes em geral.

Fonte: encurtador.com.br/bnoK4

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


71

4.2.1 Os contextos de desenvolvimento e estilo dos vídeos

Vídeos amadores de experiências pessoais, filmados em ambiente doméstico,


muitas vezes, no quarto ou na sala de casa. Geralmente não há mais ninguém no
ambiente e a pessoa se direciona para a câmera como se estivesse falando
diretamente com o interlocutor.
a) Estética pessoal e do ambiente: Observa-se uma preocupação com a
estética pessoal e do ambiente. Fica evidente uma preparação prévia. Preocupação
com maquiagem, cabelo, roupa e o fundo da imagem. Ambientes teatrais,
preparados especialmente para as filmagens. Durante a filmagem essa preocupação
se evidencia, uma vez que ajeitam o cabelo e fazem poses, como se estivessem em
frente ao espelho.
b) Sexo dos autores: Feminino.
c) Idade dos autores: Uma criança, duas adolescentes e três adultas. Não se
pode precisar as idades das mesmas, uma vez que o YouTube não fornece esta
informação.
d) Linguagem utilizada: Linguagem informal. Discurso direto. Verbo e
pronome em primeira pessoa. Verbos no modo imperativo.
Observa-se uma constância na linguagem utilizada. No geral, predomina a
linguagem informal. Certamente isso ocorre por se tratar de vídeos amadores, em
que a modalidade de linguagem é oral, de fala, que é espontânea, mesmo que
controlada por um roteiro escrito de temas. Talvez isso ocorra na intenção de firmar
uma relação mais estreita com o expectador, que, em sua maioria, é jovem e
estudante. Pode-se observar essas ocorrências em vários trechos, a exemplo
podemos citar: "eu vim mostrar pra vocês como é que eu estudo", "Vim dar alguns
truquezinhos que eu faço", "Cê tá ligado que eu fiz CNA né?", reduções “pra”, “tá”,
“cê”, diminutivos “truquezinhos.
Da mesma forma observa-se o predomínio da função apelativa, em vocativos,
interjeições e pronomes a fim de estabelecer contato e interlocução. Como é
possível verificar em: "Oi, Oi, gente!", "Gente, estudar é muito importante pro nosso
futuro", "Ei, gente! Como vão vocês?", "O vídeo de hoje é um vídeo que vocês
pediram muito", "Então, os materiais que você vai precisar e os materiais que eu
usava é coisa simples, gente", "eu sei que você não quer ler os Luzíadas".
72

Em vários momentos, também se observa um discurso narrativo do tipo


depoimento/dica: "Em minha escola não tem uma semana de provas inteira", "eu
senti a necessidade de fazer esse vídeo porque na semana passada", "eu faço, todo
mês, esse calendário aqui", "No vídeo de hoje eu vim contar, com detalhes", "E pra
arte de Romero Brito existir ele teve todo um passado atrás".
O discurso em 1ª pessoa é um dos traços de depoimento pessoal, trazendo
uma carga de subjetividade, mas é curioso porque, mesmo sendo YouTubers
diferentes, o tema, o estilo, o formato são muito similares. Verbo no modo imperativo
seria um indício de inversão de papeis tal qual o docente em sala de aula, que
procura dar ordens aos alunos: leiam, façam, tente, anote, compartilhem, me conta,
etc.
e) Interlocutor: Geralmente as autoras referem-se a estudantes do mesmo
nível de formação, que estão vivenciando a mesma fase estudantil. Isso também
pode ocorrer pelo ramo de interesse. Algumas marcas de interlocução observadas
são: “gente!”; “você”; “vocês”; “cê”; “vestibulandos”; “estudantes”; como usam os
vocativos para chamar a atenção do interlocutor.
f) Número de visualizações: Foram selecionados para análise de conteúdo
os 6 vídeos, dentre os 50, indicados pelo YouTube como os mais visualizados.
g) Marketing de marcas e empresas: É preciso considerar que as autoras
dos vídeos selecionados são Youtubers, ou seja, já possuem o hábito de publicar
vídeos sobre diversas temáticas e já possuem número considerável de seguidores
em seus canais. Dessa forma, essas pessoas fazem do YouTube um meio de vida.
Portanto, há um apelo por mais seguidores e, em alguns casos, utilizam suas
imagens para promover produtos, empresas ou serviços. Como os seis vídeos
selecionados foram os mais visualizados, é natural que os mais visualizados sejam
os que sofreram maior investimento de marketing para estarem em evidência. De
toda forma, não diminui, assim, a importância para este trabalho, uma vez que
apresentam experiências pessoais e servem como modelo de comportamento para
milhares de seguidores que se identificam, curtem e compartilham seus conselhos.
Seguem alguns trechos que comprovam o apelo marqueteiro:
73

Figura 2: Estudante mostrando o novo computador.

Fonte: encurtador.com.br/ksFMW

(T1) Aparentemente é um Dell Inspirion 13 700, normal ne. Mas aí que


você não conhece o meu Dell novo, por que, olha isso gente... essa semana
eu recebi o.… esse novo computador da Dell pra testar enquanto eu estiver
escolhendo material pro canal e pra assistir minhas séries, o que é muito
legal... É valeu à Dell por ter me emprestado um novo amiguinho pra
estudar.

Figura 3: Estudante explicando sobre o ensino no CNA.

Fonte: encurtador.com.br/bnoK4

(T6) Cê tá ligado que eu fiz CNA né? Se liga, trouxe aqui pra você o livro
com realidade aumentada, que vai te ajudar a aprender muito melhor. Aqui
dentro tem acesso à plataforma 360, aonde você vai aprender através de
jogos e aplicativos. Tá ligado também Kier Colds, você sabe o que é Kier
Colds? Aqueles códigos... Não, relaxa com isso, o CNA tem professores On
line, que ficam disponíveis pra tirar suas dúvidas quando você tá fora da
sala de aula. Yeah. E olha só que irado o material com personagens da
Disney, você gosta, o Marcelinho gosta, todo mundo gosta dos personagens
da Disney. Não se preocupa, que assim que a gente terminar essa partida,
ou melhor, assim que eu ganhar essa partida, eu vou te levar lá no CNA,
porque ninguém tem o que o CNA tem. E o quanto antes você fizer a sua
matricula, a nossa sorte é que tem um CNA bem aqui perto, melhor, porque
você ganha o presente, que é esse caderno irado, com a capa 3D e
aproveita também as condições especiais que tão lá esperando você, tá!
Então, cara, calma!... Eu vou deixar o link do CNA aqui em baixo dessa
descrição. Se você não sabe, eu fiz CNA. Eu aprendi falar Inglês lá, então
eu sei me comunicar com o mundo, graças a ele. Então, é sério, dá uma
olhadinha. Chama o seu pra ver esse vídeo e fala: Pai, você não vai querer
74

que eu seja assim, né? Me pôe no Inglês. Tá aqui ó! Com certeza vai achar
o CNA mais próximo de você!... Muito obrigado ao CNA pela parceria no
vídeo. Eles sempre estiveram presentes comigo quando eu tava estudando,
afinal, aprendi Inglês lá e, sem brincadeiras, eu super recomendo e agora,
também tão aqui dando altos apoios no canal... E vou deixar aqui em baixo
na descrição, também, todas as informações do CNA pra você que se
interessou e quiser aprender Inglês e não pagar micões por ai na vida, né.

h) Apelo por seguidores: Em 5 dos 6 vídeos analisados foi possível


observar o apelo por seguidores, tanto no YouTube, como em outras redes sociais.

Quadro 4: Apelo por seguidores.


(T1) Vou continuar dando atenção pra
vocês, mas também tenho que continuar
estudando, então, se inscreva no canal e assista
esse último vídeo, que foi meu Blog na Disney
com a Bia. Dê um like se você gostou. E isso.
Beijo!

Fonte: encurtador.com.br/ksFMW.
(T3) Se vocês gostaram compartilhem e
me conta aqui nos comentários se tem algum
truque que você faz que é diferente das coisas
que eu faço, tá! Porque, né, um truquezinho a
mais é sempre válido. Um beijo pra vocês e até o
próximo vídeo e tchau!

Fonte: O link não está mais disponível.


(T5) Se gostaram, clique em gostei,
compartilhe com seus amigos aí, vestibulandos,
estudantes. Compartilhem com eles, me deixem
comentários, não esqueçam, se inscrevam no
canal e nos vemos no próximo vídeo. Tchau...

Fonte: encurtador.com.br/bgMZ0

Fonte: Da autora, 2018.


75

4.3 ESTRATÉGIAS DE ESTUDO IDENTIFICADAS EM CADA


CATEGORIA

4.3.1 Modelo de ensino e de estudo

A partir dos depoimentos dos estudantes divulgados por meio de vídeos é


possível apreender suas concepções de ensino-aprendizagem.
O vídeo 6, por exemplo, foi totalmente dedicado à questão da aplicabilidade
dos conteúdos ensinados nas escolas para a vida dos estudantes. A autora, de
forma descontraída, faz uma crítica sobre “o que” e “como” as escolas ensinam e “o
que” os estudantes pensam a respeito: “sabe quando você tá estudando e você se
pergunta: quando é que eu vou utilizar isso na minha vida?”. No desenvolvimento do
vídeo, acaba-se por comprovar que muitos conteúdos ensinados são importantes e
aplicáveis à vida das pessoas “Mas vai por mim, tem coisa que você usa sim!...”,
porém, fica claro que a escola não evidencia esta aplicabilidade e os estudantes
estudam sem entender “o porquê” e “para quê”. Desta forma, observa-se um ensino
descontextualizado e um processo de aprendizagem de certa forma sem sentido.

(T6) ... sabe quando você tá estudando e você se pergunta: quando é que
eu vou utilizar isso na minha vida? Afinal, são anos e anos de estudo e é
muita coisa pra aprender e muita coisa pra se lembrar depois que você sai
da escola, né? Mas vai por mim, tem coisa que você usa sim!... Talvez
Bhaskara a gente não vai usar. A não ser que você seja um engenheiro.
Mas o resto... Principalmente a regra de três. Regra de três é solução da
vida... Você precisa saber o que aconteceu lá no passado pra saber para
onde você está indo. Pra entender tudo que está surgindo hoje em dia.
Então, por isso que é importante prestar atenção na aula de Artes, prestar
atenção na aula de literatura... Romero Brito é mais atual, mas você teve
também o que... Van Gogh... é.… gente, eu tive aula disso... Tá vendo!
Esqueci o nome dos outros caras... Tem muito... Nome! Nome... Aiii ... Meu
professor de Arte e Cultura da faculdade ia ficar muito bravo comigo agora.
Professor, eu lembro. É que deu branco agora... Hoje eu acho o Inglês tão
primordial quanto Português. Porque é a principal linguagem de
comunicação do mundo. Então pode, você pode ir pra Madagascar, que se
você falar Inglês, você vai conseguir se comunicar. Você pode ir pra China,
que você vai conseguir se comunicar em Inglês. Então, tipo, o mundo inteiro
fala Inglês. Então, é de extrema importância, que você saiba falar Inglês...
Tá aí, eu acho que é um dos mais importantes de todos. Porque, cara,
Português é uma coisa que você usa no seu dia a dia. Você não vai querer
ser um adulto, que vai chegar numa reunião com um cliente, com um chefe
e falar: pra mim fazer alguma coisa. Não, não seja essa pessoa... Não só
falar como escrever. Escrever é de extrema importância. Principalmente
quando você for mandar e-mail errado, você vai ser motivo de chacota pra
pessoa que leu. A pessoa vai falar: que burra! É, tem tanta coisa que a
gente acha que nunca vai usar na vida, né senhores? Acontece que, não! A
76

gente usa muita coisa que a gente aprendeu na escola, que a gente nem
percebe que foi importante.

No trecho “gente, eu tive aula disso... Tá vendo! Esqueci o nome dos outros
caras...”, pode-se verificar que, embora a estudante tenha confirmado que assistiu à
aula do conteúdo, já não se lembrava mais, confirmando a fragilidade da qualidade
de aprendizagem ocorrida.
Uma estratégia de estudo que poderia ser extraída deste trecho seria buscar
entender a aplicabilidade dos conteúdos estudados no cotidiano. Isto fica evidente
no trecho "quando é que eu vou utilizar isso na minha vida?". Quando o estudante
não é capaz de perceber a aplicabilidade dos conteúdos, o estudante também não é
capaz de perceber a importância de aprendê-los.
A Youtuber também tenta fazer os estudantes pensarem sobre esta
importância em diferentes disciplinas estudadas na escola: matemática, história,
artes, inglês, português, para suas vidas, mesmo que, no momento estudado, não
faça muito sentido.
Sendo assim, faz-se necessário contestar a forma como os conteúdos são
ensinados, o modelo de escola e de ensino, bem como o papel do professor
enquanto mediador do processo. Quando o aluno estuda de forma
descontextualizada, observa-se o que Ausubel chamava de aprendizagem
mecânica.
O novo contexto educacional requer que os estudantes desenvolvam a
capacidade de pensar sobre os próprios pensamentos e sobre o próprio processo de
aprendizagem. Envolve, do ponto de vista do indivíduo, a interação entre aspectos
metacognitivos e autorreguladores (GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012). Uma vez
que suas concepções de aprendizagem interferem na forma como enfrentam o
cotidiano e as tarefas escolares.
Certamente estudantes que não conseguem relacionar os conteúdos com a
prática cotidiana também podem estar adotando estratégias superficiais de estudo.
Geralmente estudantes que adotam estratégias superficiais são motivados
especialmente pela busca em atender às expectativas de uma determinada
instituição ou pelo medo do fracasso escolar. Dessa forma, simplesmente realizam
tarefas por meio da utilização de fragmentos de informações ou ideias sem relações
77

entre si (STIERNBORG; GUY; TINKER, 1997 apud GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO


2012).
Outra questão seria a bagagem de conhecimentos já adquirida pelos
estudantes. Uma vez que, em pesquisa realizada por Haugen (2015), observou-se
que alunos com alto desempenho demonstravam um vocabulário rico, muito
conhecimento para se embasarem e experiências relevantes a partir de suas vidas
fora do contexto escolar, além de uma origem social privilegiada.
Conforme se observa no trecho da Youtuber, as oportunidades de
aplicabilidade dos novos conhecimentos, assim como o apoio para a
contextualização facilitam a aprendizagem. Os ambientes que esses estudantes
frequentam e o nível de formação das pessoas com quem convivem podem
contribuir positiva ou negativamente para o seu bom desempenho.
Aprendizes que relacionam a matéria com seu conhecimento prévio e
experiências pessoais estão predominantemente motivados pelo interesse ao objeto
de estudo e/ou reconhecem a sua relevância. Isso leva a processos de
aprendizagens ativas, faz com que os mesmos busquem padrões, relacionem ideias
e utilizem a lógica argumentativa (ENTWISTLE, 2000 apud GALVÃO, CÂMARA;
JORDÃO, 2012).
Essa concepção nos remete ao pensamento do teórico cognitivista David
Ausubel, o qual acreditava que era necessário considerar o conhecimento prévio do
aluno para a aprendizagem. Somente assim seria possível ocorrer a aprendizagem
significativa.
Outro teórico que pode ser citado é Lev Vygotsky, que considerava a
aprendizagem como um processo social. Para ele, o homem modifica o ambiente e
o ambiente modifica o homem. Assim, o desenvolvimento cognitivo é a conversão de
relações sociais em funções mentais.
Jean Piaget, outro cognitivista e construtivista, reforça essa teoria, pois,
acreditava que a aprendizagem depende de conhecimentos e experiências
adquiridas anteriormente por cada pessoa.
78

4.3.2 Organização para os estudos

4.3.2.1 Ambiente de estudos

De acordo com Castro (2015), a maioria dos estudantes têm dificuldade de


estudar em ambientes desconfortáveis, cheio de convites que induzem a desviar o
foco. Há uma certa tentativa de se evitar um confronto com nossa ignorância, uma
vez que estudar nos mostra o quanto ainda não sabemos. Adaptar o espaço físico
pode evitar que o estudante se disperse.

(T4) Eu acho muito importante você ter um lugar para o estudo. Por
exemplo, essa escrivaninha aqui é o local para os meus estudos. Então,
quando você tem o seu lugar para estudo, você sabe quando você tem um
lugar para sentar lá, você vai sentar pra estudar.

É importante buscar manter o ambiente organizado, utilizar móveis que sejam


confortáveis, mas não a ponto de despertar o sono. Precisa haver um lugar para
organizar e guardar os materiais e outra preocupação deve ser com a iluminação
que não pode ser pouca ou excessiva (CASTRO, 2015).

Figura 4: Estudante demonstrando as consequências de estudar em ambiente


inadequado.

Fonte: encurtador.com.br/gmtE6

(T3) Não estude na sua cama, nem em sofás... Não tem como você
escrever. Não tem como você fazer anotação nenhuma. Depois de um
tempo as suas costas começam a doer e a probabilidade de você desistir no
meio do caminho é muito grande, tá.
79

Por outro lado, quando se fala em ambiente de estudo é comum se pensar


em condições externas, como, por exemplo, iluminação, ergonomia, temperatura,
poluição auditiva, etc. Apesar de essas condições serem importantes, não se pode
desconsiderar também as condições internas de aprendizagem. É preciso que haja
um clima mental que melhore a capacidade de aprendizagem. Neste contexto
interno, aprender precisa estar relacionado a situações agradáveis.
Muitos estudantes possuem crenças limitantes sobre o ato de estudar. Muitos
acreditam que estudar exige muito esforço e sacrifício. Essas limitações mentais
propiciam uma disposição negativa para o aprendizado. É preciso reverter este
modelo de pensamento e associar o ato de estudar a uma situação positiva.
No cérebro, distinguem-se três tipos de onda: alfa, beta e teta. Essa última
representa o estado de tranquilidade mental máxima, que geralmente acontece
quando se está dormindo. Mas em nível alfa já é possível grandes possibilidades de
aprendizagem. Assim, estar relaxado, aberto a novas ideologias, bem como
converter pequenos fracassos em experiências e oportunidades de aprendizagem,
torna-se fundamental (MOLINA; ONTORIA; GÓMES , 2004).
Tanto o ambiente externo (poluição visual e sonora, ergonomia, infra
estrutura, materiais de estudo, saúde física), quanto o ambiente interno (psicológico,
emocional, mental) de aprendizagem devem ser considerados na vida estudantil de
um acadêmico. Os dois fatores exercem papel fundamental para o bem estar no ato
de estudar.

4.3.2.2 Agenda/Cronograma/Organização

No levantamento dos 50 vídeos, observou-se que os estudantes


consideraram fundamental nortear-se por meio de um cronograma de atividades pré-
estabelecidas e organizadas em uma agenda ou mural.
80

Figura 5: Cronograma de atividades para organização.

Fonte: o link não está mais disponível para acesso.

(T3) olha só, eu faço, todo mês, esse calendário aqui... E eu vou marcando
os x conforme passar o tempo. Aí, em cada dia eu escrevo o que vai ter... E
também, gente, eu tenho aqui duas agendas... E essa pequenininha aqui eu
uso pra anotar as provas... E daí, conforme vai passando a prova, conforme
eu já fiz a prova, aí eu vou riscando... Eu vou mostrar pra vocês um
aplicativo de celular, que é um aplicativo Agenda do Estudante... E se você
clicar aqui, por exemplo, você vai ver a soma de todas as suas notas das
disciplinas, você pode ver a média... que você tirou na disciplina e tudo
mais.

O trecho extraído do vídeo 3 apresenta um relato de uma estudante que


aparentemente tenta se organizar e busca recursos físicos ou digitais para tal. Mas
nem sempre estsa é uma realidade na vida dos estudantes.
Muitas vezes, a falta de organização atrapalha, porque os estudantes do
Ensino Superior têm diversas atividades e acabam por esquecer, até mesmo, o dia e
o mês em que estão. A maioria dos professores, no primeiro dia de aula,
apresentam a ementa de disciplina e fazem um cronograma com uma previsão das
datas das avaliações e de entregas de trabalho, mesmo assim, muito alunos se
perdem, por falta de organização.
Perder prazos no curso de graduação pode resultar em prejuízos irreparáveis.
Dessa forma, manter-se organizado é uma das primeiras estratégias que podem
beneficiar o sucesso acadêmico, evitando a procrastinação.
É comum que estudantes tentem se organizar, construindo listas de
atividades que necessitam ser realizadas. A princípio, essa ação é positiva no
sentido de evitar o esquecimento. No entanto, Soares (2017) explica que se o
estudante não fixar datas, não tiver foco na tarefa importante e não considerar o
81

tempo que leva para a conclusão do projeto, estará se preparando para o fracasso.
Imprevistos podem ocorrer, porém, se surgirem itens urgentes, devem ser
eliminados o mais rápido possível para abrir caminho para itens importantes.
Na vida de um estudante, há atividades superficiais e atividades profundas. É
comum os mesmos se perderem realizando tarefas de menor importância. As
atividades superficiais podem evitar o fracasso acadêmico, mas são as atividades
profundas que promovem um aprendizado e uma formação efetiva. É preciso,
portanto, dedicar mais tempo a elas.
De acordo com Soares (2017), eventos distantes no tempo tendem a ser
representados de forma mais abstrata do que os eventos que estão prestes a serem
realizados. Isso se deve ao fato de que a clareza favorece a produtividade. A autora
orienta a se delimitar no máximo seis a tarefas a serem realizadas no dia seguinte e
organizá-las por ordem de prioridade. Ao iniciar o dia, isso evitará a confusão mental
e o desperdício de tempo, debatendo sobre o que deve ser feito. Sugere que é
melhor evitar aplicativos ou ferramentas complexas para o planejamento.
Manter o foco nas atividades prioritárias é fundamental para se obter sucesso
em qualquer atividade. Não é possível realizar uma atividade consistente quando se
está dividido entre inúmeras atividades.

4.3.3 Bem estar físico e mental

4.3.3.1 Alimentação

Diversos fatores podem interferir no bem estar físico e mental. A alimentação


é um deles. Devido à sobrecarga de atividades, estilo de vida e falta de tempo para
preparar as próprias refeições, muitos estudantes passam a ter uma alimentação
desequilibrada. Esse fator pode prejudicar o processo de aprendizagem, além de
poder gerar consequências graves à saúde.

(T5)... se alimentem direito... Tudo que você possa manter a sua saúde em
dia, sua mente boa, seu corpo sadio, vale a pena, não é perda de tempo.

A rotina de um estudante costuma ser bastante atarefada e corrida. Com isso,


muitos acabam pulando refeições ou substituindo por lanches rápidos, vez por outra,
não se preocupando com a qualidade nutricional dos alimentos ingeridos. Isso pode
82

estar relacionado ao fato de estarem longe da casa dos pais, em moradias


estudantis, sem companhia na hora das refeições, forçando ao estabelecimento de
novos comportamentos e relações sociais (GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012).
Em linhas gerais, pesquisas realizadas no Brasil identificam que, nos últimos
anos, o país tem apresentado um alto consumo de alimentos processados, de baixo
teor nutricional e alto valor energético, em detrimento da ingestão de frutas,
verduras, legumes e cereais integrais (FEITOSA et al., 2010).
De acordo com o guia alimentar para população brasileira, a ingestão de
nutrientes, propiciada pela alimentação, é essencial para a boa saúde.
Preferencialmente grande variedade de alimentos in natura ou minimamente
processados, sendo predominantemente de origem vegetal (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2014).
Diante disso, um artigo publicado no site da Universidade de Belo Horizonte
apresenta sete dicas que podem ajudar o aluno a ter uma alimentação mais
saudável, sendo elas: planejar com antecedência a rotina alimentar, estudar sobre
alimentação saudável, preparar a comida em casa, fazer substituições saudáveis, ter
sempre uma garrafa de água por perto, afastar-se das tentações e não pular
refeições (UNIBH, 2017).

4.3.3.2 Atividade Física

É muito comum o sedentarismo entre estudantes. Isso acontece por falta de


disposição em se exercitar ou por acreditar ser um desperdício de tempo. No
entanto, este fator pode interferir na aprendizagem.

(T5) No primeiro ano, eu não fazia academia, eu não fazia academia, eu


não fazia nada. Eu engordei horrores no cursinho. Então, fica a dica aí, eu
acho que é importante você ter um exercício fixo. Não precisa ser todo dia,
mas, pelo menos um exercício físico que ajude você a manter sua saúde e
tudo, eu acho que é muito importante.

Ainda que os estudantes não tenham por hábito fazer qualquer tipo de
preparação física ou mental para estudarem, a preparação física e/ou mental é um
dos fatores que beneficiam o processo de aprendizagem (GALVÃO; CÂMARA;
JORDÃO, 2012).
83

Correr por longo tempo, por exemplo, causa sofrimento. Porém, havendo
necessidade de continuar a corrida, nosso cérebro começa a produzir endorfinas,
que atenuam o cansaço e causam sensação de bem-estar (PIAZZI, 2013).

4.3.3.3 Descanso

É comum estudantes fazerem cronogramas impraticáveis, esquecendo-se do


lazer e das pausas para descanso. Quando, por algum motivo quebram esse
planejamento, ficam com a sensação de culpa. Mas o descanso é fundamental no
processo de aprendizagem e precisa ser planejado, conforme pode ser observado
na transcrição a seguir:

(T5) E quando eu falo desnecessárias, não quero dizer que é lazer. Você,
inclusive o seu lazer tem que ter um horário ali que você sabe que você vai
gastar aquele tempo de uma forma livre, sem peso na consciência, porque
ele tá dentro do seu cronograma... Lembrando que nesse período eu
intercalava o meu lazer, né. Eu diminuía uma hora ou outra se eu
precisasse de lazer. Por exemplo, toda segunda-feira eu ia pro cinema,
como eu falei pra vocês. Eu saía do cursinho, pegava a sessão das uma,
uma e meia, assistia meu filme, acabava, ia pra casa e começava estudar.
Então, isso tava no meu cronograma. Vocês não podem encarar um lazer
que seja um... vocês tem que, como eu disse pra vocês no outro vídeo,
vocês precisam ter uma válvula de escape e pra essa válvula de escape
não ficar como vagabundagem ou, assim, você perdendo tempo, você
encaixa ela no seu cronograma. Então você vai estar no seu cronograma e
seu horário de lazer. Vai ta ali que você quer um cinema ou uma hora pra
uma leitura, ou assistir novela. Não importa, gente. Você tem que escolher
alguma coisa e coloca no seu cronograma e respeite esse horário de lazer,
como você respeita o horário de estudo. Porque ninguém é máquina,
ninguém é robô e isso ajuda você a ter sanidade mental. Você descansa um
pouco a sua mente pra voltar ao estudo. Acredita me mim, isso é muito
importante. Uma hora de uma novela ou de um filme que você tenha
assistido, vai recarregar suas baterias e vai deixar você mais disposto e
mais feliz para continuar estudando. Sério mesmo. Respeite o horário de
lazer. Não to falando pra você fazer todo dia, mas assim, escolha alguns
horários estratégicos, alguns dias estratégicos pra ter um lazer. É super
válido... Assistir um filme. Porque ali você senta uma hora, uma hora e
meia. Você assistiu, ficou feliz, deu risada e já continua a estudar com o
mesmo empenho. Então eu fazia sempre isso.

Estudos realizados por Starch (1912) e PYLE (1913, 1914) apud Galvão,
Câmara e Jordão (2012, p. 629) concluíram que “aprendizagem se beneficia mais da
prática distribuída do que da prática concentrada. Além disso, intervalos prolongados
de descanso seguidos de sessões curtas de estudo são mais eficientes para a
aprendizagem”.
84

Piazzi (2013) complementa esse pensamento, afirmando ser mais eficiente


estudar pouco todos os dias e recomenda intervalos de 10 minutos, a cada 30
minutos de estudos intensos. Explica que, a cada 40 minutos, as enzimas que
estimulam a formação de novas ramificações (dendritos) se esgotam no cérebro e só
se renovam, se houver descanso.
A Finlândia, que possui um dos mais conceituados modelos de educação do
mundo, parece conhecer esta teoria, pois adotou, em suas escolas, intervalos de 15
minutos a cada 45 minutos de aula (BBC, 2017).
Outra questão a ser considerada é a pausa para o sono. As redes neurais em
nosso cérebro só são estimuladas a efetuar uma reconfiguração durante o sono se
receberem estímulos ativos durante a vigília. Assistir às aulas sobre determinado
conteúdo leva ao entendimento do assunto, mas raramente a uma verdadeira
aprendizagem. É resolvendo exercícios, escrevendo resumos, elaborando
esquemas, desenhando gráficos etc. que o cérebro vai sendo preparado para
configurar as redes neurais durante a noite de sono que virá a seguir, garantindo a
fixação permanente do conteúdo (PIAZZI, 2013).

4.3.4 Comportamento durante as aulas

4.3.4.1 Frequência às Aulas

A aula não deve ter finalidade em si mesma, mas é a oportunidade que o


estudante tem de compreender o conteúdo e tirar dúvidas. É um ambiente de
interação entre aluno/professor, aluno/aluno, aluno/conteúdo.

(T3) A segunda dica também vale mais pra quem faz faculdade. Os
professores não anotam nada no quadro, não escrevem. Eles passam
slides.

(T3) Coisas que você já tem que fazer lá na sala de aula pra você não
precisar de se matar de estudar depois. Primeira dica: tente não perder
aula... A aula da matéria é só naquele dia. Então, se eu falto aquele dia, eu
simplesmente perdi todo o conteúdo da semana naquela matéria... Daí eu
tenho algumas amigas que ficam escrevendo o slide, então só escutam por
alto o que o professor está falando. Tem uns que só anotam e nunca pegam
o slide. Tire foto do slide e daí você vai prestando atenção no que a
professora tá falando e anota o que achar interessante do que ela está
falando. Porque você vai precisar do slide depois. E você vai precisar ter
ouvido o que a professora falou e como ela falou... Pergunte não tenha
vergonha... Pode ter certeza que vai ter um monte de gente na sua sala que
está pensando a mesma coisa que você e que não teve coragem de falar e
85

que se você não perguntar, você vai ficar com essa dúvida pro resto da
vida.

Nos textos extraídos do vídeo 3, observa-se um pouco sobre a metodologia


do professor, como se pode observar em “Os professores não anotam nada no
quadro, não escrevem. Eles passam slide”, e a relação professor/aluno, de acordo
com "Daí eu tenho algumas amigas que ficam escrevendo o slide, então só escutam
por alto o que o professor está falando". Fica evidente a necessidade do estudante
entender o que o professor está explicando e fazer as próprias anotações.
Fica evidente um certo desinteresse de alguns alunos em relação ao que o
professor está explicando, assim como se pode perceber em "Tire foto do slide...
Porque você vai precisar do slide depois". Verifica-se, assim, que neste caso, o
professor não disponibiliza os slides da aula nem antes, nem posteriormente. Essa
relação também parece um pouco distante e comprometida pelo medo de fazer
perguntas e tirar dúvidas, evidenciado no trecho "Pergunte não tenha vergonha..." e
em "Pode ter certeza que vai ter um monte de gente na sua sala que está pensando
a mesma coisa que você e que não teve coragem de falar ".
A primeira coisa importante a se destacar é que a aula é procedimento
auxiliar da aprendizagem. Não garante necessariamente à aprendizagem. De acordo
com Demo (2008), como dito anteriormente, indispensável é aumentar o estudo.
Não as aulas. Na sociedade das comunicações, a informação está disponível.
Crucial é desenvolver a capacidade de lidar com esse mar de informações, gerando
conhecimentos.
Tem-se confundido aprender com assistir a aulas. Nossas instituições de
ensino praticam ainda o método escolástico (aula instrucionista), a revelia de todas
as teorias e práticas mais atualizadas de aprendizagem. O desacerto vem
principalmente do ambiente instrucionista (em que é estabelecida uma
aprendizagem mecânica, baseada no comportamentalismo), no qual se insere o
professor como produto daí decorrente. (DEMO, 2008).
Essa situação é preocupante para a formação de estudantes mais autônomos
e protagonistas de seu processo de aprendizagem. Uma vez que o professor
também é responsável por garantir o desenvolvimento dessas estratégias por parte
dos alunos (SCACCHETTI, 2015).
86

Nessa perspectiva, podemos mencionar Rogers o qual acreditava que o


estudante deve ser o centro do processo de ensino e aprendizagem. Assim, o
professor não perde o seu valor, mas modifica-se o seu papel, atuando como
mediador da aprendizagem, criando situações para que a mesma possa ocorrer,
interferindo o mínimo possível e garantindo total liberdade para o aluno aprender.

4.3.5 Estudo individual

4.3.5.1 Autorregulação/Procrastinação/Distração

Uma problemática recorrente relatada por estudantes de graduação é a


dificuldade de concentração diante das inúmeras possibilidades de distrações,
dentre elas celular, Internet, TV, Vídeo Game, redes sociais e outros. A dificuldade
em se manter concentrado gera a procrastinação e esta pode ser consequência da
falta de autorregulação.

(T2) ... Ai, tem tanta coisa pra estudar. Eu não queria estudar agora. Eu
acho que eu vou ver um vídeo... É... Vou ver um vídeo. Depois eu estudo,
né. Tenho o dia inteiro pra estudar.... Que pena que eu não posso ver o
Ipad... Mamãe não falou que eu não podia mexer no celular. Vou tirar várias
selfs... Vou mexer no aplicativo da Bel. Depois eu vou estudar. Só um
tempinho, não vai fazer diferença... Tô... Ai, agora tá passando meu
desenho favorito. Episódio novo. Ah, depois eu estudo... rrrsss... Tá bom!
Ai, agora não tem jeito. Eu vou ter que estudar. Tem uma revisão toda. Tem
duas revisões pra fazer. Tem muita coisa pra escrever. Tá me dando um
sono! Vou cochilar um pouco, aí depois eu estudo. Daqui a pouquinho.

(T3)foi minha semana de provas na faculdade e eu simplesmente apertei o


delete de todas as redes sociais que eu faço parte e todo mundo percebeu
isso

(T3) Se você não for usar o celular pra essas outras coisas que eu já citei,
desligue! Não deixa no vibrar. Porque se você deixa no vibrar você vai
pegar e aí você já sabe, né? Então, desligue o celular!

Essa situação de procrastinação é recorrente desde a infância. No trecho do


vídeo 2, a estudante faz uma representação de como geralmente ocorre a
procrastinação. É possível observar que, embora a estudante tenha consciência de
que tem muitas coisas para estudar, acaba sendo seduzida a primeiramente ver um
vídeo, afinal, ainda teria "o dia inteiro para estudar". A dificuldade em gerir o tempo
fica evidente quando, posteriormente, vai se envolvendo com outras atividades como
tirar fotos de si mesma, mexer em aplicativo, assistir a desenho na TV e, por fim,
87

dormir. Interessante perceber que ela sempre relembra da obrigação de estudar,


porém, sempre escapa da atividade deixando para outro momento.
A procrastinação pode ser entendida como um traço (hábito generalizado) ou
como um comportamento (que se manifesta diante de determinadas situações)
Geralmente ocorre com o adiamento não estratégico de ações, que se manifesta
entre a intenção de estudar e o comportamento de estudar propriamente dito,
protelando o início ou a conclusão, preferindo outras atividades menos prioritárias.
Procrastinadores apresentam dificuldade em planejar e gerir seu tempo. Tendem a
não resistir a distratores como redes sociais, Internet, dispositivos eletrônicos,
televisão, eventos sociais e outros (SAMPAIO et al., 2012).
Acaba que os ambientes virtuais tornam-se muito mais chamativos e
envolventes que as atividades escolares. Neste contexto, pode-se buscar
explicações nas teorias comportamentais de aprendizagem. Geralmente aplicativos
de celular, bem como redes sociais utilizam-se das teorias do reforço para manterem
seus usuários periodicamente conectados. Algumas vezes é a emissão de um som
característico, como por exemplo o som do whatsapp, que funciona como um
chamado, outras vezes é um alerta indicando que alguém comentou, curtiu ou
convidou o usuário para alguma atividade. Isso gera uma ansiedade em conferir
constantemente as atualizações, fazendo com que os usuários mantenham-se
conectados. Ao fazer a conferência, acabam por se distrair com as atividades que os
demais colegas estão desenvolvendo. Então, comentam, curtem, compartilham,
publicam. E isso vai se tornando um ciclo vicioso de interação e reforço.
Teóricos como Thornidike, Hull e Skinner desenvolveram pesquisas
relacionadas ao estabelecimento de estímulos a fim de se atingir determinadas
respostas por seres humanos e animais. Trata-se de uma teoria bastante
mecanicista que acaba por desconsiderar diversos fatores do ser humano. No
entanto, há certa semelhança entre a forma como jogos e aplicativos mantêm
relação de envolvimento e controle sobre seus usuários com estas teorias.
Skinner desenvolveu uma pesquisa com ratos que ficou conhecida como
"Caixa de Skinner". Conforme citado anteriormente, no tópico 3.2, nessa caixa era
colocado um rato sem alimentos. Dessa forma, o rato tinha vários comportamentos
aleatoriamente e quando ele se aproximava de uma barrinha perto da parede,
Skinner introduzia uma gota d’água na caixa, através de um mecanismo, e o rato a
88

bebia. Em seguida, outras gotas eram introduzidas quando o rato se aproximava um


pouco mais da barra. E outras, quando o rato encostava o nariz na barra. Depois as
patas. E assim em diante, até que o rato estava pressionando a barra dezenas de
vezes até saciar completamente sua sede. Foi observado que os comportamentos
do rato, que eram seguidos de um estímulo reforçador (a água), aumentavam de
frequência, enquanto outros diminuíam.
Skinner acreditava que a aprendizagem ocorria, dependendo do reforço
aplicado às respostas. Ou seja, importante não é concentrar-se no lado dos
estímulos, mas sim do lado do reforço. A partir do reforço estabelecido para cada
resposta é que aumenta ou diminui a probabilidade da resposta ocorrer novamente.
Dessa forma, trazendo para a realidade atual, o reforço para que o usuário
permaneça acessando e utilizando os aplicativos e redes sociais seria o aviso sobre
o feedback de outros usuários ou simplesmente as constantes atualizações, que
geram a sensação de estarem perdendo a oportunidade de acompanharem alguma
informação importante.
O trecho extraído do vídeo 3 confirma que é comum o estudante se distrair.
Os próprios estudantes têm consciência de que se distraem. Isso fica evidente no
discurso utilizado, em "Porque se você deixa no vibrar você vai pegar e aí você já
sabe, né?", e em “foi minha semana de provas na faculdade e eu simplesmente
apertei o delete de todas as redes sociais”. A YouTuber fala como se fosse um
conhecimento comum a todos a questão de se distrair com o celular, durante os
períodos de estudo. É como se não fossem capazes de se controlarem diante das
oportunidades de distração. Talvez isso se explique pela falta de autorregulação.
A autorregulação é a capacidade que o estudante tem de monitorar/controlar
fatores que podem influenciar seus objetivos acadêmicos. Para os pesquisadores da
temática, em algum nível, todo estudante é capaz de autorregular sua aprendizagem
(ROSÁRIO, 2005). À medida que o indivíduo autorregula sua aprendizagem com
eficiência, tende a procrastinar menos, no entanto, quando a autorregulação é
realizada de forma ineficiente, abre espaço para a procrastinação, um fenômeno
relativamente comum entre os estudantes, porém, prejudicial à vida acadêmica.
89

5.3.5.2 Materiais para estudo

No trecho a seguir, embora exista uma infinidade de possibilidades de


materiais que podem ser utilizados para o estudo, apenas os livros/apostilas e
revistas foram citados, demonstrando grande preocupação com o conteúdo.

(T5) Primeira coisa, você vai usar os livros do cursinho, né, que é o que
tem. Todo cursinho dá livro. Se não der, eles vão indicar a literatura por
fora... Os temas de redação, tudo isso você vai precisar pra treinar. E, por
fim, você vai precisar de revistas atualizadas, semanais, né!

Selecionar as fontes que serão utilizadas para a pesquisa ou para o estudo é


de fundamental importância. Primeiro, pela fidedignidade dos conteúdos e, segundo,
pelo estilo da autoria, que pode facilitar ou dificultar o entendimento.
Para iniciar os estudos, o estudante deve delimitar o tema, reunir os materiais
necessários como livros, apostilas, cadernos etc. Se a fonte de informação estiver
na Internet, Piazzi (2013) recomenda imprimir e ler em papel. Segundo ele, há sérias
razões neurológicas para essa opção. Além disso, ao imprimir, o estudante tem a
possibilidade de fazer importantes anotações.
Outra questão a ser considerada é fazer leituras complementares de outras
fontes não relacionadas especificamente ao tema. Essa é uma estratégia de
aprendizagem bastante utilizada pelos estudantes de graduação. A pesquisa e a
leitura normalmente ocorrem em fontes diversas e auxiliam uma estratégia de
estudo de abordagem profunda, por meio da busca do conhecimento de forma
contextualizada e multidisciplinar (GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012).
Gum (2016) explica que atualmente é importante que as pessoas busquem o
conhecimento em forma de "T", ou seja, o traço vertical representa os
conhecimentos profundos em determinado assunto e o traço horizontal, os
conhecimentos gerais sobre diversos assuntos.
Essa é uma tendência generalista que surgiu com a Declaração de Bolonha, a
qual desencadeou o denominado Processo de Bolonha. Esse processo é um
documento conjunto assinado pelos Ministros da Educação de 29 países europeus,
reunidos na cidade italiana de Bolonha, em 29 de junho de 1999.
A declaração marca uma mudança em relação às políticas ligadas ao ensino
superior dos países envolvidos, que se comprometeram em promover reformas dos
90

seus sistemas de ensino, reconhecendo a importância da educação para


o desenvolvimento sustentável de sociedades tolerantes e democráticas. A partir
desse movimento, muitos cursos foram criados com os chamados ciclos básicos ou
ciclos comuns, que oferece aos alunos uma melhor formação geral, nos anos iniciais
do curso de graduação, para posteriormente se aprofundar nas especificidades.

4.3.5.3 Estudar a matéria logo após a aula

Muitos estudantes assistem às aulas o mês inteiro e deixam para estudar


apenas na véspera das avaliações. Estudantes que possuem bom desempenho
acadêmico afirmam estudar cotidianamente e a ciência ratifica essa como uma
iniciativa positiva.

(T5) Então, por exemplo, de manhã eu tive três aulas: História, Matemática
e Física... Então, você saiu do cursinho meio dia, chegou em casa uma
hora, almoçou, meia hora de descanso, duas horas começa a estudar.
Então, eu vô ter o horário da tarde e da noite pra estudar... De segunda a
sexta eu ia estudar a matéria que eu vi no dia. E isso ajuda muito, gente.
Porque você chega, você vai lembrar do que o professor falou. Você vai
chegar, vai ler no livro ali e já vai relembrar tudo que ele disse. Então, você
consolida o conhecimento muito mais fácil. Se tinha alguma coisa que eu
não aprendi direito, se eu não consegui terminar a matéria naquelas três
horas ou duas horas que eu tinha separado, eu ia completar no domingo e
funcionava, gente. Desse jeito eu conseguia ficar relativamente em dia com
a matéria e era muito produtivo, era muito bom mesmo.

Para Piazzi (2013), a receita é estudar o conteúdo no mesmo dia em que a


aula foi ministrada e criar mecanismos de revisão periódicos, até que se atinja a
efetiva aprendizagem. Segundo o autor, estudar em doses homeopáticas e
regulares é o ideal para a aprendizagem efetiva, ou seja, aquela aprendizagem que
dura para o resto da vida.
Demo (2008) defende que, para haver um aprendizado efetivo, é necessário
um ambiente adequado de aprendizagem e isso supõe atividades participativas, nas
quais o aprendiz se encontra envolvido e motivado, na condição de sujeito, e que
acionem processos de autoria.
Uma das questões que podem estar afetando negativamente o aprendizado
dos estudantes talvez seja a confusão abordada por Piazzi (2013) entre o conceito
de entender e aprender. Segundo o autor, essa seria a principal causa da
ineficiência do sistema educacional brasileiro. Isso se deve ao fato de que o
processo de aprendizagem, justamente por se tratar de um processo, requer algum
91

tempo e um certo esforço, extra classe, por parte do estudante. Dessa forma,
durante a aula, o estudante entende os conteúdos, mas para se consolidar a
aprendizagem é preciso o estudo individual deliberado e a revisão periódica. E
quanto mais o estudante se conecta a esse conteúdo de formas variadas e
constantes, mais familiar ele se torna até que se consolide a aprendizagem.
No trecho citado, pode-se observar isso, quando a estudante afirma "você vai
lembrar do que o professor falou. Você vai chegar, vai ler no livro ali e já vai
relembrar tudo que ele disse. Então, você consolida o conhecimento muito mais
fácil". Observa-se aí a importância de prestar atenção às aulas e também a
importância do estudo após a aula. Quanto mais distante o tempo entre a aula e o
estudo, menores as chances de se estabelecer uma relação entre esses elementos
e menores as chances de recordar e consolidar.

4.3.5.4 Foco na dificuldade

É comum estudantes estudarem primeiramente os conteúdos que mais


gostam ou com que têm mais facilidade, em detrimento dos conteúdos com os quais
possuem mais dificuldade. Isso provavelmente ocorre, porque os conteúdos que
possuem mais dificuldade certamente exigirão mais esforço cognitivo e dedicação.

(T5) Eu dividia os horários entre dificuldade da matéria e o tempo que eu


tinha no dia. Então, vamos lá. Eu colocava sempre a matéria que eu tinha
mais dificuldade com mais tempo... Então, eu colocaria de seis a sete e
trinta, eu colocaria História, pra ficar uma matéria, assim, pra eu descansar
um pouco a minha mente. Não adianta eu colocar Física e Matemática
seguido, que pode ser que eu ficasse muito cansada e não ia conseguir
aproveitar... Tente colocar sempre as matérias mais difíceis primeiro e
intercale com uma fácil, veja o que funciona melhor pra você.

Pode-se observar, no trecho extraído da transcrição do vídeo 5, que a própria


aluna reconhece que possui mais dificuldades em determinadas disciplinas. Mas
reconhece, também, que é necessário dedicar-se mais a esses conteúdos: "Eu
colocava sempre a matéria que eu tinha mais dificuldade com mais tempo...".
Afirma-se novamente a importância da autorregulação. Quando se tem
consciência dos pontos fortes e fracos, bem como um planejamento, fica mais fácil
identificar os conteúdos que serão estudados e em quais deles o estudante tem
mais dificuldades.
92

Se considerarmos a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner,


naturalmente há estudantes com mais facilidades e dificuldades em determinadas
áreas do saber. Isso não dispensa a possibilidade de um estudante que tenha certa
dificuldade em determinado conteúdo, por meio da dedicação e esforço, atingir a
expertise.
De acordo com a teoria de Piaget, a criança não pode aprender o que ela não
tem condições de absorver. Seguindo essa linha de pensamento, aprender depende
de conhecimentos e experiências adquiridas anteriormente. Essa bagagem
construída anteriormente forma esquemas mentais. Quando surge uma nova
informação, ocorre a assimilação a acomodação, criando novos esquemas e
gerando a equilibração.
Ausubel traz um conceito semelhante denominado Conceito Subsunçor. Para
ele, a aprendizagem significativa é um processo que envolve a interação da nova
informação com uma estrutura de conhecimento específica.
Vygotsky, em sua teoria, cita a Zona de Desenvolvimento Proximal, que seria
a distância entre o desenvolvimento real da criança e aquilo que ela tem o potencial
de aprender.
Bruner fala sobre a Aprendizagem em Espiral, ou seja, uma situação de
aprendizagem em que os mesmos conteúdos vão sendo trabalhados e se
aprofundando cada vez mais.
Dessa forma, não haveria conteúdos fáceis ou difíceis. Apenas não se estaria
preparado para realizar novas aprendizagens em determinadas áreas por falta de
subsunçores necessário à situação de aprendizagem. À medida que os pré-
requisitos básicos são conquistados, o que era considerado difícil pode se tornar
fácil.

4.3.5.5 Pesquisa online

Com a inserção das tecnologias digitais na vida das pessoas, a Internet


tornou-se valiosa ferramenta de pesquisa. Por se tratar de um ambiente aberto,
pode-se encontrar conteúdos de diversas qualidades. Assim, fundamental é se
desenvolver a habilidade em saber identificar conteúdos confiáveis e
fundamentados.
93

(T1) ... vou para o computador, pesquiso. Tipo, uma coisa que eu aprendi
esse ano: se você não entendeu a matéria, Internet! Na internet, você vai
achar absolutamente tudo! Tem umas coisinhas, uns resuminhos que você
pode imprimir, colando no caderno, tipo, ó, na minha pasta tá cheio de coisa
pra estudar. É muito bom! Sério! Porque as vezes eu fico perdidassa, aí eu
tenho que falar: Opa! Cadê? Não entendi. Eu vou lá na Internet, procuro
resumo e me viro. E é assim!

Em pleno Século XXI praticamente tudo, para não dizer tudo, pode ser
encontrado na Internet. As bibliotecas tradicionais foram complementadas pela
biblioteca global. Neste contexto, exige-se do estudante a capacidade de saber
separar o “joio do trigo”, ou seja, selecionar materiais de qualidade e procedência,
que possam servir como referência confiável para os estudos.
No trecho selecionado da transcrição do vídeo 1, a estudante é taxativa: "se
você não entendeu a matéria, Internet!". Observa-se que a Internet não substituiu o
papel do professor ou a importância da aula, mas exerce papel complementar. Seria
um ambiente a mais de possibilidades de aprendizagem.
É uma nova realidade com um novo perfil de estudante. Para Demo (2008),
nesses ambientes, estuda-se muito, com profundidade e motivação, o que já não é
possível observar nas instituições de ensino. Tem-se também um novo modelo de
estudante. Aquele que, impressionantemente, está conectado a várias tarefas ao
mesmo tempo, o que é questionável.
As instituições de ensino não perderam sua importância, mas talvez tenham
que rever o seu papel. Para Carl Rogers, ensinar é ensinar a aprender. É preciso
que o aluno esteja no centro do processo e que o professor facilite a aprendizagem
por meio de uma relação de igualdade.
Dessa forma, saber lidar com este novo contexto e saber ser estudante
aprendedor virtual é um novo desafio para o ser humano. Tanto para os professores
quanto para os alunos. Saber lidar com a autonomia de aprender em qualquer lugar
e a qualquer tempo, sem a obrigação da aula. Não ter a obrigação de estudar tudo,
mas o que convém, para além de dominar conteúdos, saber pensar.

4.3.5.6 Resumos

Para Costa (2008, p.160), “o resumo pode ser uma apresentação abreviada
de um texto, conteúdo de livro, peça teatral, argumento de filme etc. O resumo
constitui, então, um gênero em que se reduz um texto, oral ou escrito qualquer,
94

apresentando-se seu conteúdo de forma concisa e coerente, mantendo-se o tipo


textual do texto principal”.
Esse foi o conteúdo mais citado pelos estudantes nos vídeos do YouTube.
Talvez por uma cultura escolar ou também por experiências positivas. Ao que
parece, a ciência confirma que estudar escrevendo é positivo para a aprendizagem.

(T1) ... o que os professores passam na lousa você vai anotando e eu faço
resumos... Aí eu vou copiando os resumos e fica bem mais fácil na hora de
estudar... faço o resumo... estudo meu resumo.

(T3) Ah, você não passa pro caderno? Pois devia! Isso me ajuda muito! Na
medida que a gente escreve uma coisa que a gente já viu e já ouviu, a
probabilidade de vocês assimilar e aprender isso mais rápido é muito maior.

(T4) ...como eu estudo, como eu... faço resumos pras provas e tudo mais...
Esse meu caderno que é o caderno de resumos. Que é onde eu anoto os
resumos dos conteúdos que vai cair em determinada prova. E fica assim,
bem organizadinho... Eu aprendo quando eu escrevo. Então, eu preciso
escrever pra memorizar, pra aprender. Então, por isso que eu faço o
resumo.

(T4) Na hora que vocês forem fazer o resumo de vocês, vocês peguem
informações tanto do caderno de vocês, que o professor passou, quanto
informações da apostila mesmo.

Observa-se, no trecho da transcrição do vídeo 3, "Na medida que a gente


escreve uma coisa que a gente já viu e já ouviu, a probabilidade de vocês assimilar
e aprender isso mais rápido é muito maior", que a aluna, empiricamente, reconhece
os benefícios da escrita para a fixação, entendimento e aprendizagem de novos
conteúdos.
No segundo trecho do vídeo 4, é possível observar a necessidade de
capacidade de análise, síntese e concisão, a partir de três fontes diferentes de
informação.
A escrita, que é uma tecnologia humana, é um processo simbólico que
possibilitou ao homem expandir suas mensagens para muito além do seu próprio
tempo e espaço. É uma ferramenta básica de inserção no mundo, é o elemento
articulador de diferentes linguagens, é o instrumento para interação com diferentes
áreas do saber, e é o meio de demonstração do sentir e do pensar.
A escrita é um tipo de linguagem e essa é uma competência inata que permite
ao indivíduo simbolizar o seu pensamento e decodificar o pensamento do outro. Por
meio dela, facilita-se a troca de experiências e conhecimentos, interferindo na
95

percepção da realidade. De acordo com Cáliman e Barbosa (2010), a fala e a escrita


são, em parte, resultantes uma da outra, mas, na fase inicial é a escrita que tenta
representar a fala. Desta forma, Piazzi (2013) complementa sobre a importância da
forma mecânica de escrever. Segundo ele ninguém está estudando se não estiver
escrevendo. E não se deve substituir escrever por sublinhar ou utilizar caneta
marca-texto.

4.3.5.7 Responder questões

Muitos estudantes do objeto da pesquisa relatam utilizar como estratégia de


estudo a resolução de questões. Após estudar um conteúdo, o estudante pode
pensar ter aprendido, no entanto, ao tentar solucionar questões, muitas dúvidas e
lacunas vêm à tona. Funciona como uma espécie de diagnóstico para o retorno ao
estudo.

(T5)...você vai precisar de provas, questões antigas.

A resolução de questões estimula o estudante a pensar e refletir sobre o que


está sendo estudando. Isso nos remete ao pensamento de Bruner, que propõe a
participação ativa do aluno em seu processo de aprendizagem, por meio da
aprendizagem por descoberta.
A estratégia de aprendizagem baseada na resolução de problemas é
considerada essencial para o estudo profundo, tendo em vista que desenvolve uma
habilidade reflexiva e crítica sobre o próprio raciocinar. “Oportuniza o pensar sobre
as cognições, o comportamento e a própria aprendizagem, inclui a autorregulação
da aprendizagem, ou seja, envolve, da parte do aprendiz, tomar consciência sobre
objetivos de estudo para organizar e dirigir o próprio processo de aprendizagem”
(Weidenbach, 1996 apud GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012, p.636).

4.3.5.8 Recursos para associação

Na vida de um estudante de graduação, são diversos os tipos de conteúdos e


diversas as habilidades de aprendizagem exigidas. Alguns conteúdos exigem mais a
compreensão, outros, a capacidade de raciocínio e outros, ainda, a capacidade de
96

fixar uma infinidade de nomenclaturas científicas, como, por exemplo, é o caso das
disciplinas de Anatomia Humana e Farmacologia.
Nesses casos muitos estudantes utilizam-se da teoria comportamentalista,
tentando repetir inúmeras vezes até decorar o que se pretende aprender. Outros já
buscam alternativas mais cognitivas, como:

(T1)Daí eu vou criando, um tipo, siglas, sabe? Então, se eu preciso decorar


uma formula, se eu preciso decorar qualquer coisa, eu vou lá, associo a
alguma coisa, aí eu lembro e fico fazendo a prova.

Buscar associar o novo conhecimento a outro já adquirido pode ser mais


eficiente que o simples método da repetição. De acordo com Molina, Ontoria e
Gómez (2004), a utilização de cores, musicas barrocas, imagens, símbolos,
diagramas, metáforas, histórias, etc., são iniciativas positivas para os estudos.
Apresentam técnicas de superanotações, que se configuram no ato de fazer
anotações ou apontamentos com uma integração significativa das novas ideias, o
que proporciona maior possibilidade de retenção e lembrança, pois as mesmas se
conectam com o funcionamento do cérebro. Sua utilização ajuda a obter ideias
básicas e fundamentais, fazendo seleção da informação recebida, de acordo com a
importância da mesma. Comentar a informação com alguém também pode contribuir
para ativar a memória.

4.3.6 Interação

4.3.6.1 Estratégias de estudo individual

A sala de aula é um espaço de aprendizagem coletivo, mas também é


fundamental que o estudante tenha o momento de estudo extra classe. E, para que
este momento seja bem aproveitado, há estratégias específicas que podem ser
utilizadas. No entanto, nem sempre o estudante consegue utilizar a estratégia
adequada para a situação de estudo, o tipo de conteúdo e as suas particularidades.
Não é porque o estudante está estudando sozinho em sua casa ou numa
biblioteca, que o mesmo está isento de interações sociais. Toda a história individual
e coletiva dos homens está ligada ao seu convívio social. Para Vygotsky (1998),
primeiro vem o nível social. Depois o nível individual.
97

De acordo com Mello e Teixeira (2012), o desenvolvimento tecnológico, além


de transformar profundamente a dinâmica da sociedade em que vivemos, ampliou
de forma vertiginosa a possibilidade de estabelecimento de processos
comunicacionias que permitem níveis de interação cada vez mais complexos e
naturais. Tecnologia ou texto são a materialização discursiva do outro, por isso trata-
se de interação. Embora não tenha contato físico, há contato com o discurso.
No trecho extraído da transcrição do vídeo 3, a estudante apresenta como
estratégia, gravar o que entendeu em cada parte do conteúdo estudado para ouvir
posteriormente. Essa estratégia é uma forma de interação e pode se enquadrar em
um modelo comportamental, se o objetivo da gravação for ouvir posteriormente
repetidas vezes, a fim de decorar o conteúdo. Uma forma moderna de repetir,
reforçar o conteúdo. Mas pode-se ver que ela não vai fazer pesquisa para
aprofundar ou ampliar o conteúdo. Ela está repetindo.

(T3) Eu sempre gravo o que eu entendi de cada trecho. Porque aí durante


o dia, enquanto eu to assistindo televisão, enquanto eu to mexendo no blog,
enquanto eu to arrumando a casa, eu to ouvindo uma maneira resumida e
muito mais fácil de se entender. Gente, sem explicação de como isso me
ajuda! Daí, cada gravação, eu vou colocando o nome da apostila que eu
gravei. E ai na hora que eu vou estudar, eu vou batendo a apostila com meu
áudio.

Da mesma forma, o trecho extraído do vídeo 4, cita-se estratégia semelhante,


porém agora a gravação que se faz é da aula do professor. No trecho "é como se
você tivesse escutando a aula tudo de novo" fica evidente que a estratégia utilizada
se relaciona a repetição e reforço, apesar de estar fazendo uso de uma tecnologia
nova, que durante muito tempo os estudantes não tinham acesso.

(T4) Pega seu celular e coloca pra gravar o áudio da aula. Por exemplo, o
seu professor vai fazer uma revisão ou uma aula muito importante que você
precisa prestar muita atenção. Pega o gravador do áudio do seu celular e
coloca pra gravar a aula inteira. Você grava a aula inteira. E aí, quando você
chegar em casa, você coloca pra escutar. E daí você vai... é como se você
tivesse escutando a aula tudo de novo. Só que daí você vai poder pausar o
áudio, escrever uma anotação. Você vai poder voltar o que você não
entendeu e ouvir de novo.

Outro trecho, também extraído do vídeo 4, recomenda que o aluno assuma o


papel de professor ou mediador do conhecimento a fim de fixar melhor o conteúdo,
explicando o que estudou para alguém ou para si mesmo. Além de se tratar de um
98

processo de interação, Piazzi (2013), confirma essa estratégia afirmando que a


melhor maneira de aprender um assunto é ensinando-o.

(T4) ...explicar pra alguém tudo que eu já aprendi. Tudo que eu estudei.
Você pode chamar uma amiga sua pra estudar com você ou você pode
explicar para você mesmo na frente do espelho que funciona super! Eu
geralmente explico pro(Alfredo)(cachorro) e pior, por incrível que pareça,
geralmente ele entende o que eu to falando. Mas... fica a seu critério, né.
Cada caso é um caso.

Piazzi (2013) recomenda a preparação da cola. Mas uma cola que nunca será
utilizada. Porque, geralmente, a estrutura de uma cola é composta por palavras-
chave e conceitos principais, que servem como gatilhos. Segundo ele, para se
elaborar uma cola é necessário estudar, entender o conteúdo e a própria produção
da mesma é uma condição de autoria. Sempre importante é estudar, fazendo
anotações. Escrever, para ele, é fundamental para o processo de aprendizagem.
Dessa forma, ouvir um áudio gravado pode auxiliar, mas não ser suficiente na hora
de estudar. É preciso associar essa estratégia a outras, como leitura, releitura,
produção de resumos, mapas mentais, mapas conceituais, resolução de exercícios,
apresentações orais, dentre outras.

4.3.6.2 Leitura

Ler é atribuir significado a um texto, dar-lhe sentido, e conseguir relacioná-lo a


outros textos significativos para cada leitor. Ou seja, leitura é construção de sentido.
É uma das principais estratégias de estudo indicada por professores e utilizada por
estudantes. No entanto, apenas ler pode não ser suficiente para uma aprendizagem
efetiva. A qualidade da leitura e o que se produz a partir da mesma são
complementos fundamentais que, muitas vezes, são esquecidos por não atribuírem
significado ao que foi lido.
Para Geraldi (1999, p. 91) a "leitura é um processo de interlocução entre
autor/leitor mediado pelo texto". Lajolo (1982, p.59) complementa que "ler não é
decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a partir do texto
ser capaz de atribuir significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos
significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia
e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela,
propondo outra não prevista".
99

Zilberman (1995) afirma que a leitura se concretiza ao criarmos conceitos de


produção para entendimento das narrativas, e somente na interação dos
interlocutores com a discursividade, definir-se-ão condições e fatores adequados
que efetivarão o processo de ler.

(T1) ... leio a apostila algumas vezes.

Observa-se, no trecho extraído do vídeo 1, que o conceito de leitura da


estudante está pautada na leitura com objetivo de memorização e não no sentido de
atribuir significados e relacioná-lo a outros textos significativos.

(T3) Gente, isso me ajuda muito. Geralmente os textos que os professores


passam são bem complicados. Usam palavras difíceis e até são
redundantes. Então o que é que eu faço? Eu sempre gravo o que eu
entendi de cada trecho.

Já no segundo trecho, extraído do vídeo 3, a estudante busca compreender e


fixar o que foi lido, utilizando-se de uma ferramenta tecnológica, certamente a fim de
ouvir posteriormente. Porém, essa segunda etapa pode se consolidar como uma
estratégia de repetição, se a estudante tentar fixar o conteúdo ouvindo o áudio
várias vezes, ao invés de buscar outras alternativas de estratégias.
Algumas estratégias de estudo denotam uma aprendizagem superficial dos
conteúdos. Decorar conteúdos, por exemplo, é um tipo de estudo individual utilizado
frequentemente. Isso sugere que a prática da famosa e questionável “decoreba”
ainda está equivocadamente presente em nosso cotidiano acadêmico (GALVÃO;
PERFEITO, 2012). Essa linha de pensamento nos remete à corrente
comportamental, em que estão inseridos teóricos como Skinner, Thorndike e Hull, já
citados nesta pesquisa.
De acordo com Demo (2008, p.24), "não vale passar por cima, do lado do
autor, mas por dentro dele, desconstruindo e reconstruindo. Um bom livro precisa
ser lido com caneta na mão, riscando tudo o que possa ser interessante e, depois,
reconstruindo as referências mais relevantes".
Para se realizar uma leitura que conduza à aprendizagem efetiva, é preciso
compreender a diferença entre ler e estudar. Para Piazzi (2013), ler não é estudar.
Souza (2017) confirma esse pensamento, explicando que ler e estudar são
atividades interrelacionadas, porém, não são a mesma coisa. A leitura é uma
atividade base do estudo, mas o estudo não é somente feito de leitura. Ao ler,
100

adquire-se informações. Já o estudo é a análise das informações obtidas de


diversas formas e fontes. Somente depois de realizada a leitura, executada
atividades de estudo e aplicados novos conhecimentos é que finalmente se pode
considerar a aprendizagem.
Saber disso é importante para que as situações sejam avaliadas e para se
aplicar as estratégias de leitura de acordo com os objetivos e a complexidade
exigida. Souza (2017) complementa que existem várias formas de leitura. Pode-se
ler para se informar, compreender ou se divertir. A leitura também possui diferentes
fases: pré-leitura, leitura e pós-leitura. Além de diferentes níveis: elementar,
inspecional, analítico e sintópico (leitura de vários textos sobre o mesmo assunto).

4.3.6.3 Assistir a Vídeos

Os vídeos tornaram-se importantes aliados para quem quer aprender. Com o


advento da Internet, mais especificamente o YouTube e as redes sociais.
Multiplicaram-se as possibilidades de tornar-se autor ou expectador desse gênero. O
novo contexto faz com que pessoas comuns tenham interesse em ensinar alguma
coisa na Internet, desde uma simples receita culinária até o mais complexo cálculo
matemático.
Também aumentou a facilidade de acesso ao conhecimento. No entanto, faz-
se importante lembrar sobre a importância de saber selecionar a fonte e a
fidedignidade das informações.

(T1)...Eu fico vendo um monte de vídeos, sabe? De Física e Química...

(T4)Depois eu pego a apostila e vou anotando, vou vendo vídeo aula.

Nos trechos citados, fica evidente que as estudantes utilizam os vídeos como
ferramenta auxiliar de estudo. Embora o vídeo possa contribuir para a visualização
de um processo, um lugar, um equipamento que não se possa ter acesso
pessoalmente ou uma palestra de um importante estudioso, essa estratégia sozinha
não surte muitos efeitos.
Utilizar um vídeo para estudar é uma estratégia que envolve a interação entre
quem produziu e o expectador. Porém, trata-se de uma atividade passiva e,
conforme já citado anteriormente, quanto mais ativa a atividade, maior a
probabilidade de aprendizagem.
101

Bruner defendia essa teoria, propondo a aprendizagem por descoberta. Um


vídeo, dependendo da forma como foi construído, é algo que está posto, muitas
vezes, não leva o estudante a pensar, questionar, levantar hipóteses.

(T1) Depois que eu vejo o conteúdo que tem pra estudar, eu vou lá, faço o
resumo, leio a apostila algumas vezes, estudo meu resumo, vou para o
computador, pesquiso.

Desta maneira, seria pertinente associar vídeos a outras estratégias, como


leitura, resolução de exercícios, discussão e atividade prática, conforme se observa
no trecho citado acima.

4.3.6.4 Grupo de estudos

Tal como nos apresenta Vygotsky (1998), a aprendizagem depende do


contexto social, histórico e cultural em que o indivíduo está inserido. Assim, mais
uma vez, é citada uma situação de aprendizagem a partir da interação social. Demo
(2008) nos apresenta duas dimensões de estudo: individual e coletiva. A primeira é
quando o estudante estuda sozinho dedicando ao trabalho intelectual com base na
reflexão própria. A segunda, com a participação de outras pessoas.

(T5)Eu consegui juntar um grupinho com pessoas maravilhosas, que foi


ótimo. Então, no sábado à tarde o que é que a gente fazia? Eu chegava,
tinha aula de mais ou menos duas horas de redação, depois disso a gente
juntava pra responder questões. Questões de Física, dependendo.
Normalmente eram questões de exatas, né. Aí a gente respondia essas
questões durante a semana. Por exemplo, na segunda-feira eu estudei
Física, então eu respondia as questões e, no final de semana, a gente ia
tirar dúvida, ia levar as questões que não conseguiu responder. E a gente
fazia isso em grupo. Era ótimo... Então, era bem legal, porque era um grupo
de estudo, mas não era pesado. Não era aquela coisa. Eu sentando na
minha casa sozinha pra estudar. Então, foi uma ótima tática pra crescer, né.
Aprender. E em grupo a gente se movimenta mais rápido. A gente tira mais
dúvida, aprende mais... Então, eu super indico se você achar um grupo de
estudo que realmente funcione.

O estudo em grupo, muitas vezes, é facilmente banalizado, mas de grande


valor pedagógico. É desafio crucial discutir o que está sendo estudado e elaborar
consensos pertinentes. Demo (2008) sugere que, antes do consenso elaborado final
da equipe, cada membro faça seu texto próprio.
102

4.3.7 Preparação para avaliações

4.3.7.1 Avaliações e concepções de aprendizagem

De acordo com Fernandes (2008), com relação à avaliação, alguns sistemas


educacionais desenvolveram uma cultura assentada na concepção de que o
propósito primordial da avaliação é o de melhorar a aprendizagem. Outros baseiam-
se mais na concepção de que o principal propósito da avaliação é o de classificar,
certificar, aceitando que há alunos que não conseguem.

(T1)... falar sobre uma coisa que talvez seja chata. Talvez, porque é
chata..., Mas o que é? Semana de provas!... tem, tipo duas provas por
semana ou três. O que às vezes fica mais difícil, sabe, você tem uma, tem
um dia para estudar. É melhor. Só que aí você relaxa um dia e tem que
estudar para o outro. Então é meio... meio complicado. Semana de prova
deixa todo mundo nervoso... Aí, chega o dia da prova... e o problema é que
você pode ter estudado o dia inteiro, mas você não vai estar preparada...
tem aquela coisa de: não pode estudar na véspera! Eu estudo na véspera.
Não tem jeito, gente. Eu cato, estudo no computador. Estudo pela minha
pasta, estudo pelo meu caderno universitário, estudo pelas apostilas. Aí, eu
estudo, vou estudando, vou imprimindo as coisas.... Quando eu vejo, eu
falo: o que que é isso mesmo? Aí chega vinte minutos antes da prova, tem
que ficar estudando tudo de novo.... A gente recebe uma apostila nova.
Uma A-POS-TI-LA, só para uma semana de estudo pra uma prova... Eu
acho que são sessenta testes. Questões alternativas. E.... você tem uma
semana pra estudar pra ela.

(T2)Eu quero que meu boletim saia muito bom. Acima da média.

(T3) Tenta estudar sem ser na semana de provas. Tenta estudar no resto
dos outros dias, porque é mais fácil pra você ir assimilando aos poucos o
que os professores estão falando. Na semana de prova, são provas todos
os dias.

(T6) Eu sei... eu sei que você não quer ler os Luzíadas, mas você precisa
ler os Luziadas, pra passar no ENEM.

A concepção de avaliação classificatória se evidencia no trecho extraído do


vídeo 2, “Eu quero que meu boletim saia muito bom. Acima da média”. Nesse
modelo de pensamento, aprender é ter boas notas, melhor ainda, aprender é estar
acima da média da turma.
No trecho do vídeo 1, fica evidente que, embora interdisciplinaridade seja um
conceito humanista, a forma como está sendo aplicado nesta escola carrega
características comportamentalistas.
Os trechos dos vídeos 1, 3 e 6 demonstram que essas estudantes estão
inseridas em um contexto em que o processo de avaliação tem sido encarado como
103

um martírio. Ao que parece, toda a dedicação de um estudante objetiva chegar a


esse momento.
Por esta razão, é muito frequente entre os estudantes a ansiedade diante das
avaliações. Acabam por antecipar várias situações indesejáveis, como, por exemplo,
a possibilidade de obter rendimento inferior ao esperado ou não ser aprovado. Isso
pode diminuir sua autoestima e gerar sentimentos de incompetência (FURLAN,
2013).
As concepções de aprendizagem e avaliação são responsáveis por esse
comportamento, uma vez que, quando se entende a avaliação como um processo
da aprendizagem, não com a função punitiva, mas diagnóstica, não há motivos para
ansiedade ou medo, tais como os explicitados no vídeo 1, “Semana de prova deixa
todo mundo nervoso...”.
As práticas de avaliação dos professores também influenciam as abordagens
de aprendizagem que os estudantes desenvolvem na graduação.

Práticas avaliativas devem estar relacionadas a aspectos formativos,


fundamentadas na auto aprendizagem e, portanto, na capacidade de
assumir um posicionamento crítico sobre o próprio raciocinar, a fim de se
tomar consciência sobre os seus objetivos do estudo para organizar e dirigir
o próprio processo de aprendizagem (MARTON, 1976; BIGGS, 1987 apud
GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012, p. 637).
Assim, há uma diferença de conceitos entre a prática de exames
(classificatório, excludente, seletivo, fragmentado, pontual), tal como os explicitados
em “A gente recebe uma apostila nova. Uma A-POS-TI-LA, só para uma semana de
estudo pra uma prova... Eu acho que são sessenta testes”, no vídeo 1, e a prática de
avaliação (diagnóstica, processual, gradual, dinâmica, dialógica, inclusiva), como em
“Tenta estudar no resto dos outros dias, porque é mais fácil pra você ir assimilando
aos poucos o que os professores estão falando”, no vídeo 3.
A avaliação subsidia a tomada de decisões para a reorientação do processo
pedagógico, enquanto os exames têm finalidade em si mesmos. A prática de
exames coloca a avaliação como encorajadora da memorização mecânica e do
relembrar, sem relevância social e pessoal, tendendo a estimular estratégias de
estudo mais superficiais (GALVÃO; CÂMARA; JORDÃO, 2012).
“O truque não é estudar para passar, mas estudar para aprender. Estudar
para aprender significa estudar pouco, mas todo dia” (PIAZZI, 2013, p.51). No vídeo
3, há um depoimento que reforça esta visão: “Tenta estudar sem ser na semana de
104

provas”. Isso leva o estudante a estudar para aprender, pois seu foco não está na
prova, mas sim, em algo muito maior, a aprendizagem.
105

5 CONCLUSÃO
Esta dissertação de mestrado assumiu como um dos objetivos compreender
as abordagens das teorias de aprendizagem com foco no ensino superior. Para tal,
essa análise apoiou-se nas principais correntes difundidas: comportamentalismo ou
behaviorismo, neobehaviorismo, cognitivismo, construtivismo, sociointeracionismo,
humanismo, socioculturalismo.
Tendo em vista aspectos observados nas características de cada corrente,
observa-se que as concepções a respeito de como o ser humano aprende foram
sendo aprimoradas ao longo do tempo. Alguns teóricos preocuparam-se mais com
aspectos comportamentais, outros com aspectos cognitivos e outros com a
aprendizagem por meio da interação social. Não há que se falar em teorias melhores
ou piores. Cada uma possui suas peculiaridades e aplicabilidades. No ensino
superior, assim como na educação básica, o uso das teorias se evidencia de forma
associada.
Pela observação dos aspectos analisados nas teorias de aprendizagem, as
estratégias de estudo comumente utilizadas pelos estudantes estão carregadas de
características dessas teorias e as concepções dos estudantes em
relação à aprendizagem depende do modelo de ensino no qual estão inseridos.
Observou-se, na análise dos 50 vídeos, que os estudantes, de forma geral,
conhecem variadas estratégias de estudo e organização. Algumas delas foram mais
citadas, como a exemplo do uso de “resumos”. No entanto, pode se tratar da simples
reprodução do modelo de ensino aplicado nas instituições de ensino do país, desde
os anos iniciais da vida escolar.
Por outro lado, há estratégias que foram pouco citadas, porém, são
consideradas de alta efetividade, como é o caso de “levantar questionamentos a
respeito do texto e tentar responder”.
Verificou-se uma certa confusão dos estudantes entre o conceito de
“estratégias de estudo” e “organização para os estudos”. Em muitos vídeos o
estudante afirmava que iria falar sobre estratégias de estudo e acabava abordando
apenas estratégias de organização e planejamento para os estudos. O que leva a
entender que não possuem clareza do que seja estratégia de estudo efetivamente.
De forma geral, ficou claro o conhecimento superficial e empírico dos
estudantes a respeito do ato de estudar em si e uma tendência à reprodução de
106

estratégias comumente difundidas entre estudantes e professores. Pouca ou


nenhuma base técnica e científica na aplicabilidade de estratégias de estudo.
Embora estudar, em si, seja uma prática milenar, ainda são incipientes as
investigações referentes à temática, o aprimoramento de estratégias, a verificação
de aplicabilidade e o ensino destas em instituições de ensino básico e superior. O
que acarreta, como consequência, a prática intuitiva por estudantes e professores. A
depender da sorte, se o estudante desde o início adaptar-se a determinadas
estratégias, será bem sucedido por toda a sua jornada escolar e, se, ao contrário,
não se adaptar, poderá obter resultados negativos. Isso poderia ser evitado com
intervenções imediatas desde o início do processo, apresentando-lhe ações práticas
de diferentes estratégias de estudo e testando alternativas.
Com relação à análise dos vídeos transcritos, observou-se que muitos vídeos
do YouTube são patrocinados por empresas que visam, a pretexto de “ajudar o
estudante”, promover suas marcas ou vender produtos de forma indireta.
No entanto, as pessoas que produzem esses vídeos, são Youtubers, que não
possuem conhecimento técnico do assunto e que reproduzem os conhecimentos
que já possuem ou que pesquisaram no próprio YouTube, o que não
compromete este objeto da pesquisa, porque, neste contexto, considerou-se
importante que se tratasse de depoimentos de estudantes e da forma como
compreendem o ato de aprender .
Observou-se relativa consciência dos estudantes com relação à importância
de ser organizado, cuidar da saúde física e mental, ser frequente e prestar atenção
nas aulas, estudar regularmente e ser comprometido. No entanto, apresentam suas
estratégias como conhecimentos intuitivos e acreditam que estes conhecimentos
empíricos sejam conceitos, conselhos e dicas que podem servir para todos.
Em vários tópicos temáticos foram identificadas relações com as teorias de
aprendizagem e com várias correntes, predominando o comportamentalismo nas
categorias "Organização para os estudos", "Bem estar físico e mental" e
"Comportamento durante as aulas". Na categoria "Estudo individual", foi possível
identificar a predominância do comportamentalismo e o cognitivismo. Na categoria
"Interação", observou-se o cognitivismo e o humanismo e, na categoria "Preparação
para as avaliações", o comportamentalismo. Sendo assim, a corrente predominante
seria o comportamentalismo nos depoimentos dos estudantes Youtubers. Mas ficou
107

evidente o desconhecimento dessas teorias pelos autores dos vídeos. Dessa forma,
ao mesmo tempo em que em um vídeo era identificada uma corrente
comportamental, também poderia se verificar outra cognitivista ou humanista.
Certamente isso também seja identificado no modelo de ensino aplicado, o que
poderia ser objeto de outras pesquisas, ao passo que, ao mesmo tempo em que se
incentiva o aprendizado por meio de interações sociais, exerce concepções
avaliativas punitivas ou compensadoras, assim como o modelo de ensino seriado e
outras práticas que revelam a aplicação dessas várias teorias, no cotidiano.
Estudantes não nascem conhecendo estratégias de aprendizagem. É preciso
considerar o ambiente interno de aprendizagem, como por exemplo, o estado
mental, psicológico e emocional do aprendiz, bem como sua pré-disposição em
aprender. As instituições de ensino possuem papel fundamental no sentido de
orientá-los sobre o uso destas e de auxiliá-los no processo de autoconhecimento.
Questões relacionadas à saúde, como a qualidade do sono, alimentação e
prática de atividades físicas afetam o desempenho do estudante. Podendo beneficiar
ou prejudicar sua aprendizagem. O bem estar e o relaxamento são pré-requisitos.
Não há aprendizagem efetiva se o estudante está cansado, adoentado ou sob
pressão.
Em alguns casos, são necessárias estratégias de memorização e, em outros,
de compreensão e interpretação. Além disso, estudar para um teste é diferente de
estudar para uma formação humana e profissional. Primeiramente é necessário
identificar o objetivo do estudo para, então, escolher as estratégias que serão
utilizadas. Assim, o conteúdo que será estudado também deve ser analisado antes
de se escolher estratégias de estudo.
Outra questão importante, que influencia no ato de aprender, é a bagagem de
conhecimentos e os hábitos construídos anteriormente pelo estudante, uma vez que
funciona como referência para novas associações. Por consequência, quanto mais
se sabe, mas fácil se torna aprender novas coisas.
Para ocorrer uma aprendizagem efetiva, é mais eficiente estudar pouco e
intensamente todos os dias, fazendo revisões periódicas ao invés de se dedicar por
muitas horas seguidas, em poucos dias. Aprender efetivamente exige tempo para o
amadurecimento das ideias. Fazer pequenas pausas a cada 30 ou 40 minutos de
estudo também é positivo.
108

As avaliações precisam ser elaboradas de forma a instigar o raciocínio e


aprendizado significativo, eliminando respostas automáticas ou decoradas.
Resgatando conhecimentos que foram armazenados na memória de longo prazo e
evitando resultados maquiados que não condizem com a aprendizagem do aluno.
Aprender também requer autoria. Torna-se necessário ser protagonista do
processo. Assumir tarefas, em vez de receber tudo pronto. Construir um novo
material a partir dos estudos, levantar hipóteses, questionamentos e, se possível,
ensinar alguém.
O estudante precisa desenvolver uma espécie de senso crítico sob sua
atuação e desempenho no ato de aprender. Quanto maior a capacidade de
autorregulação, menor a incidência de procrastinação e, consequentemente, de
baixo desempenho na aprendizagem.
O estudante universitário é tão estudante quanto os outros da educação
básica. O que difere é que geralmente esse estudante é adulto e anseia por
aprendizagens que façam sentido para suas vidas pessoais e profissionais. Esperam
identificar aplicabilidade do que estão aprendendo e almejam por uma relação mais
igualitária no ambiente universitário, podendo argumentar e relacionar sua bagagem
de vida ao que está sendo estudado.
Assim, pode-se afirmar que não há estratégias de estudo eficientes para
todos. Portanto, não se pode estabelecer modelos de estudo que garantam a
aprendizagem no ensino superior. Estratégias de estudo são ferramentas que cada
estudante precisa conhecer, experimentar e selecionar as que melhor se adaptam à
sua realidade de estudo, às características dos conteúdos do curso e do perfil
profissional a ser desenvolvido.Conhecer as estratégias e ter uma visão clara sobre
o processo de aprendizagem é fundamental para todo estudante, inclusive o
universitário.
No contexto de um mestrado profissional, é necessário a apresentação de um
produto decorrente da pesquisa, esta pesquisa, portanto, culminou na produção
de um material audiovisual que foi constituído de forma a resumir as teorias, os
resultados e as reflexões aqui trabalhadas. Assim, foram produzidos vídeos
animados, com enfoque didático e pedagógico, publicados em um canal
do YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCK-6EYNnuvPvLXEOqueUwjg).
109

Para a produção dos vídeos foram necessários alguns passos. O primeiro


deles foi a criação e revisão dos roteiros, listados no Apêndice D. Então, partiu-se
para a gravação e edição dos áudios, a edição das animações por meio do
programa VideoScribe e, finalmente, a publicação na plataforma do YouTube.
A temática desta pesquisa é extensa e não se esgota. Ainda há muito o que
pesquisar e aprofundar. Desse modo, a dissertação se conclui, mas a pesquisa
continua e, conforme novas reflexões ocorrerem, novos vídeos serão produzidos e
publicados.
Os resultados evidenciam três aspectos principais: (i) As teorias de
aprendizagem evoluíram ao longo do tempo, a partir de pensamentos focados
estritamente no comportamento da pessoa, para concepções mais humanistas
voltadas ao aprendizado por meio de interações sociais. (ii) Os estudantes
apresentam conhecimento superficial e empírico sobre a definição e o uso de
estratégias de estudo. (iii) Ficou evidente a necessidade da realização de mais
pesquisas científicas na área e da disseminação desse conhecimento entre os
estudantes, desde os anos iniciais da vida escolar.
110

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em: https://www.youtube.com/watch?v=fVtIn33toYA. Acesso em: 05/10/2016.

#2 - DIÁRIO DE UMA VESTIBULANDA: Como Eu Estudo?Raquel Lemos. 2016. 08:14.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CUKFl9dfxQ4. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO. Carol Camargo. 2016. 06:38. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=KjdOFv_ta9w. Acesso em: 05/10/2016.

DEPOIS EU ESTUDO. QUEM NUNCA?Bel para meninas. 2016. 03:24. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=0CzZkgAzdIk. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO/POR QUE TREINAR? - VIDA DE CONCURSEIRO #2. Oney Araújo.


2016. 08:36. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gV16pTf1ydQ. Acesso em:
05/10/2016.

Rotina de Estudos - Como eu estudo + dicas! / Study Routine | HeyGabs. Gabs Pepeleascov.
2016. 08:01. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=J3YOFkHm8zE. Acesso
em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO | Dicas para se dar bem na faculdade. Ially Furtado. 2016. 03:56.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eDmpsKMO81g. Acesso em:
05/10/2016.

Como eu estudo para as provas!!Amanda For Me. 2016. 05:57. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=37PLbz7_Kbk. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo a Lei Seca! I Victor Ribeiro #23/365. Victor Ribeiro. 2016. 04:19. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=0qsxFq4VVOo. Acesso em: 05/10/2016.

Dicas de Estudo | Como eu melhorei as notas. Vepa Barbosa. 2016. 12:23. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_OoHxeX-gzw. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO PARA PROVAS. Loira Fake. 2016. 07:58. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YLAAcfzFuNM. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU PASSEI EM MEDICINA - ROTINA DE ESTUDOS. Monalisa Nunes. 2016. 17:17.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YlN_eSnZ-O4. Acesso em: 05/10/2016.

Como Estudo Inglês Em Casa. Apenas Quinze Anos. 2016. 05:29. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=68aOUnuPHYE. Acesso em: 05/10/2016.
115

Como eu estudo história para o vestibular. Buscandoamed. 2016. 06:06. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xVnRoHHGkzI. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO PARA CONCURSO. Priscila Benichio. 2016. 17:51. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=GzDthFXlVFs. Acesso em: 05/10/2016.

Dicas de estudo + Meu cronograma e como eu estudo!Juliana Souza. 2016. 06:46. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=5bQMINWRCq0. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo? Improvisando com loop station boss rc2. Adriano Prets. 2016. 04:59.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_TNdRd2xvJo. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo / #Vlog. Sem_Neurose. 2016. 05:47. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=OF6oSVeDFcg. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo inglês ?Vida de Imigrante. 2016. 01:18. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=NFBI07XOdUE. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu organizo os meus CADERNOS. | Ensino Médio.Lívia Z. Marques. 2016. 07:48.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SjOSsVDXPT4. Acesso em: 05/10/2016.

Como estudo a Bíblia de maneira pratica e eficaz. Cantinho da Biia. 2016. 06:00. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=6D9DEQum0Xc. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo!!!!Israell Allmeida. 2016. 00:38. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=oF0Ph2_jXGE. Acesso em: 05/10/2016.

"ESTUDANDO, COMO MINHA MÃE ACHA E COMO EU ESTUDO". MC Élky Na voizzz. 2016.
01:39. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HuqQaFaP1Dw. Acesso em:
05/10/2016.

Um Curso em Milagres: como eu estudo? por Melodia Moreno. Melodia Moreno. 2016. 07:33.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XWSxCSSUb1o. Acesso em:
05/10/2016.

EU ESTUDO CERTO na TV - Programa 03. Eu Estudo Certo. 2016. 20:12. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=uBmDpNqdNIE. Acesso em: 05/10/2016.

VLOG-Como eu estudo Matemática. Giovanna Rocha F. 2016. 03:57. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=jnR9-QJrPyM. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO: Técnica de estudo, Organização, Provas, Matérias, Dicas l Medicina


Veterinária. 2016. 05:04. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=l_h34OGTt_s.
Acesso em: 05/10/2016.

EU ESTUDO CERTO na TV - Abertura do Programa. Eu Estudo Certo. 2016. 00:20.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6UWvZyLr5DY. Acesso em:
05/10/2016.

EU ESTUDO CERTO na TV - Programa 04. Eu Estudo Certo. 2016. 17:05. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NNj3eQm2Zgs. Acesso em: 05/10/2016.

Como Eu Estudo. A Carol Sabe. 2016. 04:13. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=d5Yp5ZImnrg. Acesso em: 05/10/2016.

Bitolei! Como eu estudo português ultimamente.Bitolei. 2016. 02:06. Disponível em:


116

https://www.youtube.com/watch?v=Q9MEwQFttwg. Acesso em: 05/10/2016.

Como Eu Estudo Hoje - Pedagogia EAD. Rose Pedagogia. 2016. 07:44. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xuhp-6uUPWQ. Acesso em: 05/10/2016.

Bitolei! Como eu estudo matemática para concursos públicos. Bitolei. 2016. 02:01. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=5MHflMoWAIU. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO PARA AS PROVAS. Canal da Juuh. 2016. 06:31. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=vU0jN7lShlc. Acesso em: 05/10/2016.

POR QUE EU ESTUDO ISSO? Fala Ai #01 (NOVO QUADRO!). Malena010102. 2016. 09:11.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Hannh4cFY7k. Acesso em: 05/10/2016.

COMO EU ESTUDO A BÍBLIA I FERNANDA SILVA. Ministra Fernanda Silva. 2016. 05:34.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_NWtv75QVCU. Acesso em:
05/10/2016.

Depois eu estudo,quem nunca? Maria Luiza Barreto Rodriges. 2016. 07:57. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=FC5WcM7Yp0Q. Acesso em: 05/10/2016.

APRENDER OU MELHORAR O SEU INGLES - COMO EU ESTUDO. EASY USA. 2016.


14:21. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-tIkfnsuJW8. Acesso em:
05/10/2016.

Como eu estudo a biblia/organização. canal lucas BR. 2016. 04:29. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=J_YNJqEnKAU. Acesso em: 05/10/2016.

CURSO DE MEDICINA: MINHA ROTINA DE ESTUDOS. Monalisa Nunes. 2016. 10:15.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F-AkJHy_ubI. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu me organizo/Como eu estudo/Material Cursinho. Natália Melo. 2016. 12:39.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tBbnKuT5--Y. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo+diy. Coisas da Lanna. 2016. 04:11. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=5dROL4KL7-A. Acesso em: 05/10/2016.

Como eu estudo + dicas. Manu Top teen. 2016. 07:14. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_3pHsGBVtr4. Acesso em: 05/10/2016.

FACULDADE DE MEDICINA // Como Organizar os Estudos. Maria Lowen. 2016. 06:46.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Mml4Wod4Yr8. Acesso em:
05/10/2016.

Dicas para estudar + como eu estudo. Cantinho da Rita. 2016. 03:45. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=QtiYzRbIOos. Acesso em: 05/10/2016.

Rotina de estudos | Fran Guarnieri. Fran Guarnieri. 2016. 07:12. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=UPu1GXPDMc4. Acesso em: 05/10/2016.

#Maisera - SEMANA DE PROVAS! Maisa Silva. 2016. 07:11. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=7ydEV9FWyLI. Acesso em: 05/10/2016.
117

APÊNDICE B

MODELO DE FICHAMENTO DOS VÍDEOS- ____/____/____

NOME DO VIDEO:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________
DATA DE PUBLICAÇÃO: ____/____/____
Nº DE VISUALIZAÇÕES: _________________________
DURAÇÃO: ____:____
SEXO: F M
FAIXA ETÁREA: Criança Adolescente Adulto
TEMÁTICAS ABORDADAS:
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APÊNDICE C (Transcrição dos vídeos)

T 1 - Maisera - SEMANA DE PROVAS


Oi, Oi, gente! No vídeo dessa semana... Eu to aqui... com meu negocinho de pelinhos,
muito fofo... (casaco felpudo). Para falar sobre uma coisa que talvez seja chata. Talvez, porque é
chata..., Mas o que é? Semana de provas! Bom, existe uma semana na escola no qual a gente tem
várias provas. Em minha escola não tem uma semana de provas inteira. É assim... A gente vai tendo
umas três semanas e nessas três semanas tem, tipo duas provas por semana ou três. O que às
vezes fica mais difícil, sabe, você tem uma, tem um dia para estudar. É melhor. Só que aí você relaxa
um dia e tem que estudar para o outro. Então é meio... meio complicado. Semana de prova deixa
todo mundo nervoso e eu vim mostrar pra vocês como é que eu estudo, porque agora esse mundo
tecnológico... Eu tenho um help, mas depois eu mostro a ajuda pra vocês.
Bom, aqui tem a agenda.... Eu anoto tudo, gente! Tudo na agenda. Quando eu esqueço a
agenda na escola, acabou! Acabou a minha vida.... Porque eu não vou saber o que tem para o dia
seguinte. Eu fico desesperada.
Tem o meu caderno universitário que é este daqui ó, que tem várias etiquetas. Ele é de
todas as matérias.... Esse caderno aqui é.… meio que, está incluso no material, mas é opcional,
porque o que os professores passam na lousa você vai anotando e eu faço resumos, sabe, dessas
coisas, porque a gente usa apostila. Ele é cheio de coisa para poder estudar e eu organizo bastante.
Então eu coloco, tipo, Física, uma parte, Química, outra. Aí eu vou copiando os resumos e fica bem
mais fácil na hora de estudar. E eu não vou mostrar minhas apostilas, porque é muito conteúdo e
exercícios que tem, mas eu vou mostrar uma nova ajudinha que eu estou tendo...
Tchan, Tchan, ram, ram.... Aparentemente é um Dell Inspirion 13 700, normal ne. Mas aí
que você não conhece o meu Dell novo, por que, olha isso gente. Olha isso! Você pode no modo
cabaninha pra ver aquele Netflix, porque já vou falar sobre isso. Já vou falar sobre como Netflix me
ajuda nos estudos. E também dá pra usar como, ó, como tablet, porque eu... entrei no nono ano, esse
ano. Então eu fico.... Eu fico vendo um monte de vídeos, sabe? De Física e Química... Ele tá me
ajudando, porque essa semana eu recebi o.… esse novo computador da Dell pra testar enquanto eu
estiver escolhendo material pro canal e pra assistir minhas séries, o que eu é muito legal! Então,
aguenta, nos dois juntinhos.
É.… eu vou falar pra vocês como eu estudo com Netflix. Eu faço assim. Rrrss.... Eu sou
muito viciada em séries. Então eu assisto um episódio da série pra começar a estudar, porque eu não
quero sair do celular, né. Aí eu coloco no Netflix, assisto um episódio e aí eu falo, é.… tá na hora de
estudar. Daí eu entro no portal da minha escola... vejo o conteúdo que tem para estudar.... Depois
que eu vejo o conteúdo que tem pra estudar, eu vou lá, faço o resumo, leio a apostila algumas vezes,
estudo meu resumo, vou para o computador, pesquiso. Tipo, uma coisa que eu aprendi esse ano: se
você não entendeu a matéria, Internet! Na internet, você vai achar absolutamente tudo! Tem umas
coisinhas, uns resuminhos que você pode imprimir, colando no caderno, tipo, ó, na minha pasta tá
cheio de coisa pra estudar. É muito bom! Sério! Porque as vezes eu fico perdidassa, aí eu tenho que
falar: Opa! Cadê? Não entendi. Eu vou lá na Internet, procuro resumo e me viro. E é assim! Então eu
vou estudando e assistindo um episódio, daí eu fico mais estimulada pra... pra estudar. Aí, chega o
dia da prova... e o problema é que você pode ter estudado o dia inteiro, mas você não vai estar
preparada. Você vai tá preparada, só que você acha que você não tá preparada. Por quê? Porque
você passou um dia inteiro estudando! Eu sou assim, eu estudo.... tem aquela coisa de: não pode
estudar na véspera! Eu estudo na véspera. Não tem jeito, gente. Eu cato, estudo no computador.
Estudo pela minha pasta, estudo pelo meu caderno universitário, estudo pelas apostilas. Aí, eu
estudo, vou estudando, vou imprimindo as coisas.... Quando eu vejo, eu falo: o que que é isso
mesmo? Aí chega vinte minutos antes da prova, tem que ficar estudando tudo de novo. Daí eu vou
criando, um tipo, siglas, sabe? Então, se eu preciso decorar uma formula, se eu preciso decorar
119

qualquer coisa, eu vou lá, associo a alguma coisa, aí eu lembro e fico fazendo a prova. Mas tem
aquelas coisas de cola, né gente.... Por que... ham.... Eu não colo. Não pode dizer que nunca colei na
minha vida. Porque eu sou uma estudante normal, né. Mas, eu passo bastante cola... pros
coleguinhas... Uma vez, eu fui fazer uma cola, não vou falar pra que prova, porque não posso falar.
Mas uma vez eu fui fazer uma cola, e a cola estava errada. A cola tava errada! E ainda tem a prova
multidisciplinar. Eu não sei se na escola de vocês tem prova multidisciplinar, mas a minha é assim. A
gente recebe uma apostila nova. Uma A-POS-TI-LA, só para uma semana de estudo pra uma prova.
Essa prova engloba todas as matérias. Então, Física, Química, Português, Matemática, História e
Geografia e Inglês, são sete matérias em uma prova. Eu acho que são sessenta testes. Questões
alternativas. E.... você tem uma semana pra estudar pra ela. Eu vou ficar pra caramba no meu
computador estudando, vendo vídeo. Que é o que me ajuda. Eu acho que vídeo me distrai, sabe! Não
me sinto aquela coisa de ficar lendo, lendo, lendo direto. Mas então é só isso, gente. Me desejem boa
sorte. Eu espero que eu consiga passar desse semestre feliz e plena pra curti minhas férias e não
ficar de recuperação, né. Então é isso galera. Espero que vocês tenham gostado e se vocês se
interessam neste computadorzinho aqui! Porque ele está comigo. (Faz demonstrações de como
funciona o computador). Então foi isso gente. É valeu à Dell por ter me emprestado um novo
amiguinho pra estudar. E vou continuar sabe, gente. Vou continuar dando atenção pra vocês, mas
também tenho que continuar estudando, então, se inscreva no canal e assista esse último vídeo, que
foi meu Blog na Disney com a Bia. Dê um like se você gostou. E isso. Beijo!

T 2 - DEPOIS EU ESTUDO. QUEM NUNCA?


- Ai, tem tanta coisa pra estudar... E essa é a semana de prova. A semana que eu não
gosto. A semana de provas. Olha, as primeiras provas vão ser de Português e de Matemática. Ai, tem
tanta coisa pra estudar. Eu não queria estudar agora. Eu acho que eu vou ver um vídeo... É... Vou ver
um vídeo. Depois eu estudo, né. Tenho o dia inteiro pra estudar. Vamos lá. Vou jogar...
- Bel!
- Que foi, mãe?
- Já tá sabendo a matéria toda? Já estudou tudo?
- Mãe...
- Deve tá, né? Ta vendo vídeo!
- Olha, mãe, esse joguinho novo. Aqui o joguinho.
- Ah, tá! Então eu vou te perguntar, você já deve estar sabendo tudo, né. Vai estudar, Bel.
Bel, você sentou ainda agora. Ó, me dá esse Ipad. Já estudar.
- Ah, mãe, só um pouquinho, por favor.
- Vai estudar, Bel... Primeiro a obrigação.
- Que pena que eu não posso ver o Ipad... Mamãe não falou que eu não podia mexer no
celular. Vou tirar várias selfs... Vou mexer no aplicativo da Bel. Depois eu vou estudar. Só um
tempinho, não vai fazer diferença.
- Bel...
- Mãe...
- Já estudou, Bel? Você está tirandp self. Sabe tudo, né?
- Daqui a pouco eu estudo, mãe. Só umas fotos.
- Celular e Ipad confiscados. Passando, Bel. Primeiro o estudo, depois a diversão... Isso,
agora, estuda tudinho, está ouvindo, Isabel Teles Magdalena?
- Tô... Ai, agora tá passando meu desenho favorito. Episódio novo. Ah, depois eu estudo...
rrrsss...
- Bel!
- Que foi, mãe?
- Oh, daqui uma horinha vou te perguntar isso tudo, viu!
120

- Tá bom! Ai, agora não tem jeito. Eu vou ter que estudar. Tem uma revisão toda. Tem duas
revisões pra fazer. Tem muita coisa pra escrever. Tá me dando um sono! Vou cochilar um pouco, aí
depois eu estudo. Daqui a pouquinho.
- Bel! Já estudar, Bel!
- Eu tô estudando!
- A prova é amanhã...
- Você não viu que eu tava assim estudando, Mãe?
- Ó, daqui a pouco eu vou te perguntar isso tudo, ehm, Bel!
- Tá bom! Quem nunca ficou enrolando pra estudar? Gente, estudar é muito importante pro
nosso futuro. Depois que a gente estudar, a gente pode fazer qualquer coisa. Brincar no Ipad, no
celular, com disciplina. Então, foi isso e agora eu vou estudar pra prova, ne. Eu quero que meu
boletim saia muito bom. Acima da média. Conta aqui se você tem preguiça de estudar.

T 3 - COMO EU ESTUDO+ DICAS PARA SE DAR BEM NAS


PROVAS
Ei, gente! Como vão vocês? Hoje eu vim fazer um vídeo muito diferente. Completamente
diferente de tudo que eu já fiz aqui no canal. Só que eu senti a necessidade de fazer esse vídeo
porque na semana passada, retrasada, não sei, foi minha semana de provas na faculdade e eu
simplesmente apertei o delete de todas as redes sociais que eu faço parte e todo mundo percebeu
isso. Então aí muita gente fica me perguntando, Manu, como que você faz para estudar? Então, hoje
eu vim falar pra vocês quais são as minhas dicas. Vim dar alguns truquezinhos que eu faço. Que as
minhas amigas da faculdade mesmo. Tem um aqui que elas acham até graça disso que eu faço. Mas
me ajuda muito. E eu espero que ajude vocês também. Mas antes de eu falar pra vocês os meus
truques, eu quero dar algumas dicas que já vai te ajudar muito a nem precisar de estudar tanto assim
na semana de provas, tá. Coisas que você já tem que fazer lá na sala de aula pra você não precisar
de se matar de estudar depois.
Primeira dica: tente não perder aula. Gente, é uma coisa tão boba que a gente até passa
batido, sabe. Na segunda feira eu tenho aula só de Neuro. Na terça- feira eu tenho aula só de
psicologia social. A aula da matéria é só naquele dia. Então, se eu falto aquele dia, eu simplesmente
perdi todo o conteúdo da semana naquela matéria. Então, assim, isso faz muita diferença. No
primeiro semestre, eu quase morri enforcada em Bases Biológicas porque eu faltei dois dias, dois
dias! Na hora da prova, eu fiquei completamente perdida. Tive que morrer de tanto estudar e, mesmo
assim, eu tinha quase certeza de que eu não ia passar e graças a Deus eu passei.
A segunda dica também vale mais pra quem faz faculdade. Os professores não anotam
nada no quadro, não escrevem. Eles passam slides. Daí eu tenho algumas amigas que ficam
escrevendo o slide, então só escutam por alto o que o professor está falando. Tem uns que só
anotam e nunca pegam o slide. Tire foto do slide e daí você vai prestando atenção no que a
professora tá falando e anota o quer achar interessante do que ela está falando. Porque você vai
precisar do slide depois. E você vai precisar ter ouvido o que a professora falou e como ela falou.
Terceira dica. Seja chato! Simplesmente. Única e exclusivamente, seja chato! Não chato
igual tem uns na minha sala, porque, Deus tenha misericórdia, porque tem uns na minha sala... Quem
estuda comigo sabe do que estou falando. Pergunte não tenha vergonha. Ai meu Deus, todo mundo
deve saber isso, só eu que não sei. Pode ter certeza que vai ter um monte de gente na sua sala que
está pensando a mesma coisa que você e que não teve coragem de falar e que se você não
perguntar, você vai ficar com essa dúvida pro resto da vida. Eu sou super chata. Eu já falei pra vocês
que sento lá na frente e, ou eu presto atenção em absolutamente tudo e se não entender nada, meu
filho, o professor está lascado, porque eu fico perguntando o tempo todo.
A quarta dica é uma coisa que eu não costumo fazer muito. Tenta estudar sem ser na
semana de provas. Tenta estudar no resto dos outros dias, porque é mais fácil pra você ir
121

assimilando aos poucos o que os professores estão falando. Na semana de prova, são provas todos
os dias. Eu costumo falar pras minhas amigas que todo dia eu tenho que apertar o reseto na minha
cabeça. Reset e começa de novo. Reset e começa de novo, reset e começa de novo. E... chegou a
hora da prova. Pega o papel e a caneta aí e anota todas as dicas que eu faço pra conseguir estudar.
A primeira dica é um: não faça. Não estude na sua cama, nem em sofás. Eu já vi muita
gente dando dica de você estudar num lugar confortável, mas a cama, definitivamente não é um lugar
pra você estudar. Não tem como você escrever. Não tem como você fazer anotação nenhuma.
Depois de um tempo as suas costas começam a doer e a probabilidade de você desistir no meio do
caminho é muito grande, tá.
Tenha seus lembretes com dois dias das provas. Assim você evita ser pega de surpresa
ehm.
Se você seguiu as dicas que eu te dei antes, seu celular uma hora dessa vai estar recheado
de fotos de slides. O que eu faço é sempre separar por pastas. Assim, facilita muito na hora que você
for estudar e quando você for passar tudo isso aí pro seu caderno.
Ah, você não passa pro caderno? Pois devia! Isso me ajuda muito! Na medida que a gente
escreve uma coisa que a gente já viu e já ouviu, a probabilidade de vocês assimilar e aprender isso
mais rápido é muito maior. Isso me ajuda muito. Então, anota aí. Próxima vez que você for estudar,
passar todos os slides pro seu caderno.
Outra coisa que eu faço muito é usar o post it pra marcar livro ou apostila em duas
ocasiões: Ou pra marca alguma palavra pra algum contexto que eu tenha lido e não tenha entendido
ou então algum trecho que eu achar que foi muito importante e que vai cair na prova. Porque daí,
quando eu voltar lendo eu vou lembrar disso.
E aqui ta meu grande segredo. O motivo das minhas amigas acharem graça na faculdade.
Gente, isso me ajuda muito. Geralmente os textos que os professores passam são bem complicados.
Usam palavras difíceis e até são redundantes. Então o que é que eu faço? Eu sempre gravo o que eu
entendi de cada trecho. Porque aí durante o dia. Enquanto eu to assistindo televisão, enquanto eu to
mexendo no blog, enquanto eu to arrumando a casa, eu to ouvindo uma maneira resumida e muito
mais fácil de se entender. Gente, sem explicação de como isso me ajuda! Daí, cada gravação, eu vou
colocando o nome da apostila que eu gravei. E ai na hora que eu vou estudar, eu vou batendo a
apostila com meu áudio.
O marca texto é o melhor amigo de qualquer pessoa que estuda, gente! Eu não sei vocês,
mas eu sou a louca do marca texto. Eu sempre vou grifado tudo que eu acho que foi importante. O
problema é que eu tenho um toquezinho, sabe? Daí eu grifo a apostila inteira. Mas, fica a dica.
Se você não for usar o celular pra essas outras coisas que eu já citei, desligue! Não deixa
no vibrar. Porque se você deixa no vibrar você vai pegar e aí você já sabe, né? Então, desligue o
celular!
E, por último, o que eu faço muito é explicar pra alguém tudo que eu já aprendo. Tudo que
eu estudei. Você pode chamar uma amiga sua pra estudar com você ou você pode explicar para você
mesmo na frente do espelho que funciona super! Eu geralmente explico pro(Alfredo)(cachorro) e pior,
por incrível que pareça, geralmente ele entende o que eu to falando. Mas... fica a seu critério, né.
Cada caso é um caso.
Então é isso, pessoal, espero que as dicas sejam válidas. Eu espero que vocês tenham
gostado do vídeo. Se vocês gostam, dê um joinha tá? Compartilha lá no grupo da sala, que eu tenho
certeza que a sua sala tem um grupo no Whatsapp, que de vez em quando dá umas treta né, umas
briga lá. Só que os são sempre válidos. Essa é outra dica, tá? Pra você lembra de quando vai ter uma
prova daquele trabalho e tal que você esqueceu de anotar e quase que se você não participar do
grupo você não fica sabendo. Se vocês gostaram compartilhem e me conta aqui nos comentários se
tem algum truque que você faz que é diferente das coisas que eu faço, tá! Porque, né, um
truquezinho a mais é sempre válido. Um beijo pra vocês e até o próximo vídeo e tchau!
122

T 4 - COMO EU ESTUDO/ ME ORGANIZO PARA AS PROVAS


(Naati Weiler)
E aí, gente! Tudo bom? O vídeo de hoje é um vídeo que vocês pediram muito no vídeo que
eu gravei dos meus materiais escolares 2016.
Esse é um vídeo mostrando como eu estudo, como eu... faço resumos pras provas e tudo
mais. Então, como, eu não sei vocês, mas, eu estou começando aí na época de prova e tudo mais...
As provas já estão começando a vir. Então, eu espero que vocês gostem e... vamos lá. Então, gente,
eu vou começar mostrando pra vocês como eu me organizo nessa questão de provas, tarefas e tudo
mais. Então... olha só, eu faço, todo mês, esse calendário aqui. Deixa eu mostrar pra vocês. Opa,
caiu. Eu... esse pequeno homenzinho aqui, tá (mostra um desenho no quadro, que estava por baixo
do calendário). É que esse quadro era de quando eu era menor tá, gente. Daí eu não queria jogar ele
fora, então eu escondo os bonequinhos pra não parecer um quadro de criança. Apenas releve, tá?
Enfim, é sério. E eu vou marcando os x conforme passar o tempo. Aí, em cada dia eu escrevo o que
vai ter, por exemplo, aqui no dia 21, ou seja, amanhã, ou seja, segunda, ou seja o dia que você está
vendo esse vídeo, eu vou ter prova de Espanhol e de Redação. Ô merda! Enfim, porque aí eu sempre
vou passar aqui no meu quarto e vou dar uma olhada, e daí eu nunca vou esquecer o que vai ter,
porque eu sempre vou olhar, pá! Tem uma coisa anotada aqui. Daí eu nunca vou esquecer. E
também, gente, eu tenho aqui duas agendas. No meu material escolar do meu vídeo do meu material
escolar, eu mostro pra vocês só essa daqui, mas eu tenho, também, essas daqui. Que eu é... não
mostrei. Essa agenda aqui. Essa maiorzinha... é a minha agenda de tarefas. Vai ficar só as tarefas
aqui, entendeu, gente? Aí, conforme eu vou fazendo, eu vou riscando. E essa pequenininha aqui eu
uso pra anotar as provas. Então, tipo, ela é assim de Nova York, que eu ganhei de uma amiga minha
e... daí ela é um bloquinho assim, onde eu anoto as provas. E daí, conforme vai passando a prova,
conforme eu já fiz a prova, aí eu vou riscando. E daí, se eu fiz todas de uma página, eu arranco. Que
nem eu faço aqui com a tarefa. E eu acho essa forma de ter duas agendinhas muito mais fácil de se
organizar, porque daí não fica tudo misturado, entendeu, tipo, prova com tarefa, enfim. Eu vou
mostrar pra vocês um aplicativo de celular, que é um aplicativo Agenda do Estudante.
Então vamo lá. Aqui tem essas quatro opções quando você abre o aplicativo tem esses
quatro botões. Tem as disciplinas que tem na sua escola tudo mais. A primeira coisa que você tem
que fazer é adicionar as disciplinas. Primeiro você pode adicionar os horários, por exemplo, esse é o
meu horário da semana. Daí tem, ó, por exemplo, Geografia, Biologia, História, Espanhol, Redação...
Aí que, eventos, que, no caso, eu só uso esse aplicativo pra prova gente, então, eu só tenho anotado
prova aqui. Mas você pode anotar a tarefa, atividade, enfim... tudo! E você pode ir marcando quando
você faz, por exemplo, ah, hoje eu fiz essa prova de redação, daí você marca um vistinho aqui, que
quer dizer que você já fez, que já passou essa prova. Aí aqui as notas. Que daí você pode, se você
quiser, anotar as notas que você tirou nas provas, nos trabalhos, enfim. Pra você ter uma noção né
gente de como você tá na matéria e tudo mais. E se você clicar aqui, por exemplo, você vai ver a
soma de todas as suas notas das disciplinas, você pode ver a média... que você tirou na disciplina e
tudo mais. Aí aqui, gente, do ladinho do menu, tem o dia, que é o dia de hoje. Aqui, no caso é as
matérias... E se eu tiver algum compromisso, por exemplo, uma prova e tal, vai aparecer aqui
azulzinho o que eu vou ter nesse dia. No caso eu já tive, eu já marquei o vistinho lá nas provas por
isso não tem nada. Mas aqui na semana, amanhã eu vou ter prova e quarta também. Então, e eu já
anotei aqui, então, por isso tá azulzinho no dia 22 e 23. E elas estão anotadas aqui, ó. Eventos
pendentes. São essas provas aqui que eu vou ter. Aí calendário. A data circulada é a data que eu vou
ter provas e ou alguma coisa. Tem várias coisas que você pode fazer nesse aplicativo pra te ajudar a
se organizar no dia a dia e tal. É muito bom. Eu adorei esse aplicativo. Ele é super legal. E esse
aplicativo foi a minha prima Ana Ju. Um beijo, Jú! Que me mostrou esse aplicativo. Muito obrigada
mesmo, sério. E é isso gente. É dessa forma mais ou menos que eu me organizo.
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E agora eu vou mostra pra vocês como eu estudo. Esse meu caderno que é o caderno de
resumos. Que é onde eu anoto os resumos dos conteúdos que vai cair em determinada prova. E fica
assim, bem organizadinho. É muito legal, gente! Na hora que vocês forem fazer o resumo de vocês,
vocês peguem informações tanto do caderno de vocês, que o professor passou, quanto informações
da apostila mesmo. Porque daí vocês tem informações dos dois, entendeu? E um complementa o
outro. Então, é muito legal você lê a apostila de verdade. Ler a apostila inteira e ir grifando tudo que
você achar importante. Porque daí na hora de você fazer o resumo, você vai ter tudo mais completo,
entendeu? Sério, gente!
Eu acho muito importante você ter um lugar para o estudo. Por exemplo, essa escrivaninha
aqui é o local para os meus estudos. Então, quando você tem o seu lugar para estudo, você sabe
quando você tem um lugar para sentar lá, você vai sentar pra estudar.
E a última dica, gente, depende. Não é todo mundo que vai poder fazer essa dica, porque é
assim: tem escola que não deixa ficar com o celular em cima da mesa. Se você puder, gente, pelo
amor de Deus, não quero que você seja pego com o celular e daí, por minha culpa, tá, gente! Pelo
amor de Deus, cuidado! É sério, cuidado, gente! Não faça isso se os professores não deixam, sério.
Pega seu celular e coloca pra gravar o áudio da aula. Por exemplo, o seu professor vai fazer uma
revisão ou uma aula muito importante que você precisa prestar muita atenção. Pega o gravador do
áudio do seu celular e coloca pra gravar a aula inteira. Você grava a aula inteira. E aí, quando você
chegar em casa, você coloca pra escutar. E daí você vai... é como se você tivesse escutando a aula
tudo de novo. Só que daí você vai poder pausar o áudio, escrever uma anotação. Você vai poder
voltar o que você não entendeu e ouvir de novo. E u sempre tento fazer isso nas aulas de Filosofia
porque o meu professor fala muito e tudo que ele fala é muito importante e nem tudo eu consigo
anotar. Então... é muito legal ehem!
Bom, gente! Então é isso. Eu espero que eu tenha ajudado vocês e que é basicamente isso,
gente. Tipo, eu anoto no meu caderno. Depois eu pego a apostila e vou anotando, vou vendo vídeo
aula. Eu aprendo quando eu escrevo. Então, eu preciso escrever pra memorizar, pra aprender.
Então, por isso que eu faço o resumo. Então é isso, gente! Eu espero que eu tenha ajudado. Se você
tem alguma dúvida, se você tem alguma outra dica pra dar pra gente aí, comenta aqui em baixo.
Sério, gente, acho que esse foi o vídeo mais sério que eu já gravei em toda minha vida. Mas eu
prometo que não vai ser sempre assim, tá, gente! Porque... né, enfim. Então é isso, gente, um beijo e
até o próximo vídeo. Tchau

T 5 - COMO EU PASSEI EM MEDICINA - ROTINA DE ESTUDOS


Oi, pessoal! Tudo bem? No vídeo de hoje eu vim contar, com detalhes, qual foi a minha
rotina... de estudos durante o cursinho e todo o processo que eu fiz pra passar no vestibular. Esse
vídeo é em continuação ao vídeo que eu postei há algumas semanas atrás sobre como eu passei em
Medicina. Nesse vídeo eu falei no geralzão tudo, desde quando eu entrei no cursinho, até porque eu
quis Medicina, como foi. Eu também deixei no meu Instagram uma foto, pedindo pra vocês me
deixarem perguntas ou temas de vídeos relacionados com Medicina/Vestibular e vocês também
deixaram, então se você não me segue no Instagram, o meu Instagram é @statusenrolada, então me
sigam lá, que toda vez que eu for postar algum vídeo sobre Medicina ou que eu for gravar, eu vou
perguntar pra vocês, tá? E eu pretendo, depois de gravar alguns vídeos que eu estou em mente
sobre o assunto. É, pelo menos eu to com quatro em mente pra gravar agora. Eu quero postar um por
semana. É... Depois deles eu penso em fazer um vídeo de perguntas. Com perguntas gerais que não
foram respondidas nos vídeos. Então, se inscrevam aqui no canal, porque... vocês estão gostando do
assunto. Então, com certeza eu vou gravar mais vídeos. É uma assunto que eu amo falar. Então, é a
profissão do meu coração. Eu amo Medicina. Eu amo falar sobre isso. Pra mim é só lucros. Sentar
aqui e falar um pouco das minhas experiências na faculdade. Então, eu vou gravar mais vídeos sobre
esse assunto. Então, se você gosta, se inscreve no canal pra não perder os próximos vídeos e me
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segue no Instagram, que eu também sempre vou deixar novidades por lá. Então, nesse vídeo, em
especial, eu vou falar da minha rotina de estudos, em detalhes, gente!
Eu tentei juntar todos os detalhes possíveis. Lembrando que eu fiz cursinho há mais ou
menos quatro, cinco anos atrás... isso mesmo! Eu passei no vestibular... Eu entrei no cursinho em
2008 ou 2009, porque eu passei no vestibular em 2011. Então, eu to no meu terceiro ano de
faculdade. Eu to no 6º período agora. Muitos de vocês me perguntam quando... quanto eu tirei no
Enem, como foi a prova e, na realidade, eu fiz vestibular convencional. Eu fiz o Enem no novo estilo,
sim, mas o vestibular na UFAL que eu passei, ele ainda era o vestibular convencional. Foi o último
ano de vestibular convencional. Eu passei para a turma de 2011. Então, só pra deixar isso claro, eu
não estou no início da faculdade, gente, eu não entrei agora. Eu estou no meio da faculdade. Já era
pra eu estar no internato. Só que eu fiz um ano e meio de intercâmbio e ainda teve cinco meses de
greve, quatro meses de greve. Então, agora eu estou no sexto período. Então, eu já tenho assim uma
boa experiência para falar sobre a faculdade também. Por isso que vão ter mais vídeos sobre como é
a universidade, cursos, matérias, Anatomia e por aí vai. E, por conta da greve, eu vou entrar no
internato em janeiro do próximo ano, ou seja, eu to fazendo três semestres em um ano. Então, daqui
a pouco já vou tá no internato, já vai ter informações do internato pra vocês também. Eu pretendo
deixar vocês inteirados de todo o meu percurso na universidade e por aí vai. Então, me deixe nos
comentários umas sugestões e por aí vai. Então, é isso! Eu vou contar pra vocês. Por isso que eu tive
que lembrar bastante. Sentei, perguntei pra alguns colegas como era exatamente o cursinho. Eu
acredito que não mudou. Até porque, os cursinhos que eu fiz, pelo meu conhecimento, a maioria tem
os mesmos professores, a mesma rotina. Então, não muda muita coisa... Então, eu vou contar pra
vocês o que funciona pra mim. Como a rotina de estudos no cursinho e, posteriormente, eu vou fazer
um vídeo sobre rotina de estudos na universidade, que é completamente diferente. Não
completamente, mas é bastante diferente.
Então, eu vou começar falando pra vocês os materiais de estudo, que é essencial. Você tem
que ter os seus materiais. O enfoque desse vídeo não tem como fugir dos cursinhos pré-vestibulares,
porque foi a minha realidade. Eu não tenho como falar pra vocês da realidade de alguém que não
está fazendo cursinho, porque não foi a minha experiência. Só que, de qualquer forma, você vai ter a
base de, inclusive, uma planilha que eu vou deixar pra vocês no blog. É... de como estudar e como
trabalhar o seu tempo pra ser mais efetivo. Mas, eu fiz essa planilha pensando que você tem aulas
semanais, né, aulas diárias durante a semana. Então, vamos lá!
Então, os materiais que você vai precisar e os materiais que eu usava é coisa simples,
gente. Primeira coisa, você vai usar os livros do cursinho, né, que é o que tem. Todo cursinho dá
livro. Se não der, eles vão indicar a literatura por fora. Mas praticamente todos dão os livros e, em
segundo lugar, você vai precisar de provas, questões antigas. As provas do Enem, no caso, né!
Agora que é bem Enem. Então, você vai pegar todas as provas antigas do Enem, porque isso é
material. Os temas de redação, tudo isso você vai precisar pra treinar. E, por fim, você vai precisar de
revistas atualizadas, semanais, né! Pode ser qualquer uma, é... Veja, qualquer uma, gente! Escolhe
uma revista e... ou revistas in-line ou jornais. Jornal Nacional, por aí vai. Você precisa ter uma fonte
de atualidades, porque isso é uma fonte importante. Porque no cursinho a gente só fica pensando em
Português, Matemática, História, Geografia e não se atenta normalmente que a Redação é um tema
de atualidades, gente. Então, vocês tem que estar antenados com o que está acontecendo no Brasil
e no mundo. Isso é muito importante. Porque, sem isso, você, provavelmente, não vai ter
embasamento teórico pra fazer a sua redação. Agora vamos pra parte propriamente dita de
montagem do seu cronograma de estudos.
Como eu disse pra vocês no vídeo anterior, eu tinha horário pra tudo. E eu acho que isso é
a chave do sucesso. Você ser extremamente organizado, não perder tempo com coisas
desnecessárias. E quando eu falo desnecessárias, não quero dizer que é lazer. Você, inclusive o seu
lazer tem que ter um horário ali que você sabe que você vai gastar aquele tempo de uma forma livre,
sem peso na consciência, porque ele tá dentro do seu cronograma. Então, vamos lá que eu vou
tentar deixar tudo bem claro pra você. No meu cronograma eu coloquei como se eu tivesse aulas
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todos os dias. De manhã. E sete, sete e trinta até meio dia. Então, coloquei, esse é o meu
cronograma padrão. Você vai colocar no seu cronograma todas as aulas que você tem e quais são as
aulas que você têm. Se você fizer academia, se você fizer dança, se você tiver qualquer atividade
que é fixa, você tem que colocar no seu cronograma. Tudo que você fizer que é fixo, tem que tá no
seu cronograma. Então, vamos lá. Eu coloquei de segunda a sexta as aulas. Então, eu tenho de
segunda a sexta na manhã o meu horário ocupado que eu vou estar no cursinho tendo aulas. Então,
agora a gente vai dividir o restante das horas entre o estudo, o lazer e o sono. Então, tudo isso tem
que tá dentro do seu cronograma. No primeiro ano, eu não fazia academia, eu não fazia academia,
eu não fazia nada. Eu engordei horrores no cursinho. Então, fica a dica aí, eu acho que é importante
você ter um exercício fixo. Não precisa ser todo dia, mas, pelo menos um exercício físico que ajude
você a manter sua saúde e tudo, eu acho que é muito importante. Então, tentem colocar no horário
de vocês uma forma de se exercitar. Eu acho que não é perca de tempo. Pelo contrário, eu fiquei
doente várias vezes no cursinho e isso sim é que te atrasa. Então, se alimentem direito, façam
exercício físico. Tudo que você possa manter a sua saúde em dia, sua mente boa, seu corpo sadio,
vale a pena, não é perda de tempo. Então, uma pergunta que vocês me fizeram muito era como eu
dividia os horários pras matérias.
Então, vamos lá, isso é muito importante. Eu dividia os horários entre dificuldade da matéria
e o tempo que eu tinha no dia. Então, por exemplo, de manhã eu tive três aulas: História, Matemática
e Física. Eu, com certeza, tinha mais dificuldade em Física. Então, digamos que eu tenho de uma e
meia da tarde. Digamos que é o tempo que eu acabei de almoçar, que cheguei em casa uma e meia
da tarde ou duas horas. Vamos botar duas horas. Lembre de colocar horários realistas. Não adianta
você colocar uma e meia sabendo que você vai começar duas horas. Porque aí vai modificar
totalmente o seu cronograma. Então, coloque tempos realistas. Então, você saiu do cursinho meio
dia, chegou em casa uma hora, almoçou, meia hora de descanso, duas horas começa a estudar.
Então, eu vô ter o horário da tarde e da noite pra estudar. Então, vamos lá. Eu colocava sempre a
matéria que eu tinha mais dificuldade com mais tempo. Então, por exemplo, nesse caso, com certeza
eu ia colocar Física, três horas de estudo. Matemática, três ou duas horas e meia a três horas de
estudo e História uma hora e meia de estudo. Nisso aí, eu ia estudar, eu encaixava esses horários na
noite, né. Eu vou deixar, gente. Eu vou deixar esse cronograma do jeito que eu idealizava no Blog pra
vocês, tá? E aí vocês vão poder adaptar, colocar as matérias de vocês pra ficar mais fácil e aí vocês
já tem o seu cronograma. Então, eu sempre fazia o que? Colocava o horário mais meia hora. Então,
se eu ia estar três horas de Física eu ia colocar no meu cronograma três horas e meia. Que era um
xixi, um lanchinho, alguma coisa. Mas eu tentava ser bem fiel a esse horário. Então, eu colocava de
duas a cinco e meia, Física. Né, três horas mais meia hora pra xixi e um lanchinho. Quando acabava
isso aí, eu é... deixava mais meia hora, que é o horário de descanso da minha cabeça entre uma
matéria e outra. Então, digamos que agora eu vou retornar o meu estudo às seis horas da noite.
Então, eu colocaria de seis à sete e trinta, eu colocaria História, pra ficar uma matéria, assim, pra eu
descansar um pouco a minha mente. Não adianta eu colocar Física e Matemática seguido, que pode
ser que eu ficasse muito cansada e não ia conseguir aproveitar. Então, isso aí vai de você, né. Tente
colocar sempre as matérias mais difíceis primeiro e intercale com uma fácil, veja o que funciona
melhor pra você. E aí eu ia colocar de oito horas às onze horas Matemática. Então, fechava o meu
dia onze horas. Eu ia, desligava. Eu tinha um despertador mesmo, né. Igual eu falei pra vocês. Eu
tinha um despertador, era meia noite, mas eu não recomendo. Onze horas é um horário bom pra
você dormir. Então, eu colocava lá o despertador e ia fazer um lanchinho e tal e ia dormir. Então,
essa era a minha rotina do dia. E isso variava dependendo da matéria que eu tivesse, mas
basicamente era isso. De segunda a sexta eu ia estudar a matéria que eu vi no dia. E isso ajuda
muito, gente. Porque você chega, você vai lembrar do que o professor falou. Você vai chegar, vai ler
no livro ali e já vai relembrar tudo que ele disse. Então, você consolida o conhecimento muito mais
fácil. Então, eu super recomendo e super funcionou pra mim. Lembrando que nesse período eu
intercalava o meu lazer, né. Eu diminuía uma hora ou outra se eu precisasse de lazer. Por exemplo,
toda segunda-feira eu ia pro cinema, como eu falei pra vocês. Eu saía do cursinho, pegava a sessão
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das uma, uma e meia, assistia meu filme, acabava, ia pra casa e começava estudar. Então, isso tava
no meu cronograma. Vocês não podem encarar um lazer que seja um... vocês tem que, como eu
disse pra vocês no outro vídeo, vocês precisam ter uma válvula de escape e pra essa válvula de
escape não ficar como vagabundagem ou, assim, você perdendo tempo, você encaixa ela no seu
cronograma. Então você vai estar no seu cronograma e seu horário de lazer. Vai ta ali que você quer
um cinema ou uma hora pra uma leitura, ou assistir novela. Não importa, gente. Você tem que
escolher alguma coisa e coloca no seu cronograma e respeite esse horário de lazer, como você
respeita o horário de estudo. Porque ninguém é máquina, ninguém é robô e isso ajuda você a ter
sanidade mental. Você descansa um pouco a sua mente pra voltar ao estudo. Acredita me mim, isso
é muito importante. Uma hora de uma novela ou de um filme que você tenha assistido, vai recarregar
suas baterias e vai deixar você mais disposto e mais feliz para continuar estudando. Sério mesmo.
Respeite o horário de lazer. Não to falando pra você fazer todo dia, mas assim, escolha alguns
horários estratégicos, alguns dias estratégicos pra ter um lazer. É super válido. No sábado, como eu
falei pra vocês, eu tinha duas coisas que eram diferentes. Alguns sábados de manhã eu tinha aula.
Se eu tivesse aula, eu ia pra aula e aí estudava a matéria no sábado à noite. Porque todo sábado à
tarde eu tinha aula de redação ou eu tinha o grupo de estudo. Grupo de resolução de questões.
Normalmente, o que a gente fazia? Eu consegui juntar um grupinho com pessoas maravilhosas, que
foi ótimo. Então, no sábado à tarde o que é que a gente fazia? Eu chegava, tinha aula de mais ou
menos duas horas de redação, depois disso a gente juntava pra responder questões. Questões de
Física, dependendo. Normalmente eram questões de exatas, né. Aí a gente respondia essas
questões durante a semana. Por exemplo, na segunda-feira eu estudei Física, então eu respondia as
questões e, no final de semana, a gente ia tirar dúvida, ia levar as questões que não conseguiu
responder. E a gente fazia isso em grupo. Era ótimo. Porque aí, depois disso, a gente ia comer
alguma coisa. Então, era bem legal, porque era um grupo de estudo, mas não era pesado. Não era
aquela coisa. Eu sentando na minha casa sozinha pra estudar. Então, foi uma ótima tática pra
crescer, né. Aprender. E em grupo a gente se movimenta mais rápido. A gente tira mais dúvida,
aprende mais. Foi ótimo e era uma válvula de escape também. Era sempre divertido. Então, eu super
indico se você achar um grupo de estudo que realmente funcione. No sábado à noite eu,
normalmente eu já tava cansadíssima, né, da semana. E nem sempre eu estava. Eu deixava, assim,
de nove, de oito e trinta em diante, eu não fazia mais nada de estudo, nada do tipo. Era à noite pra eu
assistir um filme, pra eu ler um livro ou pra eu dormir mais cedo. Pra aumentar a semana, né, porque
durante toda a semana eu dormia muito pouco. Pra resolver os afazeres da casa. Então, era um
horário extra, né, extra assim que dependia da semana eu ia preencher com alguma coisa. Já no
domingo não. Já era um dia assim de estudo também. Eu acordava cedo, estudava de manhã, e eu
usava o domingo como é... Eu usava o domingo pra duas coisas principais. Primeiro, pra fazer
redação. Todo domingo eu ia fazer uma redação de algum tema ou de temas que eram dados do
cursinho ou temas de vestibular, dependia. Eu sempre ia fazer uma redação que o meu professor me
passou. Então, eu sempre fazia redação ou redações. Normalmente eram duas. Então, eu fazia no
domingo e eu estudava tudo que não tinha dado tempo de encaixar durante a semana. Se tinha
alguma coisa que eu não aprendi direito, se eu não consegui terminar a matéria naquelas três horas
ou duas horas que eu tinha separado, eu ia completar no domingo e funcionava, gente. Desse jeito
eu conseguia ficar relativamente em dia com a matéria e era muito produtivo, era muito bom mesmo.
Também, claro, no domingo eu ia fazer outra coisinha extra. Assistir um filme. Normalmente eu fazia
essas coisas. Assistir um filme. Porque ali você senta uma hora, uma hora e meia. Você assistiu,
ficou feliz, deu risada e já continua a estudar com o mesmo empenho. Então eu fazia sempre isso. Eu
quero que, se vocês tiveram qualquer dúvida. Se tive alguma coisa que não ficou claro, deixem aqui
nos comentários, que eu vou guardar as perguntas pra o vídeo de perguntas. Então, eu vou tentar
sempre responder vocês, porque se não os vídeos vão ficar imensos e é chato de assistir, mas à
medida que vocês forem surgindo perguntas ou temas eu vou fazendo, não se preocupem. No blog
eu vou deixar um modelo básico, assim, ridículo, no Word mesmo de... dessa minha planilha. Mas é
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só ilustrativo. Vocês podem fazer no Excel, pode fazer em aplicativos de celular, mas eu vou deixar
um modelo assim ilustrativo pra ficar mais fácil de vocês entenderem o que eu falei, ok?
Então é isso, pessoal. Espero muito que vocês tenham gostado do vídeo. Se gostaram,
clique em gostei, compartilhe com seus amigos aí, vestibulandos, estudantes. Compartilhem com
eles, me deixem comentários, não esqueçam, se inscrevam no canal e nos vemos no próximo vídeo.
Tchau...

T 6 - POR QUE EU ESTUDO ISSO? FALA AI.


Oi, povo bonito! Aqui é Malena 010102, to trazendo aqui pra vocês no nosso canal, um mais
novo quadro. Assim num… num é um vlogzinho qualquer e pá, que vai falar o que assim, falar o que
assim... não! Esse é o mais novo quadro do canal chamado: fala aí. Por que fala aí? Fala aí povo
bonito. Fala aí! Hoje eu pretendo abordar diversos assuntos da melhor e mais engraçada maneira
possível pra vocês que estão aí em casa. É um pouco diferente do que vocês estão acostumados
aqui. Mas eu tenho certeza que vocês vão gostar e eu pelo menos vou conseguir tirar uma risadinha
de vocês. No meu primeiro vídeo resolvi abordar um tema, que acho que todo mundo se identifica
muito.
Muitos de vocês já voltaram às aulas e o que me fez pensar: caraca, saudade de escola. Aí
me bateu aquele sentimento de... sabe quando você tá estudando e você se pergunta: quando é que
eu vou utilizar isso na minha vida? Afinal, são anos e anos de estudo e é muita coisa pra aprender e
muita coisa pra se lembrar depois que você sai da escola, né? Mas vai por mim, tem coisa que você
usa sim! (MATEMÁTICA). Tá, os meninos vão lá em casa hoje e eu preciso fazer alguma coisa que
não suje a casa... Que será que eu posso fazer? Há uma boa. Pão de queijo. Ai meu deus! Quanta
variedade de pão de queijo! Tá. São seis pessoas. Se cada um comer sete. Esse aqui vem bastante.
Tem uns trinta. Quantos que eu preciso desse pá levá? Mas esse aqui é mais barato. Só que vem
menos. Seis desse vezes cinco dão quantos pães de queijo? Será que vem mais que o outro? Não.
Tá. A cara, quer saber, vou levar o maior. Se sobrar, sobrou. Se não sobrar já era. Eu particularmente
era boa aluna de Matemática, mas o meu grande problema foi fazer contas na cabeça. Se eu tiver um
papel e lápis eu até consigo fazer. E tempo. Eu até consigo fazer. Agora se eu tiver que fazer via
cabeça... Aí um grandessíssimo problema. Acho que por isso que os professores estimulavam a
gente a fazer as contas mentalmente. Porque, no dia a dia, a gente usa muito isso. E a gente
realmente usa! Talvez Bhaskara a gente não vai usar. A não ser que você seja um engenheiro. Mas o
resto... Principalmente a regra de três. Regra de três é solução da vida.
(Artes: mostra quadros de obras de arte e fica tentando entender algo). É o Nero Brito!
Tentei.... Não só artes, mas toda parte de Literatura, História, Cultura é muito importante porque
como, como dizia... Não sei, alguém disse isso. Você precisa saber o que aconteceu lá no passado
pra saber para onde você está indo. Pra entender tudo que está surgindo hoje em dia. Então, por isso
que é importante prestar atenção na aula de Artes, prestar atenção na aula de literatura...
Eu sei... eu sei que você não quer ler os Luzíadas, mas você precisa ler os Luziadas, pra
passar no ENEM. Você e seus amigos gostam de assistir muito o YouTube hoje, encaram o YouTube
como a principal fonte de conhecimento, informação, entretenimento, só que antigamente era TV, já
foi o rádio, já foi o cinema, e bem mais lá atrás, já foi o que? Já foi a arte. Já foi pintura, Picasso.
Romero Brito é mais atual, mas você teve também o que... Van Gogh... é.… gente, eu tive aula
disso... Tá vendo! Esqueci o nome dos outros caras... Tem muito... Nome! Nome... Aiii ... Meu
professor de Arte e Cultura da faculdade ia ficar muito bravo comigo agora. Professor, eu lembro. É
que deu branco agora.
E pra arte de Romero Brito existir ele teve todo um passado atrás. Por exemplo, até mesmo
Picasso. Por que, o Romero Brito. Ó isso aí eu sei porque eu estudei. O Romero Brito fazia umas
coisas meio a ver com o cubismo e Picasso fazia cubismo. Por isso que rolou a confusão, talvez...
Tem uma associação aí mesmo.
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(INGLÊS)
- Ô Malena, bota aquele lá que eu sei jogar o (nome incompreensível do jogo) vai pra eu
tentar ganhar, vai!
- Pera aí! Como é que é o nome do Jogo? (Nome incompreensível do jogo novamente)! Pô
cara, pelo amor de Deus, 21 anos de idade na cara e ainda não sabe falar Inglês? Não, pera ai, que
vou resolver este seu problema. Calma aí. (A few moments later). Cê tá ligado que eu fiz CNA né? Se
liga, trouxe aqui pra você o livro com realidade aumentada, que vai te ajudar a aprender muito
melhor. Aqui dentro tem acesso à plataforma 360, aonde você vai aprender através de jogos e
aplicativos. Tá ligado também Kier Colds, você sabe o que é Kier Colds? Aqueles códigos.
- O quadradinho.
- Isso, o quadradinho. Então, aqui dentro também tem um monte pra você acessar e fazer
atividades bem iradas.
- Mas, e se eu tiver alguma dúvida fora da sala de aula.
- Não, relaxa com isso, o CNA tem professores On line, que ficam disponíveis pra tirar suas
dúvidas quando você tá fora da sala de aula. Yeah. E olha só que irado o material com personagens
da Disney, você gosta, o Marcelinho gosta, todo mundo gosta dos personagens da Disney. Não se
preocupa, que assim que a gente terminar essa partida, ou melhor, assim que eu ganhar essa
partida, eu vou te levar lá no CNA, porque ninguém tem o que o CNA tem. E o quanto antes você
fizer a sua matricula, a nossa sorte é que tem um CNA bem aqui perto, melhor, porque você ganha o
presente, que é esse caderno irado, com a capa 3D e aproveita também as condições especiais que
tão lá esperando você, tá! Então, cara, calma! Enquanto isto, vamos jogar, vamos também praticar a
pronuncia desse nome aí é in just gotta mongoose e aí a gente depois passa lá no CNA, tá! Pode
deixar que eu te levo lá.
- Mas é pra me leva mesmo heim!
- Não, fica tranquilo, eu vô te leva mesmo. Agora vamo jogá, vai!
Hoje eu acho o Inglês tão primordial quanto Português. Porque é a principal linguagem de
comunicação do mundo. Então pode, você pode ir pra Madagascar, que se você falar Inglês, você vai
conseguir se comunicar. Você pode ir pra China, que você vai conseguir se comunicar em Inglês.
Então, tipo, o mundo inteiro fala Inglês. Então, é de extrema importância, que você saiba falar Inglês.
Porque até hoje no mercado brasileiro de trabalho, Inglês é primordial. Se você for mandar o seu
currículo para algum lugar, vai ta lá pedindo: Inglês avançado, Inglês intermediário, Inglês fluente.
Então, Inglês hoje é muito, muito importante.
Por exemplo, você vai na Disney. Você não vai querer esbarrar num gringo e falar
TENKYOU igual minha mãe fez. Ou só saber falar How mush, igual minha mãe fazia. Minha mãe
dava oi pras pessoas e falava: How mush? How mush? Tipo, perguntando quanto custava tudo da
vida. Ela queria saber quanto custava. O Mikey. Ela How mush? Não! Você precisa saber se
comunicar, né? E. com certeza, se não fosse pelo Inglês eu não teria realizado coisas mega legais,
que vocês viram junto comigo aqui no canal. Por exemplo a minha viagem pra Disney, que ta tudo
documentado aqui e que falei em Inglês horrores com os gringos. Quando eu entrevistei a galera de
CSA de Jessica Jhones também, que ta aqui, no canal. Com essa entrevista. Eu falando Inglês. Eu
vou deixar o link do CNA aqui em baixo dessa descrição. Se você não sabe, eu fiz CNA. Eu aprendi
falar Inglês lá, então eu sei me comunicar com o mundo, graças a ele. Então, é sério, dá uma
olhadinha. Chama o seu pra ver esse vídeo e fala: Pai, você não vai querer que eu seja assim, né?
Me pôe no Inglês. Tá aqui ó! Com certeza vai achar o CNA mais próximo de você! (Português)
(Simula uma conversa no Whatspp)
- Hum... mim, me, me ajuda... mim ajuda... mim... me... mim. Hum.
Tá aí, eu acho que é um dos mais importantes de todos. Porque, cara, Português é uma
coisa que você usa no seu dia a dia. Você não vai querer ser um adulto, que vai chegar numa reunião
com um cliente, com um chefe e falar: pra mim fazer alguma coisa. Não, não seja essa pessoa. E
com certeza você seria eliminado de uma entrevista de emprego se você for falar errado. Tipo: pra
mim fazer... É... não façam isso! É sério, por mais que talvez seja maçante pra você. Preste atenção
129

nas suas aulas de português, aprenda a falar direito, porque isso é uma coisa que a vida te cobra
muito... Não use: mim fazer! Não só falar como escrever. Escrever é de extrema importância.
Principalmente quando você for mandar e-mail errado, você vai ser motivo de chacota pra pessoa
que leu. A pessoa vai falar: que burra! É, tem tanta coisa que a gente acha que nunca vai usar na
vida, né senhores? Acontece que, não! A gente usa muita coisa que a gente aprendeu na escola, que
a gente nem percebe que foi importante. Espero que vocês tenham gostado desse novo formato de
Vlog. Se vocês gostaram, trarei com mais frequência pra vocês. Muito obrigado ao CNA pela parceria
no vídeo. Eles sempre estiveram presentes comigo quando eu tava estudando, afinal, aprendi Inglês
lá e, sem brincadeiras, eu super recomendo e agora, também tão aqui dando altos apoios no canal.
Então, se você quiser mais do formato do fala ai, deixa aqui em baixo nos comentários. Sugira temas
pra gente. E vou deixar aqui em baixo na descrição, também, todas as informações do CNA pra você
que se interessou e quiser aprender Inglês e não pagar micões por ai na vida, né. Tipo o mano
Popoqui, pelo amor de Deus! Então, meu povo, eu espero que vocês tenham gostado. Eu vou ficando
por aqui. Muito obrigado pra ti. Um beijo, loira , e eu fui.
130

APÊNDICE D (Roteiro dos vídeos)

CANAL/ PÁGINA FACEBOOK: APRENDIZAGEM ACADÊMICA

Introdução: Apresentação do canal

Para quem já está no ensino superior, estudar e aprender parece uma coisa
óbvia. Após mais de dez anos frequentando instituições de ensino até chegar à
faculdade, imagina-se que já se tem uma boa bagagem de como aprender qualquer
coisa que se queira.
Acontece que esta não é uma verdade. Se assim fosse, as universidades
não apresentariam altos índices de retenção e evasão de estudantes que, por não
conseguirem aprender, acabam desistindo do sonho de se formar.
Embora um estudante de nível superior tenha frequentado os bancos das
escolas por muitos anos, muitas vezes ainda não pegaram o “jeitinho” de aprender.
Ou então não entenderam como aprender determinados estilos de coisas em
detrimento de outras. Como é o caso de quem aprende conteúdos de humanas e
tem dificuldade em exatas e vice e versa. Ou então, quem tem facilidade em
aprender conteúdos que exigem compreensão e dificuldade em aprender conteúdos
que apresentam muitas nomenclaturas específicas e vice e versa.
Cada pessoa tem o seu jeito próprio de aprender e cada conteúdo exige
estratégias específicas. Desta forma, é preciso aliar a sua maneira de aprender com
o tipo de conteúdo.
Outra coisa a ser observada é o objetivo da aprendizagem. O que se
pretende ao estudar determinado conteúdo precisa ser considerado. Entender para
que serve as peças básicas do motor de um veículo para ser um motorista é
diferente de entender esse sistema para atuar como um mecânico. Por outro lado,
estender esse sistema enquanto um engenheiro que produz motores para veículos
exigiria ainda mais.
No curso superior há conteúdos que você terá que aprender com
profundidade e há conteúdos que bastará uma aprendizagem de conceitos mais
básicos, o que não impede que você se aprofunde se tiver interesse.
Mas no momento de estudar determinado conteúdo na busca por aprender é
preciso primeiramente identificar o seu objetivo e estabelecer estratégias e
prioridades.
Há várias questões que envolvem a vida acadêmica de um universitário que
transcendem as disciplinas e os conteúdos a serem aprendidos. Aprender demanda
contextos favoráveis. Desta forma, não se pode desconsiderar a situação emocional,
psicológica, física e financeira, dentre outras, como relacionamentos interpessoais,
acolhimento universitário e adaptação.
Estudar requer ações antes, durante e após as aulas. Inclusive, neste canal
discutiremos o papel da aula, do professor e do aluno. Esclarecendo as
responsabilidades de cada um no processo de aprendizagem.
Assim, este canal pretende discutir questões relacionadas à aprendizagem
no ensino superior, trazendo dicas de estudo que podem favorecer a aprendizagem.
131

É importante ressaltar que não existem fórmulas prontas para a


aprendizagem. Assim, não se pretende com este material mostrar um único
caminho, mas sim caminhos e, da mesma forma, não se pretende esgotar o
conteúdo, que é vasto e polêmico.
Trata-se de um recorte de uma pesquisa de mestrado desenvolvida em 2016
e 2017, no Programa de Mestrado Profissional em Inovação Tecnológica do Instituto
de Ciências Tecnológicas e Exatas - ICTE da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro – UFTM, que teve como objetivo entender como os estudantes do YouTube
estudam e qual esta relação com as Teorias de Aprendizagem.
Desta forma, as dicas apresentadas estão embasadas em fundamentação
teórica e pesquisas científicas realizadas, assim como nas experiências pessoais
dos próprios estudantes.

Vídeo 1: 5 crenças limitantes que atrapalham sua aprendizagem.

- Se você tem estudado durante horas sem muito sucesso.


- Se você faz excelentes provas, tira ótimas notas e na semana seguinte já
não lembra mais nada.
- Ou, ainda, se você não consegue se sentir motivado nem mesmo para
começar a estudar.
- Preste atenção, pois este canal é para você!
- Este é o primeiro vídeo do canal “Aprendizagem acadêmica”
- Criado após muito tempo de pesquisa, tem como objetivo ajudar estudantes
a aprenderem mais com menos esforço.
- E neste vídeo eu vou lhe apresentar cinco crenças limitantes que atrapalham
a sua aprendizagem.
- São situações comuns na vida de um estudante, que na maior parte das
vezes passam despercebidas, levando à frustração e ao fracasso escolar.
- A primeira crença limitante é “acreditar que você não é capaz de aprender
determinada matéria ou determinado conteúdo”.
- Quando você deixa de acreditar em seu potencial, você diminui em 50% a
probabilidade de sucesso em qualquer coisa que você se proponha a fazer. O
Professor Nuno Cobra, ex preparador físico de Ayrton Senna, em seu livro “A
semente da vitória” explica que o cérebro é burro e acredita em tudo que dizemos à
ele.
- O problema é que cérebro é responsável por comandar a produção de
substâncias que podem provocar sensação de bem estar ou mal estar no
organismo.
- Desta forma, se você acreditar que não consegue aprender determinada
coisa, o cérebro lhe dirá: sim senhor! E começará a boicotar a sua capacidade de
aprendizagem.
- A segunda crença limitante é “acreditar que determinada disciplina é muito
difícil”.
- Aqui a primeira coisa a esclarecer é que nada é tão fácil que não possa ser
questionado e nada é tão difícil que não possa ser entendido.
- Tente ensinar regra de três a um professor de engenharia e ele achará muito
fácil. Ao contrário, faça a mesma coisa com uma criança que ainda está aprendendo
as quatro operações e encontrará muita dificuldade.
132

- David Ausubel, um importante teórico cognitivista do Século XX, explicou


que aprender significativamente é ampliar e reconfigurar ideias já existentes na
estrutura mental. O que ocorre, na verdade é uma interação da nova informação que
está sendo estudada com uma estrutura de conhecimento específica já construía
anteriormente.
- Ou seja, quanto mais se sabe, mais se aprende. Desta forma, se você acha
alguma coisa difícil de entender é porque você certamente ainda não possui os
conhecimentos que são pré-requisitos para compreender aquele novo conteúdo.
- A terceira crença limitante é “criar ou acreditar em estereótipos sobre o
professor”, do tipo:
- Este professor é ferrador.
- É muito comum alguns professores, mais exigentes, carregarem a fama de
reprovadores ou coisas do tipo. Mas o importante é você acreditar que para bom
aluno, não existe professor ferrador.
- Quando você acredita que não consegue aprender determinada disciplina
por culpa do professor, você está entregando a sua vida estudantil para outra
pessoa.
- Não estou aqui afirmando que o professor não tenha as suas
responsabilidades com o ensino, mas sim que, se a aula não for suficiente para você
entender determinado conteúdo, você precisa assumir um compromisso consigo
mesmo e buscar alternativas, afinal, é o seu futuro que está em jogo.
- Nos próximos vídeos você irá conhecer o verdadeiro papel da aula e do
professor. Mas, por enquanto, você precisa entender que o maior interessado na sua
aprendizagem tem ser você.
- A quarta crença limitante é “acreditar que a sua condição social determina o
seu sucesso”.
- Alguns estudantes acreditam que, por serem de origem humilde, são
incapazes de aprender e estão fadados ao fracasso.
- Muitas vezes isto acontece por não poderem frequentar escolas caras,
cursos complementares ou por não terem condições de adquirir determinados livros.
- Acontece que todas as pessoas possuem capacidade de aprendizagem.
Aprender faz parte do nosso cotidiano. Todos os dias temos a oportunidade de
aprender coisas novas.
- O problema é que as pessoas confundem educação com escolarização. É
como se só fosse possível aprender em uma instituição de ensino.
- Com o avanço das tecnologias digitais e o acesso de grande parte da
população à Internet, qualquer pessoa pode ter acesso a informações preciosas e
transformá-las em conhecimentos.
- Basta ter interesse, curiosidade e aplicar estratégias de aprendizagem que
podem lhe auxiliar.
- Fique ligado, pois nesta série traremos dicas importantes para você
aprender qualquer coisa que quiser.
- E a quinta e última crença limitante é “ter vergonha de não saber
determinada coisa”
- Rubem Alves diz que devemos observar a capacidade das crianças
aprenderem. Isto porque elas não têm vergonha de perguntar. Tudo querem saber o
que é, como funciona e por quê.
- Portanto, se você é o tipo de pessoa que tem vergonha de fazer uma
pergunta durante a aula por achar sua dúvida uma bobagem ou se você se sente
133

constrangido quando está em uma roda de amigos e alguém começa a falar de algo
que você não conhece, tente mudar esta postura imediatamente!
- Primeiro porque as dúvidas mais simples podem revolucionar o mundo,
como aconteceu quando questionaram se a terra era realmente quadrada.
- Segundo porque se você está diante de alguém que sabe alguma coisa que
você não sabe, está aí uma grande oportunidade de você aprender algo novo!

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Vídeo 2: 12 Dicas para maximizar sua capacidade de aprendizagem no


ensino superior

- No último vídeo você conheceu 5 crenças limitantes que atrapalham a sua


aprendizagem.
- Agora eu vou lhe apresentar 12 dicas para maximizar sua capacidade de
aprendizagem no ensino superior.
- A 1ª dica é “tenha propósitos claros”.
- Se você está em um curso superior, você provavelmente teve que tomar
algumas decisões.
- Então, a primeira coisa a se questionar é “em que parte da sua vida e dos
seus propósitos este curso se encaixa?”
- Decidir o seu propósito de vida, faz com que você pense sobre os motivos
pelos quais está em determinada instituição, curso e disciplina.
- A 2ª dica é “seja uma pessoa interessada”.
- Carl Rogers, um conceituado teórico norte americano, afirmava que “Os
seres humanos tem um potencial natural para aprender”.
- Mas aprender exige interesse e curiosidade.
- Desta forma, é preciso exercitar a curiosidade e a busca pela aprendizagem,
mesmo que não sejam conteúdos específicos da sua formação.
- Procure exercitar sua curiosidade em questões do cotidiano e ao poucos vá
aplicando a mesma estratégia nos conteúdos do curso superior.
- A 3ª dica é “aprenda a aprender”.
- Aprender a aprender é uma expressão aparentemente nova e um pouco
polêmica no mundo acadêmico, uma vez que alguns acreditam que este
aprendizado se daria sem a necessidade do professor, excluindo as suas atribuições
e o seu valor. Mas isto não é verdade.
- Conhecer estratégias que se adéquam melhor a você não dispensará a
importância de um professor mediador.
- Carl Rogers, um teórico humanista, em 1973, afirmou:
-“Enfrentamos, a meu ver, situação inteiramente nova em matéria de
educação, cujo objetivo, se quisermos sobreviver, é o de facilitar a mudança e
a aprendizagem. O único homem que se educa é aquele que aprendeu como
aprender; que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum
conhecimento é seguro.”
134

- Portanto, você precisa aprender o seu jeito próprio de aprender porque


quem sabe aprender, aprende em qualquer ocasião.
- A 4ª dica é “seja comprometido”.
- Anteriormente nós falamos sobre a importância de ter um propósito de vida.
Mas não basta ter um propósito, é necessário se comprometer.
- É necessário dedica-se cotidianamente para a realização do objetivo maior.
- Funciona como a construção de uma casa. Cada dia você acrescenta um
novo tijolinho, até completar a obra. Cada conteúdo, cada disciplina e o seu curso de
graduação é um tijolinho a mais na construção do propósito de vida que você
escolheu.
- A 5ª dica é “seja organizado”.
- Organização é fundamental para quem quer ser um estudante de sucesso.
- Quando você está em um curso superior, são inúmeras as atividades e os
prazos que precisam ser cumpridos.
- Se você não se organizar, correrá o sério risco de perder provas e não
entregar trabalhos no tempo certo. Sem falar nos importantes eventos
extracurriculares que contribuem muito para a sua formação.
- A 6ª dica é “frequente as aulas e seja participativo”.
- Esteja de corpo e mente presente nas aulas.
- A aula é uma importante etapa no processo de aprendizagem. Nela você
tem a preciosa oportunidade de entender os conteúdos, tirar dúvidas e socializar o
conhecimento.
- Portanto, não tenha vergonha de fazer perguntas ao professor. Por mais
simples que possa ser sua dúvida, talvez também seja a dúvida de muitos colegas.
- Faça anotações, participe e colabore para a construção do conhecimento.
- A 7ª dica é “não se conforme se você não entendeu”.
- Não entendeu a explicação do professor? Pergunte!
- Se não for suficiente, você pode buscar outro professor, um colega, um livro
ou vídeo aulas na Internet.
- Além disto, sua universidade provavelmente terá o Programa de Monitoria,
com estudantes disponíveis para tirar dúvidas.
- Atualmente há muitas pessoas, inclusive professores, ensinando conteúdos
no YouTube, que podem lhe ajudar. Basta saber filtrar, escolhendo conteúdos de
procedência.
- A 8ª dica é “pare de procrastinar”.
- Você é o tipo de estudante que deixa para estudar amanhã o que não
precisa ser estudado hoje? Vive desviando o foco da atividade principal para realizar
pequenas tarefas, que, muitas vezes podem esperar?
- Então, certamente você está procrastinando.
- Sampaio e um grupo de pesquisadores, em 2012 publicaram que
“Procrastinadores tendem a não resistir a distratores, sendo mais propensos a
substituir a execução de tarefas acadêmicas por alternativas mais atrativas e que
oferecem retorno imediato, como ocorre com o uso de redes sociais na Internet. De
modo geral, a procrastinação é um fenômeno, relativamente, comum entre os
estudantes, sendo, geralmente, tido como prejudicial à vida acadêmica”.
- A solução para evitar a procrastinação é a autorregulação.
- A autorregulação é a sua capacidade de monitorar e controlar fatores que
podem influenciar seus objetivos acadêmicos.
135

- Quando a autorregulação é realizada de forma ineficiente, abre espaço para


a procrastinação.
- À medida que você autorregula sua aprendizagem com eficiência, tende a
procrastinar menos.
- A 9ª dica é “crie uma rotina de estudos”.
- Você é o tipo de estudante que só estuda nas vésperas das provas?
- Se sim, mesmo que você consiga boas notas, isto pode estar
comprometendo seriamente a sua formação.
- A ciência já comprovou que estudar pouco todos os dias é mais eficiente
que estudar muitas horas em um curto espaço de tempo.
- O professor Piazzi, em seu livro “Inteligência em concursos” explica que
você deve estudar no mesmo dia que teve a aula. Isto porque as explicações do
professor irão permanecer por um curto espaço de tempo na sua memória de curto
prazo e para que seja transferida para a memória de longo prazo, transformando-se
em conhecimento, é necessário que você resolva exercícios, escreva resumos,
elabore esquemas, desenhe gráficos e que acesse estas informações
periodicamente de diferentes formas até conquistar a verdadeira aprendizagem, que
é para sempre.
- Desta forma, se você não estabelecer uma rotina de estudos e deixar para
estudar na véspera das provas já terá passado muito tempo desde a aula, então terá
um trabalhão para recordar.
- Além disto, não haverá tempo suficiente para transferir a nova informação da
memória de curto prazo para a de longo prazo e não se consolidará a
aprendizagem.
- Você pode até conseguir responder as questões da prova no dia seguinte,
afinal as informações estarão na memória de curto prazo, mas na semana seguinte
ou no mês seguinte já não lembrará quase nada.
- A 10ª dica é “utilize ferramentas de revisão e autoavaliação”.
- É muito frequente estudantes que, mesmo tendo estudado muito, ficam
inseguros não tendo certeza se realmente aprenderam e se estão preparados para
um exame ou avaliação.
- Por outro lado, também há aqueles que, equivocadamente, pensam estar
preparados.
- Como desmistificar esta questão e ter uma visão clara da sua real situação?
- Mais uma vez temos que falar sobre a importância da autorregulação.
- Testar-se constantemente, levantar hipóteses, refletir sobre o que foi
estudado, tentar explicar o conteúdo a si mesmo ou a alguém.
- Estas são preciosas estratégias de autorregulação que irão lhe ajudar a
identificar seus pontos fortes e fracos, as lacunas do conhecimento e ainda contribui
para a sua autoconfiança quando for passar por testes ou avaliações.
- A 11ª dica é “pare de estudar para as provas e estude para aprender”.
- Tenha como meta aprender e as avaliações se tornarão apenas uma etapa
no processo de aprendizagem.
- Ela precisa servir de ferramenta para você e o professor identificarem
avanços e lacunas que precisam ser sanadas.
- A 12ª dica é “deixe de se comportar como vítima e seja protagonista da sua
aprendizagem”.
- Aqui cabe o velho ditado “o mundo não é das pessoas que se colocam na
condição de vítima”.
136

- Aprendizes de sucesso são aqueles que partem para a ação.


- Portanto, estude o que você ama e aprenda a amar o que você estuda. Além
da jornada se tornar mais leve, você obterá melhores resultados.
- Lembre-se “o que não te desafia, não te transforma”!

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Vídeo 3: A diferença entre entender e aprender.

- O professor explica o conteúdo bem DIREITINHO, você participa de


atividades e discussões sobre o tema em sala de aula e tudo parece claro porque
você ENTENDEU!
- Passam alguns dias e... dá um branco?
- Isto acontece porque você apenas ENTENDEU, mas não APRENDEU.
- Quando o professor explica o conteúdo ele facilita o seu entendimento. Você
tem, talvez, o seu primeiro contato com aquele novo conteúdo. E, neste primeiro
momento ficará armazenado temporariamente em sua memória de curto prazo.
- Para consolidar a aprendizagem é necessário que você retome este
conteúdo após a aula diversas vezes e de diferentes formas, dando preferência por
estratégias que exijam mais de você e possibilitando a transferência da nova
informação da memória de curso prazo para a de longo prazo.
- A simples leitura de um texto, por exemplo, é uma estratégia bem menos
eficaz que fazer uma primeira leitura observando aspectos principais do texto.
Depois fazer uma segunda leitura observando detalhes e destacando pontos
importantes. Em seguida fazer um resumo com suas palavras, elaborar e resolver
questões abertas e fechadas, além de tentar explicar o que entendeu para si ou
outra pessoa.
- São diversas as estratégias que podem ser utilizadas. Cada estudante se
adéqua melhor a algumas delas. Você pode, ainda, complementar vendo vídeos
sobre o tema estudado, lendo textos relacionados e pensando sobre as
peculiaridades do que tem estudado quando estiver fazendo tarefas mecânicas,
como, por exemplo, enquanto dirige, escova os dentes ou tenta dormir.
- Assim você estará contribuindo para que o que você ENTENDEU se
transforme em APRENDIZAGEM!

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Vídeo 4: O papel do professor e do estudante.

- Você sabe diferenciar as responsabilidades do professor e do estudante?


- Antigamente, quando não existiam muitos meios de comunicação e quando
ainda nem havia Internet o professor exercia papel fundamental no sentido de
garantir o acesso das informações ao estudante.
- Nesse tempo o professor era visto como o detentor do conhecimento e o seu
papel era multiplicar os conteúdos que aprendeu aos alunos, que tinham como
objetivo entender, fixar e reproduzir.
- Com a democratização do acesso às informações e a facilidade com que se
pode tomar conhecimento sobre praticamente qualquer assunto, o papel do
professor vem sendo rediscutido no mundo acadêmico.
- Acredita-se que, diante da nova realidade e as novas necessidades da
sociedade, o professor tenha que atuar mais no sentido de mediador, facilitando e
conduzindo a aprendizagem, instigando discussões e reflexões sobre os assuntos
em questão.
- É claro que o professor, se está na condição de professor de determinado
conteúdo é porque certamente possui formação e notável conhecimento do assunto,
o que muda é a forma como irá conduzir a aprendizagem do aluno, apresentando
caminhos e facilitando processos ao invés de reproduzir e ditar verdades absolutas.
- Por outro lado, o estudante também possui um novo perfil e novos objetivos,
que vão além da simples memorização. É preciso refletir, relacionar, confrontar e
aplicar informações a fim de construir conhecimentos consistentes. Ir além da sala
de aula e buscar por conta própria conhecimentos complementares, que fortaleçam
a aprendizagem.
- Neste novo contexto, estudante e professor estão em plena atuação,
pesquisando coletivamente e aprendendo cotidianamente numa relação de parceria.

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Vídeo 5: Bem estar físico e mental do universitário.

- Estar em uma universidade é uma experiência transformadora. Mas toda


transformação demanda esforço, quebra de paradigmas e dedicação.
- Com isto, devido à maratona de atividades e mudanças que ocorrem na vida
dos universitários, muitos acabam deixando a saúde em segundo plano. Esquecem-
se de praticar atividades físicas, pulam ou substituem refeições por lanches, varam
noites estudando para as provas em cima da hora, desregulando o organismo,
enfraquecendo a imunidade e propiciando sérios problemas de saúde.
- Por outro lado, as pressões pelo alto desempenho e a ansiedade em
aprender, geram um nível de estresse e um ambiente interno desfavorável para a
aprendizagem efetiva.
- Tem também aqueles que tiveram que mudar de cidade, estão longe da
família, muitos ainda bem jovens, vivendo sozinhos ou em moradias coletivas e
tendo que se adaptar à uma nova cultura local.
138

- Há quem encare as mudanças de forma leve e descontraída, mas sempre


tem quem sente o processo de forma árdua.
- Buscar manter um equilíbrio físico e emocional, cotidianamente, contribuirá
para a sua permanência e conclusão nos cursos de graduação.
- Desta forma, tenha uma alimentação equilibrada, durma bem, beba água,
pratique esportes, procure conter a ansiedade e, se não conseguir sozinho,
mantenha a universidade e sua família informada, além de buscar a ajuda de um
profissional.

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Vídeo 6: Organização para os estudos no ensino superior.

- Não sei você, mas eu tenho uma grande dificuldade de estudar em


ambientes desconfortáveis, cheio de convites que induzem a desviar o foco, como a
poluição visual de ambiente, TV ligada, pessoas transitando ou conversando perto
de mim e o celular ligado.
- Por isso é muito importante buscar um local adequado para estudar. Mesa e
cadeira confortável, mas não a ponto de despertar o sono. Um ambiente reservado,
livre de poluição auditiva e visual, eletrônicos e celular desligados.
- Muitas vezes a falta de organização atrapalha, porque os estudantes do
Ensino Superior tem diversas atividades e acabam por esquecer, até mesmo, o dia e
o mês em que estão. A maioria dos professores, no primeiro dia de aula,
apresentam a ementa da disciplina e fazem um cronograma com uma previsão das
datas das avaliações e entrega de trabalhos, mesmo assim, muito alunos se
perdem, por falta de organização.
- Perder prazos no curso de graduação pode resultar em prejuízos
irreparáveis. Desta forma, manter-se organizado é uma das primeiras estratégias
que podem beneficiar o sucesso acadêmico, evitando, também, a procrastinação.
- Assim, ter uma agenda com cronograma de atividades é indispensável para
um estudante universitário.
- Da mesma forma é preciso organizar os materiais. Vida de estudante é um
Xerox daqui, uma lista de exercícios dali e você precisa manter tudo à mão quando
precisar.
- Para facilitar sua vida, você pode, durante o semestre, ir organizando em
pastas sanfonadas e, quando terminar de cursar a disciplina, encadernar o material.
- Manter o caderno organizado e completo também irá colaborar para o seu
estudo posterior.

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Vídeo 7: Interação e aprendizagem no ensino superior.

- Todos sabemos que o ser humano nasceu para viver em sociedade.


- Vygotsky, um importante psicólogo Russo, afirmava que aprendemos por
meio das interações sociais.
- Desta forma, estamos constantemente aprendendo com a família, os
amigos, na escola, realizando leitura de livros, vendo TV e navegando na Internet,
como você está fazendo agora.
- A sala de aula, por exemplo, é um espaço de aprendizagem coletivo, mas
também é fundamental que você tenha o momento de estudo individual.
- Vygotsky dizia: “primeiro vem o nível social. Depois o nível individual”.
- No entanto, não é porque você está estudando sozinho em sua casa ou
numa biblioteca que está isento de interações sociais.
- Quando você realiza a leitura de um texto está interagindo com a
materialização discursiva de quem produziu. Desta forma, embora não tenha contato
físico com o autor, há contato com o discurso.
- Assim também ocorre quando você assiste a uma vídeo aula, a uma
palestra, quando vê um filme etc.
- Utilizar um vídeo para estudar, por exemplo, é uma estratégia que envolve
interação entre quem produziu e o expectador. Porém, trata-se de uma atividade
passiva e, conforme já citado anteriormente, quanto mais participativa a atividade,
maior a probabilidade de ocorrer a aprendizagem.
- Outra forma de interagir e aprender é através dos grupos de estudos.
- O estudo em grupo, muitas vezes é facilmente banalizado, mas de grande
valor pedagógico. É desafio crucial discutir o que está sendo estudado e elaborar
consensos pertinentes, além de produzir as suas próprias anotações sobre o que
você vivenciou.

Vídeo 8: Comportamento durante as aulas.

- Sabia que o seu comportamento durante as aulas pode facilitar ou dificultar


o seu estudo posterior e a sua aprendizagem?
- O professor é um mediador entre você e o conteúdo a ser estudado.
- Desta forma, ele busca, de forma didática, facilitar a sua compreensão do
conteúdo, fazer com que você pense sobre o que está estudando e estimular o seu
interesse em buscar mais.
- Durante as aulas o professor pode dar dicas valiosas, que levaram anos
para serem descobertas e que você levaria uma eternidade para entender sozinho.
- Ele pode criar situações para que você resgate conhecimentos prévios sobre
o assunto e conheça outros modelos de pensamento através dos colegas.
- Por isso é importante ser frequente e pontual, anotar com suas palavras os
pontos mais importantes, ser participativo, prestar atenção às questões polêmicas
ou autores que você possa se embasar futuramente e fazer perguntas quando não
entender.
- A aula é uma importante etapa do processo de aprendizagem e uma valiosa
oportunidade de interação do conhecimento.
140

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Vídeo 9: Estudo individual.

- Você sabe diferenciar o momento de estudar na aula do momento de


estudar em casa?
- Na aula você tem a oportunidade de socializar a nova informação com o
professor e os colegas. Mas é importante ressaltar que informação não é
conhecimento. É preciso transformar estas informações em conhecimentos. Para
isto, é necessário estudar, relacionar e significar.
- É lendo, revisando, exercitando, fazendo resumos e discutindo sobre os
conteúdos que se faz um aprendizado consistente.
- A universidade é um espaço que exigirá de você mais maturidade estudantil.
Nesta nova realidade você, muitas vezes, precisa buscar sozinho, além da aula,
alternativas para superar suas dificuldades ou complementar sua formação.

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Vídeo 10: Como lidar com a ansiedade e insegurança na véspera das


avaliações?

- Você sofre ansiedade nas vésperas das avaliações? Então assita este
vídeo, que ele pode lhe ajudar!
- Esta situação pode gerar, desde sintomas mais brandos, como irritabilidade,
leves alterações no sono e na alimentação, como consequências mais graves:
fobias, alterações na pressão arterial, depressão e outros casos clínicos que as
instituições de ensino vêm presenciando.
- O melhor caminho para manter o equilíbrio diante de uma avaliação é deixar
de enxergá-la de baixo para cima e passar a vê-la de cima para baixo. É evitar
supervalorizá-la e atribuir a ela seu real sentido.
- Quando você vai ao médico ele, antes de receitar algum tratamento, faz
algumas perguntas, mede a pressão, verifica o batimento cardíaco, a garganta, os
olhos... enfim, examina. Se achar necessário, faz alguns encaminhamentos de
exames, para somente, então, com o diagnóstico em mãos, encaminhá-lo aos
tratamentos adequados.
- A avaliação na educação, da mesma forma, tem por finalidade diagnosticar
o que você já aprendeu e o que ainda precisa melhorar. Esse resultado serve tanto
para o professor rever seu plano de aula, como para você identificar seus pontos
fortes, seus pontos fracos e reorganizar seu plano de estudos a partir desses
resultados.
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- Acontece que o conceito e a real finalidade da avaliação está um pouco


distorcido em algumas instituições de ensino, o que faz com que a mesma seja mal
interpretada por estudantes e professores, gerando todo este desconforto.
- Muitas vezes a avaliação torna-se classificatória e excludente. Isso gera
insegurança e baixa estima nos estudantes que não conseguem bons resultados
nas primeiras avaliações.
- Insegurança gera insegurança, que gera bloqueio no ato de estudar, que
gera baixo desempenho na aprendizagem, que gera mais avaliações mal sucedidas.
- Mas como quebrar o paradigma e sair desse ciclo autodestrutivo?
- Bom, a primeira coisa é se comprometer a aprender o máximo que puder
desde o primeiro dia de aula.
- Se você estuda para aprender, avaliação é apenas um detalhe e não uma
finalidade.
- Quem deixa para estudar na véspera das provas não estuda para aprender,
estuda para as provas e quem estuda para as provas não vê sentido em estudar.
Quem não vê sentido no que está estudando não tem motivos para aprender.
- Resultado: pode até se sair bem nas provas, mas que sentido isto faz para a
vida?
- A segunda coisa é entender que, mesmo que você tenha se esforçado
muito, ainda pode não ser suficiente para você tirar um notão. Mas desvie o foco da
nota e busque revisar o que você errou e por que você errou. O que você acertou e
por que você acertou.
- Quando você faz uma revisão detalhada da avaliação você tem a
oportunidade de se conhecer e criar novas estratégias para superar os pontos
fracos.
- Desta forma, estará mais preparado, enquanto estudante, para avaliações
futuras. Algumas pessoas erram uma questão por nervosismo, outras por falta de
atenção na leitura. Tem a questão pegadinha, tem aquela questão tão obvia que
você nem acredita que a resposta é aquela. Têm questões abertas, questões
fechadas. Questões muito bem elaboradas e questões passíveis de recurso.
- Cada professor tem seu estilo de avaliar e você precisa entender e se
adaptar a cada situação.
- A terceira coisa seria lembrar que existe vida pós-avaliação.
- Independente dos resultados, a vida continua!
- Se você tem consciência de que cumpriu o seu melhor, está no caminho. A
aprendizagem é processual. Cada pessoa tem seu tempo. Não se compare com os
colegas. Compare como você está hoje em relação a ontem a ao início do mês.
- Concentre-se em sua evolução, não na avaliação.
- Na véspera da avaliação, busque intensificar os estudos, fazendo revisões
do que você estudou cotidianamente desde o início do ano ou semestre,
respondendo questões e tentando explicar para si mesmo ou para outras pessoas
os conteúdos.
- Isto fará com que você aumente a sua autoconfiança para a realização da
avaliação. Por último, busque ter uma boa noite de sono, uma alimentação
balanceada e um pensamento positivo.
- Diga a si mesmo que a avaliação é apenas uma etapa em seu processo de
aprendizagem e que os resultados têm por finalidade o seu aperfeiçoamento.
- Bom trabalho!
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