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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO PROVINCIAL DE LUANDA


INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO DE SAÚDE SÃO JOÃO PAULO II

TEMA: VIDA E OBRA DE FLORENCE NIGHTINGALE

DISCIPLINA: TÉCNICA DE ENFERMAFEM

Classe: 11ª
Sala: 1
Turma: A
Turno: Manhã
Curso: Enfermagem

LUANDA 2023
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DE LUANDA
INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO DE SAÚDE SÃO JOÃO PAULO II

VIDA E OBRA DE FLORENCE NIGHTINGALE

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 2

Nomes Nº Nota
1 Audimira Zeca 2
2 Fátima Sow 10
3 Laura Marciel 25
4 Ludmila Anselmo 29
5 Maravilha Colimo 31
6 Maria David 33
7 Maria Tomás 34
8 Rosalina Dumbo 38
9 Ruth Tessalonica 39
10 Síntia Dah 40
11 Florinda Marcolino 50

Docente
_____________________________________
Prof.: Rosalia Simãoo

LUANDA 2023
Índice
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
1. VIDA E OBRA DE FLORENCE NIGHTINGALE..................................................2
1.1. Os primeiros anos....................................................................................................3
1.2. A formação..............................................................................................................4
1.3. Guerra da Crimeia...................................................................................................6
1.4. Morte.......................................................................................................................7
CONCLUSÃO...............................................................................................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................10
INTRODUÇÃO

A Enfermagem profissional no mundo foi construída a partir das bases científi


cas propostas por Florence Nightingale (1820-1910). Em 2010, celebrou-se o
centenário do falecimento dessa personagem, para registrar este marco histórico, a
Organização das Nações Unidas (ONU) propôs que este ano fosse considerado como
o Ano Internacional da Enfermeira.

O presente trabalho é sobre a Vida e Obra de Florence Nightingale, mais


concretamente sobre a sua tragetória na medicina, o seu contributo na enfermagem
sendo pioneira na utilização do Modelo biomédico e na estatística. O Objectivo do
trabalho é dar a conhecer o público em geral a trajectória de vida de Florence
Nightingale, desde a sua nascença até a sua morte. Destacando apenas os factos mais
importantes, tendo em conta que ela teve uma vida longa. Falar também sobre as suas
obras e o que ela fez para a mudança da enfermagem.

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1. VIDA E OBRA DE FLORENCE NIGHTINGALE

Florence Nightingale (Florença, 12 de maio de 1820 — Londres, 13 de agosto


de 1910) foi uma reformadora social inglesa, estaticista e fundadora da enfermagem
moderna. Nightingale ganhou destaque ao servir como chefe e treinadora de
enfermeiras durante a Guerra da Crimeia, na qual organizou o atendimento aos
soldados feridos. Ela deu à enfermagem uma reputação favorável e se tornou um
ícone da cultura da era vitoriana, especialmente pelo apelido de "A Dama da
Lamparina", por realizar rondas se utilizando deste instrumento para auxiliar soldados
feridos à noite.

Comentaristas recentes afirmaram que as conquistas de Nightingale na Guerra


da Crimeia foram exageradas pela mídia na época, mas os críticos concordam sobre a
importância de seu trabalho posterior na profissionalização das funções de
enfermagem para mulheres. Foi pioneira na utilização do modelo biomédico,
baseando-se na medicina praticada pelos médicos. Em 1860, ela lançou as bases da
enfermagem profissional com o estabelecimento de sua escola de enfermagem no
Hospital St. Thomas em Londres. Foi a primeira escola secular de enfermagem do
mundo, hoje parte do King's College de Londres. Em reconhecimento ao seu trabalho
pioneiro na enfermagem, o Juramento Nightingale feito por novas enfermeiras e a
Medalha Florence Nightingale, a mais alta distinção internacional que uma enfermeira
pode alcançar, foram nomeados em sua homenagem, e o Dia Internacional da
Enfermagem é comemorado anualmente na data de seu aniversário. Suas reformas
sociais incluíram a melhoria da assistência de saúde para todos os setores da
sociedade britânica, defendendo maior combate à fome na Índia, ajudando a abolir as
leis de prostituição, consideradas severas para as mulheres, e expandindo as formas
aceitáveis de participação feminina na força de trabalho.

Nightingale foi uma escritora prodigiosa e versátil. Em sua vida, muitos de


seus trabalhos publicados se preocuparam em divulgar o conhecimento médico.
Algumas de suas obras foram escritas em inglês simples para que pudessem ser
facilmente compreendidos por aqueles com habilidades literárias insuficientes. Ela
também foi pioneira na visualização de dados com o uso de infográficos, efetivamente
utilizando apresentações gráficas de dados estatísticos. Muitos de seus escritos,

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incluindo seu extenso trabalho sobre religião e misticismo, só foram publicados após
a sua morte.

1.1. Os primeiros anos

Florence Nightingale, era a segunda filha de William Edward Nightingale. Tal


como a sua irmã mais velha, Parthenope, recebeu o nome, em inglês, da cidade que a
viu nascer - Florença, Itália.

Pertencente a uma família rica da alta sociedade britânica, Florence cresceu


numa época de intensas mudanças sociais, marcada pelas ideias liberais e reformistas
(Attewell, 1998). O seu avô materno, William Smith, membro do Parlamento Inglês,
foi um importante e reconhecido promotor dos direitos dos dissidentes religiosos e
abolição da comercialização de escravos.

Seu pai, William Nightingale, que havia estudado na Universidade de


Cambridge, notabilizou-se pelas ideias progressistas em relação à melhoria da
sociedade e educação da mulher, tendo-se empenhado consideravelmente na educação
das suas filhas, acto que na época era apenas dedicado aos filhos varões. A educação
de Florence foi, por isso, vasta e abrangente, integrando latim, grego, história,
filosofia, matemática, línguas modernas e música, veiculando-lhe uma amplitude de
sabedoria bem patente na sua obra (Attewell, 1998).

Com vários elementos da família ligados à política, Nightingale desenvolveu


naturalmente um profundo sentido de envolvimento com os assuntos da sociedade, na
sua época. De tal forma que a condição social privilegiada não a impediu de procurar
colocar em prática os seus conhecimentos.

Logo na adolescência, ficou patente o conflito interno entre os prazeres


proporcionados pela intensa actividade social da família e o seu desejo de actividade,
empenhando-se em afastar o seu trilho do que considerava a “vida comum” de uma
mulher da alta sociedade. Nas suas primeiras cartas e notas, os propósitos da educação
são constantemente analisados, criticando a educação disponibilizada à mulher na

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época. No entanto, só após os 31 anos de idade pode dar utilidade prática à sua
bagagem educacional (Attewell, 1998).

1.2. A formação

Em 1849, Florence embarcou numa viagem cultural pela Grécia e Egipto,


recolhendo notas detalhadas acerca das suas condições sociais e arqueológicas
(Attewell, 1998).

No regresso, passando pela Alemanha, visitou Kaiserswerth, perto de


Dusseldorf, onde o pastor Theodor Fieldner (1800-1864), da Igreja Reformada
Luterana, fundou, em 1836, juntamente com a sua esposa, a ordem das Diaconisas
para cuidar dos doentes (Graça, Henriques, Isabel, 2000).

É depois da visita à obra do pastor Fliedner que Florence decide, aos 30 anos
de idade, dedicar o resto da sua vida à enfermagem, não obstante a forte e reiterada
oposição da sua família que tinha para ela outros projectos social e economicamente
mais rentáveis (idem). Florence regressou, assim, a Kaiserswerth para receber o treino
de enfermagem, revelando-se uma pupila com excelentes capacidades, o que motivou
o Pastor Fliedner a sugerir-lhe a publicação de um relatório acerca da vida em
Kaiserswerth, destinado aos leitores ingleses. Nightingale aceitou o desafio,
empenhando-se consideravelmente em promover a instituição como o local onde as
mulheres poderiam encontrar educação útil, tecendo, também, algumas críticas à
educação das mulheres, na época (Attewell, 1998).

A obra foi publicada em 1851, com o título: “The Institution of Kaiserswerth


on the Rine, for the practical training of deaconesses, under the direction of the Rev.
Pastor Fliedner, embracing the support and care of a hospital, infant and industrial
schools, and a female penitentiary”.

Apesar da formação e conhecimento adquiridos, Florence não pôde dar-lhe


utilidade prática imediata. No regresso a casa, redigiu um discurso filosófico ao qual
se referia como “religion to the working tailors”, que viria a ser publicado 10 anos

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mais tarde, em 3 volumes, com o título: “Suggestions for thought for searchers after
religious truth” (Attewell, 1998).

Num capítulo de carácter semi-auto-biográfico, intitulado “Cassandra”, que,


de certa forma, retrata a condição da mulher do século XIX, apelou por um novo tipo
de educação, fazendo uso do seu profundo idealismo, não deixando, ainda assim, de
parte o pragmatismo: “Women long for education to teach them to teach, to teach
them the laws of the human mind and how to apply them (…) and knowing how
imperfect, in the present state of the world, such and education must be, they long for
experience, but experience followed up and systematized” (Nightingale, 1860, p.391).

Entre 1851 e 1854, Florence complementou a experiência prática de


Kaiserswerth com dados reunidos em visitas a hospitais do Reino Unido e Europa e
sistematizou as suas experiências, analisando e reflectindo sobre os relatórios dos
hospitais e algumas publicações do governo inglês, sobre saúde pública (Attewell,
1998).

Em 1853, visitou o Hospital Lariboisiére, em Paris, que havia sido construído


recentemente. Ficou agradavelmente surpreendida com a arquitectura da construção,
efectuada em plano e permitindo a entrada de luz e ar fresco. Florence considerou que
a arquitectura era responsável pela reduzida taxa de mortalidade do hospital, por
permitir a dispersão dos “miasmas” e do “ar nocivo”.

Note-se que, na época, figurava a Teoria Miasmática, segundo a qual a doença


se gerava espontaneamente no lixo ou em espaços fechados. A teoria fundamentava-
se na observação de doença associada a fracas condições sanitárias e redução de
doença com melhoria das condições sanitárias ( Wikipédia, 2010). Embora erradas,
estas premissas conduziram a reformas válidas que constituíram a base para a
melhoria da saúde pública no Reino Unido, levada a cabo, maioritariamente, por
engenheiros e não por profissionais de saúde (Attewell, 1998).

Só em 1858, as descobertas de Louis Pasteur viriam a derrubar definitivamente


a teoria da geração espontânea dos germes, substituindo-a pela Biogénese, segundo a

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qual, a matéria viva procede sempre de matéria viva, colocando, assim, em causa, as
considerações dos reformadores sanitários da época ( Wikipédia, 2010).

Em 1853, Florence conquistou o seu primeiro emprego oficial e, por


conseguinte, o espaço necessário para aplicar o seu conhecimento e experiência.
Tornou-se Lady Superintendent de uma Instituição Londrina denominada Institution
for Sick Gentlewomen, onde se manteve até ao desenrolar da Guerra da Crimeia.

Demonstrou ser uma brilhante gestora, sendo a sua gestão marcada pela
subordinação das enfermeiras e de si própria, aos médicos, em termos do tratamento
dos doentes, mas questionando e procurando sempre influenciar algumas matérias,
com o objectivo dedireccionar as políticas para o interesse dos doentes (Attewell,
1998).

1.3. Guerra da Crimeia

Sua contribuição mais famosa ocorreu durante a Guerra da Crimeia, que se


tornou seu objetivo central a partir da chegada à Grã-Bretanha dos relatos sobre as
terríveis condições dos feridos. Sidney Herbert, chefe do Departamento de Guerra do
governo do Lorde Aberdeen e ciente dos problemas de saúde do exército, possibilitou
a transferência de Nightingale e um grupo de enfermeiras para a zona de conflito. Em
outubro de 1854, Florence e uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por
ela, inclusive sua tia Mai Smith, e 15 freiras católicas (mobilizadas por Henry Edward
Manning) foram enviadas (sob a autorização de Sidney Herbert) para os campos de
Scutari, no Império Otomano.

Percorreram 295 milhas náuticas (546 km) pelo Mar Negro, de Balaklava,
Crimeia, para a principal base britânica de operações no Quartel Selimiye em Scutari
(atual distrito de Üsküdar, em Istambul), onde chegaram nos primeiros dias de
novembro de 1854. Constataram que os soldados feridos estavam recebendo
tratamento totalmente inadequado da sobrecarregada equipe médica, enquanto os
oficiais eram indiferentes a esta situação. Os suprimentos médicos eram escassos, a
higiene era terrível e as infecções eram comuns e, em muitos casos, fatais. Não havia
equipamento adequado para processar alimentos para os pacientes.

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No início do século XX, era aceito que a gestão Nightingale reduzia a taxa de
mortalidade de 42% para 2%, seja fazendo melhorias na higiene ou buscando a ajuda
da Comissão Sanitária. A primeira edição do Dictionary of National Biography
(1911) fez essa afirmação, mas a segunda edição (2001) não mais. Na verdade, o
número de mortes não diminuiu, mas começou a aumentar. O número de mortos foi o
maior de todos os hospitais da região.

Durante seu primeiro verão em Scutari, 4 077 soldados morreram por lá. Dez
vezes mais soldados morreram de doenças como tifo, febre tifoide, cólera e disenteria
do que feridos no campo de batalha. As condições nos hospitais de campanha eram
muito prejudiciais para os pacientes devido à superlotação, drenagem sanitária
deficiente e falta de ventilação. O governo britânico levou uma comissão sanitária a
Scutari em março de 1855, quase seis meses após a chegada de Florence Nightingale,
que realizava a limpeza de aterros poluentes e melhorava a ventilação. A partir dessas
medidas, a taxa de mortalidade caiu rapidamente.

Durante a guerra ela não reconheceu que a falta de higiene era uma das
principais causas de morte, acreditando que o alto índice de mortalidade era devido à
má nutrição, falta de suprimentos médicos e extremo cansaço dos homens, e nunca
reivindicou algum crédito por ajudar a diminuir o número de mortes. Mas, em seu
retorno a Londres, ele começou a reunir evidências para a Comissão Real de Saúde no
Exército para apoiar sua posição de que soldados morreram devido às deploráveis
condições de vida no hospital. Essa experiência influenciou decisivamente sua
carreira posterior, levando-a a defender a importância da melhoria das condições
sanitárias hospitalares. Consequentemente, ajudou a reduzir as mortes no exército
durante os tempos de paz e promoveu o projeto sanitário adequado dos hospitais.

1.4. Morte

Florence Nightingale morreu dormindo no quarto de sua casa em Mayfair,


Londres, em 13 de agosto de 1910, aos 90 anos de idade. A oferta de sepultamento na
Abadia de Westminster foi recusada por sua família e ela está enterrada no cemitério
da Igreja de Santa Margarida em East Wellow, em Hampshire, Reino Unido. Seu

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túmulo possui a mais alta simplicidade com apenas suas iniciais e datas de nascimento
e morte. Deixou um grande corpo de obras, incluindo várias centenas de notas que
não foram publicadas anteriormente. Um monumento memorial a Nightingale foi
criado em mármore de Carrara por Francis William Sargant em 1913 e colocado no
claustro da Basílica de Santa Cruz, em Florença, Itália.

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CONCLUSÃO

Com a presente investigação e com a leitura atenta, conclui-se que Florence


Nightingale sem dúvida foi o maior expoente da Enfermagem. Florence Nightingale
foi uma destacada enfermeira inglesa. Criou a primeira Escola de Enfermagem da
Inglaterra no Hospital Saint Thomas, em Londres. Recebeu a Ordem do Mérito, em
1901, durante a Era Vitoriana.

Na época em que seus pais residiam na Itália. Filha do milionário William


Shore Nightingale, foi aluna do King’s College de Londres. Em uma viagem ao Egito,
visitando hospitais, despertou sua vocação para a enfermagem, apesar de na época não
ser uma atividade digna.

Na Inglaterra, iniciou seu aprendizado repartindo o tempo entre aulas de


anatomia e visitas ao hospital do distrito. Em 1851 aventurou-se na Alemanha para
frequentar a Escola de Enfermagem Fliedner, onde viveu sua primeira experiência
como profissional entre as religiosas protestantes de Kaiserswerth.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

 Maria ICSP, Joel RM. Florence Nightingale e as irmãs de caridade: revisitando a


história. Rev. bras. enferm. vol.58 nº 6 Brasília Nov./Dec. 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reben/v58n6/a18v58n6.pdf

 ATTEWELL, Alex (1998) - Florence Nightingale. PROSPECTS: The quarterly


Review of Comparative Education. Vol. 18, nº 1, p. 153-166.

 BASTO, Marta Lima (1996) - Florence Nightingale. Enfermagem em Foco. Nº


23, p. 2 3-24. GRAAF, Karen R. de (1989) – Florence Nightingale: enfermeria
moderna. In MARRINER, Ann – Modelos e teorias de enfermeria. Barcelona:
Ediciones Rol.

 GRAÇA, L. (1996) - Evolução do sistema hospitalar: uma perspectiva


sociológica. Lisboa: Grupo de Disciplina de Sociologia da Saúde. Grupo de
Disciplina de Psicossociologia do Trabalho e das Organizações de Saúde. Grupo
de Disciplinas de Ciências Sociais em Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública.
Universidade Nova de Lisboa. Texto policopiado (Textos, T1239 a T1242).

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