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O que torna uma ação

moralmente correta?
Para pensar

O que faz com que uma ação seja boa ou má?


Que queremos dizer quando afirmamos que alguém devia ou não fazer qualquer coisa?
Como devemos viver?
Como devemos tratar as outras pessoas?

Se não pudermos dizer por que razão coisas como a tortura, o assassínio, a crueldade,
a escravatura, a violação e o roubo são eticamente erradas, que justificação podemos
ter para as impedir?
É a moral apenas uma questão de preconceito, ou poderemos dar razões a favor das
nossas crenças morais?
QUESTÕES ORIENTADORAS
As consequências são relevantes quando avaliamos a correção ou incorreção moral de uma ação?

A intenção é um critério ou fator decisivo para avaliar se uma ação é moralmente boa?

Há ações boas em si mesmas, i.e., que tenham valor intrínseco?

Há deveres absolutos, i.e., normas que nunca devemos desrespeitar?

Qual o critério de moralidade que temos de respeitar para que a nossa ação seja moralmente boa?

Maximizar a felicidade, prazer ou bem-estar é obrigatório?

Há algo bom em si mesmo, i.e., absolutamente bom, sem reservas?


Em discussão
Fundamentação da moral

O que é que faz com que uma ação seja moralmente correta/boa
ou incorreta/má?

Qual é o critério que


O que é que, tendo permite distinguir uma
valor intrínseco, pode ação moralmente Qual é o princípio ético
ser considerado bom correta ou com valor fundamental?
em si mesmo? moral de uma ação
moralmente incorreta?
1
O problema do critério ético
da moralidade de uma ação:
a ética utilitarista de Stuart Mill
JOHN STUART MILL (1806-1873)
Foi um reformador social e político e um dos
pensadores liberais mais influentes do século XIX. É
um dos mais destacados filósofos consequencialistas,
nomeadamente de uma das suas formas mais
conhecidas, o utilitarismo.
UTILITARISMO
• O utilitarismo é uma teoria ética que começa a emergir no
século XVIII, mas cuja fundação e formulação clássica é
frequentemente atribuída a Jeremy Bentham (1748-1832). O
lugar de destaque desta teoria normativa deve-se, porém, não a
Bentham, mas sobretudo à obra Utilitarismo, publicada em 1861
pelo seu discípulo e afilhado John Stuart Mill com inestimáveis
contributos de Harriet Taylor, a filósofa que marcou a sua vida
afetiva e intelectual.
Ética teleológica e
Ética utilitarista de Stuart Mill consequencialista (cf. Manual,
p.194ss e p.201ss)

O valor moral das ações reside nas consequências e na


utilidade que elas revelam.

O bem ou fim último e a única coisa com valor


intrínseco consiste na felicidade.

O máximo bem a promover numa sociedade


deverá ser a felicidade de todos (incluindo animais
não-humanos) e de cada um.
O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade*, como fundamento da
moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a
felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por
felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de
prazer. (…) A ideia de que o prazer e a isenção de dor são as únicas coisas desejáveis como fins,
e de que todas as coisas desejáveis (…) são desejáveis ou pelo prazer inerente em si mesmas
ou enquanto meios para a promoção do prazer e da prevenção da dor.
John Stuart Mill

*Princípio da Maior Felicidade ou Princípio da utilidade


Hedonismo

Doutrina moral segundo a qual o prazer (e implicitamente a ausência de dor) é


a essência da felicidade, constituindo o supremo bem do ser humano.

Mill e Bentham consideram que a felicidade (o bem-estar) se identifica com o


estado de prazer e de ausência de dor ou sofrimento, sendo a infelicidade o
estado de dor e de privação de prazer.

Mill:
Bentham:
hedonismo
hedonismo
qualitativo (cf.
quantitativo
Manual, p.198ss)
É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; é melhor
ser Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito. E se o tolo ou o porco têm
uma opinião diferente é porque só conhecem o seu próprio lado da questão. A
outra parte da comparação conhece ambos os lados.
John Stuart Mill
Hedonismo qualitativo (cf. Manual,
p.200ss)

Prazeres Prazeres
inferiores superiores

Prazeres ligados ao corpo,


Prazeres ligados ao espírito e aos
provenientes das sensações. Não
sentimentos morais. Permitem a
permitem a realização plena da
realização plena do ser humano.
natureza humana.

Os prazeres intelectuais/espirituais são considerados preferíveis pelos


juízes competentes e são superiores em relação aos prazeres corporais.
Consequencialismo

Na ética utilitarista de Mill, as consequências determinam o valor moral da


ação.

O utilitarismo apresenta como fundamento da avaliação moral das ações a sua


utilidade.
Imagine a seguinte situação:

O João há muito tempo que sonhava em comprar mais um carro novo, por isso, todos os meses
reservava uma parte do salário para o efeito. Finalmente, chegou o momento em que estavam
reunidas as condições monetárias para comprar mais um carro. Infelizmente, à sua volta, nem tudo
estava bem: o país deparava-se com uma situação económica complexa, o desemprego tinha
aumentado e uma boa parte da população recorreu ao Banco Alimentar, para poder alimentar as
suas famílias.

O que deve fazer o João: comprar o carro que tanto queria ou doar esse dinheiro a organizações
para que mais pessoas pudessem ser ajudadas?
Tenho de voltar a repetir o que os críticos do utilitarismo raramente têm a justiça de
reconhecer: que a felicidade que constitui o padrão utilitarista daquilo que está certo na
conduta não é a felicidade do próprio agente, mas a de todos os envolvidos. Quanto à
escolha entre a sua própria felicidade e a felicidade dos outros, o utilitarismo exige que ele
seja tão estritamente imparcial como um espetador benevolente e desinteressado.
John Stuart Mill
A Ética Utilitarista de Mill
Princípio da imparcialidade
Mill afirma que o que distingue uma ação
moralmente correta de uma ação moralmente
incorreta são as suas consequências, isto é, se
dela resulta, tendo em conta as alternativas,
uma maior felicidade. Mill não se está a referir à
felicidade individual exclusivamente, mas à
felicidade geral.

Uma ação é boa se promover a


felicidade para o maior número
de pessoas.
Ato moralmente correto

É aquele que, efetuada uma avaliação imparcial da situação e tendo em conta


as alternativas, permite maximizar o prazer ou a felicidade geral.

Conduz ao maior bem-estar total (a felicidade agregada), ao saldo mais


positivo – qualquer que seja a forma como a felicidade será distribuída.
Ações moralmente corretas Ações moralmente incorretas

Respeitam o princípio da
utilidade, tendo as melhores Não respeitam o princípio da
consequências possíveis e utilidade, trazendo más
permitindo maximizar a consequências e não
felicidade geral. maximizando a felicidade geral.

Não existem regras morais absolutas.


Princípios secundários (cf. Manual, p.205)

Nem todas as nossas escolhas têm de ser efetuadas com base no princípio da
maior felicidade sem o apoio de qualquer outro princípio.

O princípio da maior felicidade é um padrão, e não pode ser confundido com


um guia específico na tomada de decisões.

Devemos guiar-nos, sobretudo, pelas regras da moralidade comum


(princípios secundários), que normalmente levam a boas consequências, e
recorrer ao princípio da maior felicidade quando aquelas regras entrarem em
conflito.
Motivação moral

O que pode constituir a


O que é que nos pode
força da moralidade
motivar a agir de acordo
utilitarista, fazendo com
com a ética utilitarista?
que não sejamos egoístas?

É possível reformar a Existe um sentimento


educação no sentido de social natural que nos
motivar as pessoas a leva à cooperação mútua:
promoverem a felicidade ter em conta cada vez
geral. As sanções da mais os interesses dos
moralidade poderão ser outros leva-nos a
colocadas ao serviço do descobrir que a nossa
utilitarismo. vida é também cada vez
melhor para nós próprios.
Em suma:
Princípio da utilidade ou princípio da maior felicidade

As ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade e


erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade.

Aquilo que importa não é (só) a felicidade do agente, mas a felicidade geral. A
ação correta é a que maximiza a felicidade ou o bem-estar geral.

Exige-se ao agente uma estrita imparcialidade na escolha entre a sua


felicidade e a dos outros e uma estrita igualdade na consideração dos
interesses.
A ética utilitarista é… … uma ética consequencialista

…assente na imparcialidade

…uma ética hedonista


Críticas à ética de Stuart Mill
(cf. Manual, p.206)

A teoria ética de Mill é criticada porque:

Assenta no hedonismo, uma perspetiva discutível


(objeção baseada na “máquina de experiências”).
(cf. Manual, p.207)

Suscita dificuldades ao nível do cálculo da


felicidade e da infelicidade.

É demasiado ambiciosa e exigente,


comprometendo, de certo modo, projetos
individuais e relações pessoais.

Revela uma certa incompatibilidade com a ideia de


justiça (bode expiatório).
Críticas à ética de Mill
Segundo Nozick não nos deveríamos ligar à máquina por três razões:

1. Nós queremos fazer determinadas coisas e não apenas ter a experiência de as fazer;
2. Queremos ser de determinada maneira, ser um determinado tipo de pessoa e não uma massa
indeterminada. Ligados à máquina perderemos a nossa identidade.
3. Ligarmo-nos a uma máquina de experiências limitar-nos-ia a uma realidade artificial,
viveríamos uma vida ilusória.
Críticas à ética de Mill

Nem sempre é possível calcular as consequências das nossas ações.

Para além disso quantificar a felicidade torna-se uma tarefa complexa, uma vez que é difícil
comparar a felicidade de diferentes pessoas.
Críticas à ética de Mill
A ética utilitarista é demasiado exigente:
será que podemos ser felizes se estivermos
constantemente a sacrificar os nossos
projetos em prol da felicidade da maioria?
Críticas à ética de Mill
O utilitarismo pode conduzir a consequências moralmente inaceitáveis;

É demasiado PERMISSIVO.
2
O problema do critério ético
da moralidade de uma ação:
a ética deontológica de Kant
(cf. Manual, p.212)
• Filósofo alemão, natural de Königsberg (na altura
capital da Prússia Oriental, hoje Kaliningrado, na
Rússia), nasceu em 1724 e faleceu em 1804. Foi um
dos pensadores mais influentes da Modernidade.
A ÉTICA DEONTOLÓGICA DE KANT
Ao procurar solução para o problema «O que devo fazer?», Kant começou por
investigar a natureza da ação moral respondendo à questão: «O que é uma ação
moral?».

Kant acreditava no caráter universal e absoluto das regras morais e a


investigação que desenvolveu procurou, antes de tudo, estabelecer o princípio
supremo de toda a moralidade.
Ética kantiana Ética deontológica

O valor moral de uma ação assenta no cumprimento do dever,


independentemente das suas consequências.

Existem dois planos distintos no ser humano:


• plano da natureza/necessidade;
• plano da ação/liberdade.
Boa vontade (cf. Manual,
p.212)

Única coisa que pode ser


concebida como sendo boa em
si mesma.

Possui um valor
intrínseco,
incondicional
e absoluto.
Intenção
e boa vontade

O valor moral de uma ação reside na intenção.

A ação boa é aquela que resulta da intenção


boa. Uma intenção boa encontra-se na vontade
consciente e boa de um agente que sabe
o que deve fazer.
Intenção pura

Decorre da vontade (boa) que segue a razão.

Só mediante uma intenção pura a ação


se torna legítima.

Só uma vontade santa, não sujeita


A vontade humana não é perfeita
à coação, age sempre guiada
e deixa-se influenciar por apelos
única e exclusivamente
dos sentidos.
pela razão.
Dever (cf. Manual, p.215)

Diferentes tipos de ações

Ações contrárias ao Ações meramente Ações realizadas por


dever conformes ao dever dever

Não cumprem as regras Cumprem o dever, mas Cumprem o dever pelo dever;
morais nem o dever, apenas porque o decorrem de uma exigência
violando direitos humanos agente pode obter alguma puramente racional. São as
fundamentais. vantagem ou satisfação únicas com valor moral.
pessoal.
Motivações/Intenções vs. consequências

As consequências das
ações encontram-se, O que é decisivo para a
frequentemente, fora do moral são as
nosso controlo: intenções/motivações.
elas não podem ser
decisivas para a moral.
MORALIDADE LEGALIDADE

Respeito (interior) Conformidade


pela lei moral e (exterior) à lei
pelo dever moral e ao dever

A boa vontade age motivada apenas pelo


cumprimento do dever. O dever é a necessidade
de consumar uma ação por respeito para com a
lei.
O imperativo categórico
(cf. Manual, p.218)

Kant não pretende apontar um


conjunto de regras concretas de
ação, mas encontrar o fundamento
universal dos deveres morais.

É na razão que importa procurar


esse fundamento, a fórmula que
nos indica o que devemos fazer.

Imperativo categórico
IMPERATIVO CATEGÓRICO
IMPERATIVO HIPOTÉTICO
(cf. Manual, p.220)

Ordem ou mandamento Ordem ou mandamento


que nos diz o que que possui um carácter
devemos fazer se absoluto e incondicional.
queremos realizar Representa uma ação
determinados desejos como objetivamente
ou atingir um certo fim. necessária.

Exemplo: “Se queres


emagrecer, pratica Exemplo: “Não mintas!”
exercício físico.”
O imperativo categórico de Kant, ainda que apresente
várias formulações, constitui o princípio de todos os
imperativos categóricos, indicando absoluta, incondicional
e universalmente a forma como devemos agir.

Trata-se de um princípio ou lei moral


fundamental que estabelece que a ação é
necessária e boa em si mesma.

Duas formulações principais do imperativo categórico:


fórmula da lei universal e fórmula da humanidade (ou do fim em si mesmo)
FÓRMULA DA LEI UNIVERSAL

Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao


mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.

Quem quiser saber se está a agir bem deve perguntar-se a si


próprio se a máxima ou princípio que orienta a sua ação poderia
transformar-se numa lei à qual todos os seres humanos em
circunstâncias semelhantes adeririam.
Exemplos de deveres que decorrem da primeira
fórmula do imperativo categórico

Interiores Exteriores
(ou para connosco) (ou para com os outros)

Não fazer promessas


Perfeitos Não cometer suicídio
enganadoras

Desenvolver as nossas Contribuir para o


Imperfeitos faculdades bem-estar dos outros

Os deveres perfeitos têm prioridade sobre os deveres imperfeitos.


Aplicação da primeira fórmula do imperativo categórico

O que sucederia se determinadas máximas se


tornassem leis universais? Poderemos querer que
todos os agentes racionais sigam essas máximas?

O potencial suicida, aquele que faz promessas enganadoras, o que


negligencia os seus dons e o egoísta concluiriam, por exigência da
lei moral, acerca da impossibilidade de querer tornar universal o
princípio que orienta a sua ação.

Seguir tais máximas equivale a adotar regras que não podemos


querer que sejam seguidas pelos outros.
FÓRMULA DA HUMANIDADE OU DO FIM EM SI MESMO

Age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua


pessoa como na de qualquer outro, sempre simultaneamente
como um fim e nunca simplesmente como um meio.

Exigência de tratar os outros (e a nós próprios) como fins e nunca


como simples meios ou como instrumentos para atingirmos os
nossos objetivos ou realizarmos desejos egoístas.

Tratar os outros como fins é respeitá-los como agentes racionais ou


pessoas, é respeitar a sua racionalidade e reconhecer a sua
dignidade.
A segunda fórmula do imperativo categórico conduz, segundo
Kant, às mesmas conclusões que a primeira:

– O potencial suicida está a


servir-se da sua própria – O que negligencia os seus
pessoa unicamente como dons não contribui para a
um meio, sem se considerar sua realização como fim em
como um fim em si mesmo. si mesmo.
– Aquele que faz promessas – O egoísta não está a tratar
enganadoras serve-se do o outro como um fim em si
outro simplesmente como de mesmo.
um meio, sem o tratar como
um fim em si mesmo.
Imperativo categórico
(lei moral fundamental)

Corresponde, nas suas fórmulas, às


exigências que a razão nos dá sempre
que queremos agir corretamente.

As máximas, para serem moralmente


corretas, devem respeitar as
exigências de universalidade (primeira
fórmula) e de reconhecimento do ser
humano, enquanto pessoa, como um
fim em si mesmo e nunca como um
simples meio (segunda fórmula).
Moralidade

Autonomia da vontade Liberdade moral do agente

A moralidade das ações não depende de nada que nos seja imposto do
exterior, mas de algo que deriva do interior.

Capacidade de autodeterminação e de o indivíduo dar


Autonomia
leis a si mesmo, agindo em função delas.

Sujeição do indivíduo a leis que outros lhe impõem e o


Heteronomia obrigam a cumprir.
A vontade não se limita a submeter-se à lei moral.

A vontade é legisladora universal.

A lei moral não nos é imposta a partir de fora. Ela deriva de


nós próprios, enquanto agentes racionais.

O ser humano só é verdadeiramente livre


quando a sua vontade se submete às leis da razão.
Críticas à ética de Kant

A teoria ética de Kant é criticada porque:

Apresenta rigor formal, com afastamento das


emoções em relação à vida moral.

Problemas na fórmula da lei universal.


Permite, aparentemente, ações imorais (objeção à
fórmula da lei universal).

Não oferece soluções satisfatórias para situações


como as que envolvem dilemas morais (conflitos
de deveres).

Parece não responder a situações de deveres


incompatíveis: isso pode acontecer com deveres
absolutos.

Tem alguns aspetos implausíveis, como o facto de


não dar atenção às consequências da ação.
3
Análise comparativa das
perspetivas éticas de Kant
e Stuart Mill
Fundamentação da moral:
O que é que faz com que uma ação seja moralmente correta ou incorreta?

Ética deontológica de Kant Ética utilitarista de Mill

O que é bom em si
mesmo, tendo Boa vontade Felicidade
valor intrínseco? (guiada apenas pela razão) (identificada com o prazer)

Qual é o critério de
Intenções Consequências
determinação do
(As ações são boas ou más (Não há ações boas ou más
valor moral da
em si mesmas.) em si mesmas.)
ação?

Princípio da utilidade ou
Qual é o princípio
Imperativo categórico princípio da maior
ético fundamental?
felicidade

Ação realizada de modo a


O que é uma ação Ação realizada por
maximizar a felicidade
moralmente correta? puro respeito pelo dever
geral

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