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Inicial Seguradora Lider - Dpvat
Inicial Seguradora Lider - Dpvat
ADVOGADO
Requer a dispensa de audiência de conciliação, uma vez que os interesses em disputa são
mínimos, tornando improvável um acordo com a parte ré.
Caso haja interesse por parte desta em buscar uma conciliação, fica disponível o contato através
do número 21-3796-4816 ou pelo endereço eletrônico mencionado, presente tanto na petição quanto no
Cadastro Nacional dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (CNAOAB).
II - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente, requer a Vossa Excelência, os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art.4º,
da Lei n. º1.060/50, com a nova redação dada pela Lei n.º 7.510/86, eis que o requerente não possui
condições de pagar as custas judiciais e honorários advocatícios sem prejuízo próprio ou da família.
O Autor, visando a agilidade e economia processual, vem declarar sua opção pelo Juízo 100%
Digital, para que todos os atos processuais sejam praticados exclusivamente por meio eletrônico e
remoto.
Para tanto, desde já informa os dados de contato, conforme qualificação acima apresentada.
Assim, estará viabilizando o acesso à justiça e propiciando celeridade e eficiência da prestação
jurisdicional.
IV - DOS FATOS
O Requerente é filho legítimo da vítima fatal do acidente ocorrido no dia 27/07/2020 às 19h00,
que teve sua vida ceifada ao ser atropelado por um veículo desconhecido quando atravessava a Rodovia
Estadual BR-101, nas proximidades do Hospital Miguel Arraes, localizado no município de Paulista-PE.
Foi socorrido por populares e levado ao Hospital Miguel Arraes onde recebeu atendimento
médico e posteriormente foi encaminhado ao Hospital da Restauração - HR, onde permaneceu internado
e veio a óbito em 10/08/2020.
Tal ocorrência foi registrada na data do falecimento na unidade Policial, conforme boletim de
ocorrência em anexo.
Ocorre que, durante todo o período em que permaneceu internado, a família não manteve
contato com o falecido e não possuía informação acerca do acidente, tendo em vista que a vítima estava
sem documentos de identificação, tendo, inclusive, sido enterrado como indigente com certidão de óbito
lavrada com nome DESCONHECIDO.
O Suplicante vindo a tomar ciência acerca dos direitos que lhe cabe, vem perante esse juízo,
esperando ser devida a sua INDENIZAÇÃO, respaldado na forma do Art. 3º, inciso II, da Lei nº
6.194/74, com redação dada pela Lei nº 11.482/2007, dispositivo que fixa a referida indenização no
valor de até R$ 13.500,00 (treze mil e quinhentos reais).
Diante de tais fatos e da comprovação das sequelas que ora apresenta, entende que faz jus ao
direito a busca das vias judiciais, entendendo ser necessário, para que Vossa Excelência determine que a
ora Ré, a Seguradora, pague a indenização referente ao SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT no grau a
ser apurado em perícia judicial que desde já, pugna pela aplicação do art. 373, § 1º do Código de
Processo Civil – CPC (Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova), para que a Requerida arque com as
despesas.
V - DO DIREITO
Com relação à boa-fé disposto no art. 4º do CDC há que ser reconhecido que a conduta da loja
Ré representa grave violação à boa-fé objetiva.
Imperioso analisar que todo dano causado ao Autor deve ser indenizado pelo Réu, que também
por força do art. 14 do CDC, responde pelo dano causado de forma objetiva, ou seja, comprovado o
dano e o nexo de causalidade, já passa a existir o dever de indenizar por parte do fornecedor, no caso o
Réu.
Entende-se assim, que as pessoas jurídicas, sejam de direito público, sejam de direito privado,
estão submetidas às regras do Código de Defesa do Consumidor, não só devendo prestar serviços
eficientes e seguros, como também estando sujeitos a reparar os danos que por ventura vierem a causar
aos consumidores, nos mesmos moldes do art. 14 do CDC (responsabilidade objetiva) c/c art.22,
parágrafo único do CDC.
Como se pode inferir Nobre Julgador, não há dúvidas quanto à ocorrência de danos morais ao
autor, uma vez que este experimentou um constrangimento indevido e desnecessário, dano este
decorrente da irresponsabilidade da ré.
De caráter subjetivo, o dano moral compreende toda gama de transtornos gerados pelo ato
ilícito e que se manifesta na afronta à tranquilidade, a paz interior, ao normal segmento da vida natural,
experimentado por aquele que é alvo do evento danoso.
A doutrina aponta duas forças convergentes na ideia da reparação do dano moral: uma de
caráter punitivo (castigo ao ofensor) e compensatório (compensação como contrapartida do mal
sofrido), conforme a intensidade da dor ou do sofrimento do lesado, o grau de culpa do ofensor e
condição econômica, social e econômica da vítima.
Note-se que o autor optou por este procedimento, renunciando a indenizações mais altas, por
não ser seu interesse enriquecer à custa de empresários inconscientes, mas tão somente fazer da sanção
aos que não olham a lei e visam somente seus interesses, em detrimento dos direitos do consumidor,
sempre tão lesado, tão sofrido, tão desrespeitado.
O dano moral é o fruto de uma evolução jurisprudencial, que foi se consolidando com o passar
do tempo, vindo a integrar o direito material, sendo nos dias de hoje, um direito líquido e certo que todo
cidadão tem de ser indenizado por qualquer violação de ordem subjetiva, conforme os artigos 186, 187 e
927 do Código Civil Brasileiro de 2002 e pelo art. 6°, VI e VII do CDC, sendo que a verba indenizatória
pleiteada pela autora referente ao prejuízo moral, não se justifica somente por uma compensação, pela
tormenta experimentada, mas também como forma de punir a ré, disciplinando-os pedagogicamente.
Neste aspecto, ensina o renomado Caio Mário da Silva Pereira:
Assim, não restam dúvidas que aparte autora experimentou danos morais sérios e não
dissabores do dia a dia, pois foi extremamente difícil e constrangedor para o autor, ter que se expor e
experimentar um forte constrangimento e vexame por toda a situação vivida.
Inicialmente verificamos que o presente caso se trata de relação de consumo, sendo amparada
pela lei 8.078/90, que trata especificamente das questões em que fornecedores e consumidores integram
a relação jurídica, principalmente no que concerne a matéria probatória. Tal legislação faculta ao
magistrado determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor conforme seu artigo 06º,
VIII:
O novo Código de Processo Civil manteve em sua redação, porém de maneira melhorada o
instituto da antecipação dos efeitos da tutela, atualmente denominado TUTELA DE URGÊNCIA,
estando à mesma exposta no Art.300 daquele diploma legal, vejamos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
Observando a conduta da ré é ilegal e, logo, não trará nenhum prejuízo para a parte adversa,
visto que, não se configura o perigo de irreversibilidade da decisão a tutela pode e deve ser deferida.
O periculum in mora mostra-se evidente, uma vez que, os valores indevidamente cobrados
pela parte ré, podem levar a autora a ter dificuldades em proporcionar o seu sustento, tendo em vista
que, conforme anexado, a parte autora vem sofrendo descontos elevados.
A existência do “fumus boni iuris” mostra-se clara, considerando que autora não contratou com
a ré, requer que seja suspensa a cobrança indevida no benefício previdenciário da parte autora até o
deslinde da ação.
IX - DOS PEDIDOS
2. Seja a parte intimada para que no prazo legal ofereça as devidas contestações, sob pena de
revelia;
3. A concessão da Antecipação dos efeitos da tutela, diante dos requisitos do fumus boni júris e
periculum in mora, SUSPENDER as cobranças advindas do empréstimo indevido de contrato,
em valor de parcelas R$ 72,32, ressaltando que não foi pedido, nem autorizado pela parte autora
tal empréstimo junto à ré, sob pena de multa diária do decuplo do que for cobrado, ou multa
diária de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia até que seja comprovado o cancelamento da cobrança;
9. Que seja deferida a inversão do ônus da prova, diante do art. 6º, VIII, do Código de defesa do
consumidor;
10. Requer que não seja designada audiência de conciliação, conforme fundamento exposto acima;
11. Condenação ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor da
condenação, nos termos do art. 20, § 3º do CPC.
X - DAS PROVAS
XI - DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á causa o valor de R$ 19.628,48 (dezenove mil seiscentos e vinte e oito reais e quarenta
e oito centavos).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
OAB/PE 61.408