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Eletronica e Circuitos Analogicos II GFidade 1 Unidade 1 one eee Macy foreseen ete Meret oP Ts aey Dee eno ae eee on Tipos de circuitos de eletronica de poténcia 1.1 Apresentacdo da webaula: introduc4o a eletrénica de poténcia ‘Sem a conversao de energia com controle seria impossfvel o desenvolvimento da ind(istria, produgao e transporte da energia até o usudrio final, porisso as aplicacées em eletrénica de poténcia sao téo fundamentais atualmente. A tecnologia dessas éreas, quer seja para 0 processamento, condicionamento ou controle da energia elétrica, esta integrada a um conjunto ilimitado de dispositivos e sistemas nas mais diversas reas. Est presente em avides, submarinos, navios, trens elétricos, automéveis, nos mais diversos sistemas produtivos industriais, nos eletrodomésticos, nos sistemas de produgao, transmissao e distribuigao de energia elétrica, nos sistemas de telecomunicagdes, nos sistemas da tecnologia da informacao, em intimeros dispositivos da area médica, entre outros, ¢ é a ciéncia que tem possibilitado o uso em larga escala, com viabilidade econémica, das fontes renovdvels de energia para producio de energia elétrica. Esté em constante desenvolvimento, em funcao da constante necessidade da populago humana mundial por melhores condicdes de vida e pela necessidade da preservagaio e uso racional das Fontes de energia na Terra, exigindo-se um crescente contingente de profissionais especializados para atender tais demandas no Brasil e no mundo. Nesta unidade veremos um pouco sobre a eletrénica de poténcia, as chaves semicondutoras de poténcia, algumas caracteristicas dessas chaves ¢ alguns ircuitos de eletrOnica de poténcia. & transformagao das energias em energia elétrica, de uma forma que esta seja controlada para que possa ser utilizada de maneira eficiente, é 0 que torna esta webaula importante. Figura 1.1: Transformacao de energias sustentaveis Fonte: . Acosso am: 2 abr. 2017. 2 Aplicacdes em eletrénica de poténcia Avantagem Fundamental da eletricidade sobre outras formas de energia pode sera capacidade de poder transportar a energia ea sua Facilidade de transformacao. Ou seja, é muito facil levarenergia elétrica de um local a outro e também transformala em movimento, em luz, em calor, etc. Nesse contexto, pode-se considerar que a eletricidade é, atualmente, o melhor vetor energético. Por outro lado, possui uma grande limitacdo, que é a impossibilidade de armazenagem direta em quantidades significativas. Acletidnica de poténcia possibilita transformar, processar e controlar o fluxo de energia elétrica pelo fornecimento de tensées e correntes adequadas para cada usudrio, criando uma perspectiva de crescimento das energias renovaveis e sustentéveis. 0 desenvolvimento da automacao industrial tornou-se mais eficiente e possivel gragas a eletrénica de poténcia. ‘A conversao de energia eficiente, 0 controle ¢ o condicionamento de poténcia elétrica através de chaves estaticas de uma fonte de tensao disponivel esta relacionado a eletrOnica de poténcia, Em uma ciéncia dedicada ao estudo dos conversores estticos dle energia eletrica, 0s conversores podem ser definidos como. sistemas, constituidos por elementos passivos (resistores, capacitores e indutores) ¢ elementos ativos {interruptores), tais como diodos, tiristores, transistores, GTOs, TRIACS, IGBTs e MOSFETS. ‘A eletrénica de poténcia 6 uma drea da engenharia que tem como designio estudar e construir conversores de poténcia com o objetivo principal de se obtero controle da energia elétrica. O controle de fluxo de poténcia é realizado: através de um conversor de poténcia, como na Figura 1.2, que pode ser alimentadoa partir de uma Fonte de tensio alternada ou contfnua, fornecendo na safda uma tensao {ou corrente) alternada ou continua, dependendo da propria estrutura topolégica do conversor, das chaves semicondutoras, dos dispositivos e dos comandos utilizados. Figura 1.2 | Conversorde poténcia com corrente ¢ tensdo de entrada e corrente tensao de salda Entrada Conversor de poténcia le, Ve Fonte: elaborado pela autora. Saida Is, Vs A aplicacao da eletronica de poténcia faz parte de uma rea interdisciplinar, que envolve trés campos: a poténcia, a eletrénica ¢ 0 controle. Na drea de poténcia, trabalha-se com equipamnentos estaticos ou alternantes paraa geracao, transmissdo, distribuigéo ou utilizagao de grandes quantidades de poténcia elétrica. Na drea de eletrénica, trabalha-seno desenvolvimento de dispositivos semicondutores de poténcia, com circuitos conversores de poténcia e com circuitos para o processamento da informacao, utilizando circuitos anal6gicos, digitais ou microprocessadores e microcomputadores. Na drea de controle, trabalha-se com a estabilidade e as caracteristicas de resposta de sistemas contendo realimentacéo, com base nas técnicas de controle classico ou, com os micromputadores, de controle moderno. 0 advento dos circuitos VISI ("Very Large System Integration") / ULSI ("Ultra Large System Integration") e das sofisticadas técnicas de projetos assistidos por computador deu uma nova dimenséo & eletronica de poténcia, que continuard a ter novas impulsées com o proceso evolucionério espectfico de cada 4rea Para saber mais ee eRe eet ete on De eee ae tet apostla: Eletronica de poténcia Pee a -. Acesso em: 1 abr. 2017. Durantea operacao de chaveamentodossemicondutores (diodo e transistores), na etapa da condugao, 0 semicondutor est4 em estado ligado e, assim, existe corrente elétrica fluindo por ele. Se o semicondutor Fosse uma chave ideal, mesmo fluindo uma elevada corrente (em torno de até 200A), a poténcia dissipada sobre ele seria nula, pois 2 queda de tensao sobre ele seria zero, Porém, parte da poténcia é perdida (desperdicada) na forma de calor sobre 0 corpo do préprio semicondutor. ‘Agora que vocé conhece os conceitos Pas eee ened Veiculos elétricos. pre u Benes W/W cates ee utes Cre ees) orem ees meta erence 4 Tipos de circuitos de eletrénica de poténcia Para o controle ou condicionamento de energia elétrica, a conversao de poténcia elétrica de uma forma para outra é necessaria, bem como as caracteristicas de chaveamento dos dispositivos de poténcia que permitem essas conversdes. Os conversores estéticos de energia realizar ‘essas fungdes de conversao de poténcia. Um conversor pode ser considerado uma matriz de chaveamento. Os circuitos de eletrénica de poténcia (ou conversores, como sao usual mente chamados) podem ser classificados nos sequintes tipos: * Retificadores com diodos. * Conversores CC-CC ou Choppers CC (CC para ce). Conversores de tensio CA (CA para CA). Inversores (CC para CA). Conversores ciclicos (CC para CA). Chaves estaticas (CA para CO). Retificadores nao controlados com diodos (CA para CC) Um eircuito retificador no-controlado com diodos converte uma tenséo CA em luma tensao CC fixa. A tensao de entrada para o retificador pode ser tanto monofésica como trifisica, Para essa conversao de poténcia sao usados diodos como elementos de retificaco. Um circuito retificador nao controlado com diodos é mostrado na Figura 1.4. Figura 1.4 | Circuito retificador nao | Fennec Dido D, Fonte: AHMED, A. Eletrdnica de poténcia. Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. Retificadores controlados (CA CC) Um circuito retificador controlado converte uma tens4o monofésica ou trifasica em uma tensio CC variavel. A tenso de entrada para o retificador pode ser tanto monofésica quanto trifasica. O valor médio da tensao de saida pode ser controlado variando-se o tempo de conducao dos tiristores ou 0 atraso do angulo de disparo. Para essa conversao de poténcia e controle sd usados retificadores controladores de silicio, sigla SCRs, como elementos de retificacdo. A Figura 1.5 apresenta um retificador controlado CA-CC, em que, no Circuito, existem dois tiristores em comutacao natural. Figura 1.5 | Diagrama do circuito do retificador controlado ¢ Formas de onda de tensao 7 MeV qs 1 oe at Fonte: AHMED, A. Eletrnica de poténcia. $40 Paulo: Prentice Hall, 2000. Conversores CC-CC ou Choppers CC (CC para CC) Um conversor CC-CC é também conhecido como um chopper ou requlador chaveado. © chopper converte uma tensa CC fixa er tensdes CC variaveis. A tens’o média de saida ¢ controlada pela variagao do tempo de condugao do transistor. Se Té 0 periodo de operacao do chopper, entao t1= 57, onde 6 é chamado ciclo de trabalho do chopper. Um chopper com transistor é mostrado na Figura 1.6. Figura 1.6 | Conversor Chopper com transistor e formas de onda Fonte: AHMED, A, Eletrdnica de poténcia. $20 Paulo: Prentice Hall, 2000. Conversores de tensao CA (CA para CA) O conversor CA, também conhecido como controlador de tens4o CA, converte uma tensdo CA fixa er uma tensio CA varidvel nna saida, de mesma frequéncia. Hé dois métodos basicos utilizados em controladores de tensa CA: controle liga-desliga e controle de fase. A tensio de sa(da é controlada pela variacéo do tempo de condugao do TRIAC ou do atraso do Angulo de disparo, a. Um exemplo desse conversor monofésico com TRIAC € mostrado na Figura 1.7. Figura 1.7 | Conversor de tensao CA-CAe formas de onda Fonte: AHMED, A. Eletrdnica de poténcia, Séo Paulo: Prentice Hall, 2000. Conversores (CC para CA) Figura 1.7 | InversorCC—CA Um conversor CC —CA é também conhecido como inversor. Fle converte uma tensiio CC fixa em uma tenséio monofasica ou trifasica CA, fixa ou varidvel, e com um Frequéncias também fixas ou varidvei inversor monofésico com transistor mostrado na Figura 1.8. Na figura, se os transistores M1 e M2 conduzirem por meio periodo e M3 e1M4 conduzirem na outra metade do perfodo,a Fone: AHMED, letrnica de poténca So Paulo: tensdo de saida terd a forma altemada. A Prentice Hall, 2000, tensdo de safda pode ser controlada pelo tempo de condugao dos transistores. Fonte: ntps:igoo.qveGmLoz Chaves estéticas (CA para CC) Os dispositivos de poténcia (SCR e TRIAC) podem ser operados como chaves estticas ou contadores, a alimentacio para essas chaves pode ser tanto CA quanto CC eas chaves siio chamadas chaves estaticas. Como essas chaves podem ser operadas como uma chave AC ou DC, elas podem, por esta razio, substituir as chaves mecnicas e etromagnéticas tradicionais. Prem DY eC eee keene Reto ed Pe eee ee Ones See et st Drea SNH Aaa Or NAR rears fessores/michels/materiais/EPO1_Aula raeres tes eee ee Ee ~ oe Fonte: https /lgoo q/Kob 0D, a Finalizando Pee ete et eee e a eect ee tigeceeet ace tte Merete eto receeed CEO Sw ee oe Cu ao suas horas livres, para que o conhecimento seja consolidado, PST eet Set ieee tte ete ea ee teeth See ee eset Deets O segredo é ler um pouco para entendera teoria e praticar o dobro para ganhar experiéncia. Sabemos que a pratica é mais importante e que a resolugao de exercicios é 0 que vai garantir boas notas e conhecimento, mas vale lembrar que esquecer o valor de uma boa teoria é uma tolice. Ajuda bastante ter um grupo de estudas que se retina semanalmente ou mensalmente para compartilhar experiéncias e resolver exercicios. Além disso, a frees UO on ec ec ee oe On ee eet ee eu et eee aC Ly Fe ee gee Te eRe eer a eee eC Re ESC ee cue ea et ee aon ea Rca Tt ee ci eee oe ee ee nee cea! Pte eure eeu nett ks Reed tote} Te rent eC Coe CC en eet NE toc Renee Meter ted Tee tec ue I Ss Rani Ete teu eeu neces ET Perea! orn Referéncias AHMED, A. Eletrénica de poténcia, Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. BARBI, | MARTINS, D. C. Eletrnica de poténcia: conversores CC-CC basicos nao isolados. Floriandpolis, SC: Edicao dos Autores, 2000. CANESIN, C. A. et al. Desafios ao desenvolvimento da industria eletroeletrénica nacional. Disponivel em: . Acesso em: 12 maio 2017. CONSELHOS para o estudante de engenharia — por Leonardo da Vinci. Disponivel em: . Acesso ern: 12 maio 2017. HART, D.W. Eletrénica de poténcia: andlise e projetos de circuitos, Tradugao Romeu Abdo; Revisdio técnica Antonio Pertence jinior. Porto Alegre, RS: AMGH, 2012. MOHAN, Nu; UNDERLAND, T. M.; ROBBINS, W. P. 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Sabemos que o fornecimento de energia elétrica Feito através da rede distribuigao &, essencialmente, realizado em corrente alternada devido principalmente & facilidade de adaptacao do nivel de tenso por meio de transformadores. No entanto, em muitas aplicagdes é necessério utilizarmos uma alimentacgo, ou tensao, continua, como quando utilizamos um equipamento eletrénico qualquer (televisor, geladeira, computadores, telefone celular), ou quando desejamos o controle de velocidade de motores continuo (muito comum em esteira das linhas de produgao industrial, Gnibus elétrico e trens). Os retificadores sao classificados segundo a sua capacidade de ajustar o valor da tensio de safda, podendo ser: controlados (quando utilizamos apenas diodo) ou nao controlados (quando uutilizamos tiristores ou transistores); de acordo com o ntimero de fases da tensdo alternada de entrada, podendo ser monofésico ou trifasico; e em Fungo do tipo de conexso dos elementos retificadores, que pode ser representada por circuitos de meia onda ou onda completa. Vale salientar que, segundo Pomilio (2014), na pratica as topologias de meia onda no sao muito utilizadas, e a principal razao é que neste tipo de conexao a corrente média da entrada apresenta um nivel médio diferente de zero. Tal nivel continuo pode levar elementos magnéticos presentes no sistema (indutores ¢ transformadores) & saturacao, 0 que & prejudicial ao sistema. Topologias em ponte completa absorvem uma corrente média nula da rede, nao afetando, assim, tais elementos magnéticos. Nesta unidade Focaremos, ento, 0 estudo dos conversores CC CA trifasicos, controlados no controlados, em meia onda e onda completa, Para seu mais perfeito entendimento, a aula ser guiada por um texto objetivo e complementada por videos e artigos para melhor aprofundamento. E importante para seu aprendizado seguir as orientagées desse material, fazer as leituras bibliogréficas e dirigir suas dividas ao forum, para que possamos auxiliar seus estudos. Bons estudos e um dtimo aprendizado! 2.2 Retificadores trifasicos nao controlados Os retificadores trifasicos nao controlados Figura 2.1 | Retificadores trifdsico - (a) sao formados por diodos conectados & Diferentes tipos de encapsulamento; (b) saida de cada fase do transformador. Este Fletrénicos; (c) Esteira linha de producao, tipo de conversor pode ser classificado quanto a sua topologia em retificador trifasico de meta onda ou onda completa, 2 be | ¢e re depender da forma de onda resultante. ° Fonte: adaptado de (a) https:/Amwwelectronica-pt com/diodos-rectificad ‘ofes>. Acesso em: 7 jun. 2017-(b) . Acesso em: 11 Jun. 2017.(6) ‘http://www casquinhascucunuchu com br/pageoo, JLaspe. Acesso em: 11 jun. 2017. 2.2.1 Retificador trifasico nao controlado de meia onda com carga resistiva ‘AFigura 2.2 apresenta um retificador bésico trifésico de meia onda formado por tr8s diodos e uma carga resistiva. Figura 2.2 | Retificador trifasico nao controlado de meia onda Fonte: adaptado de Ahmed, Ashfaq. ElatrOnica da poténcta, Sao Paulo: Prentice Hall, 2000, Neste tipo de canversor CA~CC, também conhecido como retificador com ponto médio, cada diodo é associado a uma das fases da rede de alimentacao trifasica ¢€ indispensdvel o emprego do neutro do sistema de alimentacao. As formas de onda deste retificador alimentando uma carga resistiva € apresentado na Figura 2.3. Cada diodo do retificador conduz durante um intervalo de tempo que corresponde a 120 graus elétricos da tensao da rede, para produzir uma tensio de saidaV,. © dioda em condugao é sempre aquele conectado a Fase que apresenta 0 maior valor de tensao instantnea. Isto é, no momento que a tensio instantanea for mais positiva, seu respectivo diodo passard para o estado ligado, seu terminal mais positivo se ligard aos catodos dos dois outros diodos, mantendo-os destigados. Portanto, apenas um deles permaneceré ligado nesse momento. O sabito chaveamento de um diodo para o outro é denominado comutacao. Figura 2.3 | Forma de ondas do retificador ponto médio Fonte: adaptado de Anmed, Ashfaq ElatrOnica de ovénela Sao Paulo: Prentice Hall. 2000, CO valor médio da tenso na carga, em relagdo a tensao de linha, é dada pela expressao: Bi Fie (1) Onde Viag:j, € valor eficaz da tensao de fase. (valor médio da corrente na carga é dado pela equacao: Fone @ R Rego Jéa corrente de cada diodo ¢ igual 3 corrente na carga durante o perfodo em que um diodo conduz em seu intervalo de 120°. Qu ainda, cada corrente, no diodo, igual a zero no intervalo de 240°, como mostra Figura 3. Figura 2.4 | Forma de onda de corrente para oretificador de meia onda Fonte: adaptado de Ahmed, Ashfaq ElatrOnica de ovénela Sao Paulo: Prentice Hall. 2000, Jo valor de tensao nos diodos & dado segundo a Tabela 2.1 Tabela 2.1 | Tensao nos diodos em um retificador de meia onda trifdsico ndo controlado cnabo no | Tonal ne | SOI Prado | Diode tgado ™ hes dodo! chodo2 | doso3 TON Seo Lec} mar) mete ve we 7 Puce nr ogee crs = = Corot Ree nonce arate | Ot eens 0 oS a ; faca a leitura do livro que fala sobre retificador ieee] aan * if Be Croce Okc ta toy 770 E Diana ve o a arga indutiva: POPC aan CL Cue ac} Paulo: Prentice Hall, 2000. Cap. 7, item 7.2.2. Pesce PU eeu ura Weed een set eet Onde vac, vbe e veb sao tensdes de linha do Peratntertene ces ee eeeed sistema trifasico. te: adaptado de Asmed, Achfaq. Eletronica do potncia, Sie Paulo: Prentice Hall, 2000. 2.2.2 Retificador trifasico nao controlado de onda completa com carga resistiva Segundo Ahmed (2000) € Pornilio (2014), 0 retificador trifésico de onda completa é também conhecido como ponte trifasica ou como retificador de seis pulsos, ou ainda como Ponte de Graetz. Este ¢ um dos circuitos mais importantes em aplicagées de alta poténcia. Pode serligado diretamente @ uma fonte trifésica ou usar um transformador trifésico ligado em conexio delta-estrela, estrela-tridngulo ou triangulo-triangulo. O retificador trifdsico de onda completa, apresentado na Figura 2.5, € caracterizado por utilizar ambas as metades, positiva e negativa, da tensdo de entrada conduzidas através de um par de diodos em seis etapas de operacao ao longo de um periodo de rede. Figura 2.5 | Circuito retificador trifasica nao controlado de onda completa Ao Ke» Ko pe Nps Ds Fonte: CorradiJiinior, Notas de aula de etetrdnica cde pot8ncia: Tiristor SCR: Retificador Controlado de Silicio. Disponivel am: hetp-/Awwavcorradljuniornem.br/Apostila Tiristor SCR ndf Acesso em: 10 kun. 2017. Em cada instante a corrente da carga fui por um diodo da parte superiore um da parte inferior. Supondo que as tensBes nas trés Fases tenham o comportamento apresentado na Figura 2.6, no perfodo entre 30° a 150” a tensdo da fase Aé a maior, logo 0 diodo D1 ird conduzir.J4 para 0 periodo de 150° 270", a fase B é maior e Faz 0 diodo D2 conduzir, e no perfodo de 270° a 390° o diodo D3 & quem conduz, visto que a fase C é a de maiorvalor positivo. De forma andloga, cada diodo inferior da ponte conduz, quando a fase ligada, a0 mesmo tempo, apresenta menor valor instantaneo entre as trés Fases. Sendo assim, podemos inferir que fase A tem menor valor de tensdo no periodo de 210° 330°, Fazendo D4 conduzir. A fasede 330° a 450° Faz com que 0 DS conduza, ea Fase C de 90° a 210° levaa D6 a conducao. CO resultado final dos estados de conducao so seis etapas de operagao, tal que em cada etapa dois diodos (um da parte superior € outro da parte inferior) esto conduzindo, como ilustra a Figura 2.7. Figura 2.6 | Tensao de Fase Fonte: Corradijtinior, Notas de aula de eletronica de poténcia: Titstor SCR: Retificador Controlado de Silicio. Disponivel em: httos/Anwaccorradijuniornom.br/Apostila Tiristor SCR pdf. Acesso em: 10 jun. 2017. Figura 2.7 | Tensao de safda para o circuita trifasico nao controlado de onda completa 390150" 210° aT 33380 Fonte: Corradi ior, R. Notas de aula de eletrOnica de pottncia: Tristor SCR: Retiicador Controlado de Silicio. isponivel em: http:/Awwn.corradijuniornom.br/Apostila Tiristor ‘SCRpéf. Acesso em: 10 jun. 2017. Os retificadores de sels pulsos fornecem uma saida com menos ondulagio do que a do retificador de trés pulsos apresentado anteriormente, o que facilita a filtragem do sinal na safda. Como os componentes do filtro para retificadores de alta poténcia so grandes e caros, a redugao ou eliminagao desses filtros é importante para redugao de custo do projeto. Além disso, a Frequéncia da componente fundamental da tensdo é igual a seis vezes a frequéncia das tensdes de alimentacao. Ovalor médio da tensdo de safda é dado pela equacao: Vi, =2.34¥ nee @) Onde Vays see €0 valor eficaz da tensio de fase. A partir do valor de tensao médio de safda para carga, percebemos que este valor & maior que o valor de tensao de safda para o retificador de ponto médio apresentado anteriormente, para o mesmo valor de tensdo de entrada. Peed Pa eRe Tecate te ees tue mut oe} eee en eee eee ey CeCe ha ees acted reset Cecunn sek ceut tes} Rote tuner a PNT O Re acca oat acd Paulo: Prentice Hall, 2000. Cap. 7, item 73. Disponivel em: Ls uae re Peemnteeus ecto sees ee 2.3. Retificadores trifasicos controlados Os retificadores trifésicos controlados sao formados por diodo controlado por silfcio (SCR) conectados a safda de cada Fase do transformador. Este tipo de conversor pode, também, ser clasificados quanto sua topologia em retificador trifasico de meia onda ou onda completa, a depender da Forma de onda resultante. ‘Ao substituirmos os diodos pelas chaves SCR, passamos a ter os circuitos dos retificadores completamente controlados, ea tensdo média de safda pode variarcom © controle do acionamento das entradas para as portas do SCR, de maneira adequada, como veremos a segult, ‘Antes de Falarmos sobre os retificadores trif4sico controlado, é essencial darmos uma pequena introdugo sobre as chaves SCRs, que serdo vistas mais detathadamente na préxima unidade. 2.3.1 Retificador controlado por silicio SCR (ou Silicon Controlled Rectifier — Retificador controlado por silfcio) é um componente eletrénico semicondutor formado por quatro camadas da familia dos tiristores. Formado por trés terminais denominados: 4nodo, catodo e gatilho, como mastra a Figura 2.8, Os tiristores SCRs funcionam analogamente a um diodo, porém possuem um terceiro terminal conhecido como gatitho (gate ou porta). Este terminal é responsdvel pelo controle da conducao (ou disparo). Em condigoes normais de operaco, para um SCR conduzir, além de polarizado adequadamente (tensao positiva no 4nodo), deve receberum sinal de corrente no gatilho, geralmente um pulso, Figura 2.8 | Tiristor SCR - retificador controlado de silfcio Anodo |A Gatitho: Catodo 1k Fonte: adaptado de ‘. Acessoem: 11 jun. 2017. Segundo Corradi Jiinior (2005), a principal + Em muitas aplicagdes podem ser aplicagao que os SCRs tm é 2 conversioe considerados chaves ideais, mas hé co controle de grandes quantidades de limitagoes. poténcia em sisternas CC e CA, utilizando + S40 semicondutores de silicio. 0 uso do apenas uma pequena poténcia para o silicio the propicia alta capacidade de controle. Isso se deve 3 sua agao de poténcia ea capacidade de suportar chaveamento répido, ao seu pequeno altas temperaturas. porte e aos altos valores nominais de + Apresentam alta velocidade de corrente ¢ tensdo em que podem operar. comutagao elevada vida vt. ‘Algumas caracteristicas dos SCRs (CORRADI JUNIOR, 2005): + Sao chaves estaticas biestaveis, ou seja, trabalham em dois estados, nao conducao ¢ condugao, com a possibilidade de controle. + So aplicados em controles de relés, fontes de tensao reguladas, controles de motores, choppers (variadores de tensdo CC), inversores CC-CA, ciclo-conversores (variadores de frequancia), carregadores de baterias, circuitos de protegao, controles de iluminagao e de aquecedores e controles de Fase, entre outras. 2.3.2 Retificador trifasico controlado de meia onda ‘A Figura 2.9 mostra um retificador trifasico controlado de meia onda com uma carga resistiva. Segundo Ahmed (2000), este circuito também é conhecido como circuito de trés pulsos, porque a pulsagao de tensdo continua sobre a carga é trés vezes a Frequéncia de entrada. O Funcionamento do retificador controlado similar ao retificador nao controlado, sendo quea diferenca est na entrada em conduga dos semicondutores de poténcia A presenga desses dispositivos no circuito Faz com que se torne posstvel variar o valor da tensdo de saida. 30 fonte Figura 2.9 | Retificador controlado de meia onda A SCR Fonte:adaptado de Ahmed, Ashfaq. FletrDnica de ppoténcia. Sao Paulo. Prentice Hall, 2000. Cada SCR recebe um pulso de disparo relativo, no tempo, & prépria tensao de fase. Os trés pulsos, ou disparo, no gatilho ‘sao defasados de 120° entre sie resultam no mesmo Angulo de retardo para cada SCR. Se cada dispositive for acionado no instante em que a fonte fizer com que a tensio do 4nodo fique positiva em relagao ado catodo, entao o circuito se comportaré como um retificador nao controlado de meia onda com o diodo, come visto no t6pico anterior. Todavia, se o disparo do SCR for atrasado, a Forma de onda da tensdo de safda ficard alterada. Observe que, para o retificador trifasico, 0 Angulo de disparo (ou retardo) 6 nulo quando duas ondas de tensao se interceptam, e nao quando a tensao passa porzero. Entao considerando as tensdes de Fase, conforme ilustrado na Figura 2.10 (a), durante o intervalo de @f = 30a 150°, a tensdo mais positiva € 0 V,,..Logo, 0 SCR, estard diretamente polarizado e comegard a conduzir quando acionado, enquanto que 08 outros dois tiristores estado inversamente polarizados. OSCR, ira conduziratéer = 1509, momento que tensdo V,,comeca ase tornar mais positiva. 0 SCR, agora diretamente polarizado, passard a conduzir fazendo com que, automaticamente, SCR, passe para o estado desligado por comutagao natural. 0 mesmo processo é repetido quando @t = 270°, quando Vj, torna-se mais positivo e o SCR3 passaa conduzir, e SCR1 e SCR2 estdo no estado desligado. Dessa forma, cada SCR conduz por um periodo de 120° e bloqueia a tensAo inversa por 240°, Quando um SCR estiver ligado, conectard o terminal da tensdo de entrada ao terminal de safda da carga (AHMED, 2000). Figura 2.10 | Formas de onda a: (a) tensao de Fase; (b) tensdo retificada de sada 150° 270° : (b) Fonte: edaptado de Ahmed, Ashfaq. Eletrénica de ppotncia. Sio Paulo: Prentice Hall, 000. Seo ngulo de retardo, ou disparo, For zero, atensao de salda consistira em picos de tensdo de fase, como mostra a Figura 2.11 (b). Contudo, se cada SCR passar para 0 estado ligado, com atraso do angulo de disparo, a , os segmentos da forma de onda da tensao de safda e corrente também sero atrasados pelo mesmo angulo, como ilustra a Figura 2.11, paraa< 30°. Figura 2.11 | Formas de onda com pequeno angulo de retardo Fonte-edaptado de Ahmed, Ashfaq. Eletrénica de ppotncia. Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. Observe na Figura 2.11 que 0 SCR da Fase A permanece conduzindo até que o dispositivo da fase B passe para o estado ligado, ou de condugo. Outro ponto 2 se observar é que a tensdo ea corrente de safda nao se anulam em nenhum momento, porém o valor médio de saida é menor quando comparamos com caso do Angulo de disparo sernulo. A tensio média pode ser calculada pola equacao: V,_, = 0.8277, cosa (4) Onde V,, € 0 valor maximo de tensdio de fase. Vale ressaltar que o efeito de controle de Fase desse tipo de circuito & dado pelo acréscimo do termo cos a 8 equago do retificador trifésico nao controlado. Isto pois, a0 analisarmos a equaco 4, podemos notar que o valor mé pode ser controlado de acordo com valor do angulo de disparo a Accorrente de saida é dada por: io de tensao desaida 0,827 00s 0 (5) Rg 2.3.3 Retificador trifasico controlado de onda completa em ponte Também conhecido como retificador de seis pulsos, este tipo de retificador é mais usado como conversor de alta poténcia e é Formado por dois retificadores de trés pulsos ligados em série, como mostra a Figura 2.12. Figura 2.12 | Circuito retificador controlado de onda completa em ponte Fonte: adaptado de Ahmed, Ashfaq. EletrOnica de ppotancia. Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. Para fornecer um caminho para corrente para a carga resistiva, énecess4rio que dois SCRs sejam acionados ao mesmo tempo. Portanto, dois pulsos, separados por 60%, sdo aplicados a cada SCR no ciclo. Quando um tiristor de nimero impare um de néimero par conduzem, a tensao de linha correspondente é aplicada diretamente & carga. Vale destacar que, assim como no Circuito de meia onda, a tensdo ea corrente médias sao controladas pelo Angulo de disparo dos SCRs. Dessa forma, considerando o circuito em ponte como dois grupos de trés pulsos em série, defasados um do outro de 60°, uma forma simples de obter a forma de onda da saida é obter a tensdo de saida para cada grupo de tras pulsos e entao somaro resultado. Considere o angulo de retardo nulo, dada as tensdes de fase que estao conectadas aos SCRs, como ilustra a Figura 2.13, Figura 2.13 | Forma de onda para tensao de Fase (superior) e tensao de linha (inferior) Fonte: adaptado de Ahmed, Ashfag, Eletrbnica de poténcia, Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. Observando a Figura 2.13, no intervalo de 0° 120°, 0 SCR1 estard conectado & tenséio de Fase mais positiva, V,,, .Em a= 0° , oSCR1 estaré no estado ligado e conectard o ponto 1, da Figura 2.12, a fase ‘A. Da mesma forma, de 120° a 240°, 0 SCR3 passard para o estado ligado e conectard o ponto 1 Fase B. J4 no intervalo de 240° a 360°, 0 ponto 1 estar conectado a Ceassim sucessivamente, a medida que ociclo se repetir. A tensao V,, & portanto, © pico positivo das tensbes de fase (AHMED, 2000). No grupo dos SCRs ligado ao ponto 2, SCR4 estaré conectado & tensaa de fase mais negativa durante o intervalo de 180” a 300°. Dessa forma, SCR4 conduze conecta © ponto 2a A. De maneira semelhante, de 300° a 420° (04 60"), 0 SCR6 estard no estado ligado e conectard o ponto 2a fase B.J4ino intervalo de 60° a 180°, 0 ponto 2 estard ligado & fase C. A tensao Vy & portanto, o pico negativo das tensdes de fase. A tensao de safda ( V, ou V,, )é dada pela subtracao das tenses Vy @ Vey «A Tabela 2.2 apresenta um resumo dos resultados. Tabela 2.2 | Tensiio de saida retificador de onda completa, com angulo de retardo nulo (a= 0) Trier | Tendo do pono t | Tenedo do ports? [TBR desc eaar n e i wane A c E tare 1a 3 c me: Tir aaa a - wR Die so c a me ‘ao eco c e oF Bea nN . RI Fonte:adaptado de Ahmed, Ashfaq. EletrOnica de poténcia Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. ‘Ao analisarmos forma de onda da tensdo de safda (Figura 2.13— inferior), observamos que a forma de onda da tensao de linha de safda tem menos ondulacao, ¢ a amplitude é 0 dobro, quando comparado ao circuito trifésico controlado de meia onda, além dea Frequéncia ser seis vezes a frequéncia AC na linha. ‘Assim, como no circuito de meia onda, no Circuito de onda completa podemos atrasar 0 ngulo de disparo do SCR, a , medido a partir do Angulo normal de comutagdo. Bem como no circuito anterior, a tensao média de saida fica reduzida. O Circuito pode, entao, operar em dois modos diferentes, a depender do Angulo de retardo. No intervalo de 0° . Acasso em: 16 jun. 2017. Finalizando Re eno eee No Peete ue Eu esCiteea oe Rae eee ET ee Ute een ca eR een resistividade alta e baixa, as suas aplicages ea eC eRe ene eect Ceres ee eter EC er semicondutores. Até a préxima aulal Referéncias POMILIO, J. A. Notas de aula de eletrénica de poténcia: conversores CA—CC — retificadores. Disponivel em: . Acesso em: 7 jun. 2017. CORRADIJUNIOR, R. Notas de aula de eletri controlado de silicio. Disponivel em: ‘a de poténcia: Tiristor SCR: retificador . Acesso em: 10 jun. 2017. AHMED, A. Eletr6nica de poténcia, Sao Paulo: Prentice Hall, 2000. Unidade 1 Cred et Sac Rede tere erect ee 1 Apresentacdo da webaula Caro aluno, nesta webaula aprenderemos um pouco sobre as chaves eletrénicas Circuitos eletronicos de potehcia convertem a potehcia eletrica de uma forma para outra usando dispositivos eletronicos. Circuitos eletrohicos de potehcia Funcionam usando dispositivos semicondutores como chave, controlando ou modificando desta forma o valor da tensao ou da corrente de um circuito, Figura 3.1 | Dispositivos semicondutores de poténcia Fonte: . Acesso etm: 7 jun. 2017. Aplicacoes de circuitos eletronicos de potencia incluem desde equipamentos de conversao de alta potencia, tais como linhas de transmissao de potencia CC, ate aplicacpes de circuito do nosso cotidiano como ferramentas eletricas portateis, fontes de alimentacao para computadores, carregadores de bateria de celulares e bateria de automoveis hibridos. Fletrdhica de poteincia inclui aplicacoes em circuitos que processam potehcia desde a faixa de miliwatts ate megawatts. Aplicacoes tipicas de circuitos eletronicos de poténcia incluem conversao CA em CC, conversio de CC em CA, conversao de uma tensio CC nao regulada em uma tensao CC regulada e conversao de uma fonte de alimentacao CA com determinadas amplitude e frequéncia em uma outra com amplitude e fraquéncias diferentes. O avanco na capacidade dos dispositivos sernicondutores de chaveamento combinado com a vontade de aumentar a eficigncia e 0 Funcionamento dos dispositivos eletricos fez da eletronica de poteincia uma area importante e de rapido crescimento na engenharia eletrica. Entao, vamos aprender um pouco mais sobre as chaves eletrénicas? 1.2 Chaves eletronicas Uma chave eletroinica ¢ caracterizada por ter dois estados, ligado e destigado, idealmente sendo ambos um curto-circuito ‘ou circuito aberto. Aplicacoes usando dispositivos de chaveamento sa0 desejaveis por causa de uma perda relativamente menor de potencia no dispositivo. Se a chave ¢ ideal, ou attensao ou acorrente ¢ zero, entaoa potencia absorvida por ela¢ zero. Os dispositivos reais absorvem alguma potehncia quando estaa no estado ligado e quando fazem transicio entre os estados ligado e desligado, mas a eficiencia do circuito ainda pode ser bastante alta. Alguns dispositivos eletrohicos, como os transistores, podem Funcionar também na Faixa da regiao ativa na qual os valores da tensao e da corrente nao sao zero, mas é desejavel usar este dispositive como chave no processamento da poteincia (HART. 2011). Diferente das chaves mecnicas, as chaves eletrénicas sao acionadas eletricamente & néo manualmente, com isso elas nao apresentam desgastes e arco voltaicos € podem comutarem uma velocidade mais alta. No entanto, nelas ocorrem uma pequena queda de tensio, devido & presenca de uma pequena resiténcia interna, apresentando corrente de Fuga da ‘ordem de nA quando aberta e dissipando poténcia ao conduzir. Ouso de um determinado dispositive de chaveamento em circuitos de eletrdhica de potchcia depende do estado atual da tecnologia do dispositive. 0 comportamento dos circuitos eletrohicos de potencia, muitas vezes, nao e afetado de Forma significativa pelo dispositive que esta sendo usado para o chaveamento, em especial se a queda de tensao numa chave em conducao for menor comparada com outros valores de tensao do circuito. Portanto, dispositivos semicondutores em geral sao madelados como chaves ideais para que o comportamento do circuito possa ser enfatizado. A tecnologia de chaves eletronicas esta em continua mudanca e um tratamento completo do estado dos dispositivos mais atuais podem ser encontrados na literatura. = 1 h Fente: ntps:igoo.qlgnca3 Leia um pouco mais sobre os dispositivos semicondutores de poténcia nas notas de aula Cees Uc eee aces semicondutores de poténcia. Deo ay fiteoeete seer Eee aA ‘As principais chaves eletrénicas sao 0 diodo, 0 transistor e o tiristor. Segundo Mohan (2014), diodos e transistores de poténcia evolutram ao longo de décadas, desde suas versdes de pequenos sinais até © ponto de serem capazes de trabalhar com tensdes e correntes da ordem de kVe kA, respectivamente, com tempos rpidos de chaveamento da ordem de poucas dezenas de nanossegundos a alguns mictossegundos. A invengaio do tiristorno fim dos anos 1950 do século passado foi responsdvel por um grande surto de evolucdo tecnolégica da eletronica de poténcia, que se estendeu pelos anos 1960 e propiciou nos anos 1970 0 inicio da implantagao da eletrénica de poténcia em escala industrial. A principal vantagem dos tiristores é 0 controle de grande quantidade de energia. Essa caracteristica faz com que esses dispositivos sejam utilizados tanto no controle eletrénico de poténcia quanto na conversao de energia. Diodo Figura 3.1 | (a) diodo retificador; (b) Odiodo € a chave eletrchica mais simples. caracteristica ; (c) caracteristica Ele nao pode ser controlado e as condicées idealizada; (d) tempo de recuperacao de seus estados ligado e desligado sao reversa determinadas pelas tensces ecorrentes dota Circuito. 0 diodo estd polarizado de forma “ ‘i direta (em conducao ou ligado) quando a % “ ‘ue [Hee corrente (Figura 3.1(a)) ¢ positivae % 7 reversamente polarizada (em corte ou Cando Spal © o © o desligada) e quando negativa. No caso ideal, 0 diodo €um curto-circuito no momento em que ¢ polarizado diretamente Fonteaipasts de Hort 20149: e€um circuito aberto na polarizacao reversa. As caracteristicas, corrente-tensao, real e idealizada sao mostradas nas Figura 3.1(b) e (c). Uma caracteristica dinamica importante de um diodo nao ideal é a corrente de recuperacao reversa. Quando um diodo desligado, a corrente nele diminul e momentaneamente torna-se negativa antes de estabilizar em zero, como mostra aFigura3.1(d). Transistor Transistores Funcionam como chaves em circuitos eletrchicos de potencia. Circuitos de acionamento com transistores sao projetados para que Funcionem em ambos os estados, totalmente ligado ou desligado. Isto difere de outras aplicacoes do transistor, como nas aplicacoes de um circuito amplificador linear em que 0 transistor funciona na regiao, tendo valores altos de tensao e de corrente simultaneamente. Diferente do diodo, os estados ligado e desligado de um transistor sao controlados. Os tipos de transistores utilizados em circuitos eletranicos de poteincia sao os MOSFETs (Figura 3.2(a)), transistores de juncao bipolar (BJTs) (Figura 3.2(b)), € 0s dispositivos hibridos, como os transistores de juncao bipolar com porta isolada (IGBTS) (Figura 3.2(c)). Figura 3.2 | (a) MOSFET (canal N) com diodo de corpo; (b) BjT (NPN): (¢) |GET; (d) caracteristica idealizada do transistor sit “< “ ° © Fonte: adaptado de Hart (2011, p.9 e 10). Tiristor Os tiristores sao chaves eletrohicas utilizadas em alguns circuitos nos quais se necessita controlar 0 estado ligado. termo tiristor se refere quase sempre a uma Familia de dispositivos de tres terminais, entre os quais podemos citaro diodo controlado de silicio (SCR), 0 triac, 0 tiristor desligado pela porta (GTO, na sigla ‘em ingles), 0 tiristor controlado por MOS (MCT) e outros. Tiristor e SCR sao termos. utilizados algumas vezes como singhimos. OSCRe usado neste livro para ilustrar os dispositivos controlados da familia de tiristores. Os tiristores sao capazes de conduzir correntes de valores elevados e de bloquear valores altos de tensao para aplicacges com valores altos de potencia, mass frequencias de chaveamento nao podem ser tao altas quanto as usadas com outros dispositivos como os MOSFETs. Os tre terminais do SCR sao anodo, catodo e gatilho (Figura 3.3(@)). Para o SCR ‘comecar a conduzir ¢ preciso que se aplique uma corrente no gatilho quando a tensdo anodo-catodo for positiva. Uma vez estabelecida a conducao, o sinal no gatilho: Bib Einsisnjcossstiio paramaniere corrente no anodo. As Figura 3.3(a) e (b) mostram o simbolo do SCR para os circuitos ea caracteristica corrente-tensao idealizada. 0 titistorcom desligamento pelo gatilho (GTO) da Figura 3.3(c), comoo SCR, entra em conducao com uma corrente no gatilho de curta duracao, se a tensao anodo-catodo for positiva. O triac, Figura 3.3(d), ¢ um tiristor capaz de conduzir em ambos os sentidos. 0 triac é Funcionalmente equivalente a dois SCRs (em paralelo, mas com sentidos opostos). 0 tiristor controlado por MOS (MCT) na Figura 3.3(e) é um dispositive Funcional equivalente a.um GTO, mas sem a necessidade de uma corrente de alto valor no gatilho para o desligamento. Figura 3.3 | Dispositivos da familia de tiristores: (a) retificador controlado de silicio SCR; (b) caracteristica idealizada do SCR; (c]tiristor com desligamento pelo gatilho (GTO); (d) triac; (e) tiristor controlado por MOS (MCT) Arolo a Aud | te ue "Itigado Gatto) — Dest K vue Ctndo Cu @ o Go ‘note wm 4 0 can 4 = AY Gusto 2 K K Mm Coto @ © Fonte: adaptado de Hart (2011 p.£). 1.3 Chaves de estado sélido As chaves de estado sélido, conhecidas também como relés de estado sélido (SSR, do inglés solid state relay), séo dispositivos eletrénicos que nao apresentam componentes eletromecanicos ou outros tipos de pegas méveis. S40 em sua maioria feitas de material semicondutor. Os dispositivos eletromecdnicos (EMR, do inglés Electro-Mechanical Relays) encontrados nos equipamentos eletronicos esto sendo gradativamente substituidos por equivalentes de estado sélido. Os relés eletromecdnicos combinam uma parte elétrica como um sistema mecanico de acionamento. Eles sto compostos por, conforme mostra a Figura 3.4(a), 1 -uma bobina, 2—uma armadura de Ferro mével e um conjunto de contatos, sendo 3-0 contato normalmente fechado (NF), 4-0 contato comum e5 ~o contato normalmente aberto (NA). Enquanto a bobina se mantém desenergizada, conforme Figura 3.4(a), a forga das molas mantém os contatos em estado de repouso, assim os contatos comum @ NF Fecham um circuito, (Quando a bobina recebe a corrente Figura 3.4 | Relé eletromecanico: (a) em elétrica, conforme Figura 3.4(b), a repouso; (b) ative armadura movimenta-se em direcdo ao 2 aA 8 niicleo, atraida pelo campo magnético Aes gerado, movimentando mecanicamente 0 contato comum em direcao ao contato NA, de maneira que eles fechem um circuito. (o) (b) Fomte . Acesso em:7 jun. 2017. ‘Além do tamanho, estes componentes tem. por desvantagem a presenga de partes mecénicas méveis que se desgastam, produzem ruido ao operar e além disso os contatos esto sujeitos a diversos problemas, como a producao de ruidos de natureza elétrica. Num relé de estado sélido, o circuito de acionamento, geralmente, é formado por um acoplador éptico, que ao ser energizado Faz com que um transistor ou tiristor de poténcia conduza corrente elétrica, conforme diagrama de blocos mostrado na Figura 3.5(a), o que faz com que os relés de estado sdlido nao apresentem uma corrente de centelhamento quando acionados. Na pratica, o emissor eo receptor sao montados num invélucro muito pequeno, havendo uma separagao entre eles e eventualmente um material que aumente o isolamento (Figura 3.5(b)) Figura 3.5 | Relé de estado sélido (a) esquema; (b) ralé comercial =Wi fa) Fonte: (a) elaboorado pelo autor; (b) . Acesso em: 7jun. 2017. 12 to) Os SSRs so menores e mais leves que os EMRs equivalentes. Essa caracterstica possibilita uma grande economia de espaco na placa de circuito impresso e & de grande importdncia em aplicagées compactas. Os SSR podem ser obtidos em versies tdo pequenas que possibilitam usar a tecnologia de montagem superficial (SMT do inglés, surface-mount technology), conforme Figura 3.6, 0 que os torna ideal para a sua utilizacao em linhas de montagem automatizadas. Figura 3.6 | Placa de circuito impresso SMT Por nao possuir partes méveis, 05 SSRs sao com dois SSRs silenciosos, nao hé desgaste mec&nico Por isso siio mais confidveis e tém maior vida util. Além do mais, auséncia de partes méveis também possibilita 0 alcance de maiores velocidades de operagao. Como desvantagens, os SSRs apresentam as caracteristicas de tensao/corrente dos materiais semicondutores. Fonte: Acesso fem: 17 Jun. 2017. Por todas essas caracteristicas, os SSRs sao amplamente aplicados em telecomunicagées, comunicacdo de dados, aplicagbes industriais, eletrénica de consumo, aeroespacial, aplicacdes de seguranca, eletrénica embarcada, equipamentos médicos ¢ muito mais. 1.4. Circuitos com chaves eletrénicas Para ilustrar alguns conceitos da eletrohica de potencia, considere o problema, proposto por Hart (2011), de um projeto para fornecer um nivel de tensao de 3 VCC a partir de uma bateria de 9 V. O objetivo é alimentar com 3 V uma carga com resistencia. Uma solucao simples ¢ usar um divisor de tensao, como mostrado na Figura 3.7. Para um resistor de carga ,a instalacao de uma resistencia de em série resulta numa tensao de 3 Vina carga. Um problema com esta solucao e que a potencia absorvida pelo resistor de eo dobro da entreque paraa carga, que e perdida em calor, Fazendo com quea eficiencia do circuito seja de apenas 33,3%. Outro problemae que, se o valor da resistencia de carga mudar, a tensao na saida tambem muda, a nao ser quea resistencia mude proporcionalmente. A solucao para este problema poderia estar no uso de um transistor no lugar da resistencia de . Ele poderia ser controtado de tal modo que a tensao Fosse mantida em 6, regulando entaoa saida em 3V. Contudo, teriamos o mesmo problema da baixa eficiencia com esta solucao. Figura 3.7 | Divisor de tensao simples para Fornecer 3 Va partir de 9V da Fonte 2R, + R S3v Fonte: Hart (2011, p.3). Para chegara um projeto com uma solueao mais proxima do desejavel, considere 0 circuito mostrado na Figura 3.8(a). Neste circuito, uma chavee aberta e fechada periodicamente. A chave e um curto-circuito quando fechada eum circuito aberto quando aberta, Fazendo com que atensaoem sejaiguala9V quando a chave ¢ fechada e 0V quando a chavee aberta. A tensao resultante em sera exemplificada na Figura 3.8(b). Figura 3.8 | (a) circuito chaveado; (b) Forma de onda da tensao chaveada 3K 0 o Fonte: Hart (2011, p. 4) Esta tensao nao ¢, obviamente, uma tensao CC constante, mas se a chave for fechada um terco do periodo, o valor medio deV, (denotado como V, ) sera um terco da tensdo da fonte. O valor médio € calculado pela equacao: 1 1% at med@.d- Vi= FOvilN= Fa 90+ FO Oat~ 3V Aeficicncia do circuito, a potencia instantdnea absorvida pela chave é 0 produto da tensao e da corrente. Quando a chave esta aberta, a potencia absorvida € zero, porque a carrente ¢ zero. Quando a chave esta fechada, a potencia absorvida é zero, porque a tensao nela € zero. Como a potencia absorvida pela chave é zero para ambas as condicoes da chave, aberta ou Fechada, toda a potencia da fontede9 Ve entregue para RL, fazendo com que a eficiencia do circuito seja de 100%. Fonte: nitps:iga0 qvaomyge Até agora, 0 circuito nao realizou o objetivo do projeto de fornecer uma tensao de 3V,, Contudo, a forma de onda da tenséoV, pode ser expressa como uma série de Fourier, contendo um terme CC (0 valor médio) mais os termos da senoide nas frequéncias que sao multiplas da frequencia do pulso. Para fornecer uma tensaode3V._.V, €aplicadaa um filtro passa-baixas. Um filtro passa-baixas ideal permite que a componente CC da tensao Peta paraia salda enquanto remove os termos CA, criando, assim, a saida desejada. Se 0 filtro for sem perda, 0 conversor serd 100% eficiente. Na pratica, o filtro apresenta alguma perda e absorvera uma certa potencia ‘Alom disto, o dispositivo oletronico utiizado como chave nao sera perfeito apresentara perdas. No entanto, a eficiencia do conversor pode ainda ser bem alta (mais de 90%). Os valores, necessarios dos componentes do filtro podem se tornar menores com froquencias de chavoamento mais altas @ maiores, tomando-as desejaveis. A chavo, neste exemplo, sera algum dispositivo eletronico, como os que vimos nessa webaula, podendo ser. por exemplo, um transistor de efeito de campo de oxido de metal (MOSFET), ou processo de conversdo de potencia getalmente envolve um sistema de controle. As grandezas de saida, tais como tensao e corrente, sao medidas e os pardimetros de funcionamento ajustados para manter a saida com os valores desejaveis. Por exemplo, se a bateria de 9V_ da Figura 3.9(a) diminuisse para 6 V, a chave teria de ser fechada 50% do tempo para manter um valor medio de 3 V para Um sistema de controle com realimentacao podesa détedtarsea tensdonasdidando estava em 3 Ve ajustar o fechamento ou a abertura da chave de Forma adequada, como mostra a Figura 3.9(b). Figura 3.9 | (a) Filtro passa-baixas permite que somente a valor média de_passe para a carga; (b) a realimentacao ¢ usada para controlara chave e mantera tensaona saida em um valor desejado at | z 4 sofmnentan] KEY fp ® ® Fonte: adaptado de Hart (2011, p.5) Escolha da chave ‘Aescolha de um dispositivo de potencia para uma dada aplicacio depende nao apenas dos niveis de tensao e corrente exigidos, mas também das caracteristicas de chaveamento. Por exemplo, os transistores e GTOs possibilitam o controle de ligamento e desligamento, os SCRS possibilitam o controle de ligamento, mas nao do desligamento, e os diodos de nenhum. ‘Asvelocidades de chaveamento eas perdas de potencia associadas sao muito importantes nos circuitos eletrohicos de potehcia. O BJT € um dispositivo com portadores minoritarios, enquanto que o MOSFET é um dispositivo com portadores majoritarios que nao tem portadores minoritarios armazenados em atraso, dando ao MOSFET uma vantagem nas velocidades de chaveamento. Os tempos de chaveamento de um BT podem ser maiores que os do MOSFET. Portanto, 0 MOSFET tem em geral perdas menorese & preferido em relacao ao BJT. Ao escolher um dispositivo de chaveamento adequado, a primeira consideracao ¢ o ponto de operacao exigido e as caracteristicas de ligamento e desligamento. Finalizando PURER RO Teleco ecard Cee eet ec ere ee OE oe sete somente nesta ocasiéio, mas também durante seu dia a dia, pois o estudo continuo tree Suc CER eke cl (eles aC eS Or ee renee eeu ee tect ace) Bee eae Oe ret umn emu eae ry CeCe Re Oe a eerie lesen Reuse Cuca ener k keel Sete em (eon et Cie acetate ee BUTE De ctal me AC UME ete le Ree ra Se MCL e cee eRe aL ol Lod Leia 0 material indicado, assista aos videos disponibilizados e resolva as quesibes ee cu ee ea eee eee ni etc ery simone eect ce site ones Deron ord Referéncias HART, Daniel W. Eletrothica de potehcia: analise ¢ projetos de circuitos. Porto Aleg 2011. MGH, MOHAN, Ned. Eletrdnica de poténcia: curso introdutério. 1. ed. ~ Rio de Janeiro: LTC, 2014. POMILIO, José A. Notas de aula eletrénica de poténcia I: poténcia. FEC - UNICAMP, 201 4. Disponivel em: ‘omponentes semnicondutores de shttp://www.dsce.fee.unicamp.br/“antenor/pdffiles/eltpot/cap 1.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2017.

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