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(20210600-PT) Passear
(20210600-PT) Passear
PORTUGAL
Visto por Luís Quinta
DESTAQUE
Rota Vicentina
Entrevistas
João Ministro
Paulo Santos
Ricardo Silva
Rui Barbosa
Percursos
Arrábida | Cheleiros | Corte de Ouro | Rota
do Ouro | Menires de Monsaraz | São Jorge
Serra da Estrela
2021
Proprietário e Editor: Editorial
NIPC 503341134
Morada: Rua Miguel Esteves Medeiros,
11- 1º dtº 2640-543 Mafra
Sede de Redação: Rua Miguel Esteves
Medeiros, 11- 1º dtº 2640-543 Mafra
Correspondência - P. O. Box 24
2656-909 Ericeira - Portugal
Gerente:
Maria Luisa Dias Mendes Gonçalves
Sócios:
Maria Luisa Dias Mendes Gonçalves e
Vasco Maria de Melo Gonçalves
Diretor:
Vasco de Melo Gonçalves
A Passear é que a
Responsável editorial:
Lobo do Mar gente se entende.
Fotografia: Viver Com Gosto
Periodicidade: Anual | Junho Foi há 12 anos que nasceu o projeto de revista Passear e,
Tiragem: 5000 exemplares
Edição E-paper disponível em Junho para comemorar, decidimos fazer uma edição impressa.
Pensamos que ainda é pertinente o que preconizámos na
Publicidade Lobo do Mar
Contactos +351 261 867 063 altura do lançamento da revista:
+ 351 965 510 041
e-mail geral@lobodomar.net
“Passear a pé num jardim de uma cidade ou em autonomia
Grafismo numa montanha, passando por uma jornada em bicicleta até
Santiago de Compostela ou a cavalo, culminando num trajeto
em kayak pelas águas calmas do rio Douro. Este é o espírito
email geral@lobodomar.net
da revista Passear!
Impressão e acabamento
Ligação Visual, Unipessoal, Lda.
Estamos perfeitamente conscientes que estes passeios deverão
www.ligacaovisual.com ser realizados em família e, como tal, deverão ser exequíveis
Distribuição por qualquer pessoa. Nos nossos passeios iremos privilegiar a
VASP, Lda.
Estatuto editorial
componente cultural e de imagem fugindo, de certa maneira,
Consultar em: ao conceito de caminhar por caminhar…”
www.passear.com
Nesta edição, que não pretende ser um roteiro de
Depósito Legal nº. 482264/21
Registada na Entidade Reguladora percursos, conversámos com profissionais do sector da
para a Comunicação Social Animação Turística, divulgamos projetos de referência e
sob o nº. 125987
Direitos Reservados de reprodução fo- apresentamos algumas sugestões de passeios (sempre
tográfica ou escrita para todos os países que possível com recurso a Guias Locais), para conhecer
um pouco de Portugal numa vertente slow travel, sem
baloiços ou outros artifícios.
Boas leituras!
FOTOGRAFIA DE CAPA
Aldeia da Mata Vasco de Melo Gonçalves
Pequena, Mafra vascogoncalves@lobodomar.net
3
Sumário 14
06 Equipamentos
10 Livros
12 Destaque: Explore Mafra
14 Portugal: Visto por Luís Quinta
26 Destaque: Rota Vicentina
32 Passear Entrevista:
26
32 - Rui Barbosa
38 - Paulo Guerra Santos
44 - João Ministro
52 - Ricardo Silva
58 Cicloturismo:
100km na Serra da Estrela
70 Percurso Pedestre:
70 - Rota dos Menires
82 - PR Corte de Ouro
58
94 - Cheleiros
106 - Rota do Ouro
120 - Arrábida
134 Passeio: Um dia em Ponte de Lima
144 Percurso Pedestre:
Açores | Ilha de São Miguel
154 Plantas Silvestres
158 Onde Ficar
12 144
4
Equipamentos
Steiner
Os novos binóculos SkyHawk 4.0
A STEINER DESENVOLVEU OS BINÓCULOS SKYHAWK 4.0 PARA OBSERVAR A NATUREZA DE FORMA
NÍTIDA E DISTINTA EM QUALQUER MOMENTO.
Os novos SkyHawk 4.0 vêm em quatro versões de longa distância que revelam uma
diferentes: fascinante amplitude de detalhes da natureza.
Oferece ampla potência e desempenho
10x42: de uma vista de perto a uma distante, ótico soberbo.
o SkyHawk 4.0 10x42 de dimensão média 8x32: este modelo é ideal para observadores
oferece imagens nítidas e claras com uma de aves e da natureza que necessitam
abertura de objetiva de 42mm. O poder de da versatilidade de um binóculo leve, boa
ampliação de 10x oferece detalhe em longo ampliação e amplo campo de visão, ideal
alcance, ideal para campo aberto e zonas também para observações longas.
montanhosas.
8x42: é um modelo favorito, sem peso CARACTERÍSTICAS
elevado ou grandes dimensões, sendo versátil Ótica de elevado contraste: oferece imagens
o suficiente para observação em condições brilhantes, cores precisas e definidas,
atmosféricas difíceis. Apresenta um campo imagens 3D brilhantes com elevada nitidez e
de visão amplo e um manuseamento contraste de contornos para um desempenho
confortável. excecional em atividades outdoor com
10x32: 10x de ampliação para observações alcances mínimos de 2 metros.
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8x42 10x32
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Equipamentos
Aquapac
Mochilas e bolsas à prova de água
Equipamento ideal para uma utilização em à prova de água assim como, bolsas extra
atividades de ar livre em terra e na água. no interior para uma melhor organização do
A gama de mochilas Toccoa da Aquapac é conteúdo e bolsas externas de rede. Estas
uma solução robusta que é em simultâneo mochilas têm também pontos de fixação
à prova de água e à prova dos elementos, para que possa prender a sua bolsa de
protegendo o seu conteúdo inclusive de mapas, garrafa de água, equipamento de
areia, poeiras e lama. Com uma capacidade segurança ou qualquer outro artigo que
de 28 litros e disponível em três cores (verde, considere conveniente transportar consigo.
azul e preto). Se procura versatilidade e capacidade de
A gama premium de mochilas – “Wet & Dry organização aliadas a proteção à prova de
Backpack”. Disponível com capacidades de água, poeiras, areia e outros elementos, então
25 litros e 35 litros, estas mochilas apresentam estas mochilas são a opção que procura!
um conforto e funcionalidade sem paralelo. Se na sua atividade não leva consigo muita
Possuem uma bolsa no interior completamente coisa, mas quer manter as suas mãos livres,
8
então as bolsas de cintura Waterproof Waist smartphone da água e de outros elementos,
Pack são a solução perfeita. Robustas, à enquanto permite acesso ao seu smartphone
prova de água e oferecendo proteção e todas as suas funcionalidades, permitindo a
dos elementos e acesso fácil, estas bolsas utilização completa do ecrã tátil do seu seu
com uma capacidade de 3 litros permitem smartphone, a bolsa TrailProof Phone Case
um acesso rápido aos seus itens essenciais. oferece proteção, versatilidade e completa
Confortáveis, práticas e de fácil acesso, funcionalidade. Está disponível em duas cores
estas bolsas estão disponíveis em três cores – laranja ou preto, e possui um mosquetão
e vão facilmente tornar-se numa companhia para que possa fixá-la onde lhe for mais
frequente nas suas aventuras ou desportos ao conveniente para transporte e fácil acesso.
ar livre. A Aquapac é representada pela Nautiradar /
Independentemente do seu destino ou www.nautiradar.pt
atividade, há algo que nunca fica para trás –
o seu smartphone! Capaz de proteger o seu
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Livros
Sugestões
10
patamar de evolução equivalente à espécie cada planta. Foi pensado para acompanhar
humana no reino animal. naturalistas ou curiosos, que durante os seus
A Arrábida tem a característica única de passeios desejam melhor compreender o que
concentrar cerca de metade de todas as os rodeia. Numa época em que tomamos
espécies de orquídeas silvestres portuguesas. consciência da importância da conservação
Neste livro encontrará fotografias fascinantes e das paisagens e da diversidade natural, este
muita outra informação sobre todas elas. Use-o livro pretende despertar o interesse para o
para admirar a beleza particular de cada flor fantástico universo das plantas.
ou para lhe servir de guia de identificação
quando passear por estes montes e vales. Por Este Reino Acima
A primeira parte do livro tem um enquadra- De Gonçalo Cadilhe
mento da área geográfica e uma introdução Edição: Clube do Autor / Preço de referência:
didáctica aos vários aspectos da biologia das 16,00 Euros
orquídeas, sempre acompanhados de fo-
tografias e ilustrações. A segunda, e a maior Uma viagem ao alcance de todos, para fazer
parte, é o guia de campo das orquídeas sil- sozinho, em família ou com amigos.
vestres da Arrábida, com cuidadas fotografias Na sua mais recente viagem, Gonçalo
de página inteira e outras que se ‘intrometem’ Cadilhe aventurou-se por percursos que todos
com o texto para ilustrar os diversos aspectos pensamos conhecer, mas ainda com muito
identificativos de cada planta. por explorar. Foram 8 dias de caminhada,
É um livro bilingue, em português e inglês, para 200 km de distância entre Lisboa e Coimbra,
responder também ao turismo da natureza 25 km por dia, deixando-se deslumbrar pelos
que existe na Arrábida. encantos do nosso país.
Ao percorrer trilhos de outros tempos, o autor
200 Plantas do SW Alentejano & evoca o período medieval, relembra como
Costa Vicentina se caminhava há mais de oitocentos anos e
De Ana Luísa Simões e Ana Carla Cabrita reitera como ainda temos tanto a descobrir
Edição em português e inglês em Portugal.
A caminhada de Gonçalo Cadilhe, inspirada
Este Guia apresenta 200 plantas que podem na viagem que o jovem Santo António terá
facilmente ser encontradas na região do feito no início do século XIII, por bosques
sudoeste, onde se integra o Parque Natural e planícies bem no coração de Portugal,
do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. atravessa várias dimensões da atividade física
Cada ficha contém uma imagem e um texto, à componente espiritual, da reconstrução
que apoia o(a) leitor(a) na identificação da histórica à (re)descoberta das belezas no
espécie e fornece algumas curiosidades sobre nosso país.
11
Destaque
Explore Mafra
Um território de
experiências memoráveis!
Texto e Fotografia: C.M. de Mafra
12
PORTUGAL : Visto por Luís Quinta
FISGAS DO ERMELO | TRÁS-OS-MONTES
14
LuisQuinta © 15
POÇO DAS ALAGOINHAS | ILHA
DAS FLORES – AÇORES
16
LuisQuinta © 17
FLORESTA DO FANAL | ILHA DA MADEIRA
18
LuisQuinta © 19
ARRÁBIDA | PARQUE NATURAL DA ARRÁBIDA
20
LuisQuinta © 21
CABO SARDÃO | PARQUE NATURAL DO
SW ALENTEJANO E COSTA VICENTINA
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LuisQuinta © 23
24
MIRADOUROS | DOURO INTERNACIONAL
LuisQuinta © 25
Destaque
Rota Vicentina
Um Destino de eleição...
NUMA REGIÃO DE GRANDE BELEZA NATURAL, A ROTA VICENTINA – ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO
DO TURISMO DE NATUREZA NA COSTA ALENTEJANA E VICENTINA TEM VINDO, AO LONGO DOS ANOS
A DESENVOLVER UM TRABALHO RELEVANTE NA PROTEÇÃO E VALORIZAÇÃO DO TERRITÓRIO ONDE
ESTÁ INSERIDA.
26
A Rota Vicentina – Associação para a
Promoção do Turismo de Natureza na
Costa Alentejana e Vicentina, é, desde
histórico e cultural, os recursos turísticos e a
natureza pública dos caminhos, foram os
principais critérios seguidos no processo de
2013, a entidade responsável pela gestão, escolha do traçado, composto por caminhos
integração, estímulo, desenvolvimento e existentes e formado pelo Caminho Histórico,
promoção dos trilhos pedestres da Rota Trilho dos Pescadores e vários Percursos
Vicentina, assim como da oferta turística Circulares, itinerários que se complementam
associada ao produto turístico que a Rota revelando a verdadeira essência do Sw de
Vicentina representa. Portugal.
Esta Associação Privada sem Fins Lucrativos, Em 2019, a Rota Vicentina expandiu a sua
pretende afirmar-se como um elemento oferta contando também com um sistema
definidor da região, viabilizando o seu usufruto de mais de 1000 km de percursos de BTT, um
através de uma das práticas mais naturais traçado de Touring Bike que une os aeroportos
à condição humana – a caminhada – e de Lisboa e Faro, e diversas atividades de
contribuindo de forma inequívoca para a Natureza, Cultura e Bem-Estar.
sustentabilidade do mundo rural, através Nada disto seria possível sem o apoio de
da dinamização da atividade económica, uma rede de parceiros públicos e privados,
estímulo das atividades e serviços já existentes, nomeadamente municípios e juntas de
manutenção e reforço das tradições e cultura freguesia, entidades regionais e nacionais de
locais, incentivo à criação de novos negócios turismo, ICNF, organismos locais, indivíduos e
e promoção do destino fora das épocas de sobretudo mais de 200 empresas associadas,
maior afluência. que têm apoiado e viabilizado o projeto a
A beleza da paisagem, o património natural, vários níveis.
27
Destaque
Trilhos Pedestres:
750 Km para caminhar
por toda a região
A rede de percursos pedestres da Rota
Vicentina tem evoluído gradualmente,
espalhando-se hoje por toda esta magnífica
região da Costa Alentejana e Vicentina. Se os
trilhos costeiros são realmente deslumbrantes,
muitos caminhos estendem-se por áreas
de campo e de serra mais a interior, áreas
ignoradas pelo turismo durante muito tempo,
mas que hoje merecem ser apreciadas ao
ritmo da caminhada.
As duas grandes rotas (Caminho Histórico
e Trilho dos Pescadores), com os Percursos
Circulares, oferecem uma malha cada vez
mais completa de percursos, com maior
variedade e flexibilidade, para ser ajustada às
necessidades e expectativas de qualquer um.
28
“... TRABALHAR EM REDE PARA
DEFINIR CRITÉRIOS E TORNÁ-LOS
CLAROS...”
Percursos de bicicleta
Se até agora o Caminho Histórico constituía
uma boa oferta para praticantes de BTT, em
2019, a Rota Vicentina foi mais além e passou
a oferecer uma rede de percursos dedicada
às bicicletas, como resposta estruturada a
um mercado pulsante que procura natureza,
adrenalina e um contacto com o mundo
rural que é tão próprio dos montes e vales da
Costa Alentejana!
Atletas, principiantes, famílias, todos
encontrarão várias alternativas entre os mais
de 1000 km de trilhos cicláveis da Rota
Vicentina!
Para os viajantes em bicicleta híbrida, a
Associação disponibiliza também um percurso
de Touring Bike em GPS por caminhos mistos,
que liga os aeroportos de Lisboa e Faro, bem
como toda a oferta turística no território da
Rota Vicentina e as estruturas de apoio aos
ciclistas.
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Destaque
Passear (PA) - Como tem sido a evolução da nos ajudem a contar a história desta terra
Rota Vicentina ao longo dos últimos 7 anos? pela mão de quem melhor a sabe, que é a
Marta Cabral (MC) - Temos evoluído na comunidade local. E fazer a ponte com os
medida em que a região, o turismo e os produtos locais, o artesanato e a paisagem
desafios mudam também. Sentimos que rural. Trabalhar em rede para definir critérios e
os trilhos são uma ferramenta poderosa de torná-los claros. Comunicar o que realmente
atração de um mercado mais consciente e melhor nos representa!
focado nos valores naturais, de distribuição
dos fluxos ao longo do ano e por todo o PA – O documentário “A Costa das Cegonhas
território, mas percebemos que não chega. – Retrato Natural do Sudoeste”: Como surgiu
A sustentabilidade nesta região é um tema a ideia e com que objetivo.
complexo que sentimos necessidade MC - Sempre achámos que o PNSACV- Parque
de trabalhar ativamente, nas suas várias Natural do Sudoeste Alentejo e Costa Vicentina,
dimensões. era comunicado mais como uma limitação
Temos investido continuadamente numa rede administrativa do que um património em si
de trilhos não apenas pedestres mas também mesmo com o qual convivemos diariamente,
cicláveis, mas estamos a investir bastante e quisemos contribuir para esse caminho. Este
no incentivo às atividades, programas, documentário pretende divulgar e sensibilizar
experiências e eventos, que de alguma forma públicos e privados, residentes e visitantes,
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para o incrível universo que está em causa culturais do território. Entender a identidade e
e que é impactado pelas nossa decisões, os a cultura deste lugar como a expressão das
nossos investimentos, o nosso dia-a-dia. pessoas que nele habitam e que oferecem
produtos e serviços que fazem dele o que
PA - Quais são os grandes desafios que se é. O papel da Rota Vicentina é dar voz e
colocam atualmente à Rota Vicentina? corpo a esta movimento, levá-lo para fora do
MC - Ter a capacidade de nos ajustarmos território e convidar os visitantes que melhor
aos desafios de cada momento, de se identificarem com ele a fazer parte deste
apoiarmos um movimento de aproximação sistema de troca justa, saudável e inspiradora
a um modelo de cooperação cada vez que é o turismo do futuro.
mais sustentável entre os agentes turísticos e
31
Passear entrevista
32
Passear (P) - Como nasce esta sua relação/ como a praia nacional!). Porém, as serranias
admiração pela região do Gerês? do Parque Nacional (o Gerês, Amarela,
Rui Barbosa (RB) - Esta relação com a Serra Soajo e Peneda) incorporam o verdadeiro
do Gerês, com o Parque Nacional da Peneda- espírito das grandes montanhas mundiais e
Gerês e com a montanha, nasce durante o temos de ter orgulho naquilo que temos sem
meu tempo de serviço no Corpo Nacional comparações absurdas e redutoras.
de Escutas como membro do Agrupamento
XIX – S. Vicente, Braga. Em 1986 o meu grupo
organiza na altura um acampamento junto “...O PARQUE NACIONAL FUNCIONA
da Barragem da Caniçada e desde ali via COMO PODE. PODERIA FUNCIONAR
ao longe as serranias do Gerês. Pouco depois MELHOR? TALVEZ!...”
visitava pela primeira vez as Minas dos Carris
num fabuloso dia invernal em pleno mês de
Setembro e desde então a admiração pelas P - O Parque Nacional como está a funcionar?
montanhas em geral e pela Serra do Gerês RB - O Parque Nacional funciona como pode.
em particular foi aumentando… e aumenta a Poderia funcionar melhor? Talvez! A ideia
cada dia que passa! da criação do Parque Nacional é baseada
nas grandes áreas protegidas estrangeiras
P - Qual o potencial da região para o com grandes espaços onde a Natureza se
Turismo de Natureza e Cultural? Como desenvolveu quase sem intervenção humana.
caracteriza a região e quais são os elementos Na Peneda-Gerês isso não aconteceu. Ao
diferenciadores? longo de milhares de anos o Homem foi
RB - O Turismo de Natureza e Cultural, a par moldando as serranias - por vezes bem, outras
com a conservação ambiental, foi um dos nem por isso – tornando-as naquilo que são
pilares fundadores do Parque Nacional. Porém, hoje.
não o podemos ver como um elemento Porém, em determinada altura houve a
dissociado das pessoas que lá vivem e da sua necessidade de se criar uma área de
cultural que foi forjada ao longo de séculos intervenção para proteger a Natureza e isso
de isolamento relativo que, na verdade, só acontece muito antes da criação do Parque
começa a ser quebrado com a emergência Nacional em 1971, quando em 1888 os
do Parque Nacional. Na verdade, o potencial Serviços Florestais tomam posse de parte da
da região é enorme (e a Natureza “vende” Serra do Gerês e de outras áreas. No entanto, se
hoje em dia), mas o seu aproveitamento por um lado se conseguiu uma preservação,
deve ser equilibrado entre a preservação e as a intervenção dos Serviços Florestais trouxe
necessidades das populações. pragas que hoje atormentam o Parque
Os elementos diferenciadores são os Nacional, como é o caso da infestação
elementos que caracterizam uma região por mimosas. Da mesma forma, a relação
“protegida” como um Parque Nacional que entre os Serviços Florestais e as populações
é único em Portugal. No nosso país quando residentes nunca foi pacífica e isso foi algo
se fala em montanha aponta-se de imediato que se transmitiu ao Parque Nacional, herdeiro
à Serra da Estrela porque foi isso que nos foi por excelência dos Serviços Florestais nas
“vendido” ao longo de décadas (da mesma quatro serranias que o compõem.
forma como nos foi vendido um Algarve O Parque Nacional é um trabalho (ainda) em
33
Passear entrevista
curso e há muito para fazer para o melhorar o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés (PTGX)
tanto no terreno de intervenção como na criado em 1997.
relação com as populações residentes. Sendo de facto um elemento comum, o
Parque Transfronteiriço sofre as consequências
P – A relação/colaboração com Espanha e as decisões de gestão de cada um dos
existe? Pontos positivos e negativos? dois parques. O que acontece a um, reflete-
RB - A Reserva da Biosfera Transfronteiriça se no outro como foi o caso dos incêndios
Gerês-Xurés (RBTGX) foi declarada a 27 de florestais ocorridos nos últimos anos ou as
Maio de 2009, pela UNESCO, e está localizada ações de repovoação de fauna encetadas
na Comunidade Autónoma da Galiza em conjunto.
(Espanha) e na Região Norte de Portugal,
“...GR E PR PROPORCIONAM
abrangendo uma área total de 267.958 ha. EXPERIÊNCIAS ÚNICAS E UMA VISÃO
Esta está distribuída por duas áreas protegidas MUITO MAIS APROFUNDADA DO
(Parque Nacional da Peneda-Gerês e pelo PARQUE NACIONAL...”
Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés),
P - Pode referenciar alguns locais que, em
divididas por uma fronteira mas unidas pelo
seu entender, são de visita obrigatória?
continuo natural e pela cultura.
RB - Estes locais vão depender do tipo de
Assim, ocorre todo um esforço comum entre
visitante. Se visita o Parque Nacional e não
as entidades dos dois países na definição de
pretende embrenhar-se nas serranias, os
metas e de prioridades de ação, consolidando
locais de acesso via automóvel juntamente
34
com as Portas do Parque proporcionam uma me marca todos os dias, é viver no Parque
excelente experiência a quem o visita. Nacional.
Se por outro lado, pretende e está habituado
a caminhar na Natureza, então – por exemplo P - Que análise faz da relação do poder
– a Grande Rota da Peneda-Gerês ou mesmo político com a região em particular e a
a rede de percursos pedestres homologados, Natureza e Cultura em geral.
proporcionam experiências únicas e uma RB - Esta é uma resposta muito simples e
visão muito mais aprofundada do Parque rápida: ao poder político só interessa o Parque
Nacional, das suas paisagens e das suas Nacional, a proteção da Natureza e a Cultura,
gentes. de quatro em quatro anos…
35
Passear entrevista
36 Outono | Albergaria
a Serra do Gerês a todos os níveis, como faz
Senhor das Alturas
parte da História Mineira de Portugal. A total
ausência de informação e a inexistência de
uma vertente de Arqueologia Industrial no
Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)
associada à ideia «poluição» daquela, fez
com as Minas dos Carris fossem esquecidas.
O livro veio trazer alguma luz à história
(incompleta) das Minas dos Carris e é quase
uma homenagem a quem lá trabalhou e
viveu durante vários anos.
37
Passear entrevista
Paulo Guerra dos Santos, o fundador das em simultâneo dei mais de 6000 horas de
Ecovias Portugal, define-se como “...um formação, também em Robótica Industrial.
rapazito de 48 anos, nascido numa pacata Estas duas áreas de formação e estas duas
aldeia da Beira Alta, mas que com um ano décadas de experiência profissional deram-
de idade veio recambiado para a grande me os conhecimentos necessários e a
cidade. Como a matemática e a física capacidade em utilizar as tecnologias atuais
sempre foram disciplinas em que tinha bons para desenvolver este projeto. Não trocava isto
resultados sem grande esforço, segui o curso para voltar a fazer engenharia. Mas continuo
de engenharia civil e ainda fiz um de Robótica a adorar dar formação.
Industrial. O meu sonho? Ser o primeiro Homem a
Trabalhei durante 20 anos em engenharia pedalar em Marte. Vá, se tal não for possível,
civil, no ramo de projeto de estradas, e contento-me com a Lua”.
38
Foto Captada por Nuno Rebelo
Passear ( P) - Como nasceu este teu gosto mudaram profundamente na minha forma de
pelas bicicletas e pelo cicloturismo? ver e de estar na vida.
Paulo Guerra dos Santos (PGS) - Tal como
qualquer criança e adolescente, andei
“... NÃO EXISTEM POLÍTICAS
imenso de bicicleta até por volta dos 16-17
PÚBLICAS DE GOVERNO CENTRAL,
anos de idade. Depois veio a universidade
OU SEQUER REGIONAL, PARA A
e a vida profissional, que ditaram uma PROMOÇÃO DAS VIAGENS EM
paragem nas pedaladas de quase 20 anos. BICICLETA NO NOSSO PAÍS...”
Em 2008, por uma série de acontecimentos
causais, decidi fazer uma tese de mestrado P - Cicloturismo em Portugal como estamos?
dedicada à bicicleta, não enquanto veículo Relação com o resto da Europa.
de lazer ou desporto, mas enquanto meio de PGS - Infelizmente continuamos na cauda
deslocação. Dediquei todo esse ano à tese e da Europa. Não existem políticas públicas
a utilizar a bicicleta todos os dias pelas ruas da de governo central, ou sequer regional,
capital. O salto seguinte veio naturalmente: para a promoção das viagens em bicicleta
queria conhecer TODO o país, do ponto de no nosso país e muito menos projetos de
vista da mobilidade ciclável. Então em 2010 âmbito nacional como o da Rede Nacional
tirei uma espécie de sabática de 4 meses e de Cicloturismo. Existem, felizmente, cada vez
de 22 de Maio a 22 de Setembro dei uma mais infraestruturas cicláveis, nomeadamente
volta completa a Portugal Continental, ecovias (em regra junto aos rios) e ecopistas
exclusivamente em bicicleta. Tanto a tese (os antigos ramais ferroviários desativados)
como esta grande viagem foram “life mas estão totalmente desarticulados entre si. É
changers”. Literalmente, pois diversas coisas fundamental o Estado dar sinais (económicos
39
Passear entrevista
Rio Minho
e não só) de que as viagens em bicicleta em os-Montes, região onde nunca tinha estado.
Portugal Continental e Insular podem ser um Aquele ondular de serras e vales, num sobe
dos novos catalisadores do turismo nacional, e desce constante, permite visões soberbas e
nomeadamente para as regiões fora do litoral, dar largas à imaginação para tentar perceber
aproveitando as novas dinâmicas criadas que forças tectónicas gigantescas criaram
pela atual fase no controlo da liberdade de aquela orografia e que mãos humanas a
movimentos ao nível internacional. moldaram à sua imagem.
Da Rede Nacional de Cicloturismo fica a
P- Cinco percursos que te ficaram na memória! Ecovia 15, de Lisboa a Évora. Sair da capital
PGS - Pode parecer demasiado banal, mas pelo Montijo, deixando as zonas urbanas
o primeiro percurso (que ainda hoje adoro e peri-urbanas para trás, entrar no Alentejo
percorrer) é o da ciclovia ribeirinha do Cais- pelos seus longos estradões ladeados por
do-Sodré a Belém, apanhar o cacilheiro e montados de sobro e ainda percorrer duas
pedalar até à Costa da Caparica. Para além ecopistas são qualquer coisa digna de se
das envolventes cénicas únicas que a foz fazer. E em diferentes épocas do ano pode
do Tejo oferece (Cristo, Ponte, encostas da mesmo acontecer passar por um caminho já
margem sul, a vila da Trafaria e o seu belo percorrido noutra altura e a nossa memória
peixe, etc.) o passeio termina com vista para não o reconhecer, tal a diferença de tons,
o horizonte curvo do Atlântico. É um passeio sons e cheiros.
que recomendo. Recentemente percorri também a zona do
Da viagem de bicicleta em 2010 ficou a Parque Natural do Tejo Internacional, mesmo
estupefação que tive ao pedalar em Trás- nos últimos dias do ano, quando temos luz
40
Ovar
com tons mais alaranjados dado o ângulo Mas há um episódio que me ficou fortemente
zenital da nossa estrela, aliado a estradas marcado. Durante a viagem dos 100 dias
virtualmente sem tráfego automóvel, é de bicicleta em Portugal, passei por Santa
qualquer coisa que fica gravado na memória. Comba-Dão onde pernoitei no quartel de
E claro, o Rio Douro, em toda a região entre bombeiros, também comando operacional.
o Pocinho, Barca d’Álva e Miranda do Douro. Há lá de tudo, até helicópteros. O ambiente
Imperdível. que se sente num espaço destes é mesmo
de que aqueles homens e aquelas mulheres
“...ENTRAR NO ALENTEJO PELOS estão ali para arriscar a sua vida por nós, se
SEUS LONGOS ESTRADÕES tal for necessário. Há uma áurea de paz e
LADEADOS POR MONTADOS DE serenidade que se sente nestes espaços, para
SOBRO E AINDA PERCORRER DUAS além de terem sempre um sorriso para nós.
ECOPISTAS SÃO QUALQUER COISA Nesse dia, houve um terrível sinistro rodoviário
DIGNA DE SE FAZER...” em cadeia na A25, perto de Aveiro, com
dezenas de viaturas. Morrerem creio que 5
P - Histórias que jamais esquecerás. Podes pessoas, umas delas totalmente carbonizada.
falar de momentos vividos, nas tuas Foi de Santa Comba-Dão que saíram, via
andanças de bicicleta, que te marcaram. aérea, os primeiros bombeiros a chegar
PGS - Cada metro que se percorre em ao local. Eu não estive lá, nem sequer vi as
bicicleta em modo slow travel, durante uma imagens na TV, mas consegui sentir o que
viagem de dias ou semanas ou meses, são aqueles bombeiros viram e sofreram. Bastou-
inspiradores. me vê-los no regresso, ao quartel, e olhar
41
Passear entrevista
Aguda
42
para as suas expressões faciais e corporais, a Alemanha ou a Suíça) as têm. Têm sim é
incrivelmente carregadas de um peso de rotas identificadas, que incluem estradas com
morte e destruição. Um deles desabafou reduzido tráfego automóvel, estradões em
comigo, quase sem voz: “Era um cenário de macadame a até caminhos de pé posto,
guerra”. desde que em boas condições para pedalar
Infelizmente, as estradas em Portugal carregado com uns alforges. É esse modelo
continuam a sê-lo, onde em média morrem que aplico em Portugal.
2 pessoas todos os dias (cerca de 700 todos
os anos). “...E NEM SÃO PRECISAS CICLOVIAS
POR TODO O LADO, POIS NEM
P - Que análises fazes da relação do poder OS PAÍSES MAIS RICOS (COMO A
político com o Cicloturismo. ALEMANHA OU A SUÍÇA) AS TÊM...”
PGS - Nula! Desconheço um político de
governo central, regional ou mesmo local com P - O projeto Ecovias Portugal como está e
uma capacidade de visão para promover o para onde vai.
país ou a sua região atraindo, entre outros, PGS - Está bem e recomenda-se. Publiquei
viajantes em bicicleta. Até hoje não conheci já a 7ª edição, o Road Book 2021, com
um único. mais de 5800 km de rotas identificadas por
todo o país. Algumas das 19 rotas de longa
P - O Cicloturismo pode ser um fator de distância estão já mesmo concluídas, como
desenvolvimento do Turismo de Natureza é o caso das Ecovias 12, 14 e 15. Apesar de
em Portugal? em qualquer altura as poder alterar, melhorar
PGS - Já o é. Cada vez mais. Vejo-o pelos ou ampliar.
roteiros vendidos no último ano. 2020 foi o Para além disso são cada vez mais os
melhor ano na promoção da Rede Nacional portugueses e os estrangeiros (publico o roteiro
de Cicloturismo. Das vendas dos roteiros às também em inglês) que adquirem o guia e
descargas gratuitas que permito na página que com os tracks GPS se guiam pele rede.
das ecovias, às pessoas (portugueses e Há também um cada vez maior apoio da
estrangeiros) que me contactam antes e comunidade de viajantes em bicicleta, que
depois das suas viagens a pedalar pelo país, através de donativos contribuem para tornar
acredito serem largos os milhares de pessoas este projecto economicamente sustentável,
que têm cada vez mais a perceção de que sem qualquer dependência financeira de
viajar de bicicleta em Portugal é já uma entidades públicas ou mesmo das federações
espécie de dado adquirido, de possibilidade ligadas à bicicleta. A generalidade das
implantada no terreno em praticamente todo pessoas dá muito valor à autonomia e
o país. E nem são precisas ciclovias por todo independência de um projecto como este,
o lado, pois nem os países mais ricos (como pois é garantia da sua qualidade.
43
Passear entrevista
44
João Ministro
“...GARANTIR QUE
AS PAISAGENS
SE PRESERVEM
OU OS PRÓPRIOS
ECOSSISTEMAS,
IMPLICA QUE
EXISTAM PESSOAS A
TRABALHAR E A GERIR
O TERRITÓRIO...”
Passear (P) - Como nasceu este seu gosto da Ria Formosa, mostrou-me o mundo da
pela Natureza e a Cultura? observação e da anilharem cientifica de aves.
João Ministro (JM) - Parte importante da Com ele conheci o parque natural, comecei
minha infância e adolescência foi passada a interessar-me na identificação de espécies
em contacto permanente com o campo. e claro, pelas questões da conservação. Não
Tivemos uma quinta agrícola na família, menos importante foi o facto de nessa mesma
para produção de fruta e alguma pecuária, altura ter tido como professor na Escola
onde passei imenso tempo. O meu avô, por Secundária de Loulé, o João Santos, fundador
outro lado, levou-me com ele em inúmeras da Associação Almargem, hoje infelizmente
ocasiões ao campo quando era criança. falecido, que me levou para a associação
Diversas delas por motivos menos nobres (e e onde tive oportunidade de desenvolver
legais), como para apanhar pássaros! Com imensos projetos, desde início dos anos 90. A
o meu pai cheguei mesmo a participar em Almargem foi uma escola para mim e o João
jornadas de caça, com longas caminhadas Santos um mentor.
na serra algarvia e no Alentejo. Tudo isto Entre 2001 e 2004 trabalhei no ICNF, na Reserva
impregnou em mim um gosto especial pelo Natural do Estuário do Sado, num projeto Life
campo e natureza. Mas foi no secundário Natureza dedicado à conservação de aves
que mudei a perspectiva e o foco. Um aquáticas das salinas.
colega e grande amigo meu, o Nuno Lecoq, Finalmente em 2004 regresso ao Algarve
filho do então Diretor do Parque Natural para coordenar um projeto muito especial: a
45
Passear entrevista
Via Algarviana. Até 2010 orientei todo o meu pela Rede Natura 2000 já nos dá em parte essa
empenho na implementação do projeto e no resposta. Naturalmente que sim. O Algarve
desenvolvimento do interior do Algarve através tem imenso potencial. Mas precisa de saber
do ecoturismo. Esse projeto consolidou todo como alcança-lo e especialmente, como
um conhecimento que trazia de trás e deu- não o desperdiçar. Esta região tem valores
me oportunidade de trabalhar noutras áreas, e características especiais. Já o dizia Miguel
como a cultura, o mundo rural e florestal Torga ou a Sofia Melo Breyner. A conjunção
e conhecer imensa gente. Foram anos de de influências mediterrânicas e atlânticas,
grande enriquecimento pessoal. Também o relevo suave a sul e acentuado a norte, o
de desgaste. Em 2010 saí da Almargem e longo histórico de presenças de civilizações
decidi que iria continuar a trabalhar nestas antigas, cujos testemunhos ainda hoje se
temáticas, mas pessoalmente e através de podem ver, tocar e provar, são alicerces bem
iniciativa privada. Foi nessa altura que nasceu sólidos de uma riqueza que torna o Algarve
a Proactivetur. quase único. É verdade que não temos
Hoje continuo envolvido nas mesmas causas, grandes montanhas, como em Espanha ou
tendo como foco o de contribuir positivamente França. Também não temos monumentos
para o território. E este, para se manter vivo, imponentes, de grande dimensão, como
necessita da presença das pessoas É aqui que noutros países. Mas temos uma diversidade
a natureza e a cultura se interligam. Garantir paisagística enorme, facilmente visitável por
que as paisagens se preservem ou os próprios todos os públicos, temos um dos maiores
ecossistemas, implica que existam pessoas a índices de biodiversidades da Europa e um
trabalhar e a gerir o território. Para tal temos de património cultural imaterial riquíssimo, onde
contribuir para que essas pessoas, autênticos o artesanato, a gastronomia ou a arquitetura
agentes estruturais de dinamização territorial, tradicional são alguns exemplos. E claro,
tenham condições para aí se manterem ou um clima invejável que permite uma plena
fixarem. Essa é a raíz do conceito de Turismo fruição destes valores praticamente todo o
Responsável que queremos e procuramos ano. Saibamos trabalhar estes recursos, de
desenvolver atualmente, seja através dos forma equilibrada e responsável, e temos uma
programas de caminhada ou pelo Projecto oferta diferenciada altamente apetecível
TASA (Técnicas Ancestrais Soluções Actuais) em para o mercado internacional.
torno da valorização do artesanato algarvio.
P - O poder político acredita nesse potencial?
“...O ALGARVE TEM IMENSO O que está a ser feito pelas autarquias e
POTENCIAL. MAS PRECISA DE região de turismo.
SABER COMO ALCANÇÁ-LO E JM - Assistimos, felizmente, a uma mudança
ESPECIALMENTE, COMO NÃO O na forma como o poder político encara estas
DESPERDIÇAR...” novas realidades turísticas. Lembro-me, por
exemplo, em 2005, aquando do processo de
P - O potencial da região do Algarve para o implementação da Via Algarviana, a Região
Turismo de Natureza e Cultura existe? Como de Turismo do Algarve não estar minimamente
o caracteriza? interessada no projeto, nem sequer no turismo
JM - Uma região que tem cerca de 40% do de natureza. De tal forma que nessa altura não
seu território classificado internacionalmente apoiou o projeto Foi apenas com a mudança
46
na presidência daquele orgão que essa ou a Ria Formosa e a pressão urbanística e
visão mudou. Hoje, felizmente, é plenamente imobiliária.
reconhecido, tanto pelos municípios, como
pelas entidades regionais e nacionais, o “...O OBJETIVO ACABA POR SER O DE
interesse do Turismo de Natureza e Cultural. ESTIMULAR O TURISMO DE NATUREZA
Contudo, reconhecer não é suficiente. É um NESTE TERRITÓRIO, COM ESPECIAL
passo valioso, obviamente. Mas não chega. O ENFOQUE NA CAMINHADAS,
território tem de ser gerido em conformidade. A E CONTRIBUIR PARA O SEU
intervenção regional deve ter uma articulação DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO...”
intermunicipal eficiente e os projetos devem
ter resultados objetivos, mensuráveis e P - Esteve na génese do Festival de
não servirem apenas para operações de Caminhadas do Ameixial. Qual o papel
charme e de marketing. Apesar de claros dos Festivais de Caminhadas para o
progressos, ainda temos muita “publicidade” desenvolvimento económico e cultural das
de aparência, sem atuação efetiva no cerne regiões?
das questões. Não podemos, por exemplo, Fale-me um pouco sobre a evolução do
querer impulsionar um turismo sustentável em Festival do Ameixial e da criação de uma
torno dos valores naturais e culturais das áreas rede de festivais no Algarve.
protegidas e continuar a assistir ao “assalto” JM - O Festival de Caminhadas de Ameixial
a que continuam sujeitas. Veja-se o caso da (WFA) inspirou-se num conceito simples e
Costa Vicentina e o perímetro de rega de Mira informal praticado no Reino Unido cujo
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Passear entrevista
Trabalho de Equipa
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Passear entrevista
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Balsa
Duas Artesãs
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Passear entrevista
Abetarda ©Cavan
Ricardo Silva é engenheiro de Produção Ia à caça com o meu pai e adorava aquela
Animal de formação, tem 46 anos, é guia e rotina matinal, passear no campo e ver as
empresário de animação turística na área do aves no seu habitat e, também as que eles
turismo de natureza e Birdwatching. Mais de matavam, vê-las na mão, apreciar as cores
25 anos dedicado à conservação das aves e e os padrões das suas penas. Mas depois
da natureza. tinha pena por estarem mortas. Ia também
aos ninhos e gostava de criar os pássaros à
Passear (P): Como nasceu este seu gosto mão que depois soltava quando se tornavam
pelas aves? voadores.
Ricardo Silva (RS) - Desde muito pequeno Mais tarde fui desenvolvendo mais a
que gosto de aves. Comecei, como muitos consciência conservacionista, deixei de ir
da minha idade, “do outro lado da barricada”. à caça (o meu pai também), devorava os
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Rabirruivo-preto | Joudrierd
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Passear entrevista
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Ricardo Silva “...ESTAMOS NUMA ZONA DE
TRANSIÇÃO ENTRE ÁFRICA E O
NORTE DA EUROPA E NUMA DAS
PRINCIPAIS ROTAS DE MIGRAÇÃO
ENTRE ESTES DOIS CONTINENTES...”
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Passear entrevista
Observação no Jamor
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Projeto desenvolvido
em Castelo Branco
“...O MEIO RURAL PRECISA DE FAZER
CRESCER A COMPONENTE DO
TURISMO DE NATUREZA...”
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Cicloturismo
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Pintarroxo | Linaria cannabina
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Cicloturismo
60
Vale Glaciar
piquenique, contudo, após uma breve pausa, dispensar, assim, de bom grado, fizemos jus
continuámos a nossa subida em direção à à tradição. Prosseguimos a segunda parte do
Torre, sem dúvida o ponto mais alto da etapa. passeio em direção à Lagoa Comprida, onde
Há medida que nos aproximávamos do ponto abandonámos a EN339, e prosseguimos
mais alto, quer pelo número de quilómetros sob a levada que nos conduziria à pequena
que se acumulavam, quer pela dureza do albufeira do Covão do Forno, sobranceira à
declive, o cansaço ia tomando conta de albufeira do Covão do Curral que se situa
nós, embora continuássemos a resistir com num plano imediatamente inferior à estrada
estoicismo. Contemplar a Lagoa do Viriato nacional.
e a passagem pela Nave de Santo António Continuámos a pedalar sobre a levada
funcionou um pouco como um bálsamo, mas com uma vista impressionante sobre o vale,
rapidamente entrámos no modo de subida, e ladeando os Malhadais do Cavalo, onde um
assim foi, até à chegada à Torre. tapete de flores silvestres decorado com tons
Para o Katu, foi o batismo nas subidas à Torre, primaveris emprestava ao cenário envolvente
no caso do Salgado e do autor destas linhas foi tela verdadeiramente contagiante. Com fim
a segunda, e em conjunto, por coincidência. da continuidade da levada, junto a uma
A primeira tinha sido a épica subida do pequena moradia de montanha, descemos
Adamastor, a culminar a memorável tripla à EN339, prosseguindo não mais que duas
jornada, partindo da Lousã e passando pela centenas de metros, para enveredar, mais
Serra do Açor, no já longínquo 2015. à frente, novamente por um estradão de
No alto da Torre, como é da praxe, a tradicional terra paralelo a outra levada, proveniente da
sanduíche de queijo e presunto não se pode Albufeira do Lagoacho.
61
Cicloturismo
Covão d’Ametade
O percurso, um misto de terra e brita, paralelo solta, acabasse por contrariar as primeiras
à levada, é extraordinário pela impressionante expectativas de pedalada fácil.
panorâmica que se pode alcançar A segunda parte do percurso pode ser
sobre o vale, de onde se avista a aldeia cognominado como caminho das lagoas
do Sabugueiro, povoação com séculos e das levadas, uma vez que grande parte
de antiguidade, situada a uma altitude da sua extensão entre a Lagoa Comprida e
superior a 1000 metros, ocupando uma a represa do Vale do Rossim, se desenvolve
vertente soalheira, sobranceira ao rio Alva, precisamente entre represas ao longo das
beneficiando das condições de abrigo do levadas. O Vale do Rossim, situado a cerca
vale e da abundância de água. Distinguem- de 1 400 metros de altitude, é dominado pelo
se na paisagem os blocos graníticos de lençol de água criado pela represa e por uma
grandes dimensões, transportados pelos gelos envolvente paisagística de grandes blocos
do último período glaciário, de há mais de 10 graníticos ladeada por uma vegetação
mil anos. de bosques densos. A barragem do Vale
Após a primeira parte do dia dedicada ao vale do Rossim, existente desde 1956, faz parte
glaciar, onde o esforço da subida, mesmo que da rede de aproveitamentos hidroelétricos
mitigado pelo encanto do sinuoso percurso, construída em Portugal a partir da década de
deixou algumas marcas, provenientes 40 do século XX.
sobretudo, da fadiga acumulada, era agora A lagoa da albufeira do Vale do Rossim é
altura para usufruir de um passeio mais suave, aproveitada pelas gentes da serra, sobretudo
embora a dureza do trajeto, com muita pedra no Verão, que desfrutam de uma bela praia
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Barragem do Covão do Forno
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Cicloturismo
Albufeira do Lagoacho
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Vale do Rossim
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Cicloturismo
Casa da Fraga
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Rota das Levadas, Do Covão do Forno
aos Cornos do Diabo
Um mês após o percurso pelo Vale Glaciar, ao Sabugueiro, onde seria imperdível não
nova jornada pela Serra da Estrela, desta comer o famoso pão, com queijo e presunto,
vez com uma pequena alteração no elenco de primeiríssima qualidade.
dos protagonistas, e, com o Joparesi a viajar Reiniciámos o percurso em direção ao rio Alva,
também desde Coimbra, para nos juntarmos seguindo pela sua margem direita, durante
ao Salgado, que nos aguardava na Senhora umas duas centenas de metros, até atravessar
do Desterro. Juntos rumámos, naquela fresca para a margem oposta, subindo por um trilho
manhã, à albufeira da Lagoa Comprida. da encosta até ao encontro de um estradão
Algumas cortinas de neblina escapavam- que nos conduziria à levada paralela ao rio,
se para a atmosfera. Iniciámos o percurso por onde pedalámos usufruindo a magnífica
pedalando primeiro sob as levadas e depois panorâmica do vale. Continuámos pela
junto às mesmas, visitando as lagoas que nos levada que termina junto à estrada municipal
brindavam com um extraordinário espelho 513, junto à câmara de carga localizada
onde se esbatia o reflexo dos raios de sol. no topo da encosta. Prosseguimos por esta
A primeira parte do percurso, da Lagoa estrada descendo na direção da Senhora do
Comprida ao Vale do Rossim, via levada Desterro.
do Covão do Forno e levada da Barragem Efetuada a descida, foi altura para uma visita
do Lagoacho, foi uma reedição do troço ao Museu da Eletricidade, localizado junto
do percurso percorrido em Maio, ficando ao rio Alva. Após uma visita ao exterior da
o Joparesi encarregado de traçar a rota a antiga central elétrica, agora transformada
ligar o Vale do Rossim à Lapa dos Dinheiros. em museu, seguimos em direção a um zona
Assim, percorridas as levadas do Covão do balnear, nas margens do rio Alva, envolvida
Forno e a Levada da Albufeira do Lagoacho, pela Mata do Desterro a qual se pode usufruir
prosseguimos pelo estradão que liga para o exercício de um simples piquenique ou
esta última albufeira à do Vale do Rossim. de um salutar passeio.
Continuando para Norte, seguimos por um Saindo da Senhora do Desterro, pedalámos
estradão de terra que nos conduziu até ao por um trilho fantástico, paralelo à levada
Sabugueiro, curiosamente por parte do trajeto que segue até ao enorme rochedo dos
da Rota das Aldeias Históricas, assinalado “Cornos do Diabo”, que transporta a água
como GR22. da ribeira da Caniça, a partir da represa aqui
O trajeto, de início bastante rápido, embora construída, e que leva a água até à Câmara
com pouca aderência, foi-se tornando de Carga Ponte Jugais. A represa permite a
progressivamente mais duro, com algumas formação de uma piscina de água límpida
lombas de drenagem a atravessar a via, e cristalina, imponentemente vigiada pelo
e tornando-se ainda mais sinuoso na parte enorme “Diabo” de pedra que a erosão dotou
final, com imensa pedra solta e algumas lajes de dois harmoniosos chifres e que sabiamente
em granito a exigir perícia e atenção face à foi batizado de “Cornos do Diabo”.
perigosidade, sobretudo pelas dificuldades na Percorrer a levada, para além de um exercício
aderência. Depois de alguns minutos a descer de perícia sobre a bicicleta, foi uma forma
com alguma adrenalina à solta chegámos brutal e entusiasmante de poder apreciar a
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Cicloturismo
Lagoa Comprida
Descida ao Sabugueiro
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Levada Rio Alva
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Percurso Pedestre
Ficha do Percurso
LOCALIZAÇÃO:
MONSARAZ / ALENTEJO
TIPO: CIRCULAR
SINALIZADO: NÃO
EXTENSÃO: 12,9 KM
DIFICULDADE: FÁCIL
DURAÇÃO: +/- 3 HORAS
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Rota dos Menires
Um regresso ao passado...
DAS ANTAS AOS CROMELEQUES, SEM ESQUECER OS MENIRES (ISOLADOS OU EM GRUPO), O
CONCELHO DE REGUENGOS DE MONSARAZ É O HERDEIRO PRIVILEGIADO DE MAIS DE 150 ACHADOS
ARQUEOLÓGICOS.
NUM PERCURSO CIRCULAR, COM BASE EM MONSARAZ E COM CERCA DE 13 KM, FOMOS
CONHECER PARTE DESSE FANTÁSTICO PATRIMÓNIO - CROMELEQUE DO XEREZ, MENIR DA BULHOA E
MENIR DO OUTEIRO - E TIVEMOS, COMO GUIA, LUÍS LOBATO DE FARIA, DA GO ALENTEJO, QUE SE TEM
DEDICADO AO ESTUDO DESTE PATRIMÓNIO.
Cromeleque do Xerez
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Percurso Pedestre
A Caminhada
O nosso percurso dos Menires é uma viagem que nos alerta para a história e respetivo
no tempo e desenvolve-se numa região enquadramento, que nos aponta pormenores
cheia de história. Ao longo dos 13 km de importantes e acrescenta valor ao simples
caminhada, em terrenos de modelação track de GPS!
suave, podemos observar alguma falta de A região por onde caminhámos também é
cuidado na conservação de edificações muito interessante ao nível da flora silvestre
e de informação sobre as mesmas. Foram mas, essa abordagem, terá que ficar para
nestas situações que podemos constatar a uma outra edição!
importância da presença de um guia local
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Ermida de Santa Catarina
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Percurso Pedestre
Pontos de interesse
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Menir da Bulhoa
Elevado poste granítico de aspeto fálico, com
c. 4 m de altura e 1 m de diâmetro, com as
faces O. e E. exuberantemente esculpidas em
relevo com motivos solares e linhas quebradas,
figurando entre outros um sol radiado, um
bastão, ondulados, serpentinados, zig-zags,
etc..
Cronologia
4000 a.C. - 3000 a.C. - época provável
de construção; 1970 - encontrando-se
derrubado, tendo-se perdido a base utilizada
como peso de um lagar vizinho, é reconstruido
datando de então a metade inferior que
serve de embasamento; 1976, janeiro -
Despacho de classificação como Imóvel
de Interesse Público do menir designado
Menir situado na Herdade da Bulhoa. 1970 -
restauro, atribuindo base de feitura atual para
assentar o fragmento, que consistia apenas
na metade superior.
Fonte: Direção-Geral do Património Cultural
75
Percurso Pedestre
Menir do Outeiro
Realizado entre os inícios do 4.º e os
meados do 3.º milénio a. C., ou seja, a
baliza cronológica geralmente atribuída ao
denominado “universo megalítico eborense”,
este monumental monólito, afeiçoado e em
forma fálica, foi erguido numa planície junto
à colina de Monsaraz, de forma isolada, mas
harmoniosamente com o meio envolvente.
Com 5,6 m de altura e 1 de diâmetro, este
menir foi descoberto em 1969 por Henrique
Leonor Pina e José Pires Gonçalves, que o
encontraram derrubado no solo. Por sua
iniciativa, o menir seria restaurado e reerguido
ainda durante essa década.
Sem apresentar qualquer tipo de decoração
nas suas faces, tudo parece apontar no
sentido deste monumento megalítico
pertencer a um universo muito específico do
megalitismo, representado por outros menires
da região, como nos casos dos de Almendres
e do poste central do cromeleque de Xerês.
Fonte: Direção-Geral do Património Cultural
76
Monsaraz
A vila de Monsaraz é, hoje em dia, um local forma de serra”, nome que terá sobrevivido
já sem grande vida própria dependendo na sua forma “arábica” ou seja “Monsaraz”.
muito dos visitantes. Contudo é um local Uma hipótese que levantamos apoiada nos
deslumbrante e, para o nosso guia Luís Lobato vários “Montserrats” que encontramos por esse
de Faria “...Quando visitamos Monsaraz, A Vila mundo fora.
entre muralhas, acabamos por conhecer Do Islão, além do nome da Vila, encontramos
apenas um “momento” da sua longa História. também a Qubba de S. João Baptista e vários
No entanto esta Vila da raia alentejana elementos da fortificação medieval. Dos
é milenar e esconde muitos “segredos”. Judeus encontramos uma Mezuzah numa
Monsaraz é uma autêntica máquina do porta, vários registos da infame Inquisição e
tempo, um farol para toda a região, um uma Judiaria perdida. Debaixo dos nosso pés
exemplo de como a nossa Identidade temos a Vila da água e dos mortos. Grande
Cultural pode ser a base da Economia através parte da fortificação é efetivamente da Idade
do Turismo. Média. Envolvendo esta temos um imenso
Monsaraz é um povoado fortificado desde a complexo fortificado abaluartado do século
Proto-História como atestam vários artefactos XVII. Nos arrabalde de Monsaraz encontramos
que vão sendo encontrados nas escavações uma espetacular rede de caminhos
arqueológicas. Dos Romanos ficou o nome conhecidos localmente por ladeiras...”
em latim “Mons Serratus” ou o “monte em
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Percurso Pedestre
78
A visão de Luís Lobato de Faria
79
Percurso Pedestre
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Informações Úteis:
Localização: Monsaraz / Alentejo
Tipo: Circular
Sinalizado: Não
Extensão: 12,9 Km
Dificuldade: Fácil
Duração: +/- 3 horas
Track de GPS:
https://ridewithgps.com/
routes/35466134?privacy_
code=sKvUQknqz0dzNjgl
Guia de Campo |
Orquídeas Silvestres na região do Alqueva
https://biblioteca.edia.pt/BiblioNET/Upload/
PDFS/M03323.pdf
81
Percurso Pedestre
Ficha do Percurso
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PR Corte de Ouro
O Algarve profundo
DURANTE A REALIZAÇÃO DO FESTIVAL DE CAMINHADAS DO AMEIXIAL TIVE A OPORTUNIDADE DE
EFETUAR O PR CORTE DE OURO. TRATA-SE DE UMA PEQUENA ROTA, COM CERCA DE 12 KM, MUITO
INTERESSANTE AO NÍVEL PAISAGÍSTICO, CULTURAL, FAUNA E DA FLORA.
83
Percurso Pedestre
84
plena serra do Caldeirão. É um percurso muito de ovinos e caprinos é uma presença muito forte
bonito. Logo no início, em Corte de Ouro, pode nesta área”.
observar-se um palheiro tradicional desta área.
É um estrutura circular em xisto, com cobertura João Ministro, Diretor Geral da Proactivetur e
de palha. Os campos nesta altura do ano estão do Projeto TASA, apresenta diversos pontos de
muito bonitos, é possível observar e ouvir interesse neste percurso
algumas aves como rouxinóis, papa-figos, gaios,
trepadeiras-azuis, chapins, etc. Destacam-se “...A aldeia de Corte D’Ouro em si, em particular
ainda, algumas construções utilizando técnicas e a oportunidade de ver de perto um dos últimos
materiais desta região, bem como um moinho de palheiros centenários circulares de pedra
água, que apesar de estar em ruínas, apresenta com telhado de centeio do Algarve, que foi
características dignas de observar. A pastorícia recuperado em 2019 no âmbito do WFA. Nesta
85
Percurso Pedestre
aldeia pode ainda assistir-se um pouco da vida em ruínas, mas com uma estrutura interessante.
típica da serra, com presença de gado caprino e A Azenha do Pizão foi em tempos uma estrutura
vários campos agrícolas. impressionante com dois níveis de circulação de
Destaque também para a Anta do Beringel, água e três moendas a trabalhar. Embora seja
monumento arqueológico (hoje sob estudo claramente um moinho de água, esta estrutura
arqueológico a decorrer no local). tem algumas particularidades que a distingue
A Paisagem serrana é preenchida com extensos das outras existentes na freguesia, como o
campos de esteval, rosmaninhos, sobreiros, Moinho da Chavachã ou Cascalheira. Por um
medronheiros e em torno de Corte de Ouro a lado, a sua localização na encosta e não na
existência de campos abertos de cereais, algo zona mais baixa da margem da ribeira, sugere a
pouco comum na serra algarvia. existência de uma roda exterior de eixo vertical
Outro ponto importante é o Miradouro Eira da servida por açude e um conjunto de levadas para
Palha, onde se situa um marco geodésico (475m conduzir a água ao moinho permitindo o seu
altitude) e de onde temos uma bela vista. funcionamento. Do ponto de vista técnico, é esta
Sobre o Património construido chamamos roda vertical exterior ao edifício que define uma
a atenção para a fonte “Pé Corso”, montes azenha, diferenciando-a dos restantes moinhos.
abandonados (exemplo do Vale das Hortas), De acordo com uma inscrição que se encontra
onde podemos observar a arquitetura tradicional no edifício, parece ter funcionado entre 1830
com uso da pedra local na construção e ainda a e 1986, e seria uma das estruturas de maior
Azenha do Pizão (antigo moinho de Água), hoje dimensão da região”.
Ribeira da Corte
86
Fonte do Pé Corso
87
Percurso Pedestre
Pontos de Interesse
Este percurso no Algarve profundo para além partir do período neolítico, época em que as
da forte componente paisagística é também, populações se sedentarizam, demonstrando a
uma viagem ao passado da região através grande importância que a morte assumia para
de várias estruturas edificadas. estas sociedades. Os monumentos pertencentes à
A Azenha do Pizão, pelas inscrições deverá Freguesia do Ameixial inserem-se num conjunto
ser do século XIX, faz parte desse passado mais vasto de monumentos deste tipo, que se
agrícola e está num elevado estado de estende aos concelhos de Tavira e Alcoutim. O
degradação. Junto à azenha temos um forno megalitismo pode assumir várias formas, desde
totalmente construido em pedra. o simples menir (podemos apreciar um exemplar
no Centro Interpretativo de Arqueologia de Salir)
De um passado mais longínquo temos a até formas mais complexas como antas (ou
Anta do Beringel. Segundo a informação da dólmen) e tholoi.
autarquia de Loulé, As antas caracterizam-se por possuir uma pedra
de grande dimensão (conhecida como chapéu)
“...não se trata de sepulcros individuais, mas sim colocada horizontalmente sobre um conjunto
coletivos, que se pensa servirem uma comunidade. de pedras colocadas na vertical (denominadas
Este tipo de monumentos generalizou-se a esteios), formando uma área fechada designada
88
Azenha do Pisão
por câmara funerária. Muitas vezes existe um cultural. Abrange a Anta do Beringel e a Anta da
corredor de acesso à câmara funerária, o qual Pedra do Alagar, monumentos megalíticos pré-
é formado por esteios de menor dimensão. históricos com cerca de 7000 anos, bem como
Originalmente esta estrutura seria coberta por os sítios arqueológicos onde foram encontrados
uma grande quantidade de terra e pedras, a qual alguns exemplares das estelas com escrita do
se designa por mamoa ou tumulus”. Sudoeste datadas da Idade do Ferro, com cerca
de 2500 anos. Entre outros aspetos, pretende-
A autarquia de Loulé lançou, já em 2021, um se investigar os monumentos e as estruturas
projeto de valorização das antas e os sítios ali existentes, conhecer a história desses sítios,
arqueológicos da freguesia do Ameixial. Para mas também compreender o modo de vida das
os responsáveis da autarquia: populações antigas que aqui viveram e com
quem tinham contactos culturais e comerciais.”
“Este projeto pretende reforçar a singularidade
da Serra e do interior do Algarve, e encontra- No final do percurso e junto à povoação
se integrado na estratégia da autarquia para a podemos observar diversos palheiros
valorização e divulgação dos recursos culturais tradicionais recuperados.
deste concelho, através do seu património
89
Percurso Pedestre
Anta do Beringel
90
Flora e Aves Erva-do-salepo (Orchis champagneuxii)
Ao nível da paisagem ela é deslumbrante
dominada pelo sobreiral (Quercus suber)
recheado de estevas (Cistus ladanifer),
sargaços (Cistus monspeliensis), rosmaninho
(Lavandula stoechas) e medronheiros (Arbutus
unedo) entre outras espécies.
No que diz respeito às aves, o percurso de
Corte de Ouro é interessante para quem
gosta de as observar. Na Serra do Caldei-
rão podemos observar as grandes aves ter-
restres nomeadamente, a águia-cobreira,
açor, gavião, águia-de-bonelli, pombo-tor-
caz, cuco-canoro, abelharuco, torcicolo, pi-
ca-pau-verde, pica-pau-malhado-grande,
pica-pau-malhado-pequeno. No que diz
respeito aos passeriformes temos a cotovia-
-arbórea, andorinha-dáurica, alvéola-cin-
zenta, rabirruivo-de-testa-branca, melro-azul,
toutinegra-carrasqueira, toutinegra-real, cha-
pim-de-poupa, trepadeira-azul, papa-figos,
picanço-barreteiro e o corvo.
91
Percurso Pedestre
Abelharuco (Merops apiaster) | Lubos Houska © Gaio (Garrulus glandarius) | Knud Erik Vinding ©
Papa-figos (Oriolus oriolus) | Hubert Ngo © Trepadeira-azul (Sitta europaea) | Wolfgang Vogt ©
92
Palheiros Informações Úteis:
Nome: PR Corte de Ouro
Localização: Freguesia do Ameixial, concelho
de Loulé
Coordenadas de GPS: -7.93169 W 37.35101 W
Tipo: Circular
Sinalizado: Sim
Extensão: 12 km
Dificuldade: Médio
Duração: 3 a 4 horas
Descarregar ficheiro GPX:
https://ridewithgps.com/routes/35585422
Ver | Consultar:
Geoparque Algarvensis:
https://geoparquealgarvensis.pt/
C.M. de Loulé:
http://www.cm-loule.pt/pt/menu/225/turismo-
natureza.aspx
Alojamento:
h t t p : / / w w w. c m - l o u l e. p t / p t / m e n u / 4 8 0 /
alojamento-local.aspx
93
Percurso Pedestre
Cheleiros
Uma região de encantos
A NOSSA PROPOSTA DE PERCURSO CIRCULAR QUE TEM COMO PONTO DE PARTIDA A POVOAÇÃO
DE CHELEIROS, NO CONCELHO DE MAFRA PASSANDO, PELO PENEDO DO LEXIM E PELA BELA
ALDEIA DA MATA PEQUENA.
TRATA-SE DE UM PERCURSO, NÃO SINALIZADO, COM A EXTENSÃO DE 7,8 KM QUE NOS PERMITE
CONHECER A REALIDADE DA ZONA SALOIA, CAMINHAR AO LONGO DO RIO LIZANDRO E
CONHECER A RIQUEZA DA FLORA SILVESTRE QUE SE FUNDE COM A TRADIÇÃO VINÍCOLA E ONDE
AS MEMÓRIAS DAS ATIVIDADES VULCÂNICAS SE REVELAM.
DE VISITA OBRIGATÓRIA É O COMPLEXO DE PRODUÇÃO DE VINHO DA MANZ WINE E O SEU
PEQUENO, MAS INTERESSANTE, MUSEU ETNOLÓGICO.
Ficha do Percurso
LOCALIZAÇÃO:
CHELEIROS / MAFRA
TIPO: CIRCULAR
SINALIZADO: NÃO
EXTENSÃO: 7,8 KM
DIFICULDADE: FÁCIL
DURAÇÃO: +/- 3 HORAS
94
95
Percurso Pedestre
96
97
Percurso Pedestre
98
Flora
Ao nível das plantas silvestres este percurso é muito interessante pela abundância e pela
diversidade de espécies que podemos observar. Claro está que estamos sempre condicionados
pela época do ano em que o percorremos mas, aqui ficam algumas das espécies que
observámos durante a Primavera.
99
Percurso Pedestre
Papaver somniferum L.
Com o nome comum de Dormideira a sua
época de floração vai de março a agosto.
Ophrys fusca
Orquídea silvestre com o nome comum de
Moscardo-fusco tem a sua época de floração
entre fevereiro a abril.
Daucus carota L.
Com o nome comum de Cenoura-brava a
sua época de floração vai de abril a agosto.
Gladiolus communis
Com o nome comum de Espadana-dos-
montes a sua época de floração vai de
março a junho.
Rosa sempervirens L.
Com o nome comum de Roseira-brava a sua
época de floração vai de abril a agosto.
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Cheleiros
101
Lagar da Manz Wine
Ponte Romana
102
Penedo do Lexim
103
Percurso Pedestre
104
Informação útil
Ficha do Percurso
Localização: Cheleiros / Mafra
Tipo: Circular
Sinalizado: Não
Extensão: 7,8 Km
Dificuldade: Fácil
Duração: +/- 3 horas
Track de GPS:
https://ridewithgps.com/routes/35679693
105
Percurso Pedestre
106
Rota do Ouro
Passeio inesquecível
A PRIMAVERA EM FORÇA, NUMA PAISAGEM DE PISO MISTO, COMO DIZ O NOSSO GUIA
BRUNO CARDOSO.
O OBJETIVO ERA UMA EXPERIÊNCIA DE MINERAÇÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE DA TÉCNICA
DA BATEADA (AÇÃO QUE TEM NA BASE O NOME DO UTENSÍLIO USADO NA MINERAÇÃO
EM PEQUENA ESCALA – A BATEIA). COLOCA-SE ÁGUA DOCE NO RECIPIENTE PROCEDE-
SE À AGITAÇÃO NUM MOVIMENTO CIRCULAR QUE PERMITE A SEPARAÇÃO DOS MINÉRIOS
METÁLICOS DOS SEDIMENTOS. RECUANDO NO TEMPO ATÉ AOS CELTAS E ROMANOS E
LITERALMENTE COLOCANDO OS PÉS NA ÁGUA. A PRESENÇA ROMANA FOI A QUE MAIS SE
DESTACOU PELA EXPLORAÇÃO MINEIRA QUE DESENVOLVEU DURANTE QUASE UM SÉCULO, NA
REGIÃO. OS ESPÓLIOS GEOLÓGICOS EXISTENTES NA REGIÃO DE VILA DE REI, DESIGNADOS
POR CONHEIRAS, SÃO OS VESTÍGIOS DA EXPLORAÇÃO MINEIRA ROMANA, PARTICULARMENTE
JUNTO À RIBEIRA DE CODES.
107
Percurso Pedestre
108
Igreja de Santiago de Montalegre
Lathyrus clymenum L.
109
Percurso Pedestre
Demonstração da técnica
da bateada (ou garimpo)
110
“ ESTE PERCURSO PODE SER REALIZADO DURANTE
TODO O ANO, MAS PARA O CASO DAS NOSSAS
DEMONSTRAÇÕES DE MINERAÇÃO, FAZEMOS
ESTA ATIVIDADE SOBRETUDO NAS ÉPOCAS
MAIS QUENTES DO ANO, QUE CONVIDAM OS
PARTICIPANTES A ESTAREM COM OS PÉS DENTRO
DE ÁGUA DURANTE AS ATIVIDADES DE BATEADA.
COMO FOI MENCIONADO ANTERIORMENTE O
PERCURSO, APESAR DA TEMÁTICA ASSOCIADA
À MINERAÇÃO INICIADA PELOS ROMANOS
ATÉ MEADOS DO SÉCULO PASSADO, É UM
MOSTRUÁRIO DE FAUNA E FLORA LOCAL E DO
PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO TRADICIONAL.”
111
Percurso Pedestre
112
Moinho em ruínas na
Ribeira de Codes
113
Percurso Pedestre
A interpretação da
paisagem durante a
caminhada
Passear (PA) - Qual tem sido o trabalho pessoal e personalizado das nossas atividades
desenvolvido pela Zêzere Trek nesta região Por influência da minha formação académica
e para que mercados? e dos colaboradores que participam nas
Bruno Cardoso (BC) - O trabalho desenvolvido nossas ações, fomos aumentando o leque de
pela ZêzereTrek centrou-se na realização atividades e realizamos igualmente atividades
de passeios pedestres interpretativos marítimo-turisticas, com destaque para o SUP
e de trekking, mas sempre com uma e a canoagem e também dois conceitos de
componente pedagógica e de transmissão animação turística que designamos como
de conhecimentos muito marcada. Fomos expedições e aquatrails, onde unimos a
adicionando e incorporando experiências componente terrestre à aquática. Não fosse
locais, que vão desde a degustação de o guarda-rios a mascote da nossa empresa...
produtos tradicionais, visitas a ofícios locais, Temos direcionado os nossos produtos e
entre outras, no intuito de dar um cunho muito serviços para o mercado nacional, mas
114
que compõem os nossos lanches e reforços
alimentares, até às pequenas lembranças
que costumamos oferecer.
115
Percurso Pedestre
116
Sardoal
A vila e o seu património
Nas minhas visitas de trabalho tenho o
costume de consultar, previamente, o site da
autarquia para recolha de informação e, no
local, visitar o posto de turismo para aferir o
grau de qualidade da informação fornecida.
O site da autarquia é funcional e fornece
informação mais do que suficiente para
preparar uma visita. Foi no site que descobri
que “...A vila de Sardoal é antiquíssima, sendo
que, provavelmente, a povoação foi formada
devido à excelência das águas e ao relevo
(monte), condições naturais para o homem
viver.
Ao contrário de outras terras que cresceram
em volta de um castelo ou lugar fortificado, a
vila de Sardoal cresceu de baixo para cima,
da confluência das ribeiras até ao ponto mais
alto onde se situa o Convento de Santa Maria
da Caridade (1571). Ter-se-á desenvolvido
em torno da antiga Igreja de S. Mateus, que
hoje já não existe, e que se situava próxima
da Igreja da Misericórdia, em torno do Paço”. Um recanto de grande beleza
Praça da República
117
Percurso Pedestre
A nossa impressão
A vila do Sardoal tem uma escala humana A Praça da República é um exemplo da
com edificado uniforme e sem grandes escala humana que referi e um dos principais
atentados arquitetónicos. Aquando da locais de socialização. O seu pelourinho,
minha visita tive a sorte de apanhar uma o painel de azulejos alusivos a Gil Vicente,
meteorologia muito favorável e, a luz intensa a Capela do Espírito Santo e o edifício da
do sol da Primavera, iluminou de uma forma Câmara Municipal são os grandes motivos
deslumbrante o centro histórico e as suas ruas de interesse. No seguimento temos a avenida
empedradas. Se por um lado, o edificado Luís de Camões com a Casa Grande ou dos
religioso é o que dá notoriedade à vila por Almeidas (em obras para ser transformada
outro, as estreitas ruelas conferem-lhe uma num hotel de charme) e a capela Nossa
entidade própria. Quando conversava com Senhora do Carmo.
as pessoas sobre esta minha opinião, todos Na minha opinião temos três locais que, pela
me disseram que tinha de voltar para as sua importância histórica e cultural, merecem
celebrações da Semana Santa pois, é nessa uma visita mais aprofundada. São eles, a
época do ano que o Sardoal se apresenta no Igreja Matriz, o Convento Santa Maria da
seu máximo esplendor! Caridade e o centro Cá da Terra.
Edifício senhorial
118
Igreja Paroquial do Sardoal
119
Percurso Pedestre
Arrábida
A Arrábida em todo o seu esplendor
Texto: Passear Fotografias: Vasco de Melo Gonçalves e Luísa Dias Mendes
120
Ficha do Percurso
TIPO: CIRCULAR
SINALIZADO: NÃO
DISTÂNCIA: 5KM
GRAU DE DIFICULDADE: MÉDIO
ÉPOCA DO ANO: PRIMAVERA
GUIA: BIOTRAILS
121
Percurso Pedestre
A Caminhada
A natureza como fonte inesgotável da profusão incrível e cuja flor dura apenas um
sabedoria das plantas. A ligação à dia, reconhecer nesta planta os botões que
botânica sempre esteve na génese quando já fecharam e os que vão abrir, perceber o
começámos a pensar nos conteúdos desta revestimento viscoso que serve como defesa
edição da revista Passear. Fizemos um e para manter a humidade.
percurso na Serra da Arrábida com as plantas As cores Rosas, Amarelos, Azuis, Verdes e os
em mente e tivemos uma sorte imensa com o perfumes... Não é fácil descrever, pelo menos
dia de Abril que escolhemos. Cerca de 5 km uma vez, tem que vir experimentar e sentir
com uma paisagem de cortar a respiração, esta natureza tão rica.
a ligação ao Atlântico, as falésias Lapiás e o Quando pensamos na distância que fizemos
céu como limite. até parece um percurso que se faz numa
Optámos por ter um guia que enriqueceu, e hora, mas não, prepare-se para se deleitar,
muito, o nosso passeio. Foi uma oportunidade parar, contemplar e sobretudo demorar,
única para saber mais sobre as plantas da porque daqui não vai querer sair. Se juntar a
Serra, as endémicas, orquídeas silvestres, os tudo isto o prazer de fotografar, um dia não
carrascos, sobre as estratégias das plantas, é demais.
as colónias e como interagem entre si, A Chã dos Navegantes é um percurso
saber mais sobre líquenes... As estevas numa emblemático no Parque Natural da Arrábida.
122
Convolvulus fernandesii | Corriola-do-Espichel.
É um endemismo português e, para mais,
restrito à área do Cabo Espichel e ao litoral
da Serra da Arrábida. Pode encontrar-se em
escarpas e fendas de afloramentos rochosos,
em arribas litorais calcárias. Em locais com
elevada exposição solar e verticalidade.
Floração de Fevereiro a Junho.
123
Percurso Pedestre
1 4
2 5
3 6
124
Campo de lapiás (formação geológica
característica dos calcários) costeiro
modelado pela erosão marinha, cerca de
7 m acima do nível do mar.
125
Percurso Pedestre
9 10
126
Forte de S. Domingos da Baralha. Fortificação
do séc. XVII de forma rectangular,
sobranceira ao mar, que apresenta uma
imponente muralha e cisterna integrada na
plataforma do edifício. Está em avançado
estado de ruína.
127
Percurso Pedestre
128
que vem de trás, mas agora assumidamente sobre a região que não deve ser desprezado.
direcionado para o turismo de Natureza. Principalmente quem visita a região por pouco
A preocupação com a preservação é tanto tempo, dispensar uma boa incursão a pé no
maior quanto maior é a nossa consciência da Parque Natural da Arrábida é como ir a Roma
sensibilidade dos ecossistema. e não ver o papa. Aqui o guia pode fazer toda
Até agora, a maioria das pessoas que nos tem a diferença.
procurado são portuguesas, principalmente
nas nossas atividade regulares de agenda, P - Quais os principais constrangimentos
embora tenhamos também público de outros para uma organização que trabalha nesta
países, principalmente da europa central, região.
nomeadamente Países Baixos e Alemanha, JC - Bom, para a Biotrails, que se foca
que têm mostrado grande interesse em na observação da Natureza, o principal
conhecer a região através das caminhadas. constrangimento é chegar ao público que
tenha interesse na observação. A Arrábida,
P - Quais as grandes vantagens que creio eu, atrai mais visitantes pelas suas belas
um visitante tem em fazer um Percurso paisagens e praias que pelo interesse na
acompanhado por um Guia Local. descoberta, a pé, do seu Património Natural
JC - O guia local terá um conhecimento e Cultural. E foi esta a razão de termos
129
Percurso Pedestre
130
131
Percurso Pedestre
Nas pesquisas que fiz, na Internet, sobre o tema da Arrábida encontrei um excelente Blog
dedicado à flora da Serra da Arrábida de autoria de Francisco Clamote.
Francisco Clamote é um jurista reformado, com 76 anos, nascido numa aldeia do concelho
do Sabugal. Por essa circunstância, beneficiou, desde novo, do contacto com a natureza que
muito apreciou desde sempre e que, depois de reformado, maior prazer lhe tem proporcionado.
O blogue “Flora da Arrábida” é, no fundo, uma extensão dum outro blogue intitulado “Plantas:
Beleza e Diversidade”, publicando naquele fotografias de plantas avistadas no P.N. Arrábida,
utilizando, por via de regra, textos publicados primeiramente neste outro. A ideia de criar um
blogue especialmente dedicado à flora da Arrábida, ficou em parte a dever-se ao facto de ter
tido contacto com o guia de campo “Flores da Arrábida” da autoria de José Gomes Pedro e
Isabel Silva Santos e ter achado que reunir num blogue dedicado à flora da Arrábida as muitas
fotos captadas si no P.N.A. poderia ter interesse para alunos dos 1ºs graus de ensino da região,
ideia que lhe surgiu dado que, na altura, era vulgar a existência de blogues escolares dedicados
à flora local e eram frequentes as visitas ao “Plantas: Beleza e Diversidade” com origem nesses
blogues.
Perguntámos quais as suas três plantas de eleição e porquê. Francisco Clamote escolheu a
Corriola-do-Espichel (Convolvulus fernandesii), a Euphorbia pedroi e a Withania frutescens. São
todas elas espécies emblemáticas do P.N.A. Com efeito, as duas primeiras são endémicas do
Cabo Espichel e, logo, do P.N. Arrábida, e a última só ocorre em território português no mesmo
local.
132
Blog Flora da Serra da Arrábida
http://floradaserradaarrabida.blogspot.com/
133
Passeio
134
O despertar na Quinta da Agra foi cedo e um turismo de habitação e um restaurante/
com um sol radioso. Apesar da aragem que café no seu piso térreo. A sua localização é
se fazia sentir, o sol estava forte e a perspetiva excecional, a qualidade dos produtos muito
de um dia quente era uma realidade. O boa, o serviço é bom e os preços praticados
centro de Ponte de Lima fica a cerca de 3,6 não são especulativos.
km da Quinta. A tarde foi passada na margem esquerda
A preparação da jornada foi efetuada do rio Lima e dedicada ao património
numa esplanada no Largo de Camões, edificado. O simples andar pelas ruas estreitas
um local de referência da vila e com uma de Ponte de Lima, só por si, é gratificante.
posição estratégica. Devido à posição do Sol Nota-se um cuidado na preservação da
decidimos começar o nosso dia na margem vila, não se vê lixo pelo chão e temos a
direita do rio Lima onde se encontra a Capela oportunidade de encontrar lojas que já não
do Anjo da Guarda, o Parque Temático do se veem noutros locais. Marcámos sítios a
Arnado e o Parque do Festival de Jardins. visitar, designadamente a Igreja Matriz e o
A Capela do Anjo da Guarda é uma edificação Convento de Terceiros. São dois exemplos
simples situada junto à extremidade da de preservação e espaços muito agradáveis
famosa ponte medieval. para estar, na igreja podemos observar o
O Parque Temático do Arnado insere-se no túmulo do Beato Francisco Pacheco (um dos
Projeto Global de Valorização das Margens quatro Gigantes) e, no convento o jardim de
do Rio Lima e é composto por diversos jardins: aromáticas. Merece também uma visita a
Romano, Labirinto, Renascença, Barroco e a antiga Torre da Cadeia que hoje funciona
Estufa. A sua visita foi um dos pontos altos do como posto turístico.
nosso dia. No final da visita espreitámos ainda, Ao final do dia voltámos ao Largo de Camões
o Museu do Brinquedo Nacional e o Albergue para retemperar as forças e preparar para o
de Peregrinos. jantar. Nunca tínhamos reparado mas existe
Caminhando sempre junto ao rio Lima na calçada desta praça uma representação
dirigimo-nos ao recinto do Festival de Jardins, da antiga muralha da vila…
uma zona de lazer composta por piscina, bar O jantar foi na companhia de um amigo
e jardim de conceção de Francisco Caldeira de Braga que se deslocou de propósito a
Cabral. Ponte de Lima para saborear a gastronomia
Nem demos pelo tempo passar e já local. Na esplanada da Taverna da Vaca
estávamos na hora do almoço. Regressámos das Cordas deliciamo-nos com entradinhas
à Vila com a intenção de comer algo num e costeletas acompanhados por um verde
estabelecimento reconvertido, a Mercearia branco de grande qualidade.
da Vila (agora só serve refeições às pessoas Afinal podemos conhecer um pouco de Ponte
que estão alojadas). Trata-se de um edifício de Lima em apenas um dia! Mas, pelo sim
onde antigamente funcionava uma pelo não, volto quase todos os anos a Ponte
mercearia mas que atualmente acolhe de Lima para a conhecer um pouco melhor.
135
Passeio
Jardim do Arnado
136
Museu do Vinho Verde
137
Passeio
Ponte Medieval
138
Capela do Anjo da Guarda
139
Passeio
Igreja Matriz
140
coberto por abóbada polinervada, de enquadra o arco triunfal, a estrutura que ladeia
volumosos bocetes, que alberga os túmulos o arco do absidíolo Sul (datado de 1589) e a
da instituidora, D. Inês Pinto, e de seu marido, reformulação das naves (até c. 1590).
ambos em campa rasa. O século XVIII trouxe grande parte das obras
A grande transformação do interior teve de talha que ornamentam o interior. A principal
lugar a partir de 1567, ano em que está localiza-se na extremidade Sul do transepto
documentado um tal mestre Luís, oriundo e é um amplo retábulo de estilo nacional,
da cidade do Porto, à frente da campanha datado de 1729, dedicado a Nossa Senhora
maneirista (Ibidem, pp.3-4). das Dores. O coroamento da torre sineira
A atual estrutura é plenamente maneirista, foi intervencionado na segunda metade
com arcos formeiros moldurados e de volta do século XIX e, mais recentemente (1932)
perfeita, não restando quaisquer vestígios da realizou-se a rosácea neogótica, a partir do
presumível organização tardo-gótica anterior. modelo da igreja de São Francisco do Porto.
As obras continuaram nessa segunda metade Fonte: PAF / IGESPAR
do século XVI, com o pórtico erudito que
Igreja Matriz
141
Passeio
142
INFORMAÇÕES ÚTEIS
LOCALIZAÇÃO DE PONTE DE LIMA:
Minho, Portugal / 41.765341, -8.582744
ONDE COMER
Ponte de Lima dispõe de um conjunto de restaurantes de grande qualidade
onde poderá experimentar as iguarias da região. Os diferentes restaurantes
que visitámos são bons por isso, não referimos nenhum em especial.
Mais informações:
https://www.visitepontedelima.pt/pt/turismo/onde-comer/
143
Percurso Pedestre
Ficha do Percurso
NOME: PR1SJO
TIPO: LINEAR
SINALIZADO: SIM
DIFICULDADE: MÉDIO
EXTENSÃO: 9,7 KM
TEMPO MÉDIO: 2H30M
144
145
Percurso Pedestre
Não conhecia a ilha mas, São Jorge Trata-se de um percurso com cerca de 10 km
encantou-me! Não sei se pela sua localização de extensão e com duas fases bem distintas
geográfica, se pelo seu queijo, se pela ao nível do impacto visual e das sensações.
simpatia das suas gentes ou por ter sido em A descida até sensivelmente ao nível do
São Jorge que efetuei o percurso que mais mar é fantástica pois é feita num ambiente
gostei nesta deslocação aos Açores (Topo_ quase indescritível. As colinas abruptas com
Fajã dos Cubres) ou se pelas maravilhosas vegetação densa iluminadas, por vezes,
piscinas naturais da Fajã do Ouvidor, São por um sol que joga às escondidas com
Jorge tem algo de especial…. o nevoeiro proporcionam uma paleta de
Elegi o percurso Topo / Fajã dos Cubres sob o cores variada. As mudanças de luzes dão
ponto de vista paisagístico, o mais cativante, características únicas ao percurso! O nível de
ao nível cultural e de relação com as dificuldade não é grande, basta estar atento
populações, o mais completo. às zonas de terreno mais escorregadio sendo
146
Piscinas naturais da Fajã do Ouvidor
147
Percurso Pedestre
148
Os jogos de luzes são constantes e
proporcionam cenários de grande
beleza.
149
Percurso Pedestre
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Conforme vamos
descendo o porte da
vegetação aumenta.
151
Percurso Pedestre
Aspeto da Ermida
situada na Fajã de
Cubres.
152
Informações Úteis:
Nome - PR1SJO / Serra do Topo - Caldeira do
Santo Cristo – Fajã dos Cubres
Tipo – Linear
Sinalizado - Sim
Dificuldade - Médio
Extensão – 9,7 km
Tempo médio - 2h 30m
Descarregar ficheiro GPX:
http://ridewithgps.com/routes/6451946
Onde dormir
Quinta das Figueiras
Figueiras nº. 7, Rosais 9800 – 203 Velas
Email: quinta.das.figueiras@hotmail.com
Ter em atenção
Como o percurso é linear deverá ser
combinado, previamente, com um táxi o
regresso ao ponto de partida. A Fajã dos
Cubres é um local com pouco movimento e
onde existe um pequeno café situado junto
à Ermida.
153
Plantas
Plantas Silvestres
Romulea bulbocodium
Os campos, nesta época do ano, estão
repletos de plantas silvestres que criam
cenários muito interessantes e cheios de cor.
Uma das que podemos ver de Janeiro a Maio
é a Romulea bulbocodium da família Iridaceae
e que tem origem na Europa, região do
mediterrâneo e África do Sul. É uma planta
com uma altura de 0,15 a 0,25 cm e que
necessita de plena exposição ao sol.
154
É uma espécie geralmente encontrada em
solos rochosos e arenosos, uma planta muito
semelhante ao verdadeiro açafrão, que
parece pertencer à sua cadeia evolutiva. As
flores são pequenas e com seis tépalas, em
tons de lilás azulado com centro amarelo e
sombreadas em roxo.
A espécie possui excelente taxa germinativa e
é de fácil cultivo.
Época de floração: Janeiro – Maio
155
Plantas
156
Ecologia: Prados e pastagens em clareiras
de matos ou de bosques, preferentemente
calcários. Época de floração: Abril – Junho
157
Onde Ficar
Aldeia de Pedralva
Perto de Vila do Bispo, no Algarve, um novo conceito de Turismo de Natureza. Mais do que um
Hotel, uma experiência de Aldeia. Ir à mercearia e deixar anotado na folha de papel pardo
para pagar depois. Escrever um postal e coloca-lo no marco do correio. Fazer um passeio de
burro com as crianças. Uma vida em típicas casas de Campo, com serviço diário de limpeza,
incluindo cozinha/louça e arrumação de casas.
A Aldeia da Pedralva, que pretende ser um Turismo de Aldeia Activo, oferece ainda um centro
de Actividades com 32 bicicletas e mais de 300 km de trilhos de Mountain Bike, escola de surf,
material de caminhada, cursos de mergulho entre muitas outras actividades de natureza.
Para mais informações contacte www.center.pt ou visite www.solaresdeportugal.pt
158
Quinta do
Ameal
Um Enoturismo de eleição, onde são
produzidos os vinhos verdes da casta Loureiro
cem por cento biológicos e uma paisagem
deslumbrante, são a imagem de marca da
Quinta do Ameal situada em Refóios do Lima.
Com 8 hectares de mata, 800 m de margem
do rio Lima, 15 hectares de vinha elas
próprias fazem parte de toda a envolvência
A casta Loureiro
Originária do vale do rio Lima, local onde
compondo este magnifico quadro. As casas
atinge a plenitude. É uma variedade muito
recuperadas para turismo são abraçadas
fértil e produtiva. Propicia cachos compridos
pelos jardins naturalistas com vários recantos.
e medianamente compactos, com bagos
Visitámos este espaço, em Julho, quando as
médios de cor amarelada ou esverdeada.
Hortenses e Agapanthus nos devolvem o mais
Apropriadamente, a flor de Loureiro é um
belo azul. Mas a imagem de marca do espaço
dos seus principais descritores aromáticos,
são as glicínias e, na Primavera, a Quinta do
caracterizando-se ainda pela personalidade
Ameal reveste-se de um lilás maravilhoso que
floral particularmente cristalina, com ênfase
emoldura as janelas das casas, as pergolas e
na flor de laranjeira, acácia e tília, sendo as
os caminhos de acesso. A não perder...
notas de maçã e pêssego relativamente
Mas os pinheiros mansos, um deles com
comuns vinhos de acidez equilibrada e bem
mais de 200 anos, os carvalhos centenários,
proporcionada.
as nogueiras, os castanheiros, as aveleiras e
canaviais, todo um ecossistema que convida
Para mais informações contacte:
ao descanso e à contemplação.
www.center.pt ou visite www.solaresdeportugal.
159
Onde Ficar
Casa da Cumeada
Em pleno Alentejo, a cerca de 5 km de Reguengos de Monsaraz, a Casa da Cumeada é
mais de que um simples alojamento. É um local para se estar, a observar o jardim de plantas
comestíveis e aonde aprendemos a viver ao ritmo da natureza, onde a alimentação saudável
tem um sabor agradável e um visual irresistível!
Teresa Mizon é o rosto da Casa da Cumeada e tem como principal missão “...Regenerar e
reequilibrar a saúde e o bem estar à luz dos princípios milenares da Macrobiótica, através
da alimentação natural (de origem vegetal) aliada a terapias naturais. Gerar consciência e
alteração de estilos de vida de forma sustentável pelos caminhos de uma abordagem integrada
e pedagógica...”
Contactos: Largo da Nossa Senhora das Neves nº 11, 7200-071 Cumeada, Reguengos de
Monsaraz | +351 964 399 085 | info@casadacumeada.pt | https://casadacumeada.pt/
160
Quinta da Agra
Esta antiga propriedade agrícola localizada com a adega bem implantada, é que se
em pleno meio rural, situada a 1.8 Km do conseguia colmatar a falta de tecnologia na
centro de Ponte de Lima, está inserida na REN época e se conseguiam fazer bons produtos
(reserva ecológica nacional) e na RAN (reserva no final de cada colheita, conservando os
agrícola nacional), encontrando-se num vinhos até mais tarde. As uvas aqui produzidas
recanto da freguesia de Correlhã, encostada teriam forçosamente de ter qualidade para
ao rio Trovela, afluente do rio Lima. fazer os ditos vinhos, pois esta adega esteve
O conjunto edificado é constituído por duas sempre em atividade até à intervenção que
casas, a primeira a ser construída, teria sofreu para a reconversão em Agro-turismo.
tido início anterior ao séc. XVII. À época, Dispõe de 3 quartos duplos, 4 twin e 1
a edificação do assento de lavoura, foi apartamento para duas pessoas. Inserido no
para criar uma área de habitação na parte meio Rural e sempre pensando no conceito
superior e adega para fabrico do vinho no “Turismo e Natureza”, conseguiu-se preservar
piso inferior. Nessa altura para garantirem a e transformar com conforto e qualidade, o
estabilidade térmica na adega, aproveitaram património edificado há alguns séculos, altura
a inclinação do terreno, construindo de forma em que a exigência e a maneira de viver
a que a parte virada a poente e parte da eram totalmente diferentes. Tem ainda uma
fachada virada a sul, ficassem enterradas área nova destinada à atividade física, saúde
para as proteger do sol. Enquanto as frentes e bem estar, junto à piscina.
descobertas ficaram, a maior virada a norte Para mais informações: www.center.pt ou visite
e a outra a nascente, para assim garantir a www.solaresdeportugal.pt
frescura e o arejamento necessário. Só assim
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Onde Ficar
Palácio de Estoi
A Pousada de Faro, localizada na aldeia de Estoi, a 10 km de Faro, tem uma enorme riqueza
arquitetónica. A Pousada é um Small Luxury Hotel em Estoi situado num palácio que nasce a
partir da recuperação de um antigo Palácio do século XVIII com vários elementos originais.
A Pousada Palácio de Estoi apresenta diversos jardins com um desenho clássico e onde pode
mergulhar na piscina exterior e o descansar no deck.
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público em 1977, o Palácio de Estoi é considerado
um dos mais significativos testemunhos da arquitetura civil setecentista algarvia, apesar das
remodelações posteriores. Hoje em dia faz parte da rede hoteleira das Pousadas de Portugal.
O conjunto Palácio e Jardins de Estoi viveram, ao longo da sua história, tempos conturbados
onde a degradação e delapidação estiveram bem presentes. A última fase de abandono foi
estancada quando a autarquia de Faro adquiriu o imóvel e, posteriormente foi transformado
em unidade hoteleira.
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